TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 13 de junho de 2013

INSTITUIÇÃO DO SISTEMA SABÁTICO


Os sabatistas ensinam que os homens guardavam o sábado desde os dias de Adão, mas isso contradiz o registro da própria Bíblia.

Embora seja verdade que o sábado se originou no final dos seis dias da criação (Gn 2.1-3), ele foi o descanso de Deus, não do homem. Não há registro em Gênesis de que Deus deu o sábado ao homem. Os santos em Gênesis construíram altares, oravam, ofereciam sacrifícios, e dizimavam, mas a Escritura mantém-se silenciosa em relação à guarda do sábado.

Neemias 9.13-14 diz claramente que o sábado foi dado pela primeira vez a Israel no deserto:

“E sobre o monte Sinai desceste, e dos céus falaste com eles, e deste-lhe juízos retos e leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. E o teu sábado lhes fizeste conhecer; e preceitos, estatutos e lei lhes mandaste pelo ministério de Moises, teu servo” (ACF).

Se Abraão, Isaque e Jacó guardavam o sábado, seus filhos estariam familiarizados com a prática, mas Neemias nos diz que este não foi o caso.

Antes do concerto do Sinai o Criador não instituiu o sábado como dia do Senhor. A única Lei dada pelo Criador ao homem a princípio foi a que está inserida em Gênesis 2.16-17: “E ordenou o Criador ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

Quando o Criador chamou Abraão e lhe anunciou o Evangelho da salvação, o qual viria a ser revelado de maneira mais ampla e clara com a vinda de Jesus, nada lhe comunicou quanto à necessidade de guardar o Sábado, ou a “Lei de Moisés”, como algo necessário para obter a salvação, conforme Paulo escreveu aos Gálatas:
“Ora, tendo a Escritura previsto que o Criador havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti” (Gl 3.8).

 O SÁBADO ERA UM PACTO ENTRE O CRIADOR E OS ISRAELITAS

O livro de Êxodo, diz claramente que o sábado foi um sinal especial entre Deus e Israel. Se o sábado tivesse sido dado a humanidade em geral após a criação, ele não poderia ter sido um sinal exclusivo para Israel. O fato é que o sábado pertence à nação de Israel e não a qualquer outro povo. Também é importante notar que o sábado será uma eterna possessão de Israel.

“Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica. Portanto, guardareis o sábado, porque é santo para vós outros; aquele que o profanar morrerá; pois qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado do meio do seu povo. Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do repouso solene, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer alguma obra morrerá. Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações. Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento” (Êx 31.13-17).

O texto diz claramente que o sábado foi um sinal especial entre Deus e Israel. Se o sábado tivesse sido dado a humanidade em geral após a criação, ele não poderia ter sido um sinal exclusivo para Israel. O fato é que o sábado pertence à nação de Israel e não a qualquer outro povo. Também é importante notar que o sábado será uma eterna possessão de Israel (v. 16).

Lembra que Deus é Senhor, criador de todas as coisas; lembra a sua soberania sobre a criação.

Qualquer pessoa despida de preconceito, ao examinar o conteúdo de Êxodo 19.1-6, 20-1.17; Dt 5.1-21; 14.1-7 e de outros textos paralelos em todo o Velho Testamento, observará, que a lei jamais foi outorgada às nações do mundo, e sim, a Israel, mas com vigência limitada: Até que viesse o descendente a quem se fizera a promessa conforme Gl 3.19. Neste sentido, afirma Paulo enfaticamente: “Ora, as promessas foram a Abraão e seu descendente” (Gl 3.16).

O fato de o sábado ser um sinal da aliança entre Deus e o povo judeu, não significa que ele deva ser guardado apenas estes. O texto inclui a nação israelita em um concerto com Deus, e não os gentios. A inclusão direta de apenas os judeus nessa específica aliança é determinada pelo fato de que os israelitas teriam uma função específica, a função de nação sacerdotal.


“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro” (Êx 20.8-10).

O significado da palavra sábado no grego sabbaton, sétimo dia de cada semana era uma festa sagrada, na qual os israelitas deviam abster-se de todo trabalho.

A palavra “santificar”, como usada na Bíblia, significa principalmente separar algo para um uso especial. (T. P. Simmons, pg. 360). Ou seja, tornar algo santo. E tornar algo santo significa deixar Deus participar.

Nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas

O sábado era parte deste sistema. Quem quisesse ficar bem com Deus devia guardar o sábado. Quem não o guardasse seria punido (Ez 18.4, etc.).

A guarda do sábado é sem dúvida o principal ponto de controvérsia da doutrina do sabatistas.

