“Morava em Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da
coorte chamada Italiana, piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que
fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. Esse homem observou
claramente durante uma visão, cerca da hora nona do dia, um anjo de Deus que se
aproximou dele e lhe disse: Cornélio! Este, fixando nele os olhos e possuído de
temor, perguntou: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas
esmolas subiram para memória diante de Deus. Agora, envia mensageiros a Jope e
manda chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele está hospedado com Simão, curtidor, cuja
residência está situada à beira-mar. Logo que se retirou o anjo que lhe falava,
chamou dois dos seus domésticos e um soldado piedoso dos que estavam a seu
serviço e, havendo-lhes contado tudo, enviou-os a Jope. No dia seguinte, indo
eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta
da hora sexta, a fim de orar. Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe
preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então, viu o céu aberto e
descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra
pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e
aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e
come. Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa
alguma comum e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não
consideres comum. Sucedeu isto por três vezes, e, logo, aquele objeto foi
recolhido ao céu” (At 10.1-16).
[...] O Dr. Scroggie apresenta neste capítulo duas
revelações (1-16). Uma a Cornélio, outra a Pedro. Este capítulo é notável
porque relata a abertura da porta do Evangelho aos gentios (15-16). Em
Cornélio, um oficial do exército romano, descobrimos piedade, reverência,
influencia, liberalidade, oração, receptividade e obediência.
Pedro estava em
oração ao meio-dia quando recebeu a revelação:
“Então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse
um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda
sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se
dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro replicou: De modo
nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda (At 10.11-14).
É coisa difícil transformar idéias e costumes religiosos, e,
apesar da visão milagrosa, Pedro mostra disposto a desobedecer à voz divina”
[McNair. P. 395].
É interessante notar a força que tem uma tradição, mesmo na
vida de um apóstolo como Pedro, quando foi enviado a casa de Cornélio. Pedro
estava presente quando Jesus disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas
as nações” (Mt 28.19). Ele também ouviu Jesus ordenar-lhes claramente: “Sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até
aos confins da terra” (At 1.8). Mas quando se lhe apresentou o momento para
testemunhar para Cornélio, um centurião gentio da cidade de Cesaréia, a
tradição de Pedro o impediu. Note o que Pedro respondeu: “De modo nenhum,
Senhor! Porque jamais comi coisa comum e imunda”.
O Senhor precisou repetir a visão de animais imundos
suspensos por um lençol e dizer: “ao que Deus purificou não consideres comum”.
E Pedro insistia em responder: “De modo nenhum, Senhor...” (At 10.14-15).
As tradições têm um
poder misterioso. Às vezes, ela passa por cima até das Palavras do próprio
Deus. É a tradição que nos faz dizer: “Não, Senhor!” Nós lemos a Bíblia acerca
da unidade do corpo de Cristo, e afirmamos que a Bíblia é a nossa regra de fé e
prática, a menos que entre em conflito com nossa tradição e idéias.
Foi difícil para Pedro um judeu tradicional entrar na casa
de Cornélio. E mesmo chegando lá replicou dizendo: “Vós bem sabeis que é
proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se a alguém de outra raça;
mas Deus me demonstrou que a nenhum homem considerasse comum ou imundo” (At
10.28).
Podemos bem imaginar
como Cornélio se sentiu. Ele convidara todos os seu parentes e amigos para
irem à sua casa. “Vocês irão conhecer um verdadeiro homem de Deus” disse-lhes:
Um anjo me disse para chamá-lo. Ele é um, santo homem, um varão perfeito, e ele
nos ensinará muitas coisas a respeito de Deus”.
Tanto Cornélio como
Pedro tiveram de aprender com o Senhor. Pedro não devia pensar ser Cornélio
imundo pelo fato de ser gentio; Cornélio não devia adorar a Pedro por este ser
um servo de Deus.
A seguir, o apóstolo menciona por que se deu ao trabalho de
ir até ali, e depois diz: “Perguntou, pois, por que razão me mandaste chamar?”
(v. 29).
Pedro sabe que está
fazendo uma pergunta tola, mas não parece disposto a entregar-lhe a
mensagem. Por quê? Simplesmente. A tradição do judaísmo.
A tríplice visão tinha a intenção de mostrar a Pedro que
Deus não de faz acepção de pessoas (v. 34).
[...] O poder da
tradição é terrível. Deus fica impedido de realizar muitas das coisas que
deseja por causa das amarras que colocamos. E nós ficamos escandalizados todas
as vezes que ele quer modificar um pouco.
Nossa mente é como uma pequena mesinha de cabeceira que
comporta somente uma lâmpada e alguns livros. Se colocarmos um refrigerador ela
quebra. É isto que acontece quando nossas mentes tradicionais recebem algum
ensino daquilo a que estamos acostumados. Ficamos quebrados em pedacinhos.
