TEXTO
ÁUREO
“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé, tendo o coração purificado da má consciência e o corpo
lavado com água limpa.” (Hb 10.22)
Verdade
Prática
Na cruz, o Senhor Jesus Cristo
purificou-nos de todos os pecados, tornando-nos aceitáveis diante de Deus.
LEITURA
BÍBLICA
Êxodo 27.1,2,6,7 “Farás também o altar de
madeira de cetim; cinco côvados será o comprimento, e cinco côvados, a largura
(será quadrado o altar), e três côvados, a sua altura. 2. E farás as suas
pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas serão uma só peça com o mesmo, e
o cobrirás de cobre. 6. Farás também varais para o altar, varais de madeira de
cetim, e os cobrirás de cobre. 7. E os varais se meterão nas argolas, de
maneira que os varais estejam de ambos os lados do altar quando for levado.
INTRODUÇÃO.
Qual
era o caminho que o pecador percorria para ter seus pecados perdoados? Ao
estudarmos o Altar dos Holocaustos e o rito de lavagem dos corpos dos
sacerdotes na pia de bronze, aprenderemos como alguns símbolos apontavam, com
impressionante precisão, para a completude da obra expiatória de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. Nessa perspectiva, estudaremos o Altar dos Holocaustos,
enfatizaremos relação simbólica das suas quatro pontas com a redenção provida
pelo sacrifício vicário e, por último, como o Altar dos Holocaustos revela uma
imagem do Calvário para nós. Que o Espírito Santo fale ao seu coração!
Quando se adentrava no pátio do
tabernáculo, o primeiro móvel que o ofertante se deparava era o “altar de bronze”
também chamado de “altar do holocausto”. Nesta lição falaremos um pouco deste
móvel e de suas características; veremos que o este importante utensílio e o
holocausto nele oferecido, prefiguram o sacrifício perfeito e definitivo de
Cristo Jesus no Calvário por todos os homens.
I. O
ALTAR DO TABERNÁCULO
A palavra “altar” literalmente significa
“levantado”, “alto” ou “subindo”, visto que era uma elevação acima da terra. O
Antigo Testamento mostra que muitos dos patriarcas ergueram altares para
sacrificar ao Senhor (Gn 8.20; 12.7; 26.25; 35.1). No entanto, com a
institucionalização do culto levítico, um altar foi construído para que nele se
fizessem os sacrifícios a Deus, por meio do sacerdote.
1.
Material.
Muitos altares eram feitos de rocha natural, ou eram montes de terra ou rochas
escavadas (Êx 20.24; 1º Rs 18.32). No entanto, esse altar do tabernáculo era
feito de madeira de acácia (cetim) e era coberto de bronze (cobre) segundo
algumas versões da Bíblia (Êx 27.1-8). Daí porque ele era chamado de “altar de
bronze” (Êx 38.30; 39.39). No Tabernáculo, o bronze se destaca particularmente
nos elementos do pátio externo (Êx 26.11,37; 27.10; 30.18). Esse bronze, sem
dúvida, foi obtido através das ofertas trazidas diante do Senhor para edificar
o Tabernáculo (Êx 25.3; 35.5,16).
2.
Medidas e formato.
O altar de bronze era a maior peça do tabernáculo. O relato bíblico diz que ele
media “cinco côvados de comprimento” e “cinco côvados de largura”,
aproximadamente (2,5 m x 2,5 m), e “três côvados de altura” (1,5 m). Seu
formato era “quadrado” (Êx 27.1). Ele possuía chifres que se projetavam nas
pontas, bem como argolas e varas para ser transportado (Êx 27.2,6,7). Contava
com uma armação gradeada de metal (Êx 27.4,5).
O altar de bronze era provavelmente
colocado sobre um monte de terra ou pedras e o fogo era ateado em cima. Os
chifres que havia em cada canto do altar, tinham um significado especial, eram
adornos funcionais, pois era ali que os animais sacrificados ficavam amarrados
(Sl 118.27).
3.
Utensílios.
Junto com o altar do holocausto também foram fabricados utensílios que
auxiliavam o sacerdote nos sacrifícios e na manutenção deste móvel e todos eram
igualmente feitos de cobre (Êx 27.3).
