“Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário,
tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão” (Rm 14.13
- RA).
A primeira parte do versículo Paulo nos ensina a não julgar
uns aos outros. [....] Embora devamos abster-nos de julgar uns aos outros em
questões triviais, os crentes devem encorajar uns aos outros tendo em vista a
semelhança a Cristo e a santidade quanto à fé, a doutrina e a moral (Hb 10.24).
Trata-se de, com toda a sinceridade, avaliar (1ª Ts 5.21; 1ª Jo 4.1), corrigir
e repreender uns aos outros em amor e humildade (Lc 17.3) e, quando necessário
for, exercer a disciplina eclesiástica (cf. 1ª Co 5.12,13; 2ª Ts 3.6,14; 1ª Tm
5.20,21; 2ª Tm 2.24-26; 4.2). [LIRA Eliezer. P. 93-94].
[...] A palavra tropeço
no original é Skandalon que
é traduzida por “escândalo”, “tropeço”, “armadilha”, e “cilada”, e skandalizein
é o verbo correspondente.
Quando nos voltamos ao NT descobrimos que a RA quase sempre
traduz skandalon por “tropeço”, palavra esta que é melhor entendida
quando vamos àquelas passagens com o sentido duplo de skandalon em
nossas mentes; achamos que em certas passagens o outro significado oferece um
quadro mais vivo.
A palavra skandalon
não é de modo algum uma palavra do grego Koiné. Na realidade ela é sem
dúvida do grego posterior [skandaléthron], que significa “a vareta com isca na armadilha”. O skandaléthron
era o braço ou a vareta em que a isca era fixada. O animal para o qual a
armadilha era armada era levado pela isca a tocar ou pisar na vareta; a vareta
acionava uma mola, e assim o animal era conduzido à sua captura ou destruição.
No
grego clássico a palavra significa “armadilhas verbais” armadas para levar
uma pessoa a ser derrotada num argumento. Portanto, fica claro que a qualidade
original da palavra não era tanto “uma pedra de tropeço” para fazer alguém
tropeçar, mas uma “atração” para levar alguém à destruição.
Na Septuaginta,
portanto, a palavra skandalon tem duas idéias por trás dela.
Significa ou uma “pedra de tropeço”, objeto colocado no caminho de um homem
para fazê-lo tropeçar, ou “uma armadilha”, “uma isca”, “um engodo” para
atraí-lo para fora do seu caminho e assim arruiná-lo.
A
palavra “pedra de tropeço” em Romanos 14.13, é mais apropriado e essencial.
Paulo nos ensina a não colocarmos “tropeço” ou “escândalo” diante de nosso
irmão. A palavra aqui traduzida “escândalo” é proskomma, que significa
“barreira”, “impedimento”, “obstáculo que bloqueia a estrada”. É a palavra que
seria útil para descrever uma árvore que foi cortada e colocada atravessando a
estrada para bloqueá-la.
Jesus confronta os líderes
religiosos de sua época dizendo:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais
o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os
que estão entrando!” (Mt 23.13).
Jesus está falando que os
religiosos não entram no Reino dos Céus, nem deixam entrar quem quer entrar, ou
seja, eles colocam barreiras que são as doutrina de homens (Mt 15.9), assim
eles “atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos
homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los (Mt 24.4).
Paulo nos ensina que
nunca devemos praticar ou permitir coisa alguma que seja um obstáculo no
caminho para a bondade. Em Mateus 13.21 declara-se que o ouvinte superficial da
palavra é “escandalizado” (skandalizein) pela perseguição. A perseguição
é um tropeço que o impede de avançar pelo caminho cristão.
Os fariseus “se
escandalizaram” com Jesus e Suas palavras (Mt 15.12). Jesus prediz que
todos os Seus discípulos se “escandalizarão” com Ele (Mt 26.31). Os falsos
mestres armam “ciladas” diante dos outros (Ap 2.14). Os fariseus acham a cruz
de Cristo um “escândalo” (lª Co 1.23; Gl 5.11). Em todos estes casos, as
palavras significam algo que impede o progresso de um homem, algo que o faz
tropeçar, algo que lhe impede o caminho. Esse “algo” pode provir da atuação
maliciosa dos outros, ou pode provir do preconceito e orgulho do próprio
coração do homem [Barclay William Pg 182-183].
Jesus avisou com
bastante franqueza: “Qualquer, porém,
que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que
se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na
profundeza do mar. Aí do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável
que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!”
(Mt 18.6-7).
Segundo o ensino de
Jesus, quem arruinar espiritualmente uma criança, ou um crente sincero,
incorrerá em maior ira de Cristo.
Pastores, padres, professores e principalmente os pais devem
prestar atenção especial a esta palavra de Cristo. É responsabilidade dos pais
e mestres instruírem as crianças nos caminhos de Deus.
Jesus diz que
inevitável o homem trazer escândalo. Mas, também adverte com um “ai” de
juízo para aquele que escandalizam a obra de Deus pelos seus maus atos. Seria
melhor atar uma pedra de moinho no pescoço e se jogar no mar. Teriam uma
condenação menos acentuada no inferno.
Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC
FONTE DE PESQUISA
1. LIRA
Eliezer. Lição 13 - O amor é a essência da vida cristã. Lições Bíblicas Aluno -
Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2006. Editora CPAD – Rio de Janeiro – RJ.
2. BARCLAY
William. Palavra Chave do Novo Testamento – Editora Vida Nova. 1988- São Paulo
– SP.
3.
BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD - Trad.
João F. de Almeida, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
4. BÍBLIA
DE ESTUDO PLENITUDE, Revista e Corrigida, S.B. do Brasil.
5. BÍBLIA
PENTECOSTAL, Trad. João F. de Almeida, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6. BÍBLIA
SHEDD, Trad. João F. de Almeida.
Muito bom texto, realmente o juízo será muito mais severo principalmente para os que conheciam e foram isca, ou melhor, se deleitaram em escândalos.
ResponderExcluirPaz
Ezequiel
http://www.ezequiel-domingues.blogspot.com.br/2012/03/auschwitz-onde-estava-deus.html
A PAZ DO SENHOR JESUS !!!
ResponderExcluirPARABENIZO-O PELO LINDO BLOG E QUE DEUS O ABENÇOE EM TODO O SEU CAMINHAR. CONVIDO-TE A FAZER PARTE DO MEU BLOG TAMBÉM.
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