Do lat. legale + ismo. Tendência a se reduzir
à fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias,
práticas e obrigações eclesiásticas. A palavra traduzida Lei (gr. nomos;
hb. torah) significa “ensino ou instrução”. O termo lei pode referir-se
aos dez mandamentos e ao Pentateuco.
Relativo à lei, pessoa que pugna pela observância da lei,
isto é, briga, combate, batalha, luta pelo cumprimento da Lei da tradição
imposta pelos homens.
O legalismo é isto, prima por alguma “prioridade” em
detrimento do que é realmente prioritário isto acarreta um grande perigo, pois
ele falsifica o Evangelho de Cristo.
A palavra “legalismo” não é encontrada na Bíblia; esta
palavra é um sinônimo de legalidade ou observância da Lei. No Novo Testamento,
o legalismo foi introduzido na igreja cristã pelos crentes oriundos do Judaísmo
que, interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo, forçavam os gentios a
guardarem a Lei de Moisés. A Lei do Velho Testamento era a sobra das coisas
vindouras até que viesse o Messias o nosso salvador, por isso o Velho
Testamento não se deve usar como doutrina para o tempo da graça, pois a
salvação aos gentios não veio pela lei, mas pela graça de nosso Senhor Jesus
Cristo. Se fosse pela Lei então Cristo morreu em vão (Gl 3.18-19).
O legalismo ensina que o homem tem que obedecer a certas
observâncias e regulamentações para que possa alcançar o favor divino.
O legalismo tem causado muitos transtornos aos cristãos,
principalmente nas doutrinas da Bíblia, exemplo: (Soteriologia). O legalismo
distorce os alicerces da doutrina da salvação. Paulo nos informa que “... pela
graça sois salvo, por meio da fé, e isso não vem de vocês, é dom de Deus” (Ef.
2.8). Quando dizemos que determinado individuo, precisa observar regras e normas
para ser salvo estão anulando o sacrifício de Cristo na Cruz no Calvário que é
o único meio do pecador arrependido alcançar a salvação. È somente em Cristo
que temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados” (Cl 1.14).
[...] Jesus ao confrontar-se com os lideres religiosos de
Israel, usou as palavras de (Isaias 29.13), e assim definiu o legalismo
religioso. Ele Disse: “seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por
homens” (Mt 15.9). O legalismo confunde doutrinas Bíblicas com Usos e costumes.
Paulo nos informa no livro de Romanos 10.3 que: procurando estabelecer a sua
própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. [Pereira. Legalismo. http://www.advilasolange.com.br/Legalismo.html
- acesso dia 15/09/2009].
O legalismo é uma forma de escravidão. A Bíblia diz em
Gálatas 4.8-9 “Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por
natureza não são deuses; agora, porém, que já conheceis a Deus, ou, melhor,
sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e
pobres, aos quais de novo quereis servir?”
O legalismo é atrativo, mas destrutivo. A Bíblia diz em
Colossenses 2.23 “As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em
culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm
valor algum no combate contra a satisfação da carne”.
O legalismo é uma atitude, uma mentalidade baseada no
orgulho. É uma conformidade obsessiva a um padrão artificial com o propósito de
exaltar a si mesmo. O legalista assume o lugar de autoridade e o leva a
extremos injustificados. Daniel Taylor afirma muito bem que ele termina em
controle ilegítimo, exigindo unanimidade e não unidade.
A grande arma do autoritarismo, secular ou religioso, é o
legalismo: a fabricação e manipulação de regras com o propósito de obter
controle ilegítimo. Talvez a mais prejudicial de todas as perversões da vontade
de Deus e da obra de Cristo, o legalismo agarra-se à lei as expensas da graça,
a letra em lugar do Espírito.
O legalismo prima pelas regras do Antigo Testamento. Pelas
regras criadas pelo homem através das tradições herdadas pelos pais. Como já disse
se pudermos reforçar vigorosamente as regras criadas pelos homens como meio de
santidade e salvação, perderíamos o rumo para o céu.