3.1.
Recipientes:
Para recolher as cinzas – usados para retirar as cinzas do holocausto e limpar
o altar (Lv 6.10,11).
A.
Pás.
Usadas para apanhar as cinzas e lidar com o fogo.
B.
Bacias.
Ou tigelas, usadas para derramar e aspergir o sangue no altar (Êx 24.6).
C.
Garfos.
Usados para distribuir os sacrifícios sobre o altar. O sacrifício deveria estar
em ordem para ser perfeitamente consumido (1 Sm 2.13);
D.
Braseiros.
Ou incensários, usados para levar as brasas do altar de bronze para o altar de
ouro (Lv 16.12).
4.
Finalidade.
Esse móvel também é chamado de “altar do holocausto” (Êx 30.28; 31.9; 35.16;
38.1; 40.6). Isso fala de sua principal finalidade: oferecer nele sacrifícios,
sendo o principal deles o holocausto (Lv 1-5).
A palavra hebraica traduzida como
holocausto é: “olah”, e significa
literalmente: “aquilo que vai para cima”, uma alusão ao sacrifício que quando
queimado seu aroma subia como cheiro suave ao Senhor (Lv 1.9-b).
A oferta do holocausto, também chamada de “oferta
queimada” (Lv 1.9), era “inteiramente consumida” sobre o altar (Lv 6.9), com
exceção da pele do animal (Lv 7.8), e das entranhas com os resíduos de comida
(Lv 1.16). Esse sacrifício era oferecido a Deus como ato de adoração (1º Cr 29.20,21),
em ação de graças (Sl 66.13-15), para obter algum favor (Sl 20.3-5) e, em
diversos ritos de purificação (Lv 12.6- 8; 14.19,21,22; 15.15,30; 16.24). Era o
único sacrifício regularmente estabelecido para o culto no santuário e era
oferecido diariamente, de manhã e à noite por isso era chamado de o sacrifício
“tãmíd”, ou seja, “perpétuo”,
“contínuo” (Êx 29.38-42; Ez 46.13; Dn 8.11; 11.31) (TENNEY, vol. 03, p. 63 –
acréscimo nosso). Deveriam ser apresentados como sacrifício de holocausto,
animais específicos (Lv 1.2,10,14), sendo macho sem defeito (Lv 1.3,10;
22.19-21).
5.
Localização.
Quando se adentrava ao átrio do tabernáculo o primeiro móvel que se via era o
altar do holocausto. Por isso ele é chamado de “o altar que está diante da
porta da tenda da congregação” (Lv 1.5). A localização deste altar mostra-nos
quão importante era o sacrifício a fim de que a pessoa pudesse acertar o seu
relacionamento com Deus: “E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para
que seja aceito a favor dele, para a sua expiação” (Lv 1.4). Ele era o móvel
que lembrava da constante da necessidade de expiação e arrependimento, por
parte do ofertante.
II.
AS QUATRO PONTAS (CHIFRES) DO ALTAR E O SENTIDO DE REDENÇÃO
O Antigo Testamento apresenta uma
linguagem que prefigura coisas e experiências presentes no Novo Testamento. De
modo geral, a imagem das quatro pontas do Altar dos Holocaustos apresenta-se
nessa perspectiva quando analisamos o sentido de redenção contido nelas.
1.
As Quatro Pontas e a Propiciação.
O ato de fazer a propiciação, segundo o
Dicionário Houaiss, implica “tentar obter de alguém sua boa vontade, torná-lo
favorável, aplacar a sua ira com sacrifícios”. Nas Escrituras, o sangue do
sacrifício era de um animal inocente. Quando o sacerdote imolava o animal e
retirava-lhe o sangue no altar de quatro pontas e, com esse gesto, apresentava
a oferta pelos pecados do povo. Isso é uma propiciação, ou seja, um modo de readquirir
o favor de Deus.
O evento era uma ação para apaziguar a ira
de Deus, a fim de que a sua justiça e a santidade fossem satisfeitas e
proporcionassem um perdão eficaz ao pecador.
