1ª Coríntios 6.3 “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?”
Tendo como base na teologia paulina, que vai haver um
tribunal celestial onde os anjos serão julgados. É certo que, estes anjos que
sentarão no banco dos réus, serão os anjos caídos, isto é, os demônios serão
julgados por sua escolha em seguir a Satanás e virar as costas para Deus.
Originalmente todos os anjos foram criados perfeitos e sem pecado. Eles
foram criados plenamente estabelecido pelo caráter de Deus que é absolutamente
santo (Ap 15.3-4).
Os anjos caídos são basicamente criaturas que se rebelaram
junto com Lúcifer contra Deus, desistiram de seguir o caminho virtuoso. Por
isso, se tornaram anjos maus ou demônios.
A maioria dos teólogos afirmam que a queda dos anjos aconteceu
antes da criação citada em Gn 1.2, entre os vs. 1e 2; que foi esta queda que
fez a criação original tornar-se “sem forma e vazia” (Gn 1.1).
Segundo alguns eruditos a queda de Satanás e seus anjos tem
como base bíblica nos profetas Ezequiel 28.12-17e Isaías 14.12-14. Destas
passagens, podemos deduzir que Satanás era, no princípio, o querubim da guarda,
o ungido, o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Ele vivia no
Éden, um jardim mineral. Ocupava uma posição sobre as demais criaturas celestiais.
Ao criar os anjos Deus deixou o livre arbítrio, ou seja, tinham vontade
própria, capacidade de pecar e a capacidade de não pecar. Lúcifer também tinha
uma vontade com a qual ele podia escolher livremente.
Lúcifer, como Adão, tinha uma decisão a tomar. Ele poderia
aceitar que Deus era Deus ou poderia decidir escolher que ele seria o deus para
si mesmo.
A queda dos anjos foi lidera por Lúcifer, uma revolta
deliberada contra o seu Criador. Embora apontado e designado para ser guarda do
trono de Deus (conf. Ez 28), aspirou a posse de um trono para ele mesmo, e
governar sobre “as estrelas de Deus”, isto é, os anjos (Jó 38.7; Jd 13; Ap 12.3-4).
Por causa da desobediência os anjos perderam sua santidade
original e se tornaram corruptos na sua conduta (Mt 10.1; Ef 6.11-12; Ap 12.9),
se tornaram ímpios e pecadores.
Os anjos foram levados a duvidar da bondade e amor de Deus,
presumindo o “novo líder” superior, como aconteceu ao primeiro casal humano.
A ambição e o desejo de possuir aquilo que não era seu,
levou Satanás a ruína. De qualquer forma foi o egoísmo, descontentamento com
aquilo que ele tinha e o desejo ardente de conseguir tudo o qualquer outro
tivesse. Sem dúvida a queda de Satanás foi também a queda dos outros. Por isso
diz o apóstolo João no livro das revelações: “E a sua cauda levou após si a
terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra...” (Ap 12.4).
A terça parte dos anjos foram seduzido por Lúcifer, tornando
se rebeldes ao Criador. Porém o fim deles será de condenação. O apóstolo Pedro
descreve o destino deles. O juízo de Deus sobre eles não tarda para
destruí-los. “Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes,
precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para
juízo! (2ª Pe 2.4). Sobre esse assunto,
devíamos usar uma passagem similar de Judas 6 que diz: “E aos anjos que
não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou
na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”.
Pedro e Judas tinham os mesmos anjos em vistas. Nem Pedro
nem Judas falam da natureza do pecado dos anjos. Segundo Judas, os anjos não
conservaram suas posições de autoridade, mas abandonaram sua própria morada. A
queda dos anjos é descrita como abandono de suas funções nos céus, seu lar
original. Como punição para este pecado, Deus os lançou no inferno. Inferno do
hebraico Sheol, do grego hades, que significa: lugar de suplício,
penas e açoites.
“Precipitando-os no inferno”. É uma única palavra em grego tartaroo, que ocorre somente aqui, e que
significa “lançar dentro; manter cativo”.
Na mitologia grega, tartaroo,
designava a área mais profunda do hades, reservado para a punição dos
deuses desobedientes. Pedro usa essa expressão para designar a ideia de que os
anjos caídos agora estão na prisão de trevas e morte, separados da divina fonte
de vida.
No mundo antigo, os presos eram geralmente forçados a
trabalhar e em muitos casos ficavam aguardando o julgamento em execução da pena
já sentenciada contra eles (Lv 24.10-12; Nm 15.32-36). De acordo com Pedro, os
anjos caídos estão encarcerados em trevas espirituais, no reino dos mortos
esperando a execução de sua sentença. Eles já foram julgados. Embora uma parte
dos demônios estão livre e ativos no mundo dos humanos (1ª Pe 5.8; Jd 9) sob o
comando de seu líder Satanás.
O tempo quando os anjos serão julgados, nos parece que
ocorrerá depois da volta em Cristo em Glória, depois do reino milenar de Cristo.
Esse julgamento será para os anjos caídos. Satanás e algumas de suas hostes
estão em liberdade para operarem os seus desígnios, dentro dos limites
estabelecidos por Deus.
Satanás será primeiramente algemado no início do Milênio e
então, no final de mil anos ele será solto por um pouco de tempo, e por fim
será lançado no lago de fogo.
É claro que o Milênio não é o estado final. Os mil anos que
Satanás passará no abismo não produzirão nenhuma mudança em seu caráter
maligno. A Bíblia ensina que, terminado o Milênio, Satanás será solto de sua
prisão por algum tempo (Ap 20.3, 7-10).
A Igreja fará parte desse julgamento. A Bíblia assegura que
Deus é o juiz do mundo (Sl 96.13; At 17.31; Ap 20.11-15), até mesmo dos anjos
maus (2ª Pe 2.4; Ap 12.9). Por que, então, Paulo afirma que os cristãos serão
os juízes do mundo e dos anjos?
Na teologia paulina, ele nos ensina sobre o juízo arbitral
da Igreja (6.1-6). Sabemos que por nós mesmos não temos qualquer condição de
nos colocar na posição de juízes. Somos apenas os instrumentos mediante os
quais Deus executa o Seu julgamento. Não competirá a nós tomar as decisões
finais.
A Bíblia afirma quando Cristo voltar estaremos como Ele, ou
seja, participaremos com Ele do grande julgamento, pois estaremos na posição de
perdoados, de justificados. O que Paulo está dizendo, que em virtude do
relacionamento com Cristo, os crentes julgaram o mundo e os anjos juntamente
com Ele, isto é, Igreja está unida ao grande Juiz de toda terra por isso estaremos
juntos nesse julgamento.
Depois deste julgamento (1ª Co 6.3), serão lançados no lago
de fogo (Mt 25.41-46; Jd 6; 2ª Pe 2.4) e logo após o julgamento dos anjos caídos
acontecera o juízo do Grande Trono Branco e da destruição do antigo céu e
Terra.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC
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