TEOLOGIA EM FOCO: O SACERDÓCIO CELESTIAL

terça-feira, 25 de junho de 2019

O SACERDÓCIO CELESTIAL



TEXTO ÁUREO
“Porque nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus.” (Hb 7.26).

Verdade Prática
Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote perfeito, porque, sendo Ele a Oferta e o Ofertante, garantiu-nos, no Calvário, uma salvação eficaz e eterna.

LEITURA BÍBLICA

Hebreus 9.11-15; Apocalipse 21.1-4
Hebreus 9.11-15: “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, 12 - nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. 13 - Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, 14 - quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? 15 - E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.”

Apocalipse 21.1-4 “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 - E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. 3 - E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus. 4 - E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.

INTRODUÇÃO.
- Há uma relação especial entre o sacerdócio levítico e o sacerdócio cristão. Enquanto o levítico foi estabelecido em Arão, o do Novo Testamento foi estabelecido em Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque. Nesta lição, veremos como se deu a escolha dos sacerdotes do Antigo Testamento. Veremos também a importância de suas vestimentas como sinal de autoridade para o serviço divino. E, finalmente, mostraremos por que o sacerdócio de Cristo é superior. Ele é o Sumo Sacerdote perfeito!

- O apóstolo Paulo escreveu que as festas, a dieta e os dias sagrados são “sombras das coisas futuras” (Cl 2.17). O autor aos Hebreus reafirma que a lei era “a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas” (Hb 10.1). De tudo o que estudamos até a presente lição, podemos dizer que o Tabernáculo de Israel é um tipo do “Tabernáculo Celestial”. E, nesta lição, veremos que Jesus é o Sumo Sacerdote desse Tabernáculo Celestial, em que a sua Igreja é o sacerdócio real.

I. A ESCOLHA DOS SACERDOTES (Êx 28.1)

1. Deus escolheu a linhagem sacerdotal levítica, e não Moisés. Essa escolha indicava a soberania do Senhor para designar obreiros para sua Obra. No ministério cristão, por meio do Espírito Santo, Deus é quem elege líderes para o ministério (At 13.2).

- Servir na liderança da igreja é um ato de culto a Deus e consiste no oferecimento de sacrifícios espirituais a Deus, incluindo oração, supervisão do rebanho, pregação e ensino da Palavra.

2. Os sacerdotes precisavam pertencer à tribo de Levi. O Altíssimo ordenou que Moisés contasse os filhos de Israel, excetuando a tribo de Levi, a fim de que os levitas se encarregassem dos ofícios do Tabernáculo (Nm 1.49,50; 3.6). Assim, o sacerdócio de Levi obteve uma posição proeminente entre as demais tribos de Israel (Nm 1.52,53).

- A tribo de Levi, incluindo Moisés e Arão não foi incluída no censo registrado em Números 1.52,53, porque estava isenta do serviço militar.

- Os levitas deviam servir ao Senhor por meio do transporte e do cuidado do tabernáculo (Nm 3.5-13; 4.1-33,46-49).

2. Características especiais dos levitas. Aqui, destacaremos duas características especiais dos levitas:

2.1. O chamamento específico para o serviço do Tabernáculo.
- Deus escolheu Arão e seus filhos para ministrar no sacerdócio por um ato de sua graça soberana, pois eles certamente não tinham direito a essa posição nem a mereciam. Contudo, o fato de Deus salvar pecadores como nós e de constituir-nos seu “sacerdócio santo” também é um ato da sua graça, e não devemos jamais deixar de admirar esse privilégio espiritual. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros” (Jo 15:16). Infelizmente, Nadabe e Abiú desobedeceram ao Senhor e foram mortos (Lv 10).

- Quando Arão morreu, Eleazar tornou-se seu sucessor (Nm 20:22-29), e os descendentes de Itamar deram continuidade ao ministério sacerdotal, mesmo depois do cativeiro (Ed 8.1,2). Como povo de Deus nos dias de hoje, devemos nos lembrar de que nosso primeiro dever é agradar e servir ao Senhor. Se fizermos isso, ele trabalhará em nós e por nosso intermédio para realizar sua obra neste mundo.

