TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

MISTROS DE CRISTO

 


1ª Coríntios 4.1-5,14-16 “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. 2- Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel. 3- Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. 4- Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor. 5- Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor. 14- Não escrevo essas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados. 15- Porque, ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu, pelo evangelho, vos gerei em Jesus Cristo. 16- Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.” 

INTRODUÇÃO

Quem são os verdadeiros ministros de Cristo segundo a Bíblia? Como identificá-los? Quais são suas qualidades? Qual é a sua missão? No versículo 1 do texto básico, Paulo ao destacar o papel do obreiro cristão, emprega dois vocábulos traduzidos por “ministro” (hypēretēs) e “despenseiro” (oikonomos). O primeiro refere-se ao remador de um navio da época, que remava abaixo da linha da superfície. Seu trabalho era volumoso, pesado e sempre sob as ordens de um chefe. A lição aqui comunicada é de subordinação aos superiores, trabalho e humildade. O segundo diz respeito a um servo administrador de uma casa ou propriedade. É a lição da fidelidade, capacidade e responsabilidade. 

“A missão de Paulo para pregar o evangelho foi constituída sobre quatro elementos: serviço, mordomia, fidelidade e sensibilidade aos juízos de Deus”. 

Fidelidade: Qualidade de fiel; lealdade; constância, firmeza, perseverança. Deus não precisa da ajuda humana, mas permite que seus ministros participem da realização de seus eternos propósitos. 

A doutrina que Paulo transmitiu aos Coríntios é válida para os nossos dias, para que tanto as igrejas, como os próprios pastores, tenham consciência do sentido de suas atuações, entendendo que são DESPENSEIROS DE DEUS. 

1. O significado da palavra ministro. O termo “ministros” é a tradução do grego hupêretas. Conforme o Dicionário VINE (2003, p. 791, CPAD), significa literalmente “remador” (da fileira de baixo) (formado de hupo, “debaixo de”, e eretes, “remador”). A palavra hupêretas, significa, literalmente, “remador inferior” ou “remador subordinado”. 

Nos tempos de Paulo o remador era um “escravo” que remava na parte de baixo de grandes navios romanas, obedecendo exclusivamente ordens de um superior. Em outras palavras, Paulo está dizendo: “Não somos os capitães do navio, mas apenas escravos de uma galé, obedecendo a ordens. Por acaso um escravo é maior do que outro?” Em seguida, o apóstolo explica a imagem do despenseiro. Um despenseiro é um servo que administra todos os bens de seu senhor, mas ele próprio não possui coisa alguma. (W.W.Wiersbe). 

I. OS VERDADEIROS MINISTROS DE CRISTO 

1. São chamados pela vontade de Deus. Só os autenticamente chamados por Deus devem, de fato, exercer o ministério evangélico (Hb 5.4). Paulo tinha plena convicção de que fora separado por Deus para pregar sua Palavra: At 13.2; Rm 1.1; Gl 1.15. “Fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado” (1ª Ts 2.4). Quem exerce o santo ministério sem a direta convocação do Senhor – o dono da obra – é um intruso, e quanto mais cedo desistir, melhor, pois está profanando as coisas santas. 

2. Têm senso de responsabilidade ministerial. Um genuíno obreiro de Cristo tem acurado discernimento espiritual. Ele sempre age com o objetivo de obter um bom testemunho (1 Tm 3.7). A vida do ministro de Deus precisa ser observada, respeitada e aprovada não só pelos descrentes, mas, especialmente, pelos irmãos em Cristo (3ª Jo v. 12). 

3. São piedosos e íntegros. O verdadeiro ministro de Cristo vive uma vida digna, não só diante de Deus, mas também dos homens (2ª Co 8.21; 1ª Tm 6.11,12). Comporta-se de modo honroso no trabalho, na vizinhança e na família, sem escândalos. Assim como o profeta Elizeu, pode ouvir dos que o cercam: “Este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus” (2ª Rs 4.9). A santidade é um imperativo na vida do obreiro. 

Um bom ministro de Cristo não apenas ordena, mas, em tudo é o exemplo para o rebanho, no seu comportamento, nas orações, nos dízimos e ofertas etc. (Hb 7.8,9; Ml 3.10). 

4. São comprometidos com a Palavra de Deus (2ª Tm 2.15; 4.2). Isto é, pregam a Palavra de Cristo e não “palavras persuasivas de sabedoria humana” (1 Co 2.4). O servo do Senhor não deve enxertar seus sermões com retórica política, comentários da mídia e psicologia popular. 

A vida do ministro de Deus precisa ser observada, respeitada e aprovada não só pelos descrentes, mas, especialmente, pelos irmãos em Cristo. 

II. A MISSÃO DOS MINISTROS DE CRISTO 

A missão de todos os chamados por Deus para realizar sua obra, especialmente por meio da pregação do evangelho, apoia-se em três pilares: 

Entendendo que o fundamento da Igreja é JESUS CRISTO, e que Ele é o centro da direção da Igreja, nenhum líder é superior em si mesmo, mas é Deus quem o capacita. 

1. Serviço. Na vida secular entendemos a palavra ministro como um título de alguém que ocupa um alto cargo no governo com elevada autoridade: Primeiro Ministro, Ministro da Economia, Ministro de Educação e, assim por diante. Todavia, o termo ministro no âmbito bíblico-eclesiástico, conforme descrito no Novo Testamento, refere-se a um servo, serviçal, prestador de serviço, ministrador, assistente, atendente, como em 1 Co 3.5; 2 Co 6.4 (diakonos); Rm 15.16; Hb 8.2 (leitourgos); At 26.16; 1ª Co 4.1 (hypēretēs). 

Todo servo no trabalho do Senhor é pequeno, humilde, seja qual for a sua posição. Só o Eterno é infinitamente grande. Se alguém pensa que é grande, não é nada diante dEle! 

O verdadeiro servo de Deus não tem vontade própria; seu prazer e realização estão em fazer a vontade do Senhor, por amor, gratidão e privilégio.

2. Mordomia. O apóstolo Paulo e seus companheiros de ministério não se consideravam donos da obra de Deus, mas mordomos do Senhor, isto é, “despenseiros dos mistérios de Deus” (v. 1), ou seja, aqueles que administram os negócios de seu Senhor. 

O obreiro cristão, portanto, não é dono da obra, serviço ou trabalho que ele faz para Deus na Igreja. O Altíssimo dá obreiros à Igreja (Ef 4.11), mas não dá Igreja aos obreiros como propriedade sua para fazer o que deseja e como quiser. 

A Igreja (At 20.28), o rebanho (1ª Pe 5.2) e a obra pertencem ao Senhor (1ª Co 15.58). 

