TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

AS DUAS TESTEMUNHAS NA GRANDE TRIBULAÇÃO Apocalipse 11

 


Apocalipse 11.1-6 “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo e disse: Levanta-te e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. 2- E deixa o átrio que está fora do templo e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses. 3- E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. 4- Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. 5- E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. 6- Estas têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem.” 

Depois dos acontecimentos exibidos pelo toque da 6ª trombeta, antes de se iniciar o toque da 7ª trombeta, Deus faz uma pausa na história dos acontecimentos para enviar a Terra às duas testemunhas que irão anunciar o evangelho em Jerusalém.

“Levanta-te e mede o templo...”. João recebe a ordem para medir o templo, o altar e local dos adoradores. Mas que templo? Note que João escreveu o livro de Apocalipse no ano 95 d.C., Jerusalém e o templo tinham sido destruídos no ano 70. Portanto, a medição do templo (v. 1, 2), refere-se à reconstrução do templo de Salomão em Jerusalém durante Grande Tribulação onde será profanado pelo Anticristo (Mt 24.15; 2ª Ts 2.4).

Quando o texto diz: “deixa o átrio que está fora do templo...”, refere-se do átrio exterior, porque era aberto para os estrangeiros adorarem no templo (Ez 42.14 e 44.19). Jesus disse que Jerusalém seria pisada pelos gentios (Lc 21.24), se referindo ao tempo em que a cidade seria tomada por outros povos por séculos. 

1. A mensagem das testemunhas. Quando o Anticristo estiver com as nações mundiais sobre seu domínio e os judeus o adorando-o como seu “messias tão aguardado, então aparecerá em Jerusalém duas grandes testemunhas. Deus enviá-lo-ás para anunciar o evangelho do Reino de Cristo e profetizar a respeito do futuro. Terão grande poder sobrenatural (Ap 11.1-14). Essas testemunhas do Senhor irão pregar num período de 1.260 dias (que são três anos e meio). Vestidos se saco: “Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco” (Ap 11.3).

O Evangelho do Reino começou a ser pregado por João Batista, que estava preparando o caminho do Senhor Jesus, e ainda será pregado na primeira fase da Grande Tribulação pelas duas testemunhas procurando converter o coração dos pais aos filhos (Ml 4.6). Este evangelho é o mesmo que João Batista pregava na primeira vinda de Cristo, há quase dois mil anos dizendo: “arrependei-vos porque é chegado o reino de Deus” (Mt 3.2), este não é o mesmo evangelho que pregamos nos dias de hoje, existem duas formas de pregar o evangelho: 

1. O Evangelho da graça (Mc 16.15): O Evangelho que é pregado hoje para a salvação.

2. O Evangelho do Reino (Mt 24.14): As duas testemunhas irão pregar na Grande Tribulação, anunciando que está próximo o reino de Cristo.

Enquanto o falso profeta estará apresentado Anticristo ao mundo como o verdadeiro messias, as duas testemunhas irão pregar que o reino de Cristo está próximo e Ele virá com poder e grande glória para reinar por mil anos e isto irá acontecer no mundo todo. 

2. Quem são as duas testemunhas? A palavra testemunha no original grego é μάρτυς mártir que significa testemunhas.

A Bíblia não diz quem são as duas testemunhas. Apenas diz o que vão fazer quando forem reveladas. Provavelmente surgirão no início da Tribulação. Não sabemos quando isso será. Esse é um mistério que ainda não foi revelado.

Uma das perguntas polemica do apocalipse é: Quem são as “Duas Testemunhas”. Há neste texto Bíblico, muitas divergências teológicas, para saber com precisão quem serão as duas testemunhas.

Alguns pensam em dois profetas: Elias e Moisés com o poder que exerceram ninguém poderia tocá-los e porque apareceram na transfiguração com Jesus. Outros acham que seria Enoque por que foi arrebatado para Deus e precisa voltar para morrer. Entretanto, não será Moisés, Elias, Enoque ou outro personagem bíblico. Os sinais realizados pelas “Duas Testemunhas” são semelhantes aos de Moisés e Elias, mas isso não significa que sejam literalmente estas pessoas.

Muitos usam a referência de Malaquias 4.5, onde diz que Elias virá antes do grande dia do Senhor. Jesus disse que a profecia sobre a vinda de Elias (Zc 4.5) se cumpriu através do ministério de João Batista (Mt 17.11-13), o precursor do Messias. Ele veio para pregar o evangelho do reino. Existem muitas razões para afirmar que não serão nenhum destes personagens bíblicos:

Primeiro, não será Enoque, porque está escrito em Hebreus 11.5: “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte”. Portanto se Enoque foi translado para não ver a morte então não será ele.

Segundo, não será Elias e nem Moisés, porque eles aparecem em um corpo glorifica no monte da transfiguração junto com Jesus (Mt 17.1-9).

Terceiro, o apóstolo Paulo afirma “que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. (1ª Co 15.50). Paulo está falando do corpo que é corruptível de herdar o céu; “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.” 1ª Co 15.53).

Quarto, Elias e Enoque foram arrebatados para céu, tipificando a Igreja de Cristo que será arrebatada. Portanto, eles foram transformados e arrebatados. Elias deixou cair sua capa (2ª 2.12-14), simbolizando que despiu-se dos seus andrajos humanos. O que vai acontecer com o arrebatamento ou a transladação da Igreja é a mesma coisa. Todos os crentes fiéis serão tomados pelo Espírito Santo e elevados aos céus. No momento de serem tomados (num abrir e fechar de olhos) serão transformados, isto é, deixaram os seus andrajos e serão capacitados de entrarem no céu, diante do Trono de Deus, sem mais a necessidade de morrer. Conforme o ensino paulino a igreja de Tessalônica ele diz: “Os mortos ressuscitarão primeiro e depois nós, os que estivermos vivos, seremos transformados num corpo glorificado e levados nas nuvens, junto com eles, para nos encontrarmos com o Senhor nos ares” (1ª Ts 4.16-17).

“Se admitirmos que Moisés, Elias ou Enoque, volte viver em corpo mortal para ser uma das duas testemunhas, estaremos concordando plenamente com a doutrina espírita da reencarnação, a qual Deus condena ao longo do texto bíblico (Hb 9.27).” [Valdemar Pereira Paixão, livro apocalipse, pg 83]. 

3. As duas testemunhas são as duas oliveiras. “São estas as duas Oliveiras (testemunhas), e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra” (Ap 11.4).

“Junto a este, duas Oliveiras...”. Quando estudamos a luz da hermenêutica podemos ter uma ideia de quem serão as duas testemunhas comparando com o profeta Zacarias.

“E disse-me: Que vês? E eu disse: Olho, e eis que vejo um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no seu topo, com as suas sete lâmpadas; e sete canudos, um para cada uma das lâmpadas que estão no seu topo. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. E respondi, dizendo ao anjo que falava comigo: Senhor meu, que é isto?” (Zc 4.3-4).