As quatro pontas do altar do holocausto
rememoram a morte de Cristo como propiciação provida por Deus para cobrir o
nosso pecado e manifestar a justiça divina. O Senhor tomou sobre si o nosso
pecado, revelando-nos o ato gracioso do Pai (Rm 3.24-26; 1ª Jo 2.2).
2.
As Quatro Pontas e a Substituição.
Levítico 16 diz muito acerca do sentido de
“substituição”. Ele narra que o sumo sacerdote Arão colocava as mãos sobre a
cabeça do animal para sacrificá-lo. Esse animal devia ser um macho sem defeito.
Posteriormente, o sumo sacerdote confessava os pecados e as faltas do pecador arrependido
a partir da oferta apresentada no altar dos holocaustos com as quatro pontas.
Logo, a oferta tomava o lugar do pecador. Foi exatamente assim que Jesus levou
sobre si a nossa culpa, oferecendo-se na cruz em nosso lugar (Is 53.4-6; Jo
1.29; 1ª Pe 2.24). Na pessoa de Jesus Cristo, a nossa pena foi cumprida
plenamente (1ª Co 5.7).
3.
As Quatro Pontas e a Reconciliação.
O Altar era o lugar-símbolo da
reconciliação de Deus com o povo de Israel. Ali, uma vítima inocente era
completamente queimada e consumida, restando apenas o sangue colocado numa
pequena pia e encaminhado ao Lugar Santíssimo, o qual, depois, era aspergido
sobre o propiciatório (Êx 29.11-14; Lv 4.12,16-21; 16.14-19,27). Esse rito nos
leva à cruz como o único lugar onde Deus se encontra com o pecador, a fim de
perdoá-lo e reconciliá-lo mediante o sangue da expiação (Hb 9.12; Rm 5.10,11; 2ª
Co 5.18,19). Na cruz, o Cordeiro Inocente pagou a dívida do culpado e, por
isso, podemos dizer: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2ª
Co 5.19).
4.
As Quatro Pontas e a Redenção.
A ideia que a palavra nos dá é a da
libertação da prisão do pecado. Logo, Redenção é o pagamento de um preço pelo
resgate de uma pessoa. O preço: a morte de Cristo na cruz (Mt 20.28; At 20.28;
Gl 3.13; 1ª Tm 2.5,6; 1ª Pe 1.18,19). Aqui, é importante ressaltar que o termo
“redimir” aparece, na língua grega, com o significado de “comprar e tirar fora
do mercado” (uma expressão retirada do comércio de escravos), ou seja,
“resgatar” de uma vez por todas a pessoa da escravidão. Foi isso que Jesus fez
por nós quando nos libertou da escravidão do pecado (Rm 6.22).
III.
O ALTAR SIMBOLIZA A CRUZ DE CRISTO
Os altares antigos eram costumeiramente feitos
de pedras e coberto de madeira para que a vítima sobre ela sacrificada, pudesse
ser depois queimada sobre a lenha. No monte Calvário que é uma rocha, um lugar
alto, Cristo foi crucificado sobre o madeiro. Logo há um paralelismo entre o
altar e a cruz.
1.
Lugar de sacrifício.
O altar de bronze era o altar dos sacrifícios. Nele todos os sacrifícios eram
realizados (Lv 1-5).
Esse altar prefigura a cruz, visto que foi
o lugar onde Jesus foi sacrificado (Jo 19.17; Fp 2.8).
2.
Lugar do juízo e da justiça de Deus. Era sobre o altar que o pecado encontrava
o julgamento. O transgressor trazia para ele o animal que deveria ser morto
pelo pecado do ofertante (Lv 1.4). Foi na cruz onde Jesus foi morto pelo nosso pecado
(Is 53.4,5; Rm 5.6,8; 1ª Co 15.3; 2ª Co 5.15; 18-21).
3.
Lugar de substituição. O altar do holocausto também era o altar da substituição,
pois nele o pecador era substituído pela oferta: “E porá a sua mão sobre a
cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação” (Lv
1.4). Foi na cruz, onde Cristo levou o nosso pecado (Gl 3.13; 1ª Pd 2.24).