O autoritarismo farisaico se manifesta na confusão do
princípio cristão com insistência em comportamento humano invés de fé e graça.
Colocam-se como super espirituais e usam suas experiências e regras similares,
e citam frases isoladas para descreverem estas experiências.
O legalista diz na verdade: As coisas que pratico faço para
ganhar o favor de Deus. Esquecendo do significado da graça divina “Favor
imerecido”.
Devemos compreender que estas coisas não estão expressas nas
Escrituras. Elas foram transmitidas ou ditas ao legalista e tornaram-se uma
obsessão para ele ou ela. Torna-se um cristão papagaio, só diz o que os outros
já disseram.
Você não pode permitir que o legalismo continue da mesma
forma que não permitirá que uma cascavel entre sorrateiramente em sua casa. A
igreja é a casa de Seu pai, por isso vamos combater o legalismo para que Deus
volte a operar maravilhas como foi na igreja primitiva. Você deve saber que a
Bíblia é nossa única regra de fé e, se usarmos corretamente, não irá ferir
ninguém a não serem aqueles que não aceitam que ela é a inspiração divina, ou
que ela não é completa.
Existem líderes que, desconhecendo as regras da
hermenêutica, usam a lei mosaica sem conhecer o tempo que deve ser empregada,
usam como se estivessem vivendo na época de Moisés. A lei mosaica foi dada por
Deus por causa das transgressões do povo hebreu, embora o mandamento fosse
santo, bom e justo (cf. Rm 7.12), era inadequado, porque não conseguiu
transmitir vida espiritual nem força moral.
No tempo da graça o crente não deve usar como
doutrina a lei do Velho Testamento, pois não houve morte do testador, portanto
deixou-se de ser usado no sentido doutrinário. Todavia a lei moral que fazia
parte da lei continua a ter vigência, pois ela faz parte da santidade do
cristão.
O legalismo é isso, prima por alguma prioridade em
detrimento do que é realmente prioritário isto acarreta um grande perigo, pois
falsifica o Evangelho de Cristo.
Legalismo na história da teologia é a teoria de que
um homem obtém e merece a sua salvação fazendo boas obras ou obedecendo a lei.
Paulo era zeloso das tradições judaicas, um fariseu e
perseguidor dos cristãos, mas após sua conversão passou a combater os
prosélitos da lei; usando suas estratégias e muitas vezes procediam como judeu
para ganhar os judeus como se vivesse na lei. “Procedi para os judeus, como
judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como
se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não
esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando
sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem
fora do regime da lei” (1ª Co 9.20-21).
Sabemos que existem líderes que forçam a exegese
bíblica para provar suas teses, sem saber o tempo e a época que foram escritas.
Vejamos por exemplo quando Jesus diz: “Passará os céus e a terra, mas minhas
Palavras não passarão” (Mt 24.35).
“... minhas palavras não passarão”. Analisando este
texto dentro da exegese Jesus se refere ao Seu Evangelho e as Suas profecias;
e, nunca a Bíblia num todo.
Todavia os legalistas de hoje interpretam e ensinam
erroneamente a Palavra do Senhor dizendo que Jesus cumpriu a lei e que devemos
cumpri-la com base em Mt 5.17-18, onde o Senhor diz: “Não cuideis que vim
destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir”.
Porque a lei só deixaria de ter vigência depois de
cumprida. Pergunta-se: Qual foi o homem, além de Jesus Cristo, que cumpriu a
lei? Não existiu e não existe ninguém que cumpriu a lei, senão Jesus. Note o
que Jesus diz no verso 18: “Nem um jota ou um til jamais passará da lei, até
que tudo seja cumprido”.
O Senhor Jesus prevê a cessação da validade da lei
depois de preenchido o seu propósito. Ele disse: Porque em verdade vos digo
“... até que tudo seja cumprido”. A permanência da lei permaneceu até o seu
cumprimento por alguém, isto é, por Jesus Cristo, que cumpriu e aboliu a lei.
Sabemos também, através de Paulo, que Cristo nasceu de
mulher; e viveu sob a lei, a fim de cumpri-la e, cumprindo-a (Mt 5.17-18),
findou-se a lei para justiça, deste modo, pode cravá-la na cruz (cf. Ef
2.13-16), para possibilitar a justificação de todo àquele que crê; o que era
impossível à lei (At 13.38-39; Rm 3.23-24) e é possível mediante a fé em Cristo
(Rm 5.1).
A Igreja não está obrigada a cumprir as regras do
Velho Testamento, pois o Senhor Jesus, através de Sua morte, libertou-nos da
maldição da lei. O próprio Filho de Deus ensinou: o que realmente importa na
lei são as reedificações de Deus quanto á justiça, á misericórdia e a fé (Mt
23.23; cf. Mq 6.8; Mt 5.17; Rm 10.4).
I.
EBIONISMO –
UMA QUESTÃO LEGALISTA
“A igreja primitiva lutou
para se tornar um corpo unificado, em meio a conflitos de ordem externa (a
perseguição) e interna (que surgiram envolvendo as doutrinas da igreja).
Os fariseus e judeus recém convertidos, mas que queriam
viver sob a lei e tradições judaicas, foram chamados de judaizantes (Gl 2.14).
O termo judaizante vem do verbo grego ioudaizo “viver como judeu”. Este
vocábulo surgiu em decorrência de os cristãos de origem hebréia, mesmo após o
concílio de Jerusalém (At 15), continuarem insistindo na necessidade de os
convertidos gentios viverem como judeu. Infelizmente, os judaizantes ainda
estão por aí defendendo a guarda do sábado, as leis judaicas (leis dietéticas
prescrita por Moisés) e os ritos judaicos e outras tradições que surgiram no
decorrer da história da Igreja.
A seguinte ferramenta ou arma que os fariseus usam é a
perseguição eclesiástica; são eles que estreitam o caminho para o céu e
escravizam as pessoas.
Além da lei judaica
os fariseus acrescentavam a lei oral (tradições humanas). São assuntos de suma
importância que iremos abordar, para que o leitor seja fiel as verdades
bíblicas.
II. OS
PRIMEIRO JUDAIZANTES
1. O Cristianismo Não Judaizou O Mundo. [...] O cristianismo teve origem no contexto
judaico e deste recebeu uma rica herança teológica e ética. Haja vista o
próprio Cristo. Nascido “conforme a lei” (Gl 4.4), cresceu e viveu dentro da
cultura judaica (Lc 2.40-43). Durante o seu ministério, reconheceu as
Escrituras Hebraicas e a autoridade de Moisés (Mc 7.13; Lc 5.14). Todavia, não
pregou costumes judaicos; Seus apóstolos não judaizaram o mundo. O apóstolo
Paulo, discursando no Areópago, não deu uma aula sobre o tetragrama hebraico do
Antigo Testamento [yhwh Yahweh]. Sua preocupação
era pregar a principal mensagem do cristianismo: a ressurreição de Jesus (At
17.31). [ESEQUIAS SOARES. 2º Trimestre de 2006 Escola Bíblica CPAD. Rio de
janeiro RJ.
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC
FONTE DE PESQUISA
1.
BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD.
2.
BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Revista e Corrigida, S.B.
do Brasil.
3.
BÍBLIA PENTECOSTAL, Trad. João F. de Almeida, Ed. CPAD,
Rio de Janeiro, RJ.
4.
BÍBLIA SHEDD, Trad. João F. de Almeida.
5.
CLAUDIONOR CORRÊADE ANDRADE, Dicionário Teológico, Ed.
CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6.
ESEQUIAS SOARES. 2º Trimestre de 2006 Escola Bíblica
CPAD. Rio de janeiro RJ.
7.
PEREIRA IVANILDO. Legalismo. http://www.advilasolange.com.br/Legalismo.html
- acesso dia 15/09/2009STRONG, J. & Sociedade Bíblica do Brasil. Léxico
Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil. 2002, 2005.