TEOLOGIA EM FOCO

sábado, 23 de maio de 2020

OS REIS MAGOS DO ORIENTE



Mateus 2.9-12 “E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. 10 - E, vendo eles a estrela, regoziram-se muito com grande alegria. 11 - E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra. 12 - E, sendo por divina revelação avisados num sonho para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.”

INTRODUÇÃO. É problemático explicar grandes eventos da fé que trazem acontecimentos espirituais, ilustrados por meio de palavras que descrevem aspectos físicos. Este é o caso que envolve os homens que ficaram conhecidos nos textos do Novo Testamento, como os (Reis Magos) Sábios do Oriente e a Estrela de Belém.

A narrativa bíblica não dá muitos detalhes sobre eles, apenas relata que eles foram visitar Jesus para adorá-lo e entregar presentes a ele. Com o tempo, a tradição cristã acabou adicionando uma série de informações sobre os reis magos as quais os historiadores não conhecem a procedência. A narrativa bíblica não dá muitos detalhes sobre eles, apenas relata que eles foram visitar Jesus para adorá-lo e entregar presentes a ele. Com o tempo, a tradição cristã acabou adicionando uma série de informações sobre os reis magos as quais os historiadores não conhecem a procedência.

I. ESTRELA DE BELÉM

1. Estrela de Belém uma estrela admirável. Não só admirável, mas ao contrário de outras estrelas, ela ia se movendo à medida em que os Magos/Sábios até o menino Jesus. Há duas linhas de pensamentos por muitos estudiosos e intérpretes da Bíblia. O primeiro segue o entendimento, no sentido de apontar este acontecimento como sendo um fenômeno natural, ou ainda, um misto de naturalidade (a Estrela de Belém seria realmente uma estrela física), com um certo nível de intervenção divina (que teria atuado para posicionar a Estrela física de Belém, no local onde pudesse ser avistada como sinal do nascimento do Messias Rei). O segundo sugere ser um grupo de anjos, talvez os mesmos que cantaram para os pastores.

É de grande importância examinar esta passagem, partindo de uma nova orientação para o entendimento desse grande milagre. Por isso, não poderia deixar de fazer um questionamento fundamental: Porque ninguém mais conseguiu ver a Estrela de Belém, com exceção dos Sábios Magos?

O texto de Mateus sugere que somente os Sábios do Oriente conseguiam ver a Estrela (nem os pastores que estavam no campo, nem José, nem Maria, nem os Sacerdotes, nenhum Judeu, e nem mesmo Herodes pode ver tal fenômeno nos céus de Belém.

É verdade que a astrologia era proibida para os Judeus como uma forma de prever o futuro, ou algum tipo de adivinhação. Entretanto, os Levitas e os Sacerdotes mantinham, sim, uma observação constante do céu, mais especificamente para notar o movimento e as fases da lua, pois o calendário Judaico é baseado nas fases lunares, que servia de base para as datas de seus principais festivais de observância da Lei.

Assim sendo, uma estrela da magnitude da que foi descrita no Evangelho de Mateus, estando localizada logo acima da cidade de Belém, despertaria a atenção das autoridades judaicas. E se essa “estrela” fosse visível a todos, não seria mais fácil para Herodes ter simplesmente seguido-a, e, portanto, encontrado menino?

O texto descreve a capacidade que aquela estrela possuía em particular, que era a de aparecer, desaparecer e reaparecer! E mais, ela se movia e direcionava os Sábios em suas jornadas! Isso é algo que certamente uma estrela comum não poderia realizar. É com certeza a descrição de um verdadeiro milagre!

Olhando para o contexto, neste capítulo do livro de Mateus, percebemos também mais uma sugestão, que nasce da ligação deste fenômeno com a direta citação da atividade angelical, envolvida no nascimento de Jesus. Sim, Mateus parece sugerir que aquela Estrela era algum tipo de manifestação angelical.

Um anjo foi enviado aos Magos do Oriente, na forma de uma estrela, para anunciar o nascimento do Messias, aquele que iria unir o Povo de Israel e salvar o Mundo.

Os anjos são comumente chamados de estrelas na Bíblia (Jó 38.7; Dn 8.10; Ap 1.16, 20; 2.1; 3.1; Ap 22.16; cf. 2.28; Ap 8.10, 11; 9.1, Is 14.12-13). Anjos foram usados para guiar e proteger o povo de Israel, quando estavam em seu caminho para a Terra Prometida (Êx 14.19; 23.20), e estão presentes por todo o Novo Testamento.

“Dale Allison, professor do Seminário Teológico de Exegese do Novo Testamento, em Pittsburgh, Pensilvânia, cita em seus estudos um texto do livro apócrifo Evangelho da Infância, que expande a narrativa de Mateus, que diz, “No mesmo momento, apareceu para eles um anjo na forma de uma estrela que antes os tinha guiado na sua viagem”. Allison conclui, “Isto, eu acredito, apenas revela o que estava implícito em Mateus, a saber, que aquela estrela era um anjo” (Allison 1993, 24).

Esta visão é muito consistente com a proeminência que a ação dos anjos toma lugar em toda narrativa do nascimento e da infância de Jesus:

- Anunciando a Maria sobre a concepção do Messias;
- Anunciando a José sobre a natureza virginal da concepção de Jesus;
- Avisando os Magos/Sábios para não retornar a Herodes;
- Avisando a José para fugir com sua família para o Egito;
- Anunciando que eles deveriam voltar para Israel.

Esta passagem sobre a Estrela de Belém está relacionada com a profecia contida no livro de Números 24.17. No episódio em que Balaão é contratado por Balaque, rei dos Moabitas, para amaldiçoar o povo de Israel. Porém desta tentativa frustrada surge uma das mais proeminentes poesias sobre a aparição do Messias, a Estrela de Jacó.

Como poderia uma estrela tão distante, indicar um lugar ou uma habitação? Mesmo que fosse a estrela mais próxima, o nosso sol, quando o sol está na vertical duma cidade, que casa ou que local é que indica? Como eles iriam se orientar por um astro até a casa do menino?

O versículo 2 em todas as traduções afirma: “Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”, (ou prestar-lhe homenagem) (Mt 2.9).

Ainda segundo o mesmo versículo 9 “…. à estrela, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.”

Penso que isto nunca aconteceria com verdadeiros magos ou astrólogos, que nunca iriam viajar seguindo sempre em direção a uma estrela. Mesmo não sabendo que umas são as estrelas e outros os planetas, sabiam que alguns dos pontos luminosos que se vêm de noite movem-se em relação aos outros (planetas), enquanto a maior parte mantem a posição entre eles (estrelas), mas todos caminham dum ponto no horizonte (nascente ou este ou oriente) para o lado oposto do horizonte (poente ou oeste ou ocidente) segundo a antiga cosmovisão cosmogônica que considerava a terra como o centro do universo.

Não é possível, depois de dois milênios, chegar a uma conclusão, mas somente os que tem a mente de Cristo (1ª Co 2.16), pois os homens naturais não entendem as coisas espirituais: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1ª Co 2.14).

O ser humano é racional, porém o nível de raciocínio psíquico humano não é suficiente para conhecer a Deus, nem as coisas referentes a Ele. Não por falta de pesquisa ou de intelecto, e sim pela falta do principal que é o Espírito Santo. Paulo, em 1ª Coríntios, não está contradizendo a sabedoria do mundo, pelo contrário, diz que a sabedoria de Deus é infinitamente superior à sabedoria secular. Por isso, o homem natural não é capaz de recebê-la, embora lhe seja oferecida, e seja “digna de toda aceitação” (1ª Tm 1.15). “Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.” (1ª Co 2.11).

II. QUEM ERAM OS MAGOS/SÁBIOS?

וְכַאֲשֶׁר נוֹלַד יֵשׁוּעַ בְּבֵית לֶחֶם יְהוּדָה, בִּימֵי הוֹרְדוֹס הַמֶּלֶךְ, בָּאוּ מְגוּשִׁים מִן הַמִּזְרָח לִירוּשָׁלַים (Mt 2.1).

“E, tendo nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém” (Mt 2.1).

1. Por que chamamos os magos de reis? A história dos reis magos é narrada na Bíblia, exclusivamente no Evangelho de Mateus, sendo encontrada no capítulo 2 e nos versículos de 1 a 12. A narrativa bíblica não fornece muitos detalhes sobre eles, nem sequer seus nomes são mencionados. O único registro da origem deles é a menção ao fato de serem do Oriente.