- O sumo sacerdote, os sacerdotes e os levitas não podiam se vestir como bem entendessem quando ministravam no tabernáculo.

A. Davam ao sacerdote dignidade e glória (Êx 28.2) e distinguiam-nos do resto do povo, como um uniforme identifica um soldado ou uma enfermeira.

B. Revelavam verdades espirituais relacionadas a seu ministério e a nosso ministério hoje em dia.

C. Se os sacerdotes não usassem suas vestes especiais, correriam risco de vida (vv. 35, 43).

2.2. A unidade, pois todos falavam a mesma língua, defendiam o mesmo comportamento e mantinham a mesma fé. Ambas as características apontam para a importância da unidade da Igreja. A igreja local é o Corpo de Cristo, portanto, o chamamento e a unidade são a sua marca (Jo 17.20,21).

- Em João 17.21, em Sua oração sacerdotal, Jesus roga ao Pai para que ‘todos sejam um’; A base dessa unidade centra-se na adesão à revelação que o Pai deu aos primeiros discípulos por meio do Filho. Os crentes também devem estar unidos em fé comum na verdade que é recebida na palavra de Deus (Fp 2.2). Isso não é mais um desejo, mas tornou-se realidade quando o Espírito veio (At 2.4; 1ª Co 12.13). Não é uma unidade experimental, mas a unidade de vida eterna comum partilhada por todos que creem na verdade, e resulta no corpo de Cristo, todos partilhando da vida dele.

- Jesus, nosso precursor, entrou por nós no Santo dos Santos, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Jesus entrou no “Santo dos Santos”, não como um substituto para nosso acesso, mas como um precursor, porque também entraremos nele. O autor se concentra novamente no papel de Jesus como sumo sacerdote, não da ordem de Arão, mas segundo a ordem de Melquisedeque.

3. A consagração sacerdotal tinha um só propósito. Os sacerdotes foram consagrados para servir no Tabernáculo. Separados pelo e para o Senhor, não podiam executar outra atividade que fugisse a esse propósito (Nm 1.50; 3.12). Logo, o método de Deus para os obreiros do Novo Testamento não é diferente: os obreiros do Senhor não se embaraçam “com negócio desta vida” (2ª Tm 2.4). Ratificando esse princípio, nosso Senhor declarou que o vocacionado para “arar a terra” não pode olhar para trás (Lc 9.62). É preciso olhar para frente e fazer a obra divina com perseverança e fé (Hb 10.38).

- No êxodo, o SENHOR reivindicou para si os primogênitos do sexo masculino de Israel (Êx 13.1-2). O primogênito atuava como sacerdote da família. Porém, quando o pleno ministério da economia mosaica foi estabelecido, Deus transferiu os deveres sacerdotais para os levitas, parcialmente talvez por causa do zelo que haviam demonstrado quando do incidente do bezerro de ouro (Êx 32.29). Os levitas substituíram os primogênitos. O chamado de Deus para o ministério vocacional é diferente do chamado à salvação e do chamado que atinge todos os crentes: o serviço. Trata-se de uma convocação de homens selecionados para servir como líderes da igreja. O sacerdócio em Israel e a chamada divina são tratados a partir do capítulo 28 de Êxodo. A razão para esta chamada divina era a necessidade do povo aprender a adorar a Deus. Era necessário que homens chamados por Deus cuidassem da prática do culto ao Senhor no Tabernáculo e também através da congregação de Israel. A tribo de Levi foi separada para o serviço no Tabernáculo e para o santo ministério sacerdotal. Constuma-se esquecer que antes da entrega da lei por Deus a Israel, havia sacerdotes, uma vez que a Bíblia menciona o rei de Salém, Melquisedeque, como “sacerdote do Senhor” (Gn 14.18; Hb 7.1-3).

II. O SACERDÓCIO CELESTIAL TEM UM ÚNICO SUMO SACERDOTE

1. Um novo e perfeito sacerdócio. O autor da Epístola aos Hebreus escreveu: “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei” (Hb 7.12). O sacerdócio levítico era imperfeito (Hb 7.11). Nele, os sacrifícios, o culto, as ofertas e a liturgia dos serviços eram apenas sombra do verdadeiro sacerdócio a ser oficiado por Cristo. O sacerdócio do Filho de Deus veio “segundo a ordem de Melquisedeque”, e não segundo a ordem de Arão. Jesus Cristo foi capaz de reconciliar o homem com Deus, por meio de seu sangue, abrindo o caminho para uma comunhão verdadeira com o Pai. O Evangelho da Nova Aliança havia chegado!”