3. Fidelidade. Fidelidade é um atributo de Deus. Ele é fiel (1ª Co 1.9; 10.13; Ap 19.11). Não há dúvida de que esta é a qualidade primordial de um ministro de Cristo: “requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel” (1ª Co 4.2; Mt 24.45). De nada adianta o obreiro pregar o evangelho e ensinar a Palavra, se ele é desobediente, displicente, e nem sequer pratica o que prega e ensina. É necessário que o servo seja fiel ao seu Senhor e à sua obra, diariamente. A verdadeira fidelidade revela-se em nossos atos cotidianos. Devemos cumprir a nossa palavra e promessas que fazemos às pessoas (Mt 5.37; Tg 5.12). Os olhos do Senhor estão à procura dos que são fiéis (Sl 101.6). Em Jeremias 48.10 encontramos um veemente alerta de Deus nesse sentido. 

A missão dos ministros de Cristo consiste no serviço, na mordomia, isto é, na administração dos negócios de Deus e, sobretudo, em sua fidelidade. 

III. MINISTROS DOS MISTÉRIOS DE DEUS 

1ª Coríntios 2.7 “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória.” 

1. Que mistérios sãos estes? São as verdades e doutrinas bíblicas da redenção e do glorioso futuro da Igreja do Senhor, desconhecidas no Antigo Testamento, mas reveladas por Jesus nos Evangelhos, e pelo Espírito Santo através dos escritores das epístolas do Novo Testamento: “Falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória”. 

Os coríntios exaltavam a sabedoria humana (capítulo 1). Em contraste, Paulo demonstrava que tanto o meio de salvação que Deus escolheu (a crucificação de Cristo 1.18-25) quanto o povo que Deus salvou (1.26-31) contradizem a sabedoria humana. No capítulo 2, Paulo mostra que Deus se revela somente através do Espírito; portanto, a sabedoria dos homens não pode chegar a conhecer Deus nem a aprender sua vontade. 

2. Métodos de ensino dos ministros de Cristo (2.1-5). Deus escolheu uma mensagem simples que Paulo proclamou de modo direto. Ele não mostrou eloquência retórica nem filosofia humana, mas simplesmente declarou Cristo e sua crucificação. Muitos líderes religiosos até hoje procuram projetar uma imagem de ostentosa autoconfiança; Paulo mostrou humildade, sentindo sua inadequação diante da tremenda tarefa de proclamar a vontade do Senhor. Sua recusa a fascinar sua audiência com seu próprio encanto e cultura deixaram a fé do povo repousando no Senhor e não nele mesmo.

IV. QUEM SÃO OS MINISTROS 

1. Os ministros da Palavra são cooperadores de Deus. 1ª Co 3.9 “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” 

2. Os ministros da Palavra são embaixadores de Deus. 2ª Co 8.23 “Quanto a Tito, é meu companheiro, e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo.” 

3. Os ministros da Palavra devem ser exemplos em tudo. Fp 3.17 “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam.”

Um ministro do evangelho, um pai ou um cristão de qualquer idade ou condição, deve viver de modo que possa se referir ao seu próprio exemplo e exortar outros a imitar o curso da vida que ele levou. Paulo poderia fazer isso sem ostentação ou impropriedade. Eles sabiam que ele vivia para ser um exemplo adequado para os outros; e ele sabia que eles sentiriam que sua vida havia sido tal que não haveria impropriedade em se referir a ela dessa maneira. Mas, infelizmente, quão poucos existem que podem imitar Paulo com segurança nisso! 

4. Os ministros da Palavra devem buscar a perfeição. 2ª Tm 3.17 “Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” 

O estudo das Escrituras torna o cristão perfeito, no sentido de capaz ou eficiente. Perfeitamente instruído significa plenamente preparado. A pessoa que domina a Palavra de Deus nunca perde seu caminho. 

Toda a boa obra. Paulo enfatiza a ligação essencial entre conhecer a Palavra de Deus e aplicá-la à vida pessoal do dia-a-dia. A doutrina correta deve produzir a prática correta. 

5. Os ministros da Palavra devem ser aprovados. 2ª Tm 2.15 “Procura apresentar-te a Deus aprovado.” (2ª Tm 2.15a).

O obreiro que se envolve na seara do mestre deve ter qualificação Divina e também uma característica ser um trabalhador aprovado.

At 2.22Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis”.

Aprovado por Deus. “Certos homens buscam o aplauso e recompensa deste mundo vulgo; quanto a ti mesmo e ao teu ministério; aprovados diante de Deus”. Aliás, não há nada mais eficaz para testar o insensato amor à ostentação do que recordar que é a Deus que teremos de prestar contas.” 

O texto bíblico de 1ª Timóteo 3.2,3, afirma que o bispo não deve ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado. A Igreja, o Corpo de Cristo, precisa contemplar em seu líder sinais claros do fruto do Espírito, tais como autocontrole, mansidão, bondade e amor. Estas características denotam idoneidade moral e maturidade espiritual. A mesma postura moral que o pastor atesta aos fiéis deve ser demonstrada, igualmente, aos infiéis (1ª Tm 3.7). 

Conforme exemplo que temos no livro de Atos 6.1-3, os sete diáconos que foram escolhidos para ajudar os apóstolos eram homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria. Assim deve ser nosso serviço a Deus. Primeiro devemos ser homens de oração cheios do Espírito e de Sabedoria. Esta é a base para o nosso serviço e não nossas habilidades. 

6. Os ministros da Palavra e seus frutos. Mateus 7.16-18 “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? 17- Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. 18- Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.”

O Salvador dá o teste apropriado de seu caráter. As pessoas não julgam uma árvore por suas folhas, cascas ou flores, mas pelos frutos que ela produz. As flores podem ser lindas e perfumadas, a folhagem grossa e verde; mas estes são meramente ornamentais. É o “fruto” que é o principal serviço ao homem; e ele forma sua opinião sobre a natureza e o valor da árvore por esse fruto. Então, de pretensões à religião. A profissão pode ser justa; mas a “conduta” – o fruto – é determinar a natureza dos princípios. 

IV. A AVALIAÇÃO DOS MINISTROS DE CRISTO (1 Co 4.3-5) 

1. O juízo dos outros (v. 3). Paulo declarou que pouco se importava com a avaliação dos coríntios a respeito dele e do seu ministério. Ele não permitia que tais juízos influenciassem sua fé e conduta. Os Coríntios não estavam em condições de julgar os outros. Como um despenseiro de Deus, ele era diretamente responsável diante de Cristo. Nenhum obreiro deve julgar temerariamente seus pares. O Senhor, na sua vinda trará à luz as ações e os desígnios secretos de cada um. Então, cada um receberá a sua recompensa (v. 5). 

