TEOLOGIA EM FOCO: VOTO E DIZIMO

terça-feira, 19 de outubro de 2021

VOTO E DIZIMO

 

Levítico 27.1-4, 32 “Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: 2- Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando alguém fizer particular voto, segundo a tua avaliação serão as pessoas ao Senhor. 3- Se for a tua avaliação dum varão, da idade de vinte anos até à idade de sessenta, será a tua avaliação de cinquenta ciclos de prata, segundo o ciclo do santuário. 4- Porém, se for fêmea, a tua avaliação será de trinta ciclos. 32- No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor.” 

INTRODUÇÃO

Em Levítico 27 vemos uma série de regras para a avaliação de diversas coisas, na comunidade. O que se percebe é que há uma organização de valores sobre as mais diversas negociações entre o povo de Deus, que deveria ocorrer de maneira justa e sensata.

O último capítulo continua nos mostrando que temos um Deus extremamente organizado e que estava dando ao Seu povo, instruções que garantiriam que eles teriam bem-estar em todas as áreas de sua vida e estariam muito acima das outras nações, caso obedecessem aos mandamentos.

A santidade de Deus exige disciplina e padrões que o homem deve honrar e obedecer. No passado, para Israel, e no presente, para a Igreja, esses padrões são essenciais para viver em santidade, conforme Deus ordena.

Neste contexto de levítico iremos abordar sobre dois assuntos que é o voto e o dízimo. 

I. VOTOS 

O voto particular de uma pessoa era opcional e voluntário e de caráter muito especial. Uma vez votado, o israelita não poderia deixar de cumprir o voto. Já o dízimo não era opcional e sim uma determinação da parte do Senhor, que deveria ser obedecida pelo israelita com prazer, por poder contribuir para a obra do Senhor. 

1. Os votos. O voto era algo de suma importância e poderia ser feito em agradecimento por bênçãos recebidas, como também por necessidade de receber um favor da parte do Senhor. O voto deveria ser feito com entendimento, para que pudesse ser cumprido o que votou, procurando evitar votos precipitados. Salomão assim afirma: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues.” (Ec 5.4-5). O voto poderia ser com respeito a uma pessoa, um animal, uma casa ou campo. Tudo o que fosse dedicado a Deus deveria ser trazido ao sacerdote e poderia ser resgatado, conforme estabelecido pela lei. 

O voto a Deus era uma prática comum entre o povo de Israel (Gn 28.20; Nm 30.2-16; 1º Sm 1.11; 2º Sm 15.8). Talvez um dos votos mais lembrados e debatidos seja o de Jefté (Jz 11.30-40). Existem duas correntes de interpretação: a que ele sacrificou a filha e outra que defende a manutenção da virgindade dela para sempre, ou seja, ela não pode constituir família e viveu uma vida de castidade. No Novo Testamento não há orientação específica concernente à prática do voto, contudo alguns princípios são permanentes: cuidado para não usar a prática do voto com intuito de barganhar com Deus; Deus não se agrada de votos precipitados e promessas não cumpridas (Ec 5.4-6); o voto não é obrigatório para alcançarmos o favor de Deus (Mt 7.9-11; Tg 1.5); que todo o nosso ser seja oferecido em “sacrifício vivo, santo e agradável” (Rm 12.1-2).

Com relação aos votos, a palavra de conselho é a de que não vote de modo algum, mas, se por acaso, votar – o que não está errado -, não devemos tardar em cumpri-lo. 

2. As bênçãos pela obediência. O desejo de Deus sempre é de abençoar o Seu povo, mas a obediência é uma exigência divina para que isto ocorra (Lv 26.3). As bênçãos se multiplicariam sobre o povo e a abundância estaria presente na existência de Israel; mas, se o povo se afastasse do Senhor, então o castigo viria com graus de intensidade, como um aviso para que se voltasse para Deus. Essas bênçãos decorrentes da obediência levariam o homem a dizimar como um ato de reconhecimento de que tudo o que recebera era uma dádiva da parte do Senhor.

