TEXTO
ÁUREO:
“E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o
seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.” (1ª Sm 1.20).
VERDADE
PRÁTICA
O surgimento de pessoas vocacionadas, como
Samuel, pode ser o resultado da oração, consagração e ensino dos pais no lar.
LEITURA
BÍBLICA
1ª
Samuel 1.20-28
“E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o
seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao SENHOR. 21-E subiu aquele
homem Elcana, com toda a sua casa, a sacrificar ao SENHOR o sacrifício anual e
a cumprir o seu voto. 22-Porém Ana não subiu, mas disse a seu marido: Quando o
menino for desmamado, então, o levarei, para que apareça perante o SENHOR e lá
fique para sempre. 23-E Elcana, seu marido, lhe disse: Faze o que bem te
parecer a teus olhos; fica até que o desmames; tão-somente confirme o SENHOR a
sua palavra. Assim, ficou a mulher e deu leite a seu filho, até que o desmamou.
24-E, havendo-o desmamado, o levou consigo, com três bezerros e um efa de
farinha e um odre de vinho, e o trouxe à Casa do SENHOR, a Siló. E era o menino
ainda muito criança. 25-E degolaram um bezerro e assim trouxeram o menino a
Eli. 26-E disse ela: Ah! Meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela
mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. 27-Por este menino orava
eu; e o SENHOR me concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido.
28-Pelo que também ao SENHOR eu o
entreguei, por todos os dias que viver; pois ao SENHOR foi pedido. E ele adorou
ali ao SENHOR.
INTRODUÇÃO. Antes de aparecer
no cenário de Israel, Samuel já era consagrado diretamente ao Senhor (1ª Sm
1.11). Nesta lição, veremos que esse homem tinha tudo a seu favor para ser o
que foi.
- Primeiramente, ele foi fruto de oração
de sua mãe.
- Em seguida, passou toda a sua juventude
sob a mentoria do sacerdote Eli, morando no Santuário Central.
- Veremos que Samuel era constante na Casa
do Senhor e, por isso, foi grandemente abençoado.
- O nosso objetivo é que, a partir desta
lição, você e o seu lar sejam grandemente abençoados.
- Vale a pena criar os filhos no temor do
Senhor; que eles não se afastem da Casa de Deus!
- Deus
levanta pessoas para o ministério. Ele vocaciona os que serão usados por Ele
para fazer uma grande obra. Entretanto, uma obra desse porte requer também zelo
da família que ensina o menino, ou a menina, no caminho do Senhor. É preciso
que a criança cresça num ambiente em que a prática de oração é um hábito, que
haja consagração sincera a Deus e ensino da Palavra no lar. Assim, ao longo dos
tempos, Deus vai moldando o coração do infante para que ame as coisas dEle. Uma
família que serve a Deus de todo o coração é um ambiente propício para o Pai
levantar pessoas para a sua obra.
I.
AUTORIA E DATA
1.
Título e Autor.
1º e 2º Samuel receberam esse nome do
personagem principal do início do Reino de Israel, Samuel; este foi profeta,
sacerdote e juiz; foi a pessoa usada por Deus para fazer a transição dos juízes
aos reis.
II.
OS PERSIANAGEM DO TEXTO
Significado
dos Nomes no hebraico.
1. Elcana significa: “que Deus criou”, ou
“que Deus adquiriu”, “possessão de Deus”.
2. Ana: Significa: “graciosa” ou “cheia de
graça”.
3. Penina significa: “pérola”; “pedra
preciosa” ou ainda “joia”.
4. Samuel significa: שמואל (Shmu'el).
שמעו -> Shm'u, traduz-se como “ouviram”
אל -> 'El, traduz-se como “Deus”.
Juntando os dois ficaria “Ouviram Deus”,
mas interpreta-se como “Deus ouviu” já que אל (El, Deus em hebraico) é singular
e não plural.
- Aquele a quem Deus ouve ou ouvido por
Deus.
5. Eli significa: Yawe ou Yahu; Eterno;
Altíssimo; Criador. O sacerdote que possuía mais elevação do santuário de Silo.
III. CONTEXTO HISTÓRICO
Juízes
21.25.
“Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto
aos seus olhos.”
- O livro dos Juízes termina com o
lembrete de que estes tristes acontecimentos tiveram lugar durante o período em
que não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto (v. 25).
Embora a mão de Deus possa ser encontrada através de toda a história dos Juízes,
o fracasso humano se destaca com nítido relevo.
