TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 14 de maio de 2021

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA E A VOLTA DE JESUS

 


Lc 21.29-31 “E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; 30 Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. 31 Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.

INTRODUÇÃO. Jesus usou está parábola para ensinar Seus discípulos a olharem para o tempo, assim saberem se o dia da sua volta está próximo. A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Hoje nós somos convidados por Jesus a ver os sinais que se descortinam no nosso tempo e época e a reconhecer nestes sinais a aproximação do Reino de Deus.

A vinda do Senhor tem sido motivo de expectativa no meio cristão. A mensagem sobre esse evento porvindouro foi ensinada pelo próprio Jesus Cristo (Mc 13.3-13; Mt 24.1-25; Lc 21.5-24). A segunda vinda de Cristo se dará em duas etapas, primeiro para a Igreja e depois para Israel, mas antes haverá uma sequência de eventos até essa ocorrência (Mt 24.4,5; 24.6,7; 24.9; 24.10,11; Mt 13.30,40-43; 24.12,13; 24.7; 24.14). Jesus enfatizou a vigilância, para que os cristãos não fossem apanhados inesperadamente, embora em nossos dias esses alertas tenham sido deixados de ser ensinados em muitas igrejas cristãs, dando lugar a outras mensagens e muitas delas induzindo as pessoas a enfocarem mais o que é material do que espiritual principalmente atinente a segunda volta de Cristo para o arrebatamento da Igreja.

I. PARA QUEM JESUS CONTOU ESSA PARÁBOLA?

 Jesus acabara de falar dos sinais de Seu retorno a Terra e de do fim do mundo (Mt 24). Após alguns instantes de silêncio, os Apóstolos lhe perguntam: “Quando será isso, Mestre?” Para que estivessem preparados e prontos para a sua vinda gloriosa, Ele lhes conta então diversas parábolas, dentre as quais a de uma figueira, fonte importante de alimento para os judeus. No seu florescer, ela anuncia que o inverno passou e se aproxima o verão, época em que se recolhem os frutos para guardá-los. A presença de Jesus, sua palavra e seu agir de salvação, assinala a vinda do Reino de Deus, ocasião em que eles, como a figueira verdejante, apresentam seus frutos de amor e de misericórdia.

Você não encontra a Igreja nas profecias do Antigo Testamento, e ela só aparece nos Evangelhos duas vezes, em Mateus 16.18 e 18.17. Por isso é inútil buscar nas profecias coisas relacionadas à Igreja. É de Israel e do mundo que elas falam. Mesmo assim, quando vemos sinais de que as profecias para Israel podem se cumprir a qualquer momento ficamos alegres, pois seu cumprimento só poderá acontecer após a Igreja sair daqui. E hoje vemos “a figueira e todas as árvores” brotando (Lc 21.29).

 II. A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM

 1. Senhor Jesus tenha “chorado sobre Jerusalém” e também aludido à destruição da cidade. Lc 19.43,44 “Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas; e te derribarão, a ti e aos teus filhos, que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois não conheceste o tempo da tua visitação”.

Jerusalém tinha se tornado o objeto do julgamento divino por causa de sua infidelidade. Jesus avisou a respeito dessa consequência ao longo de Seu ministério (Lc 13.9,34,35; 19.41-44). A premissa para tal julgamento remete às maldições da aliança mosaica e aos avisos dos profetas do Antigo Testamento acerca do julgamento vindouro (Dt 28.49-57; 32.35; Jr 6.1-8; 26.1-9; Os 9.7).

Jesus relaciona diretamente a destruição da cidade com a Sua rejeição, destruição esta que também abrangeria o santuário, como deixa claro o Senhor quando indagado por Seus discípulos a respeito do templo, naquela mesma semana em que haveria de ser crucificado, tendo sido esta a declaração que deu o início ao Seu sermão escatológico (Mt 24.1,2; Mc 13.1,2; Lc 21.5,6).

 2. O tempo da destruição. Assim, por causa da rejeição de Cristo por Israel, a cidade de Jerusalém e o templo foram destruídos, o que ocorreu em 70 d.C., quando o general Tito, filho do imperador Vespasiano e ele próprio sucessor de seu pai, invadiu Jerusalém e destruiu totalmente a cidade e o templo, como é descrito com riqueza de detalhes pelo historiador judeu Flávio Josefo, testemunha ocular deste evento.

 2.1. As perguntas dos discípulos Vs. 1-2. “E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios! 2. E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.”

Os discípulos não pedem sinais para a destruição de Jerusalém por exemplo, eles pedem sinais para sua volta e para o fim dos tempos. Deste modo poderíamos colocar todos os sinais como resposta a essas duas questões sem grandes problemas com o texto, pois foi essa a pergunta e poderia bem ser esta a resposta. Também possível a existência nesse texto de profecias de duplo cumprimento, um cumprimento “típico” apontando para o cumprimento final, isso é bem característico no verso 15, onde o abominável da desolação pode muito bem ser identificado anteriormente como Antíoco IV, e agora novamente poderá ser identificado como Tito e o poderá futuramente ser identificado no próprio anticristo, que seria o cumprimento último da profecia, para onde os “tipos” apontavam.

 3. A reforma do de templo de Jerusalém. Este era o templo que Herodes o Grande iniciou sua restauração desde 20 a.C. Este Herodes não era o mesmo dos dias da crucificação de Cristo (ano 30). O primeiro foi o responsável pela matança dos inocentes em Belém, o segundo, seu filho Herodes, Antipas, participou de seu julgamento.

Este templo não era tão grande e glorioso quanto o de Salomão, mas com muito ouro, prata, mármore. Herodes, o Grande, era idumeu, e não havia comprovação genealógica de que descendesse dos judeus, então, para ser agradável aos judeus, tomou algumas medidas populares como a construção do templo, porque isto trazia ganhos políticos.

 4. Jesus profetiza a destruição do templo. “...não ficará pedra sobre pedra...” Quando Jesus disse que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada, isso certamente chamou muito a atenção. Porém, essa profecia se cumpriu em 70 d.C., quando o general romano Tito saqueou a cidade. O arco de Tito ainda continua em Roma, na via Ápia, diante da entrada do Fórum, em cujos muros está retratada a conquista de Jerusalém por Tito.

Jesus usou a forte construção negativa dupla dos gregos duas vezes neste versículo a fim de negar que ficaria pedra sobre pedra. Era positivamente certo que o Templo seria completamente destruído, um fato confirmado pela história quando em 70 A. D. O Templo e a cidade foram deixados em ruínas, sob o comando de Tito. O Arco de Tito, comemorando a sua vitória, ainda existe em Roma. Bíblia de Genebra.

Os discípulos na certa não queriam acreditar que o Templo de Deus seria destruído e arrasado outra vez eles estavam impressionados com a arquitetura do templo e sua grandeza, mas Jesus não está nem um pouco impressionado com sua imponência e profetiza sua destruição em termos fortes (Mc 13.2).

 5. Como seria destruída Jerusalém e o templo? No ano de 64 d.C, os judeus se rebelaram contra a autoridade romana por causa dos altos impostos cobrados, quatro legiões foram levadas pelo imperador Tito para sufocar a revolta.

No ano 70, seis anos depois de sua reforma, o templo foi destruído por uma rebelião de soldados romanos que se revoltaram contra os judeus que não assimilaram a fé que defendiam.

Mesmo dividindo o sermão da forma apresentada acima, existem referências à destruição de Jerusalém e do Templo em outras seções, principalmente em profecias de duplo cumprimento, ou seja, Jesus também usa a destruição de Jerusalém para tipificar os momentos associados à Sua Segunda Vinda. De forma resumida podemos pontuar esse evento da seguinte forma:

 5.1. Jerusalém seria sitiada. Esse cenário era bastante improvável para qualquer habitante da época por que se tratava de um momento de grande paz com o Império Romana garantindo a tranquilidade.

