“Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol. Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha). Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Ap 16.12-16).
1. O significado da palavra Armagedom. A palavra Armagedom no hebraico é formada por duas palavras: [הר מגידו] har məgiddô; que significa “Monte Megido”; em grego Ἁρμαγεδών – Harmagedōn. O monte de Megido é um local situado aproximadamente a 30 km ao sul de Nazaré. A raiz da palavra “Megido” significa “derrubar”, “cortar”, “matar”. Outra interpretação da palavra Armagedom é: “abater o alto”, “matança”. De forma profética, Apocalipse revela que, em um “lugar que em os reis de toda a terra habitada serão ajuntados para a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso. (V. 14). O Armagedom será a batalha final de Deus contra todos os impérios mundiais iníquo, será o palco para as tropas do Anticristo reunidas contra a nação de Israel no final dos tempos e haverá um terrível derramamento de sangue.
2. Quando acontecerá
a batalha de armagedom? Quando faltarem poucos dias para a volta de Cristo
em glória a esta terra, o Anticristo irá congregar todas as nações para a
batalha do Armagedom, guerra essa que terá por finalidade destruir por completo
o povo judeu (Ap 16.13-14).
Dentro da maior angustia e desmaiando de terror, Israel será arrastado ao
martírio no vale de Jezreel.
Quando essa guerra estiver para começar, no finalzinho da Grande
Tribulação, estará terminando e o tempo do Anticristo na terra.
O derramamento da sexta taça da cólera tem uma profunda
consequência geopolítica e profética, pois no Apocalipse 16.12 diz: “Derramou o
sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se
preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol” (Ap 16.12).
Esse grande rio situa-se na fronteira norte de Israel. O Eufrates é o maior e
mais importante rio da Ásia ocidental. Ele nasce nas montanhas da Armênia e desemboca
no Golfo Pérsico. Ele forma a fronteira natural e protetora entre Israel e os
povos a leste.
O significado do Eufrates como fronteira natural e
espiritual desaparecerá, portanto em breve, quando a sexta taça da cólera de
Deus for derramada sobre o mundo. O grande rio irá secar ficando sem esta
barreira, e então Israel estará no maior perigo.
Todos os reis da terra serão ajuntados contra Israel: “E os
congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.” (Ap 16.16). “Multidões,
multidões no vale da decisão” (Jl 3.14).
Por causa dessa história, o vale do Armagedom se tornou um símbolo do conflito final entre Deus e as forças do mal.
3. Como estará Israel neste dia? “Os exércitos do Anticristo se reunirão para destruir Israel, no vale do Armagedom: “E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom” (Ap 16.16). O objetivo é exterminar Israel. A batalha durará só um dia. Será uma batalha em que Israel não terá condições de vencer pelas armas humanas. Um terço dos judeus morrerá (Zc 13.8), mulheres serão violentadas (Zc 14.2) e a situação de Israel será muito crítica (Ap 14.20). Jesus então descerá para socorrer Israel (Ler Zc 14.3-5); Ele destruirá as nações “que vierem contra Jerusalém” (Zc 12.8,9). Só então Israel reconhecerá que Jesus é o Messias (Ez 37). [Elinaldo Renovato. O final de todas as coisas. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2016. CPAD].
Israel estará cercado pelos grandes exércitos mundiais no
comando Anticristo, para se cumprir o que está escrito no livro de Zacarias: “Está chegando o dia em que o
SENHOR Deus julgará as nações. Então a cidade de Jerusalém será conquistada, e
os inimigos repartirão entre si tudo o que encontrarem nela. O SENHOR ajuntará
todas as nações para atacarem Jerusalém. A cidade será conquistada, tudo o que
estiver nas casas será levado embora, as mulheres serão violentadas, e metade
dos moradores será levada para o cativeiro. Os outros poderão ficar em
Jerusalém” (Zc 14.1-2).
O profeta Zacarias descreve os eventos relacionados à segunda vinda de Jesus, e o final da batalha de Armagedom (Ap 16.16). No entanto, antes da batalha do Megido, Jerusalém seria cercada e os despojos tomados pelos seus inimigos. (Zc 14.2). O restante do povo que sobreviver ao ataque com certeza será a terceira parte que passará pelo fogo espiritual (Zc 13.8,9).
4. O lagar foi pisado fora da cidade. “E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios” (Ap 14.20). Jerusalém é a cidade em referência. Fora da cidade significa a Palestina em seu todo. “Seiscentos estádios” correspondem aproximadamente a trezentos quilômetros. Isso, por sua vez, mostra que a luta final dos povos em Armagedom atingirá mais que todo o território atual de Israel.
Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor
diz: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está
próxima a sua devastação. Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para
todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será
pisada por eles”. Isso se cumpriu em 70 d.C. Mas Mateus 24 menciona algo que
não aparece no Evangelho de Lucas, pois se cumprirá apenas nos tempos do fim:
“o abominável da desolação” (v. 15).
No Evangelho de Lucas, que trata primeiro da destruição do templo em 70 d.C., está escrito: “... haverá grande aflição na terra” (Lc 21.23) (não está escrito: “grande tribulação”). Mas em Mateus 24, que em primeira linha fala dos tempos do fim, lemos sobre uma “Grande Tribulação” “como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (v. 21). A expressão “Grande Tribulação” diferencia nitidamente a angústia de 70 d.C. da “Grande Tribulação” no final dos tempos.
