TEOLOGIA EM FOCO: fevereiro 2021

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O LIVRO DE GÊNESIS

 I. O SIGNIFICADO DA PALAVRA GENESIS

Genesis é palavra de origem grega. Na Bíblia grega, a Septuaginta, encontramos “Genesis”. Vem de um verbo grego, “guígnomai”, que quer dizer “fazer-se”, “chegar a ser” ou “nascer”, “suceder”. No caso da Bíblia, “Gênesis” quer dizer “origem” ou “origens”, no plural, no sentido de origens de mais de uma coisa, de várias. É tão marcante este modo de pensar que quando se quer dizer da origem de alguma coisa se usa uma expressão como esta: “A gênese de tal coisa…”.

Em hebraico o nome do primeiro Livro da Torah é escrito assim: e se translitera assim: bere’šit ou, mais simplesmente, “bereshit”. Esta palavra é formada por duas: “be” ou “ba”, que indica “na”, como lugar ou meio. E “rosh”, que é “cabeça”, “início”.

Então a palavra “bereshit” pode ser traduzida por “na cabeça”, no sentido de ser no início, na abertura. Sendo o primeiro Livro então é a abertura do Pentateuco ou Torah. O sentido

de abertura ou início tem a ver com o nascimento dos mamíferos: ele se dá com a cabeça saindo primeiro, antes do resto do corpo. Então é o início. De fato, o Livro do Gênesis inicia assim: No princípio, Deus criou o céu e a terra… (Gênesis 1.1).

O nome Génesis significa origem ou princípio. É exatamente isto o que faz o livro ou princípio de todas as coisas, isto é, ele conta o princípio do universo, o princípio do homem, o princípio do pecado, o princípio da salvação, o princípio do povo hebraico e tudo o mais que envolve a história do mundo, no seu princípio.

Como naturalmente o primeiro livro da Bíblia é o Génesis, que significa “princípio”, porque é a história do princípio de todas as coisas – o princípio do céu e da Terra, o princípio de todas as formas da vida e de todas instituições humanas.

O primeiro versículo anuncia o propósito do livro “no princípio Deus criou o céu e a Terra”. Os israelitas, a quem foi primeiramente dirigida a mensagem do livro, aprenderam que o Deus da Palestina era o Deus de todos os países, e que o Deus de uma nação – Israel – era também o Deus de todas as nações.

Ora, sendo Ele o Deus e Criador de toda a Terra, devia por fim tornar redentor de toda a terra. O livro relata como se tornou necessária a redenção, devido o homem ter pecado e caído nas trevas; e como Deus escolheu uma nação a fim de que levasse a luz da verdade divina as demais nações.

O livro de Gênesis capitulo 1 descreve a criação da terra e do homem e no capítulo 2 descreve a criação do homem e sua história, ou seja, a história inicial da humanidade.

A segunda parte do livro é a história dos Patriarcas, capítulos 13-50. Aqui acontece a primeira Revelação: Abraão e os seus descendentes acolhem a Promessa e inicia-se a fé no Deus da Aliança.

Tem sido chamado o “viveiro” das gerações da Bíblia, pelo fato de nele se encontrarem todos os começos de todas as grandes doutrinas referentes às de Deus, ao homem, ao pecado e a salvação.

Esfera de Ação.

Da criação até a morte de José, abrangendo um período de 2315 anos, cerca de 4004 a 1689 a.C.

II. ESBOÇO DO LIVRO

O conteúdo de gênesis gira em torno de nove fatos principais:

1. A criação    cap. 1.2.

2. A queda      cap. 3.

3. A primeira civilização        cap. 4.

4. O dilúvio    cap. 5-9.

5. A dispensação das nações  cap. 10.10.

6. Abraão        cap. 12-25.

7. Isaque         cap.17-35.

8. Jacó cap.25-5.

9. José cap. 3,7-50. 

O SIGNIFICADO DO NÚMERO SETE 

I. O SEGREDO DO NÚMERO SETE

O número sete é um número bíblico. Deus usa alguns padrões para revelar Sua vontade. Algumas vezes Ele os faz de maneira explícitas. Mas algumas vezes Ele se vale figuras, de tipos e de segredos que nós precisamos estudar e nos aprofundar para compreendermos. Uma das maneiras que Deus revela é que há um padrão no ciclo de sete.

1. O significado do número sete.

Sete na Bíblia é o número de Deus.

Seis é o número do homem.

Cinco é o número do milagre.

Quatro é o número das quatro direções ou dos quatro ventos ou pontos cardiais (Norte, Sul, Leste e Oeste).

Três é o número da Trindade.

Dois é o número da concordância, do diálogo; “di” duas, “logos” palavra. Palavra conversa entre duas pessoas.

Um é da unidade, um Deus único.

2. O número sete percebemos de diversas maneiras. Deus criou os céus e a terra em seis dias e no sétimo Ele descansou.

Na Tora Deus deu o direito de trabalhar seis dias e no sétimo dia descansar. Deus deu o direito de trabalhar a terra seis anos e no sétimo descansar.

Daniel nos fala de sete semanas; as sete igrejas do Apocalipse; os sete candelabros; os sete selos; as sete trombetas; as sete taças.

Muitos teólogos entendem que o tempo do homem na terra é seis mil anos e no sétimo é do Senhor; o ano em que Ele vai reinar a terra por mil anos.

Para muitos rabinos nós estamos chegando no final dos seis mil anos. (2ª Pe 3.8-10). Se nós interpretarmos na ótica de Pedro que diz: “mil anos é como um dia e um dia como mil anos” nós estamos no fim dos seis mil anos e o sétimo é o governo de Messias. E após o reinado de Cristo virá o Grande Trono Branco e a destruição da Terra.

Depois da destruição desta terra no final do sétimo milênio o Senhor fará tudo novo: “novo céus e nova terra.

3. As sete dispensações.

Há uma doutrina histórica chamada dispensação, onde os teólogos dividem em sete, ou seja, as sete dispensações.

1. A dispensação da inocência – antes do pecado.

2. A dispensação da consciência – após a consumação do pecado por Adão e Eva.

3. A dispensação do governo humano – após o dilúvio.

4. A dispensação patriarcal - A partir de Abraão.

5. A dispensação da Lei - A partir de Moisés.

6. A dispensação da graça - a partir de Cristo.

7. A dispensação do milênio - O reinado de Cristo por mil anos.

  

A CRIAÇÃO DO UNIVERSO

Gênesis 1.1-2 “No princípio criou Deus o céu e a terra. 2- E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.”

Acerca do primeiro capítulo da Bíblia (Gn 1), formulou-se uma teoria chamada Teoria do Intervalo ou da Lacuna.

De acordo com a Teoria da Lacuna, o relato em Gênesis 1.2 de que a terra estava “sem forma e vazia” indica que existiu um pré-mundo que fora destruído, provavelmente, com a colisão de Lúcifer com a Terra quando o mesmo foi expulso do paraíso. Essa teoria afirma que existe uma lacuna de tempo de milhares, milhões ou até mesmo bilhões de anos entre os versículos 1 e 2 do primeiro capítulo do livro de Gênesis, e esse seria o período do pré-mundo.

Grande parte dos teólogos consideram que Gênesis 1.1 se refere à criação do Universo em algum tempo não identificado no passado, com a semana da criação ocorrendo mais tarde. A Bíblia parece indicar que a Terra não foi a primeira parte do Universo a ser criada (Jó 1.6; 38.4-7). “Pela fé compreendemos que o Universo foi criado por intermédio da Palavra de Deus e que aquilo que pode ser visto foi produzido a partir daquilo que não se vê. Os primeiros heróis da fé”. (Hb 11.3).

Pelo ato da fé, os filhos de Deus sabem que o Senhor fez o universo pelo poder de Sua Palavra (Gn 1.3; Sl 33.6; Hb 1.2, 3; 11.3).

Alguns estudiosos propõem que Gênesis 1.2 pode ou deve ser traduzido assim: “Agora a terra tornou-se sem forma e vazia...” em oposição à tradução comum: “A terra era sem forma e hayah, deve ser traduzida como “era” e, em seguida, pressupõem que a terra foi criada originalmente com essa forma desordenada.

O antigo teólogo católico Orígenes (186-254), em seu comentário De Principiis, explica sobre Gênesis 1.2 que a terra original tinha sido “arrasada” (Padres Antinicenos, 1917, pág. 342).

Então segundo essa teoria, os dois primeiros versículos de Gênesis supostamente falam de dois atos criativos de Deus separados por um intervalo de tempo. Isso significa que tudo o que é descrito a partir do versículo 3, pode ter sido criado por Deus depois de milhares ou mesmo milhões de anos após a criação inicial do céu e da terra registrada nos primeiros dois versículos.

1. Deus não fez a terra vazia, mas criou para ser habitada. Em Isaías 45.18 lemos que: “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, Ele é Deus; foi Ele que formou a terra, e a fez, Ele a estabeleceu; Ele não a criou para ser vazia, mas a formou para que fosse habitada. Diz Ele! Eu sou o Senhor e não há outro.” (Is 45.18).

A narrativa segue dizendo que a Terra “estava sem forma e vazia” (Gn 1.2). Deus não criaria um mundo caótico, então, a Terra deve ter se tornado “sem forma e vazia” depois de uma criação anterior (teoria do “intervalo ativo”).

É esse versículo, em suma, que leva os defensores de tal tese a acreditarem que “sem forma e vazia,” em Gênesis 1.2, é uma referência a restauração de um mundo que havia sido criado previamente (E que fora, por alguma razão destruído). A teoria envolve, a respeito desse pré-mundo, duas ideias: a primeira diz que o pré-mundo era habitado por anjos e, quando alguns anjos pecaram e se tornaram demônios, (baseado em Judas 6), este pré-mundo foi destruído.

Mas o que teria tornado a terra sem forma e vazia? Geralmente quem adota essa teoria prefere dizer que talvez a criação inicial tenha se tornado desolada por causa da queda de Lúcifer. Essa teoria também é apontada por muitos como sendo a que melhor se encaixa às teses da ciência moderna. De acordo com essa interpretação não há qualquer problema em afirmar que o universo tenha bilhões de anos.

2. A revolta angelical. Tenha em mente que Deus não costuma explicar tudo o que há para saber sobre um assunto em um só lugar na Bíblia. Até mesmo os escritores bíblicos, inspirados por Ele, nem sempre entendiam completamente o que registravam (comparar Daniel 12.8-9; 1ª Pedro 1.10-12). E, muitas vezes, Ele dá mais detalhes em outras passagens. Assim acontece com Gênesis 1.

Alguns estudiosos também localizam no primeiro dia da criação a ocasião em que os anjos foram criados. Segundo eles isto teria ocorrido em algum momento depois da criação dos céus e antes da criação da terra, para se adequar ao que diz em Jó 38.4-7.

A chave para entender por que a terra estava “sem forma e vazia” tem a ver com o que aconteceu com alguns desses anjos. Novamente, Gênesis não descreve nada dessa história angelical. Porém mais tarde, em Sua Palavra, Deus revela que havia um grande anjo, Lúcifer, que se rebelou contra Ele: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã [Vulg., “Lúcifer”], filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus... Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.12-14).

Aqui Deus explica que Lúcifer tinha um trono, o que representa uma posição de liderança e autoridade. Ele insurgiu-se de algum lugar inferior para tentar derrubar a Deus, mas foi “lançado ao chão”.

2.1. Lúcifer era um querubim ungido (Ez 28.14). Querubim é uma palavra surgiu na língua hebraica כרובים (kerubim), no plural, tendo sua forma singular: כרוב (kerub) e significa “anjo”, “abençoado”, “puro”, “divino”. O Querubim tinha o ministério de proteção, Lúcifer era o protetor da terra. Habitava nela antes da criação do homem.

Ele é descrito como modelo de perfeição, cheio de sabedoria e perfeita beleza (Ez 28.12). Criado por Deus como um querubim (Ez 28.14), um anjo de alta hierarquia que, provavelmente, era o responsável por comandar a exaltação e a glorificação de Deus (Jó 38.4-7). A Bíblia diz que, desde o dia em que foi criado, ele permaneceu inculpável em seus caminhos, até que algo aconteceu (Ez 28.15).

2.2. Onde ficava este lugar do trono de Lúcifer? Estavas no Éden, jardim de Deus. Observe “monte de Deus” (Ez 28.13, 16b).

Éden (em hebraico: גַּן־עֵדֶן – gan -ʿḖḏen), também chamado de Paraíso, é o “jardim de Deus.”

A terra onde Lúcifer habitava era adornada de pedras preciosas e ouro. A Bíblia mostra a glória que o querubim Lúcifer possuía, antes de sua queda; guardava a presença de Deus, vivendo no brilho das pedras, ou seja, no meio do fulgor de relâmpagos que para Deus serve como pavimento. Por causa da sua grandeza orgulhou seu coração e quis ser igual a Deus. (Ez 28.2 b). “Elevou-se o teu coração por causa da tua beleza. (Ez 28.17). O poder, a riqueza e a sabedoria perdem seu valor quando se misturam com a soberba; é como tomada elétrica desligada da força. Até mesmo um arcanjo que se desliga do contado amoroso de Deus nada mais faz com seus poderes sobrenaturais senão arruinar os homens e decretar sua própria e eterna destruição.

