TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O VERDADEIRO MESSIAS

João 1.41 “Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo)”. João 4.25 “E”u sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas”.

Messias – Forma grega de “Messiah”; um nome de Cristo, Christos; Cristo era o Messias, o Filho de Deus; de origem hebraica Messias = “ungido”.

Segundo o ensino do teosofismo, existiram três raças tronco (principais) na história da humanidade. E cada raça tem a sua sub-raça, e era atual esta vivendo a quinta sub-raça. Segundo o ensino teosófico, ao iniciar cada sub-raça surge um cristo, em outras palavras dizem eles “o supremo mestre” encarna em alguém.

Segundo o este ensino, o mundo já teve cinco sub-raça, portanto também já existiu cinco messias, que são:

1º BUDA na Índia: primeira sub-raça.
2º HERMES no Egito: segunda sub-raça.
3º ZOROASTRO na Pérsia: terceira sub-raça.
4º ORFEU no Egito: quarta sub-raça.
5º JESUS na Palestina: quinta sub-raça.

Segundo o ensino teosófico o mundo está vivendo a sexta sub-raça no novo milênio, isto é, estamos entrando numa “Nova Era”, que segundo o teosofismo é a “Era de Aquários”.

E isto significa que teremos mais um “cristo”, e este será mais poderoso que Jesus, e já é chamado de San German ou Lord Maitreya.

Quando falamos do religioso, estamos tratando do espiritual do invisível. Portanto, devemos levar a sério aquilo que falamos ou escrevemos. Quando criamos uma teoria ela deve ter critérios concretos e absolutos para darmos créditos mesmo no espiritual. Se não temos bases concretas são apenas filosofias. Portanto, para termos um ensino correto e verdadeiro, nada melhor do que usarmos a Bíblia Sagrada que é a Palavra do Criador.

O Teosofismo ensina que já houve cinco messias, e virá mais um nesta NOVA ERA. Porém, nós evangélicos ensinamos com base nas Escrituras Sagrada que houve apenas um “Jesus o Cristo”. O próprio Jesus quando esteve neste mundo falou dos falsos cristos dizendo: “Todos quantos vieram antes de Mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouvirão” (Jo 10.8).

Aqui Jesus se refere a todos os cristos que O antecederam e os chama de ladrões e salteadores, ou seja, de falso cristo. Mas o que Jesus diz com respeito ao novo messias que está sendo esperado por alguns nos dias de hoje:

“Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais, mas se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5.43). Jesus explica para os judeus que Ele veio em nome do Pai, a primeira pessoa da Trindade, o Deus Jeová, mas os judeus não o receberam e o crucificaram. E na parte b deste versículo Jesus diz: “Se outro vier em seu próprio nome a esses aceitaríeis”.

“...mas outro” Jesus se refere ao cristo da Nova Era. Como saberemos quem é o verdadeiro Cristo? Precisamos dados concretos para provar quem é realmente o verdadeiro Messias. E para isso precisamos fazer uma série de estudos no livro Santo deixados por Deus.

Mt 16.13-17 E de chegando Jesus as partes Cesaréia de Felipo, interrogou os seus discípulos dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? 14 E eles disseram: Uns João Batista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos profetas. 15 Disse-lhes Jesus: E vós quem dizeis que Eu sou? 16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo o Filho do Deus vivo. 17 E Jesus respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque tu não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai que está nos céus.

Jesus em uma conversa com Seus discípulos perguntou-lhes: “E vós quem dizeis que Eu sou? E Pedro respondeu dizendo: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
O povo ainda não conheça Jesus, e quem não conhece certamente terá dúvida se realmente Ele é o verdadeiro Messias ou não. Mas a Bíblia afirma que Jesus o filho de José e Maria é o Único Messias, é Deus e Criador de todas as coisas:

João 3.16 “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Lucas 4.41 “Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus! Ele, porém, os repreendia para que não falassem, pois sabiam ser ele o Cristo”.

Mt 3.16-17 “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.

Pr. Elias Ribas
pr.eliasribas2013@gmail.com

domingo, 22 de dezembro de 2013

A VERDADEIRA PAZ


Is 9.6 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.

O mundo atual caminha em busca de paz; muitos procuram a paz na religião, no budismo, espiritismo, Ioga, idolatria, cartomante, magia nos obuses etc. Mas não encontram.  Agora eu lhes faço uma pergunta: ONDE ENCONTRAR A PAZ?

I. O QUE É PAZ


A palavra paz no hebraico Shalon que significa: harmonia, plenitude, firmeza, bem estar, êxito em todas as áreas. No dicionário Aurélio significa: Tranqüilidade, sossego, descanso da lama.

II. DE ONDE VEM A PAZ


Quando o homem pecou no jardim do Éden desobedecendo a Deus, ele perdeu a paz de espírito. Mas Deus pelo Seu infinito amor providenciou um meio para trazer a paz aos homens.
Em Lc 2.11-14 Os anjos disseram aos pastores: “Glória Deus nas alturas e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem”.
A pessoa e a obra redentora de Cristo neste mundo significa uma maior glorificação nos céus, e paz divina para os habitantes da terra.

III. ONDE ENCONTAR A PAZ


1. Em Jesus: Jo 16.33 Jesus diz: “Estas coisas vos escrevo dito para que tenhais paz em mim. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. Jo 14.27 Jesus diz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o á dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

A verdadeira paz, só encontramos em Jesus. A partida de Jesus para o Pai não marca a derrota, mas a vitória. O Espírito Santo continuará comunicando a paz e a segurança de Cristo em nossas vidas, pois Ele é a terceira pessoas da trindade, é o pacificador e o Consolador de Pai para as nossas vidas.

Jamais o homem vai encontrar a paz se não entregar a sua vida a Jesus Cristo. Sem Jesus não existe paz. Paulo aos Rm 5.1 diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.

2. No evangelho de Jesus: At 10.36 “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos”.
Evangelho quer dizer: “Boas Novas de Salvação”.
Sem o conhecimento deste evangelho não encontraremos a paz de Cristo.

3. Pelo Sangue de Jesus Cristo: Cl 1.20 Paulo diz: “E havendo feito a Paz pelo seu sangue da cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus”.

Através do sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário, somos redimidos de todas as nossas transgressões e culpas. Somente quando aceitamos o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, encontraremos o perdão de Deus e através do perdão receberemos a paz.

O homem só estará livre da culpa e condenação e encontrará perdão e paz no seu interior, quando aceitar e crer no sacrifício de Jesus na cruz para remissão dos pecados.

Ef 2.13-15 Paulo diz: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longes, foste aproximado pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si um novo homem, fazendo a paz”.

IV. O QUE FAZ PAZ


1. Excede todo o entendimento: Fl 4.6-7 Paulo diz: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém sejam conhecidas, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.

Neste ponto Paulo era um verdadeiro exemplo. Mesmo enfrentado a morte de um mártir
(Fl 1.20), ele não estava preocupado.

A paz divina no coração implica:
Desaparecimento de ansiedade, v.6.
Florescimento de ações de graça, v.7.
Santificação do pensamento, v.8.
Contentamento real em todas as circunstâncias, v.11-12.
Plena confiança no poder de Deus, v.13.

V. PAZ DEVE SER BUSCADA


Rm 8.6 “Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”.

Depois da morte e ressurreição de Cristo só existem duas esferas: a “carne” e o “Espírito”. A carne não se refere á substância física, mas a “aquilo a que estamos sujeitos” (7.6).

É a esfera onde o poder do pecado e do diabo controlam, onde as obras da carne são praticadas. É impossível o homem morar nos dois lugares ao mesmo tempo. E ele tem o livre arbítrio para escolher o caminho.

