TEOLOGIA EM FOCO

segunda-feira, 29 de junho de 2020

A BATALHA ESPIRITUAL E AS ARMAS DO CRENTE


LEITURA BÍBLICA

Efésios 6.10-20. “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. 11 - Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; 12 - porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. 13 - Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. 14 - Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, 15 - e calçados os pés na preparação do evangelho da paz; 16 - tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. 17 - Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, 18 - orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos 19 - e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho, 20 - pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar.


INTRODUÇÃO
Ao finalizar a Epístola aos Efésios, o apóstolo convoca a Igreja para lutar e resistir aos inevitáveis conflitos contra as forças espirituais da maldade. Nessa batalha, a fim de suportar os ataques e se manter firme na marcha contra o mal, os soldados de Cristo precisam revestir-se de toda a armadura de Deus. É o que veremos na presente lição.

Quanto ao assunto batalha espiritual, infelizmente, alguns subestimam por completo os ataques do Inimigo e suas ciladas. Já outros enaltecem o poder do Inimigo e se esquecem de que Cristo já o derrotou na cruz do Calvário e que nos deu poder contra as serpentes e escorpiões (Lc 10.19). Assim como os anjos estão a serviço de Deus e do seu povo, os demônios servem a Satanás, o seu chefe, cuja missão neste mundo é matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Mas nunca podemos nos esquecer de que maior é o que está conosco, Jesus Cristo.

I. O PREPARO ESPIRITUAL DO CRENTE PARA A BATALHA

1. Fortalecidos no poder do Senhor. A expressão na forma passiva “fortalecei-vos no Senhor” (6.10a) indica que não temos poder em nós mesmos. Esse excelso poder nos é conferido pela comunhão com Deus, em Cristo, por meio do Espírito Santo (Jo 15.7; 1ª Jo 1.3). Por isso precisamos estar fortalecidos por meio da “renovação da mente” (4.23), da “vida em santidade” (4.24) e “ser cheio do Espírito” (5.18). A vitória não pode ser alcançada por outro meio. Conhecer as Escrituras sem a devida obediência e frequentar os cultos sem a genuína conversão não são suficientes. Não obstante, o poder de Deus está disponível aos fiéis para “pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo” (Lc 10.19).

2. Vigilantes em toda a oração e súplica. Paulo enfatiza a necessidade de uma vida cristã permeada pela prática da oração. Não é possível entrar em combate sem a cobertura de tão preciosa arma espiritual (Lc 21.36). A expressão “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito” (6.18) significa clamar pelo favor divino em qualquer circunstância e oportunidades. Esse clamor deve estar acompanhado de vigilância (Is 59.1,2), pois esta preserva o crente das astutas ciladas do Inimigo (Sl 124.7). Vigiemos em oração e súplica!

SUBSÍDIO BÍBLICO - TEOLÓGICO

“A exortação apostólica: ‘fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder’ (Ef 6.10) diz que os crentes devem buscar essa força não neles mesmos, mas no Senhor Jesus; por essa razão, o apóstolo Paulo emprega o verbo grego na voz passiva, endynamosthe, ‘sede dotados de força em,  sede fortalecidos’, do verbo endynamoo, ‘fortalecer em’. Esse poder não vem de nós mesmos, mas de uma força externa, do próprio Deus, Jesus disse: ‘sem mim nada podereis fazer’ (Jo 15.5). A combinação pleonástica, ‘força do seu poder’, dá mais relevo ao pensamento, uma expressão que Paulo já havia usado na epístola (1.19). Ele está falando sobre força e poder no campo espiritual, não sobre força física (2ª Co 10.4). O Senhor Jesus capacitou os cristãos, pelo Espírito Santo, para vencer todo o mal e toda a tentação interna, os desejos da carne, e toda a tentação externa, tudo aquilo que vem diretamente do poder das trevas. Essa capacitação envolve o discernimento para compreender as astúcias malignas (2ª Co 2.11) e também o poder sobre os demônios (Lc 10.17,19)”. [SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O Povo de Deus e a Guerra Contra as Potestades do Mal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2018, p. 29].

II. CONHECENDO O CAMPO DA BATALHA ESPIRITUAL

1. As astutas ciladas do Diabo. A expressão “ciladas do diabo” (6.11) indica as “armadilhas” articuladas perversamente pelo reino das trevas. O líder desse reino é identificado como diábolos, que significa “caluniador” e “acusador” (Mt 4.1; Jo 8.44; 1ª Pe 5.8). Tomado de fúria e por meio do espírito do erro, ele prepara laços com o propósito de destruir a Igreja de Cristo. Algumas de suas astúcias são:
(1) Confundir a mentira com a verdade (Gn 3.4,5).
(2) Deturpar as Escrituras (Mt 4.6).
(3) Dissimular e induzir a dissimulação (2ª Co 11.13,14).
(4) Fazer falsos sinais (2ª Ts 2.9).
(5) Fazer acusações (Ap 12.10).
(6) Semear incredulidade (2ªCo 4.4).
(7) Promover ideologias anticristãs (2ª Ts 2.3,4).

Diante desse quadro, o texto sagrado ordena: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus!”.

2. O conflito contra o reino das trevas. Paulo enfatiza que esse conflito não é “contra carne e sangue” (6.12). Não se trata de lutar contra o ser humano, mas contra o reino das trevas nas “regiões celestes”. Essas declarações indicam que a batalha não é física, mas travada no mundo espiritual. O conflito é contra as hostes que, debaixo da autoridade do Diabo, mantêm os homens na escuridão (1ª Jo 5.19). Nessa metáfora, fica claro que o cenário do campo de batalha do soldado é espiritual (6.11,12), ao mesmo que se revela a natureza pessoal do conflito, pois essa luta se dá tanto na área individual quanto na área coletiva da igreja (1ª Pe 5.8,9).