Essas bênçãos que foram prometidas no capítulo vinte e seis do livro de Levítico, Israel as alcançará na sua plenitude na dispensação do milênio, período em que Israel, período em que Israel estará convertido ao Senhor como nação. Todas as bênçãos tinham o seu fundamento em só adorar a Deus (Lv 26.1), guardar o sábado (Lv 26.2), reverenciar o local da habitação de Deus (Lv 26.2) e obedecer a Palavra de Deus (Lv 26.3). Essa aliança de bênçãos foi dada a Israel, que Deus prometeu abençoar nesta terra. 

II. OS DÍZIMOS. 

O termo dízimo, do hebraico “ma’ aser ou ma’ asar (no plural) e no feminino ma’ asrah”, tem o sentido de décima parte, pagamento de uma décima parte. Nos dias de Moisés, o dízimo passou a exercer importante papel na vida religiosa do povo israelita (Dt 26.1-15). Desta forma, não só a Casa de Deus era suprida, como também mantida a tribo levítica, responsável pelo sacerdócio. 

Foi somente após a saída dos israelitas do Egito que o dízimo passou a ser praticado por imposição legal. A lei que Moisés recebeu de Deus previa que o dízimo tivesse uma destinação social. Além de atender as necessidades dos levitas em seu cumprimento dos trabalhos no Santuário, destinava-se também a ajudar os estrangeiros, órfãos e viúvas (Dt 14.22-29) As leis do dízimo abrangiam todos os produtos agrícolas. Ao dar o dízimo ao Senhor (a décima parte de tudo o que era colhido), os israelitas reconheciam que a terra pertencia a Deus e que usufruíam seus benefícios apenas por causa da bênção divina. O dízimo deveria ser desfrutado na presença do Senhor, a não ser que o indivíduo tivesse de percorrer uma longa distância para chegar ao local escolhido por Deus. Nesse caso, o dízimo podia ser trocado por prata e usado para comprar comida e bebida em Jerusalém. 

É uma doutrina da Palavra de Deus e muito questionada por aqueles que não servem ao Senhor, mas aceita com alegria por todos aqueles que, com um coração sincero, servem a Deus e são alcançados pela Sua benevolência e liberalidade. Tudo que o cristão faz para o Senhor deve ser feito com prazer. Portanto, contribuir com o dízimo é um grande privilégio que o Senhor concede aos Seus filhos. 

1. Dízimos no Antigo Testamento. O dízimo é a parte do Senhor e foi dado para aqueles que exercem o ministério na casa do Senhor: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério da tenda da congregação.” (Nm 18.21). O dízimo também é dar honra a Deus. 

2. Abraão dizimou. A primeira menção do dízimo na Bíblia foi quando Abraão se encontrou com Melquisedeque (Gn 14.20), depois de ser abençoado por ele (Gn 14.19). É importante observar a sequência dos fatos: primeiro Abraão é abençoado, depois ele dizima. Assim acontece com os que servem a Deus. 

Abraão é o pai da fé, foi um homem possuidor de muitas riquezas, mas não se tornou um avarento, não tendo assim nenhuma dificuldade de entregar o seu dízimo. Abraão acabara de libertar Ló porque era um homem livre de toda a avareza, como ficou demonstrado diante do rei de Salém e ao recusar as riquezas de Sodoma e Gomorra. Quem tem as riquezas de Deus não tem dificuldade de agradar ao Senhor que o enriqueceu. 

3. O voto de Jacó. Jacó neto de Abraão, certamente ouvira seu pai Isaque o que seu avô fizera diante do rei de Salém e num momento de encontro com Deus faz um voto (Gn 28.20-22). É nítido que neste episódio, Jacó está tendo uma experiência com Deus em um momento marcante em sua vida. Notar que a expressão “dízimo” aparece no final do relato: Deus se revela, fala com ele e lhe faz promessas. A seguir vem a reação de Jacó: ele declara a grandeza e majestade de Deus e só então faz um voto. Porém, antes de mencionar o dízimo, ele declara: “O Senhor será o meu Deus”. O dízimo surge como consequência do Senhor ser o seu Deus. 

