TEOLOGIA EM FOCO: A FALSA DOUTRINA DO FARISEUS

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A FALSA DOUTRINA DO FARISEUS


[....] Os falsos ensinos sempre são apresentados de maneira sutil, às vezes agradável e, não raro, como ilustrações bem trabalhadas para persuadir o ouvinte. As filosofias também são usadas de forma eloquente  critica e, muitas vezes de modo desrespeitoso contra a Palavra de Deus. É preciso extremo cuidado com, os falsos ensinos, quando são em partes travestidos de verdade. Os colossenses receberam solenes advertências contra as seitas e as heresias de seu tempo” [RENOVATO Lições Bíblias. P. 28].


I.        FILOSOFIAS E AS VÃS SUTILEZAS

“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8).

Paulo tem um cuidado especial com os falsos ensinos que não produzem uma verdadeira fé. Ele adverte a igreja de colossos contra as filosofias, as vãs sutilezas, que são ensinos ou tradições humanas e não segundo Cristo.

1. Ninguém vos faça presa sua. O significado de “presa revela o que acontece, ainda hoje, com os adeptos das seitas farisaicas. O verbo grego “Sylagogeo”, levar como despojo, prisioneiro de guerra, sequestro  roubo, descreve o estado espiritual dos que seguem os falsos mestres. Um dos objetivos dos promotores de heresias é escravizar as suas vitimas para terem domínio sobre elas (Cl 2.18; Gl 4.17). Hoje muitos estão nos grilhões dos falsos mestres como verdadeiros escravos.

2. Por meio de filosofias. Não há indícios de que o apóstolo esteja fazendo alusão às escolas filosóficas da Grécia. As filosofias de que Paulo trata são conceitos humanos, contrários à doutrina e a ética cristã. Qualquer sistema de pensamento, ou disciplina moral, era naqueles dias chamados de “filosofias”.

Paulo usa uma ilustração muito clara para nos avisar contra falsos mestres. Ele afirma que tais elementos estão tentando “capturar” os crentes através de filosofias humanas e tradições. Paulo havia referido aos crentes como tendo sido “libertos dos poderes das trevas e trazido para o reino de Deus. Agora, ele enfatiza os falsos mestres que estão tentando levar os crentes de volta à prisão em contraste com Colossenses 1.23: “Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro”.

3. Vãs sutilezas. A palavra vã no grego “kenos” significa vazio, vão, destituído de verdade e riqueza espiritual, de alguém que se vangloria de sua fé como uma posse transcendente, ainda que seja sem os frutos da fé.

O conhecimento daqueles hereges procedia do seu pensamento filosófico, e das discussões e elucubrações dos famosos mestres seculares da época e também mentores religiosos cuja sabedoria afastava o povo de Deus (Cl 1.10).

Engano e sutileza, nesse contexto, significam a mesma coisa. A palavra grega usada para sutileza é apate, isto é “engano” (Ef 4.22), “sedução” (Mt 13.22). É usada para referir-se a pessoa de conduta enganosa e embusteira que levam outras ao engano. É mediante tais recursos que os mestres do erro conduzem suas vítimas ao desvio. Tais sutilezas impedem as pessoas de verem a verdade e como conseqüência, torna-se cativas das astúcias de Satanás.

[...] Paulo advertiu os colossenses ao cuidado de não se fazer presa de tais ensinos (Cl 2.8), por meio de filosofias, tradições, e vãs sutilezas que destacam a importância do homem acima de Deus. O ensino do humanismo colocando o homem no centro de tudo no mundo; exclui a Palavra de Deus e ao próprio Deus de seus arrazoados. Em outras palavras, o humanismo endeusa o homem. [RENOVATO. Lição Bíbliac 3º trimestre 2004. P. 29].

Hoje, uma das maiores ameaças teológicas contra o cristianismo bíblico é o humanismo secular e suas filosofias. Paulo demonstrou que não há qualquer razão para o cristão desviar da verdade que há em Cristo, pois Ele encera em si mesmo dizendo: “toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9), não havendo necessidade de buscar outro salvador e nem outro meio de salvação. O Senhor da Igreja é Cristo Jesus, pois foi Ele que quebrou todas as tradições; porque vamos colocá-las de novo para tropeço dos que querem chegar ao conhecimento da Verdade?

4. Adoração Vã. Adorar ao Deus certo da maneira errada; Tradições forjadas pelo homem. Ex: Associação com líderes religiosos; Orgulho, vaidade, egoísmo, presunção; Ausência da clara evidência da natureza de Deus.

5. Os rudimentos do mundo. A palavra “rudimentos” do gr. stoicheion que significa corpos celestes, seja como componentes dos céus ou porque supunha-se residir neles. A expressão “rudimentos do mundo” é repetida no v. 20 e refre-se ao ordenança religiosas anti-bíblicas ensinadas naqueles dias (vv. 20-23). Nas falsas crenças da Astrologia da época, a expressão “rudimentos do mundo” era também empregada em referências aos astros sendo habitação de espíritos governantes do universo. Paulo advertiu os colossenses quanto a esses falsos ensinos que fomentavam a adoração a outros elementos da natureza.

II.     LEGALISMO DOS FALSOS MESTRES

“E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo,  tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2.11-14).

Os falsos mestres estavam usurpando a autoridade apostólica e bíblica, mas acima de tudo estavam desfocando a Pessoa de Jesus Cristo. Os Colossenses em Cristo estavam sendo julgados como se lhes faltassem alguma coisa. Mas em Romanos 8.1 o apóstolo Paulo declara, “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” Cl 2.14 “encravando-o na cruz”.

“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17).

O texto traça dois aspectos do “julgamento” que implicava insuficiência à obra de Cristo: proibições e exigências não bíblicas.

1. Proibições: Comida e bebida. Essas autoridades estavam estabelecendo listas de regras alimentares. De forma mais geral, estavam proibindo certos alimentos, talvez baseados nas leis do VT (Lv 11.1-23). Mas na Nova Aliança ficou claro que Deus declarou tudo limpo. Não é comida ou bebida que vai tornar o homem aceitável diante de Deus. A Timóteo Paulo declara: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1ª Tm 4.1-5).

Não é diferente hoje, pois muitas igrejas através dos falsos mestres têm levado o povo de Deus de volta para o passado, para as sombras (vs. 17) da Velha Aliança. Como se comer só legumes fosse mais espiritual que os outros.

2. Exigências: dia de festa, lua nova, sábados. Os ebionistas pregavam aos cristãos gentios que estes deviam submeter-se a lei de Moisés, bem como a circuncisão e as leis alimentícias. Naturalmente os ebionistas detestavam os ensinos de Paulo, e rejeitavam as suas cartas.

Nas suas cartas, Paulo combateu os judaizantes de forma contundente, principalmente nas cartas aos Romanos, aos Gálatas e aos Colossenses. Os ebionistas de hoje ainda acreditam que é necessário guardar o sábado. Contudo não percebem que o sábado é uma aliança de Deus com Israel e não com a igreja. Ninguém que estuda as cartas de Paulo pode continuar sendo um ebionista. Eles colocam um jugo sobre o povo, padrões não- bíblicos para ordenar sua vida com Deus através de observância de certos dias, celebrações, ritos etc. Provavelmente um sincretismo com a fé judaica e religiões pagãs. De novo, nada disso vale para santificar o homem. São sombras, mas o verdadeiro, a substância (ou “o corpo”) já veio, em Cristo Jesus. O Escritor aos Hebreus declara dizendo: “Visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das cousas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem” (Hb 10.1). Por que voltar para a sombra quando a realidade está aqui?

III.  HOMENS DE MENTES CARNAIS

“Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildemente e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal” (Cl 2.18).

1. Árbitro. No no gr. katabrabeuo, significa ato de decidir contra alguém; defraudar ou enganar sobre o prêmio da vitória; privar da salvação.

2. Falsas visões. Falsas revelações, visões, sonhos como se Deus estivesse lhes revelando. Toda a revelação que vai contra as Sagradas Escrituras, é uma falsa revelação, ou seja, da mente humana, ou do próprio diabo.

Paulo menciona “pretexto de humildade” e até “culto aos anjos”, mostrando até onde pessoas podem tentar impressionar outros através da religiosidade com objetivos de lograr interesses pessoais.

[...] Os falsos mestres ensinavam que era preciso reverenciar e adorar os anjos, como mediadores, para ter comunhão com Deus. Para Paulo, invocar os anjos seria substituir Jesus Cristo como cabeça auto-suficiente da Igreja (v. Cl 2.19). Hoje, a crença de que Jesus Cristo não é o único intermediário entre Deus e o homem é posta em prática na adoração e oração a santos mortos, como padroeiros e mediadores. Essa prática despoja Cristo de sua supremacia e centralidade no plano redentor de Deus. Adorar e orar a qualquer pessoa que não seja Deus Pai, Deus Filho ou Deus Espírito Santo são práticas anti-bíblicas, e por isso devem ser rejeitadas [Comentários da Bíblia de Estudo Pentecostal].

Espiritualidade demais é carnalidade. Não se iluda! Pessoas que, por exemplo, contam experiências espirituais absurdas ou milagres que nunca aconteceram, manipulando o louvor alheio em relação à sua espiritualidade, mas no fundo são carentes e doentes. São pessoas que se distanciam da essência do evangelho e agarram-se de forma doutrinária e estilos de moveres e visões. A principal característica de um pseudo-ministro é tentar forçar ou doutrinar o avivamento por meios de sutileza.

3. Enfatuado. A palavra enfatuado no gregro “eike”, significa em vão. Todo o ensino que é contrario a ortodoxia bíblica e exalta o homem é consideramos vão, vazio. Porque Deus não aceita aquilo que contraria Suas doutrinas. As Tradições, regras humanas e ensinos gnósticos são considerados vazios para o Senhor Jeová, pois elas satisfazem na verdade o homem e não a Deus.

4. Na sua mente carnal. “Na sua mente carnal”, ou seja, estes homens são carnais. Seus ensinos parecem serem de Deus, ensinam com muita humildade, mas são carnais e de nada serve. Mas por quê? Porque pregam suas idéias conforme as tradições humanas e não segundo as Escrituras. Porque ensinam como se Deus estivesse lhes dizendo. Tomam o lugar de Deus, ao invés de deixar o Espírito Santo atuar e com isso demonstram espirituais que todos.











IV.  MORTOS COM CRISTO

“E não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro” (Cl 2.19-21).

1. Uma nova vida em liberdade. Os falsos mestres de Colossos não estavam ligados “à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras vai crescendo em aumento de Deus”. Toda heresia tem essa origem: o desligamento da “Cabeça”, que é Cristo.

2. Vencendo o legalismo. “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, a qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.14).

[...] As ordenanças não se limitavam à observância de dias santificados, ou práticas alimentares. Ordens e comando eram dados em termos de “não toques, não proves, não manuseies” (Cl 2.21). É evidente que a vida cristã tem suas regras de conduta moral e normas a serem observadas em termos de decência e postura, mas só devem ser consideradas e obedecidas se tiver embasamento bíblico. O equilíbrio é indispensável quanto a normas e recomendações. [RENOVATO. Lições bíblicas. 3º Trimestre de 2004. P. 35].

Paulo enfatiza que a salvação é completa em Cristo; uma vez em Cristo, nada mais é necessário.

V.     EXORTAÇÃO CONTRA AS TRADIÇÕES HUMANAS

“Segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso se destroem. As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade e em disciplina do corpo, todavia não têm valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2.22-23).

[...] Após a solene proclamação da vitória de Cristo e de seus servos sobre os poderes malignos. Paulo confronta de modo direto os falsos ensinos sobre o ascetismo gnóstico. Os ensinos dos hereges têm na verdade:

1. Segundo as tradições dos homens.

Os crentes de Colossos estavam sendo alvo dos hereges que, a pretexto de humildade, ou de santidade, queriam obrigá-los a ficar sob o jugo de ordenanças carnais, forjadas para manter seus seguidores presos aos seus ensinos. Em lugar da verdadeira doutrina que tem origem no Evangelho de Cristo, os hereges procuram sobrecarregar os incautos e crédulos com “doutrinas que são mandamentos de homens (Mt 7.7)”. [RENOVATO. Lição Bíblica 3º trimestre 2004. P. 33].

Paulo refere-se a um sincretismo de elementos cristãos, judaicos e gnósticos: angelolatria, ascetismo, tradições, que opunham ao evangelho. São “certos ensinos de auto-salvação” (tradições), que são baseados em preceitos e ensinamento de homens os quais estavam transtornando o evangelho deixado por Jesus. Trata-se de tradições humanas ao passo que o evangelho veio do céu.

São grupos que surgiram de uma religião principal e seguem as normas de seus líderes ou fundadores e cujos ensinos divergem da Bíblia. São uma ameaça ao evangelho e problemas para as igrejas que seguem a verdade bíblica.

Muitas igrejas, infelizmente, têm sido influenciadas, pelo secularismo, especialmente em seu aspecto organizacional e litúrgico.

2. Falsa Religiosidade. 


“...aparência de sabedoria....”, (no gr. sophia) significa a sabedoria que pertence aos homens, conhecimento de coisas humanas adquirido pela sutileza. Tinham apenas aparência, mas seus ensinos eram puramente humanistas.

“...como culto de si mesmo...” no gr. “Ethelothreskeia”  que significa “adoração voluntária, arbitrária; adoração que alguém prescreve e impõe sobre si mesmo, contrária a essência e natureza da fé que deve ser dirigida a Cristo; dito do zelo mal orientado e prática dos ascéticos”.

“... falsa humildade...” do gr. “Tapeinophrosune”, ter uma opinião humilde de si mesmo; modéstia, humildade, submissão de mente. Uma humildade falsa, enganosa, uma falsa religiosidade.

[...] Os hereges utilizam o pretexto da humildade para escravizar as pessoas, dominando-as “a seu bel prazer” a fim de mantê-las sob suas rígidas regras ascéticas. Trata-se, pois, de falsa humildade, hipocrisia desses falsos mestres. A genuína humildade é uma das virtudes principais que nos guarda do orgulho, da soberba e da presunção. A Bíblia inteira fala do valor da humildade para a vida espiritual. O cristão humilde é sempre cheio da graça de Deus. [RENOVATO. Lição Bíblica 3º trimestre 2004. P. 34].

3. Seus ensinos são para satisfação da carne. “...mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” ou “rigor do corpo”, “grande severidade para o corpo” (v, 23), que no gr. “doapheidia – soma”. Em outra tradição diz: “sensualidade”. A palavra “sensualidade”. no gr. é “plesmone” que significa “saciar os desejos da carne; indulgência da carne.

Paulo via pela revelação do Espírito Santo, que os falsos ministros entravam nas igrejas cristãs, com aparência de humildade, com sabedoria e devoção voluntária, mas não ensinavam a doutrina bíblica senão severidade para o corpo, ou seja, doutrinas de homens, mas não tem valor algum, senão para satisfação do corpo.

A carne isola o homem de tudo que é espiritual (Rm 8.8) e engloba todas as formas de arrogância. Sempre que o “eu” aparece em oposição a Deus, ali está a carne.

[...] Este tipo de problema, porém, não acontecia somente na Igreja do Novo Testamento. Há ministros hoje que cumprem mandamentos humanos com grande dedicação. Embora estes ensinamentos tenham a aparência de sabedoria, eles na realidade, são apenas demonstrações de orgulho pelo que não podem mudar as atitudes do coração. [GIBBS. P. 76].

Porém uma coisa é certa: todo mundo que enfatiza demasiadamente um perfil externo de santidade, normalmente, está compensando debilidade morais internas. Está foi a síndrome dos fariseus que apesar de toda a religiosidade que demonstravam, não produziam frutos de arrependimento. A incoerência entre a vida interior e a exterior, entre a santidade e a religiosidade, expressam a face do procedimento com uma ardilosa infiltração satânica na igreja.

Não devemos confundir santidade com religiosidade e muito menos subestimar o poder sedutor da religiosidade. Deus é santo e o diabo é religioso.
Por mais que ritos culturais e práticas externas de santidade tem um poder de impressionar, não devemos deixar nos manipular por estas “sombras”.

[...] Paulo demonstra que aquelas ordenanças, ou exigências que tinham na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária e humildade, mas não tinham valor espiritual que os falsos mestres alegavam. No máximo, o que poderia ter era algum valor (para satisfação da carne, ou seja, tais ordenanças não passavam de meios e formas de apresentar um comportamento que satisfizesse os interesses humanos e carnais dos mestres hereges. A Verdadeira santidade volta-se para Deus. As falsas religiões utilizam-se de regras e mais regras para escravizar seus adeptos. O cristão, no entanto, já liberto da escravidão do mundo visível e do mundo invisível por nosso Senhor Jesus Cristo. (RENOVATO. Lições Bíblicas. 3º trimestre de 2004. P. 35).

Um dos frutos da carne é a heresia e as facções, que provocam dissensões, discórdia, iras, porfias, inimizades (Gl 5.19), levando o homem para a morte (Rm 8.6), sendo que os que se inclinam para as coisas carnais e banais tornam-se inimigos de Deus e não podem agradar a Deus (Rm 8.7-8), mas andam segundo a carne e não tem o Espírito de Deus (Rm 8.9), e caminham para a morte (Rm 8.13).

4. Valorizam a autodisciplina. Paulo declara que o ato de vestir, em si, não é problema moral, mas a nossa atitude pessoal sobre o que veste, pode levar ao injusto julgamento. Existem “ministros” que só pregam disciplina do corpo baseados em preceitos de homens, dizendo que é doutrina e ainda dizem que tem o dom de exortar.

[...] Não se deve confundir “exortar” com aspereza no púlpito, ou com desabafos pessoais inoportunos, impensados e imprudentes. Exortar no original grega é assistir, confortar, admoestar (ensinar), encorajar as pessoas. A exortação deve ser com longanimidade e doutrina (2ª Tm 4.2), exortar com amor e sem torcer a Palavra, é encorajar os que ouvem”. [RENOVATO. Lições Bíblicas 3º trimestre de 2005. P.25].

Deixar de ensinar as doutrinas de Deus para ensinar doutrinas humanas. Usar a sutileza e o nome de Deus em vão. È falta de temor e reverência ao Santo Criador.

Devemos saber que os falsos mestres não ensinam as doutrina bíblica, mas valorizam mais o que usamos e comemos do que os valores éticos e morais.

Quando as regras denominacionais são pregadas e utilizadas com medida de justificação, estão sendo utilizadas, na verdade para ocultar a cruz de Cristo, se convertendo em um tipo de feitiço.

As leis humanas são enganosas porque aparenta ser boa e exalta um aspecto de muita espiritualidade. Por isto é um feitiço tão poderoso. Cada vez que justifico minhas ações ou crenças seguindo as regras humanas, estou confiando na carne e com isto me distancio da justiça que se recebe pela fé.

Viver debaixo da opressão do legalismo apenas produz barreiras e escravidão. Na verdade, não se pode viver desta forma sem ter que enfrentar sérias conseqüências.

Os falsos mestres de hoje, impõe um alvo incorrespondível de exigência resultando em culpa e condenação. Todo sistema, cria uma atmosfera de ameaças e imposição que destrói a auto-estima e incentiva o medo e a auto-condenação aprisionando muita gente num falso padrão de espiritualidade.

Um falso líder torna-se fanático, suas regras são sempre rígidas e incompreensivas, impõe duras penas tradicionais religiosas e regras sociais. Estas pessoas têm uma tendência obsessiva de reger minuciosamente seu comportamento, exigindo dos outros o mesmo padrão de comportamento.

Desta forma, muitos crescem com uma íntima convivência de amargura. Passam a viver subjugado a este sistema medíocre, impondo-o também a outros sob pesadas exigências. Despercebidamente, a pessoa migra do Evangelho de Jesus para o seu próprio evangelho, idolatrando seu sistema de regras. Com isso o ministro fanático usa puramente sua sistemática e não a graça como ferramenta que deve causar a transformação necessária nas pessoas. Ao invés de confiar na unção que flui pelo exemplo, investido nos relacionamentos e na unidade ele prefere uma ostensiva imposição. A oração é substituída por secas cobranças. Age com violência, forçando a barra ao invés de confiar no agir de Deus. Desta forma contrai um estilo de vida espinhoso e ferino, onde os conflitos de relacionamentos serão predominantes.

Quanto mais este falso conceito se avantaja, tanto mais a fé na graça de Deus é destruída, impedindo-o de entregar sua sobrecarga a Jesus.

O aspecto fatal do é que ele aprendeu a usar a autoridade de forma destrutiva. Sua alma enferma o impede de assimilar e construir leis sadias em relação ao universo que convive.


Pr. Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC



FONTE DE PESQUISA:
1.       ELINALDO RENOVATO. Lições Bíblicas, 3º trimestre de 2004, Editora CPAD. Rio de Janeiro RJ.
2.       CARL GIBBS B., Doutrina da Salvação, 2ª edição – EETAD. P. 76.
3.       ELINALDO RENOVATO. A defesa de um ministério frutífero. Lições Bíblicas, 3º trimestre de 2005. Editora CPAD. Rio de Janeiro RJ.


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