 5.2. Jerusalém seria destruída. A cidade seria queimada e sua população dizimada. Esse evento seria o juízo de Deus sobre aquela geração. Após pouco mais de três anos de cerco, o exército romano invadiu Jerusalém e à destruíram. Estima-se que mais de 600 mil judeus foram massacrados.

 5.3. O Templo seria destruído. Herodes havia começado a reconstruir o templo, e nessa época ele estava em fase de acabamento, com abundância de ouro, mármore e madeiras finas entalhadas. Era uma construção realmente imponente (vers. 1), mas Jesus afirma: “Não ficará pedra sobre pedra”. No ano 153 a.C. o templo já tinha sido profanado com Antíoco IV Epifânio, porém nesta profecia de Jesus, o templo seria profanado e destruído. Até hoje existe em Roma o Arco de Tito, erguido pelos romanos para comemorar esse evento, onde é retratado em ilustrações o templo sendo saqueado. Bíblia de Genebra.

5.4. Dispersão. Os sobreviventes desse momento terrível seriam espalhados pelo mundo todo e ficariam dispersos.

III. ISRAEL – A FIGUEIRA 

1. O símbolo da figueira. Lc 21.29-33 “E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores. 30- Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. 31- Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto. 32- Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. 33- Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar. 

A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Vendo-as frutificar, é possível afirmar, sem perigo de engano, que o verão se aproxima.

Israel é simbolizado na Bíblia a três plantas: videira, oliveira e figueira (cf. Joel 1.7; Oseias 9.10). Não é sem razão que a figueira aparece nos primórdios da Bíblia (Gn 3.7). Duas parábolas de Jesus ocupam-se dela (Lc 13.6; 21.29), e mais o incidente da maldição da figueira perto de Betânia (Mc 11.12-21).

Esta parábola da figueira encerra o “discurso escatológico” que encontramos nos três Evangelhos sinóticos, seguindo-se as advertências sobre a necessidade de vigiar e orar. Depois da descrição da violência característica dos poderes deste mundo, é confirmada a presença do Reino de Deus entre nós, como escatologia já realizada.

A mensagem de Jesus nada tem a ver com os apocalipses da época, reservados a um grupo restrito de iniciados. Jesus ensina publicamente, sem a preocupação de selecionar seus ouvintes. Embora só os discípulos o compreendam, Sua doutrina deve ser anunciada a todos os povos. Basta abrir-se para Ele, para entender o conteúdo de seus ensinamentos.

Na parábola da figueira em estudo, Jesus prediz a certeza da restauração da nação judaica após o rigoroso “inverno” de desterro, sofrimento e dificuldade de toda espécie através dos séculos, desde o ano 70 a.C. quando os romanos ocuparam Jerusalém.

Tanto à figueira como o seu fruto são casos especiais em toda a botânica. Durante todo o inverno (outubro a março), a figueira fica sem folhas. Ao chegar o estio, os frutos surgem primeiro; depois as folhas. Esses primeiros figos que amadurecerem são chamados “temporãos” (Jr 24.2). São mais saborosos e por isso, mais apreciados. Há também os figos “de verão”, colhidos por volta de agosto. Surgindo as folhas e rebentos na árvore, o verão está para começar. 

2. O renascimento de Israel como nação soberana. A figueira de Israel está agora mesmo brotando e cumprimento à Palavra de Deus.

A figueira que representa Israel, brotou quando foi reconhecida como nação, e recebeu de volta a sua terra, no dia 14 de maio de 1948 cumprindo com a profecia de Isaías: “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia nascer uma terra em um só dia? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66.8).

O próprio Messias antecipou a restauração de Israel, ao evocar o renascimento da figueira. Cimo já vimos no ano 70 Jerusalém foi destruída pelo General Tito, e desde aquele dia os judeus permaneceram um período de, aproximadamente 19 séculos longe de sua pátria. Mas, no final da 2ª Guerra Mundial, a ONU resolve estabelecer o patrimônio regional de cada nação destruída pela guerra. No dia 14 de maio de 1948, Israel foi contado como nação livre, dando o direito de cada judeu espalhado pelas nações de voltarem como sendo o último dos sinais da volta do Senhor Jesus, profetizado por Ezequiel 3-33 -36; Ezequiel 37-21-22. 

3. A retomada de Jerusalém como capital de Israel. O fato mais extraordinário ocorrido durante a guerra dos seis dias, em junho de 1967, não foi a derrota infligida pelo exército de Israel as nações árabes. E, sim, a reconquista de Jerusalém que, desde que fora destruída por Nabucodonosor, em 568 a.C., vinha sendo pisoteada pelos gentios. Cumprindo-se a profecia de Jesus: “E cairão a fio da espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24).

O tempo dos gentios (calendário profético para as nações), que teve início em 568 a.C, o Filho do Homem livrará os fiéis do julgamento com o Império Babilônico, começa a chegar ao fim.

O Império Babilônico representa o começo, o início dos tempos dos gentios (ver Dn 2 e 7). Sobre a expressão “tempos dos gentios” (ler Lc 21.24).

Na enorme estátua do sonho do rei, está predita a história das nações dos “tempos dos gentios”, começando por Nabucodonosor até a vinda de Jesus em glória. 

4. A reconstrução do Templo de Salomão. Há fortes evidências proféticas de que, em breve, o Santo Templo será reconstruído na Cidade Santa (Dn 9.27; Mt 24.15; 2ª Ts 2.1-4). Isso pode ocorrer antes ou depois, do arrebatamento da Igreja. De uma coisa temos certeza: o templo de Salomão será reconstruído em Jerusalém. Essa possibilidade, por si própria, já se constitui num grande alerta aqueles que guardam a volta de Cristo.

Diante destes acontecimentos proféticos, só nos resta esperar o grande Rei voltar nas nuvens dos céus com grande poder para arrebatar a Sua Igreja (Jr 16.14-15). 

O mundo caminha para o fim. O homem está destruindo as coisas perfeitas que Deus criou inclusive a sua vida. Mas, Deus não fará nada para mudar esta situação, pois por enquanto este mundo está sob a responsabilidade do próprio homem administrar, e Deus deixará que o desastre chegue ao ponto máximo, e no momento exato, Ele enviará o Senhor Jesus Cristo para mudar tudo, isto é, reparar todo mal que o homem causou.

Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam de uma futura conversão de Israel (Zc 12.10; 13.1; Rm 11.25-29). Considera-se um verdadeiro milagre a sobrevivência do povo judeu durante todos estes séculos. 

IV. O SIGNIFICADO DA PARÁBOLA DA FIGUEIRA 

1. “Olhai para a figueira, e para todas as árvores” (V. 29). A figueira como já vimos representa Israel, mas as outras árvores quem são? As outras árvores é uma referência as outras nações do globo. No v. 28 vê-se a distinção entre Israel e as demais nações do globo no panorama profético dos últimos dias que precedem a volta de Jesus. Isto é, o que ocorre em, e, a Israel afeta o mundo todo. Como povo eleito de Deus, Israel é destacado das demais nações do globo (Êx 4.22; 33.16; Nm 23.4).

Há ao mesmo tempo um despertar constante das nações do antigo Oriente Médio e contorno Mediterrâneo, bem como as do mundo ocidental, destacando-se as do chamado Terceiro Mundo. Todas deviam saber que estes fatos estão relacionados com Israel, nos eventos proféticos dos últimos dias. 

2. “Perto está o verão” (v. 30). Nesta parábola da figueira Jesus afirma a certeza da Sua vinda associando-se à precisão das leis da natureza, que são fixas, precisas e imutáveis.

Estas leis estão escritas nos céus. Jó, no remoto passado já perguntava: “sabes tu as ordenanças dos céus?” (Jó 38.33). O verão é principalmente a estação dos frutos maduros (2º Sm 16.1; Jr 40.10; 48.32). Época da colheita. É de fato apropriado neste contexto escatológico a menção do verão por Jesus. 