“Também o SENHOR me ordenou, ao mesmo tempo, que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a possuir” (Dt 4.14).

“Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro das tuas portas para dentro, para que o teu servo e a tua serva descansem como tu; porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado” (Dt 5.14-15).

O texto diz que o Senhor Deus tirou Israel do Egito, deu-lhe uma terra da promessa feita a Abraão.
Antes deu condições, criou o ambiente propício, até o estrangeiro que entrasse para este território seria bem aventurado guardando o sábado.
  
FUNÇÃO SACERDOTAL DO POVO HEBREU

“Agora, se me obedecerem e cumprirem minha aliança vocês serão o meu povo. O mundo inteiro é meu, mas vocês serão o meu povo, escolhido por mim. Vocês serão um povo separado somente para mim e me servirão como sacerdotes” (Êx 19.5-6).

Os judeus seriam para o Eterno uma nação de sacerdotes, assim como hoje a Igreja é no tempo da graça (1ª Pe 2.9-10). O Senhor escolhe Abraão e fez-lhe e uma promessa: “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).

O texto fala de uma benção espiritual que viria através de um descendente de Abraão. Paulo declara que esta benção se refere ao evangelho de Cristo oferecido a todas as nações (Gl 3.8, 14, 16).

ABRANGÊNCIA DO DECÁLOGO

1.   No aspecto restrito.

[...] Dos dez mandamentos, nove são reinstituídos no Novo Testamento. Seis estão listados por Jesus. Quando perguntado sobre a porta de entrada na vida eterna, ele recomendou a obediência aos Dez Mandamentos, enunciando seis deles: “Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19.17-19. cf. Rm 13.9).
A adoração a Deus inclui os três primeiros mandamentos. O único mandamento que não é reinstituído no Novo Testamento é precisamente o quarto. Jesus se apresentou como Senhor do sábado (Mt 12.8). [AZEVEDO Israel Belo. Prazer da Palavra. http://www.prazerdapalavra.com.br/component/content/article/148-capitulo-20/371-odo-208-11-sbado-para-que.html Acessado dia 04/09/2012].
Os dez mandamentos, sob o ponto de vista escrito, contém normas relacionadas entre o povo de Israel e o seu Deus e entre os indivíduos e seu próximo. O decálogo proíbe matar (6º mandamento). Cristo, doutrinando sobre o assunto, disse que era pecado não só matar, mas, até, encolerizar-se, sem motivo, contra o seu irmão (Mt 5.22). Nesse aspecto estrito, tem-se, por exemplo, a guarda literal do sábado como sétimo dia da semana somente para os judeus foi isso determinado (Êx 31.12-18; Ez 20.12-13, 20; Cl 2.16-17) e não para todos os povos.

2.   No aspecto amplo.
O decálogo contém normas que servem para todos os povos, respeitando sua aplicação, de acordo com o entendimento abrangente dos propósitos nele incluso. Enquanto para os judeus, o sábado deveria ser observado estritamente, no seu aspecto moral e cerimonial, para outro povo serve a recomendação quanto a observar um dia de descanso na semana, para restauração das energias físicas e espirituais, os demais mandamentos são em essência, o desejável para todos os povos e nações.

3. Os 20 preceitos “morais” que não fazem parte do decálogo.

Os defensores do decálogo cometem um grande erro ao pensarem que A LEI MORAL SO SE REFERE AOS DEZ MANDAMENTOS. O decálogo não é o veículo exclusivo da vontade de Deus.

Descreverei abaixo “20 preceitos morais” retirados do que eles chamam de LEI DE MOISÉS, a qual atribuem valor inferior a que eles chamam de lei moral de Deus.

1. Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é (Lv 18.22).
2. Nem te deitarás com um animal, para te contaminares com ele; nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; confusão é (Lv 18.23).
3. Santos sereis, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo (Lv 19.2).
4. Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do diarista não ficará contigo até pela manhã (Lv 19.13).
5. Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR (Lv 19.14).
6. Não farás injustiça no juízo; não respeitarás o pobre, nem honrarás o poderoso; com justiça julgarás o teu próximo (Lv 19.15).
7. Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR (Lv 19.18).
8. Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-ás como a ti mesmo, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR vosso Deus (Lv 19.34).
9. Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do ancião; e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR (Lv 19.32).
10. Não lhe darás teu dinheiro com usura, nem darás do teu alimento por interesse (Lv 25.37); (Falando sobre o sustento do irmão empobrecido).
11. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças (Dt 6.5).
12. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas (Dt 6.6-9). (Aqui trata do mandamento de fazer o que os judeus chamam de tefilim e gravar a lei nos umbrais da casa).
13. Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver ao redor de vós (Dt 6.14).
14. Quando entre ti houver algum pobre, de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na terra que o SENHOR teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre (Dt 15.7).
15. Quando emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa, para lhe tirar o penhor (Dt 24.10).
16. Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva (Dt 24.17).
17. Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porquanto a peita cega os olhos dos sábios, e perverte as palavras dos justos (Dt 16.19).
18. Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus (Dt 18.13).
19. Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito (Êx 23.2).

