TEOLOGIA EM FOCO: OS SETE SELOS DO APOCALIPSE - APOCALIPSE 6

terça-feira, 23 de agosto de 2022

OS SETE SELOS DO APOCALIPSE - APOCALIPSE 6

 


O profeta Daniel recebeu uma revelação de grande relevância, dos sinais que acompanham o fim dos tempos. Deus deixou claro que apesar de ter sido dado a ele, não era para a época dele. Foi dito a Daniel:

“E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.” (Dn 12.4).

O anjo Gabriel informa a Daniel que o livro ficaria selado até o fim dos tempos. Aquilo que Daniel podia saber no seu tempo, foi revelado. Porém, as demais profecias deveriam ficar seladas para um determinado tempo ser revelada.

Na ilha de Patmos, João recebe as revelações que estavam seladas para o tempo final: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo.” (Ap 1.1).

No capítulo 5, João vê o livro selado que está nas mãos Daquele que está assentado no Trono (Ap 5.2) e está escrito por dentro e por fora. E João chorava muito porque ninguém podia abrir o livro. Porém, disse-lhe um dos anciãos que está ao redor do Trono: “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” (Ap 5.5).

Jesus, o Cordeiro de Deus foi o único digno, no céu e na terra de tomar o livro e abrir os selos. A história sem Deus é um livro lacrado. Só Deus pode dar sentido à história e à sua vida.

Os quatro primeiros selos são quatro cavalos, de diferentes cores, com seus respectivos cavaleiros, que nos dão um quadro geral do que será a Grande Tribulação. 

1. Os quatro cavaleiros do Apocalipse (vs. 1-8).

1º Selo – Cavalo Branco - Anticristo. “Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem! Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer” (Ap 6.12).

Muitos acham que o cavaleiro aqui é Cristo; mas não pode ser, porque é Ele quem abre o selo do verso 1, que juntamente com o versículo 2 tratam do cavaleiro e seu cavalo branco.

A Bíblia mostra simbolicamente que o Anticristo é um imitador de Jesus Cristo. Em Apocalipse 19.11 João vê Jesus num cavalo branco que se chama fiel e verdadeiro e julga e peleja com justiça. O Anticristo que é o imitador de Jesus, também virá montado num cavalo branco para enganar Israel que ainda espera o seu Messias (Ap 6.1).

A cor branca é símbolo de vitória e da paz, porém o cavalo branco deste cavaleiro representa a falsa paz que será imposta pelo Anticristo.

Observe que ele recebeu uma coroa, pois é diferente de Jesus que já é Rei antes da fundação do mundo. Jesus vem com uma espada (Ap 19.15 - A Palavra de Autoridade). Este cavaleiro é visto na terra Jesus é visto no céu.

O Anticristo vem com um arco que nos tempos antigos era arma de guerra. Portanto, o Anticristo vem para fazer guerra, enganar e destruir a humanidade. “Ele saiu vitorioso para vencer”, isto é, um homem sanguinário e maldoso. Porém Jesus é a paz e o Anticristo é oposto.

“O Anticristo será um líder que busca a paz e trava guerras. Na busca de paz ele será bem-sucedido e enganador; ao travar guerras ele será destemido e destrutivo. O Anticristo geralmente é descrito na Bíblia como um guerreiro. Suas atividades são resumidas em Daniel 9.27.” (Chamada. A Verdade Sobre O Anticristo e o Seu Reino. https://www.chamada.com.br/mensagens/verdade_anticristo.html).

No princípio da Grande Tribulação, o Anticristo fará um acordo de paz mundial e seu governo será prospero (conf. Dn 11.36). Ele anunciará a “Nova Era” de paz, porém nos últimos três anos e meio virá a inesperada destruição, ou seja, ele convocará um grande exército de todas as nações para guerrear contra Israel. Todavia, será derrotado, e amarrado junto com o Falso Profeta e lançados no lago de fogo (Ap 19.20), no tempo do fim.

O primeiro cavaleiro deve ser identificado juntamente com os outros três, isto é, do mesmo tipo. Isto posto, se os outros três cavaleiros são símbolos de destruição e morte, pelos quais Deus executa o seu julgamento, o cavalo branco não pode destoar do conjunto. 

2º Selo – Cavalo Vermelho – Guerra. “... e ao seu cavaleiro, foi lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi lhe dado uma grande espada” (Ap 6.3-4).

Ao abrir o segundo selo, João vê que outro cavalo saiu e desta vez ele é vermelho. O cavalo vermelho e seu cavaleiro representam a guerra (o sangue que será derramado na Terra), a morte e violenta, que Yahveh permitirá quando trouxer sua ira contra o mundo. (A tribulação será um período de violência, mortes terríveis, o terror estará sobre a terra nesta época). 

3º Selo – Cavalo Preto – Fome. “...uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário...” (Ap 6.5-6).

O cavalo preto com seu cavaleiro simboliza uma fome mundial que é o resultado da guerra e esta será a maior de todas as fomes previstas na história.

Os raios do sol serão acrescentados. Isaías 30.26 diz-nos que a luz do sol será sete vezes maior e que a lua brilhará como o sol. A terra não dará mais o seu fruto as pessoas terão dinheiro, mas não terão o quer comer. Haverá escassez de alimentos e produtos, e a carestia será grande, e a fome alastrará por todo o mundo (Jr 4.26-27).

Este cavalo preto irá derrubar o plano político do Anticristo, que marcou as pessoas na Terra para adquirir alimentos e outras coisas mais. Porém, será destruído o seu plano e o dinheiro voltará a existir. Temos que aprender que a falsa paz, e a falsa política econômica do Anticristo só irá durar três anos e meio. 

4º Selo – Cavalo Amarelo - Morte e Inferno. “E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavalheiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar a espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra” (Ap 6.7-8).

O cavalo amarelo com seu cavaleiro se chama morte, simboliza uma escalada terrível de guerra, de fome, de pragas, de doenças. Esse juízo de Deus será tão terrível que uma quarta parte da raça humana será morta. O inferno o seguia (isto quer dizer que enquanto a morte ceifa vidas na terra, o inferno guarda as mesmas em seu recinto). 

2. O clamor no céu (vs. 9-11).

5º Selo. “Apocalipse 6.9-11 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10- E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11- E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.”

Abrindo o quinto selo, João vê o lamento dos mártires no céu. Ele descreve o martírio dos cristãos que sofreram perseguições, passaram por torturas, foram mortos e cujas almas suplicam o juízo de Deus contra a vida daqueles que martirizaram milhares de cristãos. Estes são os salvos que vieram da Grande Tribulação porque guardaram sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus e não aceitaram o sinal da besta e nem o seu nome (Ap 7.9-14). Muitos que distanciaram da fé e pessoas com o conhecimento do Evangelho que ficarem no arrebatamento da Igreja sofrerão no governo ditatorial da besta. Suas almas ficarão debaixo do altar do Senhor no céu, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11).

Neste tempo o Anticristo, no final dos desfeches, levantará uma grande perseguição qual nunca houve. Todos os que não negarem a Jesus, não professam a religião do falso profeta e não aceitam o sistema da Besta serão decapitados (Ap 20.4).

“....veste branca...”. João vê as almas desses que foram martirizados, receberem vestes brancas que simbolizando justiça, pureza, santidade e alegria. Eles esperam descansando de suas fadigas terrenas, até que o número dos mártires se complete.

É importante entender que essas almas não estavam inconscientes, mas estavam lúcidas e pedindo vingança, não pessoal, mas da justiça divina. Isso mostra que após a morte a alma não dorme como alguns “líderes” ensinam, mas continuam conscientes e tem memória do que ocorreu na Terra. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.10).

Nesta altura dos acontecimentos, nós que subirmos no arrebatamento, estaremos participando das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), enquanto que estes crentes que deram suas vidas para serem salvos estarão debaixo do altar do Senhor, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11), permanecerão lá até que termine a Grande Tribulação, e o Senhor retorne a Terra para vingará o sangue deles derramado. 

3. O clamor sobre a terra - o juízo chegou. (vs. 12-17). Quando o sétimo selo for aberto, o mundo já estará na segunda metade da Grande Tribulação e sete anjos preparados para tocar sete trombetas. São mais sete acontecimentos terríveis que cairão sobre a Terra, tipificados nas sete trombetas (Ap 8-11). 

6º Selo. Ap 6.12-17 “E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue. 13- E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. 14- E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos do seu lugar. 15- E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas 16- e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, 17- porque é vindo o grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”

O sexto selo traz mais do juízo para a humanidade, deixando, cada vez mais, a terra deteriorada e o ser humano indefeso.

O juízo chegou: as portas da graça estão fechadas, é o dia da ira do Cordeiro. O medo, o terror, o espanto e a consternação daquele dia se descrevem sob dois simbolismos: um universo sendo sacudido e os homens completamente aterrorizados, tentando se esconder.

Os juízos catastróficos de Deus, a partir deste selo deixam de atingir somente a esfera terrestre, agora afetando também os astros cósmicos, densas trevas e terror para todos os habitantes da terra (vv.15-17; Is 34.4; Jl 2.30; -31; Ag 2.6).

Nas profecias de Jesus Ele usou as mesmas palavras no caminho do Calvário: “Então, começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!” (Lc 23.30). Alguns dizem que este versículo se refere à destruição de Jerusalém, e como as mesmas expressões são usadas no verso 16? Portanto, este será o cenário de grandes calamidades e julgamentos naqueles dias que os homens desmaiaram de terror. Serão tão grandes as calamidades que os homens irão procurar lugar para se esconder, mas não irão encontrar; porque Deus está em toda parte. Eles buscarão a morte, mas não podem encontrar. Mas agora, nem caverna, nem a morte pode escondê-los livrá-los da ira do Cordeiro. Nem posição, riqueza ou poder político pode evitar que os homens enfrentem os juízos de Cristo.

O segundo advento de Jesus a esta Terra, será presidido de sinais cósmicos. No Seu sermão escatológico ele diz: “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.” (Mt 24.29). 

“logo depois daqueles dias”. Os dias aos quais Jesus se refere, são os dias onde estão ocorrendo os juízos dos primeiros selos.

O doutor Lucas diz: “E haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, na terra, angústia das nações... homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados.” (Lc 21.25,26).

A Bíblia nos dá um vislumbre do que acontecerá naquele grande Dia; assim profetizou Isaías: “Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exércitos e por causa do dia da sua ardente ira.” (Is 13.13).

O abalo do cosmos, que atingirá o Sol, a Lua e as estrelas, reverenciados pelos pagãos, simboliza a derrota de tudo que os descrentes exaltam no lugar de Deus (Is 2.12-18).

As profecias de Jesus é uma confirmação do que fora vaticinado pelo Profeta Joel 2.31: “O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor”. Estes dias na Terra serão tão terríveis que os homens mais poderosos da terra se esconderão nas cavidades da rocha diante da ira do Cordeiro. 

7º Selo. Apocalipse 8.1,2 “E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. 2- E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.”

Abertura do sétimo selo dá início a um segundo ciclos de juízos revelando sete anjos com sete trombetas nas mãos. São mais sete acontecimentos terríveis que cairão sobre a Terra, tipificados nas sete trombetas (Ap 8-11). Tão temíveis são os julgamentos a serem anunciados, que os próprios habitantes do céu ficam calados, pasmados e comovidos com aquilo que vai acontecer aos adoradores da Besta.

Houve cerca de meia hora de silêncio quando o Cordeiro abriu o sétimo selo. Isto nada tem a ver com o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. A menção deste silêncio evidencia que haverá grande pavor, espanto, horror diante dos julgamentos vindouros contra o pecado.

E houve um silêncio no céu por cerca de meia hora e depois a entrega das trombetas aos anjos.

As orações dos santos. Apocalipse 8.3-6 “E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. 4- E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. 5- E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos, e terremotos. 6- E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las.” 

“E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro…”. Um outro anjo entra em cena. Ele não faz parte dos sete que receberam trombetas, mas está de posse de um incensário, instrumento que sempre acompanhava atos de oração.

As orações de todos os santos são recebidas por Deus. Qualquer oração que faças, Deus a recebe. Essas orações tiveram um reforço a intercessão dos méritos de Jesus Cristo. Ele era o seu sacerdote intercessor, que aqui na Terra, levava esse incenso perante o altar, perante o lugar santíssimo. Assim essas orações tornam-se aceitáveis perante Deus Pai. Isto quer dizer que existem orações que são respondidas de imediato, e outras ficam retidas com o Senhor, e serão respondidas para o momento certo. Quando isto acontecer, Deus mostrará na Terra a Sua vingança, e os Seus juízos terríveis. 

“e foi-lhe dado muito incenso”. É importante, observar a ordem dos ritos, conforme descritos no livro de Levítico: “Porá o incenso sobre o fogo, perante o SENHOR, para que a nuvem do incenso cubra o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra.” (Lv 16.13).

Quando esse ritual terminava para aquele dia, no sacrifício da tarde, terminavam os serviços no santuário. Então o sacerdote que carregava o incensário o jogava ao chão, e isso até fazia barulho. O incensário jogado no chão daquela tarde, era símbolo de que não mais haveria intercessão naquele dia, e no caso em apreço, era símbolo do fim da intercessão, portanto, fim da graça. 

“e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra”. Então o anjo, ainda com o incensário na mão, não coloca mais incenso, mas pega fogo do altar, que ficava fora, no pátio, e coloca no incensário. Não há mais intercessão por causa das orações, e nem há mais orações. Todas as pessoas, ou se converteram ou não querem se converter nunca mais. Esse serviço de intercessão terminou e o anjo arroja seu incensário sobre a Terra, anunciando o fim da graça. 

E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. Os servos aguardam em silêncio, e Deus responde com trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. As vozes, relâmpagos e trovões falam de autoridade e juízo, provocam um terremoto na terra. Aqui começa a ser respondida a oração das almas martirizadas (6.9,10); Deus vai julgar os que moram sobre a terra. As nossas orações tem papel importantíssimo no desenvolvimento dos planos de Deus. A oração do “Pai Nosso” deixa bem claro o poder de nossas orações ao dizer: “Seja feita a sua vontade…”; “…venha a nós o teu reino…”. Temos que clamar para que os planos de Deus sejam plenamente consumados sobre a terra.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

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