- A o livro do profeta Samuel foi escrito
após o livro de Juízes que viveram após a morte de Sansão. No cânon hebraico,
os dois livros de Samuel formam um só. É um dos livros mais cristológicos, se
não o mais cristológico do AT, pois o reino de Davi, todo ele, praticamente
refere-se ao reino vindouro de Cristo (ver 25.1n [“Samuel criou duas
instituições: a Monarquia e o Ensino. Aquela, na pessoa de Davi, tipifica a
Cristo….”]. Bíblia Shedd.
1. A
cidade de Siló.
V. 3 “Subia, pois,
este homem, da sua cidade, de ano em ano, a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos
Exércitos em Siló; e estavam ali os sacerdotes do SENHOR, Hofni e Finéias, os
dois filhos de Eli.”
- Siló está como nome próprio, uma palavra
composta da reunião de dois vocábulos: shel
e loh, significando “a quem
alguma coisa pertence, a quem pertence o domínio, o que tem o reino” (Strong
07886). Porém, e por muito tempo, Siló foi a denominação dada a uma região de
Israel.
“ E toda a congregação dos filhos de
Israel, se ajuntou em Siló, e ali armaram a tenda da congregação, depois que a
terra foi sujeita diante deles” (Js 18.1).
- Siló era o mais importante local de
culto de toda a Palestina, ficava a 38
quilômetros ao Norte de Jerusalém, na região de Efraim. Multidões
concorriam a Siló para adorar, sacrificar a Deus e consultar os sacerdotes,
dentre eles Eli e também ao profeta Samuel. A arca da Aliança permaneceu nessa
cidade por mais de um século, no talmude está escrito que na verdade, foram 369
anos de permanência da Arca da Aliança em Siló.
IV.
O AMBIENTE FAMILIAR DE SAMUEL
1.
Onde Samuel nasceu?
No capítulo um de 1º Samuel, vemos que o lar onde ele nasceu não era perfeito.
Estudiosos dos costumes bíblicos afirmam que nas famílias dos homens de Deus do
passado havia os mesmos problemas de hoje: conflitos e maus tratos. Poligamia,
rivalidade entre irmãos e oposição entre pais e filhos também estavam presentes
nas famílias daquela época. Tais fatos, porém, não anularam o projeto de Deus
para a família de Samuel.
- A Bíblia diz que Elcana, pai do jovem
juiz, sacerdote e profeta, era levita da família de Coate (1º Cr 6.22-28), um
homem de elevada posição social e chefe da família de Zofim, que deu origem ao
nome da aldeia, Ramataim de Zofim, que significa altitude ou elevação dupla,
isso por causa de Ramá (elevação). Foi em Ramá que Samuel nasceu, viveu e
morreu (1º Sm 1.19; 7.17; 25.1). Assim como seu pai Elcana, Samuel também era
levita e vivia no território da Tribo de Efraim (1º Sm 1.1).
3.
Uma família piedosa.
Apesar de todas as querelas presentes na família de Samuel, há um destaque
especial para o seu lado piedoso: de ano em ano subiam todos à Casa do Senhor
para O adorar. Siló era o centro religioso da nação, que distava de Betel 18
quilômetros ao norte. Essa família subia para prestar culto ao Senhor dos
exércitos.
- Apesar das dificuldades, pais e filhos não
devem deixar de ir à casa de Deus, pois ali, Deus fala conosco! No tocante à
piedade, Paulo diz que ela é proveitosa para tudo (1ª Tm 4.8). A palavra “piedade”,
do grego eusebeia, remete à
reverência, respeito, temor e fidelidade a Deus. Assim, se no lar existe a
verdadeira piedade, não haverá desrespeito aos pais nem abandono dos filhos em
sua velhice (1ª Tm 5.4).
V.
AS DUAS MULHERES DE ELCANA
1. A
bigamia presente.
O autor do livro de Samuel pontua que Elcana tinha duas mulheres, uma prática
que feria o princípio bíblico, posto que esse nunca foi o ideal de Deus para a
família (Gn 2.24; Mt 19.5,6); embora fosse tolerado pela lei (Dt 21.15-17) –
alguns homens na Bíblia foram polígamos, mas tiveram consequências gravíssimas:
Abraão, Jacó, Gideão, Davi, Salomão. A prática comprometedora de Elcana trouxe
problema para si e para a sua mulher, Ana, a quem amava, pois Penina provocava
sua rival, visto que ela tinha filhos, mas Ana, não. Crê-se que o casamento de
Elcana com Penina se dera por causa da esterilidade de Ana.