A história dos reis magos na Bíblia desenrola-se a partir do nascimento de Jesus, que aconteceu em Belém, e uma estrela no céu (conhecida, na tradição cristã, como estrela de Belém) acabou atraindo a atenção dos magos/sábios que foram guiados até o local onde encontrava-se o recém-nascido.

Segundo os historiadores foi o escritor e teólogo Orígenes, do século III, “quem disse pela primeira vez que foram três magos em virtude dos três presentes oferecidos ao Menino”.

Antes “antes do século VI, nenhum autor afirmava expressamente que eles eram reis, com exceção de Tertuliano, que sugeriu que eles eram ‘quase reis’”.

A maioria dos historiadores concordam que os Magos do Oriente seriam astrólogos profissionais. Eles teriam provavelmente vindo da Pérsia ou da Babilônia, que correspondem na atualidade aos países do Irã e Iraque, de forma respectiva.

A Babilônia, naquele tempo, possuía uma das melhores escolas astronômicas, na cidade de Sippar (indicada por uma seta no mapa acima) e que registrava eventos celestiais, como esse que estamos a discutir neste estudo. Na Pérsia, esses astrólogos teriam uma outra razão para observar o céu, pois a religião daquela região era o zoroastrismo.

2. Quem eram estes “magos do oriente”? E como eles tomaram conhecimento da expectativa Judaica para o surgimento do Messias de Israel? Eles, no mínimo, foram expostos fortemente às profecias do “Antigo Testamento” nas colônias Judaicas do Oriente. E onde ficaria essa “Terra do Oriente”?

“Então pôs-se Jacó a caminho e foi à terra do povo do oriente” (Gn 29.1).

Como podemos ler nos versos acima, Jacó, quando fugiu de Esaú, foi para a Mesopotâmia se refugiar nas terras de seu tio Labão. O Gênesis também chama a Mesopotâmia, a terra entre os rios Tigre e Eufrates, como “lado oriental” (Gn 2.14). A “terra do oriente” frequentemente representa a Babilônia nos textos Bíblicos, pois ficava na Mesopotâmia e foi um lugar inesquecível para os Hebreus, que foram exilados para aquela cidade, por Nabucodonosor.

E quando os Judeus voltaram do Exílio Babilônico, foi apenas um remanescente que voltou para Jerusalém. A maioria dos Judeus eram prósperos na Babilônia, e escolheram por lá ficar. A população Judaica da Babilônia no tempo de Jesus era estimada em aproximadamente 3 a 4 milhões de Judeus. O próprio Império Romano não possuía muito poder nas Terras do Oriente, o que dava mais liberdade para o estudo da Bíblia pelos Judeus.

Um dos grandes Rabinos de Israel, na época de Jesus, o Rabino Hillel, é dito que ele estudou toda a literatura Judaica (como o Talmude da Babilônia) naquela cidade, antes de viajar para as terras de Israel.

Vale citar também que as primeiras sinagogas, casas de estudo das Escrituras Sagradas, surgiram na Babilônia, durante o tempo em que os Judeus estiveram por lá exilados. Não havia livros como hoje conhecemos. Os livros na sua forma atual são invenção de Gutenberg, inventor da imprensa na idade média. Na época de Jesus e dos “magos do oriente” os “livros” na verdade eram rolos, pergaminhos feitos de couro de animal, pele de ovelhas e carneiros.

Não se andava com vários rolos “pelas ruas”. Eram pesados e desajeitados. E eram, como são hoje, de preço caríssimo. Tinham que contratar escribas profissionais para fazer as cópias dos textos Bíblicos. Tudo ficava muito bem guardado nas sinagogas dos Judeus, e sob o controle dos Rabinos.

Seria improvável que Babilônios pagãos, adoradores de diversas divindades, místicos, tivessem interesse nesses Rolos da Lei de Deus, e certamente não teriam acesso a eles para uma análise da profundidade que se exigiria para entender as profecias Messiânicas, da forma como esses supostos “magos” entenderam.

Para se compreender uma profecia ao nível que esses magos do oriente compreenderam, ao ponto de afirmarem que “viram a estrela do Rei dos Judeus”, se fazia a necessidade de um estudo completo da Lei Mosaica. E isso era algo que apenas os Rabinos faziam na época, como o Rabino Hillel, citado anteriormente.

3. O significado da palavra Mago. E se voltarmos ao texto, em seus manuscritos em Grego, Aramaico e Hebraico, vemos que a palavra “magos” em Mateus 2.1 é o termo Grego “μάγοι” – “magos” (Strong’s: 3097), que significa professores, astrônomos, cientistas, e claro, como havia muitos falsários entre estes homens sábios, a palavra com o tempo foi tomando um conceito pejorativo para “adivinhadores”. Mas na época de Jesus ainda se usava o termo para designar homens sábios, de saber notório.

Essa palavra Grega “magoi” também está relacionada com o termo Hebraico “Ravmag” que por sua vez vem da raiz “Rav” – Rabbi – em Português “Rabino”.  Os Rabinos são professores da Lei de Deus. Em Aramaico, a palavra usada em Mateus 2.1 é o termo מגוּשֵׁא “megushe” – “astrônomo”.

Segundo os historiadores o termo 'magos' (magoi) que aparece em Mt 2.1 se refere àqueles que eram denominados ‘sábios’ na antiguidade.

Os Rabinos da época, mantinham uma observação constante dos céus, principalmente da lua, pois as fases da lua é que determinavam o calendário Judaico, bem como os dias dos seus principais festivais. Esses “magos do oriente” não eram pagãos – sem conhecimento das escrituras e da Lei de Deus.

Todas as evidências nos levam a crer que eles eram provavelmente Judeus ou descendentes de Judeus, que viviam no oriente, na Babilônia, e que eram estudiosos das Escrituras Sagradas e receberam uma revelação da parte de Deus sobre o nascimento do Messias de Israel na cidade de Belém conforme escreveu o profeta Miqueias 5.2.

Os Magos/Sábios do Oriente tem um comportamento muito diferente do que se esperaria de pagãos místicos, adorares de divindades demoníacas. Não há evidências em toda a passagem de Mateus, que eles eram praticantes de adivinhações, mágicas ou feitiçarias. O comportamento deles se assemelha com o de justos Judeus, que como muitos que encontraram com Jesus, se ajoelharam diante Dele e o reconheceram como Senhor de suas vidas.

Vale ainda dizer que esses Sábios do Oriente não tiveram nenhum ganho material com suas longas jornadas para encontrar o Messias. Eles mais pareciam representantes ou testemunhas providenciadas por Deus, que vinham de uma grande parte do Povo de Israel, que ainda estava fora da Terra Prometida. De um povo que ainda estava desunido, separado, ainda vivendo no exílio Babilônico.

4. Como surgiu a palavra reis. “Segundo o Padre Miguel Fuentes, do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), explica no site “El Teólogo”, que no Novo Testamento não fala sobre o número, nome e nem sobre a sua suposta realeza.

A partir do século VIII, continua Pe. Fuentes, os Reis Magos “receberam nomes, com algumas variações (os primeiros foram Bithisarea, Melchior e Gathaspa).

Os nomes atuais de Gaspar, Melchior e Baltazar, foi-lhes atribuído no século IX pelo historiador Agnello, em sua obra 'Pontificalis Ecclesiae Ravennatis'.

E na Idade Média, eles foram até mesmo venerados como santos”.

A cena dos magos adorando o Menino Jesus se tornou o tema favorito na arte dos baixos-relevos, miniaturas e vitrais”. [Fonte de pesquisa: https://www.acidigital.com/noticias/quem-eram-os-reis-magos-e-por-que-se-chamam-melchior-gaspar-e-baltazar-65789 - acesso dia 22/05/2020].

Os reis magos tornaram-se o tema central da religiosidade católica romana. As festividades natalinas encerram-se dia 25 de dezembro, mas, dia 6 de janeiro, “Dia de Reis”, uma celebração do catolicismo popular aos Santos Reis ou Reis Magos, data da lendária visita dos reis do Oriente ao Menino Jesus.

Os Santos Reis não foram canonizados, mas o povo os vê como santos. Há dúvidas se existiram, porém, seus supostos restos mortais estão, desde 1161, na igreja de Colônia, na Alemanha.

No Brasil, que herdou de Portugal o culto aos Santos Reis, as manifestações, sem a tutela do clero e legitimadas como espaços de inclusão social, vão de reisados (ternos ou folias de reis), congada, queima da lapinha ou de palhinhas, rezas e cavalhadas, dependendo da região. Todavia, os sábios do oriente nos ensinaram-nos adorar os Reis dos reis em verdade e espírito, porém a religiosidade inverteu esta verdade, ou seja, “...mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. (Rm 1.25).