Não sabendo responder o significado da revelação o anjo continua lhe perguntando e lhe explicando:

“Respondi mais, dizendo-lhe: Que são as duas oliveiras à direita e à esquerda do castiçal? E, respondendo-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado? E ele me falou, dizendo: Não sabes tu o que é isto? E eu disse: Não, senhor meu. Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra” (Zc 4.11-14).

“As Duas Testemunhas são chamadas de duas oliveiras e dois candelabros como um símbolo de frutos e luz, lembrando da profecia sobre a reconstrução do templo após sua primeira destruição, quando o sacerdote Josué e o governador Zorobabel foram chamados de duas oliveiras perto do candelabro (Zc 4.3 e 11-14). A oliveira produz o azeite para acender o candelabro. O poder das palavras destas duas testemunhas é representado pelo fogo (Jr 5.14).” [Fonte de pesquisa https://www.esbocosermao.com/2020/11/apocalipse-11-as-duas-testemunhas.html].

“Os dois ungidos”, portanto, nesta visão representam Josué e Zorobabel (Zc 3.1; 4.9). Josué era o sumo sacerdote e Zorobabel o herdeiro do trono Judá (1º Cr 3.17-19). Zorobabel era no seu tempo representante da monarquia de Davi (Ag 2.20-23), e está na linhagem direta de Cristo (Mt 1.12). Foi nomeado por Ciro rei da Pérsia para ser o condutor e governador do povo Judeu no regresso para Judá (Ed 1.8; cap. 11; 5.11-14).

As duas oliveiras nesta revelação dada a Zacarias são Josué e Zorobabel uma autoridade política e outra religiosa nos dias deste profeta. Mas as duas testemunhas de apocalipse 11, tipificam duas autoridades desconhecidas (política e religiosa da nação israelita), ungidos por Deus para profetizar aos Judeus na Grande Tribulação. Portanto, não será nenhum personagem bíblico do V.T., ou seja, nem Josué, Zorobabel ou outro. Eles apenas tipificam as duas testemunhas. Se as testemunhas fossem Moisés e Elias, ou Enoque e Elias, por que a Escritura ficaria em silêncio sobre suas identidades? 

4. As duas testemunhas serão chios do Espirito Santo. “Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem” (Ap 11.5-6).

Como Moisés no Egito e Elias no monte Carmelo, as duas testemunhas serão revestidas de poder, autoridade e dotados com o dom de maravilha pelo Espírito Santo. Eles têm poder para trazer seca sobre a terra, para transformar as águas em sangue, e para ferir a terra com todas as pragas. E se alguém desejar causar o mal, serão devorados com fogo procedente de sua boca. 

5. O que acontecerá com as duas testemunhas? Ap 11.7-13 “E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e as vencerá, e as matará. 8 E jazerá o seu corpo morto na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado. 9 E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seu corpo morto por três dias e meio, e não permitirão que o seu corpo morto seja posto em sepulcros. 10 E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra. 11 E, depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.12 E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram. 13 E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu”.

Por três anos e meio, ou seja, na primeira fase da Grande Tribulação, as testemunhas serão preservadas do mal. Mas, quando eles terminarem de realizar a obra a que foram designados por Deus, a besta que sobe do mar (Ap 13), o Anticristo, que unido com o falso profeta (Ap 13.12), virar-se-á contra as duas testemunhas e os matará na praça da cidade e depois de três dias e meio o Senhor ressuscitará num corpo glorificado e subirão ao céu numa nuvem diante dos olhos de todos (Ap 11.6-12) até que os dias da tribulação se completem.

“A grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito” (v. 6). Jerusalém é aqui chamada de Sodoma por causa de seu orgulho, indulgência, facilidade próspera e indiferença às necessidades dos outros (veja Ez 16.49). E é chamado Egito por causa de sua idolatria, perseguição e escravidão ao pecado e injustiça.

Depois do arrebatamento das duas testemunhas haverá um grande terremoto e a décima parte da cidade (Jerusalém) será destruída e morrerão sete mil pessoas. Após o julgamento divino, o remanescente de Israel aceitará a mensagem das duas testemunhas e dará glória a Deus.

Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


sábado, 17 de setembro de 2022

OS MÁRTIRES DA GRANDE TRIBULAÇÃO

 


Apocalipse 6.9-11 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10- E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11- E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.” 

Abrindo o quinto selo, João vê o lamento dos mártires no céu. O apóstolo declara que eles vêm de todas as nações, tribos, povos e línguas que há sobre a terra. Ele descreve o martírio dos cristãos que sofreram perseguições, passaram por torturas, foram mortos e cujas almas suplicam o juízo de Deus contra a vida daqueles que martirizaram milhares de cristãos. Estes são os salvos que vieram da Grande Tribulação porque guardaram sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus e não aceitaram o sinal da besta e nem o seu nome (Ap 7.9-14). Muitos que distanciaram da fé e pessoas com o conhecimento do Evangelho que ficarem no arrebatamento da Igreja, sofrerão no governo ditatorial da besta. Suas almas ficarão debaixo do altar do Senhor no céu, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11).

Neste tempo o Anticristo, no final dos desfeches, levantará uma grande perseguição qual nunca houve, mesmo em meio aos horrores, ao engano e às grandes dificuldades da Tribulação, muitas pessoas rejeitarão o Anticristo e aceitarão a Jesus, passando a segui-lo. Portanto, todos os que não negarem a Jesus, não professam a religião do falso profeta e não aceitam o sistema da Besta serão decapitados (Ap 20.4), Mas serão salvos.

Essas almas debaixo do altar não é a Igreja de Jesus. Essas almas, cujo corpo está na terra e ainda não foram ressuscitados, são completamente distintos da Noiva. Os que morreram em Cristo no tempo da graça, já foram ressuscitados e arrebatados, são vistos coroados no céu representados pelos vinte quatro anciãos, e estão livres da Grande Tribulação (Ap 4.4, 10,11).

João vê as almas desses que foram martirizados, receberem vestes brancas que simbolizando justiça, pureza, santidade e alegria. Eles esperam descansando de suas fadigas terrenas, até que o número dos mártires se complete. Duas coisas ainda devem ser ditas aqui, que mostra a diferença entre estes santos e a Igreja: 1. A igreja é vista coroada (2ª Tm 4.8; Ap 2.10; Ap 4.4, 10,11). 2. Estes santos são vistos com palmas em suas mãos (Ap 7.9).

É importante entender que essas almas não estavam inconscientes, mas estavam lúcidas e pedindo vingança, não pessoal, mas da justiça divina. Isso mostra que após a morte a alma não dorme como alguns “líderes” ensinam, mas continuam conscientes e tem memória do que ocorreu na Terra. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.10).

Nesta altura dos acontecimentos, nós que subirmos no arrebatamento, estaremos participando das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), enquanto que estes crentes que deram suas vidas para serem salvos estarão debaixo do altar do Senhor, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11), permanecerão lá até que termine a Grande Tribulação, e o Senhor retorne a Terra para vingará o sangue deles derramado.