4. A bênção de ser dizimista. É importante sabermos que a prática de dizimar não era restrita a Israel no antigo Oriente Médio. Existia entre os gregos, egípcios e mesopotâmicos, entre outros, conforme citações da literatura arcadiana. Em tais culturas, os dízimos eram pagos a deuses ou a templos, fazendo parte, assim, da piedade religiosa, conforme comentário de R. N. Champlin. Portanto, pelos relatos acerca de Abraão e Jacó nos tópicos acima, o dízimo não foi estabelecido em Israel pela lei mosaica. A lei deu conteúdo e forma à prática do dízimo (Lv 27; Nm 18; Dt 12, 14, 26). 

A partir dos textos bíblicos mencionados, encontramos orientações básicas quanto ao ato de dizimar; como observou J. G. S. S. Thompson (citado no Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento): 1.Dízimo de quê? De todos os bens e frutos do trabalho (Lv 27.30-34); 2. Dízimo a quem? Levitas e sacerdotes (Nm 18.21-32); e 3. Onde entregar? No lugar que o Senhor escolheu (Dt 12.1-14; 14.22-29). Quando há um despertamento e restauração de comprometimento a partir das Escrituras, resulta, entre outras coisas, em retorno às contribuições financeiras e participação com bens materiais para a manutenção dos serviços religiosos (Ne 9.38; 10.28-29, 33-39; 2º Cr 31.2-6). Porém, não havendo liderança e ensino, há abandono e desprezo, também, na aplicação dos bens e das finanças em relação ao serviço religioso (Ne 13.10-12). 

5. O Dízimo no Novo Testamento. Por ser uma questão difícil de ser tratado, não vou trazer nenhuma ênfase a respeito do dízimo neste estudo.  Apenas trazer alguns conceitos, pois estamos tratando do livro de levíticos. 

Não encontramos no Novo Testamento tantos textos que mencionam a prática de dizimar como no Antigo Testamento, conforme visto nos tópicos anteriores. Talvez, por esta causa, muitos consideram que não é uma prática legítima para a Igreja. 

Esta dúvida ocorre, porque no Novo Testamento não fica tão claro, quanto no Antigo Testamento sobre esta obrigatoriedade. 

Pela Bíblia, fazendo uso de uma exegese séria e profunda nos textos do Novo Testamento, constatamos que não existe uma definição de quantidade para aquilo que depositamos no altar do Senhor (Ex: 10 %). Usa-se como parâmetro a décima parte, no entanto, não é uma obrigação metódica, pois as ofertas eram segundo as posses de cada um e se trata de uma doação à igreja de ofertas agradáveis, que devem ser usadas na manutenção do templo, missões, meios de comunicações, mas, principalmente no auxílio aos irmãos mais carentes, ligados ou não à denominação. 

5.1. O tempo da graça. Logo no primeiro livro do Novo Testamento, há o registro das palavras de Jesus sobre o dízimo (Mt 23.23). Lucas também registrou (Lc 11.42). Jesus censura os escribas e fariseus pelo fato de estarem desprezando a misericórdia, o juízo e a fé. 

Se utilizarmos dessas passagens para dizer que Jesus está obrigando o dízimo no Novo Testamento, precisamos analisar a luz das escrituras que na verdade Ele ainda esta na Velha Aliança quando citou essas palavras, também Ele cumpriu toda ali. Neste caso, podemos claramente entender que ao finalizar Seu comentário, Jesus diz que eles deveriam continuar dando o dízimo e, inclusive, não se omitirem de praticar os demais mandamentos da lei (o mais importante dela – o amor, juízo, misericórdia e a fé). Porém, aí vem a seguinte pergunta: A quem Jesus estava dirigindo Suas Palavras e qual o teor destas palavras? Sem dúvida compreendemos que Jesus se dirigia aos escribas e fariseus, e não a cristãos (como muitos afirmam); tanto, que Jesus não os tratou pelos seus próprios nomes, mas pelo título da sua religião. Esses homens, vivendo o judaísmo regido pela lei, confiavam na sua própria justiça e capacidade, no que tange à guarda da lei. Apresentavam-se a Jesus nas condições de perfeitos, ostentando hipocritamente grande santidade e confiança nas suas próprias obras de justiça; enquanto isso não aceitavam a autoridade divina de Jesus. 

Observa-se que a tendência dos fariseus era permanecer debaixo da lei, desconhecendo a Graça de Cristo. E mesmo não existindo no homem a capacidade para guardar a Lei, Deus não proíbe ninguém de entrar por esse caminho, quando a pessoa faz questão de estar debaixo da Lei; mas nesse caso, então, exige dela a perfeição na prática de toda a Lei. “Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tg 2.10). 

Antes de contribuirmos precisamos entender e conhecer a Graça de Cristo que significa: “Misericórdia quero, e não sacrifícios” (Mt 9.13). 

Esta passagem é uma advertência solene contra os perigos da presunção (soberba), confiança na justiça própria, e contra o formalismo que confia no batismo ou a ceia, no sábado e nos dízimos como garantia em si mesmo da salvação daqueles que o recebem. 

Em Lucas 16.15, Jesus disse-lhes: “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”. 

5.2. O caminho da prosperidade. Conforme o homem se ocupa com as coisas de Deus, Deus cuida em abençoar a sua vida (Sl 37.4). Sabemos que a prosperidade espiritual é a bênção que Deus deseja para a Sua Igreja e essa prosperidade é acompanhada com o prazer de servi-Lo, ter saúde, ter a bênção sobre a sua família, desfrutar da comunhão com o Senhor e de contentamento, conforme o apóstolo Paulo escreve a Timóteo: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (1ª Tm 6.8). Como servimos a um Deus abençoador, temos sido agraciados com bem mais do que merecemos. Por essa razão, devemos abrir mais as nossas mãos para a obra do Senhor. 

O cristão foi chamado por Deus para ser uma bênção e nessa chamada também está incluso ser uma pessoa próspera. Deus quer dar aos Seus filhos todos os tipos de experiência (Fp 4.12), para que o seu coração não fique apegado às coisas materiais, mas que saiba dela desfrutar nesta vida, sem ser um empecilho para a sua vida espiritual. Ser abençoado por Deus é um bem que não tem preço, como gratidão devemos ser liberais na nossa contribuição ao Senhor (Fp 4.19). 

5.3. Semeando muito. A lei da semeadura é simples: quem planta muito colhe muito e quem planta pouco colhe pouco (2ª Co 9.6). Nessa lei também temos que observar a qualidade da semente, pois quem planta com semente ruim colherá o fruto do que plantou (Gl 6.7). Temos que ter uma boa semente e plantar com abundância para colher um fruto bom e com abastança. O diabo quer nos distrair, fazendo com que gastemos o nosso dinheiro e deixemos de investir no Reino de Deus, mas os que investem no Reino de Deus estão fazendo o correto, como nos ensina Jesus: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” (Mt 6.19.20). 

Atentemos para o texto que se encontra na epístola de Paulo aos Gálatas: “E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.” (Gl 6.6). As contribuições que são trazidas à casa do tesouro são para sustento da obra do Senhor e para aqueles que exercem o seu ministério na casa do Senhor. Sejamos gratos a Deus por todas as bênçãos que Ele tem concedido e pelas que ainda virão. 

5.4. O sistema adotado pela igreja Primitiva era baseado no amor ágape e voluntária (Atos 2.44-45). O livro de Atos 3.32-35, não é um livro doutrinário, mas é um livro repleto de informações doutrinárias. As ênfases sobre a doutrina da igreja são feitas a partir da história, e consequentemente pela prática. Lucas não intenciona em seu relato julgar se a prática da igreja de Deus é correta ou não, mas a coloca a prática da igreja primitiva como padrão a ser seguido. Portanto, o que vemos em Atos não é um guia para a doutrina da igreja, mas para o exercício efetivo da vontade de Deus por meio da igreja. Isso está em acordo com Ef 3.10, que o objetivo da Igreja é fazer a multiforme sabedoria de Deus conhecida em todos os lugares segundo o eterno propósito de Deus que estabeleceu em Cristo Jesus. 

A Igreja Primitiva é exemplo de uma comunidade que sabe como investir seu dinheiro, pois investe em pessoas. Uma igreja que cultiva a verdadeira comunhão cristã não permitirá que nenhum de seus membros passe necessidade. Eis o que testemunha o autor sagrado diz: “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” (At 2.44,45). Não se tratava de um comunismo cristão, mas dá autêntica comunhão que o Espírito Santo nos esparge na alma. O comunismo só espalha o medo, a miséria e o ateísmo. A igreja de Cristo não precisa dessa ideologia para socorrer os seus membros; ela tem o amor de Deus. No capítulo 4 e verso 33 de Atos, o doutor Lucas escreve dizendo: “Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda.” 

O que podemos ver que ninguém era mais rico que os outro; isso não é uma doutrina bíblica pois eles genuinamente amavam e cuidavam do bem-estar uns dos outros e ansiavam “vender os seus bens sempre que houvesse uma necessidade e humildemente colocavam o dinheiro diante dos apóstolos”. De certa maneira, eles tentavam livrar-se dos bens que poderiam impedir o progresso de sua fé e que poderiam ser destruídos, além de armazenar riquezas para si próprios no céu (Mt 6.19-21, 33). Havia paz e harmonia – cada um estava social, física e espiritualmente contente, pois eles tinham estabelecido suas prioridades de maneira certa. 

5.5. Repartindo os bens materiais. Dizimo, décima parte de tudo aquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos ou bens segundo a Lei ensinava. Mas nos textos de Atos 4.32-35, entendo que a graça está acima da Lei. A igreja Primitiva vendia seus bens e propriedades e traziam tudo aos apóstolos, ou seja, eles não estavam presos em bens matérias, pois aqui tudo perece! Porém a Lei era apenas 10%, mas na graça? Como já disse que o livro de atos não é um livro doutrinário, mas um exemplo deixado pela igreja Primitiva. 

“Porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. 

A igreja primitiva contribuía voluntariamente e com um profundo amor. Não era estipulado um valor, mas os cristãos vendiam e traziam valor todo, ou seja, na lei era apenas 10%, mas na graça é tudo do Senhor. 

Na graça tudo pertence ao Senhor, porém devemos contribuir: 1. Voluntariamente; 2. Com amor; 3. Alegria; 4. E segundo o que propomos em nosso coração. 

“Ninguém dizia que as coisas que possuíam eram somente suas” porque se eles podiam oferecer-se totalmente a Deus em primeiro lugar (2º Co 8.5), então quaisquer bens materiais que tinham também pertenciam a Deus e ao grupo. Eles os usavam para mostrar seu verdadeiro amor uns para com outros e para intensificar a propagação da mensagem do Cristo ressurreto dentro do grupo e para o mundo (v. 32b). Eles mostravam uma atitude generosa em relação a sua riqueza material; todos repartiam uns com os outros tudo o que tinham. Ninguém reivindicava egoisticamente nada para si mesmo. 

É interessante observar que o produto do que eles tinham vendido era distribuído “de tempo em tempo... para satisfazer as necessidades coletivas dos membros do grupo”. 

CONCLUSÃO 

O livro de Levítico nos ensina como Deus é santo e quer que Seus filhos sejam santos assim como Ele é, e que também devemos ser voluntários em ofertar para a Sua casa, para sustento dos que são chamados por Ele para servir na sua obra, manutenção do templo local e auxílio dos mais necessitados.

Pr. Elias Ribas

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