TEOLOGIA EM FOCO: A DEGENERAÇÃO DA LIDERANÇA SACERDOTAL

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

A DEGENERAÇÃO DA LIDERANÇA SACERDOTAL



1º Samuel 2.22-25
22- Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação. 23- E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios. 24- Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR. 25- Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o SENHOR os queria matar.

1º Samuel 3.10-14
10- Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve. 11- E disse o SENHOR a Samuel: Eis aqui vou eu a fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambas as orelhas. 12- Naquele mesmo dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa; começá-lo-ei e acabá-lo-ei. 13- Porque já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. 14- Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será expiada a iniquidade da casa de Eli com sacrifício nem com oferta de manjares.

INTRODUÇÃO. Nesta lição veremos a definição do termo degenerar; pontuaremos a corrupção moral e espiritual de Israel; estudaremos sobre a mensagem de juízo para Israel vinda da parte de Deus; e por fim, analisaremos o castigo divino a nação por causa de sua degeneração.

- O tema desta lição é a degeneração da liderança sacerdotal da casa de Eli. Veremos que os filhos deste não corresponderam aos propósitos divinos, e enveredaram pelo caminho do pecado, o que os fez deturpar as características do sacerdócio (Lv 21.6,7). Assim, Deus agiu de modo punitivo para com os filhos de Eli, pois eles, tendo conhecimento das leis divinas, não andaram por elas, mas degeneraram-se, abandonando as virtudes do verdadeiro sacerdócio. Quando Deus escolhe alguém para executar uma missão, deve este alguém observar rigorosamente a vontade divina.

I. DEFINIÇÃO DO TERMO DEGENERAR

1. Definição do verbo degenerar. O verbo “degenerar” significa: “mudar para um estado ou condição qualitativamente inferior; declinar, estragar. Mudar para pior; ocasionar ou adquirir maus hábitos ou práticas; corromper-se; deturpar; apodrecer; depravar; estragar” (HOUAISS, 2001, p. 928).

- Enquanto a palavra regenerar fala de uma mudança para melhor, degenerar é uma mudança para pior; é um movimento regressivo e não progressivo. A degeneração é entendida como a alteração de algo. É mudar para uma condição ou estado de inferioridade.

- Lendo Jeremias 2.21, o texto usa a palavra degenerado em relação a Israel como povo de Deus, pois de uma vide excelente vieram a ser uma planta amarga. Esse é o sentido de “pikrían” que aparece na Septuaginta (versão da Bíblia do hebraico para o grego). Na Vulgata Latina (versão da Bíblia do grego para o latim) aparece como adjetivo “právus” para referir-se a algo disforme, defeituoso, depravado (GOMES, 2019, p. 67).

II. A DEGENERAÇÃO MORAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL

1. Situação do povo. O período dos juízes que se estende até aos dias de Samuel, foi um período de oscilações espirituais na vida do povo de Israel. Quando estavam em paz e prosperidade davam as costas para o Senhor e adoravam os ídolos (Jz 2.11; 3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1), quando se viam em aperto clamavam ao Deus verdadeiro (Jz 3.9,15; 4.3; 6.6; 10.10). A idolatria estava enraizada no meio do povo escolhido (1º Sm 7.3,4).

2. Situação dos líderes. Deus nomeou homens a fim de que eles pudessem conduzir o povo de Israel nos caminhos e na vontade do Senhor. No entanto, quando os líderes se desviavam o prejuízo era ainda maior. Vejamos como estava os líderes no período inicial do livro de 1º Samuel:

2.1. Eli era conivente com os erros de seus filhos. Eli Era descendente de Arão e Itamar, tornou-se sumo sacerdote no centro da adoração em Siló. Eli esteve a frente do povo como juiz e sacerdote por pelo menos quarenta anos (1º Sm 4.18), e viveu até aos 98 anos de idade (1º Sm 4.15). Seu nome significa: “O Senhor é exaltado”, e a despeito da confiança e da fé que ele tinha no Senhor, ele não foi bem-sucedido na formação de sua família. Seus dois filhos, que eram sacerdotes, pecavam contra o Senhor, no entanto, Eli se restringiu apenas a uma repreensão verbal e nada mais (1º Sm 2.22-26). Eli não honrou o seu chamado e estimou mais os filhos do que a Deus (1º Sm 2.28,29). Eli foi:

a) Um pai ausente, que não tinha tempo para os filhos (1º Sm 4.18).

b) Um pai omisso, que não abriu os olhos para ver os sinais de perigo dentro do seu lar (1º Sm 2.22-24; 29-34; 3.11-12,17-18).

c) Um pai conivente (1º Sm 2.29; 3.13); e, d) um pai passivo ao fatalismo (1º Sm 3.18).

