“Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um
livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Vi, também,
um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de
lhe desatar os selos?” (Ap 5.1-2).
O capítulo 5 é uma continuação do trono majestoso de Deus
que João vê no capítulo 4. João vê a direita d’Aquele que está assentado sobre
o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. Não era
o livro da vida, mas a escritura da terra (Jr 32), um livro das pragas da ira
de Deus (Zc 5.1-4) a serem derramadas sobre a Terra depois do arrebatamento da
Igreja. É um meio que Deus usará para expurgar o mal que está sobre a Terra e
estabelecer o reino de Deus.
Deus tinha o livro em Sua mão direita, porque Ele é o único
possuidor de todos os direitos desse documento. João vê o anjo que brama em
alta voz: “Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?” “Ora, nem
no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro,
nem mesmo olhar para ele” (vs. 2-3).
Todo o universo emudeceu diante da interrogação do anjo e
ninguém podia abrir o livro ninguém apareceu para tomar o livro da mão daquele
que está assentado sobre o Trono. Com este acontecimento o apóstolo rompe em
choro, como fez Jesus sobre Jerusalém (Mt 23.37-39).
“E eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele” (v. 4).
João chorava porque temia que não houvesse alguém capaz de
abrir o livro selado. Teria de alguém que fosse apto para cumprir os propósitos
daquele que estava assentado sobre o Trono (Ef 1.21), e pudesse vencer o mal, e
ter autoridade sobre todos os principados, poderes da maldade, potestades e
domínio e, assim, pôr um fim ao grande conflito espiritual entre a humanidade.
“Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o
Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete
selos” (v. 5).
O leão é o Senhor Jesus Cristo, Ele é o Rei dos reis e da
tribo de Judá. Este título, Leão da tribo de Judá, traz a antiga profecia de
Jacó que diz: “Judá é o leãozinho” (Gn 49.9-10). O Leão venceu o mundo (Jo
16.33); venceu Satanás (Hb 2.14); venceu a morte e o inferno (Ap 1.18); e
venceu e assentou-se no Trono com Seu Pai (Hb1.3, 13; Ap 3.21). A Raiz de Davi,
fala do Senhor da casa de Davi (Is 11.10; 2º Sm 7.12, 16; Is 9.6-7; 11.1-2; Lc
32.33).
Quando João levantou os olhos para ver aquele poderoso Leão,
vê no meio da glória ao redor do Trono, a figura de um Cordeiro com sete
pontas, que simboliza a plenitude de poder (Dt 33.17); e sete olhos que tudo
veem, que são os sete Espíritos de Deus enviado por toda a terra (Is 11.2-5).
Se João vê o Cordeiro “como tinha sido morto”, apesar da
Igreja já ter sido arrebatada a Ele, isso indica a validade eterna da redenção.
O Cordeiro que tira todo o pecado do mundo (Jo 1.29; 1ª Pe 1.19; Is 53.7); o
sangue derramado de Jesus tem efeito que nunca acabam (Hb 9.12). Porque nele
foi executado o juízo sobre o pecado de todo mundo, somente Ele é digno de
julgar este mundo inimigo da cruz, que se colocou fora da Sua obra.
“Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que
estava sentado no trono” (v.7). Somente Ele poderia tomar o livro. A majestade
e a força do Leão, e a docilidade e o espírito de sacrifício do Cordeiro, se
evidenciam no Filho de Deus. Na Terra não lhe deram lugar (Mt 8.20). Mas como
Cordeiro de Deus, que tem Seu corpo os sinais dos cravos, agora Ele alvo da
adoração do próprio céu.
Já vimos que os vinte e quatro anciãos representam os
crentes do Antigo e do Novo Testamento, e aí estamos incluídos. Vimos
igualmente que eles se prostram diante do Cordeiro e o adoram. Eles não vieram
de mão vazias: “...tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de
incenso, que são as orações dos santos” (v. 8). No início da adoração do Cordeiro
estão, portanto, incluídas as orações de todos os santos. Pois aqui começa o
tempo em que as orações de todos os santos, que oram durante os séculos, desde
que Jesus ensinou esta oração, são ouvidas. Quais as orações? As orações pela
vinda do Seu reino e pela realização da sua vontade; “Venha o teu reino,
faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Esta é a oração
que foi feita bilhões de vezes e tem sua origem no Cordeiro, pois n’Ele, por
meio d’Ele e para Ele foram criadas todas as coisas (Ap 4.11; Cl 1.16).
Antes de o Cordeiro de Deus
desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos contra a Terra (Ap
6), João viu os 24 anciãos diante de Deus, no Céu (Ap 4-5). E estes representam
a totalidade dos crentes do Antigo e do Novo
Testamento, e aí estamos incluídos. Isso prova
que, desde o início da Grande Tribulação, na terra, os salvos já estarão no
Céu. Glória ao Cordeiro, pois estaremos com Ele nesse período de trevas e
aflições.
Eles não vieram de mão vazias: “...tendo cada um deles uma
harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (v. 8).
No início da adoração do Cordeiro estão, portanto, incluídas as orações de
todos os santos. Pois aqui começa o tempo em que as orações de todos os santos,
que oram durante os séculos, desde que Jesus ensinou esta oração, são ouvidas.
Quais as orações? As orações pela vinda do Seu reino e pela realização da sua
vontade; “Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”
(Mt 6.10). Esta é a oração que foi feita bilhões de vezes e tem sua origem no
Cordeiro, pois n’Ele, por meio d’Ele e para Ele foram criadas todas as coisas
(Ap 4.11; Cl 1.16).
O fato de o Cordeiro tomar o livro da mão direita daquele
que está assentado no Trono, produz um louvor grandioso, que abrange todo o
universo. Ele começa com os quatro seres viventes (querubins) e os vinte quatro
anciãos que prostram, O adoram e exclamam: “Digno és de tomar o
livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste
para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (v. 9).
Nos salmos o povo de Deus é conclamado a cantar um cântico
novo (Sl 40.3; 144.9-10), especialmente para celebrar a salvação pela mão do
Senhor. Agora os vinte quatro anciãos louvam ao Cordeiro que pela Sua morte e
ressureição nos deu a vida eterna.
Após esta adoração, o coral de milhões de anjos entoam ao
redor do trono outro louvor: “vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do
trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões
e milhares de milhares, proclamando em grande voz: digno é o cordeiro que foi
morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e
louvor” (Ap 5.11 e 12).
Adoração iniciou com os anciãos, mas João percebeu que toda
a criatura dos céus e da terra participaram. Anjos, seres viventes, anciãos.
Milhões deles deram honra ao Cordeiro. Os seres viventes cultuam a Yahweh com
um “amém” bem forte!
João encerra este capítulo, mostrando como será a verdadeira
adoração celestial, onde todo o louvor é dirigido ao Pai e ao Cordeiro. As
mesmas palavras de adoração aplicam igualmente aos dois.
Se em nossos cultos de adoração já ficamos emocionados
quando participamos do louvor com a igreja aqui na terra, imagine como será o
louvor de milhões e milhares ao redor do trono adorando o Cordeiro que nos
resgatou com Seu sangue precioso. Aleluia!
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau -SC
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