III. HERODES E OS SÁBIOS


1. O rei Herodes, o grande. Quando passam por Jerusalém, vão falar o rei, este foi Herodes, o Grande, rei da Judeia de 39 a 4 a. C. Herodes, era o pai de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, de 4 a 39 a. C. (homem que mandou degolar João Batista).

Herodes, o Grande, feito rei da Judeia pelos romanos, era um edomeu talentoso e enérgico, aumentando grandemente o esplendor de Jerusalém e construindo o templo que servia como centro dos cultos no tempo de Cristo.

Mas, sendo edomeu representava, naturalmente, a carne na sua inimizade contra o Senhor, e foi um dos monstros mais licenciosos, cruéis e sem escrúpulo de toda a antiguidade.

Teve nove meninos em Belém, matou, num ataque de ciúme, a Mariane, sua mulher predileta e três de seus filhos. Depois de matar seu filho Antipater, morreu, comido de vermes (At 12.23), em maneira semelhante a seu neto Herodes Agripa.

Herodes, era simplesmente fissurado pelo poder. Pois isso a morte de seus filhos, não desejava de maneira nenhuma que eles se levantassem para tomar seu trono.

2. O encontro do rei Herodes com os Magos/Sábios. Quando os magos vieram até ele, e lhe perguntaram: “Onde está aquele que nascido rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo” (Mt 2.2).

Imagine o pensamento de Herodes ao escutar que tinha nascido um rei dos judeus, certamente como a Bíblia Sagrada afirma, ele perturbou-se com isso: “E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.” (Mt 2.3).

Uma cidade, que era para nesse momento estar adorando o Messias, estava perturbada. Diante dessa perturbação tanto de Herodes como Jerusalém, o sinédrio é reunido.

2.1. O rei preocupado convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas. Esses eram os dois grupos principais no Grande Sinédrio de Jerusalém, o tribunal de líderes religiosos dos judeus. Os príncipes dos sacerdotes eram os saduceus, e os escribas eram na sua maioria fariseus. Escribas significa literalmente “escritores”. Esses homens tinham a responsabilidade de copiar as Sagradas Escrituras e ensiná-las ao povo.

“E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo.” (Mt 2.4).

A pergunta que Herodes tinha era: “...onde havia de nascer o Cristo?” (Mateus 2.4). Eles respondem: “...em Belém da Judeia”. (Mt 2.5-6).

2.2. A astúcia do rei Herodes. Diante dessa afirmação, o rei vai até os magos e pede para eles procurarem diligentemente (com cuidado) pelo menino, e, quando acharem, voltar e avisar ele para que também pudesse adorar o rei dos judeus (Mt 2.8).

Só que nós sabemos que, Herodes não queria de forma alguma adorar o menino. Pois ele tinha medo de uma pessoa conseguisse tomar o seu trono, na verdade, ele queria matar o menino Jesus (Mt 2.16-18).

Porém, os magos obedecem e continuam sua jornada, sendo guiados pela estrela até que se deparam com a casa que estava o Cristo (Mt 2.9-11).

3. Os magos encontram o menino Jesus. “E eles lhe disseram: Em Belém de Judeia; porque assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel.” (Mt 2.5-6).

Quando o rei Herodes perguntou aos escribas e sacerdotes onde Jesus nasceria, como eles souberam que seria em Belém? Onde Jesus nasceria? (Mq 5.2.)

Os magos, ou melhor, estes sábios Judeus estavam todos cientes da profecia do profeta Miqueias muito antes de Jesus ser revelado. No entanto, Miqueias havia falado estas palavras 700 anos antes do Seu nascimento.

A Bíblia relata que, logo que entram na casa aonde estava o menino Messias, prostram-se e adoram a criança (Mt 2.11).

Enquanto que Herodes e Jerusalém estavam perturbados com o nascimento do Mashiach, os magos pelo contrário, estavam jubilosos e adorando o Senhor (Mt 2.10-11).

Assim devemos ser nós, devemos se render ao Senhor com grande alegria e adoração. Enquanto o mundo lá fora jaz no maligno (1ª Jo 5.19), adoram e cultuam os reis magos (da tradição humana), nós devemos continuar íntegros na presença de Jesus.

Continue persistindo nos pés daquele que, pode realmente solucionar os problemas de nossas vidas. Não importa se o mundo inteiro cair ao seu redor, se as vezes parece que só você continua clamando por algo. Fique contente, pois o próprio Jesus é seu consolo por intermédio do Espírito Santo.

E eles quando adoraram ao menino Jesus, ofertam o que a Bíblia chama de dádivas (Uma dádiva representa aquilo que é dado, um presente ou uma oferta). Os presentes que o Cristo recebeu foi: Ouro, Incenso e Mirra.

Sabe nada na Bíblia é por acaso, e é justamente aqui que vou te explicar algumas coisas importantes, vamos falar sobre cada presente que Jesus recebeu e entender que eles simbolizavam algo muito maior.

IV. OS PRESENTES

“E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande júbilo. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra.” (Mt 2.10-12)

Os magos, em seu júbilo pelo menino, ofereceram a Ele três presentes simbólicos. Ouro para o Grande Rei, incenso para o Sumo Sacerdote e mirra para o Redentor.

Nesses presentes, o tríplice ofício de Cristo se torna claro: Ele governaria para sempre sobre o cosmo como Rei, oferecia o sacrifício final como Sumo Sacerdote e traria o povo ao arrependimento como profeta. Ele era o Mashiach prometido a nação de Israel.

1. Ouro. Os substantivos ouro no grego [xpucróç e chrusos] é usado acerca de: (a) “moeda” (Mt 10.9; Tg 5.3) “ornamentos” (Mt 23.16.17; Tg 5.3) e moeda e ornamentos: (Ap 18.12); em 1ª Co 3.12, alguns manuscritos têm chrusos em vez de chrusion. [Fonte: Dicionário Vine O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento.].

1.1. O ouro representava o Reinado do Messias. 1. Jesus filho de Davi; 2. Seu reino jamais terá fim; 3. Rei e Sacerdote.

O ouro entregue a Jesus tem a simbologia da realeza. É um presente que atribui à figura do menino o título de Rei dos Judeus.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” (Is 9.6-7).

Os magos que vieram do Oriente têm muito a nos ensinar, comprovando que o nascimento de Jesus realmente foi especial. Aliás, um Deus Forte, Pai da Eternidade no meio do Seu povo (Jesus), realmente era algo além do comum, ou melhor, sobrenatural.

Ouro, é o presente ideal considerado pelos judeus e também antepassados, para dar-se a um Rei. Porque Jesus então, recebeu um ouro como presente? Era “apenas um menino em uma manjedoura”, não estava em um palácio e muito menos em um trono. Veja abaixo que o Mestre Jesus é rei eternamente como isso?

O livro de Daniel revela que Nabucodonosor teve um sonho, a respeito desse sonho, ele pediu que os “magos, astrólogos, encantadores, sábios e os caldeus declarassem o sonho e também a interpretação do mesmo. Contudo, nenhum deles conseguiu.

O rei Nabucodonosor ficou irado com isso, e disse que se ninguém revelasse iria matar a todos sábios da Babilônia incluindo Daniel e os seus três amigos (Dn 2). Então essa notícia chegou até Daniel, um dos sábios, e ele foi perguntar para Deus o sonho e a interpretação do mesmo.

Até que Deus revelou, e ele vai até o rei. Eu vou resumir e explicar aqui para vocês da melhor forma.

O sonho mostrava uma estátua, a cabeça dela era de ouro significando a Babilônia, o peito e os braços de prata representando o império Medo-Persas, o ventre e os quadris de bronze simbolizando o império da Grécia e por último as penas de ferro e os pés de ferro e barro.

Mas, toda essa estátua produzida foi derrubada por uma pedra, que se transformou em uma montanha e durou para sempre.

Agora você deve estar perguntando-se, o que isso está relacionado com o ouro que Jesus recebeu que significa reinado? A estátua foram os impérios que já existiram, porém, todos esses impérios passaram com o tempo, mas a pedra que derrubou todos eles e se transformou em uma montanha durou para sempre (a respeito de toda essa história de Daniel está escrito em Daniel capítulos 1 e 2).

1.2. Agora me responda: quem é a Pedra? Sim Jesus Cristo com Seu reinado que dura eternamente! Ou seja, ele é Rei eternamente. Você quer ver como Ele é Rei vitorioso?
Apocalipse 19.11-16 diz quando ele veio para destruiu a besta e o falso profeta, na sua veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.

Glória a Deus! Isso comprova que o ouro que ele recebeu, simbolizava que quem estava ali não era simplesmente um menino, mas sim, um Rei ao qual por mais que todos reinados passem, o seu jamais passará, pois ele é Rei eternamente. (2ª Co 8.9; Cl 1.15-19).

2. O incenso. Incenso, o símbolo do Sacerdócio de Cristo. Do hebraico לְבֹנָה זַכָּה - lebonah zakah, que quer dizer incenso puro ou limpo. Um elemento comum do ritual do AT, o incenso era uma oferta cara e um sinal que reconhecia essencialmente a deidade (cf. Ml 1.11) A palavra tem uma dupla aplicação: refere-se tanto à substância usada para queimar como ao odor aromático que é assim produzido. Duas palavras hebraicas são assim traduzidas: (1) levonah, “incenso puro”; e (2) qetoret, “fumaça cheirosa” (em nossa versão portuguesa, “incenso” (Is 1.13). No gr. thymiama “incenso puro”; “sacrifício e oferta” no AT. Entre os israelitas, somente aos sacerdotes era permitido oferecer incenso. Quando o Senhor deu a Moisés instruções relativas a Arão, essas incluíam regulamentos estritos concernente ao emprego do incenso no lugar santo (Lv 16.12s.). O incenso é igualmente usado nas Escrituras como símbolo da oração (Sl 141.2; Ap 8.3s.).

2.1. O incenso representa o Sacerdócio. O Sacerdote tinha a função de mediar, de trazer os elementos da expiação dos pecados perante o Eterno. Um dos principais elementos que eram usados para a expiação da culpa era o קטרת Ketoret, comumente traduzido como incenso, uma mistura de várias especiarias. Porém, com a vinda de Cristo, e Sua morte, a Palavra de Deus vai dizer em Mateus 27.51 que esse templo, o véu dele rasgou, ou seja, não existia conseguia existir mais.

Na Nova Aliança, não é necessário mais matar animais e fazer holocausto como os Sacerdotes de antigamente, pois, Cristo entregou-se na cruz do Calvário como o verdadeiro “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

Veja bem o que o Texto de Hebreus 8 versículos 1 e 2 dizem sobre esse Sumo Sacerdote: “Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade, Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.”

Os homens não tinham como ter acesso a Deus, de modo que Deus providenciou um mediador e sumo sacerdote, Jesus Cristo-homem, o Ungido (escolhido) do Senhor escolhido entre milhares, encarregado de anunciar aos homens que Deus providenciou um resgate.

Em tudo o Verbo eterno encarnado tornou-se semelhante aos homens, pois só assim poderia ser misericordioso para com os pecadores e fiel sumo sacerdote para administrar aos homens o conhecimento de Deus (Jo 8.28; Jo 12.49-50).

“Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo” (Hb 2.17).

3. A mirra. Este é talvez o mais misterioso dos presentes. É uma resina produzida por uma pequena árvore scraggly que cresce em regiões semidesérticas do Norte de África e o Mar Vermelho. Mirra é uma palavra árabe que significa amargo, e é considerado um curador de feridas por causa de sua forte antisséptico e anti-inflamatórias. Mas seu uso mais notável para eles era a de um material de embalsamamento, usado em múmias egípcias. Como uma pomada embalsamamento isso significava que Ele nasceu para morrer para o mundo. Na verdade, Mirra era uma das especiarias sepultamento de Jesus (Jo 19.39).

A mirra simbolizava a Sua paixão e morte. Desde o Seu nascimento, Jesus já tinha uma missão a cumprir, que era levar sobre si os pecados da humanidade, receber o castigo em Seu corpo e morrer no lugar dos pecadores, para fazer a expiação, trazendo perdão a todos aqueles que creem no Seu nome.

“A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá; todos virão de Sabá; ouro e incenso trarão, e publicarão os louvores do Senhor.” (Is 60.6).

Jesus é nosso Rei Salvador que em sacrifício de morte, nos regatou do reino das trevas, para o Reino da vida eterna (Cl 1.3). Seu Reino é de justiça e paz (Jo 3.16). Ele ouve nossas orações, intercedendo junto a Deus Pai para que possamos alcançar bênçãos e milagres (1ª Tm 2.5). A renúncia é uma característica dos que seguem a Jesus, pode parecer difícil viver no mundo e não ser “contaminado” nem derrotado, mas assim como a mirra que era amarga, porém curativa é vida dos discípulos do Mestre que são curados e restaurados pela obediência e amor.

Os magos sabiam que Jesus era o profeta esperado por séculos. Jesus é o Messias Supremo que haveria de vir, cumprindo todas as profecias a seu respeito e anunciando um novo tempo da Graça de Deus.

CONCLUSÃO. Os Magos/Sábios do oriente nos ensinam a olhar para os dois livros de Deus, a Natureza e as Sagradas Escrituras, com a expectativa, buscando a perceber o que Deus se revela em cada um deles, descobrindo para onde ir nesta jornada rumo ao lugar onde o Senhor nos aguarda para O adorarmos e experimentarmos a alegria indescritível que Ele tem separada para cada um de nós. Que você se espelhe nesses sábios e procure, na revelação Divina, os caminhos para se tornar um adorador melhor, experimentado o júbilo da presença do Deus Encarnado, Jesus Cristo, o Mashiach de Israel. Entenda uma coisa, Jesus deve ser Rei, Sacerdote e Salvação em sua vida, pois, se isso não ocorrer, certamente a sua jornada aqui na terra será uma catástrofe em trevas e ruínas.

Devemos sempre compreender que carecemos absolutamente de Cristo. Se você observar cada texto bíblico, eles representam um Deus maravilhoso, conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e príncipe da paz diante de uma humanidade caída, sabe quem é a humanidade caída? Eu e você. Até para respirarmos necessitamos do fôlego de vida que somente Ele nos dá.

Dependa de Deus, viva com Deus, pois tenho certeza que existe ainda grandes promessas a serem realizadas em sua vida.

FONTE DE PESQUISA

1.      ANDRADE CLAUDIONOR. Dicionário Teológico 8ª Edição, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
2.      BOYER ORLANDO Comentário Bíblico - Espada Cortante (Mateus). - CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
3.      Comentário Bíblico Beacon - Mateus e Lucas - 1ª edição 2006. CPAD -. Rio de Janeiro, RJ.
4.      FERREIRA JOÃO DE ALMEIDA. Bíblia Shedd. Revista Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.
5.      FERREIRA JOÃO DE ALMEIDA. Bíblia explicada - S.E.Mc Nair - 9ª Edição - CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6.      RENATO ANTÔNIO GUSSO. Gramática Instrumental do Hebraico. 1ª Edição: 2005. Ed. Vida Nova.
7.     GOMES GEZIEL. Pequena Enciclopédia Temática da Bíblia. CPAD -. Rio de Janeiro, RJ.
8.      Os Reis Magos do Oriente – A Estrela de Belém e os Presentes – Ouro Incenso e Mirra. https://acruzhebraica.com.br/novo/mateus/os-reis-magos-do-oriente-estrela-de-belem-e-os-presentes-ouro-incenso-e-mirra/- Acesso 23/052020.
9.      Os magos do Oriente e seus presentes ao Menino Jesus. https://enfoquebiblico.com.br/os-magos-do-oriente/ - acesso dia 23/052020.
10. Strong James. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Data de Publicação: 2002. Editora: Sociedade Bíblica do Brasil
11.  Quem eram os Reis Magos e por que se chamam Melchior, Gaspar e Baltazar? https://www.acidigital.com/noticias/quem-eram-os-reis-magos-e-por-que-se-chamam-melchior-gaspar-e-baltazar-65789 - acesso dia 22/05/2020].
12.  W. E. Vine / Merril F. Unger / Willian White Jr. Dicionário Vine. O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento. CPAD -. Rio de Janeiro, RJ.

Estudo elaborado pelo:
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau – SC.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

UM NOVO POVO DE DEUS


Leitura Bíblica
Ef 2.11-22 “Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pelas mãos dos homens; 12 - que, naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos consertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. 13 - Mas agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. 14 - Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, 15 - na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, 16 - e, pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. 17 - E, vindo ele evangelizou a paz a vós que estável longe e aos que estavam perto; 18 - Porque Por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo espírito, 19 - Assim que não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; 20 - Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; 21 - no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, 22 - No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.”

INTRODUÇÃO.
A história bíblica apresenta o povo de Israel como a semente abençoada e frutífera que, multiplicada sobre a face da terra, representaria o reino de Deus.

Da semente de Abraão, Deus suscitou um povo especial, exclusivo separado de todas as gentes, para ser o seu povo, o seu representante entre as nações.

Prevalece na história bíblica as promessas de Deus para com Israel, mas a revelação bíblica já predita no Antigo Testamento mostra que Deus resolveu criar um novo povo, diferente entre todos os povos, que é a Igreja.

I. UNINDO JUDEUS E GENTIOS

Os vs. 11 e 12 apresentam as características das condições dos gentios no passado.

1. Sem o conserto (v. 11). Paulo começa lembrando o passado com as palavras “noutro tempo” o que indica o estado espiritual anterior dos gentios.

Paulo apela a memória dos gentios crentes para a sua condição anterior a nova vida. “Gentios na carne” tem um sentido metafórico, uma vez que os gentios não tinham a obrigação da circuncisão que os judeus tinham já antes da lei.

A circuncisão tinha um sentido moral e religioso que tornava os judeus diferentes dos demais povos do mundo (Gn 17.9-14). A palavra gentio, também, tinha um sentido, pejorativo, racial e religioso tara os judeus.

Significava ser idolatra adoradores de deuses mortos. Por isso ser “gentio na carne” era não pertencer Á exclusividade do povo de Deus.

2. Sem o sinal de exclusividade. A circuncisão física era também um sinal, uma marca que distinguia os judeus daqueles que eram “chamados incircuncisão” (v. 11). O apostolo Paulo reforça o sentido da expressão “gentio na carne” quando diz que eles são “chamados incircuncisão”,

Os judeus empregavam o termo incircuncisão em tom depreciativo; eles criam que os gentios, pelo fato de não serem judeus e nem terem feito a circuncisão, estava fora das bênçãos, sem direito a nada diante de Deus.

- O extremismo dos judeus era tal que tratavam os gentios de “cães”.
Mas Paulo, pela revelação divina, entendeu que a circuncisão feita na carne se torna vã para receber a graça de Deus, e mostrar-lhes que a verdadeira circuncisão não é feita por mãos humana mas pelo Espírito Santo (Rm 2.28-29).

4. Sem Cristo (v. 12). Os gentios não tinham qualquer afinidade com o Messias dos judeus cristãos ainda não tinha uma completa compreensão da nova posição e privilégios em cristo, dos gentios salvos.

Entretanto Paulo desfez essa ideia de exclusivismo dos judeus sobre os direitos espirituais das bênçãos da salvação.

Cristo uma vez aceito como salvador e senhor, torna-se direito de todos, (Fl 2.5-11), e o elo de reconciliação entre Deus e todos os homens, gentios e judeus, (Cl 1.19-23).

5. Sem direito á comunidade de Israel (v. 12). Essa comunidade é o resultado   de um pacto entre Deus e o povo de Israel de um teocrático.

Isto é, um governo direto de Deus através de homens que o serviam como porta vezes da divindade.

Os gentios estavam fora desse pacto que só os judeus podiam participar.

Eram considerados “estranhos aos concertos” porque os concertos eram exclusivos com o povo de Israel e desconheciam a promessa de um Salvador que um dia viria para mudar a sorte de Israel e instalar um novo reino, (Rm 9.4).

6. Sem “esperança e” (v. 12). Condenados, cegos e escravos, os gentios não podiam esperar nada; por isso, não tinha esperança (Rm 2.14-16).

7. Sem Deus no mundo. A expressão sem Deus aparece no original grego como atheoi que dá a ideia de que eles não possuíam um conhecimento verdadeiro de Deus.

Os gentios possuíam muitos objetos de culto, isto é, muitos deuses, (1ª Co 8. 4-6), mas desconheciam o único e verdadeiro Deus. Viver sem Deus pode indicar uma forma de ateísmo.

Mesmo que os homens neguem a existência de Deus, e outros vivem entregues aos ímpetos do pecado, a Bíblia declara que há um certo grau de conhecimento de Deus em todo homem, (Rm 1.19). Inevitavelmente, todo o ser humano tem uma certa intuição da realidade de Deus dentro de si.
O espírito humano é dotado da capacidade de sentir o sobre natural.

Os gentios viviam se Deus porque não o conheciam, mas quando Jesus Cristo o fez conhecido por seu evangelho, eles o aceitaram, e o receberam e, têm os mesmos privilégios dos judeus. Ambos os povos estão no mesmo nível de direito e privilégios diante de Deus.

II. UNIDADE NO CORPO DE CRISTO

1. Antes estávamos “longe”; agora chegamos “perto” (v. 13).

É o paralelo entre a velha e a nova vida (vs. 11 e 12), antes sem Cristo; agora em cristo, v. 13, “longe” e “perto” separados na carne” agora unidos no Espírito (v. 18).

Esse contraste foi possível graças a obra expiatória de Cristo as barreiras foram quebradas.

2. Antes, sem reconciliação; agora temos paz com Deus (vs. 14-16).

Em Cl 1.20; aprendemos que a paz vem através do sangue de Cristo na cruz, porque através da morte, reconciliou todas as coisas consigo mesmo, nos céus e terra.

Não tínhamos paz com Deus, mas Cristo uniu o homem a Deus, e propiciando-nos essa paz reconciliadora.

Através dessa paz El desfez as inimizades (v. 16).

3. Antes éramos dois povos; agora, somos um só (v. 15).

O sentido da palavra homem neste versículo não é individual, mas genérico.

A unidade espiritual de dois homens, judeu e gentio, isto é, dois povos, foi feita por Cristo em si mesmo.

Agora todos os que são salvos em Cristo Jesus, formam um só corpo, o corpo de Cristo a Igreja.

Por isso não pode haver ver mais diferenças nem privilégios, mas todos somos um só em Cristo.

4. Antes não tínhamos acesso ao Pai; agora em cristo isto é possível (vs. 18-19).

Nossos pecados eram a barreira de acesso ao Pai, mas Jesus expiou nossos pecados e abriu a porta á comunhão com o Pai. Esse glorioso acesso tem a garantia da obra expiatória de Cristo, e é o Espírito Santo quem o possibilita ao Pai.

O Espírito Santo da testemunho entre do crente perante o Pai e Jesus Cristo.

Este acesso espiritual, mostra-nos a Trindade Santíssima em ação na realização da salvação no ser humano, trazendo a unidade espiritual entre os povos como uma de suas bênçãos.

Todos nós temos bênçãos e privilégios comuns no corpo de Cristo (1ª Co 12.12).

III. UNIDADE NA CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO DE DEUS

Nos vs. 20-22 a Bíblia emprega a tipologia da família para ilustrar a relação do povo com Deus, e a tipologia de uma construção para ilustrar a participação individual de cada crente na edificação do reino de Deus.

Nestes versículos ele ilustra a construção de um edifício, no qual os crentes são pedras vivas, e Cristo a Pedra angular (Sl 118.22; Mc 12.10; At 4.11; 1ª Pe 2.7).

1. O fundamento dos apóstolos e dos profetas (v. 20).

Os profetas do Antigo Testamento profetizaram sobre Cristo e sua Igreja, e os profetas do N. T. confirmaram as antigas profecias.

Por isso os apóstolos e profetas representam a essência e cumprimento de tudo quanto Jesus ensinou.

Portanto, eles se constituem o fundamento desse edifício espiritual que ainda está em construção, e nós “pedras vivas”, somos edificados sobre este fundamento (Sl 118.22; Mc 12.10; At 4.11; 1ª Pe 2.7).

Toda Palavra de Deus revela a construção desse edifício espiritual a Igreja de Cristo.

2. O lugar de cada crente no edifício de Deus, (vs. 21-22).

Se somos “pedras vivas”, lapidada pelo Espírito santo, nos ajustamos perfeitamente neste edifício.

Somos colocados nele como pedras umas sobre as outras, isto indica uma obra progressiva e contínua.

Somos ajustados pelo Espírito Santo para sua morada.

Isto é, somos o templo do espírito no mundo.

CONCLUSÃO.
Deus nos uniu em Cristo para formar um novo povo, a Igreja.

Todos nós, os crentes, somos um povo especial, e, hoje, representamos e cuidamos dos interesses de Deus no mundo.

EDIFICADOS SOBRE O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS E DOS PROFETAS


LEITURA BÍBLICA Efésios 2.20-22; Mateus 7.24-27.

Efésios 2.20-22 “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; 21 - no qual todo o edifício, bem-ajustado, cresce para templo santo no Senhor, 22 - no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.

Mateus 7.24-27 “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. 25- E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. 26 - E aquele que ouve estas minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. 27 - E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.”

INTRODUÇÃO.
Por meio da reconciliação efetivada na cruz, Cristo formou a Igreja (2.13,19). O apóstolo Paulo a compara como um edifício em construção (2.21). A pedra angular dessa edificação é Cristo e o fundamento é a doutrina dos apóstolos e o testemunho dos profetas (2.20). Assim, há o propósito divino de que sejamos o templo santo do Senhor, a morada do Altíssimo (2.22). Nesta lição, estudaremos cada um desses aspectos.

Nosso Senhor Jesus Cristo é o edificador da Igreja. Os santos profetas e apóstolos testemunharam e ensinaram sobre este edificador. Nesse sentido, podemos dizer que a fé cristã é um edifício em que Cristo é a pedra angular, isto é, a pedra principal; e os ensinos dos apóstolos e os testemunhos dos profetas são o fundamento erguido sobre esta pedra angular. Portanto, tudo o que os apóstolos e os profetas ensinaram e testemunharam é fiel ao que Cristo ensinou e praticou.

I. UM EDIFÍCIO ESPIRITUAL

1. O santuário judeu. O templo em Jerusalém era o símbolo do exclusivismo de Israel como povo de Deus (1º Rs 8.16-20). A proibição dos estrangeiros acessarem o Templo era um motivo de inimizade entre judeus e gentios (2.14). Ao reconciliar ambos os povos, Cristo aboliu as leis cerimoniais, desfez a inimizade entre eles e formou uma nova humanidade - a Igreja (2.18,19). Assim, o templo judaico perde sua relevância e um novo conceito de santuário é apresentado.

2. O santuário cristão. Os que pertencem a Cristo são comparados a um edifício onde Deus habita em Espírito (2.22). O ensino apostólico lembra Salomão, quando este reconheceu que o templo em Jerusalém não poderia conter a Deus (1º Rs 8.27); e reafirma a instrução de Estevão em que “o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens” (At 7.48; cf. 17.24). Desse modo, os crentes — judeus ou gentios — tornaram-se o templo onde o Espírito de Deus habita (1ª Co 3.16), em que eles são “pedras vivas” em um “edifício espiritual” (1ª Pe 2.5).

3. A pedra angular. Na arquitetura antiga, a construção de um edifício requeria uma pedra angular. Ela é traduzida como a “pedra mais importante” ou “pedra principal”. Ela era posta no canto do prédio para sustentar o alicerce, firmar e unir toda a estrutura e manter as paredes em linha certa. Para que se tenha uma ideia dessa dimensão, em uma das escavações no local do templo em Jerusalém, foi encontrado um monólito com cerca de 12 metros de comprimento.

4. Cristo, a pedra principal. A identificação de Cristo como a pedra angular remonta a profecia messiânica em que a pedra rejeitada “tornou-se cabeça de esquina” (Sl 118.22). Ele mesmo afirmou ser “a cabeça da esquina” (Mc 12.10), assim como também os apóstolos testificaram ser Cristo “a pedra principal” (At 4.11; 1ª Pe 2.7). Portanto, a pedra angular deste novo santuário é o próprio Cristo. No Sermão do Monte aprendemos que o homem prudente edifica a sua casa sobre a rocha, que é Cristo Jesus (Mt 7.24).

II. O FUNDAMENTO: APÓSTOLOS E PROFETAS

1. O conceito de Apóstolos. O termo grego apóstolos é usado para “enviado” ou “mensageiro”. O apostolado é centrado na natureza da missão de Cristo, que foi enviado para ser o salvador do mundo (Hb 3.1; 1ª Jo 4.14). Nos Evangelhos, Mateus, Marcos e Lucas usam o termo quando se referem aos doze escolhidos por Jesus (Mt 10.2-5; Mc 6.30; Lc 6.13). Eles foram testemunhas oculares do ministério, morte e ressurreição de nosso Senhor (At 1.21,22). Assim, Paulo também foi chamado pelo próprio Senhor para ser Apóstolo (1ª Co 15.8,9; Rm 1.1). Aos apóstolos foi confiado o ministério da Palavra com o compromisso de instruírem a Igreja (At 6.2-4). Nesse aspecto, os apóstolos são aqueles que foram comissionados por Cristo para a Igreja primitiva, e a mensagem de Cristo, o fundamento.

2. A doutrina dos apóstolos. Embora não se possa desassociar das pessoas o ofício que ocupavam, o que constitui o fundamento da igreja não são os apóstolos em si, mas a doutrina que eles ensinavam, ou seja, as Escrituras (At 2.42; 2ª Tm 3.16). Os apóstolos receberam a doutrina diretamente de Cristo (Rm 6.17; 1ª Tm 1.3; 2ª Pe 3.16). Assim como não se pode mexer na pedra angular depois de colocado o alicerce, igualmente o fundamento da Igreja não pode ser violado. Acerca disso, o Senhor Jesus asseverou: “as minhas palavras não hão de passar” (Lc 21.33). A Bíblia de Estudo Pentecostal ratifica que a revelação dos Apóstolos conforme temos no Novo Testamento nunca poderá ser substituída ou anulada por revelação, testemunho ou profecia posterior.

3. O testemunho dos profetas. A palavra grega prophetes significa proclamador e intérprete da revelação divina. A ordem da frase em Efésios 2.20, “apóstolos e profetas”, indica tratar-se dos profetas da Igreja, e não os do Antigo Testamento. Mais adiante Paulo assegura que a compreensão do mistério que no passado estivera oculto, de que os gentios tinham igual posição no Corpo de Cristo e eram participantes da promessa, foi revelado pelo Espírito aos profetas do Novo Testamento (3.4-6). Assim, os profetas neotestamentários que “falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2ª Pe 1.21) perfazem o alicerce da Igreja de Cristo.

SUBSÍDIO BÍBLICO -TEOLÓGICO

“‘Essencialmente, a igreja representa uma comunidade de pessoas. No entanto, em muitos aspectos pode ser comparada a um edifício e, especialmente, a um templo’ (Stott, 106). A frase ‘edificados sobre o fundamento’ é a transição para essa analogia da Igreja como um edifício em processo de construção. Em 2.20-22, Paulo novamente assegura aos gentios que formarão parte integral da igreja que Deus está construído. […] A Igreja é ‘edificada’ sobre a revelação original e infalível de Cristo aos primeiros apóstolos e profetas. No entanto, deve-se acrescentar que líderes visionários e santos, pessoas cheias da Palavra e do ‘espírito de sabedoria e de revelação’ (1.17), continuam a ser necessárias para liderar a Igreja ‘até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. RJ: CPAD, 2017, pp.419,420).

III. EDIFICADOS PARA MORADA DE DEUS

1. Edifício bem ajustado. A expressão “todo o edifício, bem ajustado cresce” indica um processo contínuo de desenvolvimento dos crentes (2.21). Assim como todas as partes do edifício precisam estar harmônicas (Cl 2.2; 1Co 1.10), o crescimento da igreja também depende de tudo ser bem ajustado a Cristo (Rm 14.15,16; 2ª Co 13.11). Nessa caminhada o salvo comporta-se como filho obediente e passa a evidenciar o fruto do Espírito (1ª Pe 1.14; Gl 5.22). O desenvolvimento prossegue até alcançar à medida completa de Cristo (Ef 4.13), pois todo crente bem ajustado torna-se “templo santo no Senhor” (2.21).

2. Templo santo no Senhor. A palavra aqui usada para templo é o vocábulo naon , que designa o recinto interior (o Lugar Santíssimo), ou seja, o lugar do encontro do sumo sacerdote com Deus (Hb 9.7). Todavia, a analogia paulina não se refere a uma estrutura material, mas sim ao crente que se tornou templo santo (1ª Co 3.16). Separado do pecado, quem pertence a Cristo passa a viver em santidade (1ª Pe 1.15; 1ª Jo 1.7). Como resultado, ao desfrutar da comunhão divina, o crente recebe o livre acesso à presença do Pai, tornando-se assim, “morada de Deus no Espírito” (2.22; Hb 4.14-16).

3. Morada do Altíssimo. No Antigo Testamento, a expressão “morada de Deus” fazia alusão ao tabernáculo e, depois, ao templo Israelita. Indicava lugar de habitação permanente e de comunhão íntima. Como já vimos, o crente tornou-se “templo santo no Senhor” (2.21). Isso indica que Deus habita em nós por meio de seu Espírito (2.22) e que tal afirmação ratifica o ensino apostólico de que “Deus não habita em templos feitos por mãos de homens” (At 17.24). Ele reside individualmente dentro de cada cristão, bem como no corpo inteiro de crentes, a Igreja formada por judeus e gentios (Jo 14.23; 1ª Co 3.16).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Templo do Espírito. Outra figura muito significativa da igreja, no Novo Testamento, é ‘o templo do Espírito Santo’. Os escritores bíblicos empregam vários símbolos para representar os componentes da construção desse templo, que têm seu paralelo nos materiais necessários à construção de uma estrutura terrestre. Por exemplo: toda edificação precisa de um alicerce sólido. Paulo indica com clareza que o alicerce primário da Igreja é a pessoa e obra históricas de Cristo: ‘Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo’ (1ª Co 3.11). Em outra Epístola, no entanto, Paulo afirma que, em outro sentido, a Igreja é edificada ‘sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas’ (Ef 2.20). Talvez isto signifique que esses primeiros líderes tivessem sido usados de modo muito especial pelo Senhor, a fim de estabelecer e fortalecer o templo do Espírito com os ensinos e práticas que haviam aprendido de Cristo e que continuam a ser comunicados aos crentes hodiernos através da Escrituras” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 2018, p.546).

CONCLUSÃO.
A comparação da Igreja como edifício em construção indica que estamos em processo de aperfeiçoamento até que todos cheguemos à unidade da fé (4.12,13). A pedra angular, que é o próprio Cristo, não pode ser substituída. A doutrina dos apóstolos e o testemunho dos profetas não podem ser revogados.

BAPTISTA, Douglas. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020. Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas. CPAD – RJ.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

O CRISTO O DEUS ENCARNADO



I. A PREEXISTÊNCIA DE CRISTO - ANTES DA CRIAÇÃO DO MUNDO

1. A doutrina da pessoa de Cristo (Cristologia) é crucial para a fé cristã. É básica para a soteriologia, pois, se nosso Senhor não era quem afirmava ser, então, seu sacrifício foi deficiente, não sendo suficiente para pagar pelos pecados da humanidade.

Quando o Senhor Jesus encarnado veio realizar a obra de redenção da humanidade, Deus tornou-se o Filho do homem, aparecendo-se e realizando a obra entre os homens. Ele não apenas abriu a Era da Graça, mas iniciou uma obra nova era na qual Deus veio pessoalmente ao mundo humano para viver entre os homens. Com grande adoração, o homem chamou o Senhor Jesus de Cristo, o Filho de Deus. Sim! Naquele tempo, o Espírito Santo também testemunhou que o Senhor Jesus é o Filho amado de Deus, e o Senhor Jesus chamou Deus de Pai celestial. Assim sendo, o homem acreditou que o Senhor Jesus era o Filho de Deus.

2. A Encarnação do Verbo tornou-se o “Principal pilar da fé cristã”. Afinal para crer e aceitar esse mistério só por meio da fé, (Papel principal da Doutrina de Cristo), provocar a fé veja: João disse: “Deus enviou seu Filho Unigênito para todo aquele que nele crer não pereça mais tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Jesus mesmo afirmou várias vezes o fator crer nele: “Quem crer em mim como diz as escrituras do seu interior correrão rios d’águas vivas” (Jo 7.38), O fator crer era a chave para se achegar a Deus (Jo 14.1). Veja bem! A fé que sig confiança crença, acreditar ou simplesmente crer! Era enfatizado, como alicerce, raiz, base e estrutura sólida (Hb 11.1). Sem ela é totalmente impossível agradar a Deus (v. 6). O justo vive por meio dela e por ela (Rm 1.17). Ela vem-nos por meio da pregação da palavra (Rm 10.17). A Palavra é o Próprio Cristo! Então é d’Ele que vem a nossa base de fé! Graças a Deus!

O mistério da encarnação de Cristo, pôs em movimento o “Plano da Salvação” arquitetado antes da fundação do mundo (Ef 1.1-6). Partindo da premissa que afirma ser Deus Onisciente, sabedor de tudo, passado, presente e futuro, sem precisar de subterfúgios ou meios de previsões! É notório que Ele sabia que o homem cairia, todavia Ele não impediu a queda, por que o homem precisava ser provado! Note Deus queria criaturas capazes de servi-lo, por amor! Enquanto Satanás regozijava com a queda do homem, Deus vê nela “A queda” tudo o que queria para nos provar seu amor e com isto dá uma lição a Satanás sem precisar mover um dedo, apenas um homem, um homem/ou mulher que estivesse disposto a aceitar o desfia da fé! Gloria a Deus!

O Mistério da encarnação nos revela o plano da salvação! Este acontecimento é o fato fundamental da fé Cristã, pois a encarnação do verbo reflete a união da natureza Divina com a Humana. Esse mistério revelado é o acontecimento mais mirabolante e envolvente do Cristianismo! Jesus encarnando nascendo da virgem como foi predito! Amem!

3. O significado da preexistência de Cristo. Significa que Jesus existia antes de nascer como homem, antes mesmo até da criação do tempo. É um conceito paralelo, mas distinto da “eternidade”.

2. A importância da doutrina da preexistência de Cristo. O maior testemunho da preexistência de Cristo vem dele mesmo, pois declara implicitamente e explicitamente a sua condição de existência antes da encarnação.

2.1. No nascimento. Se Cristo veio a existir em seu nascimento, Ele é apenas um homem comum, ou seja, nunca existiu. Porém, quando lemos o texto do profeta Isaías ele diz que o menino (que se refere a Jesus) e: “...Deus Forte, Pai da Eternidade...” (Is 9.6).

2.2. Na divindade. Se Cristo não era preexistente, então, não poderia ser Deus.
Fl 2.6 “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.”

Antes de ser gerado pelo Espírito Santo no ventre de sua mãe, Jesus já preexistia sendo parte da Trindade Divina.

2.3. Nas declarações. Se Cristo não era preexistente, ele mentiu a respeito de quem ele era e, consequentemente, possivelmente teria mentido também sobre outros assuntos.

3. As evidências da preexistência de Cristo.
3.1. Sua origem celestial. Jesus declara que desceu do céu, ou seja, Ele já existia antes de Seu nascimento.

Jo 3.13 “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.”

Jo 3.13, 31: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. 31 - Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos. 38 - Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 51 - Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. 58 - Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre. 62 - Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava?”

3.2. Ele afirma claramente que existia no céu antes da sua vinda a esta terra. Jesus declara que foi enviado, que desceu, isto implica em existência anterior à sua vinda: Jo 8.42 Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.”

Jo 13.3 “Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus.”

Jo 16.28 “Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai.”

3.2. Sua obra na criação. Cristo estava envolvido na obra da criação, sendo anterior a ela:

Jo 1.3 “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”

Cl 1.16 “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.”

Hb 1.2 “A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.”

3.3. Seu relacionamento com Deus. A Bíblia afirma que Jesus tem a mesma natureza de Deus e que possuiu a mesma glória do Pai antes de o mundo existir.

A. Natureza. Jo 10.30 “Eu e o Pai somos um.”
Fl 2.6 “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.”

B. Glória. Cristo afirma que já existia em glória antes da fundação do mundo.
Jo 17.5 “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. 24 - Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.”

3.4. Seu relacionamento com João Batista. João Batista reconhece a existência de Jesus antes de ele vir a existir, mesmo tendo ele nascido antes do Jesus encarnado. Jo 1.15,30 “João testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. 30 - Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.”

II. A ETERNIDADE DO CRISTO PRÉ-ENCARNADO

1. O significado da eternidade de Cristo.
Jesus sempre existiu, eternamente. A eternidade e a preexistência andam sempre unidas, apesar de Ário ter afirmado a preexistência de Cristo e negado sua eternidade, ponto de vista defendido atualmente pelas Testemunhas de Jeová.

A palavra Pai da Eternidade referindo-se a Jesus (Is 9.6), mostra-nos que Ele é Eterno. A palavra Eterno no hebraico ["עלמּ" `olam], está relacionado a duas dimensões: “mundo físico e também ao tempo eterno.

Esta única palavra aparece na Bíblia, com variações, não menos que 437 vezes. Na língua hebraica, `olam (עלמּ) representa tanto a dimensão física quanto a dimensão do tempo - relacionando-se, especificamente, com sua propriedade “ilimitada”. Assim, `olam ( עלמּ ) significa, simplesmente, “mundo físico” (tudo o que existe), mas também fala de “tempo”, “eternidade” (relacionado ao tempo sem limites), ou o tempo decorrido desde o início dos tempos até a eternidade.

A palavra `olam (עלמּ) é derivada da raiz "עלמּ" `alam, que significa ocultar, esconder, ser escondido, ser ocultado, ser secreto. Na língua hebraica, essa raiz é origem de muitas palavras, todas com um senso comum: ser escondido, ocultado. Exemplos incluem "העלם" healem (esquecimento, desaparecimento), "תעלמה" ta`alummah (mistério, segredo), "להעלים" le-halim (esconder) e "להתעלם" le-hitalem (ignorar, agir como se algo é inexistente).

Olhando o sentido da palavra no seu significado mais concreto como era utilizado nos primórdios pelo povo hebreu, `olam (עלמּ) significa “além do horizonte”, apontando para algo distante e escondido, tanto físico quanto temporal, por isso a relação de `olam (עלמּ) com sua raiz `alam (עלמּ).

Você pode então justificadamente perguntar: Qual é a conexão entre “mundo” e “ocultação”? A resposta está escondida no clamor do profeta Isaías a Deus:

“Verdadeiramente, Tu és Deus que Se oculta (se esconde, misterioso), ó Deus de Israel, ó Salvador.” (Isaías 45.15)

O tema do Deus oculto é repetido inúmeras vezes na Bíblia. Por exemplo, quando Moisés pede a Deus “Mostre-me a Tua glória” (Êx 33.18), a resposta que ele recebe é:

“Disse mais o Senhor: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui te porás sobre a penha. 22 - E acontecerá que, quando a minha glória passar, pôr-te-ei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. 23 - E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá.” (Êx 33.21-23).

A tradição judaica interpreta isso implicando que a presença de Deus pode ser evidenciada pelas coisas que já ocorreram no passado (“Tu Me verás pelas costas”), entretanto, a própria existência de Deus está escondida dos olhos. Isso é muitas vezes comparado com o fato de que se pode ver o corpo humano, em suas várias manifestações, mas não a alma e o espírito que reside dentro de cada um. Da mesma forma como no Tabernáculo de Moisés no deserto, onde o Pátio (que simboliza o corpo) poderia ser visto abertamente, mas o Lugar Santo (que representa a alma) e o Lugar Santíssimo (que representa o espírito), ficavam escondidos pelas várias coberturas e os véus do Santuário. Por isso o autor de Hebreus escreve que o caminho ao SENHOR foi por meio da destruição do véu (a cobertura que simboliza a carne ... nesse caso a carne de Jesus que escondia a Sua natureza divina) que esconde o Santuário:

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne” (Hb 10.20).

O sentido e o uso da palavra `olam (עלמּ) agora se torna claro: o mundo inteiro é uma manifestação do oculto de Deus. Deus está no mundo, mas o mundo inteiro é também um testemunho do Deus que Se esconde (Is 45.15) e isso para que o homem sempre tenha que fazer uso da fé, porque ...

“... sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que O buscam.” (Hb 11.16).

O significado na palavra hebraica para “mundo” e “eternidade” agora torna-se óbvio: em uma única palavra, `olam (עלמּ), está descrito toda a criação que envolve o mundo físico e o tempo, percebidos na física moderna pela relação espaço-tempo que rege o universo, mas que também fala do Criador de todas as coisas e que Se esconde, que Se oculta para que o homem possa fazer uso de seu poder de escolha e busque ou não ter um relacionamento com aqu’Ele que o criou (Elohim Bara).

Este nome é traduzido em nossas Bíblias como “Deus Eterno”, embora pudesse ser traduzido como “Deus dos séculos ou gerações.” EL-OLAM é encontrado pela primeira vez em gênesis 21.33. EL-OLAM nos mostra que Deus é o Deus do tempo, tudo o que acontece está sob o controle de Deus. Ao longo da história da humanidade EL-OLAM tem se manifestado e revelado o seu propósito ao homem, sua máxima revelação e manifestação se encontra na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo:

“Deus falou muitas vezes e de muitos modos anteriormente aos nossos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos tem falado pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” (Hb 1.1-2). Jesus Cristo tem atributos eternos. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8). Ele obteve para nós a redenção eterna (Hb 9.12).

2. A importância da doutrina da eternidade de Cristo.
Se a eternidade do Verbo é negada, então:
(a) Não existe Trindade.
(b) Cristo não possui divindade absoluta.
(c) Ele mentiu.

3. As evidências da eternidade de Cristo.
3.1. A essência de Cristo. Cristo é da mesma essência de Deus. Hb 1.3 “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas.”

3.2. Os profetas. Os profetas anunciaram a eternidade de Cristo.
Isaías 9.6 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”

O cristianismo sempre entendeu que Deus é eterno (Rm 16.26). A eternidade, como característica do ser divino, trata da relação de Deus com o tempo.

Para melhor compreendermos a doutrina da criação faz-se necessário analisarmos os três conceitos que os gregos antigos tinham para tempo: kronos, kairós e Aion.

A. O tempo kronos: refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, tempo do calendário, do relógio, tempo que costuma nortear a vida terrena, é o tempo dos homens.

B. O tempo kairós: É uma antiga palavra grega que significa a um momento indeterminado no tempo, em que algo especial acontece, o tempo da oportunidade. É usada também em teologia para descrever a forma qualitativa do tempo, o “tempo de Deus”, enquanto chronos é de natureza quantitativa, o “tempo dos homens”.

C. O tempo Aeon: já era um tempo sagrado e eterno, sem uma medida precisa, um tempo da criatividade onde as horas não passam cronologicamente, também associado ao movimento circular dos astros, e que na teologia moderna corresponderia ao tempo de Deus.

Quando Jeová criou a terra não foi no tempo literal, mas o tempo kronos. No Salmo 90 está escrito: “Porque mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília da noite”. 
Em 2ª Pedro 3.8: “Amados, não ignoreis uma coisa: “um dia para o senhor é como mil anos e mil anos como um dia”

- Todavia, não havia sol e nem lua, e o universo estava sob tempo de Jeová (Aeon) e não do homem. Em “seis dias” em tempo remotos e sem haver ninguém presente para relatar o processo da operação.
Como resultado, toma-se a eternidade divina como significando que Deus é totalmente e completamente desvinculado e alheio a qualquer realidade temporal ou histórica. As consequências de uma ideia como essa permeiam e condicionam toda a concepção clássica da natureza e dos atos divinos.

Isaías 57.15 Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.

Mq 5.2 “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.”

3.3. Jesus declara que existia antes de Abraão - Jo 8.58-59 “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. 59 - Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou.”

Cristo afirmou Sua existência eterna. Porém, os judeus perguntam: “Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?” Indicando claramente que o homem Jesus não tinha idade suficiente para fazer esta declaração, mas o Filho de Deus existia eternamente, o que equivalia a declarar-se Deus e, por isso, quiseram apedrejá-lo (Jo 8.56-59). A expressão “Eu sou” afirma sua eternidade e divindade.

3.4. A declaração de João. O evangelista João claramente afirmou a eternidade do verbo Jo 1.1 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”

3.5. A declaração do apóstolo Paulo – 1ª Timóteo 1.15-17: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. 16 - Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna. 17 - Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.”

V. 17 Rei eterno. Ao contrastar sua nova vida em Cristo com sua vida anterior de intolerância e ódio, Paulo prorrompe em uma gloriosa doxologia de gratidão (sobre semelhantes hinos de gratidão.

Esta atribuição de louvor é oferecida a Deus em vista da misericórdia que ele havia demonstrado a tão grande pecador. Além do mais, Deus se revelou como Salvador de uma maneira específica e pessoal, isto é, em Jesus Cristo o Filho de Deus. Em Sua sabedoria e decreto soberano, Deus fez de Cristo o único caminho pelo qual podemos conhecê-lo como Salvador. Ele não salva à parte de Jesus Cristo. Dessa forma, Jesus é a única esperança para a humanidade. Os não cristãos não têm nenhuma base para pensar que eles serão declarados justos diante do trono de Deus, ou para pensar que algo bom acontecerá a eles após a morte. Eles enganam a si mesmos quando se apegam aos seus falsos deuses e superstições, incluindo sua ciência e filosofia, e aqueles que confiam em suas boas obras não conseguirão nada melhor

Para o duplo testemunho que acabou de ser apresentado, a doxologia de louvor vem como o clímax e a fonte da profunda adoração e gratidão de Paulo. Deus Pai não foi mencionado no contexto, portanto esta doxologia dirigida a Deus possivelmente pode ser aceita como

dirigida a Cristo ou ao Deus Triúno.

Pr. Elias Ribas
Assembléia de Deus
Blumenaus SC