2.2. Hofni e Finéias pecavam contra Deus. Os filhos de Eli, Hofni e Finéias, foram chamados por Deus para o sacerdócio (1º Sm 1.3). No entanto, por causa do seu mau comportamento, foram chamados de filhos de Belial: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial” (1Sm 2.12-a). Esta expressão hebraica é usada para descrever pessoas desprezíveis e blasfemadoras do hebraico “gadaph” (Dt 13.13; Jz 19.22; 1º Sm 25.25; Pv 16.27). Paulo usa Belial “belliyya ́al” com o um sinônimo de Satanás (2ª Co 6.15). É dito também que eles “não conheciam ao SENHOR” (1Sm 2.12-b), ou seja, não possuíam qualquer conhecimento do verbo hebraico “yadá” íntimo e pessoal de Deus. Vejamos quais foram os pecados destes homens que os fizeram desprezíveis:

a) Pecados de ordem cúltica (1º Sm 2.12-17). A lei descrevia com precisão as porções dos sacrifícios que pertenciam aos sacerdotes (Lv 3.3-5; 7.28-36; 10.12-15; Dt 18.1-5), mas os dois irmãos tomavam para si toda a carne que queriam e, ainda, as partes de gordura que pertenciam ao Senhor (Lv 7.28-36). Chegavam até a pegar a carne crua para assá-la e não ter de comê-la cozida. Eles “desprezavam a oferta do Senhor” (1º Sm 2.17) e “pisavam os sacrifícios do Senhor” (1º Sm 2.29).

b) Pecados de ordem moral (1º Sm 2.22,23). Além dos pecados de ordem cúltica (cerimonial; Relativo a culto (ex.: reunião cúltica)), o registro bíblico também diz que os filhos de Eli cometiam imoralidade sexual com alguns mulheres que ficavam a porta do templo.

c) Pecados de ordem pessoal (1º Sm 2.25). É forte a expressão “O Senhor os queria matar”. Lendo os textos de Números 15.30, Josué 11.20, Provérbios 15.10, logo se entende claramente o porque de Deus querer matar esses dois filhos de Eli. O texto esclarece que eles se colocaram em rebeldia e oposição a Deus, visto que esse é literalmente o sentido da expressão “filhos de Belial”. O procedimento pecaminoso, imoral, corrupto, incluindo o sacrilégio, resultou de uma deliberação própria dos filhos de Eli. Podemos dizer que sua rebelião foi algo idiossincrático, ou seja, algo pessoal, interno, característico do comportamento, do modo de agir ou da sensibilidade e individualidade de alguém (Jz 21.25; 1º Sm 2.17).

III. QUANDO NÃO VALORIZAMOS O QUE DEUS NOS DEU

1. Eli e seus filhos não valorizaram a chamada divina.
Segundo o relato bíblico, Eli era avançado em idade; tinha 98 anos (1º Sm 4.15). Seus dois filhos, Hofni e Fineias, por seu turno, também não valorizaram a posição que Deus lhes dera; degeneraram-se, transformando a Casa do Pai em lugar de imoralidades sexuais (1º Sm 2.22). Entretanto, devemos ponderar um ponto sobre o sacerdote Eli. Não se tem menção de abusos cometidos por ele; seu principal erro foi não corrigir os pecados de seus filhos; ele já não tinha autoridade sobre estes. Foi um pecado por omissão e complacência. Logo, o Senhor não demoraria em derramar a sua ira sobre a Casa de Eli (1º Sm 3.12).

2. Fazendo uma troca.
- Os filhos de Eli trocaram o Senhor pelos prazeres da vida – o apóstolo Paulo menciona os que são mais amigos dos prazeres do mundo do que de Deus (2 Tm 3.4). Para freá-los, pois o que faziam era por demais escandaloso, foi preciso uma ação do próprio Deus (1 Sm 2.25; 4.10.11).