- Por vezes nossos lares se tornam
conflituosos devido à falta de prudência e sabedoria de um dos cônjuges. Por
isso, é imperioso que o esposo e a esposa saibam proceder com verdade e
sinceridade, relacionando-se um com o outro em amor (Ef 4.2) e pedindo
sabedoria do alto para a solução de conflitos (Tg 1.5).
2.
Elcana um homem temente a Deus.
V. 3 “Subia, pois,
este homem, da sua cidade, de ano em ano, a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos
Exércitos em Siló; e estavam ali os sacerdotes do SENHOR, Hofni e Finéias, os
dois filhos de Eli.”
- Morava
na cidade de Rama
(cf. vs. 1 e 19).
- Siló
ficava a
38 quilômetros ao Norte de Jerusalém, na região de Efraim.
- Conquanto vivesse num ambiente ímpio,
fica evidente que a espiritualidade de Elcana era viva. Mesmo que Hofni e
Fineias fossem corruptos, ele era fiel em sua adoração e em oferecer
sacrifícios. O mesmo ocorreu com Ana e Simeão nos dias de Cristo (Lc 2.25-38) e
deve ser verdade em todos os tempos. A aliança com Cristo não deve depender das
obras dos outros. CBASD, vol. 2, p. 481.
3.
Ana era estéril.
V. 2 “E este tinha duas mulheres: o
nome de uma era Ana, e o da outra Penina. E Penina tinha filhos, porém Ana não
os tinha.”
- Se a primeira mulher, a amada, fosse
estéril, o homem poderia casar-se com uma segunda. - A lei judaica faz menção
desses casos em Deuteronômio 21.15. A esterilidade era considerada um castigo de
Deus – era desonra para a mulher não ter filhos.
4.
Ana era mulher de Elcana da tribo de Levi. Elcana significa “que Deus criou”,
ou “que Deus adquiriu”. Ele era casado com duas mulheres: Ana, que significa
“graciosa, graça, favor” e Penina, que significa “pérola”.
5.
Ana era a mulher mais amada.
V.
4-5
“E sucedeu que no dia em que Elcana sacrificava, dava ele porções a Penina, sua
mulher, e a todos os seus filhos, e a todas as suas filhas. 5 Porém a Ana dava
uma parte excelente; porque amava a Ana, embora o SENHOR lhe tivesse cerrado a
madre.”
6.
Ana é uma mulher encantadora por si só. Algumas mulheres só conseguem ser
atraentes se estiverem bem vestidas e maquiadas. Porém, Ana, andava triste e
ainda assim estava linda o bastante para ter o amor do seu esposo. O que
significa que Ana tinha qualidades que superavam Penina com todos seus filhos
juntos. Filho é necessidade naquele tempo, porém as qualidades de Ana superavam
isso.
7.
Penina uma rival irritante.
- Penina
irritava Ana, porque tinha filhos enquanto Ana não os tinha.
V. 6 “E a sua rival
excessivamente a provocava, para a irritar; porque o SENHOR lhe tinha cerrado a
madre.”
- Significa que Penina valorizava o “ter”
e não o “ser”. E por isso Elcana amava Ana, porque enquanto Penina apenas
tinha, Ana era!
- Irritava fazia chacota e zombava porque
Ana era estéril.
- Penina era um espinho na vida de Ana.
VI.
ANA NÃO MURMURAVA, MAS MANTINHA SUA HUMILDADE
1.
Ana uma mulher humilde. Descrita no primeiro capítulo como uma mulher forte,
firme, decidida, apesar de toda provocação de Penina, Ana se mostrou humilde.
Penina, sua rival, fazia de tudo para que Ana se irasse (1º Sm 1.6), perdesse o
controle, mas o que esta fazia era subir à Casa de Deus (1º Sm 1.9,10).
- Uma mulher cristã, espiritual, sempre
busca sabedoria para proceder com prudência, como mulher piedosa (Pv 31.30).
Ela evita responder aos ataques de outras, mas dirigi-se à pessoa certa,
derramando o seu coração diante de Deus (1º Sm 1.12,13).
2.
Ana não exigiu nada do seu marido. Não pediu para ele orar junto com ela.
Não exigiu dele fé para crer no milagre. Não exigiu que ele repreendesse
Penina, mesmo sabendo que ele o faria porque a amava. Não coloque a culpa na
fraqueza do marido ou ausência dele, busque ao Senhor você, o marido é
santificado pela esposa. 1ª Co 7.14.