2. O juízo próprio. Paulo também não dependia de juízo próprio: “nem eu tampouco a mim mesmo me julgo” (v. 3). O juízo próprio é perigoso porque a pessoa facilmente sanciona as suas próprias opiniões, aprova a sua própria conduta e acalenta seus próprios erros. 

3. O juízo de Deus (v. 5). Como servos do Senhor, Paulo e seus companheiros de ministério deveriam ser avaliados e julgados pelo seu Senhor e Mestre, e não pelos coríntios (vv.3-7). Não existe obreiro perfeito, mas também não existe congregação perfeita, como era o caso de Corinto. Arão, o ministro, fez a congregação de Israel pecar diante do Senhor (Êx 32). Todavia, a mesma congregação também fez Moisés pecar (Dt 1.37,38; 3.26; Sl 106.32,33). 

4. O juízo do Tribunal de Cristo (v. 5). “Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor” (cf. 1ª Co 3.13-15; 2ª Co 5.10; Rm 14.10,12). 

5. O que é, e como se dará esse juízo?

5.1. A Bíblia afirma que “todos”, sem exceção, seremos julgados (2ª Co 5.10; Rm 14.10,12). 

5.2. Trata-se de julgamento e recompensa (ou perda de recompensa) das obras, trabalho, serviço, desempenho e testemunho cristão. Este fato acontecerá nos lugares celestiais, a saber, no Tribunal de Cristo. 

5.3. O julgamento não diz respeito ao destino eterno do crente, mas às suas obras. O cristão jamais será julgado como filho de Deus (Jo 1.12,13; 5.24; Rm 8.1), mas o será como servo. Filho de Deus, no sentido de salvo pelo sangue de Cristo, só há um tipo, mas de servo, há vários. Isto será notório naquele grande dia! 

São altamente solenes para todos os santos as palavras de Apocalipse 14.13, vindas do Espírito Santo: “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam”. 

5.4. O Tribunal de Cristo é o dia da pesagem das nossas obras na justa balança de Deus (1º Sm 2.3). O Senhor julgará não somente os atos, mas também os motivos e meios que levaram a eles (1ª Jo 3.15). Nossas ações, mesmo boas, mas com motivações erradas, egoístas, indignas, injustas e até antibíblicas serão severamente julgadas. Sete vezes nas cartas às igrejas, no Apocalipse, Jesus declarou: “Eu sei as tuas obras”. 

CONCLUSÃO

Assim como Paulo e seus companheiros, todos os obreiros da Igreja de Deus devem ser humildes. Não há lugar no trabalho do Senhor para o orgulho, ou presunção, pois a obra é de Deus, e Ele requer de seus obreiros submissão e fidelidade. Conforme indagou o Senhor Jesus: “Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos?” (Lc 12.42). 

FONTE DE PESQUISA 

1. HORTON, S. M. I e II Coríntios: os problemas da igreja e suas soluções. RJ: CPAD, 2003.

HOOVER, T. R. Comentário Bíblico 1e 2 Coríntios. RJ: CPAD, 1999.

GILBERTO Antônio. Despenseiros dos mistérios de Deus. Lições Bíblicas CPAD

2º Trimestre de 2009. Rio de Janeiro - RJ.

Pr. Elias ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - Sc

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

A CHAMADA DIVINA PARA O MINISTÉRIO

 


Mt 11.28 “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobre carregados, (oprimidos) e eu vos aliviarei”. 

Mt 4.18-22 “E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19- E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20- Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21- E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; 22- E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no”. 

INTRODUÇÃO. Erwin Lutzer define chamado como “uma convicção interior, dada pelo Espírito Santo e confirmada pela Palavra de Deus e pelo Corpo de Cristo”. 

I. O QUE É CHAMADO DIVINO 

Chamada do lat. Clamare, significa chamar em alta voz; ou gritar. Conclamação feita por Deus para os homens (sem quaisquer exceções), aceitável.

A palavra vocação tem origens gregas no verbo καλεω - kaleo e suas variações (o substantivo klêsis e o adjetivo kletós).

Ambas provêm do verbo grego kaleo que significa “chamar ou convocar”.

O Sentido de o verbo chamar no grego kaleo, e significa chamar em voz alta, mas usado em uma variedade de aplicações, diretamente ou não.

Kaleo significa: convidar, chamar (para fora), (quem, qual) nome (foi [chamado]).

A Bíblia apresenta algumas variações:

O verbo kaleo significa eu chamo, nomeio, convoco: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados (eklêthete)” (Ef 4.1).

O substantivo klêsis significa vocação, chamado, convite: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação (klêsin)” (1ª Co 1.26). O adjetivo kletós significa chamado, convocado: “de cujo número sois também vós, chamados (kletòi) para serdes de Jesus Cristo” (Rm 1.6). 

Segundo Lothar Coenen, em artigo no Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento:

- Cento e quarenta e oito (148) vezes o termo kaleo surge no Novo Testamento Grego 148 vezes.

- 11 A palavra klêsis.

- Paulo usa kaleo 29 vezes;

Oito vezes Klêsis;

Sete kletós;

Esses termos quase sempre são empregados com o sentido de vocação procedente da parte de Deus. É o Senhor dirigindo-se ao homem, convocando-o para a salvação e para o serviço do seu reino. É o Pai dizendo em tom soberano (e não apelativo): Venha, filho! Assim, o sentido original da vocação divina não soa nas Escrituras como um gentil convite da parte do Deus misericordioso e amável, ao qual o homem pode ou não atender, mas como um chamado, uma convocação, uma intimação irrecusável. 

1. Vocação é o chamado divino dirigido ao homem. Todo ser humano é, de alguma forma, vocacionado. Os eleitos são especialmente chamados para receber a salvação que lhes é oferecida em Cristo Jesus, para agregar-se à igreja de Deus e para colocar-se inteiramente à sua disposição, servindo-o em algum tipo de missão que Ele mesmo determinará. 

II. TIPOS DE CHAMADA 

Existem vários tipos de chamada: 1) Chamada Universal; 2) Chamada Ministerial; 3) Chamada Especifica. Vejamos: 

1. Chamada universal.

1.1. Primeiro lugar Ele nos chama para o evangelho.

O convide de Jesus não é seletivo, mas para todos os homens. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

Deus chama o homem para desfrutar de uma porção especial no Seu evangelho.

Is 55.1-3 “Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. 2 Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. 3 Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi”. 

A chamada universal é extensiva a todas as pessoas indistintamente. Todas as pessoas são convidadas para a salvação e chamadas para o arrependimento (1ª Tm 2.3-5).

Jo 3.16-18 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”.

1ª Jo 2.2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.”

2ª Pe 3.9O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.