Um caminho de morte e um caminho de paz. 1ª Pe 3.11 diz: “Aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcança-la”.

Existem três tipos de paz: Paz de Deus com o homem; paz do homem com Deus; e Paz entre os homens.

VI. A PAZ DEVE FAZER PARTE DA VIDA DO CRISTÃO

Mc 9.50 “Bom é o sal, mas se o sal vier a tornar-se insípido, como lhe restaurar o sabor? Tende sal em vós mesmo e a paz uns com os outros”.

O sal é essencial á vida nesses tempos, sendo o único meio de preservar os alimentos, tais como a carne, peixe etc. Jesus compara um cristão sem sal a um alimento, que não tem sabor.

VII. A PAZ É UM FRUTO DO ESPÍRITO. Gl 5.22.

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”.

VIII. SEM ESSA PAZ JAMAIS O HOMEM VERÁ A DEUS


Hb 12.14 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.
É um imperativo de Deus a vida cristã.

Sempre viver em paz com o próximo (Mt 5.8, 24).

O homem que ainda não encontrou Jesus, não entregou sua vida a Ele ainda não conhece essa paz verdadeira. Se o homem sente um vazio dentro dele, angustia tristeza, amargura, ilusões; esses são os reflexos negativos de uma vida sem Deus. Mas Jesus faz um convite a aceitar essa paz. Em Mt 11.28 Ele diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobre carregados, (oprimidos) e eu vos aliviarei”.

O convite é para todos sem distinção. É para os cansados os doentes os aflitos os tribulados os que ainda não encontraram a paz e nunca sentiram essa paz verdadeira de Jesus.

Pr. Elias Ribas

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

CRISTO DE GÊNESIS A APOCALIPSE

Gêneses - Descendente da mulher

Êxodo - Nosso Cordeiro Pascal

Levítico - Nosso Sacrifício pelo pecado

Números - Aquele que foi levantado para a nossa cura e redenção

Deuteronômio - Verdadeiro Profeta

Josué - Capitão da Salvação

Juízes - Juiz e Libertador

Rute - Nosso Parente Resgatador

Samuel, Reis e Cronicas - Nosso Rei

Esdras e Neemias - Nosso Restaurador

Ester - Nosso Advogado

Jó - Nosso Redentor que vive

Salmos - Nosso Socorro e Alegria

Provérbios - Sabedoria de Deus

Eclesiaste - O Alvo Verdadeiro

Cantares de Salomão - O Amado da nossa alma

Isaías - O Messias que há de vir

Jeremias e Lamentações - O Renovo da Justiça

Ezequiel - O Filho do homem

Daniel - A Pedra que esmiúça

Oséias - Aquele que orienta o desviado

Joel - O Restaurador

Amós - Divino Lavrador

Obadias - O nosso salvador

Jonas - A nossa Ressurreição e Vida

Miquéias - A Testemunha contra as nações rebeldes

Naum - A Fortaleza no dia da angústia

Habacuque - O Deus da nossa salvação

Sofonias - O Senhor Zeloso

Ageu - O Desejado de todas as nações

Zacarias - O Renovo da Justiça

Malaquias - O Sol da Justiça

Mateus - O Messias Prometido

Marco - O Servo de Deus

Lucas - O Filho do Homem

João - O Filho de Deus

Atos - O Senhor Redivivo

Romanos - O Senhor Nossa Justiça

1 Corintios - O Senhor Nosso

2 Corintios - A nossa Suficiência

Gálatas - O nosso Libertador do jugo da lei

Efésios - O nosso Tudo em todos

Filipenses - A nossa Alegria

Colosenses - A nossa Vida

1 Tessalonicenses - Aquele que há de vir

2 Tessalonicenses - O Senhor que vai voltar

1 Timóteo - O nosso Mestre

2 Timóteo - O nosso Exemplo

Tito - O nosso Modelo

Filemon - O nosso Senhor e Mestre

Hebreus - O nosso Intercessor junto ao trono de Deus

Tiago - O nosso Modelo singular

1 Pedro - A Preciosa Pedra Angular da nossa fé

2 Pedro - A nossa Força

1 João - A nossa Vida

2 João - A nossa Verdade

2 João - O nosso Caminho

Judas - O nosso Protetor

Apocalipse - O nosso Rei Triunfante



O NOME DE JESUS


No Antigo Testamento, Josué era chamado de Oshea ben Num, isto é, “Oséias, filho de Num” (Nm 13.8; Dt 32.44). Oshea significa “salvação”. Moisés mudou esse nome para Yehoshua ben Num, que significa: “Josué, filho de Num” (Nm 13.16). Em hebraico, Yehoshua (ou Yahushua), por conseguinte, corresponde ao nome Josué, em língua portuguesa, que significa: “YHWH é salvação”. Em outros países Yeshua é usado principalmente pelos judeu-messiânicos.

O nome Jesus é uma transliteração do grego para o latim e por fim o português. Neste caso, Yeshua que significa Salvador, o idioma grego não existe o fonema “sh”. Este método adotou o fonema “s” modificado a grafia para “Yesua”. O sufixo “a” no grego é feminino para o masculino é “ous”. A sua definição então fica como “Yesous”. Aqui temos uma transliteração do hebraico para o grego. No latim o sufixo é “us” e não “ous”, mudando para expressão “Yesou”. Aqui temos a transliteração do Grego para o latim. Em algumas línguas Latinas a pronúncia da semivogal “Y” é feita no som da letra “J”. Por exemplo, (“Yo” se diz Jô). Devida alteração fonética mudou-se também a grafia “Iesus” passou a ser “Jesus”. Aqui temos a transliteração do Latim para o português e demais línguas.

Como surgiu o nome de Jesus, em português? Como se sabe, Iesous é a forma grega do aludido termo hebraico Yehoshua. Quanto ao vocábulo Jesus, trata-se da forma portuguesa do grego Iesous. Ou seja, o Senhor Jesus é chamado de Iesous no Novo Testamento porque este foi escrito em grego, e não em hebraico. E isso quer dizer que os termos Yehoshua, Iesous e Jesus significam exatamente a mesma coisa!

A Septuaginta (tradução grega do VT) usou o nome Iesus para Yehoshua; Portanto Iesus é a forma grega do nome Yehoshua.

Depois do cativeiro de Babilônia, o nome Yehoshua era conhecido por Yeshua. Em Neemias 8.17 Josué era chamado Yeshua ben Num.

Yeshua é o nome hebraico para Jesus, até hoje em Israel. Isso pode ser comprovado em qualquer exemplar do Novo Testamento hebraico.

É verdade que nome não se traduz, mas se translitera conforme a índole de cada língua.
O nome hebraico Yeshua (ישוע/ יֵשׁוּעַ) é uma forma alternativa de Yehoshua, Josué, e é o nome completo de Jesus (transliterado ao grego Yeshua fica: Ιησου'α, “Iesua”/”Ieshua” [também Ιησου'ς, “Iesu”/ “Ieshu”/ “Iesus”]; Yehoshua [יהושוע/ יְהוֹשֻׁעַ‎] fica: Γεχοσούαχ).