IV. O
SACRIFÍCIO DO HOLOCAUSTO PREFIGURA O SACRIFÍCIO DE CRISTO
Os sacrifícios realizados no sistema
levítico no AT prefiguram o sacrifício de Cristo. A expressão “prefigurar” significa:
“representar o que está por vir” (HOUAISS, 2001, p. 2284). Vejamos em que o
holocausto aponta para a pessoa de Cristo Jesus:
SIMILARIDADES
DO HOLOCAUSTO QUE APONTAM PARA CRISTO
1. O animal tinha que ser macho (Lv
1.3,10,14). Cristo se fez homem (Jo 9.11; 19.5; At 2.22; 1ª Tm 2.5).
2. O animal tinha que ser sem defeito (Lv
1.3,10). Cristo não teve pecado (Jo 8.46; Hb 4.15; 7.26; 1ª Pd 2.22).
3. O adorador deveria colocar a mão sobre
o animal a ser sacrificado, gesto que simbolizava a transferência de algo para o
sacrifício, no caso o pecado (Lv 1.4). Os sofrimentos e a morte de Cristo foram
vicários por todos os homens, pois Ele tomou o lugar dos pecadores, e que a
culpa deles lhes foi “imputada” e a punição que mereciam foi transferida para
Ele (Mt 20.28; Jo 11.50; Rm 5.6-8; 2ª Co 5.14,15,21; Gl 2.20; 3.13; 1ª Tm 2.6;
Hb 9.28; 1ª Pd 2.24).
4. O pecador degolava o animal que morria
em seu lugar (Lv 1.5,11). Cristo foi morto pelos nossos pecados (Rm 4.25; 1ª Co
15.3; Gl 1.4).
5. O holocausto contemplava o rico e o
pobre (Lv 1.3,10,14) O sacrifício de Cristo proporciona salvação a todos os
homens indistintamente (Jo 3.16; Tt 2.11; 1ª Jo 2.2; Ap 5.9).
V. O
SACRIFÍCIO DE CRISTO É SUPERIOR AO SACRIFÍCIO DO HOLOCAUSTO
Embora os sacrifícios realizados no
sistema levítico no AT prefigurem o sacrifício de Cristo, eles não eram permanentes
porque não podiam satisfazer completamente a justiça divina e a necessidade
humana. Logo, o sacrifício de Cristo foi necessário e é superior ao holocausto.
Vejamos:
O
HOLOCAUSTO CRISTO JESUS
1. Um animal era sacrificado pelo pecador (Lv
1.4-a). O próprio Filho de Deus foi sacrificado pelo pecador (1ª Pd 3.18; 1ª Jo
2.2; 4.10).
2. O sangue do animal cobria o pecado (Lv
1.4-b). O sangue de Cristo nos purifica do pecado (Jo 1.29; 1ª Co 6.11; Hb 1.3;
1ª Jo 3.5; Ap 1.5).
3. O sacrifício era feito em prol de
alguns de pecados, não todos (Lv 4.2). O sacrifício de Cristo nos purifica de
todo pecado (Tt 2.14; 1ª Jo 1.7,9).
4. O sacrifício era repetitivo (Lv 6.9-13).
O sacrifício de Cristo foi definitivo (Hb 9.26; 10.10).
5. O animal era trazido contra a própria
vontade (Hb 9.25). Cristo ofereceu-se voluntariamente (Jo 10.17,18)
CONCLUSÃO. Hoje aprendemos
que o pecador precisava, no Antigo Testamento, passar pelo “altar de
sacrifícios” para que fosse aceito diante de Deus. Mas vimos também que Cristo
é a oferta suficiente e eficaz para a expiação completa de nossa culpa. Em
Cristo, somos redimidos!
Deus não somente anunciou a vinda do
Messias, por meio de palavras, como através do altar de bronze em que o holocausto
era oferecido pelo pecador no tabernáculo ele preparou a nação de Israel para o
sacrifício definitivo que seria feito por meio de Cristo Jesus e que de uma vez
por todas (Jo 1.29; Hb 9.26). Portanto, prestemos ao Senhor um verdadeiro
sacrifício de louvor!
FONTE
DE PESQUISA
1.
ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.
2.
CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre
de 2019 – CPAD.
3.
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
4.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
5.
CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. ATOS.
6.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
7. TENNEY, Merril C.
Enciclopédia da Bíblia. EDITORA CULTURA CRISTÃ.