At 17.30Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam.”

Ap 22.17 “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida.” 

1.2. As pessoas que atendem ao chamado para o arrependimento e a salvação, também atendem aos seguintes chamados:

A. Chamados para o seu reino (1ª Ts 2.12).

B. Chamados a liberdade (Gl 5.13).

C. Chamados para ser filhos de Deus (Rm 9.26).

D. Chamados para ser irmãos de Cristo (Hb.2.11).

E. Chamados para a sua maravilhosa Luz (1ª Pd 2.9).

F. Chamados para as Bodas do Cordeiro (Ap 19.9).

G. Chamados pelo Senhor nosso Deus (At 2.3). 

III. AS TRÊS FASES DE UMA CHAMADA MINISTERIAL 

A chamada ministerial pode ser dividida em três fases: 1. Vinde. 2. Ficai. 3. Ide. 

1. Vinde. Em Mt 4.18-19, Jesus observando a Pedro e André, disse-lhes: “VINDE após mim, e eu vos farei pescadores de homens”.

Primeiro, Jesus nos chama para aprendermos com Ele. “Vinde a mim...e aprendei de mim...” (Mt 11.28-29), esse foi o convite de Jesus extensivo a todos. Ninguém pode ser chamado para o ministério, se primeiro, não nascer de novo. Nicodemos era um mestre da Lei, porém, não havia ainda nascido de novo (Jo 3.1-10). 

2. Ficai. Em Lc 24.49, Jesus disse aos seus discípulos: “Ficai na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”.

Esse “ficai”, fala da preparação que o obreiro precisa ter. Antes de ir, o obreiro deve ficar em Jerusalém. Jerusalém simboliza o nosso lugar de preparação, até que sejamos revestidos de poder e capacitados para exercermos o nosso ministério. 

2.1. O obreiro chamado por Deus precisa investir na sua educação e desenvolver a sua aptidão para o ensino da Palavra de Deus (1ª Tm 3.2).

A. Paulo aconselhou a Timóteo se aplicar a leitura (1ª Tm.4.13).

B. O obreiro chamado por Deus deve se aplicar a leitura da Palavra de Deus e de outros bons livros (2ª Tm.4.13).

C. Em Ef 6.15, Paulo afirma que devemos calçar os pés com os sapatos da preparação do Evangelho da Paz. Para pisarmos em serpentes e escorpiões é preciso estarmos calçados (Lc 10.19).

D. O obreiro não pode sair por aí descalço, é preciso estar bem calçado, e revestido de toda a armadura de Deus. 

3. Ide. A terceira fase da chamada ministerial é IDE. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). Para ir é preciso já estar preparado.

3.1. Entre o VINDE e o IDE deve haver um bom período de preparação. Os discípulos permaneceram três anos e meio aprendendo aos pés do Mestre dos mestres. Paulo permaneceu um bom tempo se preparando (Gl 1.15-18).

3.2. Na fase do IDE, o obreiro chamado por Deus já deve ter o selo da aprovação divina (1ª Tm 2.15). Tendo já a aprovação divina de seu ministério, o homem chamado por Deus deve então obedecer o seguinte IDE: “IDE, portanto, fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28.19). 

IV. CHAMADA MINISTERIAL 

1. Chamada ministerial. A chamada ministerial é uma espécie de “segunda chamada”.

1.1. A primeira chamada é para o arrependimento e a salvação.

1.2. A segunda chamada é a convocação do Senhor da seara ás pessoas escolhidas para o exercício da obra de Deus.

1.3. A primeira chamada é para todos, porém, a segunda chamada é para um grupo seleto. Quando Deus escolheu a nação de Israel para ser o seu povo peculiar, Ele chamou todas as 12 Tribos (Gn 49.28; Êx 19.4-6). Porém, dentre as 12 Tribos, Ele escolheu e chamou para o Santo Ministério, apenas a Tribo de Levi (Nm 1.47-54; 17.1-8).

1.4. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, todos os homens chamados por Deus precisavam ser qualificados. Existe um ditado que diz: “Deus não chama os capacitados, porém, capacita os que Ele chama”. 

Vejamos:

A. Moisés se achava incapaz, mais era capacitado, e Deus o capacitou ainda mais (Êx 4.1-12). Um homem formado em todas as ciências do Egito não poderia ser incapaz (At 7.22).

B. Os homens escolhidos para ajudar Moisés precisavam ser qualificados e capazes (Êx 18.21).

C. Os 70 Anciãos auxiliares de Moisés precisavam ter as qualidades de líderes (Nm 11.16-17).

D. Em 1º Crônicas 9.13, havia 1.700 homens capazes para a obra do Ministério da Casa de Deus.

E. Os Engenheiros e Arquitetos, do Tabernáculo precisavam ser qualificados (Êx 31.1-11; 36.1).

F. Os Arquitetos e Engenheiros do Templo de Salomão precisava ser qualificado (2º Cr 2.13-14).

G. Os primeiros obreiros consagrados na Igreja Primitiva precisavam ser qualificados (At 6.3-5).

H. Em 1ª Timóteo 3.1-13, estão todas as qualificações exigidas nas pessoas chamadas para o Ministério. 

2. Chamada especifica. A chamada especifica é uma escolha nominal do Senhor, com o objetivo de enviar e escolher pessoas para uma missão ou obra especial.

- Em Mc 3.13, está escrito que Jesus “Depois, subiu ao monte e chamou os que Ele mesmo quis, e vieram para junto Dele”. 

2.1. Você é vocacionado. Você não nasceu por acaso, não existe apenas por existir. Há um propósito divino na sua passagem pela terra. Como já dizia Salomão: “O Senhor fez todas as coisas para determinados fins” (Pv 16.4).

- Jesus chama os que Ele quer, e não os que nós queremos. A chamada ministerial precisa ser valorizada, porque, ela veio do alto. Jesus subiu ao monte para chamar os seus discípulos, para revelar a eles que, a sua chamada partiu do alto, partiu do Monte. Em Êx.19.20, está escrito que “Descendo o Senhor para o cimo do monte Sinai, chamou o Senhor a Moisés para o cimo do monte. Moisés subiu”.

2.2. Chamados para sermos embaixadores. A nossa chamada deve ser valorizada, porque, ela veio do alto, ela veio do Senhor. A chamada ministerial precisa ser valorizada, porque, nós fomos constituídos como “embaixadores em nome de Cristo”.

2ª Co 5.20 “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.”

O significa a palavra embaixador? No grego πρεσβεύω presbeuo. Significa ser um embaixador; emissário, mensageiro; agir como representante (no sentido figurado, pregador do evangelho (Ef 4.11; 6.20).

