TEOLOGIA EM FOCO

sábado, 21 de agosto de 2021

JACÓ NA CASA DE LABÃO

 


Gn 29.16-35 “E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da menor Raquel. 17- Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista. 18- E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor. 19- Então disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que eu a dê a outro homem; fica comigo. 20- Assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava. 21- E disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu me case com ela. 22- Então reuniu Labão a todos os homens daquele lugar, e fez um banquete. 23- E aconteceu, à tarde, que tomou Lia, sua filha, e trouxe-a a Jacó que a possuiu. 24- E Labão deu sua serva Zilpa a Lia, sua filha, por serva. 25- E aconteceu que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? 26- E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita. 27- Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servires.28- E Jacó fez assim, e cumpriu a semana de Lia; então lhe deu por mulher Raquel sua filha. 29- E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha. 30- E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos. 31- Vendo, pois, o Senhor que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril. 32- E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. 33- E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão.34- E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi. 35- E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou-o Judá; e cessou de dar à luz.”

INTRODUÇÃO. Deus fez uma promessa ao patriarca Abraão dizendo que ele seria pai de uma grande nação. Esta promessa é transferida para Isaque seu filho, e as promessas de Isaque são passada par Jacó.

Gênesis 29 inicia mostrando a chegada de Jacó à região de Harã. Ele havia fugido de sua casa por causa da ira de seu irmão, Esaú; e também estava indo à casa de seu tio Labão para arrumar uma esposa dentre a parentela de sua mãe (Gênesis 27).

Esta história acontece aproximadamente 4.000 a.C.

I. A FUGA DE JACÓ

1. O caminho de Jacó. Quando Jacó enganou seu irmã Esaú e ele ficou furioso a ponto de querer matar seu irmão, então Jacó, fugiu para casa de seu tio Labão irmão de Rebeca sua mãe que morava em Harã.

V. 1. “Então Jacó seguiu o seu caminho, e chegou na terra do povo do oriente.”

Então Jacó seguiu o seu caminho. No original hebraico, Jacó levantou os pés. Ele retomou seu caminho na manhã seguinte com um coração leve e passos rápidos após a visão da escada; pois os sinais do favor divino tendem a acelerar o cumprimento do dever.

2. A chegada de Jacó a Harã. A Bíblia diz que quando ele chega em Harã encontrou um poço com uma grande pedra em cima.

V. 2-5. “E, olhando, viu um poço no campo e três rebanhos de ovelhas deitadas próximas a ele, porque daquele poço davam de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra que tapava a boca do poço. 3- E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a boca do poço, e davam de beber às ovelhas; e tornavam a pôr a pedra sobre a boca do poço, no seu lugar. 4- E disse-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? E disseram: Somos de Harã. 5- E ele lhes disse: Conheceis a Labão, filho de Naor? E disseram: Conhecemos.”

Já perto de Harã, Jacó encontrou três rebanhos de ovelhas reunidos perto de um poço no campo, provavelmente uma cisterna, mas ninguém lhes dava água.

Nos lugares áridos do Oriente os poços de água eram cobertos (e ainda são) para não fossem cheios da areia que é carregada pelo vento. Assim, para que o poço não ficasse aberto por muito tempo esperava-se para tirar a água quando todos os rebanhos estivessem reunidos; e quando se terminasse, o poço era imediatamente fechado novamente.

Então Jacó cumprimentou gentilmente aqueles homens e lhes perguntou de onde eles eram. Quando os homens disseram que eram de Harã, Jacó lhes perguntou se eles conheciam Labão. Os homens lhe responderam que sim, e que, por sinal, sua filha Raquel estava se aproximando dali trazendo as ovelhas de seu pai (Gênesis 29.4-6).

Filho de Naor, ou seja, descendente de Naor. Labão era cronologicamente filho de Betuel e neto de Naor.”

Os pastores estavam esperando a filha de Labão chegar com seu rebanho, para que todos ajudassem na remoção da pedra e depois tapassem o poço novamente. Como na história do capítulo 24, esta narrativa assinala a segurança pessoal das mulheres na sociedade de Harã, mesmo em campo aberto.

3. Os pastores esperavam um pelos outros. V. 6-7. Disse-lhes mais: Está ele bem? E disseram: Está bem, e eis aqui Raquel sua filha, que vem com as ovelhas. 7- E ele disse: Eis que ainda é pleno dia, não é tempo de ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide apascentá-las.”

Eles esperavam um pelos outros para que a pedra fosse removida e todos ajudavam a tirar a pedra e colocavam juntos. Mas Jacó disse: “Deem de beber às ovelhas, e as levem de volta para o pasto.”

4. Até que se juntem todos os rebanhos. V. 8. “E disseram: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e removam a pedra de sobre a boca do poço, para que demos de beber às ovelhas.”

Visto que três pastores com seus rebanhos já estavam reunidos ali, a indicação é de que eram necessários mais homens do que apenas aqueles para remover a enorme pedra. Esses pastores serviram para realçar a ambição, a energia e a força de Jacó.

II. O ENCONTRO DE JACÓ COM RAQUEL

Gn 29. 9-12 “Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora. 10- E aconteceu que, vendo Jacó a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe. 11- E Jacó beijou a Raquel, e levantou a sua voz e chorou.

1. Raquel chegou com o rebanho de seu pai. Rapidamente Raquel chegou ao poço. Após fazer isso, Jacó beijou Raquel e chorou. O beijo naquele contexto era um gesto de cumprimento comum entre parentes. Em seguida Jacó contou a Raquel que eles eram parentes e rapidamente ela foi contar a Labão (v. 12).

2. A visão da prima Raquel (v. 10) mudou Jacó em um modelo de força. Ao vê-la, imediatamente Jacó removeu a pedra do poço e deu água às ovelhas de Labão. Provavelmente a pedra que cobria o poço era pesada, foi prontamente retirada pelos arrancos vigorosos do estranho de Canaã e a atitude de Jacó certamente deu uma boa impressão de sua utilidade para o trabalho. Cântaro após cântaro de água foi tirado do poço para as ovelhas da moça.

3. Beijou a moça e chorou e em alta voz (v. 11). Raquel deve ter ficado agradavelmente surpresa quando foi beijada pelo emocionado Jacó, o qual se identificou como seu primo. O termo irmão (v. 12) tem aqui o sentido de parente; na verdade, Jacó era sobrinho de Labão.

4 Identificou quem ele era. V. 12. “E Jacó anunciou a Raquel que era irmão de seu pai, e que era filho de Rebeca; então ela correu, e o anunciou a seu pai.”

Parente de seu pai. No original hebraico, irmão de seu pai. O termo “irmão” no Oriente é usado para diversos tipos de relacionamento, como tio, primo ou sobrinho.

Sem dúvida esse encontro de Jacó e Raquel junto ao poço na região de Harã revela a providência divina cuidando de cada detalhe da história da redenção.

III. O ENCONTRO DE JACÓ NA CASA DE LABÃO

Vs. 13-15 “E aconteceu que, ouvindo Labão as novas de Jacó, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e beijou-o, e levou-o à sua casa; e ele contou a Labão todas estas coisas. 14- Então Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e a minha carne. E ficou com ele um mês inteiro. 15- Depois disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário.”

1. A reação da casa foi imediata e hospitaleira. Labão, à maneira autenticamente oriental, abraçou e beijou o parente. Na hora da refeição com a família, Jacó contou a Labão tudo o que havia acontecido em sua viagem e ficou hospedado em sua casa. Durante um mês, não houve indicação de que Labão não tivesse pensamentos de puro afeto por Jacó. Depois de um mês que Jacó estava ali, Labão achou justo que Jacó estabelecesse um salário para servir em sua casa. Foi nesse momento que Jacó propôs servir Labão por sete anos em troca de poder casar-se com Raquel.

2. Labão tinha duas filhas. Vs. 16-20 “E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da menor Raquel. 17- Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista. 18- E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor. 19- Então disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que eu a dê a outro homem; fica comigo. 20- Assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava.”

3. Lia era a mais velha, e Raquel a mais nova. Lia ou Lea (em hebraico: לֵאָה), é uma matriarca bíblica, filha mais velha de Labão, sobrinha de Rebeca e irmã de Raquel. É também prima e a primeira esposa de Jacó, conforme descrito no livro bíblico de Génesis

Sobre Lia, o texto de Gênesis 29 apenas diz que ela tinha olhos tenros ou fracos.