O orgulho e a cobiça entraram no coração de Lúcifer (Is 14.13-14), a ponto de igualar a um deus. Qualquer criatura quer seja visível ou invisível que se coloca no lugar de Deus, perde a comunhão com Ele e por fim recebe a condenação eterna.

6. Sua queda. “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Mas você será jogado no mundo dos mortos, ao mais profundo abismo.” (Is 14.12, 15).

Jesus Cristo, que a tudo assistiu era o “Verbo” ao lado de Deus na criação, revela mais detalhes. “Eu via Satanás, como raio, cair do céu”, disse Ele (Lucas 10.8). Lúcifer, que se tornou Satanás (significa adversário) em sua rebelião, foi expulso do céu—para a Terra!

A soberba de Lúcifer fez com que Deus expulsasse do Éden. Lúcifer querendo elevar-se acima do seu nível, foi precipitado à destruição e a sua queda levou junto a terça parte dos anjos (Ap 12.4, 7-9).

Não se deixará de perceber aqui uma aplicação a Satanás que, ao se exaltar contra Deus, foi rebaixado até o inferno. Estrela da manhã, no heb. hêlel, “glorioso”, “luzente”, que alguns interpretam como nome próprio. “Lúcifer”, o assim considerado nome original do diabo.

Após a sua expulsão do Céu, juntamente com “terça parte das estrelas do céu” (Ap 12.4), Deus transformou a Terra em caos, para que satanás não mais habitasse nela. “E a terra que ficou sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo” (Gn 1.2).

Não temos palavra para explicar a beleza que era a primeira terra. Mas após o pecado de Lúcifer Deus transformou esta terra em um caos, ou seja, sem forma e vazia. Tudo que havia de vida animal morreu e a terra ficou coberta de água, até a criação do homem.

Hoje quando os arqueólogos encontram fossas de animais pré-histórico, os cientistas dizem: Este animal tem cinquenta milhões de anos; e muitos têm me perguntado como pode. Sim estes animais habitavam aqui quando Lúcifer habitava na terra original. A terra que Lúcifer habitava era diferente da qual nos habitamos hoje. Para o ser humano Deus o recriou.

Não só Lúcifer, mas muitos homens têm caído pelo orgulho e a cobiça. Deus abomina o pretensioso, mas exalta o humilde.

Não é por acaso que, em Gênesis 3, logo depois que Deus criou Adão e Eva, Satanás apareceu em cena no jardim como uma serpente. Ele tinha sido expulso para a Terra antes da criação do homem. Como visto no relato da tentação de Cristo, Satanás tinha recebido autoridade sobre a Terra.

Lúcifer (Satanás) ficou sem moradia e passou a viver no espaço (Ef 2.2). O livro de Jó registra Deus conversando com Satanás: “De onde vens?” Satanás respondeu: “De rodear a terra e passear por ela” (Jó 1.7). A Terra é o reino de Satanás.

 



COMENTÁRIO DO LIVRO DE GÊNESIS

I. A CRIAÇÃO DA TERRA

A palavra “céu” de Gênesis 1.1, em hebraico (שמים - Shãmayim), e está no plural (céus), significando dizer que Deus criou “os céus”.

Segundo o apóstolo Paulo (2ª Co 12.2), ele aponta para a existência de pelo menos 03 (três) céus.

·         Primeiro céu: lar dos pássaros e das nuvens (Dn 4.12; Mt 6.26);

·         Segundo céu: lar do sol, da lua e das estrelas (Sl 19.1);

·         Terceiro céu: lar dos anjos e dos santos que se foram (2ª Co 12.2).

1. O princípio. Dizem que esse princípio se originou, cerca de quatro mil anos a.C.. Porém, como esses cálculos não são extraídos da Bíblia, por isso não são inspirados. Guardamos reservas a qualquer referência extra bíblica.

A ciência moderna afirma que este mundo formou-se a milhões de anos. Pode ser verdade. A Bíblia não contradiz isto, porém ela se limita a dizer “no princípio”. Deus criou o universo, mas não entra em detalhes ao se revelar ao homem, sobre quando e corno o criou.

2. Os agentes. “Deus criou”, (v. l). A palavra “criou” encontra-se apenas três vezes neste capítulo (vs. 1.21.27). Os eruditos ao expor esse assunto mostram a diferença do texto original entre o que Deus “criou” e o que Deus “fez”.

Sendo assim, os mares foram feitos das águas já em existência (vs. 9-10). O sol e a lua foram feitos, ou melhor feitos para aparecer através de espessas nuvens, no quarto dia. Porém o versículo primeiro é enfático, abrange todo o cosmos.

“Deus” – na gramática portuguesa há duas formas numerais: singular e plural, porém o verbo “criar” está no singular. Exemplificando, seria assim: “no princípio criou Deuses”. Ora, como se vê, não soa bem aos nossos ouvidos, porém, a verdade é esta, vejamos então, com muita atenção, o que se segue:

2.1. A Veracidade da Trindade. O substantivo Deus, condições de defendermos a doutrina da Trindade.

No Antigo Testamento, a doutrina da Trindade está manifestada claramente, porque o povo judeu era monoteísta (crença num só Deus) por causa dos outros povos que eram politeístas (crença em muitos deuses). Contudo, no Novo Testamento essa doutrina está muito clara.

A palavra Eloim ou Elohim (do hebraico אֱלוֹהִים , אלהים, pronunciado elohim) é um substantivo que se refere a Deus, usado na língua hebraica moderna e antiga.

Termo comum usado nas escrituras hebraicas, Elohim pronunciando Elo’him (em hebraico: אלהים) é o plural adjetivo de dois gêneros da palavra Eloah (אלוה), considerado pelos estudiosos judeus como plural majestático (pluralis majestatis) ou de excelência (pluralis excellentiæ), expressando grande dignidade, traduzindo-se por “Elevadíssimo” ou “Altíssimo”. [Wikipédia, a enciclopédia livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Elohim - acesso dia 09/02/2021].

Em português as traduções da Bíblia não usam os nomes hebraicos. “Elohim” virou “Deus”. E “Yawéh” foi traduzido como “Senhor”.

1° Dia da Criação. “E disse Deus, haja luz ...” (vs. 3).

Deus criou o universo através da sua palavra: “E disse Deus: Haja luz; e houve luz” (1.3). Para entendermos melhor a criação precisamos compreender duas palavras hebraicas: “yom” e “or”.

1.1. O significado da palavra yom. A palavra hebraica para yom significa dia. A maior parte do uso dela no Antigo Testamento é com o sentido de dia, dia literal de 24 horas (Gênesis 7.11). Segundo, yom é usado com ‘noite’ e ‘manhã’. Embora o Criador dela não precisasse, a criação a reclamava: “Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa” (Sl 139.12). Sem luz, a vida seria impossível. Na Bíblia Sagrada temos algumas referências que apontam a luz que vem de Deus (Is 60.20; Ap 21.23; 22.5).

Deus revela-se a si mesmo através da criação. A Bíblia diz em Salmos 19.1: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.”

1.2. O significado da palavra or. “A palavra hebraica para ‘luz’ é ‘or’, e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra. Posteriormente, Deus colocou ‘luminares’ (hb. ma'or, literalmente ‘luzeiros’, v. 14 nos céus como geradores e refletores permanentes das ondas de luz. O propósito principal desses luzeiros é servir de sinais demarcadores das estações, dias e anos (vs. 5-14)” [Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p. 30].

O aparecimento da luz dentro da espessa escuridão é parecido com um espectador que de repente surge em cena. “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus em pleno êxito, pelo espírito de Sua boca. Ele ajunta as águas do mar, como os montes; põe os abismos em tesouros. Tema toda a terra ao Senhor, temam-no todos os moradores do mundo. Porque falou, e tudo se fez; mandou e logo tudo apareceu.” (Sl 33. 6-9).

Não se trabalha no escuro, porque sem luz – condição fundamental de toda a obra (cientificamente provado) – tudo é confusão.

No plano natural das coisas, a luz procede da vibração. O versículo 3 revela a relação entre o movimento do Espírito sobre a matéria inerte e o efeito nela produzido. É uma figura que ocorre no milagre da conversão, operado pelo Espírito Santo, contra o pecado.

2° Dia da Criação. “... e chamou Deus a expansão de céus” (vs. 6-8).

Pode-se também chamar os céus de firmamento ou expansão. Foi a separação como Deus denominou o segundo elemento criado, foi a separação da matéria-gasosa de que surgira a luz.

Deus chama a expansão ou céus, não significa simplesmente a atmosfera à volta da Terra, mas a grande câmara universal, onde o sol, a lua e as estrelas se localizam.

Leia o Salmo 148.4, e você verá que ali há águas, isto é, matéria gasosa sobre os céus, conforme afirma este versículo, “e aquelas águas em baixo” que incluem as nuvens de nossa atmosfera, bem como os mares e oceanos em que nós navegamos.

Tudo isto, toda a inexplicável beleza, proclama a glória de um criador, que sabiamente dispôs todas essas coisas, tirando-os do nada, com um simples “faça-se...”.

3° Dia da Criação. Aparecimento da terra firme (vs. 9-13). Já vimos como o aparecimento do firmamento – céu, o que se deu com a divisão da matéria gasosa. Este foi o segundo dia.

Surge agora o terceiro dia. Neste o movimento está ligado a gravitação, envolvendo tudo e todas as demais forças começam a concentrar debaixo do firmamento, à volta de inúmeros centros, um dos quais passa a ser o nosso globo.

Por outro lado, e quase que paralelamente, outro trabalho vem se desenvolvendo nesse terceiro dia: o surgimento das plantas (vs. 11-12). Deus, para que toda a terra recebesse habitantes, criou as plantas com inúmeras finalidades.

A Terra era sem forma e vazia – Surge o dia (vs. 2-5).

O verbo “era”, é também traduzido por “veio” a “ser”, dando assim a ideia de que, originalmente a Terra “não” era sem forma e vazia, havendo nela acontecido algo, talvez um cataclisma, levando-a, àquele estado.

Se isto é o fato, deduzimos que há um grande lapso entre os vers. l e 2: períodos tão longos que deixam motivos que formam especulações na forma geológica, o que leva alguns escritores a afirmação de ter havido um extenso período “raça pré-adâmica”.

Quanto a afirmarem, isto já sabemos pela própria Bíblia, que na terra original, não havia tido homens, pois 1ª Cor. 15.45, afirma que Adão foi o primeiro homem.

A ação do Espírito sobre a criação. “E o espírito se movia sobre a face das águas” (vs. 2).

A expressão “movia-se sobre”, leva-nos a pensar num pássaro que sobre seu ninho está chocando seus ovos, até que venha nascer seus filhotes.

Águas, não significam os oceanos e mares que conhecemos hoje, a condição gasosa da matéria existentes antes deles.

Nota-se que o Espírito Santo movia-se “sobre as águas” e não “dentre” dessas “águas”, o que indica que Deus é um ser próprio, separado do seu trabalho.

4° Dia da Criação. A organização do sistema solar (vs. 14-19).

O quarto período assinala a organização do nosso sistema solar. Nesta astronomia primitiva de Moisés, surgem o sol, a lua e as estrelas (estrelas englobam os demais astros: planetas, cometas, etc...).

A função dos demais astros; sol a lua, é controlar o dia e a noite, respectivamente.

O sol indica dias e anos, a lua, semanas e meses, e as estrelas, as estações. Aos povos adoradores de astros, o ato de Génesis, mostra que estes não são deuses, nem habitantes de Deus, a cujas leis obedecem, feitos para o homem, este usufruiria deles, mas não os adoraram.

5º Dia da Criação (1.20-23). Deus cria toda a vida que vive na água. Qualquer vida de qualquer espécie que vive na água é feita neste momento. Deus também cria todos os pássaros. A linguagem permite que este pode ser o momento em que Deus fez os insetos que voam também (ou, se não, eles foram feitos no sexto dia). Todas estas criaturas são feitas com a capacidade de perpetuar as suas espécies através da reprodução. As criaturas feitas no quinto dia são as primeiras abençoadas por Deus. Deus declara este trabalho bom, e isso ocorre em um dia.

6º Dia da Criação (1.24-31). Deus cria todas as criaturas que vivem em terra firme. Isto inclui o homem e todo tipo de criatura não formada nos dias anteriores. Deus declara este trabalho bom.

Deus, então, se aconselha consigo mesmo: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (1.26). Esta não é uma revelação explícita da Trindade, mas faz parte da sua fundação, já que Deus revela um “nós” dentro da Divindade. Deus cria o homem, e o homem é feito à imagem de Deus (ambos os homens e mulheres possuem esta imagem) e é especial acima de todas as outras criaturas. Para enfatizar isso, Deus coloca o homem em posição de autoridade sobre a terra e sobre todas as outras criaturas. Deus abençoa o homem e ordena-lhe a se reproduzir, encher a terra e sujeitá-la (trazê-la sob a legítima gestão do homem como autorizada por Deus). Deus anuncia que o homem e todas as outras criaturas devem comer apenas plantas. Ele não vai rescindir esta restrição dietética até Gênesis 9.3-4.

O trabalho criativo de Deus está completo no final do sexto dia. Todo o universo em toda a sua beleza e perfeição foi totalmente formado em seis dias literais, seguidos e de 24 horas. Na conclusão de Sua criação, Deus anuncia que tudo é muito bom.