- Não barganhe a posição que o Pai lhe concedeu; valorize o seu ministério, glorificando o Altíssimo e cumprindo a sua vontade. Os que se mantiverem fiéis serão grandemente honrados por Ele junto ao trono divino (Mt 25.21).

3. As consequências para quem peca contra Deus.
- Quando o homem comete um crime contra outro homem, aqui na Terra, há os tribunais humanos para julgá-lo, como Paulo nos lembra em Timóteo (1º Tm 1.9). Entretanto, para os pecados dos filhos de Eli, não haveria tribunal humano, pois eles pecaram direta e deliberadamente contra Deus. Como eles não se arrependeram, o juízo divino era inevitável. A ira de Deus se acenderia contra eles.

- Os que estão à frente do rebanho do Senhor devem ser exemplo em tudo. É preciso ser íntegro no ensino, incorruptível, reverente, digno e santo (Tt 2.7). Devemos ser conscientes de que Deus não tolera o pecado, principalmente, aos que ensinam e estão em posição de liderança (Tg 3.1).

IV. A MENSAGEM DE JUÍZO PARA ISRAEL

- Numa época em que era bem raro ouvir a voz de Deus, Samuel ouviu clara e reverentemente o Altíssimo (1º Sm 3.10). Nessa experiência, o jovem profeta recebeu uma séria e urgente comunicação divina: uma mensagem contra a casa de Eli, o seu mestre. Tal experiência mostra que Deus não faz acepção de pessoas, ou seja, não se importa com a idade de alguém quando a questão é fazer a vontade divina (1º Sm 3.15-18).

- Diante do quadro caótico de grande parte do povo e da liderança de Israel, Deus falou uma mensagem de juízo. Veio um homem de Deus a Eli e lhe revelou o que Deus iria fazer para punir os transgressores. Notemos:

1. Contra os sacerdotes. Na mensagem profética Deus lembrou a Eli o que ele tinha feito de bom ao povo de Israel e ao próprio Eli chamando-o para exercer o sacerdócio. No entanto, apesar desse tamanho privilégio Eli não deu o devido valor a sua vocação e tratou com desdém as coisas sagradas (1º Sm 2.27-29). Deus prometeu punir Eli e seus descendentes, fazendo com que morressem precocemente antes de completar a idade de exercerem o sacerdócio que era aos 30 anos (Nm 4.3,23,30,35,39,43,47; Lc 3.23). O homem de Deus profetizou a destruição da família de sacerdotes de Eli por causa de sua desobediência ao Senhor (1º Sm 2.31-33). Mais tarde esta mensagem foi confirmada por meio de Samuel (1º Sm 3.11-14). Como sinal do cumprimento desta mensagem, o homem de Deus disse que Hofni e Finéias morreriam no mesmo dia (1Sm 2.34). O juízo também foi cumprido no massacre em Nobe (1º Sm 22.11-19), e quando a herança sacerdotal foi transferida para a família de Zadoque no reinado de Salomão (1º Rs 2.26,27,35).

2. Contra o povo. Além de repreender o sacerdote Eli e seus filhos com uma dura mensagem de juízo, o homem de Deus também disse o que aconteceria com o povo: “E verás o aperto da morada de Deus, em lugar de todo o bem que houvera de fazer a Israel” (1º Sm 2.32).

IV. O CASTIGO PELA DEGENERAÇÃO DA LIDERANÇA SACERDOTAL

1. Escassez de manifestação. Samuel foi levantado em um tempo onde não havia atividade profética, provavelmente porque havia poucos israelitas fiéis que dariam ouvidos à Palavra de Deus: “... não havia visão manifesta” (1º Sm 3.1). Observamos o quanto o povo daquela época estava longe de Deus (Jz 21.25), as pessoas faziam o que parecia bem aos seus olhos justamente por não terem ensinamentos corretos, não havia dedicação e muito menos zelo pela Palavra do Senhor, esqueceram dos princípios que um dia receberam. O estado espiritual do povo era o mesmo que o do sacerdote “sem visão” (1º Sm 3.2).

2. Sentença pronunciada. Eli recebera uma sentença por meio de um profeta desconhecido: Deus iria punir os seus filhos (1º Sm 2.31). Prontamente, Eli aceitou a sentença que vinha da parte de Deus. Agora era a vez do menino Samuel. Ele não poderia mudar a mensagem, pois o que Deus lhe havia entregue estava na mesma direção do que entregara ao profeta desconhecido. Sim, Deus havia sentenciado a casa de Eli: viria morte e destruição sobre ela (1º Sm 3.12).