Nestes últimos dias, alguns heréticos tem ensinado que o nome Jesus em hebraico significa “CABEÇA DE CAVALO” ou “DEUS-CAVALO” (hebraico Ye = Deus e Sus = cavalo. Assim, o significado do nome Jesus em hebraico seria: “Deus é cavalo” ou simplesmente “Deus Cavalo”, referência a uma divindade pagã. Porém o nome hebraico Yeshua (ישוע/ יֵשׁוּעַ), escreve com a letra SHI ש, e Iesus é uma palavra grega e na separação silábica é Ie-sus. Então SUS está no grego e não no hebraico. Mas no grego sus é escrito com a letra sigma ou Σ (minúscula inicial ou medial σ, minúscula final ς) é a décima oitava letra do alfabeto grego e que corresponde, no alfabeto ocidental, ao S. Entretanto estas pessoas vão buscar a sua etimologia na língua hebraica e por isso acabam chegando à conclusão que significa “DEUS CAVALO”. Mas estes heréticos usam SUS no hebraico que significa CAVALO, porém SUS é escrito com a letra S no português e SAMEK no hebraico. Portanto existe uma grande diferença na escrita entre as duas palavras: DEUS-CAVALO (hebraico Ye = Deus e Sus = cavalo) e Jesus o nome hebraico Yeshua escrito com a letra chi [ש] e não SAMEK [ס].

Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ANDAR COM JESUS

At 4.13 “Ao verem a intrepidez de Pedro e João sabendo que eram homens iletrados e incultos, admirarem-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus”.

Pedro e João eram dois pescadores que Jesus escolheu para Seus discípulos. Eram homens iletrados leigos, em comparação aos doutores da Lei da época.

O homem pode ser iletrado, mas quando ele tem um encontro com o Senhor Jesus e anda com Ele acontecem coisas tremendas na sua vida.

Quero te fazer uma pergunta: Com que tu andas: Há um ditado popular que diz: “Me diz com quem tu andas e te direi quem és”.

Uma companhia pode ser boa, como também pode ser má. O cristão deve saber escolher seus amigos e companheiros para ter uma vida salutar. Mas a melhor companhia nesta vida é andar com Jesus.

Mas quais as características de um homem poder andar com Jesus?

I. APRENDEMOS A HUMILDADE
Mt 11.28 Jesus diz: “Tomai sobre vós o meu jogo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”. 1ª Pe 5.5b “Porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”.
* A humildade deve estar dentro do coração

1. São olhadas por Deus: Sl 138.6 “Ainda que o Senhor é excelso, atenta para a humildade; mas ao soberbo conhece-o de longe”. Is 66.2 diz o Senhor: “É para este que olharei: para o humilde e contrito de espírito, o que trema da minha palavra”.

2. São ouvidas por Deus: Sl 9.12 diz o salmista Davi “...e lembra-se dele, não se esquece do clamor dos aflitos”.

3. Estão na presença de Deus: Is 61.1 “O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos: enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar a liberdade aos cativos e abertura da prisão aos presos”.

4. São bem-aventurados: Mt 5.3 “Bem-aventurados os pobres de Espírito, porque deles é o reino dos céus”. Pv 16.19 “Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o desposo com os soberbos”.

5. São exaltados por Deus: Mt 18.4 “Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino de Deus. Porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. Tg 4.6 “Deus resiste aos soberbos...”

6. São grandes no Reino de Deus: Mt 18.4 “Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, este é o maior no reino de Deus”.

7. São honrados: Pv 29.23 “A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra”.

8. São sábios: Pv 11.2 “Vindo à soberba, virá também afronta; mas com os humildes está a sabedoria”.

9. Fazem parte do povo de Deus: Sf 3.12 “Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre, e eles confiarão no nome do Senhor”.

II. ELE TRANSFORMA SUA VIDA
Pedro era bravo, cortou a orelha do filho do sacerdote; Negou Jesus por três vezes, mas no dia do pentecostes em At 2, diz que todos foram cheio do Espírito Santo e como um vento veemente impetuoso e como línguas repartidas de fogo desceram sobre cada um deles. A vida deles foram transformadas e todos falavam novas línguas. Na primeira pregação de Pedro se converteram quase três mil almas ao Senhor. Isto é andar com Jesus.

III. RECEBE PODER
At 1.8 “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.

IV. TEM QUE NEGAR A SI MESMO
Mt 16.24 “Então, disse a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue, tome a sua cruz e siga-me”. Lc 9.23 “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome sua cruz e siga-me”.

V. SOMOS ILUMINADOS POR JESUS
Jo 8.12 Jesus diz: “Eu sou a luz do mundo quem me segue não andaras em trevas, pelo contrário, terás a luz da vida”.

Jesus é a luz a força, e quem estiver com está ligado nele e tem a iluminação Dele.
Em Mt 5.14 Jesus diz: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”.

Fl 2.15 Paulo diz: “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo”.

VI. ELE NOS CAPACITA
Mt 11.29 Jesus diz: “Tomai sobre vós o meu jogo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”.

1ª Pe 3.18 “Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno”.

VII. SOMOS IMORTALIZADOS
Teu nome está escrito no livro da vida.

Jo 6.47, 54 “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna”.
54 “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. Jo 8.51 “Em verdade em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente”.
Jo 11.25, 26 Disse lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida,. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E tudo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês tu isto?

É glorioso e muito maravilhoso andar com Cristo. Apreendemos a humildade, Ele transforma nossa vida numa nova criatura. Precisamos negamos a si mesmo, para andar com Cristo. Somos iluminados, recebemos capacitação, recebemos poder e somos imortalizados, ou seja, vamos receber a vida eterna.

Pr. Elias Ribas

pr.eliasribas2013@gmail.com

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

CRISTO, SACERDOTE ETERNO E PERFEITO

Hebreus 7.1-3,11,12,24-27: 1 Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; 2 a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz; 3 sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. 11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei) que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? 12 Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. 24 Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. 25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. 26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus, 27 que não necessitasse, como sumos sacerdotes, de oferecer a cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados, e depois, pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.

São poucas, mas profundas as informações da Epístola sobre Melquisedeque, as quais fazem deste uma personagem enigmática, de difícil compreensão quanto à sua origem, desenvolvimento e consumação de sua obra. Cristo Jesus, ao contrário, sendo Deus, revelou-se de tal forma à humanidade, que dEle se pode conhecer o que Deus quis revelar, tornando-se nosso sacerdote eterno, perfeito e imaculado.

I. QUEM ERA MELQUISEDEQUE

A Bíblia não provê detalhes sobre a pessoa de Melquisedeque; daí haver muitas especulações a seu respeito.

1. Era rei de Salém. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho...”.
(Gn 14.18a; Hb 7.1); “e este era sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18). Esta é a primeira referência bíblica a Melquisedeque. Ele aparece nas páginas do Antigo Testamento, quando foi ao encontro de Abraão, após este haver derrotado Quedorlaormer, rei de Elão, e seus aliados. Salém veio a ser Jerusalém após a ocupação da terra prometida por Deus a Abraão e seus descendentes (Gn 14.18;
Js 18.28; Jz 19.10). Rei de Salém quer dizer “rei de paz” (v. 2b).

2. Era sacerdote do Deus Altíssimo. “...e este era sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18b; Hb 7.1). As funções de rei e sacerdote conferiam-lhe grande dignidade perante os que o conheciam. Estas duas funções são relembradas em Hb 7.1: “Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo...”.

3. Era de uma ordem sacerdotal diferente. Estudiosos da Bíblia supõem que Melquisedeque pertencia a uma dinastia de reis-sacerdotes, que tiveram conhecimento do Deus Altíssimo pela tradição oral inspirada, transmitida desde o princípio, quando a religião era única e monoteísta e que conservava a esperança do Redentor da raça humana, conforme Gn 3.15. Ele não pertencia à linhagem sacerdotal arônica, proveniente da tribo de Levi.