7º Dia da Criação (2.1-3). Deus descansa. Isso de forma alguma indica que Ele estava cansado dos seus esforços criativos, mas denota que a criação está completa.

Ao longo da narrativa, Gênesis indica que um plano está sendo seguido. Deus tenciona ter comunhão conosco. Esse plano foi interrompido pelo pecado, mas será retomado quando a Terra for renovada.

Deus visitava Adão e Eva todos dias. “E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia...” (Gn 3.8).

A viração do dia compreende-se biblicamente as seis horas da tarde, ou seja, na ao pôr do sol. Quando as cores do céu se juntavam formando a mais bela pintura em tons de azul, laranja e rosa, Adão recebia a visita de Deus no Jardim para um momento de comunhão e intimidade. O pôr-do-sol é o marco entre o dia que termina e o outro que se inicia. É um momento de meditação, reflexão. Momento em que Deus vem ao nosso encontro.

Ao longo da narrativa, Gênesis indica que um plano está sendo seguido. Deus tenciona ter comunhão conosco. Esse plano foi interrompido pelo pecado, mas será retomado quando na volta de Cristo em gloria para reinar por mil anos na Terra.

7.1. No sétimo dia Deus abençoou sua criação. Abençoar é diferente de guardar o sétimo dia. No capítulo 2 de Gênesis a Bíblia começa a narrar à história do homem.

“Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera (Gn 2.1-3).

A. O sábado legal não foi instituído aqui. Isso só aconteceu com a promulgação da lei. O sétimo dia é o fundamento da guarda do sábado dada aos israelitas, visto que neste dia Deus abençoou e santificou a obra da criação.

“E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera...” Aqui não está dizendo que terminou no dia sexto e sim no dia sétimo. A Bíblia deveria dizer que Deus terminou seu trabalho no sexto dia, o dia da conclusão. Em vez disso, o texto diz que ele terminou o trabalho no sétimo dia, então conclui-se daí que Deus trabalhou no sétimo dia também.

B. O que entendemos quando a Bíblia diz: “descansou Deus no sétimo dia?”

Independentemente de se Deus santificou o sétimo dia ou oitavo dia, ainda temos que perguntar se Deus realmente descansou nesse dia santificado. Afinal, que necessidade é que uma Divindade onipotente tem que se sentar e relaxar? De maneira nenhuma Deus se cansa, pois Ele é Espírito e o profeta Isaías 40.28 diz: “...O SENHOR é o Deus Eterno, ele criou o mundo inteiro. Ele não se cansa, não fica fatigado; ninguém pode medir a sua sabedoria”. Jesus disse certa vez: “Meu Pai trabalha até agora e Eu trabalho também” (Jo 5.17).

Na realidade esse descanso nunca aconteceu, mas um dia acontecerá. Deus não poderá descansar enquanto o Universo estiver contaminado com o pecado; enquanto Satanás estiver solto; e enquanto houver conflito entre o Bem e o Mal, Luz e Trevas.

Uma leitura cuidadosa do texto bíblico real parece contradizer a ideia de um dia de descanso. O descanso de Deus significa que Deus cessou a obra de Sua criação, em outras palavras Deus completou a Sua obra no sétimo dia, ele terminou o que havia planejado e por isto cessou. O descanso de Jeová, no sétimo dia, corresponde a cessação do trabalho do Criador a santificação em face do que tinha sido realizado.

No sétimo dia Deus parou todas as criações, mas não parou de agir sobre este mundo, ele continua agindo sobre este mundo e sobre o ser humano.

II. A CRIAÇÃO DO HOMEM

No livro de Gênesis 1.26-27 a Bíblia descreve a criação do homem: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... 27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Gn 2.7 “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”.

A Bíblia nos apresenta um duplo relato da origem do homem, o primeiro relato está em Gênesis capítulo 1, versículos 26 e 27; e o segundo está no capítulo 2, versículos 7, 21-23, do mesmo livro. A primeira narrativa contém o relato da criação de todas as coisas na ordem em que ocorreu, enquanto que a segunda agrupa as coisas em sua relação com o homem, sem nada implicar com respeito à ordem cronológica do aparecimento do homem na obra criadora de Deus, e indica claramente que, tudo que o precedeu, serviu para preparar uma adequada habitação para o homem, como rei da criação. As Sagradas Escrituras nos mostram como o homem foi criado, rodeado pelo mundo animal, vegetal e como iniciou a sua história.

Para formar o corpo do homem, Deus utilizou de matéria existente. Deus tomou o pó da terra e com ele modelou o ser que chamou de “homem”.

A frase hebraica que traduzimos como “pó da terra” é “apar min-hadamah”. APAR significa “poeira” e MIN-HADAMAH significa “do solo”. APAR é o mesmo nome usado na frase muito conhecida de Gênesis 3.19: “pois tu és pó e ao pó tornarás.

A expressão hebraica significa claramente “terra solta que encontramos no chão”.

O homem foi feito do pó da terra, sendo, portanto, da terra (Salmos 10.18).

1. O significado de Adão. Adão (do hebraico אדם relacionado tanto a adamá, solo vermelho ou do barro vermelho, quanto a adom, “vermelho”, e dam “sangue”) é considerado dentro da tradição judaico-cristã o primeiro ser humano criado por Deus. Teria sido criado a partir da terra à imagem e semelhança de Deus para domínio sobre a criação terrestre.

2. O fôlego de vida. “Fôlego”, neshamah. Vindo da Fonte de toda a Vida, o princípio vital entrou no corpo inanimado de Adão. É dito que o meio pelo qual a centelha da vida foi transferida para seu corpo foi o “sopro” de Deus. Ao ser comunicado ao homem, o “fôlego” é equivalente à sua vida; é a própria vida em si (Is 2.22). CBASD, vol. 1, p. 205.

3. Alma vivente. Quando o divino “fôlego” (neshamah) de vida foi infundido na escultura inanimada do homem, este se tornou uma “alma” (nefesh) vivente. Note que a nefesh é feita por Deus (Jr 38.16), pode morrer (Jz 16.30), ser morta (Nm 31.19), ser devorada (metaforicamente, Ez 22:25), ser resgatada (Sl 34.22) e ser refrigerada (Sl 19.7). Nada disso se aplica ao espírito, ruah, o que indica claramente a grande diferença entre os dois termos. É óbvio, diante disso, que a tradução “alma” para a palavra nefesh em Gn 2.7 não é apropriada, especialmente quando se tem em vista a expressão comumente usada “alma imortal”. Embora popular, esse conceito é alheio à Bíblia. A passagem pode corretamente ser traduzida da seguinte forma: “O homem se tornou um ser vivente” (NVI). Quando “alma” é considerada sinônimo de “ser”, alcança-se o significado bíblico de nefesh presente nesta passagem.

4. O homem a coroa da criação. Deus declarou que tudo era bom. O segundo capítulo mostra-nos como Deus preparou o lar do homem, como realizou a primeira cerimônia de casamento, e como colocou duas árvores no jardim, fatos que ensinaram as seguintes lições: Se Adão e sua esposa escolhessem o bem e recusassem o mal, comeriam sempre a árvore da vida; caso contrário, morreriam.

Criado por Deus, destaca-se o homem como a coroa da criação (1ª Co 11.7), pois tem, como missão, governar tudo quanto o Senhor fizera (Gn 1.28). Mas, devido à sua queda deliberada no Éden, transgredindo à vontade divina (1ª Tm 2.14), a criação ficou submissa à vaidade (Rm 8.20-22).

5. E plantou o Senhor Deus um jardim. A localização do Éden é desconhecida. Em uma passagem do livro de Gênesis, na Bíblia, temos apenas um indicio da localização do jardim do Éden. A passagem diz que o local era irrigado por um rio, que se dividia em quatro. Esses rios eram: o Pisom, o Giom, o Tigre e o Eufrates.

Alguns estudiosos da religião acreditam que o jardim do Éden estava localizado na Mesopotâmia, devido aos dois rios reconhecidos. O Tigre e o Eufrates atravessam o Iraque, a Síria e a Turquia. Porém, não se conhece a localização dos rios Pisom e Giom, pois o dilúvio alterou de tal forma as características físicas da terra, que se tornou impossível a identificação atual de locais existentes antes dessa catástrofe.

Assim, a localização desses quatro rios pode englobar toda a área da península arábica e parte do Nordeste da África. Essa região é exatamente onde os cientistas acreditam que a humanidade nasceu.

III. QUEDA E PROMESSA DE LIVRAMENTO

Estudaremos nesse capítulo a história da tentação e queda de nossos primeiros pais:

Deus criou o homem puro e bom, com todas as qualidades indispensáveis a uma vida feliz na Terra; mas também dotou-o da liberdade, da escolha (livre arbítrio). Este capítulo nos mostra justamente:

1. A escolha do homem. Desobediência à voz divina, transgressão, que significou o repúdio à autoridade de Deus. A disputa de sua sabedoria e o desprezo à sua graça.

A consequência dessa escolha – reprovação, condenação, maldição e expulsão por parte de Deus. Deus não pode negar-se a Si mesmo. Assim o homem caiu.

A profecia divina logo após a queda – prova inconfundível do amor de Deus, o homem seria remido do seu pecado. Génesis 3.15, faz a primeira menção ao redentor que havia de vir.

2. A serpente e suas transformações. Pensam alguns que a serpente não tinha esse aspecto repugnante, como hoje vemos; não vivia rastejando e era muito bonita, inclusive andava ereta. Isto também infere-se a Bíblia em 3.14. Também andava ereta, isto muito teria contribuído para que Satanás a usasse para tentar Eva.

Adão e Eva acreditaram que se comessem do fruto da árvore. que estava no meio do jardim, seria iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. Verdadeira catástrofe.

Satanás, legítimo tentador, servindo-se de uma serpente, consegue executar o plano (Jo 8.44; Jo 3.8).

Você acabou de aprender que o pai do pecado é Satanás, Ele se utiliza de instrumentos, no caso da serpente; tem sempre como alvo à criatura amada de Deus.

3. Folhas de Figueira. Adão e Eva tentaram cobrir sua nudez através de folhas de figueira, que triste situação. Verdadeira revolução em suas mentes, pois foram dominados pela emoção, medo e vergonha.

“... esconderam-se da presença do Senhor Deus...” (Gn 3.8).

E procuraram cobrir sua nudez (3.7). As questões espirituais jamais podem ser resolvidas por processos ou inventos materiais. Os que querem cobrir a sua nudez é prova que foram despidos da glória de Deus.

Os artifícios do homem, ainda que baseados no bom princípio de moral, jamais mostram o caminho certo da paz, que tanto o homem deseja ter com Deus, a não ser por Jesus Cristo, e tão somente por Ele (Rm 3.22).

4. Promessa de Livramento. Gênesis 3.21 “E fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.”

Para a roupa de pele existir, subentende-se que animais tiveram que ser mortos. Assim, começava-se a sentir o efeito do pecado sobre o mundo.

Quando Adão e Eva pecam, eles perdem a roupa da salvação. O resultado é a perda da proteção divina, e do senso de proximidade e intimidade com o Criador. É a partir da aí que eles se sentem nus. A reação deles foi de cobrir seus corpos.

Aparentemente eles não se deram conta da vergonhosa nudez em que estavam as suas almas.

No lugar da “roupa da salvação”, que havia se dissipado, eles tentam fazer pra si mesmos uma espécie de cobertura que não era suficiente para esconder a sua vergonha.

Deus não aceitou a justiça do homem para se justificar, mas o Criador fez uma nova roupa, matando um animal, derramando sangue de um inocente, para que pudesse cobrir o pecado do homem.

Ao derramar o sangue de um animal inocente para vestir o homem, já apontava para o sacrifício vicário de Jesus, que derramou seu sangue inocente, para nos vestir novamente com a verdadeira luz da salvação.

A gloriosa promessa de um Redentor é a luz da esperança que desde então começou a brilhar, a Deus toda glória! Todas as demais promessas foram consequências desta.

Tudo o que vê na Bíblia, todos os acontecimentos, gira em torno do cumprimento dessa profecia.

5. A Semente. “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3.15).

Estas palavras são ditas por Deus à serpente, que é satanás por ocasião em que este induziu Adão e Eva ao pecado.

5.1. “Porei inimizade entre ti e a mulher...”. Nestas palavras Deus está afirmando que deverá de existir inimizade permanente entre satanás (“ti”) e a mulher (raça humana)

“Semente”, dá uma ideia de uma unidade reprodutora. No versículo 15, a descendência da espécie – humana ou animal – é considerada como semente. Está lavrada a sentença de Deus! Duas sementeiras inimigas entre si, a da mulher viria à vitória sobre o pecado.

Mas em Deus anunciou uma Nova Aliança, a Aliança da Graça, que seria cumprida por Cristo através do qual o homem poderia ser justificado e santificado.

5.2. “Entre a tua descendência e o seu descendente...”. Estas palavras são uma repetição da afirmação anterior de Deus, ou seja, que a inimizade estará estabelecida entre todos os que estão sujeitos a satanás (“tua descendência”) e o descendente da mulher que, neste caso, é Cristo.

Por que afirmamos que o descendente da mulher, neste caso, é Cristo? Porque vários textos do Novo Testamento apontam para Cristo como o descendente da mulher (Gl 4.4, por exemplo). Além disso, na sequência de Gn 3.15, é dito que o descendente da mulher iria esmagar a cabeça da serpente. E isto, quem fez, foi Cristo. Cristo é quem derrotou as Satanás quando ressuscitou dentre os mortos. (Cf. Jo 12.31; At 26.18; Rm 5.18, 19; Hb 2.14; Ap 12.1, 7).