3. “Quando virdes acontecer estas coisas” (v. 31). Lucas 21.27,28 “E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.”

O reino dos céus não se iniciará numa época de paz aqui na terra, mas de convulsões não apenas sociais, mas também naturais (Lc 21.20-27).

O Filho do Homem numa nuvem, faz-se referência aqui ao altivo retorno de Jesus. A alusão à nuvem e a ilustração vêm de Daniel 7.13,14, com a sua descrição daquele que recebe autoridade do Ancião de Dias. Jesus visualizou este texto em termos de libertação apocalíptica. A imagem da nuvem é importante, visto que Deus é representado em nuvens no Antigo Testamento (Êx 34.5; Sl 104.3).

Com poder e grande glória. O Filho do Homem possui autoridade divina para julgar o mundo. 

4. Não passará esta geração, o que significa? “Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça.” (Lucas 21.32).

Geração vem da palavra grega “genea”, e significa “raça”; “povo”, nação”. E o “tudo isto” (v. 34), refere-se a “acontecer estas coisas”, do v. 33, que devem ser distinguidas da consumação propriamente dita. Elas são o princípio das dores e as sinas que levam e apontam para o retomo final de Cristo, incluindo a grande tribulação, o domínio e a queda de Jerusalém.

O sermão escatológico de Jesus, começa com os sinais de Sua vinda e termina com Seu retor em glória. Portanto, podemos entender que os Judeus virão parte do sermão se cumprir, quando o general Tito destruiu Jerusalém no ano 70, mas parte ainda vai se cumprir. O fato claro é que os sinais já começaram a ocorrer e estão sendo administrados por Deus em toda a Sua soberania. Como a própria Escritura afirma, nenhuma das promessas de Deus deixará de acontecer (Mt 5.18), mesmo que não compreendamos exatamente os pormenores delas. 

4.1. Esta geração (raça) judaica sobreviveria para ver todos esses acontecimentos. Nessa interpretação usa-se a palavra grega “genea” com significado de raça. Jesus estaria dizendo aqui que os judeus daquela geração começariam a ver os sinais e que Deus preservaria a raça judaica até que todos os sinais ocorressem por completo (até Sua segunda vinda). Ou seja, o povo judeu não seria destruído, mas preservado por Deus até o fim. Alguns pensam que essa interpretação deu esperanças às gerações que viveram após os apóstolos para permanecerem na esperança dos acontecimentos mesmo após a morte dos principais líderes da igreja. 

4.2. Jesus estaria indicando que aquela geração começaria a ver os primeiros sinais.

Alguns entendem que “tudo isto” se refere a tudo àquilo que Jesus acabou de dizer, todos esses sinais e acontecimentos citados em todo o capítulo 24 de Mateus e Lucas 21, seria uma menção de Jesus ao começo dos sinais e “geração” seria as pessoas que estavam vivas naquela época. Nesse pensamento Jesus teria em mente que aqueles que o ouviam veriam o princípio das dores começar já em seu tempo de vida. Sabemos que isso ocorreu, pois as perseguições e a destruição de Jerusalém foram vividas e presenciadas por muitos que ainda estavam vivos. Isso aconteceu no ano 70 depois de Cristo. 

4.3. O Tempo de duração de uma geração. Veja o caso das gerações de Adão até Noé. A duração média do tempo de vida era de 850 anos para cada pessoa (Gn 5). Depois do dilúvio, a expectativa de vida diminuiu radicalmente para cento e vinte anos (Gn 6.3). Abraão, por sua vez, foi uma exceção a regra e viveu cento e setenta e cinco anos (Gn 25.7). Mais tarde a média de vida caiu para setenta ou oitenta anos conforme:

“Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90.10). 

Setenta [...] oitenta anos. O objetivo aqui não é o de estipular um prazo máximo, mas apresentar uma noção da brevidade da vida humana. Não importa quanto possamos viver, é inevitável que, um dia, voamos desta vida, com a morte.

Infelizmente temos um texto difícil diante de nós. Todas as interpretações têm seus pontos fortes e pontos que levantam questionamentos. Diante disso cabe a nós elevarmos a nossa fé acima daquilo que não podemos entender plenamente. 

Muitos afirmam que “esta geração” se aplica a geração dos Seus discípulos, todavia, a profecias começou a se cumprir no ano 70, porém se completa aqui apenas 40 anos.

Do ponto de vista profético, muita gente afirma que uma geração tem quarenta anos. Mas, devido aos dados analisados acima, devemos ter a cautela e considerar o numeral setenta como um número apenas simbólico do ponto de vista profético. 

5. Israel o relógio de Deus. Essa expressão “relógio de Deus no mundo” é usada por muitos cristãos que vivem antenados no que acontece com o Estado Israelense. Para essas pessoas, o reaparecimento de Israel como nação e os constantes conflitos que ocorrem por aquelas bandas ganham ares escatológicos e são vistos como o cumprimento das profecias bíblicas acerca do fim dos tempos e o retorno de Cristo. 

5.1. A segunda reunião de Israel. Em 1948, Israel já estava bem instalado na Palestina e a sua proclamação pela ONU como Estado foi o clímax da efetivação da promessa divina quanto ao seu retorno. Esta reunião acontecerá no futuro próximo por ocasião da “angústia de Jacó”, conhecida como a Grande Tribulação (Ap 16.12-21). Esse evento escatológico será terrível e indescritível para o povo de Israel. Ele estará mobilizado para a grande batalha do Armagedom. Os reis da terra, isto é, os governantes do mundo todo estarão reunidos com seus exércitos e armas destrutivas para o maior combate já registrado na história mundial. Talvez seja esta a terceira guerra mundial. Será no clímax dessa batalha que Jesus, o Messias, anteriormente rejeitado pelos israelitas, virá e destruirá os inimigos do seu povo, e implantará o Seu reino milenial (Ap 19.11-21).

Se tomarmos como parâmetro o salmo 90.10, uma geração tem 70 anos. Interpretando assim a partir do ano do reconhecimento de Israel como pátria, no ano de 1948 até o ano de 2018, se passaram 70 anos, ou seja, a profecia já estaria cumprida. Portanto, a volta de Cristo é eminente. Prepara-te!

6. A vinda do Senhor (vs. 34-36). Quando usamos o termo “a vinda de Senhor”, estamos nos referindo à segunda aparição pessoal de Cristo. A segunda vinda do Senhor é então, o evento ao qual a igreja de Cristo Jesus, espera com grande desejo, tal como faziam os apóstolos e os demais crentes da Igreja primitiva. Neste dia seremos ressuscitados, transformados e vivificados.

A segunda vinda de Cristo é tão certa quanto à primeira. A Bíblia fala cerca de 845 vezes sobre o retorno de Jesus à Terra. No Novo Testamento temos 318 predições sobre a volta de Cristo para buscar o Seu povo.

A segunda vinda será mais gloriosa no aspecto metafísico que a primeira. Na primeira vinda Ele veio redimir a alma (Ef 1.7; Cl 1.14), na segunda Ele virá restaurar o corpo (Rm 8.23). Na primeira vinda Ele veio numa manjedoura (Lc 2.7), na segunda, virá em trono (Ap 20.11). Na primeira vinda Ele veio como criança (Is 9.6; Mt 2.8, 13), na segunda, virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16). Na primeira vinda Ele veio em carne (Jo 1.14; 1ª Jo 4.2), na segunda, virá em glória (Ap 19.11). Na primeira vinda Ele entrou em Jerusalém montado num jumentinho (Mt 21.7), na segunda, virá montado num cavalo branco (Ap 19.11). Na primeira vinda Ele veio instituir a Igreja (Mt 16.18), na segunda Ele virá buscar a Igreja (Jo 14.3; Ap 22.7).