No capítulo 7, o apóstolo João da continuidade a revelação que vê: Apocalipse 7.9,10,13-15 “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; 10- e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. 13- E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? 14- E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. 15- Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.” 

Esta multidão não é a Igreja, como também os selados não são, pelos seguintes motivos: Primeiro, é um dos anciãos que representam a Igreja que faz a pergunta a João (v. 3). Se fossem a Igreja teriam sido arrebatados antes da Grande Tribulação com coroas em suas cabeças.

De quem é composta está multidão? De todas as nações que creram pelo trabalho dos 144.000. De muitos crentes que ficaram, mas creram.

Estes mártires são aqueles que conheciam o evangelho, mas nunca tomaram uma posição diante de Deus e não se desligaram do pecado. Estes são os que vão ficar na terra depois do arrebatamento da Igreja. O anticristo e o falso profeta (Ap 13) que é o ditador do Império Romano ressuscitado, moverá grande e tremenda perseguição contra todos os que são cristãos. Essa multidão, que terão de enfrentar cara a cara a Satanás e sujeitar-se a decapitação. Muitos como uma multidão incontável em todo o mundo, permanecerão fiéis, preferindo morrer pelo testemunho de Jesus.

“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4).

João vê as almas daqueles que foram decapitadas por amor a Cristo e que guardaram Sua Palavra. Mas aqueles que não irão se dobrar diante da Besta, adorar sua imagem e aceitar a sua aliança, então serão salvos na Grande Tribulação.

Note-se a diferença entre os cento e quarenta e quatro mil selados (Ap 7.1-8), e os mártires da Grande Tribulação (v. 9). O primeiro está na terra e estão selados por Deus; o segundo são os gentios, inumeráveis, que completa o número daqueles que “estavam debaixo do altar”, visto por João na abertura do quinto selo, agora tirados da Grande Tribulação, e estão no céu perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos, significando que as pessoas tinham alcançado, não somente a justiça e a pureza, mas também a vitória e gozo; e com palmas nas mãos. Estas palmas simbolizam os mártires. A Igreja representada pelos anciões está coroada, e os fiéis receberam o galardão após o arrebatamento, no Tribunal de Cristo (2ª Co 5.10; Ap 22.12). Mas os mártires receberão palmas que simboliza louvor.

João estava observando aquela cena de adoração e compartilhando daquela magnífica alegria, sem entender perfeitamente a visão:

“E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? (V. 13).

“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de Grande Tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”

Os cento e quarenta e quatro mil de Israel foi dado um sinal na testa para que ficassem isentos dos sofrimentos da Grande Tribulação. Os gentios deixados na terra após o arrebatamento da Igreja, depois de despertados e de reconhecerem Jesus como Seu Senhor e Salvador, foram oferecidos como mártires, sendo decapitados no período da Grande Tribulação. Não “tribulação” ou apenas “de muitas tribulações” (At 14.22), mas “da Grande Tribulação”. Da tribulação sem igual durará três anos e meios (Dn 9.24-27), ou seja, a última metade da septuagésima semana de Daniel. Este é um período de tribulação como nunca houve, nem haverá jamais (Jr 30.4-7; Dn 12.1; Mt 24.21, 22).

O intenso sofrimento na Grande Tribulação não é suficiente para purificar os homens dos seus pecados. Somente o sangue do Cordeiro nos purificará de todo o pecado: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1ª Jo 1.7). Jamais alcançariam qualquer vitória pelos seus próprios méritos ou porque tenham passado por provas duras e terríveis e até mesmo pelo fogo da Grande tribulação. Para provar a sua fé em Jesus e a confiança inabalável em seu Deus, eles não amaram as suas vidas até a morte.

Deus mostra o Seu precioso carinho para as criaturas que lhe são fiéis. Carinho de pai e mãe, que quer bem aos seus filhos (Is 44.15-16). Esta é a grande e sublime promessa que alcançarão todos os vencedores.

Estes mártires fazem parte dos rabiscos da colheita. No contexto bíblico, “os rabiscos” eram as sobras de uma colheita do tipo: Trigo, Cevadas, Uvas no Velho Testamento. Esses mártires serão ou últimos a ser a arrebatados e isso só acontecerá na vinda de Jesus em glória. Incluem nesta colheita todos os crentes, perseguidos e maltratados até a morte por causa da Palavra de Deus e aqueles que não negaram Jesus e que ficaram fiéis ao Senhor testemunhando que eram de Cristo (Ap 20.4-6). Esses mártires reinarão com o Senhor no Milênio. 

Palavra de encorajamento. Ap 14.12-13 “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.”

Uma voz do céu, a voz de Cristo (10.4), ordena a João escrever, especialmente para encorajar aos que recusaram aceitar o sinal da besta. Esta mensagem de consolo será então especialmente necessária, pois os muitos homens que tornarem-se crentes, aqui não falo mais dos cento e quarenta e quatro mil que já estarão na glória com o Senhor (Ap 14.3-4), mas daqueles que estarão diante da alternativa de adorar a besta ou morrer. Sua decisão por Jesus Cristo terá consequências terríveis. Por não negarem a fé e guardarem os mandamentos de Deus, haverá uma terrível perseguição até a morte.

Bem-aventurado os mortos (v. 13). Por sete vezes é pronunciado a palavra bem-aventuranças no Apocalipse. Isso se refere aos remidos que já estão na glória com o Cordeiro. Em contraste com os adoradores da besta, que são atormentados com os juízos apocalípticos. Os salvos na Grande Tribulação já estarão na gloria aguardando o Senhor fazer justiça a essa terra. O sangue e a justiça de Cristo são seu adorno e suas vestes de honra.

A voz celestial anuncia-lhes que ganharão muitíssimo através do martírio: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor”. Há uma promessa especial para aqueles que lavam suas vestiduras no sangue do Cordeiro. Através do seu martírio eles tornam-se participantes de algo muito melhor do que se continuasse com a vida. Eles participaram dos rabiscos da colheita (Ap 6.9 e 11). Entretanto os santos salvos na Grande Tribulação não pertencem à Igreja-noiva, eles têm parte na promessa que foi dada a nós.

O mundo caminha para o fim. Esse é último prazo antes do arrebatamento, importa uma entrega completa a Jesus Cristo. Quem atualmente não permanece na Palavra e a comunhão com na Igreja, este acaba se desviando dos caminhos do Senhor. Mas agora ainda tem tempo para entregar teu coração a tua vida completamente ao Senhor. Aproveite o tempo e a oportunidade, e não endureça teu coração, pois a vida nesta terra é curta.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

AS SETE TROMBETAS Apocalipse 8

 

Apocalipse 8.1-2 “E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. 2 E vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.” 

No capítulo 6, estudamos sobre os seis selos que foram abertos pelo Cordeiro. O intervalo do capítulo 7 nos assegurou da proteção dos fiéis. Quando se abre o sétimo selo surgem sete anjos com trombetas prontos para tocar. Antes acontece um momento de silêncio no céu, um suspense, preparando para grandioso que irá acontecer.