5.3. “Este te ferirá a cabeça”. Estas palavras apontam para o descendente da mulher (este), que, como já vimos, é Jesus. Jesus ferirá, como de fato feriu, a cabeça da serpente (Satanás). Isto aconteceu quando Cristo completou a Sua obra de redenção, salvando os pecadores e ressuscitando dentre os mortos. Os textos bíblicos acima indicados, mostram isso.

5.4. “E tu lhe ferirás o calcanhar”. Aqui Deus conclui a sentença, dizendo que Satanás (tu), representado na serpente, iria ferir o calcanhar do descendente da mulher (lhe), Jesus. Isto é uma referência à crucificação de Jesus. Foi necessário que Jesus fosse crucificado, mas isto, comparado com a sua ressurreição, é apenas um ferimento no calcanhar. Notar bem a diferença: cabeça e calcanhar. Um ferimento no calcanhar nunca tem as consequências que o tem ferimento na cabeça. Aliás, no calcanhar é um ferimento, mas na cabeça da serpente, é um “esmagar”, conforme registram os textos do Novo Testamento. E, cabeça, aqui, representa o poder. É o poder de Satanás que Cristo derrotou na sua ressurreição.

6. A sentença. De agora em diante o homem dependeria do seu próprio esforço, teria que tratar a Terra e extrair dela o pão de cada dia. Antes do pecado, isto não aconteceria, a Terra produzia naturalmente o alimento para os nossos primeiros pais.

O versículo 19 é claro: “No suor de teu rosto, comerás o teu pão, até que tornes a terra...”. O que quer dizer “até que tornes a terra?” (Leia Ec 12.7). Então apenas o corpo, que viria de volta à Terra, mas o espírito, volta para Deus.

IV. DE CAIM A LAMEQUE

Você está conhecendo agora os primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel. Caim é cultivador do solo; Abel, pastor de gado. Ambos voluntariamente fazem ofertas a Deus, e Deus aceita a oferta do Éden, teceram de imediato aventais de folhas de figueiras para cobrir a nudez.

Entretanto, o que lhes valeram na verdade, foi a pele de animais. Note bem: a solução veio pelo sacrifício de um animal, no caso em questão, a oferta de Abel, também significou tal sacrifício, sendo esta sim agradável ao Senhor Deus, e dá-se o primeiro homicídio na Terra, Caim irado, mata seu irmão.

1. Quem foi a esposa de Caim? Sem dúvida, uma de suas irmãs. Ora, Eva era mãe de todos os viventes, (3.20). O casamento entre irmãos, só se tornou proibitivo muito tempo depois, quando Deus deu a lei a Moisés (Lv 18. 6-9).

“... e Caim edificou ali uma cidade” (4.17).

A cidade de Caim teria sido construída ao Oriente do Éden, seria talvez, composta de uma vila de rudes cabanas, e um muro por defesa. Ali teriam vivido seus descendentes.

2. Sete, o terceiro filho de Adão e Eva. Nasceu depois da morte de Abel. Seu nome significa “substituto” ou outra semente em lugar de Abel. Os descendentes de Caim foram homens mundanos. A Bíblia diz que nasceu Enos filho de Sete, começou a invocar a Deus. (Gn 4.26).

V.  A GERAÇÃO DE ADÃO

O capítulo 5 dá-nos como introdução a linhagem de Sete, com o propósito de nos conduzir à história de Noé, através da qual, surge a história da redenção. Nada fala de Caim, pois ele saiu de diante da face do Senhor (4.16).

Abel não é mencionado porque não deixou posteridade. Também nenhuma mulher é citada, ainda que saibamos que Adão gerou filhas e filhos, mas quantos a história não registra.

Um nome de destaque. Enoque – homem de fé (Hb 11.5-6).

Sua vida merece profundo estudo. Gênesis 5.25, diz apenas porque Deus para Si o tomou. É um dos casos mais extraordinários, no entanto, mencionado em poucas palavras. Ele foi “transladado” para não ver a morte (Hb 11.5), antes do julgamento do dilúvio. Vemos nele, como um dos santos que hão de ser transladados antes do julgamento apocalíptico (Is 4.13-17).

Enoque foi o sétimo depois de Adão, na linhagem de Sete. Como Enoque, Elias também foi transladado. Este caso, porém, é bem detalhado. Estes são dois episódios que lembram a ascensão, do Nosso Senhor Jesus Cristo (At 1.9).

2. Dois Personagens – Dois Contrastes. Lameque tipifica o mundo, o povo do mundo. Enquanto que Enoque tipifica o povo que pertence a Deus, homens de razão e de fé.

Lameque foi o nome de dois personagens bíblicos citados no livro de Gênesis. Um era descendente de Caim, e o outro de Sete, filhos de Adão. Portanto, ao falar sobre quem foi Lameque na Bíblia, é necessário considerar estes dois homens que tiveram histórias completamente distintas. Enquanto um era perverso o outro era temente a Deus.

VI. O DILÚVIO

O capítulo 6, descreve a corrupção total do gênero humano. O pecado assumiu proporção tão desastrosa, a ponto de pesar no coração de Deus com o fato de pôr o homem na Terra, (6.6), e então retribuindo. Deus determinou a destruição do homem através de um dilúvio, de cuja catástrofe seria poupado Noé, homem íntegro, que desfrutava da intimidade com Deus (6.9), e sua família.

Esta passagem encerra uma lição muito importante: longe de se realizar, o corrupto vai se degenerando até a destruição total.

1. Os filhos de Deus. Quem são os filhos de Deus? E os filhos dos homens? (6.2).

A interpretação dos versículos 1 a 8 depende da definição de três termos-chave: “os filhos de Deus” (2 e 4), “as filhas dos homens” (2 e 4), e os “nefilins” (4).

“Filhos de Deus”, seriam naturalmente àqueles que se via refletida a santidade divina, ao passo que os filhos dos homens seriam aqueles considerados corruptos.

Naquela época havia duas raças distintas: os descendentes de Caim. Segundo alguns escritores de nossa época, os filhos de Deus descendiam de Sete, e os filhos dos homens seriam os descendentes de Caim. E os “nefilins”, os homens ímpios e violentos resultantes dessa união pecaminosa.

O principal fundamento para essa interpretação é o contexto dos capítulos 4 e 5. O capítulo quatro descreve a ímpia geração de Caim, enquanto no capítulo cinco vemos a piedosa linhagem de Sete.

2. A arca de Noé. Os primeiros versos de Gênesis 6 descrevem a corrupção dos homens nos dias antediluvianos, dias quando os seus pensamentos eram maus continuamente. Vendo Deus que “a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”, e que “a terra estava cheia de violência”, imoralidade e a injustiça entristeceu-se e resolveu destruir a raça humana, menos a família de Noé, com a qual perpetuaria o mundo. No meio de tão violento juízo, lembrou-se Deus da misericórdia oferecendo a Noé um meio de escape, a arca que o salvou.

A palavra “violência” no hebraico é chamac, que significa “injustiça, ser violento com, tratar violentamente”. O dilúvio só aconteceu em virtude da depravação humana e da violência.

“A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra” (Gn 6.11-13).

Nos dias de Noé as pessoas estavam despreocupadas, envolvidas no materialismo, corrupção, imoralidade, orgias e escândalos. “...comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento...”.

3. A arca na sua tipologia. A Arca, meio de salvação de Noé e sua família, prefigura Cristo. Ela atravessara as águas da morte, saindo ilesa. Produz então um novo início de um mundo além do juízo.

Cristo, pela Sua morte e ressurreição, salva da condenação eterna, todo aquele que se chega a Ele (2ª Co 5.17).

Nos dias de Noé Deus preparou uma arca para salvá-los; Porém, hoje Deus não vai construir uma barca, pois Ele já enviou o Seu Filho Jesus, para salvar todo aquele que n’Ele crê (Mc 16.16). Hoje Deus avisou o povo antediluviano por intermédio de Noé que viria uma destruição em massa. Agora Ele adverte através de Sua Palavra que o mundo caminha para o fim. Os sinais que estão registrados nela nos mostram que Jesus está vindo buscar um povo Seu zeloso e de boas obras. Quem estiver preparado subirá em júbilo, mas os despreparados ficarão em grande agonia para o Anticristo.

Deus na Sua longanimidade, deu ao homem, ainda um prazo, durante os quais, as justiças foram pregadas (2ª Pe 2.5), mas sempre rejeitada.

A Arca foi construída, o tempo cumpriu-se, as águas chegaram, então os zombeteiros e os corruptos do lado de fora da arca pereceram. Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que não se viam, temeu em prol da salvação de sua pessoa e de sua família. Preparou a arca, pela qual condenou o mundo e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé (Hb 11.7).

4. O dilúvio. De acordo com as tradições bíblicas e com as geologias, o dilúvio teria sido universal. Toda raça, exceto Noé e sua família, de fato foi eliminada.

A Bíblia é clara ao afirmar que as águas cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu. Isso fez com que toda a carne que se movia sobre a terra, tudo o que tinha fôlego de vida na terra seca, pereceu. Em toda a terra, somente Noé e os que com ele estavam na arca sobreviveram (Gn 7.19-23). Isso indica que de acordo com o texto bíblico, o dilúvio foi global. Qualquer interpretação que sugere um dilúvio local não se harmoniza com as Escrituras.

Gênesis 7 termina informando que as águas do dilúvio predominaram durante cento e cinquenta dias sobre a terra (Gn 7.24). O ajuntamento e preservação da família de Noé e dos representantes da criação em Gênesis 7, pode servir como uma figura da salvação provida por Deus aos seus escolhidos; assim também como o juízo de Deus através do dilúvio prefigura o julgamento que abaterá os ímpios no grande Dia do Senhor (cf. Mt 3.12; 24.31-39; 2ª Ts 2.1).

5. O corvo e seu significado. Gênesis 8.6,7 “E aconteceu que ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da arca que tinha feito. 7-E soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra.”

O escritor de Gênesis diz que as águas foram escoando continuamente de sobre a terra e minguaram ao cabo de cento e cinquenta dias (Gn 8.3). Após quarenta dias, Noé começou a testar o nível das águas. Primeiro ele soltou um corvo pela janela da arca. Esse corvo ia e voltava porque o nível das águas não havia baixado o suficiente.

O corvo é um animal que prefere estar só e também é carnívoro. Por esta razão logo ele encontrou os restos mortais dos homens e animais que morreram no dilúvio e por lá ficou.

O corvo simboliza o homem carnal que está separado de Deus (prefere ficar só, separado), vivendo no pecado.

6. A pomba e a sua tipologia - (Gn 8.7-12). A pomba é um animal de natureza mais gregária, prefere a proteção e a companhia. Portanto, a pomba mencionada neste trecho, fala do Espírito Santo, trazendo a paz e a esperança a Terra, ao ser humano que vagueia, este grande oceano é o mundo em que vivemos. Ele prefere viver nos corações daqueles que recebem a Cristo como Seu salvador, ou seja, Ele habita segundo os ensinamentos do apóstolo Paulo (1ª Co 3.16; 6.19).

7. Um monte chamado Ararate. Após o dilúvio, a arca pousou sobre os montes armênios, e foi descendo ao solo à medida que as águas baixaram, parando no sopé do monte chamado Ararate.

Esse lugar, segundo a tradição, que lhe conservou a origem do fato, é conhecido pelo nome de “naxuana” ou lugar da descida da arca. E também, segundo a arqueologia, foi aí que se reconstituiu a geração humana.

8. Noé e sua gratidão ao Senhor. Tão logo saiu da arca, Noé e sua família ergueram um alta ao Senhor, como símbolo de gratidão, pelo livramento que lhe concedera, em meio à tão grande cataclisma.

Deus se agradou do holocausto apresentado por Noé e graciosamente prometeu nunca mais destruir a terra com um dilúvio. Além disso, o texto bíblico traz a expressão “enquanto durar a terra” (Gn 8.22). Essa expressão aponta para a verdade de que Deus é quem preserva o mundo de acordo com seu propósito até o dia do juízo final. Não há a possibilidade de o mundo acabar prematuramente (cf. 2ª Pedro 3.7,13).

9. O arco e a chuva (cap. 9-11). De início o capítulo 9 relata a benção e a promessa de Deus, e também o pacto feito com Noé e toda a alma vivente.

A palavra em hebraico para arco é “keshet” e significa arco; a arma que dispara as flechas. Porém, ao passar do tempo houve um acréscimo onde a palavra arco passou se chamr “arco-íris” deturpando a verdade bíblica.

A idolatria era tão comum ao longo das eras, que acabou fazendo parte do cotidiano até quem não é idolatra.

Íris (em grego Ἶρις) na mitologia grega, era a filha de Taumas e de Electra. Para os gregos, o arco-íris é a ligação entre os homens e os deuses, é a união entre a Terra e o céu. Íris é a mensageira dos deuses para os seres humanos; neste contexto ela é frequentemente mencionada na Ilíada, mas jamais na Odisseia, onde Hermes toma seu lugar.