- Uma vez que Cristo é o Sumo Sacerdote do cristão e veio da tribo de Judá, não de Levi (Mt 2.1,6; Ap 5.5), seu sacerdócio está claramente acima da lei que era a autoridade para o sacerdócio levítico (Hb 7.11). Essa é a prova de que a lei mosaica foi abolida. O sistema levítico foi substituído por um novo Sacerdote, que ofereceu um novo sacrifício, sob uma nova aliança. Ele aboliu a lei ao cumpri-la (Mt 5.17) e oferecer a perfeição que a lei nunca poderia alcançar (Mt 5.20).

2. O sacerdócio do Antigo Testamento tinha Cristo como seu antítipo. Ele incorpora em si mesmo todos os tipos e funções do sacerdócio veterotestamentário. Essa é mesmo a mensagem central da epístola aos Hebreus, parecendo muito radical quando exposta pela primeira vez. Ler a epístola aos Hebreus, principalmente trechos como 2.14-18; 4.14-16; 5.1-10 e seu sétimo capítulo.

2.1. Jesus Cristo também foi o cumprimento cabal do sacerdócio de Melquisedeque (Hb. 7).

2.2. Os deveres sacerdotais de Cristo cumpriram-se após o sacerdócio aarônicos ter cumprido seu papel, sendo um cumprimento desse sacerdócio; o seu oficio como sacerdote seguinte a ordem ou categoria de Melquisedeque.

3. O sacerdócio coletivo dos cristãos.
- Por outro lado, segundo o ensino do Novo Testamento, todo crente, sem distinção, faz parte do “sacerdócio real” (1ª Pe 2.9; Ap 1.6; 5.10). Por meio de Jesus Cristo, podemos oferecer sacrifícios espirituais (1ª Tm 2.5; 1ª Pe 2.5). Acerca disso, o apóstolo Pedro escreveu que os crentes representam um corpo sacerdotal em Jesus Cristo (1 Pe 2.9).

- Em Apocalipse, o apóstolo João retoma esse mesmo princípio: “Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, poder e glória para todo o sempre. Amém” (Ap 1.5,6). O resgate dessa maravilhosa doutrina remonta à Reforma Protestante e ao Movimento Pentecostal.

- As passagens neotestamentários centrais que ensinam essa doutrina são 1ª Pd 2.5,9; Ef 1.5ss. Os sacerdotes do Novo Testamento (todos os crentes) têm acesso ao trono celeste por meio de seu Sumo Sacerdote, Jesus Cristo (Hb. 10:19-22). O sacerdócio dos crentes é vinculado à filiação deles, o que, por sua vez, é uma maneira de definir a salvação da alma. Visto haver acesso pessoal a Deus, por meio de Cristo, não há necessidade da intermediação de nenhuma casta sacerdotal.

Princípios do Sacerdócio Bíblico:
1. Deus Pai ordena sacerdotes; esse é um privilégio e um ato divino (Hb 5.4-6).
2. Os sacerdotes eram nomeados mediadores entre Deus e os homens, sobretudo no tocante ao pecado, à expiação e à reconciliação dos homens, com Deus (Hb 5.1).
3. A expiação pelo sangue de animais sacrificados ocupava o centro das funções sacerdotais (Hb 8.3).
4. O trabalho intercessor dos sacerdotes do Novo Testamento (os crentes) repousa sobre a natureza eficaz da expiação de Cristo. E é aí que os crentes alcançam a Deus (Hb 8.1 ss).
5. O novo pacto, com base no sacerdócio superior de Cristo. Envolve melhores promessas que aquelas do antigo pacto (Hb 8.6). De fato, o novo pacto anulou totalmente o antigo.