- Esta sentença seria executada por intermédio da invasão dos filisteus à terra do povo de Deus. Ali, além de muita matança, houve a captura da Arca da Aliança, símbolo da presença divina no meio do povo. Os filhos de Eli foram mortos. E, ao saber disso, e principalmente de que a Arca havia sido levada, Eli caiu e quebrou o pescoço; de imediato, sua nora entrou em trabalho de parto. Logo após, deu o nome ao seu filho, “Icabode”, a glória de Israel se foi, a fim de marcar a tragédia que se abateu contra aquela casa (1º Sm 4.18-22). Em seguida, ela morreu.

3. Derrota nas batalhas. A punição pelos pecados de Eli e sua família aconteceu de duas maneiras: a destruição quase total de uma família sacerdotal e a humilhação de uma nação inteira. Mas ainda ficaram descendentes e parentes de Eli, os quais, mais à frente foram mortos por Saul. Nessa ocasião o Tabernáculo tinha sido transferido para Nobe, e o sumo sacerdote era Aimeleque, bisneto de Eli. Por achar que este tinha ajudado Davi a fugir, Saul mandou matar ele e todos os demais sacerdotes, em número de oitenta e cinco. Só escapou Abiatar (1º Sm 22.6-23), que mais tarde tornou-se sumo sacerdote, durante o reinado de Davi, mas foi destituído por Salomão, cumprindo-se a profecia do homem de Deus em Siló (1º Sm 2.35,36; 4.2; 1º Rs.2.27).

4. A desgraça da família de Eli. A desgraça sobre a casa de Eli veio como uma grande avalanche. Seus filhos, Hofni e Fineias, bem como a sua nora, morreram. Além disso, 85 sacerdotes pereceram. No reinado de Salomão, Abiatar (um sacerdote da linhagem de Eli) foi expulso e, a partir daí, a casa de Eli passou a ser preterida (1 Rs 1.7,8; 2.27,35).

- As predições do profeta desconhecido e de Samuel se cumpriram na totalidade, ainda que levassem aproximadamente 130 anos para seu desfecho. Isso nos mostra que o pecado contra Deus tem a sua sentença, o seu juízo. O Novo Testamento corrobora tal assertiva. Veja o caso da igreja em Tiatira (Ap 2.23). A Bíblia revela que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23).

4.1. Morte dos líderes. Houve diversos prenúncios da punição divina a Eli e seus filhos, aos quais ele não deu a devida atenção, e por isso o desastre atingiu não somente sua família, mas a todo o povo de Deus. O próprio Eli os avisou que um pecado cometido contra o Senhor não permitiria intercessão (1º Sm 2.22-25). Depois Deus usou o menino Samuel para dizer a Eli que estava prestes a enviar um castigo terrível sobre ele e seus filhos (1º Sm 3.1-21). Eli respondeu a Samuel: “Ele é o Senhor, faça o que bem parecer aos seus olhos” (1º Sm 2.18). Cumprindo as profecias divinas, Eli, seus filhos e uma de suas noras, morreram todos no mesmo dia (1Sm 4.12-22).


4.2. A perda do ministério sacerdotal. Deus havia dado o sacerdócio a Arão e a seus descendentes para sempre, e ninguém poderia tomar deles essa honra (Êx 29.9; 40.15; Nm 18.7; Dt 18.5). Porém, os servos de Deus não podem viver como bem entendem e esperar que o Senhor os honre, “porque aos que me honram, honrarei” (1º Sm 2.30). O privilégio do sacerdócio continuaria sendo da tribo de Levi e da casa de Arão, mas Deus o tomaria da linhagem de Eli (1º Sm 2.36). No tempo de Davi, havia pelo menos dois descendentes de Eleazar para cada descendente de Itamar (1º Cr 24.1-5), de modo que a família de Eli foi, aos poucos, desaparecendo. Eli era descendente de Arão pela linhagem de Itamar, o quarto filho de Arão, mas Deus abandonaria essa linhagem e se voltaria para os filhos de Eleazar, o terceiro filho de Arão e seu sucessor com o sumo sacerdote (ver 1º Rs 2.26,27,35). Os nomes de Eli e de Abiatar não aparecem na lista de sumos sacerdotes israelitas em 1Crônicas 6.3-15. Ao confirmar Zadoque com o sumo sacerdote, Salomão cumpriu a profecia proferida pelo homem de Deus quase um século e meio antes.

4.3. A perda da arca do Senhor. A tragédia também atingiu toda a nação quando os israelitas foram derrotados pelos filisteus, e estes tomaram a Arca da Aliança (1Sm 4.11), símbolo da presença de Deus no meio do povo. Por isso, a mulher de Finéias, que morreu ao saber da notícia e enquanto dava à luz um menino, deu-lhe o nome de Icabode, que significa “Foi-se a glória de Israel” (1º Sm 4.19-22).

V. III. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

1. O preço do pecado.
O pecado sempre traz consequências. A Bíblia revela alguns exemplos sobre isso:
1.1. A expulsão de Adão e Eva do Paraíso, a morte física e espiritual (Gn 3.1-7,23; Rm 5.12).

1.2. Acã e sua família perderam a vida (Js 7.24,25).

1.3. Ananias e Safira foram mortos (At 5.1-11). Como vimos, as consequências do pecado são trágicas. Eli tinha conhecimento do pecado de seus filhos, mas sua covardia era visível. Por causa de sua omissão e da irreverência de seus filhos, sua família foi tirada do sacerdócio. É bom lembrar que Eli não era somente pai, mas principalmente, sacerdote. Por isso, cabia-lhe a responsabilidade paternal e judicial; nisso ele falhou.

- A Palavra de Deus nos mostra que, se os filhos não forem bem encaminhados, no caminho do Senhor (Pv 29.15), se tornarão uma vergonha aos seus pais e, se persistirem no erro, sofrerão consequências gravíssimas. Portanto, além de orarmos por nossos filhos, precisamos conduzi-los à comunhão com Deus (Dt 6.4-9), para, enfim, dizermos: “eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24.15).

2. Os males da falta de repreensão.
- Provérbios 15.10 diz que aquele que aborrece a repreensão morrerá. De acordo com o hebraico, a palavra repreensão (heb. towkachath) quer dizer correção, censura, punição, castigo. Nesse sentido, o próprio Deus aplica a sua repreensão: “Porque o SENHOR repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem” (Pv 3.12). Por não atentar para ela, a casa de Eli padeceu. Muitos já não acreditam no juízo de Deus. Ele é justiça! Ele é Santo!

3. Pecados voluntários e deliberados.
- O apóstolo João disse que há pecados pelos quais não se deve orar (1º Jo 5.16). Esse tipo de pecado gera morte. Nesse caso, é impossível que a pessoa se renove para o arrependimento. Entretanto, a Bíblia revela que o que confessa o pecado e o deixa, alcança misericórdia. Mas não houve misericórdia para os filhos de Eli, pois eles não se humilharam, não se quebrantaram na presença de Deus. Eles pecaram voluntária e deliberadamente; zombaram do Senhor.

- Como seguidores de Jesus Cristo, tenhamos temor e tremor. O pecado voluntário e deliberado leva à morte eterna (Hb 10.26). [EBD 4° Trimestre De 2019 – Lição 4: A Degeneração da Liderança Sacerdotal – CPAD Adultos].

CONCLUSÃO.
- O pecado tem o seu salário. O pecado tem as suas consequências. Por isso, se andarmos segundo a Palavra de Deus, se formos fiéis aos seus mandamentos e se procedermos com sinceridade e verdade, Deus nos confirmará em sua presença.

- Devemos vigiar para não termos o mesmo final triste e penoso de Eli e seus filhos. Precisamos fazer como Samuel fez, honrar ao Senhor e servi-lo com fidelidade.
FONTE DE PESQUISA

1. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. SP: OBJETIVA, 2001.
2. JOSEFO, Flávio (Trad. Vicente Pedroso). História dos Hebreus. RJ: CPAD, 2007.
3. GOMES, OSIEL, A Degeneração da Liderança Sacerdotal, EBD 4° Trimestre De 2019 – Lição 4, – CPAD Rio de Janeiro RJ.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1997.
5. TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. SP: CULTURA CRISTÃ, 2010.
6. WIERSBE Warren W. Comentário Bíblico Claro e Conciso AT – Históricos. SP: GEOGRÁFICA, 2010.

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