Raquel, (em hebraico: Rachael; רחל; Rahel ou Racael, é uma das personagens da Bíblia; filha de Labão, sobrinha de Rebeca, irmã mais nova de Lea, prima e esposa favorita de Jacó e mãe de José e Benjamim. O seu nome tem origem hebraica cujo significado é “ovelha”, é descrita como sendo formosa de porte e de semblante (17). Jacó amava profundamente Raquel, e acordou com Labão que trabalharia sete anos pelo direito de casar-se com ela (18).

4. Jacó é enganado por Labão. Gênesis 29.21-30 “E disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu me case com ela. 22- Então reuniu Labão a todos os homens daquele lugar, e fez um banquete. 23- E aconteceu, à tarde, que tomou Lia, sua filha, e trouxe-a a Jacó que a possuiu. 24- E Labão deu sua serva Zilpa a Lia, sua filha, por serva. 25- E aconteceu que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? 26- E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita. 27- Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servires. 28- E Jacó fez assim, e cumpriu a semana de Lia; então lhe deu por mulher Raquel sua filha. 29- E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha. 30- E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos.”

4.1. Lia foi vítima de um golpe que seu pai deu em Jacó, obrigando-o trabalhar por sete anos em troca de sua irmã Raquel. Passados os sete anos, Jacó pediu a Labão que lhe desse Raquel em casamento. Então Labão deu um grande banquete e à noite entregou sua filha a Jacó. O problema foi que Labão não entregou a Jacó Raquel em casamento, mas Lia (v. 23). Isso quer dizer que o homem que tinha enganado o pai, agora havia sido enganado pelo sogro.

“...quando a noite chegou...” “...Jacó deitou-se com ela”. A escuridão ou talvez um véu (v. 24.25) pode ter ocultado a identidade de Lia.

4.2. Jacó foi tirar satisfação com seu tio e sogro. Gn 29.25,26 “E aconteceu que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? 26- E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita.”

“...me enganou.” Chegara a vez de Jacó, o enganador, como denunciavam seu nome: Jaco significa ele agarra o calcanhar ou ele age traiçoeiramente; e seu comportamento. Agora Jacó também foi enganado. Aquele que empregara todos os meios para granjear os benefícios do primogênito teve de receber, a contragosto, a primogênita (vs. 16, 26). [Bíblia de Estudo NVI Vida].

Ao reclamar com Labão ouviu dele que a primogênita deveria se casar antes em nome da tradição local.

Pelo fato de ser noite, de a noiva estar coberta – segundo o costume da época, e de tudo ter ocorrido após um grande banquete, Jacó não percebeu que tinha desposado a mulher errada. Somente no outro dia pela manhã que ele percebeu que tinha dormido com Lia, e não com Raquel (v. 25).

Então, Jacó escutou de Labão que naquelas terras a filha mais nova jamais deveria se casar antes da filha mais velha, ou seja, era cultura daquela época se casar primeiro a mais velha.

4.3. Jacó faz um novo acordo com Labão. Gn 29.27 “Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servires.”

Os dois entraram em um acordo, Jacó continua com Lia e se casa com Raquel em troca de mais sete anos de trabalho nas terras de Labão. Então assim que se passou a semana das bodas de Lia, Jacó recebeu Raquel como esposa. Mas a atitude astuta e egoísta de Labão resultou em uma permanente fonte de discórdia na família de Jacó. O patriarca hebreu amava mais a Raquel do que a Lia, e isso motivou uma grande rivalidade entre as irmãs (vs. 28-30).

4.4. Jacó concordou com a proposta de Labão porque amava Raquel. Então assim que se passou a semana das bodas de Lia, Jacó recebeu Raquel como esposa. Mas a atitude astuta e egoísta de Labão resultou em uma permanente fonte de discórdia na família de Jacó. O patriarca hebreu amava mais a Raquel do que a Lia, e isso motivou uma grande rivalidade entre as irmãs (28-30).

5. A esterilidade de Raquel. Gn 29.30-35 “E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos. Vendo, pois, o Senhor que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.

Jacó amava mais Raquel do que Lia, e ficou bastante angustiado quando descobriu que Raquel era estéril (vs. 30,31). Lia, por outro lado, deu filhos a Jacó, o que causou ciúmes em Raquel.

Naquela região havia um costume de que se uma mulher de classe social elevada fosse estéril, ela poderia ter uma serva (escrava) que daria à luz filhos que seriam legalmente seus. Raquel se aproveitou de tal costume e obrigou Jacó a ter filhos de sua serva Bila (Gn 30.3).

5.1. Esposa não amada foi abençoada. Gn 29.32-5 “E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. 33- E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão. 34- Concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi. 35- E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou-o Judá; e cessou de dar à luz.”

Jacó amava mais Raquel do que Lia, e ficou bastante angustiado quando descobriu que Raquel era estéril (vs. 30,31). Lia, por outro lado, deu filhos a Jacó, o que causou ciúmes em Raquel.

Por meio de Lia, Deus rapidamente deu a Jacó quatro filhos, um após o outro: “Quando o Senhor viu que Lia era desprezada, concedeu-lhe filhos; Raquel, porém, era estéril” (Gn 29.31). Após alguns anos, Raquel estava frustrada e confrontou Jacó: “Dê-me filhos ou morrerei!” (Gn 30.1). A resposta de Jacó foi dura, mas expressou uma importante verdade teológica: “Por acaso estou no lugar de Deus, que a impediu de ter filhos?” (Gn 30.2). Deus é soberano e filhos são um presente vindo dEle. Quão irônico é que cada irmã possuía o que a outra queria. Lia tinha filhos, mas não tinha o amor de seu marido. Raquel tinha o amor de seu marido, mas não tinha filhos. Por meio disso tudo, Deus estava buscando a atenção de ambas as mulheres para atraí-las a si mesmo.

5.2. Deus ouviu Raquel. Gn 30.22-24 “Então Deus lembrou-se de Raquel. Deus ouviu o seu clamor e a tornou fértil. 23- Ela engravidou, e deu à luz um filho e disse: Deus tirou de mim a minha humilhação. 24- Deu-lhe o nome de José e disse: Que o Senhor me acrescente ainda outro filho.”

Apesar de seu plano ter funcionado, Raquel ainda buscava desesperadamente a possibilidade de ter um filho biológico. A Bíblia diz que suas orações foram ouvidas e ela concebeu José.

IV. JACÓ É ABUNDANTEMENTE ABENÇOADO POR DEUS ANTES DE SUA VOLTA À TERRA DE CANAÃ

Até este ponto, Deus havia dado a Jacó uma família, onze filhos e uma filha. Mas ele era pobre, pois todo o seu trabalho havia sido feito exclusivamente para ganhar suas duas esposas: não havia recebido recompensa material em forma de salário ou bens. Mesmo tendo sido logrado por Labão, ele honestamente cumpriu com sua parte do acordo.

1. O Acordo feito entre Jacó e Labão (Cap. 30.27-36). Jacó pediu para si o gado anormal (ovelhas negras e cabras malhadas) pois a cor normal das ovelhas era branca e a das cabras, preta (Cantares 4.2; 6.6; 4.1). Labão acreditou estar fazendo um bom negócio e agiu com astúcia e prontidão mandando para longe os animais que proporcionariam a Jacó um aumento de salário.

2. Deus abençoa grandemente a Jacó. (Cap. 30.37 -43. Cap. 31.7-12) Nos anos seguintes mudou repetidamente a forma de pagamento (31.7), mas com a ajuda do Senhor Jacó ia sendo abençoado e enriquecendo. Vemos de forma maravilhosa o Senhor operando um grande milagre para frustrar a esperteza de Labão e abençoar a Jacó.

V. JACÓ E AS VARAS RISCADAS

Gênesis 30.27-43 “Então lhe disse Labão: Se agora tenho achado graça em teus olhos, fica comigo. Tenho experimentado que o Senhor me abençoou por amor de ti. 28- E disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei. 29- Então lhe disse: Tu sabes como te tenho servido, e como passou o teu gado comigo. 30- Porque o pouco que tinhas antes de mim tem aumentado em grande número; e o SENHOR te tem abençoado por meu trabalho. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por minha casa? 31- E disse ele: Que te darei? Então disse Jacó: Nada me darás. Se me fizeres isto, tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho. 32- Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos os salpicados e malhados, e todos os morenos entre os cordeiros, e os malhados e salpicados entre as cabras; e isto será o meu salário. 33- Assim testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres e o meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros, ser-me-á por furto. 34- Então disse Labão: Quem dera seja conforme a tua palavra. 35- E separou naquele mesmo dia os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, todos em que havia brancura, e todos os morenos entre os cordeiros; e deu-os nas mãos dos seus filhos. 36- E pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava o restante dos rebanhos de Labão.37- Então tomou Jacó varas verdes de álamo e de aveleira e de castanheiro, e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia. 38- E pôs estas varas, que tinha descascado, em frente aos rebanhos, nos canos e nos bebedouros de água, aonde os rebanhos vinham beber, para que concebessem quando vinham beber. 39- E concebiam os rebanhos diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas.40- Então separou Jacó os cordeiros, e pôs as faces do rebanho para os listrados, e todo o moreno entre o rebanho de Labão; e pôs o seu rebanho à parte, e não o pôs com o rebanho de Labão. 41- E sucedia que cada vez que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas nos canos, diante dos olhos do rebanho, para que concebessem diante das varas. 42- Mas, quando era fraco o rebanho, não as punha. Assim as fracas eram de Labão, e as fortes de Jacó. 43- E cresceu o homem em grande maneira, e teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos e jumentos.”

1. Por que varas riscadas. Jacó era o portador da benção de Deus, ele era alvo de uma poderosa promessa que Deus fizera a seu pai Isaque e seu avô Abraão. Outro motivo especial para Jacó ter colocado as três varas é o fato de que Jacó teve uma revelação de Deus, acerca de como Deus o abençoaria neste negócio.

2. O sonho de Jacó com as ovelhas salpicadas. Jacó teve um sonho que na verdade foi uma revelação e ele viu nesse sonho como seria o seu grande rebanho!

Enquanto alguns vêm Jacó como um sonhador quando separa as varas, eu o vejo acreditando no que lhe foi revelado e expressando isso com atitude, creio que ele fez aquilo não para as ovelhas, mas para si mesmo, ele fala em seu coração: “É desta forma que Deus me revelou, e será desta forma que acontecerá”.

A estratégia poderia ser usada por Labão ou por qualquer outra pessoa, mas não daria certo. Todas as coisas só concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8.28). Por isso vamos aprender com a estratégia que Deus deu a Yaacov.

3. As três varas que Jacó providenciou. Vejamos as três espécies de varas as quais Jacó colocou diante do rebanho de Labão, e o porquê dessa estratégia, que eu chamo de ato profético realizado por um homem que tem visões. Agora que você já sabe que tudo isso não foi invenção da cabeça de Jacó, vamos entender os segredos da Bíblia.

3.1. O álamo. Ao escolher uma vara de Álamo, Jacó estava profetizando que seu rebanho seria um rebanho de grande porte assim como a árvore de álamo, e seria também um rebanho belo e vistoso, tantos machos como fêmeas, um rebanho que cresceria como o vento, a lã seria como um algodão, macias e brancas. Seu rebanho teria um crescimento rápido e seria conhecido por todos. As raízes de seu rebanho seriam robusta e fortes. Ainda estava profetizando que seu rebanho resistiria a períodos de estiagem, suportando geadas e frio intenso. Pois se você não sabe nos desertos de Israel a temperatura durante o dia pode chegar a mais de 40° graus e durante a noite a temperatura cai a até 3° graus, já imaginou.

3.2. A aveleira. Ao escolher uma vara de aveleira Jacó dá prosseguimento ao ato profético que lhe fora revelado por Deus, pois veja bem. A aveleira é uma pequena árvore, porém aparece de forma espontânea, isso me mostra que Jacó estava profetizando que suas fêmeas gerariam espontaneamente, e a carne de seu rebanho seria como o fruto da avelã totalmente saboroso rico em proteínas. Sabemos que tudo na ovelha é aproveitado, sua lã, sua carne, seu couro, seus chifres, seu leite, por isso Jacó sem dúvida era um grande profeta que ao receber de Deus uma revelação sou muito bem realiza-la.

3.3. A castanheira. Para finalizar ao escolher uma vara de castanheira o sábio Jacó estava profetizando que seu rebanho seria alto e forte, seus reprodutores seriam os melhores da região como o tronco da castanheira, pois outros criadores pagariam muito para que suas fêmeas fossem cobertas pelos machos do rebanho de Jacó, pois como a castanheira outras plantas vivem em função dela. As crias de seu rebanho seriam fortes como a casca do fruto da castanheira, e estes gerariam outras tantas crias. Os rebanhos de Jacó viveriam muitos e muitos anos.

Jacó aparentemente não protestou, mas dedicou-se ao seu trabalho, e usou dos recursos que conhecia para fazer com que os cordeiros e cabritos que nascessem fossem pretos, malhados ou salpicados. Teve grande sucesso, e usou de uma técnica de seleção a fim de aprimorar seu próprio rebanho. Durante seis anos seu rebanho se multiplicou, e devido à sua técnica, as ovelhas de Labão eram fracas e as dele, fortes. Ele enriqueceu, adquirindo muitos rebanhos, escravos, camelos e jumentos, o que ele atribuiu a Deus.

VI. A PROSPERIDADE DE JACÓ INCOMODA LABÃO

Gênesis 31.1-7 “Então ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória. 2- Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como anteriormente. 3- E disse o Senhor a Jacó: Torna-te à terra dos teus pais, e à tua parentela, e eu serei contigo. 4- Então mandou Jacó chamar a Raquel e a Lia ao campo, para junto do seu rebanho. 5- E disse-lhes: Vejo que o rosto de vosso pai não é para comigo como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado comigo. 6- E vós mesmas sabeis que com todo o meu esforço tenho servido a vosso pai. 7- Mas vosso pai me enganou e mudou o salário dez vezes; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal.”

1. A inveja de Labão. Mas ao fim deste tempo, seu sucesso já estava causando inveja aos filhos de Labão, e mesmo Labão já não mais o via com bons olhos como antes. O SENHOR mandou Jacó voltar a Canaã, prometendo protegê-lo. Jacó então chamou Raquel e Lia ao campo, para uma conferência secreta.

2. Jacó reúne suas esposas. Jacó Ele relatou às suas esposas como Labão estava se virando contra ele, apesar de toda a sua dedicação. Frequentemente Labão havia procurado reduzir o ordenado de Jacó, limitando seus ganhos ora aos animais malhados, ou aos listados, mas Deus havia dirigido as coisas de forma que Jacó não sofrera dano. Finalmente Deus o mandara voltar para sua terra.

3. Suas esposas sentiam-se igualmente defraudadas por Labão. De acordo com os costumes da época, elas deveriam ter recebido os benefícios do dote pago por Jacó com seus quatorze anos de trabalho pesado. Como Labão não havia lhes dado nada, elas perceberam que nada iriam herdar dele. Elas, portanto, concordaram imediatamente com o plano de Jacó, de reunir tudo o que possuíam e partir dali para a terra dele.

4. O Senhor Deus ordena Jacó voltar para sua terra. Jacó então reuniu sua família, montando todos em camelos. Era um dia em que Labão havia saído para tosquiar suas ovelhas (guardadas por seus filhos a três dias de viagem dali), e Raquel aproveitou para roubar dele seus ídolos do lar: estes eram pequenos ídolos, ou imagens, feitos de madeira ou metal, também chamados terafim que os povos daquele tempo (e ainda hoje!) guardavam em suas casas julgando que lhes davam proteção e orientação em tempos de necessidade. A maior porção da herança de uma família passava à pessoa a quem fossem legados.

É provável que Raquel furtou as imagens do seu pai a fim de que, segundo ela pensava, elas não revelassem para onde eles estariam fugindo ou, quem sabe, ela pretendia mais tarde reivindicar para si a herança da família com elas; outra teoria, ainda, é que ela, conhecendo o Deus verdadeiro através de seu marido, tirou os ídolos do seu pai a fim de que ele percebesse que eles não tinham poder algum para impedir que eles se fossem.

VII. JACÓ FOGE DE LABÃO

Gênesis 31.24-29 “Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal. 25-Alcançou, pois, Labão a Jacó, e armara Jacó a sua tenda naquela montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua, na montanha de Gileade. 26- Então disse Labão a Jacó: Que fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela espada? 27 Por que fugiste ocultamente, e lograste-me, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com harpa? 28- Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente agiste, agora, fazendo assim. 29- Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.”

O relacionamento entre Jacó e Labão começou a ficar muito difícil, e Jacó resolveu fugir com sua família. Jacó havia prosperado muito enquanto trabalhava para Labão. Quando fugiu, Jacó levou consigo, além de sua família, os seus rebanhos.

Labão, quando ficou sabendo que Jacó havia fugido, saiu atrás dele e o alcançou na montanha de Gileade. Mas Deus advertiu Labão em sonho:

– Não fale nem bem nem mal a Jacó.

Quando Labão encontrou a Jacó ele disse:

Que fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela espada? Por que fugiste ocultamente, e lograste-me, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com harpa? Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal. E agora se querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?

Jacó respondeu:

– Tive medo que você não deixasse que suas filhas viessem comigo. Quanto aos seus deuses, aquele que for achado com eles deve ser morto (Jacó não sabia que Raquel havia roubado).

Labão e seus servos procuraram, mas não acharam os ídolos. Raquel havia escondido muito bem. Então Jacó ficou furioso e desabafou:

Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes. Estava eu assim: De dia me consumia o calor, e de noite a geada; e o meu sono fugiu dos meus olhos. Deus atendeu à minha aflição, e ao trabalho das minhas mãos, e repreendeu-te ontem à noite.” (Gn 31.42).

Labão propôs que os dois fizessem uma aliança de respeito mútuo. E assim foi feito. Jacó ofereceu sacrifício e ergueu um monte de pedras, eles comeram o pão juntos e pela manhã Labão se despediu de suas filhas e partiu.

VIII. A MORTE DE LIA E RAQUEL

1. Morte de Raquel parto de Benjamim.

Depois de alguns anos, quando Jacó já tinha saído das terras de Labão, Raquel mais uma vez engravidou. A Bíblia não fornece qualquer detalhe sobre o período de gravidez de Raquel, mas informa que o seu parto ocorreu perto de Efrata — um nome alternativo na Bíblia para Belém.

Então foi no momento do parto que Raquel teve complicações. Nos tempos antigos os partos sempre representavam um risco grande para as mulheres, devido à falta de recursos daquela época. Uma complicação qualquer podia implicar em algo extremamente grave que muitas vezes levava a mulher à morte.

Aparentemente Raquel conseguiu sobreviver, ou pelo menos se manter lúcida, tempo suficiente para chamar o menino pelo nome Benoni. O nome Benoni expressava toda a aflição de Raquel naquele momento, e seu significado possui o sentido de “filho do meu sofrimento” (Gn 35.18). Entretanto, o texto bíblico diz que Jacó mudou o nome do menino para Benjamim, cujo significado é “filho da mão direita”. Benjamim foi o filho caçula de Jacó.

Após a morte de Raquel, a Bíblia diz que o seu corpo foi sepultado por Jacó no caminho de Efrata. Jacó também ergueu um tipo de memorial sobre a sepultura de Raquel que permaneceu edificado por muito tempo. Nos dias em que Moisés escreveu o livro de Gênesis, o memorial feito por Jacó ainda existia (Gn 35.20).

Na época do profeta Samuel a localização da sepultura de Raquel ainda era conhecida (1º Sm 10.2). Mas com o tempo, sua localização foi perdida, apesar de existir uma tradição que afirma que a sepultura ficava num lugar distante uns dois quilômetros ao norte de Belém.

2. A morte de Lia.

A Lia faleceu antes de Jacó e foi enterrada numa gruta que estava no campo de Efrom, o hitita, na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, em Canaã, campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade para sepultura familiar.

Nesse local foram enterrados, além de Jacó, Abraão e sua esposa Sara, Isaque e sua esposa Rebeca (Gn 49.29-31).

IX. A MORTE DE JACÓ

1. O período final da vida de Jacó.

Gênesis 49.27-33 “Os israelitas se estabeleceram no Egito, na região de Gósen. Lá adquiriram propriedades, foram prolíferos e multiplicaram-se muito. 28- Jacó viveu dezessete anos no Egito, e os anos da sua vida chegaram a cento e quarenta e sete. 29- A seguir, Jacó deu-lhes estas instruções: Estou para ser reunido aos meus antepassados. Sepultem-me junto aos meus pais na caverna do campo de Efrom, o hitita, 30- na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, em Canaã, campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade para sepultura. 31- Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, e Isaque e Rebeca, sua mulher; ali também sepultei Lia. 32- Tanto o campo como a caverna que nele está foram comprados dos hititas. 33- Ao acabar de dar essas instruções a seus filhos, Jacó deitou-se, expirou e foi reunido aos seus antepassados.”

Gênesis 47.27,28 “Os israelitas se estabeleceram no Egito, na região de Gósen. Lá adquiriram propriedades, foram prolíferos e multiplicaram-se muito. 28- Jacó viveu dezessete anos no Egito, e os anos da sua vida chegaram a cento e quarenta e sete.”

Gênesis 47 termina informando que Jacó viveu mais dezessete anos no Egito, totalizando cento e quarenta e sete anos. Ali sua família prosperou e se multiplicou (Gn 47.27,28).

Quando o tempo de sua morte já estava se aproximando, Jacó chamou a José e o fez jurar que não deixaria que seu corpo fosse enterrado no Egito, mas que cuidaria de sepultá-lo em Canaã junto de seus pais (Gn 47.29-30). José confirmou solenemente a Jacó que seu pedido seria atendido (Gn 47.31).

Jacó, quando em idade avançada, escolheu ser enterrado na sepultura da família, perto de Lia (Gn 49.31), em vez de escolher ser sepultado perto de Belém, onde Raquel estava enterrada. Talvez, ele finalmente tenha vindo a apreciar Lia.

CONCLUSÃO. Jacó retorna à Terra de seus pais com 60 anos (40 anos na ida mais 20 em Padã-Arã) e ainda vê seu pai durante mais 60 anos, que morre com 180 anos de idade, 10 anos antes de Jacó ir para o Egito encontrar seu filho José (Gn 35.28). Jacó viveu 17 anos no Egito (Gn 47.28) e morreu aos 147 anos.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O QUE É LIMBO

 


Limbo e religião

Na religião católica, o limbo consiste em um lugar para onde iam as crianças que morriam sem terem sido batizadas. De acordo com uma antiga doutrina da Igreja católica estas crianças não iam para o céu porque não possuíam graça batismal, mas também não iam para o Inferno porque não tinham pecado pessoal.

O conceito de limbo só surgiu a partir do século XIII, sendo que antes disso, algumas figuras da Igreja Católica, como Santo Agostinho afirmavam que tais crianças iam para o inferno. Na Idade Média, a expressão limbus infantum se referia às crianças, enquanto a limbus patrum era referente aos santos que tinham nascido antes de Cristo.

O dogma da Igreja Católica diz que o batismo é necessário para a salvação, seja batismo de água, de sangue ou de desejo.

Portanto, o limbo foi abolido em 2007. Atualmente, a igreja católica tem uma posição semelhante a denominações evangélicas, que afirmam que as crianças que morrem antes de chegarem à idade da razão vão para o Céu.

Ao escrever à Igreja em Corinto, o apóstolo Paulo exortou os crentes a não irem além do que está escrito (1ª a Coríntios 4.6). Paulo fez essa admoestação para que os crentes tivessem paz uns com os outros.

Pois João disse: “Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus...” (2ª Jo 9-11). Guardando-nos limpo de participar de algum “Mal Eclesiástico” – coisas que não é de acordo com a Palavra de Deus (desordem religiosa).

A carta de 2 João tem como tema principal o combate aos falsos mestres que estavam contaminando a igreja de Cristo. João adverte aos leitores sobre esses enganadores que se usam do evangelho para propagar falsos ensinos.

Quando a nossa fé é guiada pela Palavra de Deus, então ela se assemelha à dos demais irmãos, gerando unidade. Quando a fé de alguém é fruto de sua “espiritualidade”, então ela pode divergir da Bíblia, criando divisões no corpo de Cristo.

Conservar-se nos limites das Sagradas Escrituras é atitude prudente, e resulta em segurança e estabilidade para a fé.

Em Maio de 2007, o programa de televisão “Fantástico” da Rede Globo, veiculou a notícia de que o Papa Bento XVI RECONHECEU O ERRO da Igreja ao ensinar, durante muitos anos, que a criança que morresse sem o batismo iria para o Limbo – o lugar de tormento purgatório das crianças.

Importante que a Igreja Romana recolheu mais um erro doutrinário. Contudo, o sofrimento gerado às mães que, ao longo dos anos, viram seus filhos morrerem sem batismo, crendo que iam para o Limbo, teria sido poupado se a igreja tivesse atentado para a instrução: “não ir ALÉM do que está escrito!”.

Ao longo dos anos a Igreja Romana vem criando dogmas e tradições sem base bíblica, levando as pessoas acreditarem mais na tradição criada pelos homens no que a Verdade do Evangelho.

Existem religiões que já pregaram racismos, outras que já mudaram suas doutrinas diversas vezes ao longo dos anos, tudo por querer ensinar o que não estava escrito na Bíblia que é a Palavra de Deus.

Alguns falam que a Bíblia é ultrapassada e acreditam em homens (fábulas ou modismo) e depois de anos esses homens voltam atrás do que ensinaram para os seus doutrinados.

Deus fala na Bíblia, o tempo passa, mas a minha palavra NUNCA PASSARÁ.

A Bíblia nunca estará ultrapassada.

Nunca deixem se iludir que você é ultrapassado por seguir ou tentar seguir as palavras da Bíblia, porque esse é o caminho da verdade e infelizmente as pessoas acreditam em homens que vão além do que está escrito na Bíblia com doutrinas falhas e contraditórias e ainda falam que foram reveladas por Deus.

Por isso, nesse tempo de efervescência da espiritualidade, é bom sempre conferir coisas espirituais com espirituais (1ª Co 2.13).

E isso, não apenas em relação aos outros, mas a nós mesmos; COMO DIZ A ESCRITURA: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia” (1ª Co 10.12).

Pr. Elias Ribas

Dr. Em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau -SC

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO



LEITURA BÍBLICA

Lucas 24.49, 52 “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. 52- E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém.”

Atos 2.1-4 “Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2- e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3- E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4- E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”

INTRODUÇÃO.

O batismo com o Espírito Santo é um revestimento de poder, com a evidência física inicial das línguas estranhas para o ingresso do crente numa vida de profunda adoração e eficiente serviço a Deus (Lc 24.49; At 1.8; 10.46; 1ª Co 14.15,26).

No entanto, o batismo do Espírito, como vemos em 1ª Co 12.13; Gl 3.27; Ef 4.5, trata-se de um batismo figurado, apesar de real. Todos aqueles que experimentaram o novo nascimento (Jo 3.5) são imersos no corpo místico de Cristo (Hb 12.23; 1ª Co 12.12ss). Nesse sentido, todos os salvos são batizados pelo Espírito Santo, mas nem todos são batizados com o Espírito Santo.

O batismo no Espírito Santo é a experiência subsequente a salvação que capacita o crente:

1. Ao ministério evangelístico (At 1.8; 8.1-40);

2. A falar em outras línguas (At 2.4; 10.45,46);

3. A testemunhar com poder e ousadia (At 4.7-22,31);

4. Agir sobrenaturalmente (At 5.1-11; 13.8-12; 6.8; 16.16-20);

5. A servir a igreja em suas necessidades sociais (At 6.1-7);

6. Atender a chamada ministerial específica (At 13.1-4; 26.29; 10.1-48; At 20.24);

7. A contribuir com o avanço do Reino de Deus (5.14-16,42; 6.7; 8.25; 9.31; 19.20; 28.31);

8. A glorificar e orar a Deus poderosamente (At 10.45,46; 16.15; 4.31; Ef 5.18-20; Cl 3.16; Rm 8.26; Jd v. 20).

Por essas e outras inumeráveis razões o crente deve orar e glorificar intensamente a Deus a fim de que receba a magnífica promessa do batismo no Espírito Santo.

I. A PROMESSA DO BATISMO E O SEU CUMPRIMENTO

Dos cerca de 500 irmãos que viram Jesus ressurreto e ouviram o seu chamado para o cenáculo em Jerusalém (Lc 24.49), apenas 120 deles atenderam (1ª Co 15.6). Que acontecera aos demais que lá foram? Nem todos buscam com sede e perseverança o batismo com o Espírito Santo.

1. Analogia do batismo. Tanto Jesus quanto João Batista empregaram o termo “batismo” para descrever o revestimento de poder do Espírito Santo sobre o crente (At 1.5; 11.16; Mt 3.11; Mc 1.8). Ora, em todo batismo têm de haver três condições para que esse ato se realize: um candidato a ser batizado; um batizador; e um elemento ou meio em que o candidato será imerso. No batismo com o Espírito Santo, o candidato é o crente; o batizador é o Senhor Jesus; e o elemento ou meio em que o filho de Deus é imerso é o Espírito Santo.

2. A promessa do batismo pentecostal. Há várias promessas de Deus no Antigo Testamento a respeito do derramamento do Espírito sobre o povo, mas a principal é a que foi proferida pelo profeta Joel, uns 800 anos antes do advento de Cristo (Jl 2.28-32).

3. Predita por João Batista. João foi o arauto de Jesus; foi homem cheio do Espírito Santo. Em todos os quatro Evangelhos ele confirma a promessa do batismo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; At 11.16).

4. Confirmada por Jesus. Em diversas ocasiões Jesus confirmou a promessa do batismo com o Espírito Santo.

4.1. Jesus declarou: “falarão novas línguas”. Marcos 16.17 “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas.”

4.2. Jesus denominou a promessa como a “promessa de meu Pai”. Lucas 24.49 “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.”

O batismo com o Espírito Santo foi o último assunto de Jesus aos seus, antes da sua ascensão (vv.50,51).

4.3. No dia do pentecoste. At 2.1-4 “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar. 2- E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3- E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4- E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” Pedro, após ser batizado com o Espírito Santo e pregar no Dia de Pentecostes, encerrou o seu sermão citando a promessa do batismo, agora cumprida em Jerusalém.

Mas isso é o que foi dito, ou seja, isso é o cumprimento daquilo, ou isso foi previsto. Esta foi a segunda parte do argumento de Pedro, para mostrar que isso estava de acordo com as predições em suas próprias Escrituras.

O sermão de Pedro começa com uma explicação dos fenômenos testemunhados pelos que estavam ali presentes. Depois, Pedro faz um relato do evangelho e de sua mensagem.

Ao ver que as pessoas falavam várias línguas, alguns que estavam por ali acreditavam que estavam bêbados e não falavam coisa com coisa, mas como era muito cedo, por volta das 9h, Pedro teve que ‘dar uma bronca’ nos que pensavam assim. Ainda hoje é comum pessoas não convertidas zombarem ou duvidarem do acontece com os cristãos. Acham que as revelações, curas e outros sinais são causados por ignorância, coincidência ou outros motivos naturais. Naquela época era comum os judeus que participavam das atividades nas sinagogas ficarem sem comer ou beber até às 10h, alguns só comiam ou bebiam após meio-dia.

3. Atualidade das manifestações espirituais. O falar em línguas é importante para a Igreja hoje? O batismo com o Espírito Santo só é válido com a evidência do falar em línguas? Afirmar que as manifestações espirituais foram exclusiva e necessária, tão somente para fortalecer a Igreja emergente, significa confinar o fato à história e desconhecer as dimensões da promessa apresentada por Pedro no seu discurso no dia de pentecostes. Citando Joel 2.23, 28, 29, Atos 2.16-18 “Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: 17- E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos; 18- E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão. 38- E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; 39- Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.”

O apóstolo Pedro declarou que seu o derramamento do Espírito Santo dava-se naquele momento. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste, mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era:

1. “Porque a promessa vos diz respeito a vós...” - os ouvintes de Pedro;

2. “a vossos filhos...” - à geração seguinte;

3. “...e a todos os que estão longe – a todas as cidades e nações daquela época;

4. “...a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.” - as gerações futuras.

O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (At 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica. É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (At 1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49). Por isso não podemos limitar, nem reter a ação do Espírito Santo na história. Ele foi enviado para acompanhar a Igreja até a volta de Jesus.

A passagem de João 7.38,39, deve ser estudada juntamente com Atos 2.32,33.

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. 39- E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (Jo 7.38,39).

“Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” (At 2.32,33).

Os apóstolos, e outros, que tinham acreditado em Cristo, e tinham recebido o Espírito, como um Espírito de regeneração e santificação; como um Espírito de iluminação e conversão; como um espírito de fé e adoção; mas no dia de Pentecostes eles iriam receber uma medida extraordinariamente maior das dádivas e graça dele, para os qualificar para a maior obra e serviço:

“Pois o Espírito Santo ainda não foi dado…”. A versão Árabe verte, “porque o Espírito Santo ainda não tinha vindo”; sendo ele uma pessoa divina, igual ao Pai e Filho, assim Ele é de eternidade; e Ele tinha sido dado em Sua graça nos santos do Antigo Testamento, e estava em suas dádivas sobre os profetas daquela dispensação.

“Por que Jesus ainda não havia sido glorificado…”. Ele ainda não tinha passado pelo Seu estado de humilhação; Ele ainda não tinha sofrido e morrido, e se levantado, e ascendido, e se sentado a direita da mão de Deus; pois o Espírito Santo viria na Sua partida, e em consequência de Seus sofrimentos e morte, e sendo feito carne, e uma cura para Seu povo; e através de Sua mediação e intercessão, e sobre Sua exaltação à mão direita do Pai; quando sendo feito e declarado Senhor e Cristo, isso deveria ser notificado pela efusão do seu Espírito, conforme diz Pedro aos Judeus presente: “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” (Atos 2.33).

5. A promessa divina cumprida. No Antigo Testamento, o privilégio especial do povo de Deus foi receber, preservar e comunicar a revelação divina - as Santas Escrituras (Rm 3.1,2; 9.4; 2ª Co 3.7). O privilégio especial do povo de Deus em o Novo Testamento, entretanto, é receber o Espírito Santo:

5.1. Na conversão (Jo 3.5; 14.16,17; 16.17; 2ª Co 3.8,9; Rm 8.9);

5.2. No batismo com o Espírito Santo (At 2.1-4; At 8.15; 9.17; 10.44-46; 11.16; 19.6);

5.3. Subsequentemente, por meio da vida cristã (At 4.8,31; 9.17; 13.9,52; Ef 5.18).

II. OS CONCEITOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Da parte de Deus, o batismo com o Espírito Santo é, a um só tempo:

1. Uma ditosa promessa - “a promessa do Pai” (At 1.4). O batismo com o Espírito Santo procede da vontade, amor e promessa de Deus para os seus filhos.

2. Uma dádiva celestial inestimável - “o dom do Espírito Santo” (At 2.38). O batismo é uma dádiva de Deus aos crentes.

3. Uma imersão do crente no sobrenatural de Deus - “sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1.5). A partícula original desta última referência também permite a tradução “batizados no Espírito Santo”.

4. Um revestimento de poder do alto - “até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). É como alguém estando vestido espiritualmente, ser revestido de poder do céu.

III. COMO RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

1. Sendo a pessoa já salva. O batismo com o Espírito Santo é para quem já é salvo. Os discípulos ao serem batizados no Dia de Pentecostes:

1.1. Tinham seus nomes escritos no céu (Lc 10.20);

1.2. Eram limpos diante de Deus (Jo 15.3);

1.3. Possuíam em si a vida espiritual (Jo 15.4,5,16);

1.4. Haviam sido enviados para o seu trabalho, dotados de poder divino (Mt 10.1; Lc 9.1,2; 10.19).

2. Crendo na promessa divina do batismo. O batismo é chamado “a promessa do Pai” (Lc 24.49; At 1.4; 2.16,32,33).

3. Buscando com sede, em oração (At 1.4,14; Jo 7.37-39; Lc 11.13). A oração é um elemento necessário e indispensável para o crente obter o batismo com o Espírito Santo.

4. Adorando a Deus com perseverança. Louvando sempre a Deus. Assim fizeram os candidatos antes do primeiro Pentecostes (Lc 24.51,52).

5. Perseverando em unidade fraternal. Isso também eles fizeram antes do primeiro Pentecostes (At 1.14).

6. Vivendo em obediência à vontade do Senhor (At 5.32). Para você que busca o batismo, há alguma área da sua vida não submissa totalmente a Cristo?

IV. OS RESULTADOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

1. Edificação espiritual individual. Mediante o cultivo das línguas recebidas com o batismo, o crente é edificado pessoalmente (1ª Co 14.4,15).

2. Maior dinamismo espiritual. Isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20).

3. Maior desejo e resolução para orar e interceder (At 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26). O crente cheio do Espírito ora e intercede constantemente a favor dos filhos de Deus.

4. Maior glorificação do nome do Senhor. Isto “em espírito e em verdade”, nos atos e na vida do crente (Jo 16.13,14).

CONCLUSÃO. De acordo com Atos 2.17, o batismo com o Espírito Santo é para qualquer nação: “Toda carne”. Não há qualquer distinção de sexo para receber o batismo, pois está escrito que é para “filhos e filhas” (At 2.17). Também não importa a idade do candidato (“mancebos e velhos”) ou a camada social do indivíduo (“servos e servas”). Portanto, todos podem e devem buscar essa dádiva celeste.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

BATISMO COM FOGO

Julgamento pelo fogo.

Lucas 3.16 “João respondeu a todos: Eu os batizo com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de curvar-me e desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (NVI).

Salvo pelo Fogo.

1ª Coríntios 3.11-18 “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. 12- E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha. 13- A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. 14- Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. 15- Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo. 16- Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 17- Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo. 18- Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.”

INTRODUÇÃO. Esse versículo, encontrado nos Evangelhos de Mateus 3.11, Marcos 1.8 e Lucas 3.16, causam uma grande polêmica no meio Evangélico. Alguns defendem que esse batismo é um simbolismo do fogo purificador, que queima o pecado e as impurezas que contaminam o cristão. Outros concluem que esse batismo se refira ao juízo de Deus sobre os ímpios e, consequentemente, não faz referência aos cristãos.

Não existe unanimidade na definição e por isso, apresento aqui o resultado de uma pesquisa que fiz. Ela não foca no batismo com o Espírito Santo, mas na relação que há entre o batismo com o Espírito Santo e o batismo com fogo.

Algumas pessoas pensam que o batismo com fogo é o mesmo que o batismo com o Espírito Santo, mas outras pessoas pensam que são dois batismos diferentes. De qualquer jeito, os dois estão ligados à obra de Jesus.

Porém, o fogo pode ter duas aplicações: 1. Fogo purificador; 2. Juízo e 3. Julgamento.

Segundo os comentaristas bíblicos, o fogo pode representar juízo e julgamento.

I. O QUE É BATISMO COM FOGO?

A palavra “FOGO”, aparece repetidas vezes no texto sagrado, e esta palavra tem significados variados na Bíblia. A primeira manifestação do fogo na Bíblia aconteceu no livro de Gênesis, quando Deus firma um pacto com Abraão e sela aquela aliança com uma tocha de fogo que passa sobre o altar do sacrifício que Abraão oferecia à Deus. O fogo aqui, significa confirmação, aprovação (Gn 15.7-17). Já o fogo que Deus fez cair sobre as cidades de Sodoma e Gomorra, significa juízo de Deus (Gn 19.24,25). Outra ocasião da manifestação do fogo, foi em sinal de resposta a oração de Elias e reprovação de Deus para a nação de Israel, que estava voltada para idolatria (1º Rs 18.36-39).

O fogo é apresentado, na Bíblia, em três situações específicas, em geral: Juízo, purificação e demonstração de poder.

Assim, a manifestação do fogo de Deus, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, é recheado de símbolos e significados.

A expressão batismo com o Espírito Santo e com fogo nos casos de Mateus e Lucas só aparece no contexto da pregação de João Batista. O contexto dessa pregação é o anúncio do Reino dos Céus e a necessidade de arrependimento (mudança de mente) para ingresso nesse reino. O termo grego metanoia utilizado pelos evangelistas designa a renúncia ao pecado e uma volta à Deus.

Na pregação de João, além do arrependimento como antecipação dessa chegada do reino, eram necessários dois aspectos: o batismo com o Espírito Santo e o com o fogo. Marcos menciona apenas o batismo com o Espírito.

Outro ponto de vista, e que se encaixa melhor no contexto, é a de aquele que estava por vir batizaria os justos com o Espírito Santo e os ímpios com fogo. Ainda que na concepção dos judeus o Messias não seria o concessor do Espírito, Ladd afirmou que “não há razão para que se negue a João um elemento novo na questão”, até porque Deus estava iniciando um novo tempo e que de muitas maneiras estava sendo diferente da compreensão que o povo tinha na época. Mesmo porque, o derramamento do Espírito é amplamente prometido no Antigo Testamento (Is 44.3-5; 32.15; Ez 37.14) como o texto explorado na pregação de Pedro no dia de Pentecostes (Jl 2.28-32).

R. N. Champlin, em sua obra “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo”, relaciona o texto de Lc 3.16 com o comentário de Mt 3.11, como segue: “...Há várias interpretações dessas palavras: 1. Alguns acham que aqui temos dois batismos, um do Espírito e outro de fogo, e que esse último fala de juízo, provavelmente até de inferno. Assim interpretaram Orígenes e outros pais da igreja..., alguns bons intérpretes reputam esse batismo de fogo como algo que se refere ao juízo.”

II. NSETE SÍMBOLOS E REPRESENTAÇÕES DO FOGO

1. Deus. Porque o nosso Deus é um fogo consumidor (Hb12.29).

2. Jesus. ... E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder, como labaredas de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo (2ª Ts 1.7,8).

3. Espírito Santo. ... Ele vos batizará como o Espírito Santo e com fogo (Mt.3.11).

E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles (At 2.3).

4. Palavra de Deus. Não é a minha palavra como fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiúça a penha? (Jr 23.29).

E disseram um para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras? (Lc 24.32).

5. A presença de Deus. E, acabando Salomão de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do SENHOR encheu a casa. E os sacerdotes não podiam entrar na Casa do SENHOR, porque a glória do SENHOR tinha enchido a Casa do SENHOR (2º Cr 7.1,2).

6. Juízo de Deus. Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno (Judas, vers.7).

7. Purificação. E farei passar essa terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é meu Deus (Zacarias, 13.9).

III. O FOGO SEGUNDO A INTERPRETAÇÃO DOS COMENTARISTAS BÍBLICOS

1. Fogo purificador. A Bíblia de Estudo Plenitude, de orientação pentecostal, no texto de Lc 3.16 remete para um comentário de Mt 3.11 como segue:

“O batismo de João é um tipo de experiência de salvação de ser batizado no Espírito. Como o batismo de João colocava o indivíduo dentro da água, o batismo de Jesus coloca o cristão no Espírito, identificando-o como totalmente ligado ao Senhor. O fogo purifica ou destrói. Portanto, a salvação em Jesus Cristo será purificadora para os verdadeiros judeus que o aceitarem como o Messias, e destruidora para aqueles que o rejeitarem.”

A Bíblia de Estudo Shedd analisa o texto assim: “... Fogo. O contexto (17) parece exigir o sentido de prova, de julgamento (Lc 12.39-53; 1ª Co 3.13).” Ainda a mesma Bíblia comenta Mt 3.11 assim: “Com o Espírito Santo e com fogo. Refere-se ao ministério espiritual de Cristo. Sua obra começou acompanhada pela energia sobrenatural do Espírito Santo, colhendo-se algum ‘trigo’ (os fiéis), e revelando-se quem seria ‘palha’ para julgamento. A doutrina do batismo no Espírito Santo não recebe luzes neste trecho, pois o assunto pertence à época posterior à ressurreição de Jesus (1ª Co 12.13)”.

 

1.1. Puficados em suas provações. “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo 16.33).

Jesus disse essas palavras no cenáculo quando partilhava sua Última Ceia com Seus discípulos. Ele sabia que sua hora havia chegado e que logo sofreria pelos pecados do mundo. Ao antever o tempo em que não estaria mais ali, sabia que seus discípulos enfrentariam um problema após o outro.

Esse tema surge repetidamente em Seus discursos finais. Jesus falou aos discípulos que os deixaria (Jo 13.33, 36; 16.28). Disse-lhes que o mundo os odiaria tanto quanto odiou a Ele (Jo 15.18–19). Disse-lhes que as pessoas procurariam matá-los (Jo 16.2) e que eles chorariam e lamentariam em tristeza e angústia (Jo 16.20). Disse-lhes que eles o abandonariam e se espalhariam por todo lado (Jo 16.32). Finalmente, resumiu todas as suas tribulações na simples declaração: “Neste mundo vocês terão aflições”.

1.2. Purificação através da repreensão. O Senhor Deus usa a aflição para purificar o crente. O profeta Isaías 48.10 diz: “Eis que já te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição.”

A melhor prata que sai da terra tem escórias nela. Ela precisa do fogo purificador. O melhor dos filhos de Deus tem a escória do pecado habitando em seu coração que precisa ser purgada. Foi o que fez Paulo dizer: “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1ª Co 9.27).

Ele não queria ser como uma prata reprovada que não é refinada e que é descartada. Há também poluições pecaminosas do mundo que estão em nós (Tg 1.27). Precisamos ser purificados delas.

1.3. O fogo de Deus representa o julgamento. Salmos 66.10,11 “Pois tu, ó Deus, nos provaste; tu nos afinaste como se afina a prata. Tu nos puseste na rede; afligiste os nossos lombos.”

Cristo é tanto o refinador quanto o próprio fogo. Hebreus 12.29 “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” A igreja será refinado por Ele e nEle. Você apenas se engana se achar que pode ser refinado de qualquer outra forma. O sangue de Jesus não só nos purifica da culpa, mas purifica nossas consciências (Hb 9.14). Mortificar os pecados (Gl 5.24) é possível para todos os que são de Cristo, através de Sua força.

Quando ouro é refinado no fogo, todas as impurezas são destruídas fica apenas o ouro puro. O fogo de Deus faz o mesmo em nossas vidas: destrói o pecado.

O fogo de Deus destrói quem o rejeita e vive no pecado. Mas, para quem ama Jesus, o fogo de Deus limpa. Da mesma maneira como não devemos brincar com o fogo, não devemos brincar com Deus. Deus “é fogo consumidor”, ele merece nosso respeito.

1.4. O fogo da ira e da purificação nos últimos dias. Zacarias 13.8-9 “Na terra toda, dois terços serão ceifados e morrerão; todavia a terça parte permanecerá diz o Senhor. Colocarei essa terça parte no fogo e a refinarei como prata e a purificarei como ouro. Ela invocará o meu nome, e eu lhe responderei. É o meu povo, direi; e ela dirá: 'O Senhor é o meu Deus.”

Dois terços da nação judaica deveriam perecer nas guerras romanas e um terço para sobreviver. Provavelmente do contexto (Zc 14.2-9), que nunca foi cumprido, a destruição dos dois terços (literalmente, “a proporção de dois”, ou “porção de dois”) e a salvação do remanescente, o terço, ainda é futuro e deve ser cumprido sob o Anticristo.

Purificarei. Para sua fundição, o ouro é exposto a um calor intenso, a fim de se separar as impurezas do metal puro.

“Colocarei essa terça parte no fogo e a refinarei....” de provação (Sl 66.10; Am 4.11; 1ª Co 3.15; 1ª Pe 1.6-7). Portanto, parece que a conversão dos judeus não é preceder, mas seguir, seu livramento externo pela interposição especial de Yaweh. Zacarias revela as consequências devastadoras que terão ocorrido quando o Senhor Deus se voltar para o rebanho espalhado. As ovelhas dispersas terão enfrentado um grande juízo do qual somente a terceira parte terá sobrevivido.

O remanescente será, porém, remido, purificado e restabelecido em um relacionamento de nova aliança com Deus.

“Purificarei como ouro.” Uma vez refinado, o metal precioso é analisado para que seu real valor seja estipulado. As expressões é meu povo e o SENHOR é meu Deus reafirmam o concerto de Deus com Seu povo escolhido (Lv 26.12) e falam de renovação da aliança, com que Israel seria espiritualmente restaurado (Ez 36.28; Os 2.23; Rm 11.26,27).

1.5. A aflição é uma prova da nossa fé. 1ª Pedro 1.7 “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo.”

Prova da vossa fé. Para que a sua fé assim provada seja achada (aoristo; de uma vez por todas, como o resultado de ser provado no dia do julgamento) em louvor, isto é, o louvor a ser concedido pelo Juiz.

“...muito mais preciosa que o ouro que perece (mesmo sendo provado pelo fogo)”. Se o ouro, embora perecendo (1ª Pe 1.18), ainda é provado com fogo para remover a escória e testar sua genuinidade, quanto mais sua fé, que nunca perecerá, precisa passar por uma prova ardente para remover qualquer defeito, e para testar sua genuinidade e pleno valor.

2. Juízo. Lucas 3.16,17 “Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das alparcas; esse vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 17- Ele tem a pá na sua mão; e limpará a sua eira, e ajuntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga.”

Vamos fazer uma análise correta do texto citado por você, bem como de todo o contexto. Dessa forma conseguiremos esclarecer facilmente o significado dessa expressão usada por João Batista. O texto que você citou é este: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mateus 3.11).

João dizia às multidões que saíam para serem batizadas por ele: “Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima?” (Lc 3.7). A ideia transmitida por João aqui é de serpentes fugindo de um incêndio numa floresta.