- As características gerais do ministério sacerdotal são: chamado divino (Hb 5.4); purificação (Êx 29.4); unção e santificação (Lv 8.12); submissão (Lv 8.24-27) e vestes santas para glória e ornamento (Êx 28.2; 29.6,9). Ademais, o sacerdote só poderia tomar mulher de sua própria nação, e ela deveria ser ou virgem ou viúva de outro sacerdote (Lv 21). Outra característica importante: o sacerdote não podia ministrar como ele queria, pois estava sujeito às leis divinas especiais para ministrar (Lv 10.8).

- Não há dúvida de que o ministro do Senhor nos dias de hoje também deve observar o chamado divino para sua vida, a santificação e a unção de Deus para exercer o seu ministério, o princípio da submissão no seu dia a dia e a necessidade de exercer o seu ministério conforme a vontade de Deus (1ª Tm 3.1-7; 6.11,12; Tt 1.7-9; 1ª Pe 5.1-4).

- O sacerdote mantinha estreita comunhão com Deus e muitas vezes Deus se comunicava com ele diretamente, além disso, Deus lhe revelava como resolver várias questões surgidas entre o povo. Nós, sacerdotes de hoje, temos os nove dons do Espírito Santo para nos servir de capacitação para nosso ministério.

4. Cristo: o Sumo Sacerdote do Novo Testamento.
- O ministério do Novo Testamento mostra que, na Igreja, não há e não pode haver uma classe sacerdotal exclusiva, como ocorre no catolicismo romano. Ora, a palavra “sacerdote” não se aplica a nenhum indivíduo, senão ao próprio Cristo, que se constituiu Sumo Sacerdote do povo redimido. Na Nova Aliança, Cristo é o único mediador entre nós e o Pai Celeste.

3. Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote no céu.
- Atente, querido irmão, para o seguinte versículo: “Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb 8.1,2).

- Este texto revela que Nosso Senhor, o Sumo Sacerdote perfeito, está à destra do Pai, nos céus, e que, de maneira singular e verdadeira, ministra no Tabernáculo Celestial. Isso aconteceu porque a sua obra foi completa e perfeita. Por isso, Ele é o nosso mediador, advogado e intercessor. Ele proveu para nós um concerto melhor (Hb 8.6).

III. O Sacerdócio Perpétuo e Perfeito de Cristo

1. Jesus trouxe salvação perfeita (Hb7.25). Os sacerdotes do antigo pacto pereceram (v. 23). O sacerdócio arônico foi constituído por centenas de sacerdotes, que se sucediam constantemente, visto que “pela morte foram impedidos de permanecer”. Os sacerdotes arônicos apenas intercediam pelos homens a Deus, mas não os salvavam. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, não só “vive sempre para interceder” por nós, como nos assegurou uma perfeita salvação por seu intermédio (v. 25; Rm 8.34). Jesus garante salvação plena (Jo 5.24), sem depender de um suposto purgatório ou de uma hipotética reencarnação.

2. Jesus, sacerdote perfeito (Hb 7.26). A Palavra de Deus indica aqui as qualificações de Cristo, que o diferenciam de qualquer sacerdote do antigo pacto. “Porque nos convinha tal sumo sacerdote:

2.1. Santo. O sacerdote do Antigo Testamento teria que ser santo, separado, consagrado. Até suas vestes eram santas (Êx 28.2,4; 29.29). Contudo, eram homens falhos, imperfeitos, sujeitos ao pecado. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, era e é santo no sentido pleno da palavra.

2.2. Inocente. Porque nunca pecou, Jesus não tinha qualquer culpa. Ele desafiava seus adversários a acusá-lo (Jo 8.46).

2.3. Imaculado. O cordeiro, na antiga Lei, tinha que ser sem mancha (Lv 9.3; 23.12; Nm 6.14). Jesus, como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29), não tinha qualquer mancha moral ou espiritual.

2.4. Separado dos pecados. Jesus viveu entre os homens, comeu com eles, inclusive na casa de pessoa de baixa reputação, como Zaqueu, mas foi “separado dos pecadores”. Ele não se misturou, nem se deixou influenciar pelo comportamento dos homens maus.

2.5. Feito mais sublime do que os céus. Tal expressão fala da exaltação de Cristo, como dele está predito na Bíblia: “Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus” (Rm 14.11).

2.6. Ofereceu-se a si mesmo, uma só vez (Hb 7.27). Os sumos sacerdotes do Antigo Testamento necessitavam de oferecer sacrifícios, muitas vezes, primeiro por eles próprios e, depois, pelo povo. Mas Jesus, por ser imaculado, sem pecado, não precisou fazer isso por si. Tão-somente ofereceu-se num sacrifício perfeito, uma vez, pelos pecadores.

IV. O SACERDÓCIO UNIVERSAL DA IGREJA

1. Uma doutrina bíblica fundamentada na pedra que é Cristo.
Ao longo da Escritura, encontramos várias porções a respeito da “pedra” que é Cristo (Is 28.16; Sl 118.22; Is 8.14). No Novo Testamento, por exemplo, vemos tanto o apóstolo Paulo quanto Pedro citarem Isaías 28.16. Ambos afirmam, mediante o Espírito Santo, que Cristo é a “pedra”. Em Efésios 2.20 está ratificado que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina. Assim, podemos afirmar que o sacerdócio universal dos crentes, em primeiro lugar, está fundamentado na pedra que é Cristo Jesus, nosso Sumo Sacerdote.

2. Distinguindo “a pedra”, que é Cristo, de “pedras vivas” que são os crentes.
Se Cristo é a principal pedra de esquina, os crentes são as pedras vivas constituídas no grande edifício (1ª Pe 2.4). Todos os membros da Igreja de Cristo são pedras vivas edificadas sobre a Pedra Angular - Jesus, o Cordeiro de Deus.

Essa metáfora bíblica ilustra a doutrina fundamental do sacerdócio universal dos crentes. Deus nos vê como sacerdotes, ministrando em sua presença. Somos ministros de um templo espiritual. E cada “pedra viva” constitui esse edifício.

Por isso, você é chamado para ser um sacerdote nestes dias difíceis. Essa escolha foi feita no Calvário, mediante o sacrifício apresentado pelo Sumo Sacerdote Perfeito. Portanto, os requisitos para a escolha desse ofício não estão baseados na etnia ou em qualquer outra distinção humana; mas na graça de Deus, por meio da fé em Cristo Jesus (Ef 2.8). Como sacerdotes de Cristo, temos acesso ao trono da graça.

V. O MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO

1. O santuário terrestre.
No santuário terrestre, o Tabernáculo, as atividades litúrgicas eram executadas em três lugares: o Pátio (Átrio), o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. O Pátio era descoberto, mas o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo achavam-se cobertos. A mobília que compunha o Lugar Santo era constituída do Castiçal de Ouro, da Mesa dos Pães da Proposição e do Altar de Incenso. Toda essa imagem tem uma relação especial com o ministério sacerdotal de Jesus Cristo no Santuário Celestial (Jo 6.35; 17.1-26; Hb 7.25).

2. O santuário celestial.
Esse santuário pode ser identificado com o Tabernáculo que não foi feito por mãos humanas (Hb 9.11). É o lugar onde Deus habitará com os homens para sempre (Ap 21.3). Cristo Jesus garantiu-nos essa bênção quando, na consumação de seu sacrifício, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo. Assim, o caminho para o Tabernáculo Celestial foi aberto; nosso acesso já está garantido.

3. O sacrifício perfeito de Cristo.
A Palavra de Deus mostra que o sacrifício de Jesus Cristo foi suficiente e eterno (Hb 9.24). Não era preciso passar repetidamente pelo Calvário para garantir-nos a redenção eterna. Bastou um único sacrifício!

Diferentemente do sacrifício antigo, que era parcial, o de Cristo foi definitivo e perfeito. A Bíblia declara que Nosso Senhor, “na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26). Que mensagem maravilhosa! Que palavra consoladora!

CONCLUSÃO.
Uma vez que o Tabernáculo mosaico passou, temos agora um santuário maior, um sacrifício suficiente e uma salvação definitiva. Na Aliança Antiga, as pessoas comuns não tinham acesso direto ao Santo dos Santos; na Nova Aliança, qualquer pessoa, independente de etnia ou classe, mediante Cristo Jesus, pode entrar na presença de Deus pelo novo e vivo caminho (Hb 10.20).

Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2019 – CPAD.

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