Considerando as distintas manifestações de Jesus na sua primeira e segunda vinda, podemos dizer que:

1. Em Belém, Ele veio como o Messias Salvador do mundo.

2. Nos ares, Ele virá como o Noivo para a sua Igreja.

3. No monte das Oliveiras, Ele virá como Juiz e Rei, para julgar as nações e estabelecer o seu reino milenar.

Para todo o cristão convertido a Cristo o momento mais esperado de todos os dias de Sua vida, é que sem dúvida o dia do arrebatamento da Igreja, neste dia todo aquele que recebeu a Jesus Cristo como Salvador de sua alma irá encontrar-se com o Senhor nas nuvens, estando liberto para sempre de qualquer tipo de provação, dor, angústia, lágrimas, tristezas, problemas etc.

7. Jesus confirmou que voltaria. João 14.2,3 “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vê-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. 3- E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”

É evidente que aqui refere-se ao arrebatamento dos salvos, que será repentino (1ª Co 15.52), para livrar Israel e julgar as nações da terra. Isso ocorrerá algum tempo depois, de modo lento, como deixa claro Mateus 24.30, 31; 25.31; Zacarias 14.1-4; Apocalipse 1.7.

Os anjos afirmaram que o Senhor voltaria (At 1-10-11). A ceia do Senhor é uma confirmação da volta de Cristo (1ª Co 11.23). Os sinais que ora se cumprem, segundo as profecias da Bíblia, atestam que Jesus virá (Mt 24.3).

Lucas 21.36 “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.”

Vigiai... orando. Jesus encorajou os Seus discípulos a perseverarem na oração e na fé, aguardando o dia em que o Filho do Homem livrará os fiéis do julgamento, para que eles possam estar em pé diante dele (1ª Jo 2.28).

“...o Filho do Homem livrará os fiéis do julgamento...” Jesus fala dos fiéis que serão poupados dos sofrimentos preditos neste mesmo capítulo da parábola da figueira. É a Igreja fiel, uma vez que Israel passará por essas provações. Enquanto Israel estará passando por Grande Tribulação, a igreja será guardada em um lugar secreto onde tem reservado no tempo da tribulação (Ap 12.6, 14).

Pelos sinais que estão sendo cumpridos, podemos afirmar que estamos nos últimos dias nesta terra. Cristo está voltando para buscar Sua Igreja mesmo que alguns tenham por tardia (2ª Pe 3.9). Que todos tenham esperança e esperem com paciência o Senhor que breve virá. Amem!

 Pr. Elias Ribas

Igreja Assembleia de Deus

Blumenau SC


quinta-feira, 13 de maio de 2021

AS BÊNÇÃOS PROFÉTICAS DE JACÓ PARA SEUS FILHOS



Gênesis 49 começa informando que os eventos relatados nesse capítulo se deram após Jacó ter abençoado José e adotado Manassés e Efraim como seus filhos (Gn 48). Então o texto bíblico diz que depois dessas coisas, Jacó chamou a seus filhos para que todos se aproximassem para ouvi-lo.

I. CHAMOU JACÓ A SEUS FILHOS, E DISSE: AJUNTAI-VOS E OUVI

Gn 49.1,2 “Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos dias vindouros; 2- Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel vosso pai.”

Em suas palavras de despedida a seus filhos, Jacó elevou-se à estatura incomum do profeta que fala em linguagem poética de inspiração. Ele convocou cada filho por sua vez, à beira de sua cama, para ouvir suas palavras de bênção, de censura, ou de maldição. Em cada caso ele destacou alguma característica notável do caráter, avaliando o homem e o seu grupo familiar. As palavras de Jacó constituíram uma predição dos futuros acontecimentos com base no conhecimento que o pai tinha do caráter de cada filho. Os homens compreenderam os pronunciamentos solenes de seu pai como predições significativas e determinantes. Isso significava que as bênçãos proféticas de Jacó compreendiam toda a história da nação de Israel, desde o tempo da conquista da Terra Prometida até a vinda do Messias prometido.

Portanto, as bênçãos registradas em Gênesis 49 diziam respeito ao futuro das doze tribos de Israel. Mais tarde essas bênçãos foram renovadas com Moisés diante da iminente conquista de Canaã (Dt 33).

II. AS BÊNÇÃOS SOBRE OS FILHOS DE LIA (VS. 3-15).

Os primeiros três filhos de Jacó com Lia citados profeticamente em Gênesis 49 foram: Rúben, Simeão e Levi. Os três filhos mais velhos de Jacó já tinham se envolvido em faltas graves que acabaram por trazer consequências para suas descendências.

1. Ruben, o primogênito de Lia (vs. 3,4). Rúben, apesar de ser o primogênito, perdeu o direito à primogenitura por ter cometido imoralidades que ofenderam sua família (Gn 49.3,4). Aqui vale lembrar que Rúben profanou o leito de seu pai quando se deitou com Bila (Gn 35.22), sua concumbina e esposa. Consequentemente, a tribo de Rúben não teve qualquer destaque na história subsequente de Israel. Não há nenhuma figura importante na história bíblica que descendeu de Rúben.

Mas ele perdeu seus direitos naturais. Seu lugar de primogênito favorecido foi dado a José. Seus privilégios de sacerdote seriam passados a Levi. Seu direito de ser o chefe das tribos de Israel, isto é, seus direitos reais, seriam de Judá.

2. Simeão e Levi, o segundo e o terceiro filho de Jacó com Lia, eram irmãos na violência (vs. 5-7). Já Simeão e Levi também foram penalizados por causa dos atos de crueldade que os dois irmãos promoveram em Siquém (Gn 49.5-7; cf. Gn 34). Assim, a tribo de Simeão acabou se tornando uma das menores tribos de Israel – a menor no segundo senso de Moisés (Nm 26.14). A tribo de Simeão não foi citada na bênção posterior de Moisés (Dt 33.8) e também não recebeu uma herança separada na divisão da Terra Prometida. Foram dados aos descendentes de Simeão apenas algumas cidades dentro do território de Judá (Js 19.1-9).

Assim como Simeão, Levi também não recebeu o direito a um território próprio na Terra Prometida. A tribo de Levi foi espalhada pela terra, recebendo cidades nos territórios de outras tribos. Mas pela graça soberana de Deus, a tribo de Levi foi escolhida pelo Senhor para se ocupar do culto em Israel. Os levitas se tornaram a tribo sacerdotal.

3. Judá, o quarto filho de Jacó com Lia, recebeu o primeiro inqualificável louvor do velho patriarca (Vv. 8-10). A tribo de Judá se tornou a tribo mais proeminente na sequência da história bíblica. Judá foi comparado por Jacó à figura do leão. Essa analogia significava força, coragem, ousadia e também realeza. A linhagem do rei Davi pertencia à tribo de Judá. Logo, o Messias, Jesus Cristo, também veio da tribo de Judá. Por isso Ele é chamado de “Leão da tribo de Judá”.

Judá significa louvor. Judá sobressairia como o poderoso líder de um povo, que entusiasticamente haveria de admirá-lo e louvá-lo. Seria temido pelos seus inimigos, pois como um leão os perseguiria sem descanso até que a vitória fosse sua.

Apoderar-se-ia do cetro ou bastão que simbolizaria seu inteiro domínio no papel de guerreiro, rei e juiz. Qualquer nação seria feliz, segura e honrada com Judá como chefe e protetor.

Paz, abundância e prosperidade prevaleceriam na terra de Judá (vs. 11,12). Os versículos 11-12 revelam que a vinda do Messias traria novos dias de prosperidade. As vinhas se tornariam tão comum que alguém poderia amarrar um animal a ela por não se preocuparem em quebrar a vinha e então não produzir mais fruto. O lagar ficaria tão cheio, que não somente os pés, mas também a roupa dos que pisassem as uvas ficariam manchadas. Este povo seria muito saudável em virtude da abundância de alimentos.

Jesus é a videira. João 15.1,2 “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. 2- Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.”

Felizmente, o V.T. apresenta uma linha distinta de profecias – começando com Gn 3.15 e continuando através dos Salmos e Profetas referentes à vinda do Messias para reinar como Rei dos reis. Jacó viu Judá como o pai da tribo real que exerceria poder e liderança sobre todas as outras. Através de catástrofes e tempos difíceis, Deus providenciaria que o cetro continuasse na tribo de Judá até que viesse o governador ideal, o Messias.

4. Zebulom, o quinto filho de Jacó com Lia, seria colocado em um lugar onde seriam possíveis a atividade comercial e a prosperidade (v. 13). Isto pode significar que a tribo de Zebulom receberia um território ao longo da costa. Ou, pode significar que a prosperidade seria a herança dos descendentes de Zebulom, por causa de sua proximidade com os fenícios que tinham acesso ilimitado às rotas do comércio. Jacó menciona Sidom como fazendo parte deles. É possível também que a predição de Jacó não fosse inteiramente realizada quando da divisão final da terra. No cântico de Débora (Jz 5) o povo de Zebulom foi sinceramente elogiado por sua valorosa atitude contra Sísera e seu exército.

1.5. Issacar o sexto filho de Jacó com Lia, está representado como um forte amante, do descanso e do sossego, como um boi (vs. 14,15). Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. 15- E viu ele que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo.”

Issacar é jumento...” A palavra hamor, literalmente, jumento, não se refere ao animal selvagem, veloz, fogoso que dá na vista do espectador. Pelo contrário, designa a forte besta de carga que se submete ao jugo mortificante, sem se queixar, a fim de poder ficar livre para deitar-se sossegadamente, com tranquilidade e conforto.

“...abaixou seu ombro para acarretar...” Jacó estava predizendo que a Tribo de Issacar se submeteria à invasão dos cananitas que lhe colocaria um jugo. Em vez de lutar, os homens desta tribo submissamente se tornariam escravos dos povos da terra. Prefeririam a vergonha e a escravidão em lugar da ação corajosa.

2. As bênçãos sobre os filhos das servas (vs. 16-21).

2.1. Dã, o primeiro filho de Bila, seria um forte defensor do seu povo. (vs. 16-18). Dã seria uma tribo pequena, mas seria grandemente temida pelos vizinhos que tentariam espezinhá-la. Jacó chamou Dã de serpente junto ao caminho, que causaria terror e infligida ferimentos rápidos e fatais. O hebraico neiheish significa mais do que uma serpente no gramado, um réptil venenoso com presas fatais. E de fato foi assim com a tribo de Dã que, apesar de pequena, era muito agressiva. O juiz Sansão pertenceu a tribo de Dã.

2.2. Gade foi o primeiro filho de Zilpa, a serva de Lia (v. 19). O velho patriarca reconheceu que o espírito corajoso e guerreiro de Gade seria forte ajuda para o seu povo na vida em Canaã. Jacó predisse que Gade precisaria de toda sua astúcia, coragem e persistência na luta, pois seria continuamente molestado por ataques das tribos do deserto. Bandos de saqueadores fariam pressão contra ele. Jacó fez uso de um jogo de palavras Gade que significa tropa – para indicar a ferocidade e a crueldade dos atacantes do deserto. Ele profetizou que Gade seria vitorioso e seria capaz de expulsar o inimigo. Depois da conquista da Palestina, a tribo de Gade ficou localizada a leste do Jordão, e ocupou um território que tinha por vizinhos os amonitas e os moabitas, inimigos históricos do povo de Israel.

2.3. Aser, o segundo filho de Zilpa, tem um nome que significa feliz (v. 20). Na bênção sobre Aser Jacó profetizou sobre a fertilidade do território ocupado por sua descendência.

Jacó o descreveu em um campo fértil, onde o trigo, o vinho e o azeite seriam produzidos em quantidades abundantes. Seria próspero e rico. As guloseimas que produziria seriam próprias da mesa de um rei. (Até os reis de Tiro e Sidom haveriam de querê-las.) A tribo de Aser testemunhou o cumprimento desta profecia patriarcal.

2.4. Naftali, o segundo filho de Bila, demonstraria um notável amor à liberdade; ele era uma gazela solta, disse Jacó (v. 21). Na sequência Jacó abençoou Naftali comparando a um animal selvagem, rápido e gracioso que se deleita com a liberdade das montanhas cobertas de bosques e dos vales abertos. Sua descendência seria como uma gazela solta. A tribo de Naftali era ágil no aspecto militar. Baraque, por exemplo, era um descendente de Naftali. Em Jz 5.18 lemos: “Zebulom é povo, que expôs a sua vida à morte, como também Naftali”.

3. As bênçãos sobre os filhos de Raquel (Gênesis 49.22-27).

3.1. José, o primeiro filho de Raquel, recebeu os mais altos louvores dentre todos os filhos (v. 22). Na parte final das bênçãos registradas em Gênesis 49 temos as bênçãos de Jacó endereçadas a José. Ele foi o primeiro a ser abençoado, que recebeu em lugar de Rúben o direito de primogênito. Por isso José não se originou apenas uma tribo, mas duas tribos através de seus filhos Manassés e Efraim. A tribo de Efraim se tornou a mais importante dentre as tribos do norte de Israel.

Um homem de visão, de sonhos, de força moral e espiritual, ele foi um exemplo do melhor que há nas vidas do V.T. Em seus diversos desempenhos, como filho, irmão, escravo e administrador, ele demonstrou seu caráter superior através de sua imutável lealdade para com o seu Deus.

Jacó chamou José de ramo frutífero. O hebraico para contém um jogo de palavras como nome de “Efraim”. A referência é a uma árvore ou videira que cresce vigorosamente, com a ideia de vitalidade ou juventude. Como resultado de ter sido plantada junto a uma fonte rumorejante, continuaria a crescer e dar fruto. Numa terra seca, a água fazia diferença entre a esterilidade e a fertilidade. A humildade garantia a fertilidade. Uma árvore assim fortalecida podia lançar seus ramos e suas gavinhas sobre o muro, partilhando com o mundo da abundância de seus frutos.

Como resultado desta excepcional prosperidade, José podia esperar inveja amarga e hostilidade (v. 23). Os flecheiros estariam ocupados em furiosos ataques. Isto foi verdade no começo da vida de José, quando seus irmãos, animados pela inveja e ódio procuraram destruí-lo. Muitos anos mais tarde, na terra de Canaã, as tribos de Efraim e Manassés encontrariam oposição e perseguição. Teriam de conservar uma fé operante no Senhor dos exércitos, que comprovou-se um Deus Todo suficiente. José O conhecia e descansava n’Ele em cada emergência. Dão amargura, atiram contra ele e o aborrecem.

O seu arco, porém, permanece firme (vs. 24,25). Nas vitórias de José houve evidências da firmeza desse arco e da agilidade de suas mãos, do poder especial concedido pelo Senhor. Jacó predisse que esta mesma ajuda sobrenatural poderia ser esperada nas colinas da Palestina. A palavra traduzida para firme, ou firmado na força, poderia ser traduzido para impassível, permanente, ou sempre abundante. Jacó usou os títulos, o Poderoso de Jacó... Deus de teu pai ... Todo-poderoso (El Shadday), para descrever o braço que seria tão poderoso, tão digno de confiança, tão rápido e ágil, que nenhum inimigo lhe poderia resistir. Com fé simples ele entregou a tribo de José nas mãos divinas, e com fé confiante predisse certas vitórias sobre os inimigos que o aguardavam. Além dos poderes especiais para lidar com os inimigos, os descendentes de José receberam a promessa de bênçãos abundantes. De cima, eles teriam chuva e orvalho abundante. De baixo, o solo seria suprido com os ingredientes que produziriam o alimento e as colheitas. Por dom divino

especial, a fertilidade entre os homens e os animais garantiria a fertilidade sem limites da família.