3.
Ana não respondia Penina, não retrucou, não ofendeu, mas suportou calada. Não dê lugar ao
diabo (Ef 4.27). Não desconte seus problemas nos outros, nem nos inimigos (Rm
12.21).
4. Ana
estava calada diante das irritações de Penina. Sl 46.10
“Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei
exaltado sobre a terra.”
A
Penina na tua vida pode ser:
1. Na família. O marido ou esposa ou
filho. O filho problemático (na droga, no roubo, etc.)
3. Na saúde. Enfermidades que assolam tua
vida.
4. Financeira.
5. Na vocação do ministério.
VII.
ANA ERA FERVOROSA E AGRADECIDA
1. Ana
fez um voto. V. 11
“E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a
aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres,
mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR o darei todos os dias da sua
vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.
-
Ana fez um voto ao Senhor, prometendo devolver o que mais queria, isso é
gratidão e generosidade. Se contentou em apenas gerar o menino, humildade! A
resposta de Deus foi imediata. Pois o sacerdote a abençoou, no verso 17.
-
Ana pediu um filho para Deus. Nesse pedido ela fez um voto, mencionando
duas promessas: primeira, se o pedido fosse atendido, ela dedicaria o seu filho
como levita para sempre (1º Sm 1.22) – note que o ministério de levita durava
até 50 anos (Nm 4.3); segunda, ele seria um nazireu de Deus (1º Sm 1.11) –
observe que o nazireado tinha um tempo determinado também (Nm 6.2-5).
- Deus ouviu o pedido de Ana e agiu em seu
favor; a expressão “lembrou-se dela” aponta para o socorro divino. Como é
maravilhoso entregar tudo a Deus, levar-lhe nossas causas, pois Seu agir é
certo! Deus ainda intervém!
2.
Ana e sua amargura de alma.
Vs.
14-19:
“E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho.
15 Porém Ana respondeu: Não, senhor meu,
eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho
bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR. 16 Não tenhas,
pois, a tua serva por filha de Belial; porquê da multidão dos meus cuidados e
do meu desgosto tenho falado até agora. 17 Então respondeu Eli: Vai em paz; e o
Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste. 18 E disse ela: Ache a tua
serva graça aos teus olhos. Assim a mulher foi o seu caminho, e comeu, e o seu
semblante já não era triste. 19 E levantaram-se de madrugada, e adoraram
perante o SENHOR, e voltaram, e chegaram à sua casa, em Ramá, e Elcana conheceu
a Ana sua mulher, e o SENHOR se lembrou dela.”
- Toda
a situação na qual vivia fez com que sua alma tivesse grande amargura. Aqui, a palavra é
a mesma que aparece em Êxodo 15.23 e Rute 1.20. No caso de Ana, pode ser
entendida como desapontamento, frustração. No santuário, ela orava ao Senhor
apenas com os lábios, o que não era comum para os hebreus. Esse ato incomum fez
Eli pensar que ela estivesse embriagada.
-
Ana não usou de ignorância com o sacerdote Eli. Mas com
reverência, ela explicou sua dor, de modo que o sacerdote lhe respondeu: “Vai
em paz, e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pediste” (1º Sm
1.17). Assim, aprendemos que as nossas amarguras e ansiedades devem ser
colocadas perante o soberano Senhor. Ele sabe como tratar conosco (1ª Pe 5.7).
2.1.
Ana era submissa. Ela
disse: “ Não, mu Senhor”. Submissa, obediente, temente a Deus. O que significa
que não importa o que fazem com você, mas importa muito como você reage. Hb
13.7.
2.2.
Ana creu na palavra do sacerdote; ainda que o sacerdote Eli não era um
exemplo, pois ninguém é perfeito.
2.3.
Ela colocou sua fé em ação. V. 18 “E
disse ela: Ache a tua serva graça aos teus olhos. Assim a mulher foi o seu
caminho, e comeu, e o seu semblante já não era triste.”
- A prova é que não ficou mais triste, e
ainda se levantou de madrugada junto com seu esposo para adorar ao Senhor.
3. O
Senhor é fiel naquilo que promete.
V.
19-20
“E levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o SENHOR, e voltaram, e
chegaram à sua casa, em Ramá, e Elcana conheceu a Ana sua mulher, e o SENHOR
se lembrou dela. 20 E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e deu
à luz um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho pedido ao
SENHOR.”
- Ela era estéril e após orar ao Deus de
Israel, teve sua madre aberta para conceber não apenas um, mas seis filhos.
- O apóstolo Paulo é claro ao dizer que a
incredulidade do homem não aniquila a fidelidade de Deus, ou seja, Deus é
verdadeiro, fiel e imutável, mesmo que o homem não creia n’Ele Deus permanece
fiel (Rm 3.3).
- O que Deus prometeu para nossa vida são
promessas irredutíveis, promessas que jamais podem ser anuladas, porque a
palavra do Senhor Deus, não pode perder-se no tempo, não desgasta; não volta
vazia; não fica reprimida; nem oprimida, por vontade de qualquer que seja; pode
até passar os céus e terra, mas tudo que Deus diz, fica garantido por toda a
eternidade. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão (Mc
13.31).
- O Segredo estar em persistimos de dia e
de noite, crendo, que iremos receber; ainda que Deus tenha sido tardio para
cumpri-las, mesmo que tudo a nossa volta demonstre sinal desfavorável, é
fundamental acreditar que elas serão realizadas; ainda que todos digam que não
tem mais jeito, Deus não precisa de ninguém para agir, Deus não trabalha no
cronometro humano, Deus age de acordo com a nossa fé, na medida das nossas
necessidades e na hora determinada por Ele, para que, de posse da benção, não
venhamos nos perder nela, e, o que era para ser benção, torne-se maldição. E
Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,
ainda que tardio para com eles? (Lc 18.07).
4.
Harmonia na família. Elcana consentiu com o voto de sua esposa.
V.
21
E subiu aquele homem Elcana com toda a sua casa, a oferecer ao SENHOR o
sacrifício anual e a cumprir o seu voto. 22 Porém Ana não subiu; mas disse a
seu marido: Quando o menino for desmamado, então o levarei, para que
apareça perante o SENHOR, e lá fique
para sempre. 23 E Elcana, seu marido, lhe disse: Faze o que bem te parecer
aos teus olhos; fica até que o desmames; então somente confirme o SENHOR a sua
palavra. Assim ficou a mulher, e deu leite a seu filho, até que o desmamou.
- Elcana foi profundamente tocado pela
consagração de sua esposa e de todo o coração se uniu a ela em seu desejo.
V.
21 “E subiu aquele homem...” Sempre que vamos a casa de Deus estamos
subindo porque Deus é Altíssimo, mas quando estamos saindo da casa do Senhor e
estamos retornando para nossos lares, então usamos a expressão descendo.
V.
22 Quando o menino for desmamado. De acordo com 2 Macabeus 7.27, as mães
hebreias costumavam desmamar seus filhos aos três anos de idade. Como Samuel
ficaria para sempre na presença do Senhor, é provável que Ana tenha prolongado
o período de desmamar para uma idade mais avançada, de 4 a 6 anos. Bíblia
Shedd.
...e
lá fique para sempre.
Ana dedicou Samuel ao Senhor. Depois que ele foi desmamado, foi levado ao
tabernáculo para servir sob a tutela do sacerdote Eli.
- Mesmo
quando criança, Samuel recebeu sua própria túnica. Então uma
vestimenta normalmente reservada a um sacerdote enquanto ele ministrava diante
do Senhor na tenda de reunião em Siló. Pois era onde a arca da aliança era
mantida (1ª Sm 2.18; 3.3). Tradicionalmente, os filhos do sacerdote sucederiam
o ministério de seu pai. Entretanto os filhos de Eli, Hofni e Finéias, eram
iníquos porque eram imorais e mostravam desprezo pela oferta do Senhor (1ª Sm
2.17, 22).
VIII.
A DEDICAÇÃO DE SAMUEL
1. O
nascimento de Samuel.
O versículo 20 diz que, passado algum tempo, Ana concebeu, teve um filho, e o
nomeou de Samuel, que pode significar “ouvido de Deus” (do heb. Shemu´á-el) ou “seu nome é poderoso” (do
heb. Shemu-´el). Atente para o sufixo
el, tanto no caso de Shemu´á-el quanto no de Shemu-´el. A ênfase aqui recai para um
nome poderoso, ou seja, ao poder do Eterno, que deve ser adorado para sempre.
Isso mostra que Samuel cresceu, fortaleceu-se e confiou no Deus Todo-Poderoso,
como indica o seu próprio nome.