3. As agências das potestades do ar. Paulo identifica as forças do mal que marcham contra a Igreja como “principados, potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade” (6.12). Esses seres são caracterizados por três aspectos:

3.1. Eles são poderosos. Os títulos “principados e potestades” indicam poder, primazia e autoridade para agir; “príncipes das trevas” são líderes de anjos decaídos, que sob o comando do Diabo exercem domínio;

3.2. Eles são malignos. Esses agentes formam “as hostes espirituais da maldade”. Refere-se a demônios que empregam seu poder destrutivamente para o mal;

3.3. Eles são astutos. São cheios de sutilezas e maquinam a queda da Igreja.

Apesar desse imenso império do mal, a Igreja é exortada a não temer. Somos incentivados a lutar e, sobretudo, a vencer, pois o Senhor da Igreja está elevado ao nível “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio” (1.21).

SUBSÍDIO BÍBLICO - TEOLÓGICO

“O apóstolo Paulo emprega skotos para se referir ao reino satânico. Ele especifica os principais agentes no reino das trevas e conclui dizendo que eles formam ‘as hostes espirituais da maldade’ (Ef 6.12). Essa expressão refere-se aos ‘espíritos malignos’, um termo presente no pensamento judaico e também no Novo Testamento. Essas hostes são comandantes do exército de Satanás: principado, potestades e dominadores deste mundo tenebroso, contra quem temos de lutar fortalecidos no Senhor e na força do seu poder e revestidos da armadura completa de Deus (Ef 6.10-11).

A expressão ‘lugares celestiais’ ou ‘regiões celestiais’ no presente contexto nos chama atenção, pois parece indicar o céu o lugar onde Cristo habita, a morada dos crentes. No entanto, o apóstolo escreve: ‘contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais’, termo que aparece cinco vezes em Efésios e em nenhum outro lugar no Novo Testamento (1.3,20; 2.6; 3.10; 6.12). No mundo antigo, as pessoas acreditavam que o céu tinha diferentes níveis ocupados por uma diversidade de seres espirituais. No nível mais elevado, habitava Deus com os seres mais puros. Ou seja, as ‘regiões celestiais’ podem significar onde Deus está ou onde estão os poderes espirituais. O sentido dessas palavras depende do contexto onde elas aparecem” [SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O Povo de Deus e a Guerra Contra as Potestades do Mal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2018, pp. 33,34].

III. AS ARMAS ESPIRITUAIS INDISPENSÁVEIS AO CRENTE

1. A armadura completa de Deus. A imagem que o apóstolo usa é a de uma linguagem retirada do contexto militar romano. A expressão “toda a armadura” traduz o termo grego panóplia, que significa “a armadura completa de um soldado fortemente armado” (6.11,13). Na Carta, a orientação não é para usar armas próprias, mas tomar o equipamento dado por Deus, resistir bravamente e marchar contra as potestades do ar.

2. As armas indispensáveis de defesa. Vejamos aqui uma lista de armas espirituais disponíveis aos soldados do Senhor:

2.1. Cingidos os vossos lombos com a verdade (v. 14). Retrata a peça usada para dar mobilidade ao soldado no combate. Nesse sentido, faz referência à verdade da doutrina de Cristo e à integridade do soldado (2ª Co 13.8).

2.2. Vestida a couraça da justiça (6.14). Trata-se de uma malha impenetrável de proteção aos órgãos vitais. Refere-se à justiça de Cristo e à retidão do soldado no campo de batalha (Rm 5.1; 2ª Co 6.7).

2.3. Calçados os pés na preparação do evangelho da paz (6.15). Confeccionada em couro, a “meia bota” tinha solas cravejadas para dar estabilidade. Refere-se à firmeza que o Evangelho proporciona e à prontidão do soldado em testemunhar de Cristo (Rm 1.16).

2.4. Tomando, sobretudo, o escudo da fé (6.16). Longo, retangular, feito de madeira e couro, o escudo protege o corpo inteiro dos dardos incendiários. Refere-se à fé inabalável em Deus, que detém a eficácia das calúnias, dúvidas e rebeliões disparadas pelo Diabo (Pv 30.5).

2.5. O capacete da salvação (6.17). Pesado, resistente e fabricado com bronze ou ferro, o capacete serve de proteção para a cabeça. Refere-se à certeza da salvação que já recebemos em Cristo e a convicção da plena salvação no último dia (1ª Ts 5.8,9).

3. A imprescindível arma ofensiva. Finalmente, “a espada do Espírito” (6.17), a única arma disponível tanto para a defesa quanto para o ataque. O termo grego para ela é machaira, identificada como espada curta. Isso significa que o combate é pessoal, o enfrentamento é diário e acontece “corpo a corpo”. A espada do Espírito é identificada como sendo a “Palavra de Deus” inspirada e penetrante (2ª Tm 3.16; Hb 4.12). Ela deve ser usada tanto para resistir às ciladas do Diabo (Mt 4.1-10) quanto para derrubar as fortalezas de Satanás (Mt 10.19,20; 2ª Co 10.4).

CONCLUSÃO
A vitória da Igreja de Cristo contra as forças do mal é garantida pela sobre-excelente grandeza do poder de Deus (1.19). Os ardis de Satanás não podem ser subestimados, porém, o reino das trevas não deve amedrontar o cristão. A Escritura convoca o salvo a combater e a vencer as potestades do ar, revestido com a armadura de Deus (6.11).

BAPTISTA, Douglas. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020 – CPAD – RJ.

A LUTA DO CRENTE CHEIO DO ESPÍRITO SANTO


Leitura Bíblica
Ef 6.5-13 “Vós servos obedecer a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração como a Cristo, 6 - Não servindo a vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; 7 - servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens, 8 - sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre. 9 - E vós senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o senhor deles e vosso estais no céu e que para com Ele não há acepção de pessoas! 10 - No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. 11 - Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; 12 - Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais, 13 - portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mal e, havendo feito tudo ficar firme.

INTRODUÇÃO
A conduta do crente estende-se à sua vida social, emocional e espiritual.

Tratamos em lições anteriores de assuntos como ministério, vida cristã e família. Nesta lição estudaremos as relações de trabalho e batalha espiritual.

I. A CONDUTA DO TRABALHADORES

1. A conduta dos empregados em relação aos patões (vs. 5-8).
A relação de serviço entre patrão e empregado é, antes de tudo, uma relação de submissão e obediência, pois o empregado precisa do patrão para sua subsistência.

Por outro lado, o patrão precisa dele para realizar o seu serviço. Essa relação deve ser natural.

Outro fator que deve merece a nossa apreciação é o espiritual. O caráter espiritual tem por objetivo ensinar o crente a que trabalhe com honestidade procurando cumprir seus deveres, porque fazendo assim, terá a benção de Deus.

Pois a expressão, “obedecei a vossos senhores segundo a carne”, significa afirmar que se trata de algo material, terreal.

1.1. Mas, a Bíblia declara que assim fazendo é “como a Cristo” (v. 6).

A expressão “com temor e tremor” não quer dizer que o empregado deve trabalhar com medo.

O sentido é trabalhar com responsabilidade e prontidão.

Quando Paulo fala em “sinceridade de coração” (v. 6). Significa que o trabalhador procura trabalhar com inteireza de coração.

Não faz nada que traia essa singeleza, mas faz tudo com “boa vontade”.

Ao procurar agradar o patrão, crente o crente deve fazê-lo sem trair sua fé, porque dessa forma está também fazendo a vontade de Deus.

1.2. “Servir de boa vontade como ao Senhor” (vs. 6-7).
O princípio que rege um bom empregado, é trabalhar com fidelidade em quaisquer circunstâncias na presença ou na ausência do patrão como o texto firma.

“Não servindo a vista”, “... servindo de boa vontade” (v.s. 6-7). Mesmo que não gostemos do trabalho que fazemos, somos submissos, devemos fazê-lo de boa vontade.

Nossa fidelidade aqui na terra nas coisas justas dessa vida nos tornam aptos para recebermos a recompensa do Senhor (v. 8).

2. A conduta dos patrões em relação aos seus empregados (v. 9).
Os direitos e privilégios, tanto do patrão como do empregado possuem características próprias.

Em relação a conduta dos patões, a Bíblia destaca aqui três características:

2.1. Reciprocidade (v. 9).
Reciprocidade é aquilo que é válido, em matéria de valor para duas pessoas.

Se o servo faz como “ao Senhor”, se serve “de coração sincero” e de “boa vontade” se serve procurando “fazer a vontade de Deus”, a Bíblia, então, ordena aos patrões, “e vós senhores com eles”.

2.2. Respeito (v. 9).
O crente verdadeiro ama a Cristo e respeita as pessoas. Dignidade e respeito devem reger as mentes tanto dos patrões como dos empregados.

Todo patrão tem o direito de exigir boa prestação de serviço de seus empregados, porém isto não significa tratamento perverso, desumano. Toda forma de intimidação, “deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles, e vosso estás no céu,e para com ele não há acepção de pessoas”.

2.3. Igualdade (v. 9).
É lamentável dizer que entre os crentes ainda haja discriminação social, racial, cultural e religiosa.
De conduzirmos todas as pessoas da terra a Jesus Cristo, como Salvador e Senhor e mostrá-las que Cristo morreu por todos. No entanto no campo de trabalho, existem categorias distintas de atividades e responsabilidade, e as pessoas que assumem essas posições dentro de uma empresa, naturalmente recebem aquilo que é justo à posição e atividade que fazem.

Isto não é discriminação.

II. A CONDUTA DO CRENTE NA BATALHA ESPIRITUAL

A partir do v. 10; a Bíblia discorre sobre a batalha espiritual inevitável do crente contra as forças do mal.

Queiramos ou não a partir da queda do homem por seu pecado no Éden, iniciou-se uma batalha (Gn 3.15), indica a causa e a razão dessa batalha que começou na inimizade declarada entre a “antiga serpente”, o diabo, e “a semente da mulher”, Jesus.

O cumprimento desse conflito cósmico teve seu clímax no calvário,

Só podemos enfrentar e vencer esta batalha usando as armas espirituais providas por Deus, relatada aqui no texto bíblico.

É preciso estar preparado para esta batalha espiritual mediante os três elementos ensinados nos (vs. 10-11).

1. Fortalecimento (v. 10).
Na batalha espiritual só estão aptos para participar os que pertencem ao Senhor, por isso, o apostolo diz: “irmãos meus”, não se trata de um fortalecimento físico ou intelectual, mas é um fortalecimento, “na força do seu poder”. Em outras palavras, nenhum crente entra nesta batalha com armas materiais ou físicas.

É preciso estar cheio do poder do Espírito.

2. Conhecimento (v. 11).
Aos nossos ouvintes perguntaria: Que tem a ver conhecimento com armadura? Para termos a armadura de Deus, precisamos conhecer todo o equipamento dessa guerra espiritual.

Precisamos estar revestidos da armadura de Deus, e para ter todas as armas necessárias para um combate.

A armadura espiritual incompleta torna o crente vulnerável aos ataques satânicos.

