“E, depois destas coisas, vi
descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a
sua glória. E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande
Babilônia e se tornou morada de demônios, e abrigo de todo espírito imundo, e
refúgio de toda ave imunda e aborrecível!” (Vs. 1 e 2).
No capítulo 11, quando o anjo tocou a
sétima trombeta ouviu-se no céu um cântico de vitória declarando que: “Os
reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
para todo o sempre.” (Ap 11.15). Antes da
descrição da grande meretriz vem a declaração da queda dela (14.8). No
capítulo 17 já vimos que o aspecto religioso do império anticristão, a “mãe das
meretrizes”, que será destruída pelos dez reis da terra e pelo Anticristo (Ap 17.16). Aqui no capítulo 18, a grande cidade, Babilônica,
ou seja, o império anticristão, em sua grandeza política e econômica, é julgado
por Deus pela maldade que causou aos santos e apóstolo do Senhor. “Por isto em um
só dia sobrevirão os seus flagelos, morte pranto e fome, e será consumida no
fogo, porque poderoso é o Senhor Deus que a julgou” (Ap 18.9).
1. João vê outro
anjo. “E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha
grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória.” (V. 1).
Após João contemplar
as características da Babilônia espiritual no capítulo 17, agora ele vê outro
anjo, que sai do trono de Deus, enquanto que a besta surge do abismo (v. 8). O
anjo desce do céu e tem grande
autoridade para confirmar a sentença contra a Babilônia. Quando o anjo
desce, João vê que o seu brilho iluminou a terra com a Sua glória:
Deus é a verdadeira luz, e a sua glória ilumina (21.23; 1ª Jo 1.5). Pelo
evangelho revelado, a glória de Deus traz iluminação (2ª Co 4.4-6; Ef 1.17-18).
Aqui, então, aguardamos uma declaração de Deus que trará boas notícias aos
servos fiéis.
2. A queda da Grande cidade. “Então,
exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou
morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de
todo gênero de ave imunda e detestável” (v. 2).
O anjo exclama com grande voz a
queda da grande Babilônia. O primeiro “caiu” refere-se ao mistério da
prostituição do capítulo 17, ao falso culto pagão e o segundo “caiu”, à “grande
Babilônia”, onde este sistema é executado na prática.
A igreja, a Noiva do Cordeiro
(Ap 19.6,7), imaculada (2ª Co 11.2), igreja de Cristo (Ef 5.32), é a habitação
de Deus (Ap 21.3), enquanto a Babilônia, a grande Meretriz torna-se habitação
de demônios e aves imundas, símbolo dos demônios (Mt 13:31-32).
Nos capítulos 17 e 18 do Apocalipse, Babilônia aparece em duplo
sentido em cada secção: a primeira é vista do sentido político e religioso;
enquanto que a segunda é contemplada do ponto de vista literal e comercial. No capítulo 17, Babilônia era a grande
meretriz, a religião apóstata. Agora, no capítulo 18 é descrito a
queda da Babilônia, a
cidade da luxúria, a morada dos demônios.
Do modo como foi destruída a
Antiga Babilônia (a cabeça de ouro da estátua (Dn 2)), por causa das suas
abominações, assim também é anunciada a queda da Babilônia mística, o grande
poder político mundial anticristão ligado à religião mundial unificada,
a falsa igreja, liderado pela primeira besta. (Ap
13.11.10).
A Babilônia é o sistema do
mundo que se opõe contra Deus em todas as épocas. É um símbolo da rebelião
humana contra Deus.
3. O vinho da ira. “Pois
todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se
prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à
custa da sua luxúria” (v. 3).
O profeta Daniel nos informa que
na noite da invasão Medo-Persa sobre a cidade de Babilônia, “o rei Belsazar deu
um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil.”
(Dn 5.1). Na babilônia comercial e política, descrita neste capítulo, as mesmas
coisas do passado serão praticadas, no que diz respeito a vida dissoluta:
prostituição, comércio desonesto feitiçaria e idolatria.
A Grande Babilônia que significa
grande confusão ou pandemônio, é uma figura de iniquidade religiosa, ou seja,
uma comunhão de credos, doutrina de homens, filosofias, dentro da própria cristandade,
liderada, ecumenicamente pelo falso profeta (Ap 17.9 comp. 1ª Pe 5.13).