Embaixador, sugere a ideia de alguém enviado no lugar de seu Senhor ou Rei e autorizado com a sua autoridade. O Ministro do Evangelho é um Embaixador que está autorizado a agir em Nome de Cristo.

O Embaixador de Cristo é um cidadão do céu (Fp 3.20-21) enviado a homens rebeldes, no lugar do seu Rei, Cristo, com o objetivo de oferecer as condições de paz que o Evangelho oferece. A honra e a glória do seu Rei e Senhor dependerão de suas palavras e comportamento. Por isso, a chamada ministerial precisa ser muito valorizada. 

2.3. Chamados para proclamar as virtudes do evangelho. 1ª Pe 2.9-10 “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus...”. 

2.4. Chamados para ser colunas. Os 12 Apóstolos foram chamados nominalmente e escolhidos para uma missão especial e especifica de serem as colunas principais da Igreja (Gl 2.9; Ef 2.20 e Ap 21.14).

- Paulo foi chamado de forma especifica para levar o Nome do Senhor perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (At 9.1-15). Paulo foi designado por excelência como o “Apóstolo dos Gentios” (1ª Tm.2.7).

- Barnabé e Saulo foram chamados nominalmente pelo Espírito Santo para uma obra especifica (At 13.2-4).

- Bezaleel e Aisamaque foram chamados nominalmente por Deus para a obra especifica do Tabernáculo (Êx 31.1-11).

- Em Gn 6.13, Noé foi chamado de forma especial e para uma obra especifica de construir a Arca.

- Em Gn 12.1-3, Abraão foi chamado de forma especial e para uma missão especifica de todas as famílias da terra serem abençoadas por sua causa.

- Em Gn 28.12, Jacó foi chamado de forma especial e com a missão especifica de ser o progenitor das 12 Tribos que formariam a nação de Israel.

- Em Gn 41.38-43, José foi chamado de uma forma especial e para uma missão de governar o Egito e administrar uma crise mundial.

- Em Êx 3.7-10, Moisés foi chamado com uma missão especial de libertar o povo de Israel do Egito.

- Em Nm 27.18-23, Josué foi chamado com a missão especial de introduzir o povo de Israel na Terra Prometida.

- Em 1º Sm 3.1-10, Samuel foi chamado de forma especial para realizar uma grande obra em Israel.

- Em 1º Sm.16 13, Davi foi chamado de uma forma especial e escolhido pelo próprio Deus para ser o maior rei da História de Israel.

- Em 1º Rs 19.19, Eliseu foi chamado de forma especial para suceder o profeta Elias.

- Em Is 6.8-9, Isaías foi chamado de forma especial para ser o maior profeta evangélico do Antigo Testamento.

- Em Jr 1.5, Jeremias foi chamado por Deus desde o ventre de sua mãe para ser o profeta das nações.

- Em Ez 2.1-8, Ezequiel foi chamado por Deus para uma missão especial de ser um atalaia de Deus.

- Em Am 7.15, Amós foi chamado de forma especial para profetizar ao povo de Israel.

- Em Jn 1.2, Jonas foi chamado para uma missão especial de pregar para os ninivitas.

- Em Gl 1.15-16, Paulo foi chamado desde o ventre materno para uma missão especial de tornar o mistério de Deus conhecido entre os gentios. 

V. A CHAMADA PARA O MINISTÉRIO DA PALAVRA E SUAS CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS 

1. Chamada é um ato soberano do Senhor (Sl 105.26; Is 43.13; Sl 78.70-72). 

2. Ele é quem escolhe, nomeia, capacita e põe obreiros na Igreja (Jo 15.16; Ef 4.8- 12; 1 Co 3.3-9; 12.8; Jr 3.15). 

3. Ele é quem envia trabalhadores para a sua seara (Mt 9.37,38; Lc 10.2; Mt 20.1-14). 

4. Ele chama a quem quer (Mc 3.13,14; 1ª Sm 16.11-13).

O nosso chamado, portanto, não é uma escolha pessoal, uma profissão religiosa, mas uma chamada irresistível para servir ao Senhor em Seu nome e para a Sua glória. Gosto muito do pensamento: “Deus não chamou homens extraordinários para um trabalho comum, mas homens comuns para um trabalho extraordinário”. 

VI. A CONVICÇÃO DA CHAMADA 

1. O obreiro deve ter a convicção da sua chamada. 

2. O obreiro verdadeiramente chamado pelo Senhor sente o peso da responsabilidade e, se pudesse, escaparia dela.

1ª Co 9.16 “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (outras ref. Jn 1.12; Jr 1.1-9). 

3. O obreiro verdadeiramente chamado por Deus, tem o seu ministério confirmado a cada dia. “O Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.” (1ª Pedro 5.10; Sl 37.23). 

3.1. E o importante, nesse caso, é o que o Senhor diz acerca desse obreiro, e não o que as pessoas pensam ou falam dele (At 14.6-20; Jó 1.8; Mt 11.19; 17.5). 

3.2. Deus faz questão de demonstrar que está com quem verdadeiramente chamou (Nm 17), dando testemunho dele (Is 41.8; Nm 12.3; Jr 6.12; At 13.22; Dn 10.11; Lc 7.28; At 9.15). 

VII. VALORIZANDO A CHAMADA MINISTERIAL 

1. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Co 3.7-8, Paulo afirma que, se o ministério da Antiga Aliança se revestiu de glória, “como não será de maior glória o ministério do Espírito!” 

2. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Co 4.1, Paulo afirma que “tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”. 

3. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Co 5.18, Paulo afirma que Deus nos deu o “ministério da reconciliação”. 

4. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Co 6.3, Paulo afirma que não devemos dar nenhum motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja censurado. 

5. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em Cl 4.17, Paulo aconselhou a Arquipo, dizendo: “Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires”. 

6. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 1ª Tm 1.12, Paulo afirma que devemos ser gratos a Jesus Cristo, por nos ter designado para o ministério. 

7. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Tm 4.5, Paulo aconselhou a Timóteo cumprir integralmente o seu ministério. 

8. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Tm 4.11, Paulo valorizou a chamada ministerial de João Marcos. 

9. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em Hb.8.6, está escrito que Jesus teve um Ministério Excelente! Devemos também procurar desenvolver um ministério excelente.

O CHAMADO DE DEUS PARA O MINISTÉRIO

 


Chamado e vocação são aptidões que conduzem o indivíduo em direção ao seu trabalho, a sua proposta de vida. O mais elevado de todos os chamados é o chamado para ser um ministro do evangelho de Jesus Cristo. Nada pode ser mais sublime, nada produz mais contentamento e realização. 