3. Treinamento (v. 11).
Um soldado precisa ser forte, conhecer e treinar o suficiente para entrar na batalha.

A igreja de Cristo é o quartel-general onde os soldados são equipados, através do ensino sadio da Palavra de Deus (2ª Tm 3.16-17).

III. O CAMPO DE BATALHA ESPIRITUAL

Toda batalha tem seu campo de ação e envolve vários aspectos bélicos tais como o lugar, o inimigo e a estratégia e as armas de ataque e defesa.

1. O lugar de combate dessa batalha (v. 12).
O local não se limita a alguma área geográfica e terrena, mas abrange todo e qualquer lugar onde o reino de Deus esteja.

Onde estiver um crente fiel ali se torna um campo de batalha. Paulo diz que “não temos de lutar contra a carne e o sangue”.

É uma expressão que denota o tipo de batalha – não é humana, de homem contra o homem, mas é luta espiritual contra inimigos espirituais.

Adiante Paulo especifica que essa batalha ocorre “nos lugares celestiais” ou “regiões celestiais”.

Esta expressão refere-se a uma posição espiritual elevada, uma conquista de todo o crente verdadeiro.

2. Os inimigos da batalha (vs. 11-12).
Temos duas citações especiais que identificam nossos inimigos, o diabo (v. 11), e “as hostes espirituais da maldade” (v. 12).

Quem é o diabo? (Leiam Ez 28.12-17; Jo 12. 31; 2ª Co 4. 4).

As hostes espirituais da maldade incluem “principados, potestades e príncipes das trevas deste século”.

São classes de demônios, isto é, anjos caídos que realizam tarefa sobre o comando de satanás, o chefe, em várias Arias de atividades da vida humana.

3. As armas espirituais para a batalha (v. 13-17).
Paulo serviu-se da figura das armas de um soldado romano da sua época.

3.1. “O sinto da verdade” (v. 14). Servia para prender a couraça do soldado. “A verdade” é a representação de tudo que somos. Nossos vestidos de guerra são seguros com a verdade.

3.2. “A couraça da justiça”. Uma arma defensiva de proteção para o peito. A justiça une-se a verdade, e elas podem ser notadas pelos inimigos (Is 59.17; 1ª Ts 5.8).

3.3. “Calçados na preparação do Evangelho” (v. 15). Os quais são importantes no campo de batalha.

3.4. “Escudo da fé” (v. 16). Uma arma defensiva que fica presa no braço e impede que os dardos do inimigo alcancem o corpo do soldado.

3.5. “O capacete da salvação” (v. 17). Servia para proteger a cabeça, A nossa salvação é o capacete que protege nossa cabeça.

3.6. “A espada do Espírito” (v. 17). Uma arma ofensiva que deve estar sempre na mão e na  mente do crente.

4. A provisão para batalha (v.s. 18-20).

É a oração - a maior provisão do crente. A Palavra nos alerta que devemos orar em todo o tempo, não dando lugar nem tréguas ao diabo.

O crente deve orar incessantemente (Cl 4.2; 1ª Ts 5.17).

Devemos orar com suplica no Espírito (v. 18).

CONCLUINDO
No cap. 6. vs. 21 a 24; Paulo da as suas saudações finais aos efésios e espera que todos cresçam na presença de Deus. Da mesma forma, espera que os crentes na atualidade sejam vencedores no Senhor até o dia em que receberemos a coroa da vida eterna. Gloria a Deus e aleluia!!!


Amém, e amém muitas vezes glória, por termos concluído a apresentação de “A Carta de Paulo aos Gálatas”.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

A FAMÍLIA É A PRINCIPAL INSTITUIÇÃO PLANEJADA POR DEUS


Leitura Bíblica Ef 5.22-28; 6.1-4
Ef 5.22-27 “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; 23 - porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja sendo ele próprio o Salvador do corpo. 24 - De sorte que, assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo a seu marido. 25 - Vós maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela. 26 - Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27 - para a apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem macula, nem ruga, nem coisa semelhante, santa e sem defeito. 28 - Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher ama a si mesmo.

Ef 6.1 “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor porque isto é justo. 2 - Honra a teu pai, e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, 3 - para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. 4 - E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.”

INTRODUÇÃO
No mesmo capítulo da Bíblia que trata das verdades fundamentais, da vida cristã, estão os ensinos básicos sobre a família e suas relações no lar, Ef cap. 5, indiscutivelmente, o fortalecimento da família fortalecerá a Igreja como um todo.

Em Cristo nos tornamos uma família de Deus (Ef 2.19).

O texto destaca o princípio da submissão como um dever dentro das relações familiares entre os cônjuges e os filhos.

I. A CONDUTA DAS ESPOSAS

1.O princípio da sujeição (v. 22).

Em nosso tempo esse princípio tem sido deturpado, porque as mulheres conquistaram um espaço muito grande na sociedade.

Tem havido choque entre o ensino e a filosofia secular puramente humanista, alheia a Deus e a sua Palavra.

A distinção entre os dois está no fato de que o ensino bíblico tem sua base nos princípios divinos e o pensamento secular é totalmente humano, em que o mundo sem Deus dita os credos, leis e costumes.

Deus estabeleceu o princípio da autoridade dentro do lar.

As mulheres devem sujeição aos seus maridos, e estes devem ser sujeitos ao Senhor.

2. Sujeição e não escravidão.
A sujeição das esposas a seus maridos tem um sentido especial no Novo Testamento, Jesus em sua obra no Calvário, restaurou o lugar da mulher na sociedade.

No Antigo testamento havia muitas restrições, resultantes da maldição do pecado no princípio do mundo.