Jacó adotou os dois filhos de José para que fossem contados entre seus filhos (Gn 48.5). Dessa forma, os filhos de José receberam o direito à herança conforme os irmãos de José; e com isso o próprio José acabou recebendo a porção dobrada da herança através de seus filhos. Isso resultou no fato de que as descendências dos dois filhos de Raquel, José e Benjamim, formaram três tribos em Israel e herdaram três territórios na Terra Prometida.

Resumindo, José seria sempre considerado um príncipe entre seus irmãos (distinguido entre seus irmãos). (v. 26). O hebraico nezir indica “alguém separado”, ou “alguém que é separado ou consagrado para importantes obrigações”. O nazireu era um homem que havia sido oferecido a Deus e, através de voto especial, ficava-Lhe irrevogavelmente entregue. Efraim, seu filho, teria as qualidades necessárias para a santa dedicação e realizaria o propósito divino de alguém que foi escolhido para pôr em ação os princípios tão lindamente exemplificados por José. Ele foi o príncipe entre as tribos de Israel.

3.2. Benjamim, o filho mais moço de Raquel, caracterizava-se como um lobo feroz e perigoso que faria grandes estragos (v. 27). O lobo é alerta e furtivo em seus movimentos. De noite ele entra sorrateiramente entre as ovelhas e foge com a sua presa. O hebraico teiraf significa rasgar em tiras. Fala de crueldade selvagem. Os lobos do início da noite podem ser tão selvagens e destruidores como aqueles da madrugada. Em qualquer momento estão prontos para os ferozes negócios do comportamento desumano.

Embora a tribo de Benjamim tenha sido uma tribo numericamente pequena, tornou-se importante e conhecida nos tempos bíblicos por sua bravura militar. Eude Eúde, Saul e Jônatas estão entre os descendentes de Benjamim, os quais evidenciaram seus poderes guerreiros. Os homens desta tribo tornaram-se famosos pelos seus arqueiros e seus lanceiros (cons. Jz. 5.14; 20.16). No Novo Testamento, o apóstolo Paulo também era descendente dessa mesma tribo.

Nas bênçãos de Jaco, podemos perceber que pequenos atos impensados em nossa vida, podem fazer a diferença mais adiante. Atitudes precipitadas, como as de Rubem, Simeão e Levi influenciaram nas bênçãos recebidas. Se Deus nos chamasse hoje, o que Ele teria a dizer com relação a nossa conduta, o nosso caráter. Será que seriamos aprovados? Em breve teremos que comparecer perante o tribunal de Deus, e então saberemos como Deus nos enxerga.

III. A MORTE DE JACÓ Gn 49.28-33.

1. As últimas instruções de Jacó. A parte final de Gênesis 49 traz algumas informações complementares sobre as últimas instruções de Jacó. O texto bíblico informa que Jacó abençoou seus filhos segundo as bênçãos que lhes cabiam (Gn 49.28).

Depois Jacó externou sua vontade de ser sepultado junto com seus pais, na caverna comprada por Abraão no campo de Macpela. Ali estavam sepultados seus avós, Abraão e Sara, seus pais, Isaque e Rebeca, e Lia, sua primeira esposa (Gn 49.29-32). Gênesis 49 termina explicando que após Jacó ter dado as últimas instruções a seus filhos, morreu em sua cama (Gn 49.33).

Jacó deveria morrer, mas morreria na fé. O pedido para ser enterrado em Canaã revelou a sua fé nas futuras promessas de Deus. Ele desejava ser enterrado onde as tribos de Israel um dia viveriam e governariam.

2. Duas coisas a respeito da morte devem ser notadas aqui:

2.1. A morte reúne a nossa alma com o nosso povo. Quem é o seu povo?

2.2. O enterro é enfatizado porque um dia o corpo será ressuscitado. Os Cristãos sabem que Deus tem um plano futuro para o corpo (Fl 3.21).

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada ACF - Almeida Corrigida Fiel. Sociedade.

2. ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia de Estudo Palavra Chave. Hebraico e Grego. 4ª Edição. Editora CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

3. ANDRADE Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico 8ª Edição. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.

4. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões Reais, Respostas Precisas, Fé Solidificada. RJ: CPAD, 2010.

5. Bíblia online - NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

6. BÍBLIA SHEDD. Revista Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.

7. BÍBLIA EXPLICA – S.E.Mc Nair – 9ª Edição – CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

8. BÍBLIA SAGRADA. Referências e anotações. Dr. C. I. Sscofield. Impressão Batista Regular do Brasil.

9. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal R.C. CPAD. Rio de Janeiro RJ.

10 Bíblia de Estudo Plenitude – Revista e Corrigida - S.B. do Brasil.

11. BÍBLIA PENTECOSTAL. Trad. João F. de Almeida – CPAD Rio de Janeiro.

12. HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011.

13. HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1ª ed., RJ: CPAD, 2006.

14. HARRISON Charles F. Pfeiffer e Everett F. Comentário Bíblico Moody Volume 1. Genesis a Deuteronômio. Batista Regular; 1ª edição - 16 maio 2017.

15. Estudo bíblico sobre o livro de Genesis. https://estiloadoracao.com/genesis-49-estudo/ acesso dia 12/05/2021.

Pr. Elias Ribas



quarta-feira, 12 de maio de 2021

AS BÊNÇÃOS PROFÉTICAS DE JACÓ PARA OS FILHOS DE JOSÉ

 


Gênesis 48 é o capítulo da Bíblia registra a bênção de Jacó a José e seus filhos. O estudo bíblico de Gênesis 48 ainda revela como mais uma vez na família da aliança o filho mais novo recebeu a maior bênção em lugar do filho mais velho.

Jacó era o patriarca da família, o que significa que era o pai ou o cabeça da família. Como profeta e autoridade presidente do sacerdócio, Jacó tinha autoridade para conceder bênçãos semelhantes às que hoje conhecemos como bênçãos patriarcais. Jacó estava velho, José levou seus dois filhos, Manassés e Efraim, para visitá-lo.

Um pai que possua o Sacerdócio de Melquisedeque pode dar bênçãos de cura ou de consolo e conselho para os filhos a qualquer momento.

A bênção patriarcal contém uma declaração da linhagem na casa de Israel daquele que a recebe, bem como orientações para ajudá-lo a dirigir sua vida de acordo com a vontade do Pai Celestial.

1. Jaco ou Israel adoece. José foi informado do estado de seu pai e foi visita-lo levando seus dois filhos, Manassés e Efraim, com a intenção de fazer seu pai abençoar seus filhos.

A enfermidade de Jacó (Gn 48.1-10) A Bíblia não revela qual foi a enfermidade que acometeu a Jacó, mas diz que naquela ocasião ele era um homem muito idoso, com aproximadamente 147 anos (Gn 47.28).

2. Jacó abençoa os filhos de José e dá a primogenitura a Efraim. Gênesis 48.13,14 “E tomou José a ambos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e Manassés na sua mão esquerda, à direita de Israel, e fê-los chegar a ele. 14- Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos propositadamente, não obstante Manassés ser o primogênito.”

Mais uma vez um ciclo se completa: desde a bênção que Jacó recebe de seu pai cego até o momento em que ele próprio abençoa os filhos de José (acontecimento descrito em Hb 11.21 como ato de fé). sem maior dificuldade, as mãos de Jacó se cruzaram para expressar que a bênção de Deus recaía sobre o filho novo, em acentuado contraste com a história de Jacó e Esaú no cap. 27- Efraim e Manassés foram considerados filhos do próprio Jacó, fazendo com que José desfrutasse de uma herança dupla.

A bênção proferida por Jacó se dirige a um futuro distante, quando os descendentes destes doze ocupariam a Terra Prometida. Para os territórios, veja Josué caps. 13 ao 22 e mapa.

2.1. Que mão Jacó colocou na cabeça de Efraim? A mão direita..., na época de Jacó, a mão direita do patriarca geralmente era colocada sobre a cabeça do primogênito, simbolizando que a bênção da primogenitura pertencia a ele.

O texto diz que José tomou Efraim, seu filho caçula, e colocou à esquerda de Jacó; bem como tomou seu filho mais velho, Manassés, e colocou à direita de Jacó (Gn 48.11-13). Na bênção tradicional, o filho mais velho era abençoado com a mão direita, enquanto que o filho mais novo, com a esquerda.

3. José reagiu ao modo como Jacó impôs as mãos em seus filhos. Por que Jacó colocou a mão direita sobre a cabeça de Efraim? O que podemos aprender sobre as bênçãos patriarcais com a bênção que Jacó deu a seus netos? As bênçãos patriarcais são dadas por inspiração de Deus.

As promessas contidas na bênção patriarcal são condicionais à fidelidade daquele que a recebe.

Mas o texto bíblico diz que Jacó cruzou as mãos, invertendo assim a ordem natural e surpreendendo a José. Portanto, Jacó deu a Efraim a bênção principal, mesmo Manassés sendo o primogênito (Gn 48.14). Com as mãos sobre Efraim e Manassés, Jacó abençoou a José, indicando que seus filhos ocupariam um lugar de destaque na família da aliança como líderes tribais (Gn 48.15).

Séculos mais tarde vemos o cumprimento desta profecia pois:

“a tribo de Manassés marchou debaixo do estandarte de Efraim no deserto” (Nm 2.18-24).

Josué, líder do povo de Israel depois de Moisés, veio da tribo de Efraim.

Depois da divisão do reino nos tempos de Jeroboão, a tribo de Efraim (como predito no versículo 19) tornou-se tão predominante no reino do norte, que seu nome foi identificado com Israel (Is 7.2; Os 4.17; 13.1).

Jacó deu aos filhos de José por herança mais terras em Canaã do que seus outros filhos teriam. Este foi um presente pessoal de um declive montanhoso onde estava Siquém (Js 24.32), perto de Sicar na futura Samaria (Jo 4.5). Jacó primeiro comprou o terreno de um amorreu, depois teve que retomá-lo à força. Hoje é disputado entre os palestinos e o país de Israel.


terça-feira, 11 de maio de 2021

AS FALSAS DOUTRINAS

 


 Estamos vivendo dias em que muitos ensinos diabólicos e absurdos têm surgido, situações que nada têm a ver com a simplicidade da fé, com caráter, com vida. Com isso tem produzido igrejas heréticas que tira o foco do Evangelho na vida das pessoas; tendo em vista que são promovidos ensinamentos de acordo com a necessidade pessoal de cada homem pecar e não sentir culpas pelos seus atos.

Podemos dizer que Jesus é “tolerante”, no sentido de receber as pessoas; Ele ia à casa de pecadores, deixou uma ex-prostitutas lavar seus pés, mas depois daquele encontro com Jesus, as suas vidas nunca mais foram as mesmas. A tolerância de Jesus é para a aceitação, Ele não faz acepção de pessoas, porque o propósito do Senhor é salvar, transformar vidas em nova criatura. Jesus é tolerante com o pecador, mas não com o pecado.

I. FALSA DOUTRINA - ENSINO

1ª Timóteo 6.3-5 “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, 4- É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, 5- Perversas contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.”

A Palavra de Deus é muito clara com relação ao falso ensino. Alertando aos cristãos contra os falsos profetas, que pregam inverdades e, na maioria das vezes, em benefício próprio. É necessário ficar alerta contra esse tipo de líder, porque eles distorcem a verdade do Evangelho introduzindo falsas doutrinas. E o pior é que muitos crentes acabam se deixando levar, sofrendo as consequências dessas heresias que são introduzidas no meio cristão.

Paulo relaciona as falsas doutrinas à essas discussões inúteis e intermináveis. Ele diz que esses líderes que traziam essas falsas doutrinas tinham a pretensão de serem mestras Lei. Isso nos leva a crer que havia um pano de fundo judaico e gnóstico nas falsas doutrinas. No versículo 4, Paulo coloca que esses falsos mestres que gostavam de fábulas e genealogias intermináveis. Isso também parece ser uma referência à tendências judaizantes.

II. QUE TODOS VOCÊS FALEM A MESMA COISA

1ª Coríntios 1.10 “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.”

1. Que mantenham a mesma doutrina. Paulo exorta os cristãos de Corintos que falem a mesma coisa, ou seja, falem a mesma língua, tenham o mesmo sentimento e a mesma opinião, sem disputa e conflito e mantenha a unidade e o mesmo pensamento como igreja de Cristo.

“Falar a mesma coisa” se opõe a falar coisas diferentes e conflitantes; ou controvérsia, e embora não seja de esperar uma perfeita uniformidade de opinião entre as pessoas sobre o assunto da religião, mais do que sobre outros assuntos, ainda assim, nas grandes e fundamentais doutrinas do cristianismo, os cristãos podem concordar; em todos os pontos em que diferem, podem demonstrar um bom espírito; e em todos os assuntos, eles podem expressar seus sentimentos na linguagem da Bíblia e, assim, “falam a mesma coisa”.

Devemos ter todo cuidado, especialmente com as que dizem ser a igreja certa, e detentora da verdade absoluta. A Palavra de Deus contém toda a verdade portanto só ela serve como parâmetros para a igreja de Cristo.

III. A PALAVRA DE DEUS NOS INSTRUI A TOMAR CUIDADO COM OS FALSOS ENSINAMENTOS

Cl 2.8 “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.”

Nesse versículo Paulo estava advertindo os cristãos a não se deixarem levar por nenhum que não estivesse de acordo com um conhecimento adequado de Cristo. Os falsos mestres em Colossos haviam combinado pensamentos mundanos com o evangelho, os quais são mencionados por Paulo como os rudimentos do mundo, que alguns interpretam como espíritos, ou anjos, que, supostamente, controlam a vida de alguém (Gl 4.3,9). É mais provável que o termo rudimentos se refira às regras e ordenanças elementares que determinados mestres procuravam impor aos cristãos de acordo com os ditames de filosofias e dogmas humanas. A acusação mais séria de Paulo contra os hereges foi que o ensino deles não era segundo Cristo e, portanto, eles não estavam andando em Cristo (Cl 2.6,7).

IV. ABUSO NAS IGREJAS

1. Purificação do templo. Mateus 21.12,13 “E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; 13- E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.”

Duas vezes em três anos, Jesus expulsou do templo os vendedores e os cambistas (Jo 2.13-16; Mt 21.12-13). Sua explicação foi simples: “Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.”

Um exemplo da firmeza de Jesus está em Mateus, 21.12, quando, entrando no templo, viu que os comerciantes o transformaram em um local onde vendiam suas mercadorias, transtornando o momento de oração e adoração a Deus.

1.2. Jesus foi ao templo. Ele não subiu à corte, nem ao palácio, apesar de ter entrado como rei; mas ao templo; pois o seu reino é espiritual, e não deste mundo. É nas coisas sagradas que Ele governa, e no templo de Deus que Ele exerce autoridade. E expulsou os que vendiam e compravam pombas e bois para sacrifício. Ele os expulsara três anos antes (Jo 2.14), pedindo-lhes que não fizessem daquela casa uma casa de mercadorias: com a repetição da ofensa, ele usa palavras mais aguçadas.

Quando Jesus entra no templo, mas vê o que se praticava na parte externa, onde os gentios costumavam adorar. Todavia, os cambistas, os trocadores de dinheiro estrangeiro em moedas atuais, que aqueles que vieram de partes distantes podem querer oferecer pelo serviço do templo. Todavia, Jesus condena a prática daqueles que fazem a casa de Deus fonte de lucro. Ou seja, um lugar consagrado para a realização do culto religioso, Jesus diz: “...mas vós o fizestes um covil de ladrões.”

Jesus vê em seus corações a avareza, coberta com o véu da religião, é uma daquelas coisas sobre as quais Cristo olha com a maior indignação em Sua Igreja. Mercadejam as coisas sagradas, trocas fraudulentas, espírito mercenário em funções sagradas; empregos eclesiásticos obtidos por lisonja, serviço ou comparecimento, ou por qualquer coisa que seja em vez de dinheiro; colações, nomeações e eleições feitas por qualquer outro motivo que não a glória de Deus; são todas as profanações fatais e condenáveis, das quais as do templo eram apenas uma sombra.

2. Cuidado com os falsos mestres gananciosos. 2ª Pedro 2.3 “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.”

O apóstolo Pedro alerta os cristãos sobre a presença de falsos mestres que se infiltram de maneira disfarçada no meio da igreja para negociar a fé dos incautos.

Esta mensagem está tratando do perigo das riquezas, pois, o amor do dinheiro afasta o homem de Deus e atrai para si uma série de males: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1ª Tm 6.10).

A ganancia produz avareza; avareza é idolatria (Cl 3.5); idolatria é pecado (Êx 20.4); pecado gera morte (Rm 6.23). Por ganancia, milhares de pessoas não dão crédito à verdade e procuram exatamente a estes falsos mestres, somente com o intuito de se enriquecerem, não se importando nem um pouco com a sua salvação, já que salvação não faz parte das suas pregações. Até porque, a salvação exige renúncias, arrependimento e não acúmulo de riquezas (Mt 6.19-21; Lc 18.22-25).

Os falsos mestres faziam tudo isso com objetivo de enriquecer sobre os seus seguidores. Eram gananciosos e inescrupulosos no meio do povo de Deus. Mas também o apóstolo Pedro descreve o destino deles. O juízo de Deus sobre eles não tarda para destruí-los.

V. APOSTASIA E SINCRETISMO RELIGIOSO

2ª Pedro 2.15 “Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça.”

Como exemplo do desvio do caminho da verdade, Pedro traz à memória o profeta Balaão, o controverso mensageiro do Antigo Testamento (Nm 22-26).

Balaão amou tanto a riqueza, fama e a honra que, para obtê-las, agiu contrariamente à sua consciência. Seguir seu caminho, portanto, deve ser guiado por paixões carnais, pois amam o salário da injustiça. Quando Balaão foi enviado pela primeira vez para amaldiçoar os israelitas, os mensageiros de Balaque levavam apenas as recompensas da adivinhação em suas mãos (Nm 22.7), e, portanto, quando Deus o proibiu de ir, ele concordou facilmente, e recusou-se a ir (2ª Pe 2.13).

Apesar de ter aparentemente resistido à proposta de Balaque, de amaldiçoar Israel, seu coração ambicionava a recompensa prometida pelo rei moabita. Atribui-se a ele o fato de os israelitas terem sido seduzidos a adorar baal e levados a se prostituírem com as mulheres pagãs (Nm 25; Jd 11; Ap 2.14). Tornou-se, assim, um péssimo exemplo de apostasia e sincretismo religioso, que tenta misturar a fé cristã com outras religiões. A tentativa de conciliar diferentes dogmas religiosos é uma marca da presente era, sob o falso argumento de que as várias religiões do mundo são nada mais que aspectos diferentes de uma mesma divindade. Esse argumento tem tirado muitos cristãos do caminho da verdade.

VI. FALSAS INTERPRETAÇÕES

1. Todas as religiões nos levam a Deus. Você provavelmente já deve ter ouvido aquela famosa frase dita em nosso mundo: todos os caminhos levam a Deus. Essa frase é repetida por aqueles que não conhecem completamente a Bíblia e que, por algum motivo, têm medo de se posicionar diante do que é verdade e do que não é verdade. Jesus, em uma de Suas falas, declarou algo interessante: “Disse Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6).

1.1. Jesus é o caminho. Quando Jesus diz “eu sou o caminho” está reforçando a ideia de que Ele era o messias que representava o acesso pleno a Deus. Após a morte de Cristo o véu do santuário se rasgou, dando livre acesso a Deus. Jesus é o caminho que nos leva a Deus. Não existem outros caminhos.

1.2. Jesus é a verdade absoluta. Quando Jesus diz que Ele é a verdade está dizendo claramente que Ele não é “uma verdade” como muitos por aí costumam pregar, dizendo que há muitas verdades e que cada um tem a sua verdade. Jesus é a verdade absoluta, pois é Deus. Ele é a verdade plena em que não há engano. Sendo Ele a verdade, podemos trilhar, sem medo, pelo caminho correto, o caminho em que não há engano ou sombra de dúvida.

1.3. Jesus é a vida. A vida é a bênção maior criada por Deus. Deus nos criou para a vida. Quando Jesus diz que Ele é a vida está deixando claro que Ele é a fonte da vida. Ele mesmo iria mais tarde vencer a morte e ressuscitar cheio de vida. Jesus é a vida plena, Ele é quem nos deu a vida eterna com Deus, a vida eterna vivendo no caminho e na verdade. Somente através Dele a vida é possível. Sem Ele não há vida: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).

1.4. Ninguém vem ao Pai se não for por mim. Por fim, Jesus finaliza sua resposta deixando claro que não há atalhos para chegarmos a Deus. Ele é o caminho verdadeiro que nos leva ao Pai, que nos leva à vida plena e eterna. Não existem santos, nem grandes homens, nem deuses, nem nada que os homens possam criar que possa levar alguém até Deus. Jesus tomou para si esse papel único e deixa isso muito claro: “ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Temos agora a verdade absoluta de Deus, que não pode mudar por nenhuma criatura no universo. De maneira que é bem clara quanto a salvação em Jesus. João 3.17 “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.

O maior problema da humanidade, é que as pessoas criam valores insignificantes em relação à salvação que não tem amparo bíblico; mas, de ensinamento humano; pecam, e querem dar um jeitinho brasileiro de entrar no céu.

VII. JESUS O ÚNICO FUNDAMENTO

1ª Coríntios 3.11 “Porque ninguém pode colocar outro fundamento além do que está posto, o qual é Jesus Cristo.”

Paulo diz em Efésios 2.20 que Jesus é, na verdade, “a pedra angular”. Jesus é chamado de fundamento porque ele é o elemento-chave de todo o fundamento. O fundamento, Paulo nos diz, consiste dos profetas e dos apóstolos (Efésios 2.18-21).

1. Mas há outras pedras nessa fundação. Nos dias atuais, no tempo em que vivemos, não há apenas um fundamento sobre o qual a Igreja que se diz de Jesus Cristo está sendo edificada. Ficará compreendido que existem outros fundamentos, falsos fundamentos, usando o nome do Senhor Jesus Cristo, sobre os quais estão sendo edificados, não um único povo (edifício, obra) que se diz ou se intitula povo de Deus, mas vários povos que pretendem (?) ser de Deus, cada qual dizendo ser ele o Corpo de Cristo ou verdadeira Igreja. Mesmo que alardeiem que “maior é quem os une”, ficará provado, também, que essa frase de efeito é uma grande dissimulação, ajustada convenientemente para momentos oportunos.

2. Os materiais precisam estar certos. “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará” (1ª Co 3.12-13).

Um templo de madeira, feno e palha pode ser construído rápido e barato. Apelos aos apetites carnais para comida de graça, recreação, divertimento, baladas cristãs com som e fumaça para alegrar os seguidores, etc., ajuntarão tais materiais em grandes quantidades. Aqueles que buscam materiais mais caros, limitando-se a pregar “Cristo, e este crucificado”, parecerão ser lentos e improdutivos, mas o tempo dirá. Homens de fé não julgam nada “antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará a plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus” (1ª Co 4.5).

Pr. Elias Ribas

Igreja Assembleia de Deus

Blumenau - SC