4. Recebeu dízimos de Abraão (Hb 7.2). Isto nos mostra que a instituição do dízimo remontava ao período bem anterior à Lei. Esse fato indica “quão grande” era Melquisedeque (v. 4). Ele abençoou Abraão, como detentor das promessas (v.v. 5,6).

5. Era rei de justiça (v. 2). Como um tipo de Cristo, Melquisedeque tinha as qualidades de um rei justo e fiel.

6. Sem genealogia (v. 3). O texto afirma ter sido Melquisedeque “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida...”. O que o sacro escritor quer dizer é que não ficou registrada sua ascendência e sua descendência, bem como os dados referentes a sua morte. Pelo contexto, entende-se que ele era um homem com características especiais diante de Deus.

II. A MUDANÇA DO SACERDÓCIO E DA LEI

1. O novo e perfeito sacerdócio (v. 11b). O sacerdócio levítico era imperfeito (v. 11a). Nele, os sacrifícios, as ofertas, o culto e a liturgia, eram apenas sombra do verdadeiro sacerdócio, que veio por Cristo. O sacerdócio de Cristo, não da ordem de Arão ou de Levi, mas “segundo a ordem de Melquisedeque”, trouxe a perfeição no relacionamento do homem com Deus.
O primeiro sacerdócio, com suas imperfeições, não era capaz de salvar, mas Cristo como Sumo Sacerdote, mediante o seu próprio sangue deu-nos acesso a Deus, garantindo-nos a salvação plena.

2. Mudança da lei (v. 12). “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei”. Com Cristo, de fato, houve uma mudança não só do sacerdócio, mas também da lei. Antes, era a lei da justiça, a lei das obras. Com Cristo, veio a lei da graça, a lei do amor.

3. A lei era ineficaz. “O precedente mandamento”, ou seja, a antiga lei, foi “ab-rogado por causa de sua fraqueza e inutilidade” (v. 18). Ab-rogar quer dizer anular, cessar, perder o efeito, revogar. Foi o que aconteceu quando Cristo trouxe o evangelho, abrogando a antiga lei, a Antiga Aliança.

III. O SACERDÓCIO PERPÉTUO E PERFEITO DE CRISTO

1. Jesus trouxe salvação perfeita (v. 25). Os sacerdotes do antigo pacto pereceram (v. 23). O sacerdócio arônico foi constituído por centenas de sacerdotes, que se sucediam constantemente, visto que “pela morte foram impedidos de permanecer”. Os sacerdotes arônicos apenas intercediam pelos homens a Deus, mas não os salvavam. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, não só “vive sempre para interceder” por nós, como nos assegurou uma perfeita salvação por seu intermédio (v. 25; Rm 8.34). Jesus garante salvação plena (Jo 5.24), sem depender de um suposto purgatório ou de uma hipotética reencarnação.

2. Jesus, sacerdote perfeito (v. 26). A Palavra de Deus indica aqui as qualificações de Cristo, que o diferenciam de qualquer sacerdote do antigo pacto. “Porque nos convinha tal sumo sacerdote”:

A. Santo. O sacerdote do Antigo Testamento teria que ser santo, separado, consagrado. Até suas vestes eram santas (Êx 28.2,4; 29.29). contudo, eram homens falhos, imperfeitos, sujeitos ao pecado. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, era e é santo no sentido pleno da palavra.

B. Inocente. Porque nunca pecou, Jesus não tinha qualquer culpa. Ele desafiava seus adversários a acusá-lo (Jo 8.46).

C. Imaculado. O cordeiro, na antiga Lei, tinha que ser sem mancha (Lv 9.3; 23.12; Nm 6.14). Jesus, como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29), não tinha qualquer mancha moral ou espiritual.

D. Separado dos pecados. Jesus viveu entre os homens, comeu com eles, inclusive na casa de pessoa de baixa reputação, como Zaqueu, mas foi “separado dos pecadores”. Ele não se misturou, nem se deixou influenciar pelo comportamento dos homens maus.

E. Feito mais sublime do que os céus. Tal expressão fala da exaltação de Cristo, como dele está predito na Bíblia: “Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus” (Rm 14.11).

F. Ofereceu-se a si mesmo, uma só vez (v. 27). Os sumos sacerdotes do Antigo Testamento necessitavam de oferecer sacrifícios, muitas vezes, primeiro por eles próprios e, depois, pelo povo. Mas Jesus, por ser imaculado, sem pecado, não precisou fazer isso por si. Tão-somente ofereceu-se num sacrifício perfeito, uma vez, pelos pecadores.

Nesta lição verificamos que, em todos os aspectos o sacerdócio de cristo, proveniente da ordem de melquisedeque, é superior ao sacerdócio arônico. Com isto, devemos ser gratos a deus por fazermos parte de sua linhagem espiritual.

Pr. Elias Ribas

sábado, 14 de dezembro de 2013

CRISTO, SUMO SACERDOTE SUPERIOR A ARÃO


Hebreus 5.1-10: – Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados, 2 – e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza. 3 – E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados. 4 – E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão. 5 – Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. 6 – Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. 7 – O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. 8 – Ainda que era filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. 9 – E, sendo Ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem. 10 – chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.

Os sumos sacerdotes do Antigo Testamento, apesar de serem santos, eram limitados e imperfeitos. Arão, por exemplo, ainda que grandemente honrado ao ser separado para o ofício de sumo sacerdote, cometeu uma falha indecorosa: levantou um ídolo em forma de bezerro de ouro e levou o povo a pecar.
Mas Cristo, nosso Sumo Sacerdote, é superior a Arão, não somente por sua infalibilidade e perfeição, mas porque cumpriu cabalmente o plano divino de redenção de toda a humanidade.

I. O SUMO SACERDOTE DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Características básicas (v. 2).

A.“Tomado dentre os homens”. O sumo sacerdote na Antiga Aliança era uma pessoa comum que, apesar de separada por Deus, levava para o sacerdócio suas virtudes e defeitos. Ele não era tomado dentre anjos ou espíritos, mas “dentre os homens”. E essa é uma característica muito importante.


B. “Constituído a favor dos homens”. O sumo sacerdote não era eleito pelos seus pares, nem pelo povo em geral. Sua investidura no cargo era por nomeação direta da parte de Deus. Hoje, há diversas formas utilizadas na escolha e consagração de um pastor, porém, acima de tudo é indispensável que o pastor seja constituído por Deus.


C. “Nas coisas concernentes a Deus”. O sacerdote falava e agia em nome de Deus, no que concernia à sua expressa vontade. Por outro lado, ouvia os homens e intercedia por eles diante do Altíssimo. Em tudo, a missão sacerdotal era cuidar dos interesses de Deus em relação ao povo e os do povo em relação a Deus. Era um mediador, um representante do Eterno.

2. Funções primordiais. De modo geral as principais funções do sumo sacerdote eram ensinar a lei de Deus e interceder pelo povo.

A. “Oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (v. 1b). Na Antiga Aliança os oferentes não podiam dirigir-se diretamente a Deus. Traziam suas dádivas e ofertas e as apresentavam ao sacerdote. Segundo estudiosos do Antigo Testamento, os dons eram ofertas de cereais e os sacrifícios eram “ofertas de sangue”. No Novo Testamento, Jesus, nosso Sumo Sacerdote quanto a nossa salvação, é tanto o oferente como a própria oferta vicária: “ofereceu-se a si mesmo [por nós] a Deus”.