Em primeiro lugar precisamos entender o significado do uso das trombetas. A palavra trombeta, vem do termo hebraico shophar e significa chifre, ou chifre de carneiro. Foi um instrumento instituído por Deus para ser tocado em uma infinidade de momentos da vida nacional de Seu povo no Antigo Testamento. As trombetas eram usadas para chamar o povo à batalha (Nm 10.9), levantar o acampamento (Nm 10.2), derrubar os iníquos (Js 6.13-16), proclamar as festas solenes (Nm 10.10) e manifestar a terrível majestade de Deus (Êx 19.16).

As trombetas anunciam uma série de juízos contra a humanidade (Ap 8.13). Elas são advertências aos habitantes da Terra, a fim de que eles sejam levados ao arrependimento antes que seja tarde, pois o dia do juízo final chegará.

As quatros primeiras trombetas (vs. 7-12), trazem castigos sobre os quatro aspectos mais importantes da criação: a terra, o mar, as águas e os corpos celestiais. As três últimas trombetas falam de sofrimentos impostos diretamente aos homens. Elas são chamadas também de AIS. 

1ª Trombeta. “O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde” (Ap 8.7).

Esse castigo é semelhante à sétima praga derramada sobre o Egito na época de Moisés que devastou a agricultura (Êx 10.21-25). Trata-se de uma chuva de saraiva (granizo), misturado com fogo e sangue que desce do céu. Esta chuva queimará um terço de toda terra fértil, das árvores e de todas as plantas. O julgamento é limitado a uma terça parte da terra, porque o propósito do julgamento é advertir as pessoas a trazê-las ao arrependimento (Ap 9.20-21). 

2ª Trombeta. “O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue, e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações” (Ap 8.8-9).

Essa grande montanha em chamas demonstra ser uma descrição de vulcões, que ao explodir causam terremotos e tsunamis nunca visto antes na Terra. As cidades a beira mar serão totalmente destruídas e muitos acidentes marítimos com um grande número de mortes.

Quando este grande monte for lançado sobre o mar, as águas tornam-se em sangue assim como aconteceu no rio Nilo do Egito. Morrerá a terça parte da vida marinha e destruirá muitas embarcações; isso agravará ainda mais a crise de fome (Ap 6.5-6). Esse julgamento se mostra ainda mais severo que o primeiro. 

3ª Trombeta. “O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha. O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas” (Ap 8.10-11).

João descreve o que vê, uma grande estrela que cai do céu e recebe o nome de Absinto, que significa amargor. Esta estrela pode se referir a um meteoro e ao cair sobre as águas contamina um terço das águas do planeta. Está grande estrela é símbolo da ira divina derramada sobre as águas potáveis.

Absinto é uma erva de sabor intensamente amargo e aroma forte. Na Bíblia, o absinto é usado simbolicamente para descrever os efeitos amargos da imoralidade, idolatria, escravidão, injustiça e da apostasia (Dt 29.18; Pv 5.4; Jr 9.15; Am 5.7). Aqui em Apocalipse 8.11, indica uma substância amarga e venenosa.

Ao cair esta grande estrela, as águas dos rios e das fontes tornam-se contaminadas “e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas”. Com o apodrecimento das águas iniciará uma crise, e a água será vendida por alto preço assim como aconteceu com a nação de Israel (Is 19.5). Que fará o mundo quando estiverem vários dias sem água? O mundo inteiro clamará por água. 

4ª Trombeta. “O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite. Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!” (Ap 8.12-13). 

A quarta trombeta atinge o firmamento na sua totalidade. Agora os quatro elementos da Terra foram fortemente atingidos: terra, mar, água e firmamento. 

Um terço do sol, lua e estrelas deixaram de brilhar. Haverá trevas na terça parte do dia e as noites serão mais escuras, pois a lua e estrelas também foram atingidos, dificultando ainda mais a situação do mundo. Com respeito a volta de Cristo em glória o Senhor Jesus diz: “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas” (Mt 24.29). 

O texto bíblico declara que a segunda vinda de Cristo seria precedida por um grande terremoto, bem como por sinais cósmicos no Sol, na Lua e nas estrelas (ver Jl 2.31; Mt 24.29; Mc 13.24, 25; Lc 21.25; Ap 6.12, 13). 

Em seguida João vê uma águia no céu gritando três vezes “aí”. Os aís exprimem a cena de horror e de terror que está por vir, pois serão ainda mais terríveis do que as anteriores. 

As quatro primeiras trombetas atingem a natureza e uma águia avisa que as próximas três serão para a humanidade, chamando-as de “três ais”.

5ª Trombeta (Ap 9.1-11). “E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. 2- E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar. 3- E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra. 4- E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na testa o sinal de Deus. 5- E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem. 6- E naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles. 7- E o aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem. 8- E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de leão. 9- E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate. 10- E tinham cauda semelhante à dos escorpiões e aguilhão na cauda; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses. 11- E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego, Apoliom.” 

As primeiras trombetas atingiram os elementos da natureza física. Mas, a partir da 5ª trombeta, podemos observar que os julgamentos passam a atingir os infiéis e incrédulos de forma direta, ou seja, eles passam a sofrer em seu próprio corpo.

No sopro da sétima trombeta João vê uma estrela cai do céu. Simboliza um anjo decaído (Is 14.12). Jesus disse: “Eu via a Satanás cair do céu como relâmpago” (Lc 10.18). Satanás receberá poder na Grande Tribulação para abrir o poço do abismo (v. 1). Junto com a fumaça saem também do abismo demônios personificados de cor verde.

O termo abismo no grego é ἄβυσσος, abysos e significa inferno, mundo dos mortos. No grego clássico, a palavra é sempre um adjetivo e é usada literalmente, como algo “muito profundo”, “sem fundo”. No Novo Testamento esta palavra é usada para prisão, onde uma classe de demônios é mantida em cadeias (Lc 8.31; 1ª Pe 3.19; 2ª Pe 2.4 Jd 6). É também o lugar de origem da besta (Ap 11.7; 17.8). Além disso, será o lugar onde Satanás será aprisionado durante o reinado de Cristo (Ap 20.2,3).

Satanás receberá poder na Grande Tribulação para abrir o poço do abismo. Junto com a fumaça saem também do abismo terrível exército de gafanhotos de cor verde. Não são gafanhotos normais, mas demônios personificados que receberão ordens para não causar danos à “erva da terra, mas somente aos homens”, ou seja, gafanhotos normais causam danos a erva, mas não causam este tipo de dor aos homens. Portanto, eles representam um exército de demônios que serão soltos do abismo (com a permissão de Deus), com um propósito especifico: E tinham cauda semelhante à dos escorpiões e aguilhão na cauda; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses.” (V. 10).

