Mateus
2.9-12
“E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no
oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde
estava o menino. 10 - E, vendo eles a estrela, regoziram-se muito com grande
alegria. 11 - E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e,
prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas:
ouro, incenso e mirra. 12 - E, sendo por divina revelação avisados num sonho
para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por
outro caminho.”
INTRODUÇÃO. É problemático
explicar grandes eventos da fé que trazem acontecimentos espirituais,
ilustrados por meio de palavras que descrevem aspectos físicos. Este é o caso
que envolve os homens que ficaram conhecidos nos textos do Novo Testamento,
como os (Reis Magos) Sábios do Oriente e a Estrela de Belém.
A narrativa bíblica não dá muitos detalhes
sobre eles, apenas relata que eles foram visitar Jesus para adorá-lo e entregar
presentes a ele. Com o tempo, a tradição cristã acabou adicionando uma série de
informações sobre os reis magos as quais os historiadores não conhecem a
procedência. A
narrativa bíblica não dá muitos detalhes sobre eles, apenas relata que eles
foram visitar Jesus para adorá-lo e entregar presentes a ele. Com o tempo, a
tradição cristã acabou adicionando uma série de informações sobre os reis magos
as quais os historiadores não conhecem a procedência.
I. ESTRELA
DE BELÉM
1. Estrela
de Belém uma estrela admirável. Não só admirável, mas ao contrário de
outras estrelas, ela ia se movendo à medida em que os Magos/Sábios até o menino
Jesus. Há duas linhas de pensamentos por muitos estudiosos e intérpretes da
Bíblia. O primeiro segue o entendimento, no sentido de apontar este
acontecimento como sendo um fenômeno natural, ou ainda, um misto de
naturalidade (a Estrela de Belém seria realmente uma estrela física), com um
certo nível de intervenção divina (que teria atuado para posicionar a Estrela
física de Belém, no local onde pudesse ser avistada como sinal do nascimento do
Messias Rei). O segundo sugere ser um grupo de anjos, talvez os mesmos que
cantaram para os pastores.
É de grande importância examinar esta
passagem, partindo de uma nova orientação para o entendimento desse grande
milagre. Por isso, não poderia deixar de fazer um questionamento fundamental:
Porque ninguém mais conseguiu ver a Estrela de Belém, com exceção dos Sábios Magos?
O texto de Mateus sugere que somente os Sábios
do Oriente conseguiam ver a Estrela (nem os pastores que estavam no campo, nem José,
nem Maria, nem os Sacerdotes, nenhum Judeu, e nem mesmo Herodes pode ver tal
fenômeno nos céus de Belém.
É verdade que a astrologia era proibida
para os Judeus como uma forma de prever o futuro, ou algum tipo de adivinhação.
Entretanto, os Levitas e os Sacerdotes mantinham, sim, uma observação constante
do céu, mais especificamente para notar o movimento e as fases da lua, pois o
calendário Judaico é baseado nas fases lunares, que servia de base para as
datas de seus principais festivais de observância da Lei.
Assim sendo, uma estrela da magnitude da
que foi descrita no Evangelho de Mateus, estando localizada logo acima da
cidade de Belém, despertaria a atenção das autoridades judaicas. E se essa
“estrela” fosse visível a todos, não seria mais fácil para Herodes ter
simplesmente seguido-a, e, portanto, encontrado menino?
O texto descreve a capacidade que aquela
estrela possuía em particular, que era a de aparecer, desaparecer e reaparecer!
E mais, ela se movia e direcionava os Sábios em suas jornadas! Isso é algo que
certamente uma estrela comum não poderia realizar. É com certeza a descrição de
um verdadeiro milagre!
Olhando para o contexto, neste capítulo do
livro de Mateus, percebemos também mais uma sugestão, que nasce da ligação
deste fenômeno com a direta citação da atividade angelical, envolvida no
nascimento de Jesus. Sim, Mateus parece sugerir que aquela Estrela era algum
tipo de manifestação angelical.
Um anjo foi enviado aos Magos do Oriente,
na forma de uma estrela, para anunciar o nascimento do Messias, aquele que iria
unir o Povo de Israel e salvar o Mundo.
Os anjos são comumente chamados de
estrelas na Bíblia (Jó 38.7; Dn 8.10; Ap 1.16, 20; 2.1; 3.1; Ap 22.16; cf.
2.28; Ap 8.10, 11; 9.1, Is 14.12-13). Anjos foram usados para guiar e proteger
o povo de Israel, quando estavam em seu caminho para a Terra Prometida (Êx
14.19; 23.20), e estão presentes por todo o Novo Testamento.