I. OS CHAMADOS DE DEUS 

1. Chamado Geral. “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. Mt 11.28 Chamado Específico: ...Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens... Mt 4.19

Quando aceitamos a Cristo como Senhor e Salvador, recebemos um chamado de Deus para cumprir uma obra especifica, vamos analisar 3 aspectos desse chamado, baseados na experiência de Neemias.

II. HISTÓRIAS DE CHAMADOS 

• Noé – Gn 6

• Abraão – Gn 12

• Moises – Ex 3 e 4

• Gideão – Jz 6

• Isaias – Is 6

• Jeremias – Jr 1

• Jonas – Jn 1

• Samuel – 1º Sm 3

• Davi – 1º Sm 16

• Paulo – At 9 

III. CARACTERÍSTICAS DO CHAMADO 

1. Dez características do chamado pastoral.

As características do chamado, são muito importantes para o ministério pastoral e se inserem na estrutura do fruto do Espírito na vida de um cristão: 

• Um amor profundo e preocupação pelas pessoas e pelas almas. 

• Um amor evidente e pessoal por Jesus. 

• Uma personalidade cordial, com a qual as pessoas se sintam bem. 

• Uma capacidade ímpar para compreender e explicar a Palavra de Deus. 

• Uma capacidade de se envolver emocionalmente com as pessoas, tanto em público quanto em privado. 

• Um comunicador capaz de se fazer entender. 

• Uma consciência autêntica e honesta quanto ao seu coração e quebrantamento pessoal.

• Um espírito manso e humilde. 

• Uma posse evidente de sabedoria e discernimento para enfrentar a vida e lutas. 

• Uma forte capacidade de empatia em relação a uma pessoa que sofre. 

Pastores, busquem estas características nos futuros pastores de suas igrejas e considerem o seu próprio caráter à luz dessas qualidades. 

2. O chamado de Deus é pessoal e intransferível. Chamado ministerial, é uma convocação divina a uma pessoa para que esta trabalhe com dedicação, realizando as obras do reino de Deus aqui na terra. 

O chamado de Neemias. Neemias fazia parte da geração de descendentes daqueles que foram levados para a Babilônia pelo rei Nabucodonosor. Após a queda do Império Babilônico diante do Medo-Persa. Neemias era copeiro do rei persa Artaxerxes I na corte persa, quando ele teve o conhecimento da em grande miséria e desprezo em que se encontrava o seu povo e a sua cidade natal (Neemias 1.3). Foi nesse momento que ele se deu conta de que o problema do povo era também o seu, o coração de Neemias se entristeceu e ele orou ao Senhor, incluindo a si mesmo e a sua família dentre os que tinham pecado contra o Senhor Deus. Mas não se limitou ao reconhecimento, ele agiu, não ficou inerte, fez alguma coisa, saiu de sua zona de conforto e decidiu pedir ajuda ao rei para cumprir seu chamado. O chamado poderia ser feito para qualquer judeu... Mas porque Deus chamou justamente Neemias? Ele se encontrava no palácio, tinha intimidade com o rei e este o poderia ajudar em sua missão, prover os recursos e meios necessários para realização da sua obra, podemos ver isto no capitulo dois de Neemias

aparece na narrativa bíblica com notoriedade. 

3. O chamado é específico. Hebreus 5.4 “Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão.” 

O escritor aos hebreus cita o exemplo de Arão, dizendo que ninguém tem o direito de entrar neste ofício, a menos que tenha as qualificações que Deus prescreveu. Havia leis fixas e definidas em relação à sucessão no cargo de sumo sacerdote e às qualificações daquele que deveria ocupar o cargo.

Ninguém pense que a chamada dos ministros atuais são pura ilusão ou imaginação deles para a peculiar obra de ensino e direção da igreja. 

IV. NOMES DADOS AOS MINISTROS NO NOVO TESTAMENTO 

1. Embaixadores em nome de Cristo. 2ª Coríntios 5.20 “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” 

Um embaixador só passa a existir depois do chamado do governo que ele representa, e se tentar fazer isto sem o devido chamado ficará no ridículo. 

2. Dispenseiros dos mistérios de Cristo. 1ª Coríntios 4.1 “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus.” 

Um dispenseiro é alguém que toma conta da propriedade de alguém, e se quiser tomar conta da propriedade de alguém sem a devida chamada desagradará a dono da mesma (1ª Co 4.1). 

V. DEUS APERFEIÇOA O MINISTÉRIO QUE COMEÇOU EM VOCÊ 

Filipenses 1.6 “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” 

Deus não desistiu de Abraão quando este duvidou do Seu chamado, e não desistiu de Moisés, que não apenas duvidou, bem como resistiu insistentemente ao Seu chamado. Porém, mesmo em meio as dúvidas interiores, Deus continuou insistindo com Moisés. 

Ele que se sentia o menos apto para a missão, recebe de Deus autoridade, poder para realizar milagres e através da promessa para tocar sua boca gaga, Deus lhe deu o dom da profecia: “Eu estarei em tua boca e te ensinarei o que hás de falar” (Ex 4,12). Mesmo assim, Moisés resistiu ao chamado e Deus lhe deu o irmão Aarão, para falar em seu lugar: “Eu estarei na tua boca e na boca de teu irmão!” (Ex 4, 15). É incrível o mistério da eleição de cada um. Ninguém responde no meu lugar, cada um é único para Deus, e Ele com sua misericórdia e paciência nunca desiste de nós! 

VI. CHAMADO E OBEDIÊNCIA 

João 8.31 “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos.” 

• O Chamado de Deus não é para qualquer coisa. Também, não adianta ir para onde Deus mandou, fazendo aquilo que Ele não mandou. À Igreja foi dada uma mensagem; substituí-la, alterá-la, suprimi-la ou aumentá-la é ser desobediente a Deus e desonesto com os homens. 

• Não vá APENAS para onde você gosta, mas para onde Deus lhe mandou. 

• Não pregue o que lhe agrada ou agrada aos homens, mas o que DEUS determinou. 

VI. PARA QUÊ DEUS TE CHAMOU 

1ª Co 7.24 “Irmãos, cada um fique diante de Deus no estado em que foi chamado.” 

Ef 4.11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.”“O ensino, juntamente com o evangelismo, faz parte da original Grande Comissão de Cristo à sua igreja (Mt 28.20). Tanto os apóstolos como os profetas eram mestres, e nenhum pastor pode ser um verdadeiro pastor se não for apto para ensinar (1ª Tm 3.2,11). É interessante destacar que a frase “pastores e mestres” em Efésios 4.11 no original grego não consta o artigo “e”, razão pela qual alguns supõem que isso salienta uma única “categoria” – pastores e mestres seriam aspectos da mesma função. Inferimos que o pastor também deve ser mestre, pois boa parte do seu trabalho é o ensino. Todavia, é interessante destacar que embora todo pastor seja um mestre, nem todo mestre é um pastor (2ª Tm 2.24)” (CHAMPLIN, 2005, p. 601). 

VII. PASSOS DO CHAMADO 

• Escolhe.

• Chama.

• Confirma.

• Prepara / Capacitação.

• Envia / Atuação.

• Respalda / Sustenta O melhor lugar para se estar é no centro da vontade de Deus. 

CONCLUSÃO.

João 4.35,36 “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. 36- E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o” que ceifa, ambos se regozijem. 

“Eles são brancos.” Os grãos, quando maduros, passam de verde para amarelo ou claro, indicando que é hora de colher. Então, aqui estavam as indicações de que o evangelho era eficaz e que a colheita deveria ser colhida. 

“Quatro meses e …”. O tempo comum desde a semeadura até a colheita, na Judéia, era de “quatro meses”. O significado desta passagem pode ser assim expresso: “O lavrador, quando semeia sua semente, é obrigado a esperar um período considerável antes de produzir uma colheita. Ele é encorajado a semear; ele espera frutas; seu trabalho é aliviado por essa expectativa; mas não é “imediato” – é remoto. Mas não é assim com a minha pregação. A semente já brotou. Pouca era a sementeira antes de produzir uma colheita abundante. O evangelho foi pregado a uma mulher e veja quantos samaritanos também o ouvem. Portanto, há mais incentivo para trabalhar neste campo do que o agricultor tem que semear seus grãos.

Pr. Elias Ribas

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

O CHAMADA DE DEUS PARA O MINISTÉRIO

 

2ª Tm 1.9 Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”.

INTRODUÇÃO.

Creio que a vida do pastor começa com o seu chamado. Muitos pensam que é o seminário que faz o pastor, mas não é. O papel do seminário é a formação acadêmica do vocacionado. Erwin Lutzer define o chamado pastoral assim: “O chamado de Deus é uma convicção interior, dada pelo Espírito Santo e confirmada pela Palavra e pelo corpo de Cristo”.1 Agora é bom deixar claro que existe o pastor chamado e o chamado pastor. O primeiro é vocacionado por Deus, já o segundo se auto vocaciona. 

I. CHAMADA É ELEIÇÃO OU VOCAÇÃO 

1. Desde o dia em que Cristo nos salvou, Ele colocou uma chamada em nossas vidas que, com o passar do tempo de Deus, sairá para a luz.

1.1. A chamada de Deus é superior a todas as coisas de nossa vida (Fl 3.14; Mt 10.37).

1.2. A chamada é uma dignidade que nos faz dignos (2ª Ts 1.11).

1.3. A chamada não nasce no homem; ela é totalmente divina (Hb 3.1).

1.4. A chamada de Deus é irrevogável (Rm 11.29).

1.5. A Bíblia fala sobre três chamadas importantes para os cristãos:

A. Chamado a pertencer a Cristo.

B. Chamado a viver uma vida de santificação.

C. Chamado a servir a Cristo com sua vida. 

2. Chamado a pertencer a Cristo (Rm 1.6; 1ª Ts 1.9).

2.1. Cristo só trabalha com o que é Seu (Mt 4.18-20).

2.2. Chamado a comunhão (1ª Co 1.9).

2.3. Deus nos compara como tesouros D’Ele (Êx 19.5-6).

2.4. Pertencer a Cristo, tanto na vida como na morte (Rm 14.8).

2.5. Pertencemos a Ele porque Ele nos comprou (1ª Co 6.20).

2.6. Ele nos separou para Si (Lv 20.26). 

3. Chamado a viver uma vida de santificação.

Rm 1.7A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

Ef 1.4 “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.”

Cristo nunca trabalhou com coisas sujas, pois o Céu é um lugar limpo e o viver do cristão é a antessala do Céu. Por isso é que temos que amar a santidade. 

3.1. Fomos chamados para ser santos.

1ª Co 1.2 “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santo, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” 

4. Chamado a servir a Cristo com sua vida.

Depois que pertencemos a Cristo e nos santificamos, então começamos a dar à luz na chamada para servir. Após, temos que cuidar desta chamada como a um bebê recém-nascido.

·         Sou chamado para servir.

A maior honra que podemos ter, é servir ao Senhor. O serviço está ligado a uma atitude prática da vida cristã. 

4.1. O significado do termo. A palavra Servo no grego é dolos e significa escravo.

Servo não é um título que se ganha, mas sim um estilo de vida de entrega total como Jesus ensinou.

Mt 20.26-28 “Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. 26 Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; 27 E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; 28 Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.”

Temos que sentir em nosso coração uma urgência em relação ao mundo sobre as notícias da salvação que há em Cristo Jesus, para então, levarmos as boas novas para aqueles que ainda não o conhecem. Nossa oração deve ser: “Senhor, usa-me para tua glória e para edificação do teu reino”. Esse desejo deve nos "consumir" todos os dias. Deve ser o clamor do nosso coração. 

Observemos agora, três classes de serviço: 

A. Serviço por amor.

2ª Co 5.14 “O amor de Cristo nos constrange”. Paulo disse que se sentia obrigado, forçado, a contar as boas novas de Jesus por causa do amor que ele tinha recebido do Senhor.

Em Romanos 1.14, Paulo diz: “Sou devedor”. Ele se via como um devedor de amor.

Ele reconhecia que tudo que Deus havia feito por nós através de Jesus era por amor (Jo 3.16).

Quando sentimos o amor de Deus sendo derramado na nossa vida, o nosso desejo natural é dar a ele alguma coisa em troca. Porém, reconhecemos que tudo o que podemos dar é pouco em relação ao que ele nos deu, entretanto devemos oferecer o melhor de nós. O que de melhor poderíamos oferecer à Deus?

Nossa vida, nossos talentos, nosso tempo, nossas energias e capacidades. 

B. Serviço por privilégio.

É um privilégio poder servir a Deus! Ele quer ter um relacionamento íntimo conosco, mostrar seus planos e projetos, e usar a nossa vida.

Temos o privilégio de servir a Deus no ministério de música e de termos recebido d'Ele este dom. Não merecemos ocupar este lugar, mas Deus está nos dando a oportunidade de servi-Lo.

2ª Tm 1.9 “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos.”

Portanto, não devemos desperdiçar, mas sim nos dedicarmos da melhor maneira possível dando o melhor de nós. 

C. Serviço com responsabilidade.

Temos uma grande responsabilidade em nossas mãos. Deus nos chama para sermos restauradores de brechas.

Is 58.11-12E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam. 12 E os que de ti procederem edificarão as antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar. 

D. No serviço não devemos ser negligentes. 2º Crônicas 29.11 diz que não devemos ser negligentes com as coisas que Deus tem deixado em nossa responsabilidade.

“Agora, filhos meus, não sejais negligentes; pois o SENHOR vos tem escolhido para estardes diante dele para o servirdes, e para serdes seus ministros e queimadores de incenso.” 

E. Deus tem um projeto. Qual é este projeto? Salvar o mundo.

Jo 3.16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Portanto, o nosso compromisso, e a nossa responsabilidade deve ser: alcançar aqueles que não conhecem a Jesus.

Deus tem confiado a nós esta responsabilidade, então, devemos nos preparar para realizarmos com excelência a obra de Deus.

É importante saber que os dons que recebemos não são para nós, mas sim para abençoarmos as pessoas.

1ª Pe. 4.10 “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” 

4.2. O serviço de Deus começa nas coisas mais insignificantes.

·       Moisés começou nas coisas mais insignificantes: uma vara       (Êx 4.2).

·       Sansão começou com uma queixada de asno                              (Jz 15.15).

·       Davi começou com uma funda                                                   (1ª Sm 17.40). 

4.3. Como servir a Deus.

·         Servir através dos dons (1ª Co 14.26).

·         Servir através das vocações (2ª Pd 1.10; Ef 4.4; 1ª Co 1.26).

·         Servir a Deus através do ministério recebido de Deus (Ef 4.11-13). 

5. Servir como obreiros que têm eficácia e que é eficaz.

Eficácia: Significa virtude, atividade, força de uma causa para produzir um efeito desejado (Tg 5.16; 2ª Co 1.6).

Assim deve ser o verdadeiro obreiro: produzir os efeitos que se esperam, dar resultados positivos na obra de Deus. Ser útil e ativo, ou seja: dedicado, inteligente, proveitoso, frutífero, como um bom medicamento que, aplicado, “resolve o problema”. 

6. Estamos sendo esta classe de obreiros?

Existem obreiros que, em lugar de render frutos que Deus espera e que o ministério e a Igreja anelam ver na obra de Deus, estão causando danos, deterioração, lesando, prejuízo espiritual e material.

Exemplo: Se coloca um obreiro (presbítero, evangelista, pastor), num trabalho de uma Igreja e o trabalho começa a declinar. E, às vezes, quando é necessário fazer uma troca, para que não debandem todos os irmãos, não querem sair. Seu cântico é: daqui não saio, daqui ninguém me tira.


domingo, 16 de janeiro de 2022

O QUE A PALAVRA DE DEUS NOS TRAZ

 


Uma coisa que você deve saber durante a sua vida cristã, é que a Palavra de Deus lhe dará vida. Isso lhe trará sentido para a vida e revigoração para vivê-la. Dessa forma, quanto mais você ler as escrituras, estudar, ouvir e meditar, mais a vida e sabedoria para vivê-la você receberá. 

Há uma necessidade eminente do ensino da Palavra de Deus em nossos dias, muitos estão doentes e cansados porque certos líderes espirituais abandonaram o ensino, ou seja, deixaram de alimentar as ovelhas do Senhor. 

A ovelha é um animal bastante ingênuo, ela não sabe discernir a erva boa para comer da erva venenosa, por isso o pastor tem que ir na frente preparar a pastagem com cuidado, retirando aquelas que podem envenená-la. 

Uma ovelha come capim, o capim precisa estar novo, precisa estar fresquinho, precisa estar bom. Ela não come qualquer coisa, ela depende do pastor para se alimentar. Assim é o rebanho do aprisco do Senhor Jesus, precisa de alimento fresquinho e de água limpa e pura, mas só existe uma fonte, a Palavra. Uma fonte não pode jorrar água suja ou limpa. A Palavra só tem água limpa. 

VEJAMOS O QUE A PALAVRA DE DEUS NOS TRAZ 

1. Libertação. Sl 119.170 “Chegue a minha petição á tua presença; livra-me segundo a tua palavra”. Jo 8.32, 36 “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. 

2. Fé. Rm 10.17 “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”. 

3. Purificação. Jo 15.3 “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado”. 

4. Santificação. Jo 17.17 “Santifica –os na verdade; a tua palavra é a verdade”. 

5. Saúde. Sl 107.20 “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal”. 

6. Instrução. Gl 6.6 “Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que instrui”.

2ª Pe 3.18 “Crescei na graça e no conhecimento”. 

7. A Palavra nos orienta o Caminho certo. Is 30.21 “Quando se desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele”. 

8. A Palavra nos Regeneração. Jo 3.5 “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. 

9. A Palavra nos traz crescimento espiritual. 1ª Pe 2.2 “Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”. 

10. A Palavra nos traz vida eterna. Jo 5.39 “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim”. 

11. A Palavra nos traz avivamento. Jo 6.63 “... as palavras que vos tenho falado são espírito e vida”. 

12. A Palavra nos traz edificação. At 20.32 “Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder pra vos edificar e dar herança entre todos, os que são santificados”. 

CONCLUSÃO.

Muitos cristãos estão desanimados e sem disposição para buscar ao Senhor. No tempo de Esdras o povo também estava desanimado e conformado com o sofrimento. Precisamos um animar o outro como Esdras que animou todo o povo (Esdras 6.22) e até o rei.

Como crentes precisamos retornar à Palavra como prioridade em nossa igreja e vida pessoal. Alguns crentes não querem aprender a Bíblia por que já acham que sabem o que precisam. Outros que sabem não têm compromisso de testemunho de vida para cumprir o que a Bíblia diz. Também faltam pessoas para ensinar a Palavra do Senhor.

Quando temos um coração disposto para Deus somos capazes de contagiar as pessoas com a mesma alegria e disposição de aprender, cumprir e ensinar a palavra de Deus.

Assim como o alimento físico pode gerar vida ou destruição em nosso corpo, o alimento da alma e do espírito também define o nosso resultado. Jesus disse que quem se alimenta d’Ele, por Ele vive. Jesus é o pão vivo que desceu do céu.

Por isso, a Palavra de Deus deve ter a primazia na nossa vida! Um espaço no nosso interior precisa ser preenchido, com as coisas do lá do alto, pois só há vida em Jesus!

Jesus o pão vivo Ele é a Palavra (Jo 1.1-3). A Palavra é alimento espiritual, por isso Jesus disse a satanás quando foi tentado no deserto: “... Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4.4).

Por isso o apostolo Paulo prescreveu a seu filho na fé dizendo: Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” (2ª Tm 4.2).

O líder espiritual deve-se pregar a Palavra de Deus, e não as ideias dos homens. Somente a Palavra de Deus é suficiente para corrigir, repreender, e exortar pessoas para salvação (veja 2ª Tm 3.16-17).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC