Mateus 4.18 “E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu a
dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as
redes ao mar, porque eram pescadores.”
Jesus tinha uma missão preciosa no momento desse chamado, era justamente de escolher homens que fossem capazes de após a sua morte continuar pregando o evangelho da salvação. Com essa missão, ele chamou cada um de forma diferente, mas todos para o mesmo propósito.
O
mesmo chamado existe hoje em dia nas nossas vidas, a todos os momentos, Cristo
está dizendo: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”. Este chamado é
tão grandioso que se estende até nós nos dias de hoje.
Jesus
busca as pessoas para acompanha-lo e trabalhar com Ele, ou seja, compartilha a
sua missão com a humanidade, isso revela seu desejo de comunhão conosco.
1. Jesus chama ensina e capacita Seus discípulos. Lucas 8.9,10 “E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Que parábola é esta? 9- E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.”
As parábolas de Jesus podiam ocultar e revelar verdades. Suas narrações alegóricas transmitiam ensinamentos recentes — mistérios — acerca do Reino de Deus. Ele ensinava separadamente. Só Seus discípulos tinham o privilégio de aprenderem as verdades das parábolas. Para outros ouvintes, as narrações serviam como julgamentos que ocultavam a verdade, como a referência de Isaías 6.9 indica. De vez em quando, uma parábola era compreendida por um estranho, mas não era aceita. Deste modo, ela ainda funcionava como uma mensagem de julgamento (Lc 20.9-19).
2. Ministério é renúncia. Mateus 16.24,25 “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; 25- Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.”
No texto acima, Jesus estabelece um importante princípio para todos aqueles que desejam segui-lo e se tornarem seus discípulos.
Para ser discípulo de Jesus, é necessário:
1. Negar a si mesmo. Lucas 14.33 “Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo.”
Primeiro é necessário entender o que é a
cruz. A sua cruz não é seu cônjuge, seu pai, seu filho, nem uma doença ou problema
qualquer. Mas consiste em estar no centro da vontade de Deus.
Todos nascemos com uma tendência natural
para o pecado e a destruição. A Bíblia chama esse lado da nossa natureza de “a
carne”. Quando seguimos Jesus, somos chamados a negar nossa carne e a viver
para agradar a Deus. Isso significa negar a parte de nós que ainda quer pecar e
escolher viver no Espírito, obedecendo a Deus (Gl 5.16-17).
Negar a si mesmo
para seguir Jesus significa abandonar o pecado (1ª Jo 2.16), e submeter sua
vontade à vontade de Deus, estando pronto a se sacrificar por amor a Jesus.
Seguir Jesus implica largar mão de tudo que não está dentro da vontade de Deus
para nós: “E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a
vontade de Deus permanece para sempre.” (1ª Jo 2.17).
Jesus tem como foco que aquele que deseja
segui-lo precisa estar alinhado com Sua vontade.
Para seguir a
Cristo, devemos não somente abandonar alguns pecados específicos, como também
renunciar aos nossos desejos egoístas, que se encontram na raiz de todos os
nossos pecados. Seguir a Cristo é entregar a Ele os direitos sobre a nossa
própria vida. É também abdicar ao trono do nosso coração e reverenciá-lo como
nosso Rei. Jesus descreve vividamente, em três frases, essa renúncia.
2. Perder a sua vida. A terceira expressão usada por Jesus para descrever a renúncia ao eu é perder a vida: “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.” (Mt 16.25), A palavra “vida” aqui não denota a existência física, nem a alma, mas o nosso eu. A psique é o ego, a personalidade humana, que pensa, sente, planeja e escolhe. De acordo com um ditado semelhante preservado por Lucas, Jesus simplesmente usou o pronome reflexivo para falar sobre o homem perder “a si mesmo”. O homem que assume um compromisso com Cristo perde a si mesmo. Isso não significa que ele perde a sua individualidade. A sua vontade é, de fato, submetida à vontade de Cristo, mas a sua personalidade não é absorvida pela personalidade de Cristo. Ao contrário, quando o cristão se perde, ele encontra a si mesmo e descobre a sua verdadeira identidade.
2.1. A condição de “negar-se a si mesmo” inclui muita coisa, como por exemplo:
·
Negar-se a si mesmo é amar ao
Senhor acima de todas as coisas, e ser fiel à causa do Evangelho acima de
qualquer aspiração pessoal.
·
Negar-se a si mesmo é dizer não a
natureza humana decaída, ou seja, o velho “eu” que tenta nos desviar para as
concupiscências das obras da carne.
·
Negar-se a si mesmo é renunciar
toda confiança em sua própria natureza, religiosidade, capacidade e obras, e
entender que a salvação depende exclusivamente de Deus, e que os méritos
pertencem tão somente a Cristo.
3. “...tome a sua cruz e siga-me....”, quer dizer: estar disposto a morrer para seguir o Salvador, que é Jesus. No entanto, é chamado isso de “morrer para si mesmo”.
Na versão de Lucas dessas palavras de
Cristo, a expressão “dia a dia” é acrescentada. Isto significa que o cristão
deve morrer diariamente. Todos os dias ele renuncia à soberania de sua própria
vontade. Todos os dias ele renova a sua entrega incondicional a Jesus Cristo.
É o que nos ensina o apóstolo Paulo: “Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou,
e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2.20).
Assim, para seguir a Cristo, temos que
negar a nós mesmos, crucificar a nós mesmos e perder a nós mesmos. Isso é o que
Jesus requer de cada um de seus seguidores. Ele não nos chama para segui-lo de
forma displicente, mas através de um compromisso forte e absoluto. Ele nos
chama para que façamos dele o Senhor de nossas vidas.
Em João 12.24 está escrito “Em verdade, em
verdade vos digo: Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só;
mas se morrer, dá muito fruto.”
Em Filipenses 2.5 diz “Tende em vós o
mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.”
3.1. “Tende” (φρονεῖτε). Tanto um apelo
como uma exortação a se imitar a Cristo, por ser esta a regra da vida cristã.
“Em vós” (ἐνὑμῖν): o apóstolo tem em mente a comunidade cristã.
3.2. “Mesmo sentimento”. “Em seu ser interior continuem a pôr sua mente nisto, que também (está) em Cristo Jesus” ou “isto esteja constantemente posto em sua mente e em seu interior, aquilo que também está em Cristo Jesus”: a unidade, a humildade e a solicitude (cf. Fp 2.1-4).
3.3. “Em Cristo Jesus” (ἐν χριστῶ ἰησοῦ). Significa o drama da salvação, em que os crentes foram “inseridos” em sua conversão e batismo, quando os eventos salvadores da história de Cristo adquiriram significado pessoal, e os crentes passaram do domínio da velha natureza para a “nova vida” inaugurada pela vitória de Cristo sobre os poderes das trevas.
Um dos nossos maiores desafios enquanto
cristãos é imitar o estilo de vida do Senhor Jesus, mas precisamos ser
intencionais nesse sentido. Esse sentimento é a atitude de esvaziar-se. Mas
você pode se perguntar, esvaziar-se do quê? E a resposta é: de tudo,
absolutamente TUDO.
O discípulo verdadeiro não deseja fugir, não deseja correr para longe, ele deseja apenas combater o bom combate (2ª Tm 4.7). Tomar a sua cruz significa aceitar irremediavelmente a aflição, a dor, a vergonha e a perseguição por amor a Cristo e ao seu Evangelho.
3.4. O que é tomar a cruz a cada dia? Carregar a cruz significa:
·
Negar a si mesmo, dizendo não aos
desejos da carne (v. 24);
·
Seguir o exemplo de Jesus;
·
Não ter medo de perder para o mundo
(v. 25);
·
Responder a duas perguntas: “Que
aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? “Que daria um
homem em troca de sua alma?” (v. 26).
Em nosso dia a dia enfrentamos situações
que nos levam a tomar uma decisão entre tomar a cruz ou deixá-la. O caminho da
cruz sempre vai ser mais difícil enquanto deixar é algo aparente fácil.
Judas deixou sua cruz por querer ganhar
algo de valor e por isso se tornou escravo do pecado, deixando-se enganar pelo
mundo e buscando seus interesses. Não reconheceu que sua cruz seria seguir a
Jesus até o fim sendo fiel ao seu Mestre.
4. Seguir a Jesus. Seguir Jesus é fácil quando a vida corre sem problemas. O nosso verdadeiro compromisso com Ele é revelado durante as provações. Jesus assegurou-nos que as provações viriam a Seus seguidores (Jo 16.33). O discipulado exige sacrifício, e Jesus nunca escondeu esse custo.
Quem ama Jesus segue Jesus! Seguir a Jesus
é dedicar sua vida a ele, deixando para trás a velha vida dominada pelo pecado.
Seguir é andar nos passos de Jesus, tentando ser mais como Ele e obedecendo
seus mandamentos.
Jesus afirma que o esvaziamento/renúncia é
sacrificial e que aos homens é impossível, mas para Deus tudo é possível.
Ao que Pedro disse que eles tinham deixado
tudo para seguir a Jesus ao que respondeu: “E Jesus, respondendo, disse: Em
verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs,
ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do
Evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos,
e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a
vida eterna.” (Mr 10.29-30).
Seguir a Jesus é
orientar as nossas vidas pelos Seus ensinos, desde aquele ensino que nos
convida a aceitar o perdão que Ele oferece a todos até aquele ensino que pede
que busquemos seguir os Seus passos tanto em direção à cruz quanto em direção à
glória.
Seguir a Jesus,
portanto, é ser liberto da condenação do pecado para viver livre no caminho da
graça. O resumo do Evangelho, numa palavra digna de toda a aceitação, é: que
Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o
principal (1ª Timóteo 1). Por isto, agora nenhuma condenação há para os que
estão em Cristo Jesus (Romanos 8.1).
Para seguir a Cristo, devemos não somente
abandonar alguns pecados específicos, como também renunciar aos nossos desejos
egoístas, que se encontram na raiz de todos os nossos pecados. Seguir a Cristo
é entregar a ele os direitos sobre a nossa própria vida. É também abdicar ao
trono do nosso coração e reverenciá-lo como nosso Rei. Jesus descreve
vividamente, em três frases, essa renúncia.