Todo os teólogos concordam que está cidade é Roma. Suas falsas doutrinas constituem o vinho da sua
prostituição com o qual embriaga as nações da terra. As falsas doutrinas são
comparadas ao vinho porque entorpecem a mente e, assim, afetam a capacidade de
discernir e de raciocinar de uma pessoa. Tal como o vinho, as falsas doutrinas
retiram da pessoa sua capacidade de discernir o erro. Mas o vinho da Babilônia
é chamado de “vinho da ira”. O vocábulo grego “thumos” significa ira, ódio, raiva. É uma raiva criada pelas falsas
doutrinas. Assim, quando os reis da terra bebem deste vinho, são instigados
pela cólera a irem contra os que não concordam com as heresias. Por isso a
Babilônia é vista como uma mulher que deu de beber e embriagou a todas as
nações com o vinho de sua fornicação, o equivale dizer: arrastou á idolatria
(Jr 51.7).
Este sistema religioso e
econômico da Babilônia contaminou toda a terra. Esta meretriz embriagou as
nações, levando as pessoas a adorarem o dinheiro e se prostrarem diante de
outros deuses. Os homens tornaram-se mais amantes dos prazeres do que de Deus
(2ª Tm 3.4). Exemplo: o amor ao dinheiro é o maior senhor de escravos do mundo,
isto é, ao deus mamom, que é uma “idolatria que mata” (Sl 115.4-8). O pecado da
idolatria está associada a curvar-se diante de imagens, assim como amar o
dinheiro (1ª Tm 6.10).
4. Retirai-vos dela.
“Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes
cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (v. 4).
Antes que as poderosas palavras
de juízo se cumpram sobre esta Babilônia, outra voz brada do céu – a voz de
Deus: “Retirai-vos dela, povo meu...”. Assim
como Ló foi chamado para fora de Sodoma, antes que ela fosse destruída por fogo
e enxofre (Gn 19.14-29), da mesma forma o povo de Deus que está em Babilônia é
dirigido por uma voz que vem do Céu dizendo-lhe para sair dela, antes que ela
caia.
O profeta Isaías 52.11, quando descreve
sobre o fim do cativeiro dos judeus, onde Deus promete trazer o Seu povo remido
de volta para Sião, mas exige que venha sem a impureza e a idolatria praticada
por seus opressores.
Paulo emprega a mesma linguagem
em um apelo à santidade (2ª Coríntios 6.14 - 7:1). Para ser o povo de Deus e
manter e gozar a comunhão com o Senhor, é necessário ser santificado. Esta
santidade é oposta à imundícia e à luxuria da meretriz.
Quando a velha Babilônia do rio
Eufrates estava perto de ser destruída pelos juízos de Deus, o Senhor enviou a
Seu povo (Israel), que nela ainda estava, um solene aviso através do profeta
Jeremias dizendo: “Fugi do meio da Babilônia...” (Jr 51.6).
O Senhor Deus dá uma oportunidade para aquelas pessoas
bem-intencionadas e demonstram sua sinceridade obedecendo à ordem de Deus de
sair de Babilônia (a falsa igreja) antes de sua destruição, pois aqueles que se recusarem a separar-se de Babilônia e de seus
pecados serão destruídos com ela.
Sair da Babilônia significa abandonar
suas práticas pecaminosas, não ser enganado por suas tentações e seduções para
que não se torne cumplice de seus pecados.
Deus tem, e sempre teve, um
povo em Babilônia. Quantas criaturas sinceras e boas, cujos sentimentos estão
voltados para Deus, estão aprisionadas pelas amaras das tradições e enganos que
lhes oferece a “Babilônia” dos nossos dias? Portanto, cabe a nós hoje, trazer
um conselho de advertência para aqueles crentes sinceros que estão em
babilônia: “Fugi do meio da Babilônia”.
5. O castigo que a
Babilônia receberá. “Dai-lhe em retribuição como ela retribuiu, pagai-lhe
em dobro segundo suas obras, e no cálice em que ela misturou bebida, misturai
dobrado para ela” (v. 6).
A cidade usada para corromper as nações e levar ao mundo
todo o tipo de falsa religiosidade receberá o castigo de Deus.
Esses reis são os políticos que se comprometeram com as
obras do maligno, a idolatria pagã, o materialismo, a luxuria, receberão um
castigo dobrado com ela.
Terrível é o dano produzido pela falsa igreja simbolizado
por Babilônia ou Roma. Incalculável, mais terrível, ainda, é o castigo eterno,
com tormento e pranto, reservados para os que servem este sistema religioso.
6. Assentada como
rainha. “Quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em
igual medida tormento, pranto, por diz consigo mesma: Estou sentada como
rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de ver! Por isso, em só dia,
sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo,
porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou” (
Ap 18.6-8).
No capítulo 17.3, ela está assentada sobre a besta, enquanto
que aqui ela está sentada como rainha. Agora ela está sendo julgada pela
sentença divina: “pagai-lhe em dobro”.
Ela se orgulha de não ser viúva
e jamais será abandonada, mas de ser rainha soberana por estar exercendo
domínio sobre sete montes (Ap 18.7), no entanto, o domínio da grande cidade foi
proporcionado pelo dragão que deu o seu poder à besta (Ap 13.4). Seu desejo sempre foi reinar sobre todos povos.
Orgulhosa, ela pensa que está assentada não somente em um lugar elevado, mas
também seguro. Tem grande capacidade de comando sobre muita gente.
Essa rainha sempre
ostentou sua riqueza, seus banquetes, suas festas, seu orgulho, seu culto de si
mesmo que é abominável para Deus, não deu a glória devida ao Criador, agora
está sendo destruída.
O Senhor não podia ignorar a
maldade de Roma. Ela se exaltou em rebeldia contra Deus e contra a sua vontade.
O castigo se tornou inevitável. Arrogância da
Babilônia a deixa totalmente despreparada e vulnerável quando vem o juízo de
Deus.
“Por isso, em só dia, sobrevirão os seus flagelos...”.
A palavra
traduzida “flagelos” é a mesma que descreve, em outros livros do Novo Testamento,
os açoites de castigo (At 16.23,33; 2ª Co 6.5; 11.23). Aqui e outras vezes no
Apocalipse, identifica os “açoites” de castigo que vêm de Deus.
Roma sempre se achou poderosa, mas se enganou. Agora ela recebe o castigo
que lhe é devida. Em só dia será consumida no fogo, porque
poderoso é o Senhor Deus, que a julgou”.
7. O lamento dos poderosos. “Ora, chorarão e se lamentarão sobre
ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando
virem a fumaceira do seu incêndio, e, conservando-se de longe, pelo medo do seu
tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade!
Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo. E, sobre ela, choram e
pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria,
mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho
finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira
odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira
preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore. e cinamomo, e cardamomo, e
perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e
cavalgaduras, e ovelhas; e mercadorias de cavalos, e de carros, e de corpos e
de almas de homens. E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti, e todas as
coisas gostosas e excelentes se foram de ti, e não mais as acharás. Os
mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, estarão de longe, pelo
temor do seu tormento, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai! Ai daquela grande
cidade, que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, adornada
com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas
riquezas. E todo piloto, e todo o que navega em naus, e todo marinheiro, e
todos os que negociam no mar se puseram de longe.” (vs. 9-18).
A queda da meretriz causou duas
reações. lamentação e exultação. Encontramos três grupos que lamentam por Roma.
Os reis, os mercadores e os pilotos. Todos se expressam com a frase: “Ai! Ai da
grande cidade” (10,16,19).
Os mesmos reis que viviam do
comercio gerado pela luxúria da meretriz, agora lamentam a queda da Babilônia. A
destruição da meretriz teria um impacto econômico muito negativo para os países
comerciantes.
O lamento mostra a aliança
corrupta de forças políticas e econômicas com a religião do falso profeta. Os
poderosos que se comprometem com a obra do maligno (a idolatria, o
materialismo, a luxuria) serão arruinados juntamente com Babilônia. Lamentam por
contemplar suas enormes perdas. Os reis da terra governados pela
luxúria, ganância e soberba vão ficar amedrontados com esse sistema entrar em
colapso e vão chorar e lamentar em alta voz.
Aqueles que seguem o caminho da prostitua, ou seja, na
ostentação e nos prazeres dela, serão abatidos pela ira de Deus. Por isto, ela receberá um juízo, como nunca antes
existiu nesta extensão. Duas afirmações mostram a rapidez deste juízo: “... em
um só dia” (v. 8) e “... em uma só hora ficou devastada tamanha riqueza” (17).
Sua tranquilidade hoje, será transformada em pânico naquele dia por isto eles
dizem ai! Ai!
Do mesmo domo como eram realizados grandes negócios e com
excelentes lucros com as mercadorias na Babilônia dos caldeus, assim também são
realizadas grandes fortunas com as mercadorias da Babilônia mística. Essa
meretriz enriqueceu extremamente com seus produtos pagãos. Consumia todo tipo de mercadoria de luxo, até escravos.
A opulência de Roma levou a cidade ao exagero de um consumismo desenfreado, e
as nações exportadoras lucraram com isto. O profeta Ezequiel faz uma lista semelhante, quando Tiro era o
imperador da grande cidade e enriquecia-se com o materialismo (Ez 26, 27 e 28).
Estes versículos reforçam a interpretação da
meretriz como símbolo de Roma e sua vida comercial e materialista. O material
nobre são transformados em imagens de escultura, cordões, rosário, medalhões, e
relíquias para o comercio da meretriz.
Entre as coisas que deixam de
negociar encontram-se “até almas de homens”. Isto lembra o seu comércio com os
cadáveres dos mortos nas chamadas “encomendas dos corpos”, missas de sétimo dia
e indulgências para enriquecer a muitos e cadeira no céu. O que dizer do
purgatório inventado para enriquecer este negócio profano e que permite a troca
das almas por dinheiro de onde enche os celeiros da meretriz.
No reinado do Anticristo, a grande cidade, simbolicamente
chamada Babilônia, também será o centro comercial e econômico do mundo. Porém,
quando a besta tiver o total apoio dos reis da terra, romperá com a Babilônia
religiosa, e irá destruir a sede desse sistema religioso mundial. (Vs. 17,19).
8. Haverá grande
alegria no céu quando Deus julgar a Babilônia. “Exultai sobre ela, ó céus,
e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa
causa” (v. 20).
Enquanto que na terra haverá lamentação, choro e pranto pela
destruição da prostituta, os moradores do céu, e em especial os apóstolos e
profetas, agora tem todos os motivos para grande júbilo, pois o grande opressor da igreja e o
corruptor do mundo agora estava destruído. A injustiça do mundo
anticristão, que por muito tempo ficou sem castigo, foi agora levado a clara
luz de Deus e revelado diante de todo mundo. Por isto o céu magnifica e tributa
louvores ao Criador.
10. Babilônia (Roma)
será exterminada. “Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande
pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto,
será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada” (v. 21).
O anjo forte aparece três vezes no livro Apocalipse. 1.
Quando o anjo forte procurou alguém para abrir o livro selado (5.2). Foi um
anjo forte que desceu do céu e jurou que o mistério de Deus seria cumprido (10.1-7).
Agora, um anjo forte joga a grande pedra no mar, declarando a finalidade do
castigo previsto.
A Palavra pedra de moinho no grego [λίθος μυλικός], feito de
pedra de moinho. Jesus usou a figura de lançar alguém no mar com uma grande
pedra de moinho pendurada no pescoço para descrever a morte (Mt 18.6; Mc 9.42).
Afundar uma enorme pedra no mar, no Velho
Testamento, era símbolo de eterna destruição. Este é o cumprimento daquilo que
o profeta Jeremias escreveu (Jr 51.60-64). Este ato simbólico do anjo
declara a morte, a derrota total, da meretriz.
O anjo forte, lançou com violência a grande pedra no fundo
mar, para mostrar que Babilônia (Roma), haverá de cair violentamente, em súbita
destruição.
9. O silêncio da morte toma conta da cidade. “E voz
de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se
ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca
jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho. Também jamais em ti brilhará
luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os
teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram
seduzidas pela tua feitiçaria” (v. 22- 23).
O silêncio declara que o
império das bestas e de seu deus (dragão), foram destruídos. Embora Satanás, no
final do milênio será solto de sua prisão por um pouco de tempo, para provar a
humanidade. Sobre este assunto trataremos quando abordar sobre o milênio.
Da mesma maneira que
entendemos as profecias sobre a Babilônia histórica, aceitamos estas profecias
sobre a destruição da Babilônia simbólica. O ponto não é a forma do castigo,
mas sua certeza. Ela afirmou, na sua arrogância, que nunca veria pranto (18.7).
Deus declara que ela nunca será vista, e nunca verá a vida! A Babilônia foi
jogada no mar e se afundou. Jamais levantará a sua mão contra os servos do
Senhor. Compare a profecia sobre a Babilônia antiga em Jeremias 51.63-64.
A babilônia simbólica será devastada tornar-se-á uma cidade
morta. Nenhum som se ouvirá mais, e nenhuma luz, e nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá: O casamento
sempre é um sinal de esperança, de planos para o futuro (Mt 24.38). Mas a
Babilônia não tem futuro; não terá nela as vozes de noivos. A Babilônia religiosa
a mãe das prostitutas ficará completamente deserta.
Os motivos do castigo dela são resumidos em dois pontos:
1. Pois os teus
mercadores foram os grandes da terra: A Babilônia foi exaltada e exercia
poder e influência sobre os outros.
2. Porque todas as
nações foram seduzidas pela tua feitiçaria: A meretriz seduziu as
nações, que participaram com ela na sua prostituição. Babilônia atraiu, enganou
e embriagou as multidões com sua feitiçaria e sua prostituição. Aqui ela terá o
seu fim.
Com todos os acontecimentos mundiais evidenciados e revelados
na Palavra de Deus, os homens não aceitam a verdade como verdadeira. A
humanidade ímpia prefere seguir e aceitar os enganos da meretriz do crer nas
verdades das Escrituras Sagradas. Embora Deus já tenha revelado as doutrinas
das últimas coisas na Sua Palavra, o homem continua ignorante. Por quê? Porque
é uma escolha do homem de crer no engano no óbvio do que crer na verdade.
10. A justiça de Deus não falha. “E nela se
achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra”
(v. 24).
Desde o início do cristianismo a
perseguição tem acompanhado a história da igreja. Roma sempre foi o palco da morte
de milhares cristãos.
Pela lei do Império Romano, o
cristianismo foi posto como fora da legalidade, perseguida e considerada como o
mais perigoso inimigo do poder de Roma.
A intolerância religiosa por parte
dos Imperadores Romanos, era simplesmente por recusarem o culto ao Imperador e
a adoração às divindades pagãs de Roma. Os apóstolos foram acusados de praticar
deslealdade, perseguidos e mortos. Nos primeiros séculos era comum martirizar e
muitas vezes lançarem nas arenas para serem devorados por feras, à vista de
todos.
Após a igreja ser reconhecida como
religião, a política entrou na igreja e ela se tornou dominadora dos povos. Nos
séculos XII ao XVIII foi criado pelos papas da igreja romana a Inquisição, um
movimento político-religioso. A Inquisição possui suas origens no Direito
Romano no qual a Igreja utilizou para compor o Tribunal do Santo Ofício.
Grandes homens de Deus deram suas
vidas para defender o evangelho. O livro de John Foxe “Mártires do século XVI”,
ele relata a morte do reformador João Huss condenado por heresia em 1415 pelo
Concílio de Constança; de acordo com a história, pouco antes da sentença ser
realizada ele voltou-se para seus executores e afirmou: “Hoje vocês queimam um
ganso, mas daqui a cem anos um cisne surgirá que vocês serão incapazes de cozer
ou assar”.
Por que Huss se identificou como
“um ganso”? E por que os comentaristas posteriores nada menos que o próprio
Lutero, acreditavam que a lendária profecia de Huss se referia ao monge alemão
cujo protesto contra as indulgências iniciou a Reforma um século depois.
Voltamos para o tema, e, quando o
grande anjo diz: E nela se acho o sangue dos profetas, e de todos os santos que
foram mortos sobre a terra”, ele se refere a Roma política bem como a Roma
religiosa. Notamos o grande motivo do castigo de Roma? Perseguia os santos e se
embriagava com o sangue deles (17.6).
A Babilônia espiritual e política
sempre perseguiu os seguidores Cristo levando milhares de servos de Deus a
morte cruel. Por essa razão Deus castiga a Babilônia como ato de justiça,
trazendo a merecida vingança pela perseguição do povo do Senhor. A súplica do
quinto selo está sendo respondida!
O Senhor Jesus destruirá este sistema e estabelecerá o seu
reino segundo os valores divinos e a Grande Babilônia nunca mais se levantará.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC