TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

A GRANDE MERETRIZ - APOCALIPSE 17

 


Nos capítulos 14.8 e 16.19, João descreve a predição da queda da Babilônia por um anjo do Senhor. Aqui no capítulo 17, ele vê um dos anjos que têm as sete taças da ira de Deus, chama o profeta e lhe explica em detalhes o julgamento da meretriz que se acha assentada sobre muitas águas.

O apóstolo expõe-nos as artimanhas de Satanás e descreve a meretriz como um movimento religioso mundial que haverá nos últimos dias. Será uma falsa igreja mundial apoiado pela primeira Besta (Ap 13.1-10). Uma das revelações que Deus nos faz neste capítulo é a respeito do que Ele chama “o mistério de Babilônia, a grande meretriz”, e de como o conteúdo desta mensagem pode afetar nossa salvação.

João é chamado para ver a queda da falsa igreja, enquanto a Noiva de Cristo está nas bodas do Cordeiro no céu (Ap 19.7-9). 

1. A significado do termo meretriz. “Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas” (v. 1). 

O nome “meretriz” vem do vocábulo grego “porne” “mulher que vende seu corpo para uso sexuais”, “prostituta”.

No Antigo Testamento, Deus sempre equiparou a o adultério e a prostituição, com a perversão e o desvio religioso. A busca aos ídolos, prática comum naquele tempo no meio do povo de Israel, era considerada por Deus com uma prevaricação, uma traição à aliança que Ele tinha com seu povo (Jr 3.7-8). Sabemos que na Bíblia a prostituição e a avareza estão ligadas ao pecado de idolatria. Mas, neste capítulo o apóstolo vai tratar da prostituição da meretriz babilônica e com as falsas doutrinas.

Através de Jeremias, Deus culpa tanto o Reino do Norte (Israel), como também o Reino do Sul (Judá), de haverem prevaricado, cometido adultério espiritual. A razão desta culpa foi o fato deles, entre outros pecados e desvios, haverem abandonado ao Senhor em busca dos deuses cananeus.

Deixando um pouco os reinos de Israel e Judá, e pensando no antigo Reino Babilônico, podemos ver que, em virtude da multiplicidade de seus ídolos e de suas práticas idólatras, acabou sendo na Palavra de Deus, um símbolo religioso de prostituição e adultério. É por esta razão que o sistema religioso corrompido dos últimos tempos também chamar-se-á “Grande Babilônia”, “Grande Meretriz”. A palavra “Babilônia” vem do termo hebraico - Babel, que significa “confusão”, “mistura”.

“Segundo o pastor Antônio Gilberto, a Babilônia (v. 5) simboliza a totalidade do sistema mundial dominado por Satanás, que promove a iniquidade na política, na religião e no comércio.

A Babilônia religiosa (meretriz) será destruída pelo Anticristo (vs. 16-17), ao passo que a Babilônia política será destruída por Cristo na Sua vinda em Glória (Ap 19.11-21)’. [Comentário da bíblia pentecostal pg. 2003]. 

2. Quem é a grande meretriz. A resposta para esta pergunta está no versículo 18, onde nos é dito que a mulher “é a grande cidade que reina sobre os reis da terra”, ou seja, a Babilônia.

Enquanto que Apocalipse 13, nos descreve o Império Romano restaurado, encabeçado pela primeira besta (Anticristo), no capítulo 17, mostra-nos algo novo, a meretriz a falsa igreja que terá no comando o falso profeta (Ap 13.11).

No capítulo 12 de Apocalipse, Israel é representada por uma mulher, também a Igreja de Jesus é representada como uma mulher, como noiva do Cordeiro (Ap 21.9), enquanto a igreja mundial sem Cristo é apresentada como mulher (meretriz) da besta.

A meretriz é uma instituição que abrange povos, nações e línguas diferentes, dominando grandes multidões. A meretriz representa a igreja decaída, contaminada com o pecado e com o paganismo babilônico. Quando se estuda a história eclesiástica, vimos que quando a igreja quis valer-se do estado para legislar em assuntos religiosos, o resultado foi a incorporação de falsas doutrinas no seio da cristandade. 

3. As características da meretriz.

3.1. Se acha sentada sobre muitas águas”.
O verso 15, o anjo explica tudo que ele vê: E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas” (v. 15), sobre as quais ela tem poder e influência. Sua condição de grande dominadora dos povos é uma das características que interessa o Anticristo.

A besta, o poder do governo romano, surgiu do mar (13.1). A grande meretriz a cidade e seu poder econômico, se acha sentada sobre as nações. A grandeza dela dependia dos povos dominados pelo Império Romano. Assim, a posição estratégica que será dada à igreja prostituída no esquema do Anticristo, é o ministério religioso. Não nos restam dúvidas sobre o fato de que o povo estará apoiando este sistema religioso corrupto, devasso. 

3.2. Uma prostituta. “Com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra” (v. 2).

Na Bíblia, religiões falsas são chamadas de prostituições, porque é forma de infidelidade a Deus (Is 23.17; Nm 3.4). A meretriz babilônica é oposto absoluto da noiva do Cordeiro então arrebatada, a Igreja de Jesus. Sendo a mulher, na visão uma meretriz, isto indica um falso sistema religioso.

Este texto deixa claro que o vinho, o qual surgiu como consequência da união ilícita da igreja com os reis da terra, ou seja, ela perdeu seus objetivos e acabou se unindo ao Estado e embriagou ao mundo inteiro. Enquanto que Jesus diz: “O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18.36), está falsa igreja busca os reinos deste mundo. Isto indica que este falso movimento religioso estender-se-á por todo o mundo. “Os que habitam na terra”. Não apenas os reis, os grandes, mas os demais habitantes da terra.

Não obstante, devemos ter em conta que esta mulher não aparece unida a Cristo senão aos “reis da terra”. Babilônia representa à igreja cristã que, com o fim de receber legados e honras do Império Romano, apostatou da verdade.

A Bíblia de Jerusalém (tradução católica com imprimatur), comentando Apocalipse 17.5 diz que “Babilônia é o nome simbólico de Roma”. O comentário da Bíblia de Jerusalém diz que Roma arrastou todas as nações à idolatria. A igreja católica romana serve às nações o vinho do cálice de suas doutrinas adúlteras. Com ela tem embriagado os crentes, os quais não percebem os erros mencionados.

A Bíblia repetidas vezes compara ao povo de Deus que abandonou a verdade e ido em após de outras crenças, com uma mulher infiel ou prostituta. As seguintes afirmações, feitas por Deus mesmo, são exemplo disso:

“Não te alegres, Israel, não saltes de gozo como outros povos, pois fornicaste ao apartar-te de teu Deus. Amaste o salário de prostitutas em todas as eras de trigo” (Os 9.1). “Mas como a esposa infiel abandona a seu esposo, assim vos levantastes contra mim, casa de Israel, diz Jeová” (Jr 3.20).

O falso sistema religioso permite que seus seguidores professem que são de Deus enquanto, na realidade, adora e serve a outros deuses. Os hipócritas e os falsos profetas obtêm sucesso como resultado da sua doutrina, porque ela induz a sociedade mundana a unir-se a ela. 

3.3. A mulher está sentada numa besta. “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.” (V. 3).

João revela que a falsa igreja estará montada numa Besta. Na grande Tribulação a meretriz estará ligada a primeira Besta, (o poder político governado pelo Anticristo) e a meretriz (poder religioso governado pelo falso profeta) (Ap 13). Isto prova que fim dos tempos ela estará novamente unida a um sistema político. Trata da confederação de nações sob o governo do Anticristo. Neste tempo a besta e a meretriz, andam juntos, mas depois, a besta se levantará contra ela e a destruirá.

“Besta repleta de nomes de blasfêmia”. Na besta que ela monta estão escritos nomes de blasfêmia. A proclamação de infalibilidade do papado é o grande cumprimento desta palavra, que ultrapassa todos os outros cumprimentos. 

3.4. Sete cabeças da Besta. Apocalipse 13, a besta é descrita com sete cabeças e dez chifres, assim como a identificação da meretriz é representada no capítulo 17. Portanto, a besta em questão aponta para a mesma entidade representada pelo dragão de Apocalipse 12 e a besta de Apocalipse 13, que seria o novo Império Romano e no capítulo 17 a grande meretriz, cuja capital foi considerada a “cidade das sete colinas”, como sugere o verso 9. 

3.5. Achava-se a mulher vestida de púrpura. “E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas....” (V. 4a). 

Agora João descreve sobre a luxuria da meretriz. Ela se veste como se fosse uma mulher rica. A Púrpura e escarlata são tecidos coloridos e os mais luxuosos da época. Representam pompa, realeza e luxo e orgulho. Mesmo ela sendo bem-vestida e atraente às nações, Deus viu o seu cálice cheio de abominações e imundícias, coisas repugnantes ao Santo Senhor.

Em princípio não podemos ver nesta mulher desviada nada além da igreja romana, pois nenhuma religião no mundo corresponde a este descrito em Apocalipse 17. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata como ela?

A mulher estava esplendidamente adornada com ouro e joias, numa descrição do esplendor e grandiosidade da igreja de Roma, com suas vestes e ornamentos de toda espécie. A igreja tem se vangloriado na sua superioridade e magnificência, superando ate mesmo a antiga Roma no ápice da sua prosperidade. 

3.6. Com o vinho de sua devassidão. “...e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.” (V. 4b).

Todos os teólogos concordam que Roma corrompeu outras nações, envolvendo-as na sua libertinagem. Os excessos de Roma, e especialmente de alguns dos imperadores, são bem documentados na história do período. Países que estabeleceram relações favoráveis ao comércio com Roma lucraram como fornecedores de bens consumidos neste contexto materialista. A mesma descrição pode incluir outros aspectos da corrupção romana – ganância, idolatria, imoralidade, etc.

Dois grandes males são aqui denunciados: abominação e imundícias. A palavra abominação do grego bdelugma que significa uma coisa suja, horrível, detestável. No Antigo Testamento, os ídolos eram visto como abominação, pois os seus adoradores emprestavam-lhe uma glória que só a Deus pode ser tributada (Dt 7.4-5; 25.26; 1º Sm 15.23; 2º Rs 25.13; Is 44.19; Ez 16.30). A igreja romana conduz abertamente os seus adeptos ao pecado da idolatria. Imundícia do original grego akathartes relativo a impureza (Ef 5.3-5; Cl 3.5-6; Gl 5.19-21). A Roma papal faz grandes ofertas de indulgencias e absolvições, e desta maneira atrai os homens ao pecado.

“O prostituir-se” representa a ligação da mulher com a besta, ou seja, com os reis da terra. A igreja romana sempre teve e envolvido com o sistema político mundial. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata, ouro e pedras preciosas? (Basílica de São Pedro). 

3.7. A mãe das prostitutas. “E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.” (V. 5). 

A Babilônia tem sido a mãe dos falsos sistemas religiosos. A história nos conta que as religiões falsas (que sempre incluem a idolatria) tiveram sua origem com Ninrode e sua mulher Semíramis, no primitivo reino de Babel (de onde vem Babilônia (Gn 10.8-10). Ele foi o primeiro imperialista da história (Gn 10.10-11). Ele também liderou o povo no primeiro ato religioso (falso), que foi a construção da torre de Babel, cujo único objetivo (como os demais semelhantes) era o culto idolatra. Hoje o sincretismo desta falsa religião está no seu auge, a caminho do reinado do Anticristo, ocupando-se de práticas de paganismo oriundos da antiga Babilônia. Por isto Deus chama seu povo a fugir de Babilônia, antes da sua destruição final.

Mistério da Grande Babilônia. Não se trata da Babilônia literal, mas um lugar com mistério em seu nome, algo que lembra a velha Babilônia, isto é, a Babilônia espiritual, que através do paganismo adentrou na igreja cristã após Constantino reconhecer o cristianismo como religião no III século. Ela também é chamada de grande meretriz nos capítulos 17 e 18. Um dos textos mais importantes para entender o significado desta figura se encontra no livro do profeta Jeremias: “A Babilônia era copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda terra; do seu vinho beberam as nações; por isso enlouqueceram (Jr 51.7).

O nome Babilônia associando à mulher indica a falsa igreja que dominará a terra com todo o tipo de engano, que hoje já se vê indícios disto por toda parte: “Babilônia era um copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações, por isto enlouqueceram” (Jr 51.7).

A Babilônia espiritual contem no seu interior o culto do mundo ímpio. Em contraste com a noiva (a igreja) que representa os adoradores do verdadeiro Deus.

A visão do Apocalipse revela que a igreja de Roma é a igreja-mãe, pois possui filhas e estas filhas no verso 1, João descreve como grande meretriz, porém, agora, ele chama “a mãe das prostituições, o que indica que ela não está só e que tem filhas que seguem seus mesmos passos. Saíram da casa da mãe, (igreja de Roma), mas continuam embriagados com seu vinho. Essas filhas são simbolizadas como as igrejas que se apegam as doutrinas e tradições que não têm nenhum apoio na Palavra de Deus. Muitas destas filhas saíram dela, mas apesar de havê-la abandonado conservam muitos de suas heresias e de sua conduta religiosa equivocada.