Os gregos idolatravam a deusa Iris por acreditar que ela ajudava os humanos a conseguir seus desejos. Portanto, pronunciamos este nome sem ter o conhecimento da verdade.

Mas voltando para gênesis, muitos pensam que antes do dilúvio, nunca chovera, pois a Terra era regada com um vapor.

Como se forma este arco. Este arco multicolorido, composto de sete cores, causado pelo fenômeno óptico que, através da refração (dispersão) da luz solar sobre as gotas de água suspensas no ar, forma um espectro de luzes ou cores.

Nós avistamos quando colocamos entre o solo e a nuvem, (de costas para o sol) sempre depois de abundante chuva, pois bem Deus o teria colocado nas alturas como sinal de seu pacto com Noé (9.14-17). Na visão de Ezequiel, assim era o aspecto do resplendor em seu redor (Ez 1.28).

Deus estabeleceu Seu arco nas nuvens para mostrar que “...não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra.” (Gn 9.11).

E se |Deus não destruiria o mundo por causa dos pecados do homem, isso queria dizer que Ele passaria a tolerar a maldade humana? Claro que não”

Deus Pai apontaria esse arco com flecha para Seu Filho Jesus, que foi encravada na Sua carne, enquanto estava pendurado no madeiro, fazendo que saísse sangue e água de Seu corpo. Sangue para purificação dos pecados e água para lavagem da maldade humana.

10. A embriagues de Noé (9.21). Esta parte nos ensina que até mesmo o homem ricamente abençoado por Deus, podem ser vencido pelos pecados carnais. Sem e Jafé demonstram moral elevada e louvável. Quanto ao terceiro filho de Noé, vemos que a maldição não foi imputada a si, mas sim a sua geração, os cananeus. Estes foram os adversários do povo de Deus. Foram exterminados quando da conquista de Canaã por Josué (Js 17.18).

Negar-se a si mesmo, subjugar a carne, abafar o egoísmo, enfim, vencer todo o pecado, é difícil ao homem. A embriagues de Noé, o adultério de Davi, a mentida de Pedro, mostram-nos que nem sempre os homens de Deus, como tais, submetem seus poderes a vontade divina e poderemos também impedir o nosso aperfeiçoamento do caráter cristão.

11. O futuro das gerações de Sem, Jafé e Cão. Na aliança formada entre Deus e Noé, estão registrados três fatos referentes a seus filhos, no sentido profético:

11.1. Os descendentes de Sem. Preservariam o conhecimento do verdadeiro Deus. Jesus, sendo a carne, vem de Sem.

11.2. De Jafé. Viriam às raças que dominariam a maior parte do mundo e superariam as raças Semíticas. O governo, a ciência, a arte tem sido geralmente de gente advinda de Jafé.

11.3. Os descendentes de Cão. O mais moço dos irmãos, seriam raças servis, sempre inferior.

VII A TORRE DE BABEL

A Torre de Babel refere à vida moral da respectiva época. Ela representava o começo do sistema de confederação, o orgulho e o engrandecimento humano, a desobediência atrevida contra Deus.

Essa construção é interrompida por Deus. Dá-se a confusão das línguas e os povos se dispersam pela Terra. O orgulho e a exaltação humana só trazem confusão, porém as obras do Espírito, por sua vez, promovem união, amor e paz.

1. A localização. A história se passa na Babilônia, uma das cidades fundadas pelo rei Nimrod, de acordo com Gênesis 10.9-10.

A história da torre de Babel é uma das histórias mais tristes e significativas da Bíblia. É triste porque revela a rebelião generalizada no coração humano. É significativo porque reformulou o desenvolvimento de culturas futuras.

A história se passa na Babilônia, uma das cidades fundadas pelo rei Nimrod, de acordo com Gênesis 10.9-10.

A localização da torre era em Shinar, na antiga Mesopotâmia, na margem oriental do rio Eufrates. Estudiosos da Bíblia acreditam que a torre era um tipo de pirâmide escalonada chamada zigurate, comum em toda a Babilônia.

2. O que é a Torre de Babel na Bíblia e qual o seu significado? A Torre de Babel sempre foi tema de muita especulação e curiosidade por parte das pessoas. Porém muita gente não conhece o que realmente a Bíblia fala sobre ela, e acaba acreditando em relatos que não possuem base bíblica.

3. A cidade de Babel. Após o dilúvio, Deus ordenou que o homem se espalhasse e povoasse a terra (Gn 9.7). Mas contrariando a ordem de Deus, aquela população resolveu se unificar, edificando uma cidade na planície de Sinar (Suméria). A cidade de Babel é a primeira cidade mencionada depois do dilúvio; e a região onde Babel foi edificada posteriormente seria a tão famosa Babilônia.

A cidade de Babel foi fundada por Ninrode, que também fundou as cidades de Ereque, Acade e Calné. Quando partiu para a Síria, ele edificou as cidades de Nínive, Reobote-Ir, Calá e Resém. Pelo relato bíblico do capítulo 11 do livro de Gênesis, possivelmente Babel foi a primeira sede do governo de Ninrode, e onde seu reino teve início.

4. A Torre de Babel. Junto com a edificação de Babel, aquele povo também começou a construir uma torre para fortificar a cidade. Essa foi uma atitude completamente contrária à vontade de Deus. A construção da Torre de Babel basicamente significava a materialização da recusa em se espalhar e povoar a terra.

A expressão “cujo cume toque os céus” demonstra perfeitamente a soberba daquela civilização, bem como o avanço tecnológico que ela já possuía na época. O texto de Gênesis 11 não esclarece se aquelas pessoas tinham medo de uma nova inundação. Mas a estrutura da cidade, a imponência da torre, e a insistência de uma sociedade totalmente integrada, parecem indicar tal condição.

Se isso for realmente o que aconteceu, então esse comportamento, além de caracterizar a desobediência perante Deus, também expôs a falta de confiança na promessa que o Senhor havia feito. Deus prometera que nunca mais a terra seria tomada por um dilúvio.

5. O que significa “Torre de Babel”? Curiosamente a expressão “Torre de Babel” não aparece no Antigo Testamento, mas é o nome popularmente adotado para se referir à torre da cidade de Babel.

A palavra para torre é migdol, que significa “torre de vigia”. A palavra “Babel” vem de bavél, e significa “portão de Deus” pela combinação do acadiano bab com o hebraico el. O nome Babel também é explicado pela etimologia popular baseada numa raiz hebraica similar, no caso balal, que significa “confusão”, “mistura”, que possuí relações fonéticas com a palavra Babel.

Certo é que o nome Babel se tonou sinônimo de lugar do juízo de Deus, onde houve a confusão das línguas e o início das diferenças idiomáticas.

6. Como foi construída a torre de Babel? Na região de Babel não existiam pedras que pudessem ser utilizadas como tijolos, e nem cal para ser usado como argamassa. Então muitas construções naquela região foram construídas com tijolos de argila secos ao sol ou preparados em fornos. Os alicerces das edificações também eram feitos de argila pisada, e o betume (alcatrão, lodo, piche) era utilizado como argamassa.

As conhecidas torres-templo mesopotâmicas, chamadas de Zigguratu ou Zigurate, são utilizadas como referências para entender como era o formato da Torre de Babel. Essas torres eram retangulares, construídas em níveis, acessíveis por escadarias e rampas. Elas tinham um pátio que dava acesso ao segundo pavimento. Outras escadarias, geralmente externas, levavam ao topo da torre.

Geralmente essas torres possuíam três níveis. Mas há indícios de Zigurates com até sete níveis. No topo da torre havia um santuário, onde ficava a imagem da divindade cuja edificação do Zigurate em questão honrava.

Esses são parâmetros, porém não se sabe quantos níveis a Torre de Babel tinha. Nem é possível saber se na Torre de Babel havia a função de santuário, até porque provavelmente sua edificação ficou inacabada juntamente com a própria cidade quando houve a dispersão dos habitantes (Gn 11.8).

7. A confusão das línguas em Babel. Não se sabe exatamente onde está ou esteve a Torre de Babel, mas é possível saber o principal sobre ela. Tanto a cidade de Babel quanto sua torre, representam de forma concreta a ambição do homem desde os tempos mais remotos. A Torre de Babel é uma figura clara da insistência humana em desobedecer às ordens do Senhor.

A mensagem bíblica mais importante sobre a Torre de Babel diz respeito ao juízo de Deus que veio sobre aquele povo, trazendo a confusão das línguas e dando início a dispersão geográfica da humanidade e o surgimento das diversas culturas e variedades idiomáticas.

Em Gênesis 11.5 pode-se perceber um elemento antropomórfico na descida de Deus para ver a cidade e a torre que os homens estavam edificando. Em Gênesis 11.6 Deus deixa claro que aquilo era apenas o começo, e que a ambição do homem não respeitaria mais limites em seus planos e projetos. Deus então trouxe juízo sobre aquele povo, e o espalhou por toda terra.

Existe também uma discussão se a confusão das línguas foi um evento global ou local. Alguns eruditos defendem que tal evento ocorreu apenas dentro da história semita. Sendo assim, eles entendem que o capítulo 11 pertence a uma seção do livro de Gênesis dedicada à história semita. Logo, a confusão das línguas teria originado diferentes dialetos apenas entre os semitas. Essa interpretação é bastante contestada.

A interpretação mais aceita sobre o capítulo 11 de Gênesis é a de que a confusão das línguas teve um impacto global. Isso significa que a humanidade estava concentrada ali em Babel. Então antes disso todos falavam o mesmo idioma, o que parece claro nos versículos 1 e 6.

Então é possível que o autor de Gênesis tenha utilizado um método de organização e construção de texto onde a primeira parte do capítulo 11 antecede cronologicamente o capítulo 10. Isso significa que no capítulo 10 ele enfatiza a descendência de Noé e as divisões geográficas; já no capítulo 11 ele mostra como ocorreram tais divisões com a dispersão da raça humana.

8. Qual era o idioma falado antes da confusão de línguas em Babel? Essa é outra pergunta que acumula muitas especulações. Na verdade, não se sabe qual era o idioma inicial antes da confusão de línguas na Torre de Babel. Alguns estudiosos sugerem que esse idioma era o hebraico. Mas existe fundamentação alguma para defender essa possibilidade, principalmente pelo fato de que o próprio hebraico é originado de outros dialetos.

VIII. A CHAMADA DE ABRAÃO (CAP. 12 a 14)

1. Abraão, o amigo de Deus. Por volta de 2.000 a.C., em Ur dos caldeus, uma das mais prósperas cidades da Mesopotâmia, hoje sul do Iraque, teve início a intrigante e significativa história dos hebreus. Abraão, cujo nome significa pai de uma grande nação, foi chamado por Deus. Nesse chamado Deus disse: “Ora, o Senhor disse a Abrão: sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome e tu serás uma benção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.1-3).

Aos 75 anos de idade, o hebreu, nascido em Ur, partia para uma nova e definitiva jornada. A estrada, encoberta pela areia do deserto, escondia o futuro do homem escolhido por Deus para ser o “Pai das nações”, por que ele? Pela fé. Por não ter Abrão se dobrado aos muitos deuses da Mesopotâmia. Enquanto seus familiares cultuavam altares repletos de esculturas, ele passava ao longe, escolhendo se isolar em conversa com Deus. Um Deus que para ele ainda era misterioso, contudo real. Tão vivo e real que o fez obedecer sem reservas. Imagine quão grande era a fé desse homem para ouvir e seguir Algo que ainda haveria de se revelar a um povo. Ninguém ouvira falar no “Deus de Israel”.

Em Abraão se concentrará o plano glorioso da redenção da humanidade: “far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma benção”.

O atendimento a esta chamada por parte de Abraão, representava uma série de perdas, de separação dos pais, amigos, dos bens adquiridos e dos parentes. Mas ele era um homem de fé – creu nas promessas de Deus, conforme você lê nos versículos 2 e 3. E, porque creu, obedeceu e “... saiu sem saber para onde ia” (Hb11.8).

A história de Abraão, que faz parte da história da nação de Israel, foi significativa porque, dentro do plano elaborado por Deus para abençoar as outras nações, ela foi a principal ferramenta.

Pela disposição que Abraão teve em ouvir o Senhor e se envolver no projeto que lhe fora apresentado, Deus o teve na mais alta consideração, chamando-o de amigo (Tg 2.23). Essa amizade permitiu a Abraão falar com Deus, ser visitado por Ele, e ouvir, de primeira mão, planos especiais que o Senhor tinha consigo e com a sua descendência.

Do capítulo 12 ao 25 do livro de Gênesis, temos o relato dos principais fatos ligados à história do patriarca Abraão. Podemos ver como foi a sua chamada e suas primeiras peregrinações por Canaã (Gn 12); seu envolvimento solidário na defesa do território de Canaã e o seu encontro com o sacerdote e rei Melquisedeque (Gn 14); o recebimento dos

anjos em sua casa e sua intercessão pelas cidades pecadoras, Sodoma e Gomorra (Gn 18); o cumprimento da promessa de recebimento de um filho, nascimento de Isaque (Gn 21) e sua resistência diante da prova de oferecer seu filho em sacrifício (Gn 22).

2. Abraão desce ao Egito. A fome atingia toda aquela terra. Evitando as tribulações de Canaã, Abraão desce ao Egito (terra de tantos ídolos).

O contexto aqui mostra, Abraão dominado pela natureza humana, amedrontado, introduzido à mentira. Até mesmo um grande profeta ou até mesmo um servo de Deus, está sujeito a coisas assim.