B. “Compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados” (v. 2). O sumo sacerdote deveria ter simpatia, ou seja, capacidade para compartir as alegrias ou as tristezas das pessoas que lhe procuravam e, ao mesmo tempo, ter empatia, capacidade para se colocar na situação do outro. Só quem tem essas qualidades pode de fato ser um intercessor. Da mesma forma devem proceder os obreiros do Senhor no trato com os que erram por ignorância ou por fraqueza.

II. DIFERENÇA FUNDAMENTAL ENTRE CRISTO E ARÃO

1. Jesus, sacerdote perfeito. A Lei previa a possibilidade de erro ou pecado por parte dos sacerdotes (v. 3; Lv 4.3). O próprio sumo sacerdote Arão tinha a orientação de Deus para oferecer sacrifícios não só pelo povo (Lv 16.15ss), mas por si próprio (Lv 16.11-14). Enquanto o sumo sacerdote do Antigo Testamento estava sujeito a pecar, Jesus nunca pecou. Ele é perfeito. Satisfez todas as condições para o perfeito sacerdócio. Foi ungido como Rei, como Filho (1º Sm 2.6,7); e Sacerdote Eterno (Sl 110.4); foi enviado por Deus (Jo 5.30); veio em nome do Pai (Jo 4.43), Jesus não se glorificou a si mesmo para fazer-se sumo sacerdote (v. 6). Diante de todas essas qualificações, o Mestre nunca ofereceu sacrifícios por si próprio. Ele deu-se a si mesmo por nossos pecados (Gl 1.4).


2. Sacerdote eterno (v. 6). O escritor aos hebreus faz referência a dois textos bíblicos no livro de Salmos para demonstrar o caráter especial do sacerdócio de Cristo: um sacerdócio que não tem fim: “Tu és meu filho; hoje te gerei” (Sl 2.7); e “Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4).



III. A MISSÃO TERRENA DE JESUS


1. “Nos dias de sua carne” (v. 1). É uma referência direta à vida humana de Jesus. O escritor já houvera acentuado esse aspecto no cap. 2.14-17. Aqui, mais uma vez, ele demonstra que o nosso Sumo Sacerdote, mesmo provindo de uma linhagem especial, encarnou-se, tomando a forma de homem, como vemos no Evangelho de João (1.14): “E o verbo se fez carne...”. O Verbo refere-se a Jesus Cristo (cf. Ap 19.13).
Os gnósticos ensinavam que o corpo é intrinsecamente mau. Mas Jesus, o Verbo divino, provou o contrário. Ele se fez carne, “e habitou entre nós”, tornando-se homem completo, pleno, perfeito. E não apenas se fez carne, mas tomou a “forma de servo” (Fp 2.7); na semelhança da “carne do pecado” (Rm 8.3), suportou a “paixão da morte” (Hb 2.9).

2. Clamor, lágrimas, orações e súplicas (v. 7). A Escritura diz que Jesus clamou a Deus, com “lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte”. No Evangelho segundo João 11.35 está escrito que Jesus chorou, mas aquela não foi a única vez, como atesta o v. 7. É por isso que Jesus entende de lágrimas e, um dia, como Deus, enxugará dos olhos toda a lágrima (Ap 7.17. 21.4).

3. Aprendeu a obediência (v. 8). Haverá prova mais autêntica da humanidade de Jesus? “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.8). Ele, sendo divino, obedeceu a Deus. A mente humana é, por vezes, levada a indagar: “Afinal, se Ele era Deus, porque deveria obediência a alguém?”. Esse é um mistério que só a fé pode aceitar.
Jesus como ser humano teve um desenvolvimento humano normal: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52). Como Filho de Deus, Ele obedeceu ao Pai.

4. “Por aquilo que padeceu” (v. 8b). A prova suprema da obediência de Cristo foi a sua paixão e morte. O Diabo tudo fez para que Jesus não executasse o plano da salvação. Na tentação no deserto, seu objetivo era que o Senhor obedecesse suas sugestões (Mt 4.1-11); na crucificação, o inimigo usou alguém para lhe sugerir que “provasse” que Ele era o Filho de Deus, descendo da cruz (Mt 27.40).

5. Trouxe eterna salvação (v. 9). “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem”. (grifo nosso) Jesus declarou ao Pai: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo 17.4). Na cruz, no momento supremo de seu sacrifício em favor dos pecadores, Ele exclamou: “Está consumado...” (Jo 19.30).

Nesse aspecto, é oportuno lembrar que alguns teólogos, baseados no versículo em foco e em outras referências, pregam a doutrina da predestinação absoluta, resumida na sentença “uma vez salvo, para sempre salvo”. Entretanto, o versículo mostra inequivocamente que a salvação não é eterna a priori, mas sim condicional. Ela é eterna para “todos os que lhe obedecem”. Desse modo, exclusivamente é salvo quem crê e segue a Cristo em obediência.


6. Chamado por Deus (v. 10). Jesus pertenceu a uma ordem sacerdotal singular, diferente da de Arão. Nisto, vemos mais uma importante distinção entre o sacerdócio de Cristo e o sacerdócio arônico. Jesus, como diz o v. 10, foi “chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” (v. 10).


Como podemos constatar no capítulo cinco de Hebreus, o texto revela com clareza meridiana a superioridade do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão. Outro ponto importante diz respeito a humanidade de Cristo: o escritor assevera que Jesus foi humano o suficiente para buscar a Deus, o Pai, em oração, súplicas e lágrimas, sendo obediente como Filho. Trata-se de um exemplo inigualável e uma lição incomparável para nós, mortais, que, às vezes somos relapsos em fazer a vontade do Senhor, em obediência irrestrita.

Pr. Elias Ribas

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

CRISTO, SUPERIOR A MOISÉS

Hebreus 3.1-8,12,14. 1 – Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, 2 – sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. 3 – Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. 4 – Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. 5 – E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; 6 – Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão-somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim. 7 – Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz. 8 – Não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto. 12 – Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mal e infiel, para se apartar do Deus vivo. 14 – Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até o fim.

O escritor aos hebreus exorta-nos a considerar Jesus Cristo como “Sumo Sacerdote da nossa confissão”. Os israelitas tinham grande respeito aos profetas e sacerdotes da antiga aliança, destacando-se entre eles Moisés e Arão. Na Nova Aliança, Jesus é superior a todos eles, pois encarnou-se tomando a forma humana, ou seja, tornou-se o Emanuel, “Deus entre nós”, concedendo a gloriosa e eterna salvação para todos os que nEle crêem.

I. CONVOCAÇÃO DOS SANTOS À ADORAÇÃO A CRISTO (v. 1)

1. “Irmãos santos”. A palavra santo vem do latim, sanctu, que, originalmente, quer dizer aquele ou aquilo que “era estabelecido segundo a lei”, passando depois a significar aquele ou aquilo “que se tornou sagrado”. No Antigo Testamento, a palavra hebraica para santo é qodesh e seus derivados, que significam santo, santificado, santificar, separar, pôr à parte. No Novo Testamento, a palavra “santo”, no grego hagios, tem sentido semelhante ao da língua hebraica; santos, segundo o ensino bíblico, são somente aqueles que têm comunhão com Deus e com seu Filho, Jesus. Estes são convocados para adorarem a Cristo, separados do mundo.

2. “Participantes da vocação celestial”. Os santos que vivem aqui na terra não são apenas os mártires, ou os que fizeram algum milagre, como ensina o Catolicismo. Os santos são pessoas de carne e osso, “participantes da vocação celestial”, por aceitarem a Cristo como seu Salvador ao ouvirem o seu convite através do evangelho.