20. Também suborno não tomarás; porque o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos (Êx 23.8).

Pr. Elias Ribas

ORIGEM DA DOUTRINA SABÁTICA


Dos três grupos que se juntaram para formar o adventismo, o primeiro era liderado por Joseph Bates, e observava o sábado como dia semanal de descanso. Contudo, a observância do sábado como dia de repouso, tomou força quando a senhora Ellen White teve uma “revelação”, após o fracasso das profecias falsas do senhor Guilherme Miller, quando ela se arvorou em salvadora do sistema fracassado do adventismo. Afirma ela ter sido levada por um “anjo ao Céu” na qual diz que Jesus descobriu a arca do concerto e ela pôde ver dentro as tábuas da lei. Para sua surpresa, o quarto mandamento estava no centro, rodeado de uma auréola de luz. Diz ter visto no lugar santíssimo, a arca cujo alto e lados eram do mais puro ouro havendo em cada extremo, um querubim e, entre eles, um incensário de ouro.

Diz ela: “Outra vez deve o anjo o anjo destruidor passar pela Terra. Deve haver um sinal sobre o povo de Deus, e esse sinal é a observância de Seu santo Sábado” (Testemunhos Seletos, vol. II, p. 183).

Imagine o leitor que a senhora White coloca o sábado semanal judaico em plano superior ao próprio Deus! Porque os três primeiros mandamentos da lei dizem respeito aos deveres do homem para com Deus são morais, de natureza transcendental a todos os demais, ou outros falam das relações do homem para com seus semelhantes. Observe que os três primeiros mandamentos prendem o homem ao dever de adorar exclusivamente a Deus, cujo nome não deve ser profanado nem igualado a outro nome de qualquer ser existente no Universo, visto que, Ele é o único Deus, o único ser que merece adoração e louvor. (Is 42.8). Para essa visionária sabatista, porém, o quarto mandamento semanal que trata da guarda do sábado semanal judaico, e que diz respeito ao repouso físico para dar tempo ao israelita de exercer o pomposo ritualismo do seu culto, está em posição superior aqueles que dizem respeito ao próprio Deus e ao dever que temos de só a Deus adorar. O que podemos concluir desta pseudo-revelação é: que a senhora Helen White e por extensão o adventismo, tornaram o sábado num ídolo, ao proclamá-lo superior aos deveres do homem para com Deus. A verdade é que a senhora White, querendo salvar o falso sistema adventista idealizado por Guilherme Miller e, não encontrando apoio em qualquer texto do Novo e nem do Velho Testamento, caiu na insensatez de julgar que a única solução estava em introduzir no seu sistema a guarda da lei de Moisés e, mais particularmente, a observância do repouso sabático israelita, e daí a sua visão da vigência da lei, nos dias da graça.

E, como os seguidores de Miller e ele próprio já vivessem dominados pelas “visões” da senhora White, foi fácil aceitar mais esta, que ainda hoje encontra mentes surdas à revelação do Espírito da graça, que aceitam, sem confrontação à luz do contexto bíblico.

Diz Helen White: “Santificar o Sábado ao SENHOR importa em salvação eterna” (Testemunhos Seletos,vol. III, p. 23).

Os sabatistas ensinam que os cristãos devem observar o sábado como dia de repouso e não o domingo. Crê que guardando o domingo aceitam a “marca da besta” sob o governo do anticristo. Ellen White ensina que a observância do sábado é o selo de Deus; enquanto, que o domingo será o selo do anticristo.

[...] A interpretação sabatista do evangelho de Cristo é mais comprometedora do que possa parecer à primeira vista: ela se choca violentamente com a doutrina da salvação pela graça, tão magistralmente exposta nas páginas da Bíblia. É importante saber que os sábados são ordenanças da lei e não da graça [Abraão de Almeida. Revista Obreiro P. 30].


Nenhum ser humano, seja gentio ou judeu, uma vez convertido a Jesus, tem qualquer obrigatoriedade com a guarda do Sábado, visto ser ele um preceito da lei de Moisés, a qual consistia em um concerto entre o Criador e Israel somente. Todavia, como Jesus colocou o Velho Concerto de lado ao cumpri-lo totalmente, e ao estabelecer um Novo Concerto, hoje, nem mesmo o judeu tem qualquer compromisso com a guarda do Sábado, uma vez estando em Jesus.

Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O SÁBADO FOI PRIMEIRAMENTE DADO A ISRAEL, E É O SINAL DE DEUS PARA ISRAEL


Os Sabatistas ensinam que os homens guardavam o sábado desde os dias de Adão, mas isso contradiz o registro da própria Bíblia.

Embora seja verdade que o sábado se originou no final dos seis dias da criação (Gênesis 2.1-3), ele foi o descanso de Deus, não do homem. Não há registro em Gênesis de que Deus deu o sábado ao homem. Os santos em Gênesis construíram altares, oravam, ofereciam sacrifícios, e dizimavam, mas a Escritura mantém-se silenciosa em relação à guarda do sábado.

Neemias 9.13-14 diz claramente que o sábado foi dado pela primeira vez a Israel no deserto:

"E sobre o monte Sinai desceste, e dos céus falaste com eles, e deste-lhe juízos retos e leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. E o teu sábado lhes fizeste conhecer; e preceitos, estatutos e lei lhes mandaste pelo ministério de Moisés, teu servo" (ACF).


Se Abraão, Isaque e Jacó guardavam o sábado, seus filhos estariam familiarizados com a prática, mas Neemias nos diz que este não foi o caso.

Êxodo 31.12-18 diz claramente que o sábado foi um sinal especial entre Deus e Israel. Se o sábado tivesse sido dado a humanidade em geral após a criação, ele não poderia ter sido um sinal exclusivo para Israel. O fato é que o sábado pertence à nação de Israel e não a qualquer outro povo. Também é importante notar que o sábado será uma eterna possessão de Israel (Êx 31.16). 
Este sinal nunca vai ser anulado ou transferido para outro povo. Isso explica por que os profetas anunciam que Israel guardará o sábado, mesmo após o reino de Cristo ter sido estabelecido na terra (Is 66.23). Isso também explica por que Jesus Cristo mencionou o sábado em sua profecias a respeito da tribulação (Mt 24.20). Judeus, ainda hoje, guardam o sábado e não há restrições para sua observância na terra de Israel. As linhas aéreas El Al não possui vôos aos sábados, por exemplo.
O SÁBADO E OS SANTOS DO NOVO TESTAMENTO

Em seus escritos para as igrejas, os apóstolos só mencionaram o sábado três vezes:

1. O sábado é um símbolo de descanso na salvação em Cristo (Hb 4). Assim como os judeus não trabalham no sábado, assim o crente é salvo pela graça de Deus sem as obras.

2. O crente do Novo Testamento não é obrigado a guardar o sábado (Cl 2.16). Quando Paulo fala de "dias de sábado", no plural, ele está se referindo a todos os dias de descanso que Deus deu a Israel, incluindo aqueles associados com as festas. Por exemplo, o Pentecostes sempre caia no primeiro dia da semana, mas era um sábado especial em que o trabalho não era realizado (Lv 23.16-21). Os
sabatistas do sétimo dia e afirmam que Colossenses 2.16 não se refere ao sábado semanal regular, mas não há evidências de que seja este o caso.2
3. O crente do Novo Testamento tem a liberdade na questão dos dias santos (Rm 14.4-6).
Aqueles que afirmam que o sábado é imposto ao cristão, estão ensinando uma doutrina contrária a dos apóstolos.
"O sábado se relaciona com a velha criação e foi dado exclusivamente a Israel; o Dia do Senhor refere-se à nova criação, e pertence especialmente à Igreja. O sábado fala da lei, seis dias de trabalho que são seguidos do repouso, mas o Dia do Senhor fala da Graça, pois começamos a semana com o repouso, que é seguido então pelas obras" (Wiersbe do Antigo Testamento Outlines).
Por que, então, Jesus guardou o sábado? Ele guardou o sábado pela mesma razão pela qual Ele guardou todas as outras leis de Moisés. (Ele também observou as festas.) Jesus fez estas coisas, porque Ele nasceu judeu, nascido sob a lei, para que pudesse cumpri-las perfeitamente e resgatar seu povo de sua penalidade e escravidão (Gl 4.4, Rm 9.5).
EVIDÊNCIA BÍBLICA DE QUE OS CRISTÃOS PRIMITIVOS ADORAVAM NO DOMINGO

