Para compreendermos melhor a
Escatologia Bíblica (doutrina das últimas coisas), é necessário fazermos uma
introdução apocalíptica, assim entenderemos melhor os acontecimentos a respeito
do fim dos tempos.
O termo apocalipse do grego “apokalypsis”; no latim é “Revelatio”,
que significa ação de tirar para fora, revelar o que está oculto. (De “Apo”,
longe de, e “Kalyptõ”, ocultar).
A Bíblia é um livro cuja
interpretação é considerada difícil. Muitos estudiosos a utilizam para
edificação; outros, porém, para apresentar teses contraditórias. Esta confusão
deve-se em grande parte, ao fato de não se levarem em conta os gêneros
literários existentes no Livro Sagrado e também sabermos que ela foi revelada a
seres humanos que embora iluminados pelo Espírito Santo, utilizavam os meios de
expressão de sua época e de suas regiões. È necessário, portanto, para o
interprete contemporâneo retroceder no tempo e procurar ambientar-se com as
circunstancias nas quais os autores bíblicos receberam a revelação, ao comporem
seus escritos.
O Apocalipse traz a “revelação de Jesus Cristos” para os
últimos dias. Portanto Seu verdadeiro
autor é o Filho de Deus. Ele é o testemunho apocalíptico. As palavras
proféticas (1.3) deste livro (22.7, 18, 19) contêm o testemunho de Jesus, que o
“pneuma” (espírito) da profecia
(19.10).
Deus é o Senhor de todo espírito
de profecia (22.6); sendo assim, Cristo é o possuidor dos sete espíritos de
Deus (3.1). Diante deste testemunho do Apocalipse, podemos observar que o
instrumento escolhido por Deus para receber a revelação foi o seu servo João,
que obteve o testemunho através de anjos (1.1), quando estava na prisão na Ilha
de Patmos (1.9).
O Apocalipse, por sua natureza
histórico-profética, é dos mais fascinantes livros até hoje divulgados. O fato
de tratar-se de uma “revelação de Jesus Cristo” indica que com todos os fatos e
acontecimentos ali expostos estão na pessoa de Cristo, como motivo central do
livro. Portanto, faz-se necessário o estudo sistemático a fim de conhecerem a
linguagem simbólica e as predições de uma catástrofe que alcançará os
pecadores, nestes últimos dias, ao mesmo tempo em que descobrirão no plano
sobrenatural para os fiéis seguidores de Cristo.
Observemos ainda que cada grupo
de sete é precedido por uma introdução. As perícopes do autor (ex. 8.3) devem
ser consideradas pelo leitor com trechos intermediários. Notemos ainda que os
grupos de sete são homogêneos; somente dois são interrompidos em seu
desenvolvimento: precisamente a visão dos selos, num só caso (Ap 7.1-17) e a
visão das trombetas duas vezes (8.13; 10.1-11).
O algarismo sete representa o
número da perfeição, deparamos ainda com outros registros de sete, como: sete
espíritos de Deus, isto é, sete lâmpadas que ardiam diante do trono,
representando o Espírito Santo em Sua operação sétupla (4.5), sete cabeças da
besta que o autor viu subir do mar e que representam os sete montes, os sete
personagens e os sete reis (13.1; 17.9-10); e ainda as sete bem-aventuranças, a
primeira das quais está no primeiro capítulo (1.3) e a última no capítulo
(22.14). O simples registro do uso do número sete demonstra que Deus tem um
plano para cada figura e para cada símbolo que aparece nas páginas do livro de
Apocalipse.
Pr. Elias Ribas
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