Segundo
Pierre Weil, a normose pode ser definida como o
conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos e pensar ou agir, que são
aprovados por consenso ou pela maioria em uma
determinada sociedade e que provocam sofrimento, doença e morte.
Sempre
houve uma grande preocupação em se separar as variadas formas de comportamento
humano. Uma destas é aquela que divide os comportamentos em “normais” e
patológicos.
Normais seriam todos aqueles
que se enquadrariam dentro da norma, ou seja, aquele seguido e demonstrado pela
maioria, considerado natural. Na categoria de patológicos, estariam justamente,
aqueles comportamentos, ou aqueles indivíduos que se comportariam fora das
normas.
Há na
maioria dos nossos contemporâneos uma crença bastante enraizada. Segundo esta,
tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz, deve ser
considerado como normal e, por conseguinte servir de guia para o comportamento
de todo mundo e mesmo de roteiro para a educação.
Está
se descobrindo que muitas normas sociais atuais ou passadas que levam ao
sofrimento moral ou físico ou mesmo de indivíduos, de grupos, de coletividades
inteiras ou mesmo de espécies vivas.
A
normose impõe a sociedade, uma cultura do sucesso, sendo que o fracasso e o
ostracismo são uns dos maiores medos do normótico, que busca por segurança em estados temporários e
ilusórios, nos objetos exteriores, em conquistas e sucessos
efêmeros não sabendo que a verdadeira segurança é uma condição subjetiva,
resultado de uma experiência transpessoal, que se revelará de forma espontânea
e natural no momento do despertar da verdadeira consciência.
O
desastre é eminente para o normótico que faz depender a sua segurança das
parafernálias externas e não da paz da vida interna, a qual não depende das
circunstâncias da vida externa. O normótico vive fazendo investimentos e
seguros para sua vida, mas não investe na espiritualidade, sendo esperto por
alguns momentos, mas um tolo a longo prazo, pois leva muito tempo para ele
constatar que o acúmulo de riquezas, prestígio e poder é apenas uma troca, e
não o fim, da sua falta de segurança. Em sua busca insana
pela segurança financeira, o normótico perde sua saúde para depois pagar de bom
gosto tudo o que conquistou para ter novamente sua saúde física, mental e
emocional. Na tentativa de conquistar a “pseudo-segurança” para a sua vida, o
normótico esquece vivê-la e como resultado vive num desespero silencioso,
precisando às vezes chegar ao topo da escada do sucesso, para amargamente
descobrir que a mesma estava encostada na parede errada. É justamente neste
desespero silencioso que uma fração de sanidade pode romper as paredes da
normose e levá-lo ao questionamento do tipo: Espelho, espelho meu, será que
algum dia eu já vivi?
É a doença de normalidade, que
cria em nós muitas vezes uma cumplicidade com fatos que, a princípio e por
princípios aprendidos, não concordamos. A normose faz as pessoas acreditarem
que o fim justifica os meios, sejam eles quais forem chegando-se muitas vezes a
adotarem comportamentos que antes julgavam patológicos. A normose ignora a
sensibilidade e o respeito ao outro.
É ela que faz tantos indivíduos
preterirem o ser, pelo Ter. É justamente o aumento de pessoas acometidas pela
normose, que nos faz tantas vezes sentirmos medo, indignação e preocupação no
que diz respeito aos caminhos que têm tomado o nosso mundo! O doente da
normalidade é egoísta e extremamente perigoso para o bem da humanidade. Fique
atento e se por acaso perceber o aparecimento de alguns destes sintomas em
você, elimine-os logo no início, pois, segundo Leloup, é uma doença cumulativa,
fica cada vez mais resistente e difícil de ser curada!
[PIERRE WEIL, JEAN YVES LELOUP E ROBERTO CREMA. Trechos do
livro: Normose – a patologia da normalidade, Pag. 153/164, Editora Verus-
disponível: http://www.cuidardoser.com.br/normose-ou-anomalias-da-normalidade.htm
- acesso dia 29/10/2009].
Existe
uma normose comum à maioria das religiões que consiste em acreditar na sua
própria superioridade sobre as demais o que leva a conflitos e mesmo a guerra.
Outra normose religiosa que sustenta os fanatismos é a que consiste em se ater
ao pé da letra dos textos sagrados esquecendo o espírito e a época em que forma
redigidos assim como os seus aspectos de mensagens simbólicas.
A normose religiosa não é uma doença moderna. Ela foi combatida por
Cristo e pelos apóstolos e ainda hoje está epidemia tem se alastrado em nossas
igrejas. São pessoas normóticas que agridem o seu semelhante pelas tradições e regras
humanas impostas obrigatoriamente pela religião.
[....] Cristo sabia perfeitamente que a complexa legislação
farisaica (preceitos humanos) tornava o relacionamento com Deus extremamente
laborioso e, paradoxalmente, inútil. De fato, não passava de uma muleta
religiosa (e duvido que alguém possa chegar ao céu escorado numa muleta!).
Conseqüentemente, os fariseus, graças as suas imposições, distanciavam as
pessoas da genuína prática de uma vida interior com Deus [SANTOS ISMAEL . A
caminho da Maturidade. Pg. 31].
A Bíblia ordena aos crentes a se acautelarem desses falsos
dirigentes religiosos (Mt 7.15; 24.11); a considerá-los incrédulos e malditos (cf. Gl 1.9) e não dar
apoio ao seu ministério e a não ter comunhão com eles (2ª Jo 9.11).
Cristão que, em nome do amor, da tolerância ou da união, não
procedem nesses casos como Jesus, quanto aos que corrompem os ensinos de Cristo
e das Escrituras (7.15; 2ª Jo 9; Gl 6.7), participam das más ações dos falsos
profetas e mestres (2ª Jo 10.11), isto prova que são pessoas normóticas.
Pr. Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC.
FONTE DE PESQUISA
1. ISMAEL DOS SANTOS. O Caminho Da Maturidade. CPAD, Ed.
CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
2. PIERRE WEIL, JEAN YVES LELOUP E ROBERTO CREMA. Trechos do livro: Normose – a patologia da normalidade, Pag. 153/164, Editora Verus- disponível: http://www.cuidardoser.com.br/normose-ou-anomalias-da-normalidade.htm - acesso dia 29/10/2009.
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