1. Jesus ressuscitou dos mortos no primeiro dia (Mc 16.9).
2. Jesus apareceu aos seus discípulos no primeiro dia (Mc 16.9).
3. Jesus várias vezes se encontrou com os discípulos após a ressurreição, em locais diferentes, no
primeiro dia (Mc 16.9-11; Mt 28.8-10; Lc 24.34;. Mc 16.12-13; Jo 20.19-23).
4. Jesus abençoou os discípulos no primeiro dia (Jo 20.19).
5. Jesus deu aos discípulos o dom do Espírito Santo no primeiro dia (Jo 20.22).
6. No primeiro dia, Jesus comissionou os discípulos a pregarem o evangelho a todo o mundo (Jo 20.21; com Mc 16.9-15).
7. No primeiro dia, Jesus subiu ao Céu, assentou-se à destra do Pai e foi feito a Cabeça de todos (Jo 20.17; Ef 1.20).
8. No primeiro dia, muitos dos santos mortos ressuscitaram e saíram dos túmulos (Mt 27.52-53).
9. O primeiro dia se tornou o dia de alegria e de regozijo para os discípulos (Jo 20.20; Lc 24.41).
 10. No primeiro dia, o evangelho de Cristo ressuscitado, foi primeiramente pregado (Lc 24.34).
11. No primeiro dia, Jesus explicava as Escrituras para os discípulos (Lc 24.27, 45).
12. No primeiro dia o pagamento da nossa redenção foi completado (Rm 4.25).

13. No primeiro dia o Espírito Santo desceu (At 2.1). O Pentecostes acontecia no  500 dia após o sábado seguinte a oferta de jubileu (Lv. 23.15-16). Assim, o Pentecostes era sempre realizado em um domingo.

14. Os cristãos reuniam-se para adorar no primeiro dia (At 20.6-7; 1ª Cr 16.02)
Desde aqueles dias, a grande maioria dos cristãos tem sempre se reunido para o culto no dia do Senhor. Eles fazem isso em honra a ressurreição do Salvador. Cristo estava no túmulo, durante o sábado, e levantou-se como o primogênito dentre os mortos no primeiro dia. O sábado significa o ultimo dia da velha criação (Gn 2:2). O Domingo é o primeiro dia da nova criação.

EVIDÊNCIA HISTÓRICA DE QUE CRISTÃOS PRIMITIVOS ADORAVAM NO DOMINGO
A Epístola de Barnabé (cerca de 100 dC) - "Portanto, também nós mantemos o oitavo dia com alegria, o dia também em que Jesus ressuscitou dos mortos".
A Epístola de Inácio (cerca de 107 dC) - "Não vos enganeis com estranhas doutrinas, nem com as fábulas antigas, que não são proveitosas. Porque, se nós ainda vivemos segundo a Lei Judaica, nós reconhecemos que não temos recebido Graça... Portanto, aqueles que foram educados na antiga ordem das coisas vieram à posse de uma nova esperança, não mais observando o sábado, mas vivendo na observância da do Senhor Dia, em que também a nossa vida surgiu novamente por Ele e por Sua morte".
Justino Mártir (cerca de 140 dC) - "E no dia chamado domingo todos os que vivem nas cidades ou no país se reúnem em um só lugar, e as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos. ... Mas o Domingo é o dia em que todos têm uma assembleia em comum, porque é Primeiro dia da semana em que Deus ... fez o mundo; e Jesus Cristo, nosso Salvador no mesmo dia ressuscitou dos mortos ."
Bardesanes, Edessa (180 dC) - "No primeiro da semana, nós nos reunimos juntos, em assembleia".
Clemente de Alexandria (194 dC) - "Ele, em cumprimento do preceito, segundo o evangelho, mantém o Dia do Senhor ... glorificando ao Senhor pela Sua ressurreição".
Tertuliano (200 dC) - "Nós tornamos solene o dia depois do sábado, em contradição com aqueles que chamam este dia o seu sábado".
Irineu (cerca 155-202 dC) - "O Mistério da Ressurreição do Senhor não pode ser comemorado em qualquer dia senão no Dia do Senhor, e somente nele devemos observar o descanso da Festa de Páscoa".
Cipriano (250 dC) - "O oitavo dia, isto é, o primeiro dia após o sábado, é o Dia do Senhor".
Anatólio (AD 270) - "Nossa preocupação com a ressurreição do Senhor, que teve lugar no Dia do Senhor nos levará a celebrá-lo".

Pedro, Bispo de Alexandria (306 dC) - "Mas o Dia do Senhor, nos celebramos como um dia de alegria, porque nele, ele se levantou outra vez".