3. Cristo, Apóstolo e Sumo Sacerdote. Os santos são convocados para considerar “Jesus, apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão”. Ele foi, de fato, o Apóstolo por excelência. Jesus foi enviado por Deus ao mundo, “não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3.17).
No Antigo Testamento, os sacerdotes intercediam pelo povo, tendo que oferecer, por todos os pecadores, sacrifícios com sangue de animais, que apenas encobriam o pecado. Na Nova Aliança, Jesus é o Sumo Sacerdote perfeito, pois ofereceu o seu próprio sangue para nos salvar e nos apresentar a Deus com a nossa confissão.

II. MAIOR GLÓRIA DO QUE MOISÉS

1. Moisés, fiel como servo (v. 5). Moisés foi fiel em sua casa, como acentua o escritor, na condição de servo, sendo o mensageiro que testemunhou das “coisas que haviam de vir”. Ele foi o porta-voz de Deus ao receber as tábuas da Lei no Sinai, transmitindo, com fidelidade, a palavra que de Deus ouviu no monte. Ele nada alterou do que recebeu do Senhor. Foi servo em sua casa, no âmbito do que lhe foi confiado, e desincumbiu-se muito bem de sua tarefa na “casa” de Deus. Por isso, foi considerado um modelo entre os homens (cf. Jr 15.1).

2. Jesus, fiel sobre sua própria casa (v. 6). Jesus foi superior a Moisés. Ele foi servo. Aquele é o Filho, o Sumo Sacerdote constituído por Deus, posição que não foi confiada a mais ninguém. Moisés, mesmo sendo fiel como homem, não foi perfeito. Falhou em algum momento. No episódio em que Deus mandou que ele falasse à rocha pela segunda vez, descontrolou-se emocionalmente e feriu-a, ao invés de falar (Nm 20.11). Jesus, no entanto, nunca falhou. “Em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15).

3. A casa, somos nós (v. 6). Em nossa imperfeição, como poderíamos ser chamados “casa” de Cristo para que Ele, nessa “casa”, fosse sumo sacerdote? Só a graça de Deus pode explicar. A condição para que sejamos “casa” do Senhor, é que tão-somente conservemos “firme a confiança e a glória da esperança, até o fim”. O apóstolo Paulo teve de Deus revelação semelhante. Na primeira Epístola aos 1ª Coríntios 6.19-20, lemos: “OU não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. Diante disso, é grande a nossa responsabilidade para com essa “casa”, em que, ao mesmo tempo, habitam Cristo, nosso Sumo Sacerdote, e o Espírito Santo, nosso intercessor, que nos tem como seu templo.

III. ADVERTÊNCIA QUANTO AO ENDURECIMENTO CONTRA DEUS

1. Ouvindo a voz do Espírito. A advertência é grave e solene: “Portanto, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto...”
(vv. 7,8). Citando o Salmo 95.8-11 o escritor admoesta os destinatários da carta valendo-se de fatos constrangedores, relativos ao povo de Israel. Na advertência, o Espírito Santo os lembra para não fazerem como seus pais, que provocaram a Deus no deserto com graves atitudes: 1) Tentaram a Deus; 2) Provaram a Deus, mesmo tendo visto suas obras por 40 anos (v. 9; Êx 15.22-25; 17.1-7). Esse aviso quanto a ouvir o Espírito Santo é significativo e oportuno para nós em nosso tempo, pois há crentes tão insensíveis, em todos os sentidos, que suas consciências já se encontram irremediavelmente cauterizadas (cf. 1ª Tm 4.2).

2. Não endurecer o coração (v. 8). O povo israelita, não obstante presenciar as maravilhas do poder miraculoso de Deus no deserto, a começar pela passagem do Mar Vermelho, rebelou-se contra o Senhor. Em conseqüência, Deus se indignou. Manifestou a sua ira e decretou seu juízo: “Não entrarão no repouso de Deus”. Daquela geração rebelde, todos os que tinham mais de 20 anos não entraram na Terra Prometida. O endurecimento do coração é um obstáculo para o recebimento da benção de Deus.

3. Um coração mau e infiel (v. 12). Outra advertência é dada pelo Espírito Santo através do escritor da Epístola aos Hebreus, para que neles não houvesse “um coração mau e infiel”, que viesse afastá-los “do Deus vivo”. O verbo afastar, no texto, é apostenal (gr.), palavra que dá origem ao termo apostasia. No versículo seguinte vem um conselho divino: “Antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (v. 13). Muitos, por falta de orientação e advertência (exortação), endurecem o coração para Deus, desviam-se e até negam a fé, aceitando falsas doutrinas e envolvendo-se em práticas extra-bíblicas, semelhantes às do espiritismo, incluindo “regressão espiritual” e outras invencionices.

4. Como nos tornamos participantes de Cristo (v. 14). O escritor nos mostra como nos tornamos participantes de Cristo: “Se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até o fim”. Essa afirmação é corroborada pelo que Jesus asseverou: “...mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10.22). “Até o fim...”. O homem só alcança a salvação plena quando aceita a Cristo como Salvador e permanece em santidade, até a “redenção do nosso corpo” (Rm 8.23b). Se por um lado é difícil iniciar a carreira cristã, mais difícil ainda é continuar e terminá-la. Porém, todas as promessas futuras na eternidade estão reservadas para os vencedores, os que completam a carreira, como diz o apóstolo Paulo (2ª Tm 4.7).

A superioridade de Cristo em relação a Moisés é incontestável. Moisés era homem imperfeito e falho, mesmo tendo de Deus uma missão tão grande. Jesus, nosso salvador, mesmo na condição humana, em face de sua missão salvífica, “em tudo foi tentado, mas sem pecado”. Nós, cristãos, precisamos honrar a Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote da nossa confissão.

Pr. Elias Ribas




sexta-feira, 29 de novembro de 2013

CRISTO, SUPERIOR AOS ANJOS



Hebreus 1.4-14; 2.1-3 4 – Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. 5 – Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho? 6 – E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. 7 – E, quanto aos anjos, diz: O que de seus anjos faz ventos e de seus ministros, labareda de fogo. 8 – Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino. 9 – Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu como óleo da alegria, mais do que a teus companheiros. 10 – E: Tu, Senhor, no princípio, fundaste a terra, e os céus são obras de tuas mãos; 11 – eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, 12 – e, como um manto, os enrolarás, e, como uma veste, se mudarão; mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão. 13 – E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? 14 – Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?

Hebreus 2.1-3 1 – Portanto, convém-nos atentar, com mais diligencia, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas. 2 – Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, 3 – como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram”.

Introdução: Na Antiga Aliança, os anjos eram muito considerados. Na epístola aos Hebreus, o escritor ressalta, de modo enfático, a superioridade de Cristo em relação aos seres angelicais e, ao mesmo tempo, afirma que Ele, ao se encarnar, fez-se “um pouco menor que os anjos” (Hb 2.9). Nesta lição, estudaremos alguns aspectos importantes dessa superioridade, entendendo esse paradoxo numa análise exegética simples.

I. MAIS EXCELENTE EM SUA NATUREZA E NO SEU NOME

1. Os anjos na Bíblia. Os anjos tiveram papel muito importante entre o povo de Deus no Antigo Testamento. (Ver Gn 19.1,15; 28.12; Êx 3.2; 23.20; Sl 103.20). No Novo, não foi diferente. Um anjo apareceu a José, revelando o nascimento sobrenatural de Jesus (Mt 1.20); um anjo removeu a pedra do sepulcro de Jesus, após sua ressurreição (Mt 28.2). Hoje, há uma verdadeira idolatria em torno desses seres celestiais. A Bíblia adverte: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos” (Cl 2.18).
Outras referências demonstram claramente a ação dos anjos, não só em favor de Israel, mas de todos os servos de Deus, em todo o mundo (cf. Sl 34.7).

2. A natureza dos anjos (vv. 7.14). O texto bíblico nos revela alguns aspectos relativos à natureza dos anjos. No v. 7, lemos que Deus “de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labaredas de fogo”. É uma citação de Salmos 104.4. Eles são ministros usados por Deus segundo a sua vontade, submissos a cada convocação sua, portanto, ficam muito aquém da natureza e das funções do Filho de Deus. Por maiores que sejam os anjos, em comparação com Cristo são apenas bafos de ventos e fagulhas de fogo. Eles são criaturas. Jesus é Criador, inclusive dos anjos (ver Jo 1.3). No v. 14, os anjos são chamados “espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”.

II. A Superioridade de Jesus em Relação aos Anjos

1. Declarado Filho de Deus, gerado pelo Pai. No v.5, o escritor indaga: “a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?”. Estas perguntas trazem em seu bojo a afirmativa de que Cristo é superior aos anjos, por ter sido gerado pelo Pai. Ver também Rm 1.4. O escritor sacro reporta-se a Salmos 7.2, que diz: “Recitarei o decreto: O SENHOR me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei”. Essa questão é realmente difícil de entender. Sendo Deus, em que sentido Jesus poderia ser gerado? A resposta está no grandioso milagre e ministério da sua encarnação, incompreensível à mente humana, que só entende um pouco das coisas terrenas.

2. O Filho pela ressurreição. O escritor Lucas, no Livro de Atos, declara: “E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Meu filho és tu; hoje te gerei” (At 13.32-33). Sem ter deixado jamais de ser Deus, Jesus foi apresentado ao mundo publicamente, como Filho de Deus, na ressurreição. Veja o que Paulo diz: “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos – Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 1.4). De fato, se Jesus tivesse feito milagres, mas não houvesse ressuscitado, ninguém poderia crer que fosse o divino Filho de Deus (Ver Mt 3.17; 17.5; Rm 1.4). Seria como Buda, Maomé, Chrisna, etc.

3. O Filho deve ser adorado pelos anjos (v. 6). “E quando outra vez introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem”; “...por isso lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei mais elevado do que os reis da terra” (Sl 89.26, 27).

4. Jesus está à direita de Deus (v. 13). Esta é a posição de honra, dada somente a Cristo, e a ninguém mais: “E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés?”. Estevão, quando estava sendo martirizado, contemplou Jesus à direita de Deus (cf. At 7.55).

5. Jesus é Rei, Messias e Criador. No v. 8, lemos: “Mas do Filho diz: ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino”. Aqui o Filho é chamado Deus, como de fato Ele o é, além de ser também Rei, cujo cetro (símbolo da autoridade real) é de retidão. Os anjos não têm poder de reino ou soberania. Nos vv. 9-12, vemos que Jesus é apresentado como o Ungido, o Messias, e, ao mesmo tempo, como Aquele de quem a terra e “os céus são obra” de suas mãos. O v. 13 prossegue exaltando a superioridade de Cristo como o vencedor, pondo seus inimigos debaixo de seus pés.

III. A Grande Salvação em Jesus

1. Advertência contra o desvio (v. 1-3). Depois de apresentar o quadro da superioridade de Cristo em relação aos anjos, o escritor aos Hebreus é levado a advertir os destinatários da carta (e a nós, também), quanto “às coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas”
(v. 1). E explica que, se “a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição”, indaga solenemente: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação...?” (v. 3). Esta salvação, trazida por Jesus Cristo, não foi efetivada por meras palavras, e sim, autenticada por Deus, por meio de “sinais e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo...” (v. 4). Quem se desvia da sua fé em Cristo, corre o risco de perder-se para sempre (v. 3).

2. Jesus, homem, um pouco menor que os anjos (2.7-9). Esse é um aparente paradoxo encontrado na carta aos Hebreus, relacionado à encarnação de Cristo. “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos”. A dedução é simples, Jesus, feito homem, despojou-se voluntariamente de parte de seus atributos, e sujeitou-se a morrer, na cruz, para que “provasse a morte por todos”. Nessa condição, em sua natureza humana, tornou-se “um pouco menor que os anjos”. Se não fosse assim, a sua natureza divina não o permitiria morrer, pois Deus não morre.

IV. Jesus, o Fiel Sumo Sacerdote (2.9-18)

1. Tudo existe em função dEle (v. 10a). Para Jesus são todas as coisas, visto que elas existem por Ele e para Ele (Cl 1.16). E assim é, para que Ele traga “os filhos à glória”, e, pelas aflições, se tornasse “o príncipe da salvação deles” (v. 10b). Os filhos, ou seja, os que o receberam, deu-lhes o poder (o direito) de serem feitos “filhos de Deus” (Jo 1.12), e são chamados por Cristo de “irmãos”
(v. 11). É sublime a declaração de Cristo, em relação aos que são salvos por Ele. No v. 13, Ele diz: “Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus me deu”. Esses são livres do “império da morte, isto é, do Diabo” (v. 14), e da servidão (v. 15).

2. Em tudo, foi semelhante aos irmãos (v. 17). Para poder cumprir sua missão salvadora, Jesus, “em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, e, achado na forma de homem, humilhou-se até à morte, e morte de cruz” (Fp 2.6-8). Assim, “feito um pouco menor que os anjos”, entregou-se a Deus para, como “fiel sumo sacerdote”, expiar os pecados do povo (v. 17).

3. Em tudo foi tentado (v. 18). Em sua condição humana, Jesus, o Filho do Homem, suportou a tentação, “para socorrer aos que são tentados”. Esta é uma afirmação consoladora para nós, os crentes, que durante a caminhada na Terra, somos acossados e ameaçados por várias tentações. Nosso Deus, Jesus, não foi em sua missão um deus alienado dos seus adoradores e fiéis, como prega o deísmo. Pelo contrário, Ele se colocou no meio dos pecadores e, como eles, foi tentado até à cruz para lhes dar vitória sobre as tentações. Na verdade, Ele, “como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15). Glória a Deus, por isso!

A superioridade de cristo em relação aos anjos excede em muito a ideia distorcida, e difundida entre os incrédulos, de que os seres angelicais têm papel místico, a ponto de serem venerados ou mesmo adorados pelos adeptos das falsas doutrinas.

 Pr. Elias Ribas


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

CRISTO, O RESPLENDOR DA GLÓRIA DE DEUS


Hebreus 1.1-6 1 – Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho. 2 – a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. 3 – O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas; 4 – feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. 5 – Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho? 6 – E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.

A epístola aos Hebreus contém alguns enigmas. Não esclarece quem foi seu autor; a quem foi realmente destinada, nem a data em que foi escrita. No primeiro século, os chamados pais da Igreja não esclareceram tais detalhes. Clemente de Alexandria e Orígenes entenderam que Paulo escrevera Hebreus. No Século II, Tertuliano discordava da autoria paulina, e cria que Barnabé era o autor da epístola. Agostinho, de início, julgou que fosse Paulo, mas, depois, afirmou que ela era anônima. Martinho Lutero sugeriu que a carta poderia ter sido escrita por Apolo (At 18.24). Quanto à data, os estudiosos situam-na entre 68 a 70d.C. Com relação aos destinatários da carta, Hebreus deve ter sido inicialmente dirigida a judeus helenistas convertidos ao Cristianismo. O propósito deste comentário não é discutir tais pormenores, pois a resposta só teremos no céu, quando nos encontrarmos com o escritor. É fundamental que nestas lições sobre a Epístola aos Hebreus, vejamos a pessoa de Jesus Cristo como o resplendor da glória de Deus, o Salvador perfeito.

I. DEUS FALOU DE MODO DEFINITIVO

1. A antiga revelação. No versículo primeiro, o escritor assevera que, “antigamente”, Deus falou “muitas vezes, e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas”. Moisés foi um profeta especial. No Salmo 103.7, lemos: “Fez notórios seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel”. Na galeria dos profetas, destacam-se Isaías, que recebeu a revelação do nascimento, vida, ministério, morte e ressurreição do Messias; Jeremias; Ezequiel, Daniel, Joel, Malaquias, e outros foram instrumentos de revelação, não só para Israel, mas para a Igreja e para o mundo. (Ver 1ª Pe 1.12).

2. Deus falou de muitas maneiras (v. 1b). Nas páginas do Antigo Testamento, vemos que Deus não falou de modo uniforme pelos profetas. A uns, como a Moisés, Ele falou direto, “cara a cara”; a outros, como Daniel, falou por sonhos; a Jonas, em voz audível, e por meio do vento, do mar e do peixe. Por esses meios, Deus se revelou de modo progressivo, nas diversas dispensações, até que chegasse “...a posteridade, a quem a promessa tinha sido feita” (Gl 3.19), e a posteridade era Cristo.

3. A última e definitiva revelação. Deus, “a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (v. 1b). Essa afirmação é fundamental para a fé cristã. Primeiro, porque Deus falou. Segundo, porque nos falou “pelo Filho”. A revelação pelos profetas foi divina e progressiva. Eles, com convicção, diziam: “Assim diz o Senhor” (Êx 5.1; Is 7.7; Jr 2.5; Ez 3.11). A revelação pelo Filho, Jesus, é divina e superior, visto ser conclusiva e definitiva. Em Hebreus, vemos a melhor e mais perfeita comunicação do Altíssimo. Ele, nestes “últimos dias”, falou pelo seu próprio Filho, de modo completo, direto e definitivo (cf. Lc 21.33; Mc 13.31). Os ímpios não entenderam esta revelação: os espíritas dizem que o espiritismo é a “terceira revelação”, depois de Moisés e Cristo. Os adeptos da “Nova Era” dizem que virá a “Era de Aquários”, para substituir o Cristianismo. Com esse engodo, o Diabo engana os incrédulos, a fim de que sejam lançados no inferno (cf. Sl 9.17). Jesus é a última e definitiva revelação de Deus aos homens. Ele falou e está falado! “Cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2.20). nós cristãos, precisamos estar seguros, fundamentados na Palavra de Deus, para refutar toda e qualquer doutrina falsa, que apresente qualquer outra revelação divina.

II. O PERFIL MAJESTOSO DE CRISTO


1. HERDEIRO DE TUDO E CRIADOR DO MUNDO. No v.2, lemos que Deus constituiu Jesus como “herdeiro de tudo e Criador do mundo”.

A. Todas as coisas foram feitas por Jesus. No evangelho segundo João (1.1), temos uma declaração profunda da divindade de Cristo, quando lemos: “Todas as coisas foram feitas por ele, e nada do que foi feito sem ele se fez”. Ele foi o agente de Deus na Criação, fazendo vir à luz as coisas criadas pelo poder do Espírito Santo.

B. Todas as coisas foram feitas para Ele. Jesus teve do Pai a outorga para criar todas as coisas, e também para ser o herdeiro de todas as coisas criadas. Paulo, escrevendo aos Colossenses, diz: “Tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1.16). O Diabo usurpou parte da criação, mas, na sua vinda, Jesus tomará posse de tudo o que lhe pertence por direito de criação, de autoria e por direito de herança.

2. CRISTO, O RESPLENDOR DA GLÓRIA DE DEUS (v. 3). Esta é uma revelação da maior transcendência. No Antigo Testamento, Deus manifestou a sua glória, em certas ocasiões, de modo terrível e aterrador. Em alguns momentos, a glória de Deus se manifestou sobre o povo de Israel, deixando-o atordoado. Ezequiel viu a glória de Deus junto ao rio Quebar de modo estranho e terrível. E concluiu, dizendo: “Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso, caí sobre o meu rosto e ouvi a voz de quem falava” (Ez 1.1-28). Tudo isso que o profeta viu foi apenas a “Semelhança da glória do Senhor”. Mas em Cristo, Deus revelou “o esplendor da sua glória”.

3. CRISTO, “A EXPRESSA IMAGEM” DE DEUS (v. 3). Essa revelação, no texto, amplia a visão de Cristo, dada ao escritor. Mostra que Ele não é só o resplendor da glória de Deus, mas tem a mesma natureza, o mesmo caráter. O termo, no grego, para “expressa imagem” ou “a expressa imagem de seu ser” é charakter, que dá ideia de um carimbo, uma gravação, de gravura indelével. Sendo o Filho do Homem quanto à sua condição humana, Cristo apresentou-se ao mesmo tempo com a natureza do Pai, divina, Ele disse: “eu e o Pai somos um” (Jo 10.30).

4. CRISTO SUSTENTA TODAS AS COISAS PELA PALAVRA DO SEU PODER (v. 3). Jesus é o agente da criação de Deus. Sua palavra criadora teve efeito não apenas imediato, mas transformou-se em lei, executada no momento em que, como Deus, Ele disse: “Haja luz”; “haja uma expansão..”; “façamos o homem...” (Gn 1.1-26). O poder da palavra de Deus foi tão grande, que sua eficácia continua por todos os séculos. O salmista diz: “tu coroas o ano da tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura” (Sl 65.11). No Gênesis, lemos: “Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão”.(Gn 8. 22). Devemos agradecer a Deus por todos os dias que despertamos, pois, vendo a luz do sol, sentindo o ar que respiramos, vendo as pessoas à nossa volta, cada animal que nasce, e cada ser humano que vem à luz, constatamos que isso é obra da criação de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo.

5. CRISTO, O SALVADOR, FEZ A PURIFICAÇÃO DOS NOSSOS PECADOS (v. 3). O escritor aos Hebreus recebeu a revelação da obra redentora de Cristo, como aquele que, pelo seu sangue, nos purifica de todo o pecado (cf. I Jo 1.7). As religiões feitas pelos homens e seus líderes não têm esse poder. Pelo contrário, as religiões orientais, como o Budismo, o Hinduísmo e o Islamismo, pregam uma salvação que pretende purgar os pecados, através de reencarnações, dum carma, ou de obras, levando o homem a crer na mentira da salvação efetuada pelo próprio homem. Com Cristo é diferente. Ele é o agente eficaz da salvação, remindo o homem que o aceita como Salvador.

6. ASSENTADO À DIREITA DE DEUS (v. 3). Nos antigos impérios e reinos, o lugar de honra era ao lado do monarca, ou do imperador. A comunicação sobre a posição de Cristo, quando elevado aos céus, evoca essa metáfora. Após sua ascensão, Jesus foi recebido à direita de Deus (Mc 16.19); Estevão viu Jesus à destra de Deus, no momento de seu martírio (At 7.55); (ver ainda Rm 8.34).

Alegremo-nos por não servirmos a um deus qualquer, produto da mente humana, ou da necessidade imanente de se acreditar em algo ou em alguém superior, como os indígenas e outros povos tidos como primitivos. O nosso Deus é o excelso Criador. O nosso Cristo é o Verbo Divino, o Salvador, que, cumprida sua missão, assentou-se “à direita da majestade nas alturas”.

Pr. Elias Ribas