Todo o tempo devemos buscar ao Senhor, vigiar, para que o mal não nos domine.

Abraão mentiu ao rei pagão, comprometendo sua própria esposa, visando garantir sua própria vida, ah! Se não fora a interferência do Senhor (12.17), aquela mentira teria causado trágicas consequências.

Podemos imaginar o velho Abraão muito envergonhado, diante do rei pagão, quando este o repreendeu dizendo: “... que é isto que fizestes? Porque não me disseste que era tua mulher?” (v. 18) e o mandou de volta à sua própria terra.

3. Abraão volta ao Egito. O capítulo 13 descreve a ida de Abraão ao Egito, bem como sua separação do seu sobrinho Ló. Volta então Abraão a Canaã “rico em gado, prata e ouro” (v. 2).

Enquanto estivera no Egito, fora grandemente abençoado por Deus. Ei-lo agora diante do lugar onde um dia ele erguera seu próprio altar. Quanta recordação para Abraão naquele momento, que experiência. O altar não mais existia, entretanto, Abraão invocou o nome do Senhor (v. 4).

Possamos nós também em cada experiência da nossa vida, invocar o nome do Senhor Deus e a Ele glorificar.

4. A separação. Enquanto a prosperidade representa para Abraão bênção do Senhor, para Ló representa uma fé materializada. Surgem desentendimentos e a separação é inevitável (v. 9). Tio e sobrinho tomam caminhos diferentes (v. 11) e Abraão leva consigo a sua f é e o seu amor, cercado de cuidados do Senhor (vs. 15, 16 e 17).

Abraão edifica ali outro altar que pode traduzir a seguinte realidade: “Quando os amigos falham, Deus permanece”.

5. Contraste racial entre gentios e israelitas. É um povo importante para ser destacado. Até o capítulo 12 a Bíblia descreve a raça humana como um todo. Não havia judeus nem gentio, daqui em diante a humanidade pode ser comparada a um grande rio que será purificado por um pequeno córrego, representado pela chamada de Abraão e a formação do povo de Israel.

6. Melquisedeque, tipo de Jesus Cristo (cap. 14). Você passará a conhecer agora um personagem, que lhe dará muita inspiração. Leia vagarosamente, os versículos 18 a 24; e também Hebreus 7.3. Trata-se de uma figura bem diferente das demais estudadas, até agora.

Seu nome: Melquisedeque; sua origem (?) sem genealogia. Consta, porém, que ele foi rei de Salém (v. 18). Note que ele foi sacerdote do Senhor, um homem crente e normal como qualquer outro.

A ele coube abençoar Abraão, quando este voltava da matança dos reis (vs. 18-20). Através do rei de Sodoma, Abraão rejeita sua oferta. Você já reparou que depois da benção vem a tentação, cuidemos para não desprezarmos a bênção, diante dos reis de Sodoma, que vez por outra surgem à nossa frente.

7. Abraão, Sara e Hagar. Abraão já estava com 90 anos. Como você sabe, ele não tinha filhos. Quantas vezes teria Abraão parado para meditar na promessa de Deus “E far-te-ei uma grande nação” (12.2).

Bem, talvez do servo Eliezer (vers. 4-5-6). Deus dá a Abraão uma revelação realmente sublime: Como crer. É emocionante lermos: “E creu ele no Senhor e foi lhe imputado isto por justiça” (v. 6). Quão maravilhosa é a capacidade de crer!

Agostinho diz: “fé é crer naquilo que não se vê, e a recompensa dessa fé, é ver o que se crê!”.

Mas e quanto à terra que ele herdaria? (v. 7). O Senhor lhe responde através de uma ilustração, tendo o próprio Abraão como personagem, (vs. 9-12).

O versículo 12 conta do profundo sono que apoderou-se de Abraão, durante a qual Deus lhe revelou sobre a escravização do seu povo, por 400 anos e os seus sofrimentos. Mas Deus também fala de seu cuidado: “Eu julgarei as gentes a qual servirão”, (vers. 14).

Estes sofreriam as consequências por afligirem o povo de Deus, seriam enriquecidos através da aprovação. Quanto a Abraão, teria uma lonjura de dias e uma velhice feliz.

7.1. Quem foi Agar na Bíblia? Agar foi serva de Sara e mãe de Ismael, um dos filhos de Abraão. Sua história está registrada no livro de Gênesis.

Agar era uma mulher egípcia e seu nome talvez tenha sido dado por Abraão quando ela saiu do Egito para ser serva em sua casa. O nome Hagar é de origem semítica e pode significar algo como “fuga”.

É possível que Agar tenha sido adquirida por Abraão durante o período em que ele ficou no Egito. A história de Agar entra no foco bíblico por conta do plano de Sara, esposa de Abraão, em oferecê-la ao patriarca como alternativa para gerar um filho dele.

Sara era estéril, já avançada em idade e com grande frustração por não ter dado um filho a Abraão. Então ela recorreu a Agar com esperança de que, através dela, um herdeiro pudesse nascer na família.

Na verdade, essa prática utilizada por Sara era comum naquela época, sendo que em alguns contratos matrimoniais já ficava especificado que uma esposa estéril deveria providenciar outra mulher para seu marido para fins de procriação. As tábuas Ur e Nuzi comprovam esse costume.

Então Agar concebeu de Abraão, e após engravidar, Agar começou a desprezar Sara, e então Sara, com a permissão de Abraão, a tratou de maneira rude por conta disso. Com medo da ira de Sara, Agar fugiu para o deserto (Gn 16.4-6).

No deserto o anjo do Senhor visitou Agar ao lado de uma fonte, e lhe deu instruções para voltar à casa de Abraão. Além disso, ela também escutou que teria uma descendência muito numerosa (Gn 16.7-13). Ao regressar para junto de Sara, Agar finalmente deu à luz a Ismael.

7.2. A saída definitiva de Agar. Mais tarde, o filho prometido pelo Senhor a Abraão nasceu. Quando Isaque foi desmamado, Ismael zombou dele e Sara exigiu que Abraão tomasse uma providência mandando Ismael e Agar embora (Gn 21.9,10).

Nitidamente Abraão ficou relutante com aquela situação, talvez pelo fato de que o costume proibia expressamente esse tipo de ação, ou seja, caso a esposa verdadeira viesse a conceber um filho após o nascimento do filho da serva, o chefe da família deveria cuidar de ambos os filhos.

No entanto, o próprio Deus ordenou que Abraão agisse contra o costume da época, e o tranquilizou sobre o destino de Ismael (Gn 21.12,13). Assim Agar e Ismael foram despedidos da casa de Abraão com um pouco de pão e um odre de água.

No deserto, mãe e filho se viram numa situação difícil quando ficaram sem água. Agar chegou colocar Ismael debaixo de uma árvore e se afastou para não vê-lo morrer (Gn 21.15).

Todavia, Deus lhes providenciou uma saída daquela situação, e mais uma vez a escrava de Sara escutou as promessas acerca do futuro de seu filho (Gn 21.19). Assim, Ismael cresceu em Parã, a nordeste da península do Sinai, e se tornou um habilidoso caçador com arco e flecha, e Agar buscou para ele uma esposa egípcia.

7.3. Agar no Novo Testamento. Agar é mencionada no Novo Testamento na Epístola aos Gálatas (cap. 4.21-31), onde o apostolo Paulo usou a história de Agar e Ismael, e a história de Sara e Isaque, como alegoria em sua exposição sobre aqueles que buscam a salvação por meio de méritos humanos, e aqueles que buscam a salvação exclusivamente por meio da fé nas promessas de Deus em Cristo.

8. A promessa de Deus na vida de Ismael. O nome Ismael significa “Deus Ouve” ou “Deus Escuta”. Ele era filho de Abraão com Agar, escrava egípcia de Sara; nascido em 1932 AEC, seu pai tendo 86 anos naquela época (Gn 16.1-4, 11-16).

Ismael se tornou um grande caçador. Ele era muito habilidoso com arco e flecha. Agar buscou uma esposa egípcia para Ismael, e com ela ele teve doze filhos e uma filha. Mais tarde a filha de Ismael acabou se casando Esaú, filho de Isaque (Gn 28.9; 36.3).

Os nomes dos filhos de Ismael são citados em Gênesis 25.13-15. A relação é a seguinte: Nabaiote, Quedar, Abdeel, Mibsão, Misma, Dumá, Massá, Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá. A maioria desses nomes é mencionada em outras passagens bíblicas como famílias tribais de certa influência na época.

Os descendentes de Ismael geralmente são identificados como “ismaelitas” na Bíblia. Eles se organizavam em doze tribos que viviam em acampamentos móveis no deserto do sul (Gn 25.16-18).

Ismael morreu com a idade de 137 anos (Gn 25.17). A Bíblia não diz onde ele foi sepultado, mas a tradição mulçumana afirma que ele foi sepultado na Caaba, em Meca. No Novo Testamento Ismael é mencionado especialmente pelo apóstolo Paulo. O apóstolo utilizou a figura do filho da escrava em sua alegoria sobre a oposição dos religiosos legalistas que perseguiam que nasceram segundo o Espírito, e desfrutavam da liberdade em Cristo (Gl 4.21-5.1).

9. Três anjos aparecem a Abraão. Abraão residia numa tenda. Sara em outra próxima. Eles tinham muitos serviçais. Observe que Abraão indo ao encontro dos anjos, (três varões, v. 2) os chama, mas Agostinho acreditava tratar-se da Trindade, outros têm ideia de que se tratava do verbo, “Jesus”, com dois anjos, (v. 16), tratava-se sem dúvida de algo sobrenatural.

Note a pergunta: “Onde está Sara?” Que sabiam eles de Sara, se ela estava em sua própria tenda? (Gn 24.67). Voltemos ao versículo 10: “Certamente tornarei a ti, por este tempo da vida, e eis que Sara tua mulher, terá um filho”.

Abraão não teve dúvida em reconhecer a presença de Deus e seus hóspedes! Compare Lc 24.4 e At 1.10, onde vemos relacionados com o Senhor Jesus.

O versículo 22 mostra que dois varões seguiram para Sodoma, para cumprirem outra missão, mas o terceiro permaneceu ali com Abraão. A esse varão, o texto chama “O Senhor”.

IX. ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA

Isaque foi personagem importante na construção da base progenitora da nação de Israel. Não teve a mesma notoriedade de seu pai Abraão, porém manteve-se com o mesmo compromisso e fé que tivera seu pai. Sua história, embora singular e simples, foi marcada por fatos significativos e relevantes àqueles que estudam as marcas da fé na antiga aliança. Ao pensarmos em Isaque, o filho da promessa, devemos lembrar do esforço de Abraão e Sara para ver nascer um descendente. Essa necessidade ficou mais evidente com o aparecimento de Ismael, gerador de crises dentro da casa patriarcal. Outro momento que merece observação é aquele quando Isaque se torna o protagonista principal de um dos episódios mais comentados do livro dos Começos – o sacrifício de Isaque. Na sequência desses momentos vividos por esse personagem, encontramos relatos de como a fé esteve presente na formação de sua família, em especial, em seu casamento, e no modo de enfrentar seus desafios.

1. Um grande desafio. “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas e vai-te a terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto, sobre uma das montanhas que eu te direi” (22.2).

Limite da fé (22.10). Abraão é provado até o momento extremo. Este é o limite da fé: Confiar em Deus a ponto de dar crédito a aparentes impossibilidades do que descrer n’Ele.

2. Três exemplos simbólicos de Isaque. A submissão de Isaque é um perfeito tipo da obediência de Cristo, até a morte.

Deus proverá para Si, o cordeiro para o holocausto. Abraão proferiu naquele instante uma palavra profética, e os fez também ao denominar o lugar do sacrifício de “O Senhor proverá”. Era anunciação do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 8.56).

O cordeiro travado pelas pontas, no mato, foi substituído. Entretanto para o Filho Unigênito de Deus, não haveria substituto, o sacrifício seria consumado. Então numa cruz estaria assegurada a salvação da humanidade.

Assim como Abraão, Isaque enfrentou alguns desafios, que, direta ou indiretamente, solidificaram sua fé e o levaram para mais perto da promessa feita a ele por Deus (Gn 21.12 e 26.3-5).

2.1. O primeiro grande desafio enfrentado por esse herói foi o “problema Ismael”, que decorreu da sugestão de Sara para que Abraão tivesse um filho com Agar, uma escrava (Gn 16.3). Essa atitude permitida e bastante comum naquela sociedade só passou a ser um problema quando Sara se percebeu grávida (Gn 16.4). Nesse momento, o nascimento de Isaque, seu filho, passou a ser motivo de escárnio e de zombaria, atitudes que contribuíram para que Abraão despedisse Ismael e sua mãe Agar (Gn 21.9,14 a 21). A existência de Ismael ajudou a construção da identidade de Isaque como o sucessor legítimo da promessa, pois foi dito pelo próprio Senhor: “Em Isaque será chamada a tua descendência.” (Gn 21.12). Toda essa história possibilitou ao novo patriarca a percepção do teor do projeto que se realizava em sua família e o conhecimento do Deus que conduzia esse momento da história.