1.      A palavra hebraica sabath significa cessar. DEUS descansou não por que estava cansado, humanamente falando, mas por ter descansado (cessado) da obra da criação.
2.      Para uma excelente explicação a respeito de Col 2.16-17 (e Oseias 2.11), ler o capitulo A EXTINÇÃO DO SÁBADO  do livro A GUARDA DO SÁBADO  do Dr Aníbal Reis (publicado pela Edições Caminhos de Damasco e recentemente republicado pelas Edições Cristas). O Dr Aníbal de forma conclusiva identifica os dias de festas (cerimônias ANUAIS), as luas novas (cerimônias MENSAIS) e os sábados (cerimônias SEMANAIS), com as atividades cerimoniais exclusivamente judaicas, demonstrando que desde o Antigo Testamento DEUS já havia prometido fazê-las cessar.

Pr David Cloud



sexta-feira, 7 de junho de 2013

ENTREVISTA COM O APÓSTOLO PAULO A UM JUDAIZANTE, LEGALISTA



Caros irmãos, imaginemos um Sabatista/Legalista/Judaizante entrevistando o Apóstolo Paulo a respeito dos ensinos que procuram justificar o homem pelas obras, baseando as respostas no que o Apóstolo Paulo escreveu inspirado pelo Espírito Santo na Epístola aos Gálatas.

Entrevistador Sabatista/Judaizante/Legalista (empolgado): Amado Apóstolo Paulo, qual a sua opinião sobre as maravilhosas revelações dos profetas e visionários que surgiram no século XIX (Ellen White, Iran Edson, Guilherme Miller, etc)?

Apóstolo Paulo: Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho (Gl 1.6).

Entrevistador S/J/L: Mas o senhor não acredita que todos eles oferecem uma "luz menor" que guia à "luz maior" que é a Bíblia?

Apóstolo Paulo: Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (Gl 1.8).

Entrevistador S/J/L (com um sorriso amarelo): Mas o senhor não acredita que eles apenas estão ensinando detalhes que não são revelados na própria Bíblia?

Apóstolo Paulo: Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. (Gl 1.9).

Entrevistador S/J/L: mas o senhor não acredita que milhões de pessoas estão sendo "abençoadas" com os ensinamentos destes nossos profetas, além de todas as obras sociais e de ensino e ajuda humanitária? Não seria pecado questionar tudo isso?

Apóstolo Paulo: Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. (Gl 1.10).

Entrevistador S/J/L: Mas apóstolo, o senhor vai me desculpar, nós temos a revelação que o homem precisa, para servir a Deus, guardar o Sábado, abster-se de alimentos impuros, conforme a Lei.

Apóstolo Paulo: Todos aqueles, pois, que são da obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. (Gl 3.10).

[Obs: Os Sabatistas/Legalistas/Judaizantes se abstêm de guardar todo o conteúdo da lei, guardando apenas partes da lei. Alguns poucos exemplos são (não acender fogo no sábado, não guardar a páscoa e outros rituais e principalmente não aplicar as medidas punitivas que são descritas na lei concernente ao adultério, quebra do sábado e outros, que envolviam até morte por apedrejamento). Ora, se é pra guardar a lei, ou se guarda TODA ela ou não, incluindo as consequências descritas na mesma para quem é desobediente].
Entrevistador S/J/L: Mas apóstolo, Deus não julgará todos aqueles que são obedientes e que, portanto serão aprovados por Jesus para que mereçam a salvação sendo justificados por obedecer aos preceitos da lei?
Apóstolo Paulo: ...é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus... (Gl 3.11).
Entrevistador S/J/L: Mas como? Por quê?
Apóstolo Paulo: ...porque o justo viverá da fé. (Gl 3.11).
Entrevistador S/J/L: Mas apóstolo, o senhor está afirmando que Jesus não quer que guardemos os preceitos da Lei?
Apóstolo Paulo: Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro. (Gl 3.13).
Entrevistador S/J/L: Mas apóstolo, dessa forma o senhor não está destruindo um fundamento de salvação, isto é, a justificação pela lei, para todos aqueles que creem no sacrifício de Cristo e na graça desta redenção?
Apóstolo Paulo: Não aniquilo a graça de Deus, porque se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde. (Gl 2.21).
Entrevistador S/J/L: Mas, pra que então foi mostrada a Lei?
Apóstolo Paulo: ...para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita... (Gl 3.19).
Entrevistador S/J/L: Mas se é assim a lei, não vai de encontro ao que Deus falou e prometeu?
Apóstolo Paulo: Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada um a lei que pudesse vivificar a justiça na verdade, teria sido pela lei. (Gl 3.21)
Entrevistador S/J/L: Mas o que fez a escritura ao mostrar a lei, então?
Apóstolo Paulo: A Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes. (Gl 3.22).
Entrevistador S/J/L: Mas apóstolo, então, pra que serve a lei?
Apóstolo Paulo: ... A lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fossemos justificados pela fé. (Gl 3.24).
Entrevistador S/J/L: Apóstolo, mas o que o senhor diria aos que guardam a lei? Não estão sendo sinceros para com Deus servindo-o melhor?
Apóstolo Paulo: Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei. Da Graça tendes caído. (Gal 5.4).