5. O lagar está cheio.
Os exércitos de milhões de soldados que virão do mundo todo para então se
ajuntar, e atacar Jerusalém: “Levantem-se as nações e sigam para o vale de
Josafá” (Jl 3.12). O profeta Joel, em sua visão profética desse mesmo
acontecimento diz: “O lagar está cheio” (Jl 3.13). Formar-se-á um grande rio de
sangue, cuja torrente atingirá 1.600 estágios que equivale
O que encontramos agora individualmente em pessoas em poder
e maldade, aparecerá aglomerado em Armagedom: todos os poderes humanos e
demoníacos estarão ali reunidos, ou seja, o Dragão, a besta, os reis da terra,
os espíritos imundos. Eles marcharão para Armagedom com os mais terríveis
armamentos e os inventos mais desenvolvidos do espírito humano. Neste lugar todas
as nações estarão reunidas para a batalha final.
É nesta hora que Deus então acabará definitivamente Seu
tempo de silêncio. Cumprir-se-á então a palavra de Isaías: “Por muito tempo me
calei, estive em silêncio e me contive; mas agora darei gritos como a
parturiente, e ao mesmo tempo ofegarei, e estarei esbaforido. Os montes e
outeiros devastarei e toda a sua erva farei secar; tornarei os rios em terra
firme e secarei os lagos” (Is 42.14-15).
Quando vemos o desenvolvimento em nossos dias, ficamos
apavorados com relação à ameaça a Israel e Jerusalém. Mas a situação vai ficar
ainda muito pior. Israel será cercado de exércitos. As nações cercarão Israel, mas
quando aflição for maior e a tribulação de Israel tiver atingido seu clímax, o
Senhor sairá, como pelejou no dia da batalha, conforme o que está escrito em
Zacarias 14.4-5.
Nessa hora de angústia e desespero para o povo judeu, onde
estarão em plena luta, serão surpreendidos pela presença majestosa do Senhor
que virá dos céus para livrá-los. Jesus descerá dos céus com santos e Seus
anjos descerão sobre o Monte das Oliveiras o qual irá se fender até o vale de
Josafá onde ficará com maior extensão para a o julgamento das nações.
“Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das
oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das oliveiras
será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale
muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para
o sul. Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale dos montes chegará até
Azal; sim, fugireis como fugiu do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá;
então, virá o senhor, meu Deus, e todos os santos, com ele” (Zc 14.4-5).
Jerusalém é designada por “cidade santa” (Ap 11.2); para ela
o Senhor tem um ajuste de contas especial (Is 28.17-21; Os 12.2; Mq 6.2); o
Senhor reunirá Israel em Jerusalém e a purificará de todos os seus pecados,
“como se funde a prata no meio do forno” (Is 1.21-28; Ez 22.19-22).
Quando a batalha do Armagedom, que é uma realização visível do salmo 2.1-3, estiver sendo realizada com todo o furor, acabou o tempo do silêncio de Deus.
Deus vê todas as nações da Sua perspectiva divina, e confronta-as com Seu poder divino. Ele vê os exércitos do mundo inteiro, e ri deles.
O orgulho humano terá atingido seu clímax, e então terá
chegado o momento de Deus para desmascarar a Satanás e seus espíritos da
mentira, descera do céus para julgar as nações e estabelecer Seu reino milenar:
“O SENHOR será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o SENHOR, e um
só será o seu nome” (Zc 14.9). Então se calará o riso do homem e começará o
tempo de Deus rir.
A cegueira de Israel durará até o momento em que se alcançar a plenitude dentre os gentios, até o momento em que o último dentre as nações tiver os olhos abertos.
6. A Pedra Angular. A batalha do Armagedom se dará no fim dos tempos, quando judeus estarão sendo sitiados pelos poderes gentílicos sob o reino do Anticristo (Ap 13.1-18). Esta última grande batalha dos “tempos dos gentios” e do presente século, tem seu cumprimento na profecia da “pedra cortada sem auxílio de mãos” (Dn 2.35-45), que esmiuçará a grande estátua e que inaugurará “o dia do Senhor”, quando Deus de modo visível manifestará seu glorioso poder na destruição de Seus inimigos.
A pedra que Deus transformou em pedra angular, mas que foi
rejeitada pelos homens, como está escrito no Salmo 118.22, esmiuçará então a
obstinada imagem das nações, que já Nabucodosor viu em sonho em Daniel 2.
Jesus vai aparecer no final da Grande Tribulação em meios
aos acontecimentos dos tempos finais, quando os poderes do engano estiverem
reunidos em Armagedom.
O Senhor Jesus Cristo estabelecerá Seu reino em Israel e de
lá exercerá Seu abençoado domínio de paz sobre o mundo. O motivo porque até ao
dia de hoje Israel é incapaz de ver isso, é somente por causa das nações, pois
romanos 11.25-27 diz: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério
(para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte
a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel
será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó
as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus
pecados”.
Esse capítulo de Romanos Paulo trata exclusivamente do
futuro de Israel, e conforme o versículo acima transcrito, deixa claro que o
remanescente desse povo será salvo, e isso após terminar o tempo dos “gentios”.
A palavra “plenitude” significa até a grande multidão de
gentios seja convertida. Ele não diz, no entanto, que os judeus não possam ser
convertidos até que todos os gentios se tornem cristãos; pois ele supõe
expressamente que a conversão dos judeus se dará plenamente na batalha do
Armagedom, quando o verdadeiro Messias aparecer em glória para salvá-los.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC
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