2.2. O segundo desafio de Isaque, registrado em Gênesis 22, refere-se à história do seu sacrifício, ou melhor, de seu “quase” sacrifício. Esse fato ocorreu em um momento especial da família patriarcal, quando Deus submeteu seu servo Abraão a uma prova: o sacrifício de Isaque (Gn 22.2). Essa não era prova apenas para Abraão, mas também para Isaque, pois este já não era mais uma criança, mas um jovem (Gn 22.5,12). Ele sabia perfeitamente o que Deus estava propondo ao seu pai e como isso resultaria em sofrimentos e dificuldades para si. Apesar disso, submeteu-se totalmente a Deus, exercitando-se na mesma fé que seu pai possuía como fundamento (Hb 11.18-20). O final dessa história mostra a aprovação de Deus a esses fiéis e a substituição de Isaque por um

carneiro, que apareceu como ‘provisão’ para que a promessa fosse concretizada (Gn 22.13 e 14).

2.3. O terceiro desafio de Isaque foi seu casamento. Esse lindo episódio ocorreu algum tempo depois da morte de Sara, fato que lhe trouxe um vazio (Gn 24.63). Nesse contexto, o servo principal de Abraão foi orientado a ir até Harã, norte da Mesopotâmia, para buscar uma esposa para o jovem patriarca. Cada etapa desse grande desafio foi marcada com fé, oração (Gn 24.2-4, 11-14 e 60) e milagres especiais (Gn 24.15-21). Ao fim dessa etapa, a escolhida, Rebeca, uma mulher movida pela fé, deslocou-se de sua terra, casou-se com

Isaque, mostrou-se uma esposa querida e se transformou em um importante elo na história dos hebreus (Gn 24.60).

2.4. O quarto e último desafio está relacionado ao seu conflito com os filisteus (Gn 26). Naquela terra de peregrinações, Gerar, os nativos dificultavam a estada de Isaque e de sua família, entulhando os poços que eram fontes de recursos para a sobrevivência desses (Gn 26.15-22). Diante daquela situação, Isaque teve uma atitude de fé, coragem e confiança naquele que disse: “Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo” (Gn 26.24). Isaque não ressentiu e nem ficou desanimado, pois outros poços foram abertos, permitindo assim a continuidade de seus projetos naquela terra.

Diante do que foi exposto, podemos perceber a importância da história de Isaque, um homem que guardou a fé que recebeu de seu pai Abraão e prosseguiu na mesma direção da promessa. Suas lutas se constituíram em oportunidades para cultivar o relacionamento com Yaweh e não permanecer à sombra da fé de seu pai, uma atitude que deu prosseguimento a solidificação do propósito de Deus para a humanidade. Entre suas lições, passadas através de sua própria história, está a de confiar em Deus mesmo que as circunstâncias sejam totalmente contrárias, um procedimento que deve ser sempre mantido pelo crente. O cristão deve sempre ter em mente que precisa caminhar por fé, não por vista, e lembrar grandes resultados sobrevirão àqueles que assim procedem.

3. A morte de Sara. O capítulo 23 registra a morte de Sara. Foi ela o grande amor de Abraão. (v. 2). Sara viu o crescimento da fé de Abraão, sua chamada e elevação.

4. O casamento de Isaque com Rebeca (cap. 24). Este capítulo registra mais um expressivo acontecimento bíblico, o casamento de Isaque com Rebeca. Este significativo exemplo nos transmite verdades que jamais serão esquecidas.

Damos em resumo um quadro simbólico deste acontecimento: Isaque conduz sua noiva até sua tenda, que foi de sua mãe, (24. 62-67), e dá-lhe condição de entrar para um lugar de destaque e de autoridade, outrora ocupado por sua sogra Sara: e com direito exatamente iguais aos dela.

O sólido projeto estruturado em Abraão e Isaque, que visava a formação das bases da nação de Israel, ganhou continuidade em Jacó e José. Nessa continuidade do projeto, assunto deste capítulo, observaremos a importância de Jacó e seu filho José para a solidificação do plano feito por Deus, o qual só seria possível se esses descendentes mantivessem seus olhos na Promessa feita por Deus aos seus pais

X. A VIDA DE JACO

Gênesis 25.28-30 “E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó. 29- E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado. 30 - E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom. 31- Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. 32- E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? 33- Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. 34- E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.”

Gênesis 32.24-30 “Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um homem, até que a alva subiu. 25- E vendo este que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. 26- E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se não me abençoares.27- E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. 28- Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. 29- E Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. 30- E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva.”

Jacó, conhecido como enganador, mas escolhido por DEUS para dar continuidade à aliança abraâmica até que viesse o descendente que é CRISTO.

Isaque teve dois filhos gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade, voltou-se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As consequências foram duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze tribos de Israel.

De mau caráter a Israel, príncipe de DEUS. Quão importante é o encontro verdadeiro com DEUS! O verdadeiro caráter é forjado nas lutas do deserto.

Da família de Jacó vai nascer um descendente que é CRISTO, que vai pisar com o calcanhar a cabeça da serpente Satanás - JESUS CRISTO.

Gênesis 3.15 - orei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

Gênesis 3.15 - Strong Português - עקב Ìaqeb ou (fem.) עקבה Ìiqq ̂ebah

1) calcanhar, retaguarda, pegada, parte de trás, casco, retaguarda de uma tropa, passo

1a) calcanhar

1b) marca de calcanhar, pegada

1c) parte de trás, retaguarda

1. Quem era Jacó. Jaco era o terceiro no plano de DEUS para iniciar uma nação descendente de Abraão para daí nascer JESUS (Gl 3.16). O sucesso deste plano se deu mais 'apesar de' do que 'em razão da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer, DEUS prometera que seu plano se desenvolveria através dele, e não de seu irmão gêmeo, Esaú. Embora os métodos de Jacó nem sempre fossem respeitáveis, suas habilidades, determinação e paciência tinham de ser reconhecidas. Ao acompanharmos sua vida desde o nascimento até à morte, vemos a mão de DEUS trabalhando.

1.1. O filho mais novo de Isaque. Seu nome, em hebraico, é Yakoov e significa “Deus protege”. Ele integra a lista dos três patriarcas hebreus, que marcaram a história de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos desde o seu nascimento. Deus ouviu as orações de Isaque, pois Rebeca era estéril (Gn 25.21). O texto diz que, no ventre, havia uma luta entre os bebês (Gn 25.22). Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Diante disso, o seu nome passou a ter o significado de “aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.

“Era o terceiro no plano de DEUS para iniciar uma nação descendente de Abraão para daí nascer JESUS (Gl 3.16). O sucesso deste plano se deu mais 'apesar de' do que 'em razão da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer, DEUS prometera que seu plano se desenvolveria através dele, e não de seu irmão gêmeo, Esaú. Embora os métodos de Jacó nem sempre fossem respeitáveis, suas habilidades, determinação e paciência tinham de ser reconhecidas. Ao acompanharmos sua vida desde o nascimento até à morte, vemos a mão de DEUS trabalhando.” [Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 46].

1.2. O preferido de sua mãe. Isaque tinha preferência por Esaú, por que gostava da caça. Mas Rebeca amava mais Jacó, por ser “varão simples, habitando em tendas” (Gn 25.27,28). Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5), Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó (Gn 27.27-29). Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4).

1.3. O preferido de Deus. A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; 1Pe 1.17). Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm 9.9-13).

2. A direção de Deus na vida de Jacó.

2.1. A visão da escada que tocava o céu. Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um sonho dado por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que lhe prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas também não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu a presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele ouviu Deus reiterar suas promessas e descobriu que onde Deus está, ali é sua casa, “a porta dos céus” (Gn 28.13-17).

2.2. A coluna em Betel. Jacó não buscou a Deus, mas Deus o buscou, e se revelou como o Deus de seus pais. Uma prova do quanto a graça de Deus é profunda. Sem dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa “Casa de Deus”. Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar; sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida.

2.3. O voto de Jacó um voto puro e consciente. Ele adoraria tão somente ao Deus puro e verdadeiro.

Ele ergueria ali, um altar, isto é, faria da pedra que servia para descanso, um templo ao Senhor.

Seria dizimista de tudo quanto o Senhor lhe desse. Evidentemente, Deus até mesmo neste acontecimento posterior, tomará-se conhecido de Jacó. Sua presença era sentida.

3. Aspectos do caráter de Jacó.

3.1. Jacó engana seu pai. O nome de “Jacó” teve origem na maneira em que se deu o seu nascimento. (cap. 25.26). “Jacó, o suplantador”, pelo fato de nascer segurando o calcanhar de seu irmão. Teve em Rebeca, uma mãe parcial, isto é, que o favorecia. Então Rebeca concentrou seu amor, seus cuidados ao seu filho Jacó.

Assim a benção da primogenitura, que por direito pertencia a Esaú, foi passada para Jacó. Sua mãe tudo planejou e executou rapidamente.

Eis o perigo do favoritismo dos pais em relação aos filhos. A destruição da unidade da família. O texto revela na mãe parcial, àquela que ensina o predileto a mentir, mais do que isto, mentir ao próprio pai. Nota-se ainda o filho desrespeitoso para com o pai já velho e cego.

Por aquele ato a mesma mãe desperta no filho ofendido o ódio e o desejo de vingança. Quadro desolador esse, se bem que os acontecimentos posteriores em torno da família de Isaque, demonstram que no controle superior de Deus, até mesmo esse acontecimento foi convertido para o desenvolvimento do seu propósito.

3.2. Antes do seu encontro com Deus. Até o encontro com Deus em Betel, ele era apenas um “homem natural”, ou carnal (1ª Co 2.14). Naquela fase de sua vida, podemos ver alguns aspectos negativos de seu caráter.

a. Oportunista e egoísta. Quando seu irmão chegou com fome e lhe pediu para comer do seu guisado, ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhando sua refeição. Mas, numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: “Vende-me hoje a tua primogenitura” (Gn 25.31).

b. Interesseiro e calculista. Jacó era frio, calculista e de temperamento fleumático. Além de propor a troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: “Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó” (Gn 25.33; Hb 12.16). Ele só esquecia uma coisa. O que ele estava plantando em sua juventude haveria de colher mais tarde (Gl 6.7). Em proporção muito maior.

c. Mentiroso e enganador. Com seu caráter fraco e leniente, concordou com a sua mãe em enganar o velho pai. Ao chegar à presença de Isaque, mentiu três vezes. Este perguntou: “Quem és tu, meu filho?”. Ele disse que era Esaú (Gn 27.19). A primeira mentira. Indagado porque chegara tão rápido com a caça, mentiu a segunda vez, dizendo: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro” (Gn 27.20). Ao abraçar Jacó, Isaque repetiu que era Esaú — “Eu sou” (Gn 27.24). Mentiu pela terceira vez.

3.3. Depois do seu encontro com Deus. Observe a transformação no caráter de Jacó:

a. Um caráter agradecido. Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus, e lhe fez um voto, dizendo que se Deus não lhe deixasse faltar nada, levantaria um altar e daria o dízimo “de tudo” (Gn 28.20-22). Neste fato, vemos que Jacó tinha consciência do valor do dízimo, como expressão sincera de gratidão a Deus, a exemplo do que fizera seu avô, Abraão, perante Melquisedeque (Gn 14.18-20). Ele não prometeu dar o dízimo do que lhe sobrasse (da “renda líquida”), mas “de tudo” como seu avô fizera (Hb 7.2).

b. Um caráter esforçado e sofredor. Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na “lua de mel”, foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel, teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou “outros sete anos” (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia, isso é o que colhe (Gl 6.7).

c. Um homem na direção de Deus. Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó “nem bem nem mal” (Gn 31.24).

3.4. No seu encontro com Esaú. Ao se aproximar de Seir, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiros a Esaú, anunciando seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó temeu grandemente (Gn 32.7-12). Mas, no Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face” (Gn 32.22-30). Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor.

3.5. A Luta de Jacó com Deus e com os homens. Jacó é dos personagens do Antigo Testamento cuja história é uma das mais tumultuadas. Sua história, registrada a partir de Gênesis 26, mistura-se com a de seu pai Isaque e de seu filho José. Apesar de muitos dos fatos e experiências desse patriarca estarem relacionados a sua vida familiar e a seu relacionamento com seus pais e com seu irmão, há também uma experiência no exterior onde conheceu suas mulheres e onde trabalhou para a sustentação de sua família.

A vida desse servo de Deus pode ser olhada em três momentos especiais: primeiro em Canaã; depois em sua estada em Padã-Harã e, por fim, em seu retorno a Canaã. O primeiro momento se refere à construção da base de seu relacionamento familiar; o segundo, à sua experiência com o trabalho e formação de sua família; e o terceiro ao momento do encontro e reconciliação com seu irmão. Podemos perceber em sua história, um crescente desenvolvimento em sua vida espiritual desde o momento em que vivia à sombra da experiência de seus antepassados até o momento em que teve profundas experiências com o Senhor, quando O adorou em altares dedicados a Yahweh.

A vida desse patriarca apresenta-nos lições importantes, verdades profundas que devem ser consideradas e seguidas por aqueles que se sentem chamados ao projeto do Todo Poderoso. Entre essas lições, destacamos: a não preferência por determinado filho; a não utilização de meios ilícitos para conquistar o que se deseja; o pedido de perdão, quando necessário; a não permissão da pre-servação de sentimentos negativos; a oração e a busca da presença de Deus em épocas difíceis; e a construção de altares como marcos em nossa vida devocional.