“Dale Allison, professor do Seminário
Teológico de Exegese do Novo Testamento, em Pittsburgh, Pensilvânia, cita em
seus estudos um texto do livro apócrifo Evangelho da Infância, que expande a
narrativa de Mateus, que diz, “No mesmo momento, apareceu para eles um anjo na
forma de uma estrela que antes os tinha guiado na sua viagem”. Allison conclui,
“Isto, eu acredito, apenas revela o que estava implícito em Mateus, a saber,
que aquela estrela era um anjo” (Allison 1993, 24).
Esta visão é muito consistente com a
proeminência que a ação dos anjos toma lugar em toda narrativa do nascimento e
da infância de Jesus:
- Anunciando a Maria sobre a concepção do
Messias;
- Anunciando a José sobre a natureza
virginal da concepção de Jesus;
- Avisando os Magos/Sábios para não
retornar a Herodes;
- Avisando a José para fugir com sua
família para o Egito;
- Anunciando que eles deveriam voltar para
Israel.
Esta passagem sobre a Estrela de Belém
está relacionada com a profecia contida no livro de Números 24.17. No episódio
em que Balaão é contratado por Balaque, rei dos Moabitas, para amaldiçoar o
povo de Israel. Porém desta tentativa frustrada surge uma das mais proeminentes
poesias sobre a aparição do Messias, a Estrela de Jacó.
Como poderia uma estrela tão distante,
indicar um lugar ou uma habitação? Mesmo que fosse a estrela mais próxima, o
nosso sol, quando o sol está na vertical duma cidade, que casa ou que local é
que indica? Como eles iriam se orientar por um astro até a casa do menino?
O versículo 2 em todas as traduções
afirma: “Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”, (ou prestar-lhe
homenagem) (Mt 2.9).
Ainda segundo o mesmo versículo 9 “…. à
estrela, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.”
Penso que isto nunca aconteceria com
verdadeiros magos ou astrólogos, que nunca iriam viajar seguindo sempre em
direção a uma estrela. Mesmo não sabendo que umas são as estrelas e outros os
planetas, sabiam que alguns dos pontos luminosos que se vêm de noite movem-se
em relação aos outros (planetas), enquanto a maior parte mantem a posição entre
eles (estrelas), mas todos caminham dum ponto no horizonte (nascente ou este ou
oriente) para o lado oposto do horizonte (poente ou oeste ou ocidente) segundo
a antiga cosmovisão cosmogônica que considerava a terra como o centro do
universo.
Não é possível, depois de dois milênios,
chegar a uma conclusão, mas somente os que tem a mente de Cristo (1ª Co 2.16),
pois os homens naturais não entendem as coisas espirituais: “Ora, o homem
natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1ª
Co 2.14).
O ser humano é racional, porém o nível de
raciocínio psíquico humano não é suficiente para conhecer a Deus, nem as coisas
referentes a Ele. Não por falta de pesquisa ou de intelecto, e sim pela falta
do principal que é o Espírito Santo. Paulo, em 1ª Coríntios, não está contradizendo
a sabedoria do mundo, pelo contrário, diz que a sabedoria de Deus é
infinitamente superior à sabedoria secular. Por isso, o homem natural não é
capaz de recebê-la, embora lhe seja oferecida, e seja “digna de toda aceitação”
(1ª Tm 1.15). “Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o
Espírito de Deus.” (1ª Co 2.11).
II. QUEM
ERAM OS MAGOS/SÁBIOS?
וְכַאֲשֶׁר נוֹלַד יֵשׁוּעַ בְּבֵית לֶחֶם יְהוּדָה,
בִּימֵי הוֹרְדוֹס הַמֶּלֶךְ, בָּאוּ מְגוּשִׁים מִן הַמִּזְרָח לִירוּשָׁלַים (Mt
2.1).
“E, tendo nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a
Jerusalém” (Mt 2.1).
1. Por
que chamamos os magos de reis? A história dos reis magos é narrada na
Bíblia, exclusivamente no Evangelho de Mateus, sendo encontrada no capítulo 2 e
nos versículos de 1 a 12. A narrativa bíblica não fornece muitos detalhes sobre
eles, nem sequer seus nomes são mencionados. O único registro da origem deles é
a menção ao fato de serem do Oriente.