E acrescenta: “O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo” (Lc 3.9). Indicando que a punição era iminente.

A Bíblia de Estudo Genebra comenta assim a questão do fogo em Lc 3.16: “O batismo com fogo aponta para o juízo (v. 9). A pá para limpar sua eira’ é outro símbolo para o juízo (v. 17)”.

Fica claro, já no início do capítulo, que a mensagem de João era direcionada a dois grupos de pessoas: Aquelas que realmente estavam arrependidas e queriam o perdão de Deus e aquelas que se auto justificavam por crerem que a obediência á Lei e por serem filhos de Abraão era garantia de Salvação: “Deem frutos que mostrem o arrependimento. E não comecem a dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão.” (Lc 3.8).

Mateus 3.12 “Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.

“A pá está na sua mão”. O autor tem em mente a pá eólica, muito comum naquele tempo, cujo processo separava o trigo da palha. Era uma ferramenta semelhante a um tridente, usado para levantar o trigo colhido para o ar na direção do vento. O vento soprava a palha mais leve permitindo que os grãos caíssem na eira, uma grande superfície plana.

Este é um símbolo do julgamento, da separação entre os bons e os maus.

Que existe a necessidade absoluta do crente ser batizado com o Espírito Santo é uma verdade inegável nas Escrituras Sagradas. Mas pensar que o batismo com o Espírito Santo é o mesmo batismo de fogo é não compreender o significado real do versículo.

2.1. O fogo como juízo. Sofonias 1.18 “Nem a sua prata nem o seu ouro poderão livrá-los no dia da ira do Senhor. No fogo do seu zelo o mundo inteiro será consumido, pois ele dará fim repentino a todos os que vivem na terra.”

O tratamento dado por Sofonias a esse tema forma dois ciclos que se movem do julgamento divino para a esperança de salvação.

* O primeiro siclo fala sobre o “dia do Senhor” (1.7), o tempo em que Deus devastaria os seus inimigos tanto dentro como fora de Judá (1.2-18) e traria grandes bênçãos ao remanescente fiel (3.16-17).

O dia estava próximo (1.7). Um dia em que a ira e a indignação do Senhor soberano de Israel seriam dirigidas contra os ímpios (1.15,18; 2.2-3).

Em seguida a esse anúncio de julgamento, o profeta conclama Judá e as nações a arrependerem-se e buscarem o Senhor (2.1-3).

O arrependimento era a única esperança de salvar-se do julgamento babilônio que se aproximava.

O segundo ciclo se inicia com o profeta acrescentando pormenores sobre o julgamento por vir (2.4-3.8). Ele esclarece que muitas outras nações seriam destruídas junto com Judá. Então, o profeta retorna ao tema da esperança de salvação (3.9-20).

Com alegria, ele anuncia que, após o julgamento, Deus purificaria o seu povo e restauraria a sorte de Jerusalém.

2.2. O fogo na vinda de Jesus. Malaquias 3.1-3 “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos. Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça.”

O meu mensageiro (v. 1). Refere-se a João Batista (Is 40.3; Mc 1.2,3), que preparará o caminho para a chegada do Messias.

Mas quem pode suportar o dia da sua vinda? Os judeus que tinham transgredido a aliança, como também os pagãos, achariam o Dia do Senhor um dia de terrível juízo (Sf 1.17,18).

“Como o fogo do ourives.” Tudo o que não tinha valor seria consumido. A potassa dos lavandeiros. Uma segunda metáfora simbolizando a mesma verdade terrível. Lixívia ou potassa eram usadas na lavagem de roupas.

“Assentar-se-á, como purificador.” A vinda do Senhor é agora representada como a de um Fundidor, que executaria o processo do refinamento. Purificará os filhos de Levi. O sacerdócio mesmo seria o primeiro objeto das atividades do Refinador. Refinará, isto é, “'filtrará”. Aquilo que tinha valor sobreviveria ao processo da filtração.

“Justas ofertas.” No processo do refinamento, alguns sacerdotes apareceriam com os corações puros, de modo que o seu culto seria aceitável diante do Senhor; outros seriam peneirados como refugo.

Então me lembrei do que o Senhor tinha dito: ‘João batizou com água, mas vocês serão batizados com o Espírito Santo” (At 11.15,16).

Além disso, podemos traçar um paralelo entre os versículos, para que a conclusão fique ainda mais clara e óbvia:

“... ele vos batizará com os Espírito Santo.”

IV. O JULGAMENTO PELO GOGO

Observe que o fogo é usado aqui com o sentido de julgamento. O fogo aplicado no ouro, prata e pedras preciosas causaria pouco dano. Mas na madeira, feno e palha causaria muito dano. A ideia é que o julgamento mostrará de verdade qual é a obra de cada um, se durável ou não, se edificada sobre fundamentos que agradam a Deus ou não.

1. O fundamento da construção (1ª Co 3.10-11). Paulo se comparou a um prudente construtor. Trabalhava como um experiente e habilidoso mestre de obras, distribuindo as tarefas a cada operário. Mas a obra que realizava tinha o fundamento certo. Só existe um fundamento sobre o qual se pode erigir o edifício espiritual – Jesus Cristo (1ª Pe 2.4-8). Cada obreiro, porém, é responsável quanto ao modo como realiza a obra.

2. A revelação da qualidade da obra (1ª Co 3.12-17). Paulo tem em mente a chegada daquele dia (1ª Co1.8), quando se tornará manifesta a verdadeira natureza das obras dos cristãos.

3. O rigor do teste. O teste se fará “pelo fogo”, o que dá a ideia de uma prova rigorosa. O valor das obras poderá ser comparado ao ouro, à prata e às pedras preciosas – materiais valiosos que, quando submetidos ao fogo, têm expurgadas as impurezas; ou à madeira, feno e palha – materiais que não resistem ao fogo (1ª Co 3.12-13).

4. O resultado final do teste será determinar se o obreiro receberá ou não galardão (1ª Co 3.14-15). “Sofrerá ele dano” (1ª Co 3.15) não significa perda da salvação. Isso se confirma com a expressão que segue: “mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo”. O crente, cuja obra será comparada a material que o fogo extingue, não receberá galardão, embora seja “salvo”. Para que os cristãos entendam a seriedade com que os obreiros devem construir, Paulo introduz uma pergunta que já inclui em si mesma a resposta (1ª Co 3.16). A igreja é santuário de Deus – Ele está pessoalmente presente, pelo Seu Espírito, em todos os membros da igreja, que juntos constituem o corpo de Cristo. Eis a razão pela qual se deve encarar a obra de Deus com muita responsabilidade.

A advertência contida no versículo 17 demonstra a gravidade da existência das divisões na igreja de Corinto. Por ser santuário de Deus, o homem que não age corretamente na sua relação com a igreja é culpado de grave pecado. O ofensor haverá de receber o castigo na proporção em que o comete, porque o “santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”.

5. Coríntios para hoje. Deus vai pedir conta daquilo que fizemos em Sua igreja. De que maneira essa verdade impacta você? Quão cuidadoso você tem sido com suas atitudes e serviço em relação à sua igreja local? Faça uma auto avaliação. Em seguida, ore pedindo o Senhor que o ajude a ser autêntico no exercício do serviço cristão.

CONCLUSÃO. O fogo, portanto, possui muitos significados na Bíblia. Pode ser a proteção para o povo de Deus, como um “muro de fogo” (Zc 2.5), e também o juízo de Deus sobre os rebeldes (Nm 16.35). Pode ser um instrumento de purificação, como com o ouro (Ml 3.2,3; Zc 13.9) ou a penetrante visão de Cristo, que possui olhos “como chama de fogo” (Ap 1.14). Também é símbolo da Palavra de Deus (Jr 23.29).

Em segundo lugar o fogo Consumidor é um fogo de julgamento.

OBS. Poder. o fogo é forte e emite luz e calor; por isso muitas vezes representa o grande poder de Deus, que deve ser respeitado (Hb 12.28-29).

Destruição. O fogo queima e pode causar muita devastação; da mesma forma, o julgamento divino é devastador (Is 66.15-16).

Purificação. O fogo era usado para refinar metais, queimando todas as impurezas e deixando apenas metal puro; o fogo de Deus purifica dos pecados (1ª Co 3.13-15).

Paulo ainda continua a considerar o problema das divisões em Corinto. Mas agora nos remete a uma reflexão sobre como o Senhor considerará as obras dos crentes, quando Ele regressar.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC