Qualquer pessoa
que leva a sério o envolvimento no ministério e não fica só na teoria deve
estar disposto a enfrentar a tensão que o teólogo Bruce e Shelley chama de
“mãos cheias”. Em uma mão temos a responsabilidade de permanecermos fiéis à
Palavra de Deus. Na outra, temos a responsabilidade de ministrar para um mundo
em constante transformação. Embora, muitos cristãos não se dispõem a viver com
esse tipo de pressão e se isolam em um dos dois extremos.
Algumas igrejas,
por temerem infecções mundanas, isolam-se da cultura do mundo atual. Ainda que
a maioria das igrejas não se isole tanto quanto os menonitas conservadores dos
Estados Unidos, que se recusam até a andar de carro, muitas igrejas acham que
os anos 50 foram a era dourada e estão determinadas a manter suas congregações
naquela época. O que eu admiro nos menonitas é que pelo menos eles são
honestos. Eles admitem abertamente que escolheram preservar o estilo de vida do
século 19. Por outro lado, as igrejas que tentaram perpetuar a cultura dos anos
50 negam que o fazem, ou tentam provar com alguns versículos que estão fazendo
o que era feito na igreja neotestamentária.
Existem também
aqueles que, com medo de estar fora de moda, infantilmente imitam as últimas
novidades e tendências. Na sua tentativa de se aproximar da cultura atual,
comprometem a mensagem e perdem o sentido de separados.
Há uma maneira de
ministrar em nossa cultura sem comprometermos nossas convicções? Creio que sim,
Jesus nunca rebaixou os Seus padrões, mas sempre começou de onde estava. Ele
era contemporâneo sem comprometer a Verdade. O Senhor Jesus atraiu multidões e
nunca comprometeu a Verdade. Ninguém o acusou de pregar uma mensagem “água com
açúcar”, exceto os zelosos sacerdotes que o criticavam por inveja, (Mc 15.12).
Francamente, suspeito que esta mesma inveja ministerial ainda motive alguns
líderes.
Os costumes e hábitos
humanos mudam conforme a época, e nós também mudamos e a nossa cultura também
muda com o passar dos anos e esta mudança sendo sadia não vai comprometer a
nossa salvação. Podemos ensinar a Palavra do Senhor com a nova tecnologia e
nova cultura sem mudar a parte doutrinária da Sua Palavra. Mudança significa
sinal de crescimento espiritual e não de mundanismo. Ser mundano é concordar
com o pecado, ou seja, esconder o pecado como fez Acã. Mas mudar a cultura não
compromete a sã doutrina bíblica.
Concluímos,
então, que o verdadeiro ministro deve ensinar com brilho e sem comprometer o
evangelho de Cristo. Deve ter uma postura doutrinaria, sem radicalizar para não
perder a graça de Deus e sem abrir as portas para o mundo, para que os crentes
fracos venham dar ocasião à carne.
Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau – SC
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