A história dos reis magos na Bíblia
desenrola-se a partir do nascimento de Jesus, que aconteceu em Belém, e uma
estrela no céu (conhecida, na tradição cristã, como estrela de Belém) acabou
atraindo a atenção dos magos/sábios que foram guiados até o local onde
encontrava-se o recém-nascido.
Segundo os historiadores foi o escritor e
teólogo Orígenes, do século III, “quem disse pela primeira vez que foram três
magos em virtude dos três presentes oferecidos ao Menino”.
Antes “antes do século VI, nenhum autor
afirmava expressamente que eles eram reis, com exceção de Tertuliano, que sugeriu
que eles eram ‘quase reis’”.
A maioria dos historiadores concordam que
os Magos do Oriente seriam astrólogos profissionais. Eles teriam provavelmente
vindo da Pérsia ou da Babilônia, que correspondem na atualidade aos países do
Irã e Iraque, de forma respectiva.
A Babilônia, naquele tempo, possuía uma
das melhores escolas astronômicas, na cidade de Sippar (indicada por uma seta
no mapa acima) e que registrava eventos celestiais, como esse que estamos a
discutir neste estudo. Na Pérsia, esses astrólogos teriam uma outra razão para
observar o céu, pois a religião daquela região era o zoroastrismo.
2. Quem
eram estes “magos do oriente”? E como eles tomaram conhecimento da
expectativa Judaica para o surgimento do Messias de Israel? Eles, no mínimo,
foram expostos fortemente às profecias do “Antigo Testamento” nas colônias
Judaicas do Oriente. E onde ficaria essa “Terra do Oriente”?
“Então pôs-se Jacó a caminho e foi à terra
do povo do oriente” (Gn 29.1).
Como podemos ler nos versos acima, Jacó,
quando fugiu de Esaú, foi para a Mesopotâmia se refugiar nas terras de seu tio
Labão. O Gênesis também chama a Mesopotâmia, a terra entre os rios Tigre e
Eufrates, como “lado oriental” (Gn 2.14). A “terra do oriente” frequentemente
representa a Babilônia nos textos Bíblicos, pois ficava na Mesopotâmia e foi um
lugar inesquecível para os Hebreus, que foram exilados para aquela cidade, por
Nabucodonosor.
E quando os Judeus voltaram do Exílio
Babilônico, foi apenas um remanescente que voltou para Jerusalém. A maioria dos
Judeus eram prósperos na Babilônia, e escolheram por lá ficar. A população
Judaica da Babilônia no tempo de Jesus era estimada em aproximadamente 3 a 4
milhões de Judeus. O próprio Império Romano não possuía muito poder nas Terras
do Oriente, o que dava mais liberdade para o estudo da Bíblia pelos Judeus.
Um dos grandes Rabinos de Israel, na época
de Jesus, o Rabino Hillel, é dito que ele estudou toda a literatura Judaica
(como o Talmude da Babilônia) naquela cidade, antes de viajar para as terras de
Israel.
Vale citar também que as primeiras
sinagogas, casas de estudo das Escrituras Sagradas, surgiram na Babilônia,
durante o tempo em que os Judeus estiveram por lá exilados. Não havia livros
como hoje conhecemos. Os livros na sua forma atual são invenção de Gutenberg,
inventor da imprensa na idade média. Na época de Jesus e dos “magos do oriente”
os “livros” na verdade eram rolos, pergaminhos feitos de couro de animal, pele
de ovelhas e carneiros.
Não se andava com vários rolos “pelas
ruas”. Eram pesados e desajeitados. E eram, como são hoje, de preço caríssimo.
Tinham que contratar escribas profissionais para fazer as cópias dos textos
Bíblicos. Tudo ficava muito bem guardado nas sinagogas dos Judeus, e sob o
controle dos Rabinos.
Seria improvável que Babilônios pagãos,
adoradores de diversas divindades, místicos, tivessem interesse nesses Rolos da
Lei de Deus, e certamente não teriam acesso a eles para uma análise da
profundidade que se exigiria para entender as profecias Messiânicas, da forma
como esses supostos “magos” entenderam.
Para se compreender uma profecia ao nível
que esses magos do oriente compreenderam, ao ponto de afirmarem que “viram a
estrela do Rei dos Judeus”, se fazia a necessidade de um estudo completo da Lei
Mosaica. E isso era algo que apenas os Rabinos faziam na época, como o Rabino
Hillel, citado anteriormente.
3. O
significado da palavra Mago. E se voltarmos ao texto, em seus
manuscritos em Grego, Aramaico e Hebraico, vemos que a palavra “magos” em
Mateus 2.1 é o termo Grego “μάγοι” – “magos” (Strong’s: 3097), que significa
professores, astrônomos, cientistas, e claro, como havia muitos falsários entre
estes homens sábios, a palavra com o tempo foi tomando um conceito pejorativo
para “adivinhadores”. Mas na época de Jesus ainda se usava o termo para
designar homens sábios, de saber notório.
Essa palavra Grega “magoi” também está relacionada com o termo Hebraico “Ravmag” que por sua vez vem da raiz “Rav” – Rabbi – em Português “Rabino”.
Os Rabinos são professores da Lei de Deus. Em Aramaico, a palavra usada
em Mateus 2.1 é o termo מגוּשֵׁא “megushe”
– “astrônomo”.
Segundo os historiadores o termo 'magos' (magoi) que aparece em Mt 2.1 se refere
àqueles que eram denominados ‘sábios’ na antiguidade.
Os Rabinos da época, mantinham uma
observação constante dos céus, principalmente da lua, pois as fases da lua é
que determinavam o calendário Judaico, bem como os dias dos seus principais
festivais. Esses “magos do oriente” não eram pagãos – sem conhecimento das
escrituras e da Lei de Deus.
Todas as evidências nos levam a crer que
eles eram provavelmente Judeus ou descendentes de Judeus, que viviam no
oriente, na Babilônia, e que eram estudiosos das Escrituras Sagradas e
receberam uma revelação da parte de Deus sobre o nascimento do Messias de
Israel na cidade de Belém conforme escreveu o profeta Miqueias 5.2.
Os Magos/Sábios do Oriente tem um
comportamento muito diferente do que se esperaria de pagãos místicos, adorares
de divindades demoníacas. Não há evidências em toda a passagem de Mateus, que
eles eram praticantes de adivinhações, mágicas ou feitiçarias. O comportamento
deles se assemelha com o de justos Judeus, que como muitos que encontraram com
Jesus, se ajoelharam diante Dele e o reconheceram como Senhor de suas vidas.
Vale ainda dizer que esses Sábios do
Oriente não tiveram nenhum ganho material com suas longas jornadas para
encontrar o Messias. Eles mais pareciam representantes ou testemunhas
providenciadas por Deus, que vinham de uma grande parte do Povo de Israel, que
ainda estava fora da Terra Prometida. De um povo que ainda estava desunido,
separado, ainda vivendo no exílio Babilônico.
4.
Como surgiu a palavra reis. “Segundo o Padre Miguel Fuentes, do Instituto
do Verbo Encarnado (IVE), explica no site “El Teólogo”, que no Novo Testamento
não fala sobre o número, nome e nem sobre a sua suposta realeza.
A partir do século VIII, continua Pe.
Fuentes, os Reis Magos “receberam nomes, com algumas variações (os primeiros
foram Bithisarea, Melchior e Gathaspa).
Os nomes atuais de Gaspar, Melchior e
Baltazar, foi-lhes atribuído no século IX pelo historiador Agnello, em sua obra
'Pontificalis Ecclesiae Ravennatis'.
E na Idade Média, eles foram até mesmo
venerados como santos”.
A cena dos magos adorando o Menino Jesus
se tornou o tema favorito na arte dos baixos-relevos, miniaturas e vitrais”.
[Fonte de pesquisa: https://www.acidigital.com/noticias/quem-eram-os-reis-magos-e-por-que-se-chamam-melchior-gaspar-e-baltazar-65789
- acesso dia 22/05/2020].
Os reis magos tornaram-se o tema central
da religiosidade católica romana. As festividades natalinas encerram-se dia 25
de dezembro, mas, dia 6 de janeiro, “Dia de Reis”, uma celebração do
catolicismo popular aos Santos Reis ou Reis Magos, data da lendária visita dos
reis do Oriente ao Menino Jesus.
Os Santos Reis não foram canonizados, mas
o povo os vê como santos. Há dúvidas se existiram, porém, seus supostos restos
mortais estão, desde 1161, na igreja de Colônia, na Alemanha.
No Brasil, que herdou de Portugal o culto
aos Santos Reis, as manifestações, sem a tutela do clero e legitimadas como
espaços de inclusão social, vão de reisados (ternos ou folias de reis),
congada, queima da lapinha ou de palhinhas, rezas e cavalhadas, dependendo da
região. Todavia, os sábios do oriente nos ensinaram-nos adorar os Reis dos reis
em verdade e espírito, porém a religiosidade inverteu esta verdade, ou seja, “...mudaram
a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o
Criador, que é bendito eternamente. Amém. (Rm 1.25).
III.
HERODES E OS SÁBIOS
1. O
rei Herodes, o grande. Quando passam por Jerusalém, vão falar o rei, este foi
Herodes, o Grande, rei da Judeia de 39 a 4 a. C. Herodes, era o pai de Herodes
Antipas, tetrarca da Galileia, de 4 a 39 a. C. (homem que mandou degolar João
Batista).
Herodes, o Grande, feito rei da Judeia
pelos romanos, era um edomeu talentoso e enérgico, aumentando grandemente o
esplendor de Jerusalém e construindo o templo que servia como centro dos cultos
no tempo de Cristo.
Mas, sendo edomeu representava,
naturalmente, a carne na sua inimizade contra o Senhor, e foi um dos monstros
mais licenciosos, cruéis e sem escrúpulo de toda a antiguidade.
Teve nove meninos em Belém, matou, num
ataque de ciúme, a Mariane, sua mulher predileta e três de seus filhos. Depois
de matar seu filho Antipater, morreu, comido de vermes (At 12.23), em maneira
semelhante a seu neto Herodes Agripa.
Herodes, era simplesmente fissurado pelo
poder. Pois isso a morte de seus filhos, não desejava de maneira nenhuma que
eles se levantassem para tomar seu trono.
2. O
encontro do rei Herodes com os Magos/Sábios. Quando os magos vieram até ele, e
lhe perguntaram: “Onde está aquele que nascido rei dos Judeus? Porque vimos a
sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo” (Mt 2.2).
Imagine o pensamento de Herodes ao escutar
que tinha nascido um rei dos judeus, certamente como a Bíblia Sagrada afirma,
ele perturbou-se com isso: “E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda
Jerusalém com ele.” (Mt 2.3).
Uma cidade, que era para nesse momento
estar adorando o Messias, estava perturbada. Diante dessa perturbação tanto de
Herodes como Jerusalém, o sinédrio é reunido.
2.1.
O rei preocupado convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas. Esses eram os
dois grupos principais no Grande Sinédrio de Jerusalém, o tribunal de líderes
religiosos dos judeus. Os príncipes dos sacerdotes eram os saduceus, e os
escribas eram na sua maioria fariseus. Escribas significa literalmente
“escritores”. Esses homens tinham a responsabilidade de copiar as Sagradas
Escrituras e ensiná-las ao povo.
“E, congregados todos os príncipes dos
sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o
Cristo.” (Mt 2.4).
A pergunta que Herodes tinha era: “...onde
havia de nascer o Cristo?” (Mateus 2.4). Eles respondem: “...em Belém da Judeia”.
(Mt 2.5-6).
2.2.
A astúcia do rei Herodes. Diante dessa afirmação, o rei vai até os magos e pede
para eles procurarem diligentemente (com cuidado) pelo menino, e, quando
acharem, voltar e avisar ele para que também pudesse adorar o rei dos judeus
(Mt 2.8).
Só que nós sabemos que, Herodes não queria
de forma alguma adorar o menino. Pois ele tinha medo de uma pessoa conseguisse
tomar o seu trono, na verdade, ele queria matar o menino Jesus (Mt 2.16-18).
Porém, os magos obedecem e continuam sua
jornada, sendo guiados pela estrela até que se deparam com a casa que estava o
Cristo (Mt 2.9-11).
3. Os
magos encontram o menino Jesus. “E eles lhe disseram: Em Belém de Judeia;
porque assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo
nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há
de apascentar o meu povo Israel.” (Mt 2.5-6).
Quando o rei Herodes perguntou aos
escribas e sacerdotes onde Jesus nasceria, como eles souberam que seria em
Belém? Onde Jesus nasceria? (Mq 5.2.)
Os magos, ou melhor, estes sábios Judeus
estavam todos cientes da profecia do profeta Miqueias muito antes de Jesus ser
revelado. No entanto, Miqueias havia falado estas palavras 700 anos antes do
Seu nascimento.
A Bíblia relata que, logo que entram na
casa aonde estava o menino Messias, prostram-se e adoram a criança (Mt 2.11).
Enquanto que Herodes e Jerusalém estavam
perturbados com o nascimento do Mashiach, os magos pelo
contrário, estavam jubilosos e adorando o Senhor (Mt 2.10-11).
Assim devemos ser nós, devemos se render
ao Senhor com grande alegria e adoração. Enquanto o mundo lá fora jaz no
maligno (1ª Jo 5.19), adoram e cultuam os reis magos (da tradição humana), nós
devemos continuar íntegros na presença de Jesus.
Continue persistindo nos pés daquele que,
pode realmente solucionar os problemas de nossas vidas. Não importa se o mundo inteiro
cair ao seu redor, se as vezes parece que só você continua clamando por algo.
Fique contente, pois o próprio Jesus é seu consolo por intermédio do Espírito
Santo.
E eles quando adoraram ao menino Jesus,
ofertam o que a Bíblia chama de dádivas (Uma dádiva representa aquilo que é
dado, um presente ou uma oferta). Os presentes que o Cristo recebeu foi: Ouro,
Incenso e Mirra.
Sabe nada na Bíblia é por acaso, e é
justamente aqui que vou te explicar algumas coisas importantes, vamos falar
sobre cada presente que Jesus recebeu e entender que eles simbolizavam algo
muito maior.
IV. OS
PRESENTES
“E, vendo eles a estrela, alegraram-se
muito com grande júbilo. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua
mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram
dádivas: ouro, incenso e mirra.” (Mt 2.10-12)
Os magos, em seu júbilo pelo menino,
ofereceram a Ele três presentes simbólicos. Ouro para o Grande Rei, incenso para
o Sumo Sacerdote e mirra para o Redentor.
Nesses presentes, o tríplice ofício de
Cristo se torna claro: Ele governaria para sempre sobre o cosmo como Rei,
oferecia o sacrifício final como Sumo Sacerdote e traria o povo ao
arrependimento como profeta. Ele era o Mashiach prometido a nação
de Israel.
1. Ouro. Os substantivos
ouro no grego [xpucróç e chrusos] é
usado acerca de: (a) “moeda” (Mt 10.9; Tg 5.3) “ornamentos” (Mt 23.16.17; Tg
5.3) e moeda e ornamentos: (Ap 18.12); em 1ª Co 3.12, alguns manuscritos têm chrusos em vez de chrusion. [Fonte: Dicionário Vine O Significado Exegético e
Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento.].
1.1.
O ouro representava o Reinado do Messias. 1. Jesus filho de Davi; 2. Seu
reino jamais terá fim; 3. Rei e
Sacerdote.
O ouro entregue a Jesus tem a simbologia
da realeza. É um presente que atribui à figura do menino o título de Rei dos
Judeus.
“Porque um menino nos nasceu, um filho se
nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome:
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do
aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no
seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e
para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” (Is 9.6-7).
Os magos que vieram do Oriente têm muito a
nos ensinar, comprovando que o nascimento de Jesus realmente foi especial.
Aliás, um Deus Forte, Pai da Eternidade no meio do Seu povo (Jesus), realmente
era algo além do comum, ou melhor, sobrenatural.
Ouro, é o presente ideal considerado pelos
judeus e também antepassados, para dar-se a um Rei. Porque Jesus então, recebeu
um ouro como presente? Era “apenas um menino em uma manjedoura”, não estava em
um palácio e muito menos em um trono. Veja abaixo que o Mestre Jesus é rei
eternamente como isso?
O livro de Daniel revela que Nabucodonosor
teve um sonho, a respeito desse sonho, ele pediu que os “magos, astrólogos,
encantadores, sábios e os caldeus declarassem o sonho e também a interpretação
do mesmo. Contudo, nenhum deles conseguiu.
O rei Nabucodonosor ficou irado com isso,
e disse que se ninguém revelasse iria matar a todos sábios da Babilônia
incluindo Daniel e os seus três amigos (Dn 2). Então essa notícia chegou até
Daniel, um dos sábios, e ele foi perguntar para Deus o sonho e a interpretação
do mesmo.
Até que Deus revelou, e ele vai até o rei.
Eu vou resumir e explicar aqui para vocês da melhor forma.
O sonho mostrava uma estátua, a cabeça
dela era de ouro significando a Babilônia, o peito e os braços de prata
representando o império Medo-Persas, o ventre e os quadris de bronze
simbolizando o império da Grécia e por último as penas de ferro e os pés de
ferro e barro.
Mas, toda essa estátua produzida foi
derrubada por uma pedra, que se transformou em uma montanha e durou para
sempre.
Agora você deve estar perguntando-se, o
que isso está relacionado com o ouro que Jesus recebeu que significa reinado? A
estátua foram os impérios que já existiram, porém, todos esses impérios
passaram com o tempo, mas a pedra que derrubou todos eles e se transformou em
uma montanha durou para sempre (a respeito de toda essa história de Daniel está
escrito em Daniel capítulos 1 e 2).