“Hoje existe Ufólogos, pessoas que se dedicam ao estudo da ufologia, ou seja, aqueles que estudam os fenômenos relacionados à presença de discos voadores, aparição de extraterrestres e demais elementos que podem ser indícios da existência de vida em outros planetas. Os ufólogos estudam os relatos das pessoas que dizem ter presenciado essas aparições, verificam a descrição de eventos semelhantes em livros antigos e analisam documentos, fotos e vídeos.” [O que é Ufologia? https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/carreira/o-que-e-ufologia. Acesso dia 7/09/2022].

Naquele dia as pessoas ímpias, iram dizer que os ETs (extraterrestres) invadiram a Terra para destruir a humanidade, mas esses ETs são demônios personificados e enganadores. Eles terão o poder como de escorpiões (Lc 4.10) para ferir os homens e causar dores e grande sofrimento. Os gafanhotos atacarão os ímpios na terra num período de 5 meses, mas não lhes será permitido atormentar aqueles que têm o selo de Deus (as 144 testemunhas - Ap 7.4). A dor provocada pelos gafanhotos demoníacos será tão severa que os infiéis buscarão a morte, e não a acharão. A morte será tirada da terra por cinco meses.

O aspecto dos gafanhotos era semelhante: (vs. 7-10).

·         Cavalos: nos fala de força.

·         Coroas: são como reis.

·         Rostos de homens: nos fala de inteligência.

·         Cabelos de mulheres: nos fala de sedução, sujeição completa a Satanás.

·         Dentes de leão: símbolo de destruição cruel.

·         Couraças de ferro: símbolo de impiedade.

·         Asas com estrondos iguais a muitos cavalos nos carros de guerra, barulho infernal e aterrador.

·         Picadas semelhantes às de escorpiões: esta é semelhante ao estar queimando-se no fogo. 

“E tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom” (v. 11).

Abadom e Apoliom são os nomes que designam o anjo do abismo. Estes gafanhotos são referências a demônios porque servem ao Abadom que significa destruidor em hebraico e Apoliom tem o mesmo sentido grego. Destruição é a missão e a especialização deste grupo e do seu rei, que é Satanás, ou anjo (estrela) que recebe o poder para abrir o abismo (v. 1). 

6ª Trombeta. Ap 9.13-21. “E tocou o sexto anjo a trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus, 14- a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates. 15- E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens. 16- E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles. 17- E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e de sua boca saía fogo, e fumaça, e enxofre. 18- Por estas três pragas foram mortas a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam da sua boca. 19- Porque o poder dos cavalos está na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda é semelhante a serpentes e tem cabeça, e com ela danificam. 20- E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. 21- E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces.” 

Enquanto na quinta trombeta pessoas sofrem, mas não morrem e a praga dura cinco meses, nesta trombeta, em apenas um momento, numa data marcada e num momento exato a terça parte dos homens serão mortos. 

O rio Eufrates localiza-se na Região do Iraque, ele flui do lugar onde era o Jardim do Éden e onde os eventos futuros serão culminantes.

João ouve a voz que vinha do altar de ouro que estava diante de Deus dizendo: “Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates.” (V. 14b). Esses quatro anjos que foram soltos estavam amarrados, o que significa que eles eram anjos decaídos, pois os anjos de Deus não ficam amarrados ou presos, mas eles se encontram soltos. Portanto, agora, estes anjos foram soltos especialmente para este momento na história. Eles comandam um exército de duzentos milhões de cavaleiros para matar a terça parte dos habitantes sobre a terra.

Trata-se de uma cavalaria infernal, assim como os da quinta trombeta; é uma nova onda de demônios com poder de matar as vítimas. Na quinta trombeta as forças malignas apenas podiam torturar as suas vítimas, porém agora, elas podem matar a saber “Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens”. (V. 18).

Esses demônios expressam a ferocidade de um leão, mas eles não precisam correr atrás de suas vítimas, pois espalharão fogo, fumaça e cheiro de enxofre por toda a parte. O veneno que ferirá o povo será mortal, diferente de Satanás, pois o veneno que ele lança sobre as pessoas hoje em dia é espiritual, o qual pode afastá-las de Deus. Porém, naqueles dias, o veneno físico que será lançado contra a terça parte da humanidade, fará com que esta se afaste para sempre da presença do Eterno.

Apesar dos homens estarem diante dos grandes sofrimentos, não se arrependerão e continuarão a pecar contra Deus, servindo aos demônios e aos ídolos, a se prostituírem, a praticarem a feitiçaria, e também com os homicídios (Ap 9.20-21). Esses demônios são comissionados a destruir a terça parte da humanidade, e apesar de multidões deles terem sido destruídos, o restante continuou seu apego sem sentido a ídolos idiotas feitos por mão de homens. 

7ª Trombeta. Ap 11.15-19 “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. 12- E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre seu rosto e adoraram a Deus, 13- dizendo: Graças te damos, Senhor, Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder e reinaste. 14- E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra. 15- E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos, e grande saraiva.” 

No capítulo 11 dos versos 1-14, são um interlúdio antes do juízo final. Quando o anjo tocar a sétima trombeta, não haverá mais chance para os pecadores. Então, será tarde demais, pois a sétima trombeta aponta para o juízo final.

O último dos sete anjos (Ap 8.2) toca a sua trombeta e João ouve grandes vozes no céu, mas não identifica quem são. Nesta trombeta João ouve os seres espirituais dizendo que os reinos do mundo vieram a ser no nosso Senhor e do seu Cristo. Quando todos reconheceram que o perfeito reino do Senhor e de Seu Cristo duraria para sempre, os vinte e quatro anciãos se prostraram sobre seus rostos para adorar a Deus e lhe dar graças por aquilo que Ele havia feito. Eles se dirigem a Deus como “Senhor Deus Todo-Poderoso” (Ap 11.17). A grande consumação havia chegado, o período há tanto tempo desejado quando Deus deveria reinar na terra havia chegado, e isso lança os alicerces da alegria e ação de graças no céu.

Os dois verbos “tomado” e “começaste” estão em tempos diferentes. O contexto seria “tomaste o reino” e “começaste a reinar”. Com a entrada do pecado no mundo, “o deus deste século” (2ª Co 2.4) (referindo-se a Satanás), instalou seu império entre as nações, por isso João diz: “o mundo jaz no maligno” (1ª Jo 5.19). Porém, o reino do pecado a onde atua Satanás só existiu pela permissão divina com o propósito de que se revelasse aos seres criados a verdadeira natureza do mal. Quando se cumprir este propósito, então, o Senhor retornará a Terra com grande poder e Glória e uma vez mais reinará de forma soberana (1ª Co 15.24-28). Cristo se sentará no trono de Davi e governará sobre todas as nações da Terra (Is 2.1-55) e Seu governo será eterno (Is 9.6).

De certa forma, este reino já está presente (Lc 17.21), o Senhor Jesus Cristo já está reinando na vida daquele que o receberam (Ap 3.20); porém, um dia este reino se manifestará de uma forma visível.

Pr. Elias Ribas Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau -SC

terça-feira, 23 de agosto de 2022

OS SETE SELOS DO APOCALIPSE - APOCALIPSE 6

 


O profeta Daniel recebeu uma revelação de grande relevância, dos sinais que acompanham o fim dos tempos. Deus deixou claro que apesar de ter sido dado a ele, não era para a época dele. Foi dito a Daniel:

“E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.” (Dn 12.4).

O anjo Gabriel informa a Daniel que o livro ficaria selado até o fim dos tempos. Aquilo que Daniel podia saber no seu tempo, foi revelado. Porém, as demais profecias deveriam ficar seladas para um determinado tempo ser revelada.

Na ilha de Patmos, João recebe as revelações que estavam seladas para o tempo final: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo.” (Ap 1.1).

No capítulo 5, João vê o livro selado que está nas mãos Daquele que está assentado no Trono (Ap 5.2) e está escrito por dentro e por fora. E João chorava muito porque ninguém podia abrir o livro. Porém, disse-lhe um dos anciãos que está ao redor do Trono: “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” (Ap 5.5).

Jesus, o Cordeiro de Deus foi o único digno, no céu e na terra de tomar o livro e abrir os selos. A história sem Deus é um livro lacrado. Só Deus pode dar sentido à história e à sua vida.

Os quatro primeiros selos são quatro cavalos, de diferentes cores, com seus respectivos cavaleiros, que nos dão um quadro geral do que será a Grande Tribulação. 

1. Os quatro cavaleiros do Apocalipse (vs. 1-8).

1º Selo – Cavalo Branco - Anticristo. “Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem! Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer” (Ap 6.12).

Muitos acham que o cavaleiro aqui é Cristo; mas não pode ser, porque é Ele quem abre o selo do verso 1, que juntamente com o versículo 2 tratam do cavaleiro e seu cavalo branco.

A Bíblia mostra simbolicamente que o Anticristo é um imitador de Jesus Cristo. Em Apocalipse 19.11 João vê Jesus num cavalo branco que se chama fiel e verdadeiro e julga e peleja com justiça. O Anticristo que é o imitador de Jesus, também virá montado num cavalo branco para enganar Israel que ainda espera o seu Messias (Ap 6.1).

A cor branca é símbolo de vitória e da paz, porém o cavalo branco deste cavaleiro representa a falsa paz que será imposta pelo Anticristo.

Observe que ele recebeu uma coroa, pois é diferente de Jesus que já é Rei antes da fundação do mundo. Jesus vem com uma espada (Ap 19.15 - A Palavra de Autoridade). Este cavaleiro é visto na terra Jesus é visto no céu.

O Anticristo vem com um arco que nos tempos antigos era arma de guerra. Portanto, o Anticristo vem para fazer guerra, enganar e destruir a humanidade. “Ele saiu vitorioso para vencer”, isto é, um homem sanguinário e maldoso. Porém Jesus é a paz e o Anticristo é oposto.

“O Anticristo será um líder que busca a paz e trava guerras. Na busca de paz ele será bem-sucedido e enganador; ao travar guerras ele será destemido e destrutivo. O Anticristo geralmente é descrito na Bíblia como um guerreiro. Suas atividades são resumidas em Daniel 9.27.” (Chamada. A Verdade Sobre O Anticristo e o Seu Reino. https://www.chamada.com.br/mensagens/verdade_anticristo.html).

No princípio da Grande Tribulação, o Anticristo fará um acordo de paz mundial e seu governo será prospero (conf. Dn 11.36). Ele anunciará a “Nova Era” de paz, porém nos últimos três anos e meio virá a inesperada destruição, ou seja, ele convocará um grande exército de todas as nações para guerrear contra Israel. Todavia, será derrotado, e amarrado junto com o Falso Profeta e lançados no lago de fogo (Ap 19.20), no tempo do fim.

O primeiro cavaleiro deve ser identificado juntamente com os outros três, isto é, do mesmo tipo. Isto posto, se os outros três cavaleiros são símbolos de destruição e morte, pelos quais Deus executa o seu julgamento, o cavalo branco não pode destoar do conjunto. 

2º Selo – Cavalo Vermelho – Guerra. “... e ao seu cavaleiro, foi lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi lhe dado uma grande espada” (Ap 6.3-4).

Ao abrir o segundo selo, João vê que outro cavalo saiu e desta vez ele é vermelho. O cavalo vermelho e seu cavaleiro representam a guerra (o sangue que será derramado na Terra), a morte e violenta, que Yahveh permitirá quando trouxer sua ira contra o mundo. (A tribulação será um período de violência, mortes terríveis, o terror estará sobre a terra nesta época). 

3º Selo – Cavalo Preto – Fome. “...uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário...” (Ap 6.5-6).

O cavalo preto com seu cavaleiro simboliza uma fome mundial que é o resultado da guerra e esta será a maior de todas as fomes previstas na história.

Os raios do sol serão acrescentados. Isaías 30.26 diz-nos que a luz do sol será sete vezes maior e que a lua brilhará como o sol. A terra não dará mais o seu fruto as pessoas terão dinheiro, mas não terão o quer comer. Haverá escassez de alimentos e produtos, e a carestia será grande, e a fome alastrará por todo o mundo (Jr 4.26-27).

Este cavalo preto irá derrubar o plano político do Anticristo, que marcou as pessoas na Terra para adquirir alimentos e outras coisas mais. Porém, será destruído o seu plano e o dinheiro voltará a existir. Temos que aprender que a falsa paz, e a falsa política econômica do Anticristo só irá durar três anos e meio. 

4º Selo – Cavalo Amarelo - Morte e Inferno. “E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavalheiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar a espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra” (Ap 6.7-8).

O cavalo amarelo com seu cavaleiro se chama morte, simboliza uma escalada terrível de guerra, de fome, de pragas, de doenças. Esse juízo de Deus será tão terrível que uma quarta parte da raça humana será morta. O inferno o seguia (isto quer dizer que enquanto a morte ceifa vidas na terra, o inferno guarda as mesmas em seu recinto). 

2. O clamor no céu (vs. 9-11).

5º Selo. “Apocalipse 6.9-11 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10- E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11- E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.”

Abrindo o quinto selo, João vê o lamento dos mártires no céu. Ele descreve o martírio dos cristãos que sofreram perseguições, passaram por torturas, foram mortos e cujas almas suplicam o juízo de Deus contra a vida daqueles que martirizaram milhares de cristãos. Estes são os salvos que vieram da Grande Tribulação porque guardaram sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus e não aceitaram o sinal da besta e nem o seu nome (Ap 7.9-14). Muitos que distanciaram da fé e pessoas com o conhecimento do Evangelho que ficarem no arrebatamento da Igreja sofrerão no governo ditatorial da besta. Suas almas ficarão debaixo do altar do Senhor no céu, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11).

Neste tempo o Anticristo, no final dos desfeches, levantará uma grande perseguição qual nunca houve. Todos os que não negarem a Jesus, não professam a religião do falso profeta e não aceitam o sistema da Besta serão decapitados (Ap 20.4).

“....veste branca...”. João vê as almas desses que foram martirizados, receberem vestes brancas que simbolizando justiça, pureza, santidade e alegria. Eles esperam descansando de suas fadigas terrenas, até que o número dos mártires se complete.

É importante entender que essas almas não estavam inconscientes, mas estavam lúcidas e pedindo vingança, não pessoal, mas da justiça divina. Isso mostra que após a morte a alma não dorme como alguns “líderes” ensinam, mas continuam conscientes e tem memória do que ocorreu na Terra. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.10).

Nesta altura dos acontecimentos, nós que subirmos no arrebatamento, estaremos participando das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), enquanto que estes crentes que deram suas vidas para serem salvos estarão debaixo do altar do Senhor, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11), permanecerão lá até que termine a Grande Tribulação, e o Senhor retorne a Terra para vingará o sangue deles derramado. 

3. O clamor sobre a terra - o juízo chegou. (vs. 12-17). Quando o sétimo selo for aberto, o mundo já estará na segunda metade da Grande Tribulação e sete anjos preparados para tocar sete trombetas. São mais sete acontecimentos terríveis que cairão sobre a Terra, tipificados nas sete trombetas (Ap 8-11). 

6º Selo. Ap 6.12-17 “E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue. 13- E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. 14- E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos do seu lugar. 15- E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas 16- e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, 17- porque é vindo o grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”

O sexto selo traz mais do juízo para a humanidade, deixando, cada vez mais, a terra deteriorada e o ser humano indefeso.

O juízo chegou: as portas da graça estão fechadas, é o dia da ira do Cordeiro. O medo, o terror, o espanto e a consternação daquele dia se descrevem sob dois simbolismos: um universo sendo sacudido e os homens completamente aterrorizados, tentando se esconder.

Os juízos catastróficos de Deus, a partir deste selo deixam de atingir somente a esfera terrestre, agora afetando também os astros cósmicos, densas trevas e terror para todos os habitantes da terra (vv.15-17; Is 34.4; Jl 2.30; -31; Ag 2.6).

Nas profecias de Jesus Ele usou as mesmas palavras no caminho do Calvário: “Então, começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!” (Lc 23.30). Alguns dizem que este versículo se refere à destruição de Jerusalém, e como as mesmas expressões são usadas no verso 16? Portanto, este será o cenário de grandes calamidades e julgamentos naqueles dias que os homens desmaiaram de terror. Serão tão grandes as calamidades que os homens irão procurar lugar para se esconder, mas não irão encontrar; porque Deus está em toda parte. Eles buscarão a morte, mas não podem encontrar. Mas agora, nem caverna, nem a morte pode escondê-los livrá-los da ira do Cordeiro. Nem posição, riqueza ou poder político pode evitar que os homens enfrentem os juízos de Cristo.

O segundo advento de Jesus a esta Terra, será presidido de sinais cósmicos. No Seu sermão escatológico ele diz: “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.” (Mt 24.29). 

“logo depois daqueles dias”. Os dias aos quais Jesus se refere, são os dias onde estão ocorrendo os juízos dos primeiros selos.

O doutor Lucas diz: “E haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, na terra, angústia das nações... homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados.” (Lc 21.25,26).

A Bíblia nos dá um vislumbre do que acontecerá naquele grande Dia; assim profetizou Isaías: “Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exércitos e por causa do dia da sua ardente ira.” (Is 13.13).

O abalo do cosmos, que atingirá o Sol, a Lua e as estrelas, reverenciados pelos pagãos, simboliza a derrota de tudo que os descrentes exaltam no lugar de Deus (Is 2.12-18).

As profecias de Jesus é uma confirmação do que fora vaticinado pelo Profeta Joel 2.31: “O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor”. Estes dias na Terra serão tão terríveis que os homens mais poderosos da terra se esconderão nas cavidades da rocha diante da ira do Cordeiro. 

7º Selo. Apocalipse 8.1,2 “E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. 2- E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.”

Abertura do sétimo selo dá início a um segundo ciclos de juízos revelando sete anjos com sete trombetas nas mãos. São mais sete acontecimentos terríveis que cairão sobre a Terra, tipificados nas sete trombetas (Ap 8-11). Tão temíveis são os julgamentos a serem anunciados, que os próprios habitantes do céu ficam calados, pasmados e comovidos com aquilo que vai acontecer aos adoradores da Besta.

Houve cerca de meia hora de silêncio quando o Cordeiro abriu o sétimo selo. Isto nada tem a ver com o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. A menção deste silêncio evidencia que haverá grande pavor, espanto, horror diante dos julgamentos vindouros contra o pecado.

E houve um silêncio no céu por cerca de meia hora e depois a entrega das trombetas aos anjos.

As orações dos santos. Apocalipse 8.3-6 “E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. 4- E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. 5- E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos, e terremotos. 6- E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las.” 

“E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro…”. Um outro anjo entra em cena. Ele não faz parte dos sete que receberam trombetas, mas está de posse de um incensário, instrumento que sempre acompanhava atos de oração.

As orações de todos os santos são recebidas por Deus. Qualquer oração que faças, Deus a recebe. Essas orações tiveram um reforço a intercessão dos méritos de Jesus Cristo. Ele era o seu sacerdote intercessor, que aqui na Terra, levava esse incenso perante o altar, perante o lugar santíssimo. Assim essas orações tornam-se aceitáveis perante Deus Pai. Isto quer dizer que existem orações que são respondidas de imediato, e outras ficam retidas com o Senhor, e serão respondidas para o momento certo. Quando isto acontecer, Deus mostrará na Terra a Sua vingança, e os Seus juízos terríveis. 

“e foi-lhe dado muito incenso”. É importante, observar a ordem dos ritos, conforme descritos no livro de Levítico: “Porá o incenso sobre o fogo, perante o SENHOR, para que a nuvem do incenso cubra o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra.” (Lv 16.13).

Quando esse ritual terminava para aquele dia, no sacrifício da tarde, terminavam os serviços no santuário. Então o sacerdote que carregava o incensário o jogava ao chão, e isso até fazia barulho. O incensário jogado no chão daquela tarde, era símbolo de que não mais haveria intercessão naquele dia, e no caso em apreço, era símbolo do fim da intercessão, portanto, fim da graça. 

“e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra”. Então o anjo, ainda com o incensário na mão, não coloca mais incenso, mas pega fogo do altar, que ficava fora, no pátio, e coloca no incensário. Não há mais intercessão por causa das orações, e nem há mais orações. Todas as pessoas, ou se converteram ou não querem se converter nunca mais. Esse serviço de intercessão terminou e o anjo arroja seu incensário sobre a Terra, anunciando o fim da graça. 

E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. Os servos aguardam em silêncio, e Deus responde com trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. As vozes, relâmpagos e trovões falam de autoridade e juízo, provocam um terremoto na terra. Aqui começa a ser respondida a oração das almas martirizadas (6.9,10); Deus vai julgar os que moram sobre a terra. As nossas orações tem papel importantíssimo no desenvolvimento dos planos de Deus. A oração do “Pai Nosso” deixa bem claro o poder de nossas orações ao dizer: “Seja feita a sua vontade…”; “…venha a nós o teu reino…”. Temos que clamar para que os planos de Deus sejam plenamente consumados sobre a terra.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

O LIVRO SELADO COM SETE SELOS APOCALIPSE 5


Ap 5.1-2 “Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?” 

Depois de terminar as cartas aos anjos das sete igrejas, João passa a narrar as doutrinas escatológica. O capítulo 5 é uma continuação do trono majestoso de Deus que João vê no capítulo 4. 

“Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono...”. João vê um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos, na mão direita d’Aquele que está assentado no trono. O ato de desatar os selos significa “revelar” a mensagem do juízo. Não era o livro da vida, mas a escritura da terra (Jr 32), um livro das pragas da ira de Deus (Zc 5.1-4) a serem derramadas sobre a Terra depois do arrebatamento da Igreja. É um meio que Deus usará para expurgar o mal que está sobre a Terra e estabelecer o reino de Deus.

João vê o anjo que brama em alta voz: “Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?” “Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele” (vs. 2-3).

Todo o universo emudeceu diante da interrogação do anjo e ninguém podia abrir o livro ninguém apareceu para tomar o livro da mão daquele que está assentado sobre o Trono. Com este acontecimento o apóstolo rompe em choro, como fez Jesus sobre Jerusalém (Mt 23.37-39).

“E eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele” (v. 4).

A promessa feita ao apóstolo: ‘Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas’ (Ap 4.1), parecia ter sido frustrada. João se achou sem esperança. Ele chorava porque temia que não houvesse alguém capaz de abrir o livro selado. Os habitantes aqui, referem-se aos anjos. Eles poderiam até ser capazes, mas não eram “dignos” por terem sido criados (cf. Cl 1.16). Teria de alguém que fosse apto para cumprir os propósitos daquele que estava assentado sobre o Trono (Ef 1.21), e pudesse vencer o mal, e ter autoridade sobre todos os principados, poderes da maldade, potestades e domínio e, assim, pôr um fim ao grande conflito espiritual entre a humanidade.

E João chorava muito porque ninguém podia abrir o livro. Porém, disse-lhe um dos anciãos que está ao redor do Trono: “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” (v. 5).

O leão é o Senhor Jesus Cristo, Ele é o Rei dos reis e da tribo de Judá. Este título, Leão da tribo de Judá, traz a antiga profecia de Jacó que diz: “Judá é o leãozinho” (Gn 49.9-10). O Leão venceu o mundo (Jo 16.33); venceu Satanás (Hb 2.14); venceu a morte e o inferno (Ap 1.18); e venceu e assentou-se no Trono com Seu Pai (Hb1.3, 13; Ap 3.21). A Raiz de Davi, fala do Senhor da casa de Davi (Is 11.10; 2º Sm 7.12, 16; Is 9.6-7; 11.1-2; Lc 32.33).

“Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (v. 6).

Quando João levantou os olhos para ver aquele poderoso Leão, vê no meio da glória ao redor do Trono, a figura de um Cordeiro com sete pontas, que simboliza a plenitude de poder (Dt 33.17); e sete olhos que tudo veem, que são os sete Espíritos de Deus enviado por toda a terra (Is 11.2-5).

Se João vê o Cordeiro “como tinha sido morto”, isso indica a validade eterna da redenção. O Cordeiro que tira todo o pecado do mundo (Jo 1.29; 1ª Pe 1.19; Is 53.7); o sangue derramado de Jesus tem efeito eterno (Hb 9.12). Porque n’Ele foi executado o juízo sobre o pecado de todo mundo, somente Ele é digno de julgar este mundo inimigo da cruz, que se colocou fora da Sua obra.

“Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono” (v.7). Somente Ele poderia tomar o livro. A majestade e a força do Leão, e a docilidade e o espírito de sacrifício do Cordeiro, se evidenciam no Filho de Deus. Na Terra não lhe deram lugar (Mt 8.20). Mas como Cordeiro de Deus, que tem Seu corpo os sinais dos cravos, agora Ele alvo da adoração do próprio céu.

“E, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (v. 8).

Antes de o Cordeiro de Deus desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos contra a Terra (Ap 6), João viu o Cordeiro estava no meio do trono, dos quatro animais e dos anciãos, com sete chifres e sete olhos. (Ap 4-5). E estes representam a totalidade dos crentes do Antigo e do Novo Testamento, e aí estamos incluídos. Isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, na terra, os salvos já estarão no Céu. Glória ao Cordeiro, pois estaremos com Ele nesse período de trevas e aflições.

Os vinte e quatro anciãos representam os crentes do Antigo e do Novo Testamento, e aí estamos incluídos. Vimos igualmente que eles se prostram diante do Cordeiro e o adoram. Eles não vieram de mão vazias: “...tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (v. 8). No início da adoração do Cordeiro estão, portanto, incluídas as orações de todos os santos. Pois aqui começa o tempo em que as orações de todos os santos, que oram durante os séculos, desde que Jesus ensinou esta oração, são ouvidas. Quais as orações? As orações pela vinda do Seu reino e pela realização da sua vontade; “Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Esta é a oração que foi feita bilhões de vezes e tem sua origem no Cordeiro, pois n’Ele, por meio d’Ele e para Ele foram criadas todas as coisas (Ap 4.11; Cl 1.16).

O fato de o Cordeiro tomar o livro da mão direita daquele que está assentado no Trono, produz um louvor grandioso, que abrange todo o universo. Ele começa com os quatro seres viventes (querubins) e os vinte quatro anciãos que prostram, O adoram e exclamam: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (v. 9). Nos salmos o povo de Deus é conclamado a cantar um cântico novo (Sl 40.3; 144.9-10), especialmente para celebrar a salvação pela mão do Senhor. Agora os vinte quatro anciãos louvam ao Cordeiro que pela Sua morte e ressureição nos deu a vida eterna.

Após esta adoração, o coral de milhões de anjos entoa ao redor do trono outro louvor: “vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: digno é o cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Ap 5.11 e 12).

A cena dos que entoam o louvor abre-se ainda mais: “Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: àquele que está sentado no trono e ao cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam: amém!” (vs. 13 e 14).

Adoração iniciou com os anciãos, mas João percebeu que toda a criatura dos céus e da terra participaram. Anjos, seres viventes, anciãos. Milhões deles deram honra ao Cordeiro. Os seres viventes cultuam a Yahweh com um “amém” bem forte!

João encerra este capítulo, mostrando como será a verdadeira adoração celestial, onde todo o louvor é dirigido ao Pai e ao Cordeiro. As mesmas palavras de adoração aplicam igualmente aos dois.

Se em nossos cultos de adoração já ficamos emocionados quando participamos do louvor com a igreja aqui na terra, imagine como será o louvor de milhões e milhares ao redor do trono adorando o Cordeiro que nos resgatou com Seu sangue precioso. Aleluia!

Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC