TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 8 de maio de 2009

FOGO CONSUMIDOR

Hb 12.29 “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor”.

O fogo representa na Bíblia diversas realidades espirituais diferentes, dentre as quais eu destaco a purificação. O que passa pelo fogo sai purificado, ou não sai. A grande prova está na palha e no ouro; o ouro derrete ao passar pelo fogo, e sai todas suas impurezas, mas continua sendo ouro e com mais brilho; a palha vira cinza e fumaça.

Da mesma forma o nosso Deus é um fogo, ou seja, Ele nos prova para nos purificar, testando se sairemos da provação da mesma forma que entramos ou se viraremos pó. E mais do que, é um fogo mais intenso que se possa conhecer.

A Bíblia diz que Deus é um fogo consumidor, no sentido de permitir o cristão passar pela prova de fogo, prova de tribulação para o nosso aperfeiçoamento. Fogo consumidor denota a ação permissiva de Deus permitindo que o crente passe por aflições, tribulações e provas, para moldar-nos, provar-nos e purificar-nos. No livro Zacarias 13.9 diz o Senhor Deus: “E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e purificarei, como se purifica a prata, e a provarei como se prova o ouro; e ela invocará o meu nome, e Eu a ouvirei, e direi: é o meu povo, e ele dirá: O Senhor é meu Deus “Vê, Eu te purifiquei, mas não como a prata; provei-te na fornalha da aflição” (Is 48.10).

Deus é amor e quer ver todos os Seus filhos sejam perfeitos, puros e aprovados. É por isso que passamos pelo fogo.

Ao servirmos ao um Deus assim nos obrigamos a ter uma atitude e um caráter que possam ser provados pelo fogo a qualquer momento e em qualquer lugar. A responsabilidade aumenta, e com ela os benefícios também. Nem quero pensar no que seja Deus provando nossos atos e sentimentos naquilo que nós costumamos chamar de “momentos ruins”. Na carta aos Hebreus 10.11 diz: “E, na verdade, toda correção, no presente momento, não parece ser motivo de gozo, senão de tristeza, mas, contudo, depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ela têm sido exercitados”.

Mas se por um lado pesa o rigor de um fogo provador, por outro temos o privilégio indescritível do relacionamento, pois nada gera mais intimidade com Deus do que seguir os seus padrões. E ser íntimo dEle é algo que traz uma sensação indescritível de paz, serenidade e segurança.

Nosso desafio é aprender a vencer o medo de ser santo como Deus nos quer para viver uma vida 100% dentro do padrão que Ele nos coloca. “Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade” (Hb 12.10).

O fogo de Deus permite participar de Sua santidade, e também veremos que somos participantes das bênçãos espirituais. Viver debaixo da graça já é bom, mas com intimidade como Dono da graça é muito melhor.

Pr. Elias Ribas

A SALVAÇÃO DE LÓ E A PERDA DA ESPOSA - Gn 19

Note que os varões de Gn 18.2 são “anjos” em Gn 19.1. Ló aprece ser tão hospitaleiro como Abraão (v.2), mas os anjos não querem entrar na sua casa. Preferem passar a noite na rua. Poderemos imaginar Deus recusando entrar na casa de algum2 crente hoje? Afinal os anjos consentiram e entraram.

Ló parece ser o tipo do “meio crente” convencido, mas não convertido. A vida de uma tal pessoa costuma ser uma contenda, uma inutilidade e talvez uma catástrofe. Seu testemunho aos genros ficou nulo (v. 14).

A história de Ló nos ensina que, embora o cristão possa conseguir para si a salvação, pode contudo perder sua família. Filhos e filhas, esposa, criados num meio devasso podem ser corrompidos. A mulher que olha saudosa para traz lembrando da vaidade, da cidade, dos amigos e amigas de Sodoma e dos bens materiais, em pouco tempo não poderá mais trilhar (v.26). Por isso Jesus diz: “Lembrai-vos da mulher de Ló”. O julgamento divino a atingiu porque seus sentimentos estavam em Sodoma.

A ordem divina era: “Não olhe para traz”. Mas a mulher olhou e imediatamente foi transformada numa estatua de sal. Nós cristãos também não devemos olhar para traz. Devemos esquecer as coisas que para traz ficaram, pois só trazem tristezas e amarguras decepções. È por isso que a carta aos Hebreus 12.2 diz: “Devemos olhar para o autor e consumador de nossa fé”. A Bíblia diz: “Não olhes para esquerda e nem para a direita”.