1.2.
Agora me responda: quem é a Pedra? Sim Jesus Cristo com Seu reinado que dura
eternamente! Ou seja, ele é Rei eternamente. Você quer ver como Ele é Rei
vitorioso?
Apocalipse 19.11-16 diz quando ele veio
para destruiu a besta e o falso profeta, na sua veste e na sua coxa tem escrito
este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.
Glória a Deus! Isso comprova que o ouro
que ele recebeu, simbolizava que quem estava ali não era simplesmente um
menino, mas sim, um Rei ao qual por mais que todos reinados passem, o seu
jamais passará, pois ele é Rei eternamente. (2ª Co 8.9; Cl 1.15-19).
2. O
incenso.
Incenso, o símbolo do Sacerdócio de Cristo. Do hebraico לְבֹנָה זַכָּה - lebonah zakah, que quer dizer incenso puro ou limpo. Um elemento
comum do ritual do AT, o incenso era uma oferta cara e um sinal que reconhecia
essencialmente a deidade (cf. Ml 1.11) A palavra tem uma dupla aplicação:
refere-se tanto à substância usada para queimar como ao odor aromático que é
assim produzido. Duas palavras hebraicas são assim traduzidas: (1) levonah, “incenso puro”; e (2) qetoret, “fumaça cheirosa” (em nossa
versão portuguesa, “incenso” (Is 1.13). No gr. thymiama “incenso puro”; “sacrifício e oferta” no AT. Entre os
israelitas, somente aos sacerdotes era permitido oferecer incenso. Quando o
Senhor deu a Moisés instruções relativas a Arão, essas incluíam regulamentos
estritos concernente ao emprego do incenso no lugar santo (Lv 16.12s.). O
incenso é igualmente usado nas Escrituras como símbolo da oração (Sl 141.2; Ap
8.3s.).
2.1.
O incenso representa o Sacerdócio. O Sacerdote tinha a função de mediar, de
trazer os elementos da expiação dos pecados perante o Eterno. Um dos principais
elementos que eram usados para a expiação da culpa era o קטרת Ketoret, comumente traduzido como
incenso, uma mistura de várias especiarias. Porém, com a vinda de Cristo, e Sua
morte, a Palavra de Deus vai dizer em Mateus 27.51 que esse templo, o véu dele
rasgou, ou seja, não existia conseguia existir mais.
Na Nova Aliança, não é necessário mais
matar animais e fazer holocausto como os Sacerdotes de antigamente, pois,
Cristo entregou-se na cruz do Calvário como o verdadeiro “Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Veja bem o que o Texto de Hebreus 8
versículos 1 e 2 dizem sobre esse Sumo Sacerdote: “Ora, a suma do que temos
dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do
trono da majestade, Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual
o Senhor fundou, e não o homem.”
Os homens não tinham como ter acesso a
Deus, de modo que Deus providenciou um mediador e sumo sacerdote, Jesus
Cristo-homem, o Ungido (escolhido) do Senhor escolhido entre milhares,
encarregado de anunciar aos homens que Deus providenciou um resgate.
Em tudo o Verbo eterno encarnado tornou-se
semelhante aos homens, pois só assim poderia ser misericordioso para com os
pecadores e fiel sumo sacerdote para administrar aos homens o conhecimento de
Deus (Jo 8.28; Jo 12.49-50).
“Por isso convinha que em tudo fosse
semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo
que é de Deus, para expiar os pecados do povo” (Hb 2.17).
3. A
mirra. Este
é talvez o mais misterioso dos presentes. É uma resina produzida por uma
pequena árvore scraggly que cresce em
regiões semidesérticas do Norte de África e o Mar Vermelho. Mirra é uma palavra
árabe que significa amargo, e é considerado um curador de feridas por causa de
sua forte antisséptico e anti-inflamatórias. Mas seu uso mais notável para eles
era a de um material de embalsamamento, usado em múmias egípcias. Como uma
pomada embalsamamento isso significava que Ele nasceu para morrer para o mundo.
Na verdade, Mirra era uma das especiarias sepultamento de Jesus (Jo 19.39).
A mirra simbolizava a Sua paixão e morte.
Desde o Seu nascimento, Jesus já tinha uma missão a cumprir, que era levar
sobre si os pecados da humanidade, receber o castigo em Seu corpo e morrer no
lugar dos pecadores, para fazer a expiação, trazendo perdão a todos aqueles que
creem no Seu nome.
“A multidão de camelos te cobrirá, os
dromedários de Midiã e Efá; todos virão de Sabá; ouro e incenso trarão, e
publicarão os louvores do Senhor.” (Is 60.6).
Jesus é nosso Rei Salvador que em sacrifício
de morte, nos regatou do reino das trevas, para o Reino da vida eterna (Cl
1.3). Seu Reino é de justiça e paz (Jo 3.16). Ele ouve nossas orações,
intercedendo junto a Deus Pai para que possamos alcançar bênçãos e milagres (1ª
Tm 2.5). A renúncia é uma característica dos que seguem a Jesus, pode parecer
difícil viver no mundo e não ser “contaminado” nem derrotado, mas assim como a
mirra que era amarga, porém curativa é vida dos discípulos do Mestre que são
curados e restaurados pela obediência e amor.
Os magos sabiam que Jesus era o profeta
esperado por séculos. Jesus é o Messias Supremo que haveria de vir, cumprindo
todas as profecias a seu respeito e anunciando um novo tempo da Graça de Deus.
CONCLUSÃO. Os Magos/Sábios
do oriente nos ensinam a olhar para os dois livros de Deus, a Natureza e as
Sagradas Escrituras, com a expectativa, buscando a perceber o que Deus se
revela em cada um deles, descobrindo para onde ir nesta jornada rumo ao lugar
onde o Senhor nos aguarda para O adorarmos e experimentarmos a alegria indescritível
que Ele tem separada para cada um de nós. Que você se espelhe nesses sábios e
procure, na revelação Divina, os caminhos para se tornar um adorador melhor,
experimentado o júbilo da presença do Deus Encarnado, Jesus Cristo, o Mashiach
de Israel. Entenda uma coisa, Jesus deve ser Rei, Sacerdote e Salvação em sua
vida, pois, se isso não ocorrer, certamente a sua jornada aqui na terra será
uma catástrofe em trevas e ruínas.
Devemos sempre compreender que carecemos
absolutamente de Cristo. Se você observar cada texto bíblico, eles representam
um Deus maravilhoso, conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e príncipe da
paz diante de uma humanidade caída, sabe quem é a humanidade caída? Eu e você. Até
para respirarmos necessitamos do fôlego de vida que somente Ele nos dá.
Dependa de Deus, viva com Deus, pois tenho
certeza que existe ainda grandes promessas a serem realizadas em sua vida.
FONTE
DE PESQUISA
1.
ANDRADE CLAUDIONOR. Dicionário Teológico 8ª Edição,
CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
2.
BOYER
ORLANDO Comentário Bíblico - Espada Cortante (Mateus). - CPAD, Rio de Janeiro,
RJ.
3.
Comentário Bíblico Beacon - Mateus e Lucas - 1ª edição
2006. CPAD -. Rio de Janeiro, RJ.
4.
FERREIRA JOÃO DE ALMEIDA. Bíblia Shedd. Revista
Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.
5.
FERREIRA JOÃO DE ALMEIDA. Bíblia explicada - S.E.Mc
Nair - 9ª Edição - CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6.
RENATO ANTÔNIO GUSSO. Gramática Instrumental do Hebraico.
1ª Edição: 2005. Ed. Vida Nova.
7.
GOMES GEZIEL. Pequena Enciclopédia Temática da Bíblia.
CPAD -. Rio de Janeiro, RJ.
8.
Os
Reis Magos do Oriente – A Estrela de Belém e os Presentes – Ouro Incenso e
Mirra. https://acruzhebraica.com.br/novo/mateus/os-reis-magos-do-oriente-estrela-de-belem-e-os-presentes-ouro-incenso-e-mirra/- Acesso 23/052020.
9.
Os
magos do Oriente e seus presentes ao Menino Jesus. https://enfoquebiblico.com.br/os-magos-do-oriente/ - acesso dia 23/052020.
10. Strong
James. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Data de Publicação: 2002. Editora:
Sociedade Bíblica do Brasil
11.
Quem
eram os Reis Magos e por que se chamam Melchior, Gaspar e Baltazar? https://www.acidigital.com/noticias/quem-eram-os-reis-magos-e-por-que-se-chamam-melchior-gaspar-e-baltazar-65789
- acesso dia 22/05/2020].
12.
W.
E. Vine / Merril F. Unger / Willian White Jr. Dicionário Vine. O Significado
Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento. CPAD -. Rio
de Janeiro, RJ.
Estudo elaborado
pelo:
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau – SC.