Concluímos que, em suas experiências com Deus, vemos que Jacó teve seu caráter transformado. De oportunista e enganador, passou a ser humilde, sofredor, paciente, longânime, altruísta. Foi pela sua paciência e graça que Deus escolheu Jacó, em lugar de Esaú. Quando damos lugar ao Espírito Santo, Ele nos transforma radicalmente o caráter.

XI. A HISTÓRIA DE JOSÉ, GOVERNADOR DO EGITO (Gn 37.1-36).

Desse capítulo ao final do livro de Génesis, José é a figura central. Foi ele o décimo primeiro filho de Jacó, e o primeiro filho de Raquel. Jacó teve predileção toda especial por este filho, a ponto de presentear-lhe com uma capa de várias cores, (v. 3), contribuindo isso, para despertar grande inveja nos outros irmãos.

A história de José do Egito, como assim ficou conhecido o filho de Jacó, com certeza é uma das mais notáveis dentre as histórias dos personagens bíblicos. A biografia de José desperta muita curiosidade entre as pessoas. Neste texto nós conheceremos o que realmente a Bíblia sobre quem foi José.

1. Quem foi José do Egito? José foi o décimo primeiro filho de Jacó, e o primeiro com sua esposa que mais amava, Raquel. O capítulo 30 do livro de Gênesis descreve toda disputa entre Raquel e Lia, as duas esposas de Jacó. Raquel era estéril, e sofria por não poder dar filhos de seu ventre a Jacó. Porém, o texto bíblico diz que Deus lembrou-se de Raquel e a tornou fértil.  Então ela deu à luz a José e depois a Benjamim (Gn 30.22,23).

O nome “José” vem do hebraico Yosep e significa “que Ele (Deus) acrescente (filhos)”, ou “possa Ele acrescentar”. Tal significado fica esclarecido em Gênesis 30.24. Popularmente, José, filho de Jacó, ficou conhecido como “José do Egito”. É claro que essa designação se dá por conta do modo com que Deus o exaltou entre os egípcios.

José nasceu em Padã-Harã, seis anos antes de Jacó retornar à Canaã. Nessa época o patriarca tinha cerca de 90 anos de idade. O período histórico mais provável em que José viveu talvez seja a era dos Faraós Hicsos, entre 1720 a 1570 a.C.

2. A história de José, o filho predileto. José era o filho preferido de Jacó, pois além de ser seu filho da velhice, também era o filho de Raquel. José ganhou uma túnica especial de Jacó (Gênesis 37.3), o que demonstrava sua predileção. Outro fato que exemplifica essa condição de filho preferido, é o episódio do reencontro entre Jacó e Esaú. Naquela ocasião José e Raquel foram colocados no lugar mais seguro da comitiva.

Alguns argumentam que a túnica que Jacó lhe deu de presente talvez fosse um sinal de que o pai pretendia fazer de José seu principal herdeiro. Porém, não há base realmente sólida par considerar essa hipótese como certa.

3. Os primeiros sonhos de José. Os irmãos de José nitidamente tinham certa inveja e descontentamento em relação a ele (Gn 37.4). Mas foi depois dos dois sonhos que José teve que a situação ficou ainda mais complicada (Gn 37.11). Nesses dois sonhos, a família de José se curvava diante dele (Gn 37.6-9). Esses sonhos se cumpriram quando seus irmãos foram até o Egito para poder comprar trigo devido à fome que assolava a região (Gn 42.9). Na ocasião José já era o governador do Egito.

4. José foi vendido pelos seus irmãos. Certo dia, José foi enviado por seu pai para encontrar seus irmãos e verificar como estava o rebanho. Porém, motivados pelo ciúme, os irmãos de José planejavam matá-lo, mas foram impedidos pelo irmão mais velho, Rúben (Gn 37.22). Então eles o lançaram em uma cova, e ao passar pelo local uma caravana de ismaelitas-midianitas, tiveram a ideia de vendê-lo. Por fim, quando a caravana chegou ao Egito, José foi vendido pelos midianitas à Potifar, que era oficial de Faraó.

4. José na casa de Potifar. José começou a prosperar na casa de Potifar, até que foi promovido à supervisor da casa (Gn 39.4). A esposa de Potifar começou a se interessar por José e tentou seduzi-lo (Gn 39.10). Porém José era temente a Deus, e rejeitou a mulher. Na última tentativa de sedução, a mulher de Potifar conseguiu ficar com a roupa de José nas mãos. Então ela aproveitou para sua isso como ferramenta de acusação contra José. O marido acreditou na acusação feita pela esposa e mandou José para a prisão.

5. José foi preso no Egito e interpretou sonhos na prisão. A prisão que José estava no Egito era para presos políticos. Mesmo em um local hostil, José foi abençoado por Deus e logo ocupou uma posição de destaque entre os presidiários. Na prisão ele conheceu dois funcionários da corte de Faraó: o padeiro e o copeiro.

Ambos sonharam em uma mesma noite, e coube a José interpretar tais sonhos. Vale ressaltar que os sonhos na cultura oriental da época eram considerados presságios, e encarados com muita seriedade e importância na vida das pessoas.

O copeiro sonhou com uma videira de três ramos, que brotou, floresceu e deu uvas, as quais ele espremeu na taça de Faraó e entregou a ele. Esse sonho significava que dentro de três dias o copeiro seria tirado da prisão, e retornaria a posição original que lhe pertencia. Após interpretar o sonho, José pediu para que o copeiro se lembra-se dele quando estivesse com Faraó, para que ele pudesse ser libertado daquela prisão.

O padeiro, por sua vez, sonhou que sobre sua cabeça havia três cestos. No cesto de cima havia vários tipos de pães e doces que Faraó gostava, porém vinham aves e comiam da cesta que estava sobre sua cabeça. A interpretação desse sonho era que em três dias Faraó tiraria a cabeça do padeiro, pendurá-lo-ia em uma árvore e as aves comeriam a carne dele.

6. José interpretou o sonho de Faraó. Passando cerca de dois anos da interpretação dos sonhos na prisão, Faraó acabou sonhando. Nenhum de seus magos e conselheiros pôde lhe dar a interpretação. Foi aí que o copeiro se lembrou de José e falou dele para Faraó, que mandou chama-lo no palácio.

Faraó contou a José os sonhos que havia tido. No primeiro sonho, Faraó estava à beira do rio Nilo, e viu sair sete vacas gordas que começaram a pastar. Logo depois vieram sete vacas magras que comeram as vacas gordas. Mesmo após terem comido as vagas gordas, elas continuaram magras.

No segundo sonho, Faraó viu sete espigas de cereal que estavam boas e cresciam no mesmo pé. Depois ele viu brotar sete espigas secas e ruins que engoliram as sete espigas boas.

José então disse a Faraó que ambos os sonhos na verdade eram apenas um. Esse sonho correspondia ao que Deus iria fazer. Haveria sobre a terra do Egito sete anos de muita fartura, mas depois haveria sete anos de fome tão severa que fariam com que se esquecessem dos tempos de fartura.

 

7. José, o governador do Egito. Além de dar a José a interpretação do sonho, Deus também lhe concedeu sabedoria para que ele apresentasse um plano para Faraó, a fim de que o Egito conseguisse superar os sete anos de crise. Faraó então colocou José como segundo homem do Egito, abaixo apenas dele (Gn 41.41).

A função ocupada por José era chamada no Oriente Antigo de Vizir. Tratava-se do principal cargo administrativo que envolvia diversas funções, como por exemplo, ser encarregado do tesouro, da justiça e da execução e supervisão dos decretos reais.

Após ser colocado no cargo de governador do Egito, José recebeu o nome egípcio de Zafenate-Panéia (Gn 41.45), e se casou com Azenate, filha de um sacerdote de Om. José e Azenate tiveram dois filhos: Manassés e Efraim. Mais tarde, os dois filhos de José representariam o pai entre os filhos de Jacó, na distribuição das tribos de Israel.

8. José do Egito reencontra seus irmãos e seu pai. Com a fome que assolava a terra, crescia a fama de que o Egito tinha mantimento. Isso fez com que os irmãos de José fossem até lá em busca de socorro. Em um primeiro instante, apenas José os reconheceu (Gn 42.7,8). Mais tarde, porém, após alguns testes por parte de José (Gn 43.18), o governador do Egito revelou sua verdadeira identidade aos seus irmãos. Aquele foi um encontro carregado de emoção (Gênesis 45).

Após a revelação de sua identidade, José tratou de trazer seu pai e toda sua família para o Egito. Faraó também apoiou a sua decisão (Gênesis 47). Mais tarde, quando seu pai morreu, José cuidou dos preparativos para o sepultamento. Ele mandou que Jacó fosse embalsamado segundo o costume egípcio, e o sepultou em Canaã conforme era seu desejo (Gn 50).

9. A morte de José. Depois de sua longa história, José entendeu que tudo havia sido um plano de Deus, e que através de sua vida Israel foi preservado (Gn 45.7; 50.20). José então viveu o resto dos seus dias no Egito. Ele alcançou a terceira geração dos filhos de Efraim, e morreu com 110 anos de idade.

Antes de morrer, José relembrou a promessa que Deus havia feito aos seus pais (Abraão, Isaque e Jacó) de que seu povo herdaria a terra prometida. Então ele pediu para que quando Deus tirasse os israelitas dali, que seus restos mortais também fossem levado por eles.

Assim, José morreu confiante na promessa do Senhor. Mais tarde, Moisés lembrou do desejo de José e tirou seus ossos do Egito, conforme registrado no livro de Êxodo (13:19). José foi sepultado em Siquém, em um pedaço de terra que seu pai, Jacó, havia comprado (Josué 24.32).

10. José tipo bíblico de Cristo. Diríamos que José foi o tipo mais perfeito de Cristo. Em toda a sua história, parece ter sido irrepreensível; era em muitas coisas semelhantes à Cristo.

Primeiramente, José é amado por seu pai e detestado por seus irmãos. Três razões que levaram odiar José:

a) O amor de seu pai por ele.

b) À distância entre José e eles, sob o aspecto moral.

c) O anúncio de sua glória futura, revelando supremacia sobre os referidos irmãos.

Vejamos como foi Jesus Cristo:

a) Foi amado de seu pai;

b) À distância, (separação) de seus irmãos -judeus, (Jo. 15.17-25);

c) Anúncio da glória futura, (Mt. 27.17-68).

Continuamos a comparar: José foi colocado em uma cova, onde por certo morreria, porém, seus irmãos preferiram vendê-lo.

Os judeus sabedores que matando a Jesus estariam desobedecendo à lei “não matarás”, preferiram entregar Jesus para os gentios.

José foi vendido por moedas de prata, sofreu grande tentação, foi rebaixado e acusado falsamente, foi perdoar até agressores. Ei-lo em tudo, o filho e a esperança de Israel. Glórias a Deus!

A palavra muito usada naquela época:

“Ide a José, fazei tudo que ele vos disser”.

Hoje a palavra é:

“Vinde a Jesus, ele é o caminho, a verdade e a vida”.


 FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada ACF - Almeida Corrigida Fiel. Sociedade

2. ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia de Estudo Palavra Chave. Hebraico e Grego. 4ª Edição. Editora CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

3. ANDRADE Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico 8ª Edição. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.

4. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões Reais, Respostas Precisas, Fé Solidificada. RJ: CPAD, 2010.

5. Bíblia online - NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

6. BÍBLIA SHEDD. Revista Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.

7. BÍBLIA EXPLICA – S.E.Mc Nair – 9ª Edição – CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

8. BÍBLIA SAGRADA. Referências e anotações. Dr. C. I. Sscofield. Impressão Batista Regular do Brasil.

9. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal R.C. CPAD. Rio de Janeiro RJ.

10 Bíblia de Estudo Plenitude – Revista e Corrigida - S.B. do Brasil.

11. BÍBLIA PENTECOSTAL. Trad. João F. de Almeida – CPAD Rio de Janeiro.

12. Charles F. Pfeiffer e Everett F. Harrison. Comentário Bíblico Moody Volume 1. Genesis a Deuteronômio. Batista Regular; 1ª edição - 16 maio 2017.

14. HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011.

15. HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1ª ed., RJ: CPAD, 2006.

16. GILBERTO Antônio. O Legado de Moisés Lições Bíblicas CPAD. 1º Trimestre de 2014. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

17. GILBERTO Antônio A formação do povo de Israel e sua herança espiritual. 1º Trimestre de 2014. Lições Bíblicas CPAD. Rio de Janeiro - RJ.

18. LOPES Geraldo. Patrística Pré-Nicena. Padres Antinicenos.

19. Renovato Elinaldo. Jacó, Um Exemplo de um Caráter Restaurado. Lições bíblicas –2º Trimestre de 2017 CPAD. Rio de Janeiro RJ.

20. STANPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

21. Pentateuco. Seminário Gilgal – Cruz Alta RS.

22. Wikipédia, a enciclopédia livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Elohim - acesso dia 09/02/2021.

23. ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD.


Pr. Elias Ribas

Bacharel em Teologia Seminário Gilgal – Cruz Alta RS.

Mestrado em Teologia – SEAMID – Cascavel PR.

Dr. Em Teologia - SEAMID – Cascavel PR.

Especialização em Apologética – ICP - São Paulo.

Grego e Hebraico - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.

Exegese Grego do Novo Testamento - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.