O que precisamos
fazer para reconhecer e realizar toda à vontade de Deus? Duas coisas, diz
Romanos 12.1-2. Primeiro precisamos apresentar nosso corpo como sacrifício vivo
e santo. Um sacrifício vivo e santo é melhor que um sacrifício morto, pois um
sacrifício vivo tem um futuro. Deus pode fazer com ele o que desejar.
Em segundo lugar, temos que ser transformados pela renovação
de nossa mente. Temos que estar preparados para crescer espiritualmente, ou
seja, mudanças espirituais. Estar no centro da vontade de Deus significa estar
continuamente pronto para sofrer mudanças. Às vezes dizemos: “Senhor mostra a
Tua vontade!” Mas se Ele mostrar, nós não faremos nada. Somos como um trem de
ferro que diga: “Por favor, dirija-me por estes trilhos”. Para quê? Os trilhos
já estão ali.
Nós oramos assim: “Senhor ajuda-nos a fazer a tua vontade”,
mas os trilhos já estão pregados no chão. Os trilhos são nossas tradições que
precisão ser mudado. E, quando Deus quer nos colocar no caminho da verdade,
dissemos como Pedro: “De modo nenhum Senhor já mais vou fazer isso ou aquilo”.
Somos como as crianças num parque de diversões, guiando carrinhos. Elas giram o
volante para um lado e para outro, mas a despeito disso, o carro segue sempre
na mesma direção. É assim que somos nas igrejas e nos concílios denominacionais.
Fazemos vários tipos de proposições (muita movimentação), mas tudo continua do
mesmo jeito” [ORTIZ. P. 136-137].
Deus quer que
cresçamos espiritualmente, mas precisamos aceitar e deixa Sua Palavra nos
dirigir e não nossos conceitos e tradições que não nos levam a nada.
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as
pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre rocha;
e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto
contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificado sobre a rocha. E todo
aquele que ouve estas minhas palavras e não pratica será comparado a um homem
insensato que edificou sua casa sobre arreia; e caiu a chuva, transbordaram os
rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou,
sendo grande a sua ruína” (Mt 7.24-26).
O homem que construiu sua casa sobre a Rocha que é Jesus
(gr. logos a Palavra) está edificado sobre a Palavra e suas doutrinas
(ensinos de Jesus), e vindo à tempestade ele permanece firme e não cai. Mas
aquele que edificou a sua casa sobre a arreia, refere-se ao homem que está
edificado sobre as tradições e doutrinas dos homens, (Mt 15.9; Cl 2.8, 22). É
um homem inconstante sem edificação, sem base bíblica, não tem a liberdade em Cristo Jesus , precisa
de cabresto. Muitos até dizem: eu amo a Jesus, mas entristecem o Senhor pelas
suas tradições.
A tradição leva o
crente ao fanatismo religioso e falsa santidade. O mundo jamais se portará
para agradar Deus e à sua Palavra, pois ele está no maligno (1ª Jo 5.19). A
doutrina bíblica não somente nos leva a Deus, mas também nos leva a viver para
Ele e como andar diante da igreja e do mundo.
Hoje também encontramos tradições nas confissões e decisões
dos concílios das igrejas, às quais devemos dispensar minuciosa atenção, tendo
o cuidado de investigar com maior atenção e cuidado seu conteúdo
bíblico-teológico, pois a nenhuma igreja lhe foi dado o direito de formular
novas doutrinas ou tomar decisões contrárias aos ensinamentos das Sagradas
Escrituras, pois a História da Igreja registra que líderes e concílios podem
cometer erros grossos, alguns deles comprometendo a verdadeira fé cristã.
FONTE DE PESQUISA
1. S.E. McNAIR. A Bíblia Explicada. 4ª Edição. Editora
CPAD. Rio de Janeiro RJ.
2.
JUAN
CARLOS ORTIZ, o discípulo, 6ª edição, 1980, Ed. Betânia. Venda Nova MG.
Pr. Elias Ribas
pr.eliasribas2013@gmail.com
LEIA VALE APENA.
ResponderExcluirFantástico!! Precisamos nos livrar das amarras das tradições, para assim podermos viver a plenitude do evangelho! Jesus veio para que tenhamos vida em abundância!!
ResponderExcluirMuito Bom recomendo a todos
ResponderExcluirGraça e Paz!
ResponderExcluirQuero dar os parabéns pelo blog. Estou seguindo.
PR. DOMINGOS MASSA
http://domingosmassa.blogspot.com
A PAZ de JESUS
ResponderExcluirParabéns ótima leitura.