TEOLOGIA EM FOCO: PANORAMA DO PENTATEUCO

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

PANORAMA DO PENTATEUCO

 


1. O Título. Pentateuco é uma palavra grega que significa “penta – cinco; teuco – rolo, estojo”; daí o seu significado – obra de cinco tomos ou livros. O nome se originou com a famosa e primeira tradução do Antigo Testamento, chamada Septuaginta, feita do Hebraico para o Grego, no terceiro século antes de Cristo.

Os judeus chamavam-no de “Tora” ou “Lei”, sendo essa obra o código Legislativo da nação.

Os livros do Pentateuco falam da formação do mundo, da humanidade e do povo escolhido por Deus. As histórias e leis aí contidas foram sendo escritas durante cinco séculos, reformulando, adaptando e atualizando tradições mais antigas, que vieram desde os tempos de Moisés.

2. A Divisão em Livros. Sua divisão foi feita pelos eruditos hebreus trabalhando em Alexandria, no preparo da versão grega chamada Septuaginta.

Nesse tempo, a obra de Moisés, escrita por inspiração divina, foi dividida em cinco obras, ou partes, e seus respectivos nomes foram dados de acordo com o seu conteúdo; nomes estes, até hoje mantidos.

4. A Autoria. Moisés é o autor do Pentateuco (Êx 24.4; Nm 33.2; Dt 31.9; Jo 1.17; Mc 12.19; Lc 20.28).

Educado na corte egípcia, embora sua família fosse hebreia. Com três meses de vida Moisés foi posto numa cesta de vime e deixado boiando no rio Nilo, por sua mãe.

Achado pela filha de Faraó, esta o adotou como filho. Atos 7.28, nos diz que Moisés foi educado em toda ciência do Egito, o que certamente muito contribuiu na sua tarefa de escrever o Pentateuco, sob inspiração do Espírito de Deus (Hb 8.5; Jo 5.46; 9.29).

3. O Conteúdo.

3.1. Gênesis. Contém as origens do universo e do gênero humano; a origem, formação e história do povo de Israel, até sua ida para o Egito. No livro de Gênesis, vemos como Deus escolheu uma família entre os demais da Terra e separou-a, para dela construir seu povo peculiar: ISRAEL. O vocábulo Gênesis significa origem, princípio.

3.2. Êxodo. Saída dos israelitas do Egito, conduzidos por Moisés até sopé do monte Sinai. Lá receberam a lei religiosa e civil, e por meio da antiga aliança, se constituíram no peculiar povo redimido pelo sangue e tendo acesso a Deus pelo sangue do cordeiro, que simboliza o Cordeiro de Deus.

O livro estende-se até a ereção do Tabernáculo no Monte Sinai. O vocábulo Êxodo significa saída.

3.3. Levítico. Trata-se de um culto religioso no tabernáculo, cujo ritual é executado somente pela tribo sacerdotal de Levi, separada que foi por Deus para o serviço do santuário.

O livro de Levítico destaca a maneira, como um povo redimido e também instruído pela lei divina pode em santidade aproximar-se de Deus e adorá-lo, o que só é possível, mediante o Sangue Mediador.

3.4. Números. Leva esse nome, porque trata-se de dois recenseamentos do povo de Israel, ambos repletos de números. O número primeiro quando Israel achava-se no Sinai, e o segundo a entrada da terra, ao final de 40 anos de peregrinação no deserto.

Números trata também dos eventos ocorridos entre esses dois recenseamentos. É o livro da ordem, assim como Êxodo é o livro da redenção, e Levítico, o da adoração.

3.5. Deuteronômio. Literalmente significa segunda lei, isto é, repetição da lei do Êxodo. Levítico e Números, lei que foi dada a um povo, na peregrinação no deserto.

Em Deuteronômio, estes povos estavam na fronteira de Canaã, mas, um novo povo, porque toda aquela geração do deserto pereceu, pelo juízo divino, por sua rebelião e murmuração contra Deus (Dt 1.35-36; 2.14-16).

4. A descoberta do Pentateuco. O primeiro lugar de honra, entre os livros do Antigo Testamento, ocupa aquele que os gregos chamaram de Pentateuco, isto é, obra de cinco tomos.

Para os hebreus é a “Tora”, ou seja, a lei, nome tomado da matéria central. Também os Hebreus os dividiram nos mesmos cinco livros que os gregos, distinguindo-os com a Palavra inicial.

Nós usamos exclusivamente os nomes impostos pelos gregos, que de maneira graciosa caracterizam o conteúdo: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. De fato, Gênesis narra as origens do universo e do Gênero Humano, até a formação paulatina do povo de Israel.

5. Autenticidade. Esta tem sido muito discutida pela modernização, que põe em dúvida e até nega ter sido Moisés o autor do Pentateuco. (Leia a autenticação de Jesus em Jo 5.46, Mc 7.10; Lc 24.44).

Provas indiscutíveis sobre a autoria do Pentateuco por Moisés:

Estudos mais profundos e demorados sobre o assunto, tem resultado em evidências irrefutáveis da autoria do Pentateuco por Moisés.

Nesse particular temos as evidências internas que consiste na declaração do próprio texto bíblico, ao ser investigado.

Temos também as evidências externas, que a crença universal e milenar dos judeus, os escritores e guardiões da Bíblia; o testemunho da ciência, como é o caso da arqueologia bíblica, e da crítica textual, e ainda o testemunho da Igreja.

Outro testemunho irrefutável, é o dos samaritanos, que até hoje sustentam a autoridade do Pentateuco por Moisés.

Ora, sendo eles inimigos dos judeus, se fosse outro o autor do Pentateuco, eles fariam para espalhar a falsidade. Para nós é o suficiente, como matéria de fé e aceitação, do testemunho de Jesus em João 5.46; Marcos 7.10; Lucas 24.44; etc.

É abundante o testemunho que a Bíblia dá de si mesma nesse particular. como em João 1.17.

Deus sabia dessa oposição que os inimigos fariam a esta parte fundamental das Sagradas Escrituras, por isso promoveu abundantes evidências quanto ao Pentateuco.

Se essa parte que é o começo da Bíblia, for posta em dúvida, então toda a Bíblia também o será, porque ela dá abundante testemunho da Escritura do Pentateuco por Moisés.

As objeções dos críticos são tão falhas e infundadas que é preciso mais te para se crer neles do que na Bíblia mesmo.

A visão geral do Pentateuco pode ser exposta assim: “Existe um plano divino imutável, que se realiza progressivamente, apesar de todos os obstáculos, em torno do estabelecimento do povo de Israel como nação teocrática, tendo a Palestina como pátria, e a lei mosaica como Carta Magna”.

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