Ló não agiu de acordo com o ensino de 2ª Co 6.17: “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei”.

Em Sodoma ele ganhou uma porção de tristezas. Ele foi atribulado pela vida dissoluta da cidade. Ló foi desprezado por aqueles a quem procurou conciliar (v.9). Ele não pode evitar arruinar da família. E ainda estava omisso a situação da cidade (sentado na porta da cidade v.1). Mas a graça de Deus salvou Ló, e isso por força, contra a sua vontade (v.16). Quão solene é o aviso de Apocalipse 18.4: “Sai dela povo meu!...”

Notemos que Abraão (tio de Ló), de manhã bem cedo, no dia imediato á notável entrevista com os anjos foi para aquele lugar onde estivera diante da face do Senhor. Nós também podemos, voltar ao ponto onde temos provado mais evidentemente a presença de Deus: talvez na casa de oração, na reunião da Santa Ceia. E desse lugar solitário Abraão viu a fumaça de Sodoma incendiada, e compreendeu que nem sempre a intenção de um homem piedoso pode salvar o iníquo de um merecido suplício.

Pr. Elias Ribas

terça-feira, 5 de maio de 2009

A ESPOSA DE FINÉIAS E A TRAGÉDIA

“E, ao tempo em que ia morrendo, disseram as mulheres que estavam com ela: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso. Mas chamou ao menino Icabô, dizendo: Foi-se a glória de Israel, porquanto a arca de Deus foi levada presa e por causa de seu sogro e de seu marido. E disse mais: De Israel a glória é levada presa, pois é tomada a arca de Deus” (1º Sm 4.20-22).

Em Siló morava a família do sacerdote Eli. Ele tinha uma idade de aproximadamente 90 anos, e seus dois filhos chamavam Hofni e Finéias, apesar de adultos e casados, não estavam preparados para substituí-lo em seu encargo sacerdotal. Os filhos de Eli não se importavam com o Senhor (1º Sm 2.12), desprezando a oferta que era trazida pelos israelitas. Eles não esperavam que se queimasse a gordura, de acordo com a orientação divina para os sacerdotes e seus familiares, que comiam das ofertas. Antes, mandavam que seus servos buscassem a carne crua, antes da oferta ser aceita pelo Senhor. Ora, tiravam da panela com um garfo de três dentes o pedaço que saísse. Isto contrariava todas as normas dadas pelo Senhor por meio de Moisés aos descendentes de Arão, da tribo de Levi, que foram separados para oficiarem com sacerdotes. O povo já não suportava tal procedimento.

Não havia o temor do Senhor no coração desses jovens. Eles conheciam a verdade, a vontade de Deus e não a executavam. O texto sagrado diz que “Era muito grande o pecado destes moços perante o Senhor... Porém, Eli já era muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que servia á porta da tenda da congregação” (v. 17-18). O sacerdote Eli não corrigiu os filhos quando estes eram pequenos e agora eles haviam se tornado ímpios e seriam julgados a qualquer momento pelo Senhor.

Chegou o dia em que Israel saiu á peleja contra os filisteus e se acampou junto a Ebenezer, uma pedra memorial, cujo nome significa: “Até aqui nos ajudou o Senhor”. Ali houve um primeiro ataque e morreram 4.000 homens de Israel. Então o povo pediu que trouxesse para o campo de batalha a arca da aliança, que simbolizava a presença de Deus entre o povo. E a arca foi trazida. O exército rompeu em brados de júbilo e “ressoou a terra” Os filisteus se atemorizaram com os brados e pensaram que estavam perdidos, pois o Deus de Israel estava no meio de seu exército. Eles lutaram bravamente e prevaleceram contra Israel. Mataram Hofni e Finéias, os filhos de Eli, que tinham ido ao campo de batalha para levar a arca da aliança. Os filisteus levaram a arca consigo para suas cidades, como um troféu de guerra. Aquela era a sua maior conquista.

Israel sentiu-se desamparado. Sem a arca era como se estivessem sem Deus. Um dos guerreiros, que escapara da batalha, levou a notícia a Siló. Quando o sacerdote Eli ouviu que seus filhos eram mortos “ao trazer ele menção da arca de Deus, caiu Eli da cadeira para trás, junto ao portão, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porque já era homem velho e pesado; e havia ele julgado a Israel quarenta anos (1º Sm 4.18).

A Bíblia não nos fala o nome da esposa de Finéias. Apenas nos diz que ela estava grávida, e o parto estava próximo. Ao receber a notícia da morte do marido na guerra, do sogro e que a arca tinha sido levada pelos filisteus, “encurvou-se e deu à luz; portanto as dores lhe sobrevieram” (v.19). Ela teve problemas no parto e veio a falecer. “Ao expiar, disseram as mulheres que assistiam: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso. Mas chamou o menino “Icabô”, dizendo: “Foi-se a glória de Israel” (1º Sm 4.20-21).

A esposa de Finéias deveria ser jovem e bela e de família nobre, provavelmente da tribo de Levi. Deveria ser conhecedora da Lei, da vontade de Deus. Por conseguinte, ela deveria sofrer com o péssimo testemunho de seu marido e de seu cunhado.

Estava grávida, deveria ter sonhos para seu filho, como toda mãe tem. Seu filho também seria sacerdote. Uma posição privilegiada em Israel. Uma posição de liderança e prestígio, mas de grande responsabilidade, pois estaria lidando com as coisas de Deus, e isto era muito sério. Provavelmente ela e seu esposo deveriam saber das palavras proféticas dadas por Deus a seu sogro. Eram profecias muito duras, que diziam que os descendentes de Eli morreriam na flor da idade, não haveria homens em sua descendência. Que se levantaria outra linhagem sacerdotal e a família de Eli teria de se humilhar para conseguir um pedaço de pão. O sinal que o Senhor havia dado era que seus dois filhos morreriam em um mesmo dia.

Não se pode brincar com as coisas de Deus. A Bíblia nos diz: “Deus não se deixa escarnecer porque tudo o que o homem semear, isto também ceifará” (Gl 6.7). Ninguém ouse pensar que se possa driblar o Senhor ou “tapar os Seus olhos”. A falta de temor de Deus gera perdição e tragédia eterna. Eli não disciplinou seus filhos quando eram pequenos, depois de grandes, isto era impossível. O tempo de plantar o temor do Senhor, a obediência e os valores do caráter no coração, e na infância. Esse tempo é precioso e o ensino é eficaz. Por diversas vezes, certamente, sempre que necessário, os pais deverão aplicar a vara da disciplina nos filhos pequenos. A vara é para criança, não para o adolescente ou jovem. Para estes é o diálogo franco, alertando para os perigos e contando com os frutos de uma boa semeadura feita na infância do filho. O bom filho será um bom esposo. Quem honra os pais saberá honrar ao Senhor. Será um pai exemplar, um marido carinhoso e trará felicidades aos que estão vivendo ao seu redor.

A esposa de Finéias não teve um bom marido. Pelo fato de ter mais de uma parteira para auxiliá-la, podemos perceber que era uma mulher rica. Ela deveria morar em uma casa confortável com todos os bens materiais; deveria ter boas roupas, boa comida, muitas jóias, mas faltava-lhe o essencial para uma descendência feliz e abençoada. Um marido temente a Deus. Toda a mulher que quer se casar precisa olhar que tipo de filho é seu futuro esposo. Se desejar uma decência abençoada, não se case com os “Finéias” que estão por ai.

Ao ouvir as tristes notícias das mortes dos homens de influência, a esposa de Finéias, entrou em trabalho de parto. Mas sua maior dor não foi por causa das profecias a respeito de seu marido e sua descendência, mas foi por causa da arca da aliança ter sido levantada pelos inimigos. Isto, sim era a tragédia maior. A nação agora estava desamparada, “foi-se a glória de Deus”, ela afirmou ao morrer.

O pior havia acontecido. Algo jamais imaginado pelo povo de Israel tornara-se realidade. Estavam órfãos de Deus. A arca simbolizava a presença de Deus e está não estava mais no meio do povo de Israel pela conseqüência do pecado dos filhos do sacerdote Eli. E ela deu ao seu filho o nome de Icabô, ou Icaode, que significa “foi-se a glória de Israel, porque a arca foi tomada” (1º Sm 4.22). Quantas nações, igrejas e membros já perderam a glórias de Deus pela falta de temor.

A tragédia chegará, conforme a palavra profética, e a esposa de Finéias não suportou seu aperto. Morreu sob a dor da perda. Foi esmagada pelo peso da conseqüência do pecado familiar.

Embora a glória do Senhor houvesse se dissipado, Deus jamais abandonaria o Seu povo. A arca voltaria, mas era necessário haver uma mudança radical na vida da nação, que estava contaminada com a falta de temor de Deus e com o pecado. O homem que Deus havia separado para a restauração de Israel seria Samuel, filho de Elcana, homem temente a Deus, e de Ana, uma mulher de oração. O contraste entre o lar de Ana e de Eli estava nos filhos e na obediência a Palavra de Deus.

O que trás a glória de Deus em nossas vidas é o temor, o ensino da Palavra, a oração e a separação do pecado. Não perca a glória de Deus, pois sem ela a morte é certa!

Pr. Elias Ribas

A ANTIGA MANEIRA DE DESCULPAR-SE

Gênesis 3.12-13

Desculpar-se ou escusar-se pode ser tanto uma forma de provar a inocência, ou um meio de fugir da responsabilidade. Muitas vezes, quando erramos diante de Deus, mesmo que nossa consciência nos mostre claramente que temos culpa, queremos um alguém ou alguma coisa para dividir essa culpa, principalmente quando está em jogo nossa imagem perante a opinião pública.

Esquecemos que tudo está visível diante de Deus, cujos olhos são como chamas de fogo. Sabemos que essa mania é antiga. Aliás, ela veio desde a criação de todas as coisas criadas por Deus, e é uma das conseqüências do pecado do homem. Quando o casal transgrediu a ordem de Deus, Ele os visitou na viração do dia, como fazia com freqüência. É evidente que Deus já sabia o que havia acontecido neste dia.
A visita de Deus ao casal envergonhado e escondido era a forma de oferecer misericórdia e amor. Quando Deus perguntou a Adão: Onde estás? Deus queria levá-lo ao arrependimento, mediante a confissão e o reconhecimento de seus erros. No entanto, diante da segunda pergunta de Deus a Adão: Comeste tu da árvore que te ordenei que não comesses? A resposta de Adão deu origem a primeira desculpa esfarrapada que temos conhecimento: A mulher que me deste por companheira. Ela me deu da árvore e eu comi. Simplesmente ele tentou convencer Deus que não tinha culpa de nada. Deus, então se dirige a mulher: Porque fizeste isso? Tentado provar que também não tinha culpa de nada, Eva responde: A serpente me enganou, e eu comi.

Na atitude de Adão e Eva, desculpar-se diante de Deus, não vemos nenhum sinal de arrependimento ou responsabilidade por seus erros. Adão culpou sua mulher, que por sua vez culpou a serpente. Adão não quis assumir a culpa pelo erro cometido nem mesmo sua mulher. Um foi culpando o outro. No entanto, o pecado já estava feito e suas conseqüências afetavam e marcavam toda a raça humana.

A misericórdia e o amor de Deus nos são favoráveis quando nós assumimos nossos erros, confessando-os diante de Deus de forma arrependida. E não temos outra escolha a não ser nos humilhar diante Daquele que conhece nossa vida por inteiro. Deus pode perdoar todas as nossas fraquezas que confessamos diante Dele, nos dando graça para vencer. Há uma questão impressionante nas Escrituras: Porque Davi era um homem segundo o coração de Deus, se fez tantos pecados terríveis, traiu seu soldado, numerou o povo e fez sangrentas guerras. Em contraste com seu antecessor, Saul não fez tantos pecados assim. É que Davi sempre confessou, reconheceu seus erros e assumiu o seu pecado, reconhecendo a necessidade de perdão e graça de Deus. O Salmo 51.1-14 é uma prova fiel disso. Já Saul seguiu o caminho da desculpa (1º Sm 13.8-14), da justificação (1º Sm 15.18-24), sempre responsabilizando alguém por seus erros. Como conseqüência de suas desculpas Saul foi rejeitado como Rei, desviou-se de Deus e envolveu-se com feiticeiros, até chegar ao suicídio. Triste fim. Irmão, o caminho mais certo até as bênçãos de Deus passa pela confissão e o arrependimento, enquanto que o caminho mais curto para o sofrimento passa pelas desculpas e escusas.

São muitos os Saul que andam pecando e sempre desculpando dos seus erros. Deus compadece dos que se humilham, confessam e deixam seus pecados. A Bíblia diz no Salmo 32: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”.

Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A ARCA DE DEUS


2° Sm 6.2-11 “Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins. Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca. Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos. Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus. Desgostou-se Davi, porque o SENHOR irrompera contra Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR? Não quis Davi retirar para junto de si a arca do SENHOR, para a Cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. Ficou a arca do SENHOR em casa de Obede-Edom, o geteu, três meses; e o SENHOR o abençoou e a toda a sua casa.

INTRODUÇÃO: A arca em casa de Obede-Edom. Esta história ensina várias lições importantes:

1. Boas intenções não bastam.
Davi quis fazer bem esta vez, como numa ocasião subseqüente (2° Cr 6.8). Mas precisava haver obediência.

2. Grande cerimônia não é aceitável a Deus no caso de não ser “segundo a devida ordem”.
Ainda hoje um grande ritual, ou procissões magníficas, não de acordo com a Palavra de Deus, nada valem, porque “Deus é espírito, e os que adoram precisam adorá-lo em espírito e em verdade”. Lemos em 2° Samuel que nada menos que 30 mil pessoas tomaram parte nesta grandiosa ocasião.

O homem não deve ser atrevido diante de Deus. A ação irrefletida de Uzá talvez revelasse uma falta de reverência e apreciação da divina dignidade. O fato é que não sabemos precisamente como ele escorou a arca, nem o seu aspecto e atitude em fazê-lo.

Levar a arca era missão dos sacerdotes e devia ser levado nos ombros (Nm 7.9; Êx 28.1, 44-45).
Através do profeta Jeremias, Deus chama atenção de Seu povo dizendo: “Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente! Maldito aquele que retém a sua espada do sangue!” (Jr 48.10).

Fazer a obra de Deus sem reverência, sem ordem, de qualquer jeito, pode levar o homem a morte como o caso de Uzá.

No capítulo 14 e 15 de 1° Crônicas encontramos mais algumas lições para aqueles que fazem o trabalho de Deus.

Levando a arca para Jerusalém. A lição desta segunda vez de levar a arca de Deus para Jerusalém é reconsideração. A primeira vez Davi não foi bem sucedido, e podia ter abandonado seu propósito com bastante prejuízo para si e para o povo.

Mas ele considera o caso, indaga em que errara a primeira vez, e afinal faz tudo de acordo com a vontade de Deus.

1. Um lugar preparado (v.1). Quem deseja receber Cristo no seu coração deve cuidar que haja um lugar disponível para Ele, um lugar desocupado de tudo que não esteja em harmonia com sua presença.

2. Cuidadosa atenção a Palavra de Deus. Os sacerdotes são chamados para seu legitimo serviço (v. 11).

3. Muita atenção à “ordenança divina” (v. 13). Quando Deus tem determinado qualquer coisa deve ser feita, devemos seguir o método estabelecido por Ele e não os nossos próprios métodos. Quando Deus não tem determinado o processo de qualquer rito, não devemos nos preocupar demasiadamente com qualquer método.

4. “Deus ajudou os levitas” (v. 26). Quando temos a certeza de que estamos de acordo com a Palavra de Deus, podemos ter experiência da ajuda de Deus.

5. Havia louvor e regozijo com o serviço. Fazer a obra de Deus alegra o coração, e podemos cantar os seus louvores quando trabalhamos de acordo com sua vontade.

6. Houve alguém que viu tudo isso com desprezo. Mical, filha de Saul, julgou haver uma falta de dignidade da parte do rei quando Davi dançou perante a arca. A arca representava a presença de Deus no meio do povo. Davi estava alegre em poder trazer a arca para Jerusalém. Hoje, somos nós o templo do Espírito e Ele habita em nós, por isso sentimos grande alegria em servi-lo. Ainda hoje uma pessoa carnal não aprecia a presença do Espírito Santo.

A presença do Espírito Santo, deve ser real e permanente no seio da Igreja, pois dependemos d’Ele do início até o final do culto. Porém alguns ignoram o louvor não sabem eles que Deus habita no meio dos louvores.

Aqueles que são vocacionados para a liturgia do culto, quer seja louvor, quer seja ensino, devem fazer com temor, com reverência e com um coração contrito.
“Estejam na vossa garganta os altos louvores de Deus e espada de dois gumes, nas vossas mãos” (Sl 149.6).

Em muitas igrejas o louvor está em segundo plano; os próprios líderes caminham, de um lado para outro, entram e saem, conversam etc. Mas quando usam a Palavra a coisa muda; o tom da voz é outro: “irmãos tenham reverência, pois vou começar a pregar a Palavra” ou dizem ainda: “ninguém mais se mova dentro da igreja tenham reverência na casa de Deus. Mas na hora do louvor não precisamos ter reverência? Será que não estamos nos portando como Uza?

Como queremos que Deus opere se a falta de ordem e reverência no culto?

O apóstolo Paulo escreve aos Coríntios dizendo: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo (louvor), tem doutrina (ensino), tem revelação, tem línguas, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1ª Co 14.26).

As nossas atitudes no seio da igreja devem ser para edificação desestimular a fé dos nossos irmãos.


Pr. Elias Ribas
Dr. em Teologia
pr.eliasribas2013@gmail.com