2. Ana
cumpriu o voto que fez. A partir do versículo 21, nota-se que Elcana, marido
de Ana, subiu à casa de Deus para, juntamente com toda a sua casa (com a
exceção de Ana, que só subiria após desmamar o menino) apresentar sacrifícios
anuais e cumprir o seu voto. Pelo texto da Septuaginta, Elcana cumpriu seus
votos e também entregou os dízimos do produto da terra (Dt 12.26,27). Esse
procedimento consistia em entregar os dízimos do produto da terra, conforme se
esperava que todo levita fizesse (Nm 18.26; Ne 10.38).
- Após ser desmamado, aproximadamente três
anos mais tarde, Samuel foi levado por seus pais à Casa de Deus, e entregue ao
sacerdote Eli como cumprimento do voto feito por sua mãe. Assim, o casal
cumpriu conforme o prometido: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em
cumpri-lo” (Ec 5.4a).
2.1.
Após receber a benção, ela o levou a casa do Senhor como prometeu. Mas também levou
mais uma oferta ao Senhor além do menino. Isso é uma mulher mais do que
agradecida a Deus.
Vs.
24-28
E, havendo-o desmamado, tomou-o consigo, com três bezerros, e um efa de
farinha, e um odre de vinho, e levou-o à casa do SENHOR, em Siló, e era o
menino ainda muito criança. 25 E degolaram um bezerro, e trouxeram o menino a
Eli. 26 E disse ela: Ah, meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela
mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. 27 Por este menino orava
eu; e o SENHOR atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito. 28 Por isso
também ao SENHOR eu o entreguei, por todos os dias que viver, pois ao SENHOR
foi pedido. E adorou ali ao SENHOR.”
2.2.
Para fazer o que prometera (1.11). Ana desistiu daquilo que ela mais queria
– seu filho – e o apresentou a Eli para que servisse na casa do Senhor. Ao
dedicar seu único filho a Deus, Ana estava dedicando sua vida e seu futuro
inteiros a Deus. Porque a vida de Samuel pertencia a Deus, Ana, na verdade, não
estava desistindo dele. Na verdade, ela estava o devolvendo a Deus, que é quem
havia concedido Samuel a Ana no começo. Estes versos ilustram o tipo de ofertas
devemos dar a Deus. [Life Application Study Bible Kingsway].
2.3.
Para lá ficar para sempre. “Por isso também ao SENHOR eu o entreguei, por todos
os dias que viver...
- Ana quis dizer que Samuel seria nazireu
durante toda a vida… Um fragmento do livro de 1ª Samuel encontrado na quarta
caverna de Khirbet Qumran, publicado em 1954, declara especificamente que
Samuel era nazireu. CBASD, vol. 2, p. 483.
V.
27
Por este menino orava eu; e o SENHOR me concedeu a petição que eu Lhe fizera
[Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor…].
3.
Dedicação de Samuel.
Ana lembrou a Eli de que esteve perante a sua presença, orando ao Senhor para
que “se lembrasse dela”. Assim, Ana dedicou Samuel a Eli para o serviço no
templo, devolvendo-o para o Deus Todo-Poderoso. Era uma dedicação irrevogável.
- Como é bom quando os pais se dedicam as
coisas de Deus e, consequentemente, mostram aos seus filhos, na prática, uma
vida de devoção sincera. Ao chegarem ao templo, em reverência, oram a Deus; em
casa, fazem o culto doméstico; primam por viver o Evangelho de Jesus Cristo. Os
filhos que crescem, vendo tal dedicação sincera, naturalmente, são estimulados
a temerem a Deus e a amá-lo de todo o coração. Mostremos, portanto, reverência,
humildade e honra ao Senhor nosso Deus!
CONCLUSÃO.
Com esta lição, somos estimulados a
apresentar a Deus as nossas petições. Uma vez abençoados, voltarmos à sua Casa,
conforme o exemplo de Ana, para agradecê-lo pelas orações respondidas. Nesse
sentido, nossa vida deve ser um testemunho aberto aos nossos filhos acerca da
dedicação, reverência e humildade ao Deus Todo-Poderoso. Ana teve dois
privilégios: ter um filho e, além disso, vê-lo ungido por Deus para o
ministério. Por intermédio de sua família, Deus pode levantar novos
vocacionados.
Pr. Elias Ribas
Dr. Em teologia
Assembleia de Deus Blumenau - SC
Muito bom pastor, Deus abençoe sua vida!
ResponderExcluirÓtimo para ensinar na Escola Dominical esta lição. Deus continue lhe abençoando pelo precioso auxílio que o Pr. Elias Ribas sempre está oferecendo. Grande ministério.
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