Por isso, a sujeição das mulheres aos seus maridos não pode ser interpretada como subserviência, humilhação e depreciação.

Ela deve ser feita de modo decente respeitador e com muito amor.

3. Dignidade, não igualdade.
A Bíblia define a posição da mulher em relação ao homem, e a coloca não em superioridade para que não haja crise de liderança dentro do lar.

A autoridade do homem sobre a mulher não significa inferiorizá-la, se esse homem e essa mulher são cristãos autênticos e conhecedores do que a Palavra ensina sobre a família.

A sujeição da mulher ao seu marido deve ser espontânea, porque deve ser baseada no amor dele para com ele e vice-versa.

Uma esposa cristã autêntica não tem o espírito do mundo do mundo que não compreende as coisas de Deus.

Por isso, sua sujeição é feita no Senhor que a dignifica e a valoriza diante do marido, dos filhos e da sociedade, e por sua vez, o marido sendo um servo de Deus, corresponde a essa sujeição dela.

4. Sujeição no Senhor (v. 22).
É bom que os maridos entendam que a sujeição de suas mulheres tem um sentido espiritual.

Não se trata primeiramente de uma sujeição física e moral em que a esposa tenha que satisfazer todas as vontades do marido. Essa ideia é machista e reprovada por Deus. Na criação o homem foi feito cabeça da mulher, isto é, o líder da família, o que também o que também não significa que a mulher não possa pensar, raciocinar, emitir opiniões sobre assunto do lar. A mulher foi tirada do lado do homem, e deve permanecer ao lado do homem; não debaixo de seus pés.

II. A CONDUTA DOS MARIDOS

Esta conduta do marido é baseada na mesma regra contida no texto bíblico, em apreço, que fala de Cristo e sua Igreja.

O amor é a expressão máxima desse relacionamento, marido-esposa.

A autoridade do marido dentro do lar, não é a do tipo senhor e escravo.

1. O marido deve amar sua esposa com um amor desprendido (v. 25).

O trabalho do amor de Cristo em benefício da Igreja é triplo:
a) Passado.
b) Presente e futuro.

1.1. Por amor Ele se entregou para remir a Igreja (v. 25).

1.2. Em amor ele está santificando a Igreja (v. 26).

1.3. Como recompensa de Seu sacrifício e trabalho de amor, Ele vai apresentar a Igreja a si mesmo em perfeição imaculada, uma perola de grande valor (v. 27; Mt 13.46).

2. O marido deve amar a esposa com um amor protetor (v. 26).
O versículo fala “para santificar”, isto é, separar e preservar para si mesmo e não permitir que coisas estranhas a envolva.

III. O EXEMPLO DE CRISTO PARA COM A IGREJA

Paulo faz uma metáfora com a esposa e a Igreja, para ilustrar a preocupação de C risto com os crentes.

1. Ele quer a Igreja purificada (v. 26).
Todos os vestígios da velha vida não podem mais fazer parte da vida da Igreja.

Lavagem com água é uma linguagem figurada que significa pureza espiritual.

O texto diz mais que essa lavagem é pela “palavra”, a palavra de Cristo, os seus ensinos. Sem dúvida, o poder da Palavra produz limpeza e purificação.

2. Ele quer a Igreja devidamente preparada (v. 27).

A Igreja está sendo revestida da glória de Cristo pelo ministério do Espírito Santo.

Antes, ela foi purificada e, agora, na vinda de Cristo se apresenta vestida de glória.

Na sua vinda, Cristo a quer devidamente preparada e gloriosa.

3. Ele quer a Igreja como uma esposa sem defeito (v. 27).
A glória da Igreja resulta da pureza que Cristo propiciou. “Sem mácula” desfaz a possibilidade de contaminação, isto é, sem nenhuma mancha capaz de empanar a glória da igreja, nem ruga, isto é, sem qualquer defeito, ou saliência, ou vinco na pele e nos seus vestidos.

A Igreja está sendo preparada pelo Espírito Santo para um dia encontrar o seu amado esposo celestial.

Ela tem de ser a esposa sem defeito, bela e gloriosa.

Diz ainda o versículo, “mas santa e irrepreensível.

4. Ele quer dar a Igreja seu total amor (v. 28).
Paulo faz uma analogia para ilustrar seu verdadeiro amor conjugal:

“Assim devem os maridos amar suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos”.

Assim como no casamento, os dois, homem e mulher formam uma só carne, o que revela o amor existente entre eles, também, Cristo ama sua Igreja, como se fosse uma só carne. A Igreja é o corpo de Cristo, por isso, Ele cuida desse corpo.

IV. A CONDUTA RELACIONAL ENTRE PAIS E FILHOS

A Bíblia é o manual por excelência da família.
Se seus santos ensinos forem obedecidos, a família terá paz, felicidade e bem-estar como um todo, e também cada um de seus membros.

1. O dever dos filhos (Ef 6.1).
Neste versículo duas palavras se destacam, as quais determinam uma relação sadia e abençoada da parte dos filhos para com os pais; obediência e honra.

1.1. Obediência.
A obediência dos filhos aos pais feita no Senhor só trará benefícios morais, físicos e espirituais para as duas partes.

A obediência é um dever morar dos filhos. Os filhos devem obedecer aos pais porque isto é justo aos olhos de Deus.

Na cultura moderna do mundo em que vivemos esse princípio é rechaçado, porque os pais, em nome de uma liberdade que mais escraviza do que liberta, perderam o controle sobre os filhos.

Os filhos que amam e respeitam os pais obedecem, porque possuem uma consciência cristã de responsabilidade para com Deus e para com os pais.

1.2. Honra.
Esta é a segunda palavra chave que determina uma relação sadia dos filhos para com os pais.

Nos vs. 2 e 3 está escrito: “Honra a teu pai e tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa para que te vá bem e viva muito tempo sobre a terra”.

Esse é um mandamento com promessa o qual tem sido na experiência de bons filhos, um modo de ser amplamente abençoado por Deus A desobediência desonra aos pais e consecutivamente a Deus. Por isso os filhos devem honrar aos pais mesmo que estes descordem deles em alguns princípios e Deus o abençoará copiosamente.

2. O dever dos pais para com os filhos (v. 4).
Naturalmente este dever aparece essencialmente no papel do pai, líder do lar; mas isso não impede e nem omite a importância da mãe.

Aliás, nos tempos atuais muitas mulheres têm exercido o papel de pais, Por causa da ausência deles dentro do lar. Portanto, cabe ao pai e a mãe a responsabilidade especial na educação dos filhos. Três coisas a Bíblia destacam aqui: criar, na doutrina e admoestação.

A palavra criar tem a ideia de correção.

A palavra “doutrina” refere-se a dar aos filhos uma conceituação das doutrinas da Bíblia, mas ao mesmo tempo ensinar-lhes os princípios ético, teológicos e morais.
A palavra “admoestação” envolve correção por parte dos pais quando os filhos erram, quando quebra princípios normatizadores do lar, da família.

CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo ensinou em sua epístola aspectos práticos das relações existentes entre pais e filhos, e maridos e esposas.

Devemos seguir e cumprir a Palavra de Deus em todo o tempo, a despeito de todas as mudanças ocorridas na sociedade, pois fazendo assim, seremos abençoados.

Que o Senhor nosso Deus vos abençoe em tudo que temos apreendido até aqui!

A CONDUTA DO CRENTE EM RELAÇÃO À FAMÍLIA



LEITURA BÍBLICA
Efésios 5.21-33; 6.1-4

Efésios 5.21-33 “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. 22 - Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; 23 - porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. 24 - De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido. 25 - Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 26 - para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27 - para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 28 - Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. 29 - Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; 30 - porque somos membros do seu corpo. 31 - Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. 32 - Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. 33 - Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.”

Efésios 6.1-4 “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. 2 - Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, 3 - para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. 4 - E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.”

INTRODUÇÃO
Na Bíblia, o relacionamento familiar é um projeto divino que pressupõe o matrimônio monogâmico, heterossexual e indissolúvel (Mt 19.4-6). No modelo divino, os membros da família são iguais, porém, cada um desempenha papéis diferentes. Nesta lição, veremos a conduta requerida por Deus para a família cristã.

A família é a principal instituição planejada por Deus. O relacionamento familiar é um projeto divino que tem a responsabilidade de glorificar a Deus e transmitir à sociedade o padrão moral e espiritual da família, fundamentado na Palavra de Deus. Para tanto, a Bíblia ressalta o papel dos pais e dos filhos no seio familiar. Tais papéis devem ser exercidos em obediência à palavra divina a fim de que a família mantenha a comunhão e a convivência de forma harmoniosa.


Mc 12.30-31 “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Não há outro mandamento maior do que estes.
O amor está presente em filmes, novelas, canções, literaturas etc. Mas, será que todos sabem, de fato, o que é amor?

1. O significado da palavra amor. De acordo com o léxico, o substantivo amor, que vem do latim amore, significa:
1) Grande afeição de uma pessoa por outra.
2) Afeição, grande amizade, ligação espiritual.
3) Carinho, simpatia.
4) O ser amado. (Dicionário Escolar da Língua Portuguesa Michaelis, pág. 47). Porém, do ponto de vista bíblico, amor é mais do que isso. Por isso, convido você a acompanhar comigo outras definições do amor.

2. Na cultura grega, o amor era visto sob quatro ângulos.
2.1. Amor “eros”. Termo grego para o amor sensual. Daí a palavra “erótico”. Esse é o amor físico, da carícia, da relação sexual. Quando um rapaz diz para a namorada: “Estou apaixonado por você!” Ele quer expressar o amor “eros”. Por isso tal amor é também conhecido como paixão. Apesar de tudo isso, esse amor é passageiro.

2.2. Amor “fileo”. É o amor-amizade, fraternal, social. Desse vocábulo grego (“fileo”) temos algumas palavras derivadas, como Filadélfia (“fileo”, amor-amizade, e “adelfos”, irmãos) que significa “amor entre irmãos” ou “amizade fraternal; Teófilo (“Teos”, Deus, e “I”, amizade ou amigo) que quer dizer “amigo de Deus”; Filantropia (“fileo”, amizade, e “antropos”, homem) significa “amor humano”. Em suma, se você possui boas amizades, logo o que está em evidência é o amor “fileo”.

2.3. Amor “storgeo”. É o amor conjugal, familiar, doméstico. Longe de ser interesseiro, esse amor é humilde, objetivo e sacrificial. É o amor que une o marido à sua mulher bem como os pais aos filhos. Logo, em um lar onde reina a harmonia, está em ação o amor “storgeo”.

4. Amor “ágape”. Dos quatro, este é o amor maior, pois tem origem no próprio Deus que é a revelação clara desse amor (Jo 3.16; 1ª Jo 4.8-18; 1Co 13.1-13; Ef 5.25). Esse amor é incondicional. Ou seja, não espera nada em troca. Não preciso esperar que alguém me ame para amá-lo. Aliás, com esse amor é possível amarmos até os nossos inimigos (Mt 5.44). Ele também é infalível e eterno, como se pode ver em 1ª Coríntios 13.8,13.

É bom salientar que, todos os seres humanos possuem, por natureza, os três tipos de amor já mencionados (“eros”, “fileo” e “storge”), entretanto, o amor “ágape” só se adquire quando se nasce de novo, ou seja, ele passa a operar na vida do homem, quando este se torna templo do Espírito Santo (Gl 5.16-22).

A. Com o amor “ágape” devemos amar a Deus e ao próximo.
Mc 12.30-31 “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Não há outro mandamento maior do que estes.

Na Bíblia, o termo “ágape” ocorre com mais frequência que os outros. Isso demonstra a importância desse amor!

Já, no versículo bíblico seguinte, o apóstolo Paulo cita dois dos quatro tipos de amor:

1ª Ts 4.9: “Quanto, porém, ao amor fraternal (amor “fileo”, no original “filadélfias”), não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis” (“Ágape”) amei uns aos outros).

O mesmo apóstolo também escreveu:
Rm12.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal (no original, “filadelfia”), preferindo-vos em honra uns aos outros.” Temos no primeiro versículo a junção do “fileo” e do “ágape”, enquanto que, no segundo, a expressão “amor fraternal” é a tradução do grego “filadelfia”.

Amar é um sentimento que nunca deveria ser extinto do ser humano, apesar de a Palavra de Deus afirmar que, “por se multiplicar a iniquidade (o pecado), o amor (“ágape”) de muitos esfriará” (Mt 24.12 – grifo meu).

Ame sua esposa, seus filhos, seus pais, seus irmãos, seus amigos e conhecidos, seus inimigos e, sobretudo, a Deus. Amar faz bem para o corpo, para a alma e, principalmente, para o espírito.

Concluo com uma recomendação de Jesus: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15.12).

II. A CONDUTA DO CRENTE COMO MARIDO

No capítulo cinco, Paulo enaltece o matrimônio e o eleva ao mais alto patamar ao comparar o marido a Cristo, e a esposa à Igreja. Neste tópico estudaremos a analogia referente ao marido.

1. O papel do marido como líder da família. Na Bíblia, a ordem de autoridade é observada do seguinte modo: Deus é a cabeça de Cristo; Cristo é a cabeça do homem; e o homem é a cabeça da mulher (1ª Co 11.3). A relação dentro do lar é explicada na frase “o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja” (5.23). Ela mostra o modelo de relacionamento do casamento cristão, isto é, o marido deve liderar a sua casa, do mesmo modo como Cristo lidera a Igreja visando seu absoluto bem-estar (5.29).

Aqui, é necessário ressaltar uma questão importante. O movimento feminista com viés neomarxista considera esse modelo de família como um sistema opressor do homem contra a mulher. Ao contrário desse falacioso discurso, nas Escrituras, o modelo cristão está fundado no amor e no respeito mútuo (Jo 13.34,35).

2. O amor como elemento primordial. O marido, além de liderar deve também amar a sua esposa assim como Cristo amou a Igreja (5.25). Isso implica a prática de sacrifício, como diz as Escrituras: “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (5.25b). O amor de Cristo para com a Igreja foi altruísta e incondicional (Rm 5.8). Assim, a Igreja foi atraída para Cristo por meio do amor, e não por ameaças ou imposição autoritária (Jo 15.12,13). Desse modo, os maridos devem também manter a união e a harmonia conjugal por meio do exercício do “amor”.

3. O cuidado do marido à esposa. A Escritura enfatiza que a esposa é parte do marido ao declarar “quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo” (5.28b). Acrescenta ainda que toda a pessoa mentalmente saudável cuida do próprio corpo (5.29), o que significa que o marido deve dar atenção à sua mulher do mesmo modo que atenta para consigo mesmo. Isso implica proteger a esposa e prover-lhe uma vida digna. Essas ações de cuidado não se limitam apenas às provisões materiais, mas igualmente, ao afeto, à consideração e à honra, dentre outras. Tal demonstração de amor deve ser sincera tanto em público quanto em particular, de modo permanente enquanto ambos viverem (Mt 19.6; Cl 3.19).
  
III. A CONDUTA DA CRENTE COMO ESPOSA

De acordo com a analogia paulina em relação ao matrimônio, a mulher casada é comparada à Igreja de Cristo. Nesse ponto veremos a conduta requerida da esposa cristã.

1. O conceito de submissão cristã. As Escrituras ensinam a sujeição de “uns aos outros no temor de Deus” (5.21). Nessa perspectiva alguns exemplos de submissão são apresentados: das esposas aos seus maridos (5.22); dos filhos aos seus pais (6.1); dos servos aos seus senhores (6.5). No caso das esposas, a submissão deve ser “assim como a igreja está sujeita a Cristo” (5.24). Portanto, aqui não se trata de uma sujeição irracional ao domínio de alguém, mas voluntária e de grata aceitação do amor e cuidado do marido. Por isso, nada há de depreciativo nessa conduta, pois retrata o alto nível de relacionamento entre Cristo e a sua amada Igreja.

2. A condição da mulher cristã. Na cultura judaica a mulher ocupava posição secundária e era parte da propriedade de um homem (Gn 31.14,15). Na sociedade grega as mulheres eram tratadas como inferiores e as esposas eram escravizadas. No Evangelho de Cristo as mulheres alçaram posição de dignidade igual aos homens (Gl 3.28). Ao conversar com a mulher samaritana, Cristo quebrou paradigmas da época e se opôs ao preconceito e a discriminação (Jo 4.9,10). Portanto, a mulher cristã desfruta de plena liberdade em Cristo e não está sujeita a nenhum sistema de escravidão (Gl 5.13).

3. A reverência devida ao marido. O amor do marido para com a esposa deve ser altruísta (5.25). Esse amor serve ao propósito divino de capacitar a esposa a ser recíproca ao marido (5.22). O homem que assim se porta coopera para que a esposa o reverencie (5.33). Essa reverência consiste em estima e respeito para com o marido. Denota o sentimento que conduz a esposa a agir de modo a agradar seu amado. Essa postura é demonstrada quando ela o apoia e o ajuda em sua tarefa de liderar. Significa que a esposa participa das decisões em família, porém, não procede como opositora nem desautoriza a autoridade de seu marido.

À esposa Deus delegou a tarefa de respeitar a autoridade do lar conferida ao seu marido.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O verbo ‘sujeitar’ (hypotasso) reaparece em 5.24, onde Paulo diz que as esposas devem se sujeitar a seu marido em tudo, assim como a Igreja se sujeita a Cristo. A sujeição da Igreja a Cristo envolve lealdade, fidelidade, devoção, sinceridade, pureza e amor. Essa questão da sujeição representa a essência dos ensinamentos de Paulo às esposas, pois se trata do foco central de exortação em Colossenses 3.18: ‘Vós, mulheres, estai sujeitas a vosso próprio marido, como convém no Senhor’. Todas as passagens do Novo Testamento a esse respeito empregam o mesmo verbo hypotasso (Ef 5.22, 24; Cl 3.18; Tt 2.4,5; 1ª Pe 3.1). Paulo usa a voz média em grego para enfatizar o aspecto voluntário da sujeição das esposas. Hypotasso denota ‘sujeição no sentido de submeter-se voluntariamente em amor’ (BAGD, 848). Submeter-se aos outros, ao invés de se impor, deveria ser uma característica geral do povo de Deus (cf. Fp 2.3-8). Nos versos 22-24, Paulo define a natureza da sujeição das esposas de quatro maneiras: ‘A vosso [próprio, idiois] marido’ (5.22; idiois está em grego e não foi traduzido na NIV); ‘como ao Senhor’ (cf. Cl 3.18, ‘como é apropriado no Senhor’); ‘porque o marido é a cabeça da mulher’ e ‘como a igreja está sujeita a Cristo’ (5.24)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.454).

IV. A CONDUTA DO CRENTE COMO FILHO

1. A responsabilidade dos pais. Os pais devem criar seus filhos na “doutrina e admoestação do Senhor” (6.4b). A palavra “doutrina” ou “disciplina” (do grego paideia) significa orientação ou treinamento para o desenvolvimento do caráter e pronta obediência das normas. Já a palavra “admoestação”, do grego nouthesia, quer dizer instrução ou advertência que faculta a distinção entre o mal e o bem. Além dessas exortações, cabe aos pais estabelecer os parâmetros de conduta e reagir contra a desobediência de seus filhos. Os critérios dessa educação estão na Palavra de Deus (Pv 22.6). Por outro lado, os pais não devem abusar da autoridade recebida, pois eles devem educar com brandura e amor, sem rigor excessivo ou imposições injustas a fim de não incitar à ira de seus filhos (6.4a).

2. A conduta requerida dos filhos. O dever dos filhos é apresentado de forma objetiva pelo apóstolo: “Vós, filhos sede obedientes a vossos pais” (6.1). A explicação para essa postura é categórica: “Porque isto é justo” (6.1b). Ela segue a ordem natural divinamente estabelecida, pois Deus deseja que os filhos confiem na sabedoria de seus pais (Lc 2.51). Para ratificar esse ensino, o apóstolo cita o quinto mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe” (6.2 cf. Êx 20.12). Assim, os filhos devem obedecer e honrar seus pais. Logo, obedecer significa cumprir o que é ordenado; e honrar envolve amor, respeito e até mesmo o sustento em caso de necessidade. Portanto, a obediência é devida enquanto os filhos viverem sob a tutela dos pais e a honra é um dever para a vida toda.

3. O mandamento com promessa. Aos filhos que obedecem e honram seus pais, uma promessa dupla lhes é assegurada: “Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (6.3). Essas bênçãos incluem prosperidade exterior e vida longa. Embora as dádivas espirituais estejam implícitas, a ênfase recai sobre os benefícios materiais. Significa que ao obedecerem e honrarem a seus pais, os filhos submetem-se ao arbítrio de Deus que, segundo o beneplácito da sua vontade, os recompensa com benesses especiais.

Aos pais Deus delegou a responsabilidade de educar e aos filhos o dever de obedecer e honrá-los.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Os filhos terão sua formação moral e espiritual com base no modelo dos pais. Uma boa liderança dentro da família abrange três dimensões da vida dos filhos. A primeira dimensão alcança os filhos pela instrução, isto é, refere-se ao que dizemos para os nossos filhos. A segunda dimensão é a influência, isto é, o que fazemos diante e para os filhos. A terceira dimensão é a imagem do que os pais são e mostram para os filhos no dia a dia. A obediência às vezes contraria a nossa natureza carnal. Os pais devem desenvolver atitudes firmes, amáveis e pacientes para com os filhos, para que eles aprendam que a obediência é para o bem deles. Obedecer é um princípio divino estabelecido para um relacionamento sadio para as partes dentro da família. Esse ponto deve ser ampliado no ensino para corrigir conceituações erradas da educação dos filhos” (CABRAL, Elienai. Mordomia Cristã. 1ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.171,172).

CONCLUSÃO
No modelo divino todos os membros da família cumprem deveres específicos. O marido tem o dever de liderar e amar sua esposa. A esposa o dever de submeter-se e respeitar a liderança de seu marido. Aos pais o dever de educar seus filhos segundo as Escrituras. Aos filhos o dever de obedecer e honrar seus pais. Assim, o amor, o respeito mútuo e a prosperidade fazem parte da família que se porta conforme Deus planejou.

BAPTISTA, Douglas. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020 – CPAD – RJ.