Entrevistador S/J/L: Mas estas pessoas não estão sendo o remanescente fiel e verdadeiro?
Apóstolo Paulo: Ó insensatos... Quem vos fascinou para não obedecestes à verdade... (Gl 3.1).
Entrevistador S/J/L: Como então cumpriremos a lei?
Apóstolo Paulo: ...toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo com a ti mesmo (Gl 5.14).
Entrevistador S/J/L: O senhor está sendo muito duro.
Apóstolo Paulo: Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade? (Gl 4.16).
Amigo, você que é Sabatista/Legalista/Judaizante, leia a Palavra de Deus e verá que o Senhor Jesus não morreu em vão. Converta-se dos seus caminhos de arrogância e de tentar obedecer aos "rudimentos fracos e pobres" (Gl 4.9). Por mais que você tente ser obediente, responda-me com sinceridade: Se você morresse hoje qual seria o seu destino? Você tem certeza da salvação? Aceite então o Senhor Jesus como Único e Suficiente Salvador, e seja salvo.

"Porque pela graça sois salvos, por mediante a fé, e isto não vem de vós, é Dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8 e 9).

quinta-feira, 6 de junho de 2013

JESUS NOSSO DESCANSO


O sábado em Jesus e na Nova Aliança não é relacionado ao legalismo. É relacionado com entrar no repouso e viver desfrutando da presença de Cristo, o Senhor do sábado. No contexto do sábado, Jesus que é o Senhor e Criador do sábado disse:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.28-29).

Os judeus estavam sobrecarregados pelo fardo dos fariseus, as exigências da lei e as tradições judaicas para serem salvos. O generoso convite de Jesus destina: “a todos os que estais cansado, aflitos e oprimido”.

Jesus é o Senhor do sábado, Ele, portanto, oferece o verdadeiro descanso e o verdadeiro repouso. Quem vem a Jesus e torna-se Seu servo e faz a sua vontade, Ele o alivia de suas insuportáveis aflições e lhe dará descanso, paz, e seu Espírito Santo como guia. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o auxílio e a graça de Deus.

Jesus chamou a todos para virem diante d’Ele encontrar e terem verdadeira libertação do sábado e descanso Nele, o Senhor do Sábado.

Em Deus repousamos: “Nós, porém, que cremos, entramos no descanso...” (Hb 4.3). Este repouso existe porque Deus repousa em nós através de Seu Filho Jesus Cristo. Viver no descanso do Senhor, é encontrar aceitação, paz, conforto e plenitude nos braços de amor do nosso amado Jesus, o Senhor e Criador do sábado. Este descanso é viver continuamente na presença do Senhor.

A plenitude do descanso em Cristo, é através do seu sangue, é o cessar do nosso esforço para realizar obras, ritos e dias que paguem o preço por nossos pecados. É depender do sangue de Jesus para cobrir a divida que o nosso pecado tem feito, e nos justificar diante de Deus. A Divida foi paga, fomos lavados, limpos, purificados e novamente aceitos diante de Deus (Efésios 2.8-9).

A obra para assegurar a nossa permanência diante de Deus foi terminada através da obediência de Cristo, e Sua obra na Cruz. Por causa disso, nós temos o verdadeiro descanso. Devemos descansar somente em sua obra, através da fé, confiar apenas nela como meio de justificação, redenção, salvação e aceitação.

I.       O DESCANSO SEGUNDO HEBREUS

“Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés? E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes? Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade (Hb 3.16-18).

Os judeus israelitas “não puderam entrar” no descanso de Jeová porque a “incredulidade” deles impediu de usufruir da Terra Prometida de Canaã. O pecado de rebelião e incredulidade impediu a entrada no descanso de Deus. A possibilidade de o crente do Novo Testamento não entrar no repouso prometido por Deus é ilustrada pelos israelitas que deixaram de entrar na Terra Prometida após Moisés conduzi-los para fora do Egito (Nm 14.29; Dt 1.26). O escritor salienta duas coisas:

A.       Os israelitas experimentaram o poder redentor de Deus (v.16), viram a obras poderosas de Deus (Hb 3.9), porém se tornaram desobedientes (v.18) porque não queriam crer nas promessas de Deus, nem acatar as suas advertências (v.19). Por isso, morreram no deserto (v.17) e deixaram de entrar na Terra Prometida.
B. As experiências iniciais que os israelitas tiveram com Deus não garantiram sua chegada em paz a Canaã. Ao deixarem de perseverar, desprezaram sua única fonte de segurança: a graça, misericórdia e a presença do Deus vivo (v.12).

II.       REPOUSO DA FÉ, HEBREUS 4


“A palavra descanso” neste trecho é aplicada a três coisas, a saber:
a)      Ao descanso do sábado, instituído na criação (vv. 3-4).
b)      Ao descanso da Terra Prometida (v.5).
c)      Ao descanso que Davi previu: o descanso do Evangelho, que se encontra somente em Cristo (vv.7-8).

Destes três descansos aprendemos:
a)   Que o sábado é figurado (Cl 2.16-17), um tipo de descanso do coração que se acha em Cristo.
b)   Que o descanso na terra era também típico, pois Josué tivesse dado o descanso final que Deus propusera, Davi não teria falado de outro descanso (v. 8):

“Portanto, resta um repouso para o povo de Deus”. Que repouso é este? O repouso da criação resultou de uma obra consumada. O repouso na obra de Cristo, este glorioso descanso de Deus, resultou de “Esta consumado” e n’Ele entraram aqueles que repousam das suas obras (Hb 4.10).

“Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado” (Hb 4.1).

Se os antigos israelitas fracassaram em entrar no descanso, todos devem tomar cuidado para que também não falhem na entrada da benção. A exortação “temamos”, enfaticamente adverte os leitores a não serem complacentes. A geração de israelitas, para as quais o descanso estava prometido, o perdeu. Devemos prestar atenção a fim de não cometermos o mesmo engano e perdermos o prêmio eterno.

“Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram” (Hb 4.2).
Deixar de perseverar na fé e na obediência a Jesus, resulta em deixar de alcançar o prometido repouso eterno no céu (cf. 11.16; 12.22-24). A expressão “parece que algum de vós” é falado à luz dessa possibilidade terrível e do juízo de Deus. A perseverança na fé exige que continuemos a nos aproximar de Deus, por meio de Cristo (o nosso descanso), com sinceridade resolução (v.16; 7.25).

“Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo” (Hb 4.3).

Somente nós, que temos crido na mensagem salvadora de Cristo, entraremos no repouso espiritual de Deus. Isso é, Cristo carrega nossos fardos e nossos pecados, e nos dá o “repouso” do Seu perdão, da sua salvação e do Espírito Santo (Mt 11.28). Mesmo assim, nesta vida, o nosso repouso é apenas parcial, (Mq 2.10) porque somos peregrinos que caminhamos com dificuldade na penosa estrada deste mundo. Ao morrermos no Senhor, entraremos no Seu repouso perfeito no céu.

“Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera” (Hb 4.4).

No sentido etimológico a palavra “descansou Deus” que significa: cessou sua obra; parou; terminou a obra da Sua criação.

No Velho Testamento, o Senhor Jeová santificou o sétimo dia e deu como Aliança perpetua a Israel (Êx 20.8) e reservou este dia para que os israelitas cultuassem e adorasse ao Senhor Deus (Êx 16.27; 31.12-17). Porém a Igreja primitiva recebeu o descanso em Cristo e passou a cultuar o Senhor no primeiro dia da semana “O Dia Do Senhor” (Ap 1.10).

O sábado, que era sombra dos bens futuros em Cristo, foi abolido com a chegada do Novo Testamento (Hb 8.7-13; Os 2.11). Portanto, é Jesus quem nos propicia o verdadeiro repouso: “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9). O repouso prometido por Deus não é somente o terrestre, mas também o celestial (vv. 7-8; cf 13.14). Para os crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo 14.1-3; cf. Hb 11.10, 16). Entrar nesse repouso final significa cessar o labor, dos sofrimentos e da perseguição, tão comuns em nossa vida nesta terra (Ap 14.13); significa participar do repouso do próprio Deus e experimentar eterna alegria, deleite, amor comunhão com Deus e com os santos redimidos. Será um descanso sem fim (Ap 21.22).

“Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas” (v.10).

O autor aos hebreus definiu a entrada no descanso de Deus para o crente como “descanso de suas obras, exatamente como Deus fez”. Em certo sentido, receber salvação significa parar de se basear nas próprias obras e descansar no que Cristo fez (Ef 2.8-9). Também, em outro sentido, as obras realizadas no Senhor incorporam a plenitude e o cumprimento que provém somente da entrada no descanso em Deus. A perícope deste contexto não é a guarda do sábado ou e algum mandamento neste sentido, mas trata-se da plenitude do verdadeiro descanso em Cristo Jesus.


Pr. Elias Ribas