Vemos hoje o ecumenismo tão defendido e desejado por aqueles que gostam do caminho largo, porque permite tudo, é um certeiro sinal da futura religião da Besta. 

Na sua fronte achava-se um nome, mistério.
A palavra mistério associada à mulher, identifica-a com ritos religiosos, mistério das falsas religiões, como magia, ocultismo, idolatria etc. Aqui também se trata de algo místico, não literal, equivalente a sinal.

Porque Babilônia? Porque Babilônia foi o berço da religião falsa. Ela foi a capital pagã de onde surgiram todas as formas de maldades idolatra e místicas. Cristo usa esta palavra para falar da profanação efetuada pelo Anticristo no tempo do fim (Mt 24.15).

Este nome escrito na testa da prostituta indica um sistema religioso apóstata, e isto podemos ver dentro do romanismo. Cada coisa na liturgia desta grande organização é envolvida em mistério, com o propósito de impressionar os homens com seus segredos e sua secreta autoridade sobrenatural. Sua pretensão de encaminhar o destino eterno de seus seguidores, seus ritos e cerimônias místicas, seus vestuários sacerdotais, seus movimentos, atitudes e artifícios, tudo envolve em mistérios. Todos estes rituais místicos são oriundos do antigo ritualismo pagão de origem babilônica.

Esta igreja de que estamos tratando será chefiada pelo Falso Profeta, um super líder religioso aliado do Anticristo conforme o que se vê no capítulo 13 verso 11 de Apocalipse. 

3.8. Embriagada com o sangue dos santos. “E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.” (V. 6).

João ficou espantado com essa visão. Ele não consegue compreender o que viu. Ela estava embriagada com o sangue dos santos. A “bebida” da meretriz é o sangue dos servos do Senhor.

Porque João ficou tão admirado? Porque ele o discípulo de Jesus, vê a mulher que era uma vez noiva. Originalmente esta mulher foi uma vez noiva, submissa ao Senhor Jesus, mas ela transformou-se em prostituta. A primeira igreja, a igreja primitiva, era uma igreja cheia do Espírito Santo e de Seus dons, porém, quando Constantino a reconheceu como igreja oficial do império, ela transformou-se na meretriz que João vê. Ela tem enganado e contaminado milhares de pessoas com seus dogmas e tradições entregando ao espírito anticristão. Portanto, podemos identificar mais uma vez uma referência direta a cidade de Roma daqueles dias, onde os cristãos eram perseguidos e cruelmente mortos, servindo até como diversão para os poderosos do império.

Quem conhece a história, sabe que a igreja de Roma tem um passado gravado na história mundial com letras de sangue. Pensamos nos rios de sangue, que clamam ao céu. Esta mulher derramou o sangue dos discípulos de Jesus com tamanha crueldade satânica através de Nero; a chamada “Santa Inquisição” foi mais um ato de crueldade da meretriz. Por isto dizemos que a igreja de Roma é a herdeira da grande Babilônica, tanto com respeito aos mistérios pagãos da Babilônia, que foram transformados em ritos cristãos, como também com respeito à perseguição do povo de Deus. Se você reconhece que pertence a este sistema que praticas prostituição espiritual, então sai do meio dela e entrega a tua vida a Jesus Cristo.

Naqueles dias, a religião falsa (no comando do falso profeta), aliada ao sistema político mundial, também perseguira até a morte a todos os que verdadeiramente adoram a Deus em verdade e espírito.

Então a besta será dirigida por um chefe que vai fazer com os cristãos, tudo aquilo que o império romano já fez no passado. No tempo atual ele está no abismo, e de lá ressurgirá para ajudar Satanás, seu chefe, a administrar a besta.

É esta manifestação demoníaca que ocasionará a cura milagrosa no chefe da besta (Ap 13.3), e que deixará os incrédulos e os crentes mal alicerçados maravilhados com o seu “poder”. 

4. O anjo revela o mistério da mulher. “E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. 8- A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição. E os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que virá. 9- Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. 10- E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo.” (Vs. 7-10).

Do verso 1 ao 6, o apóstolo descreve as características da meretriz. Então ele ficou grandemente admirado vendo a mulher com todos aqueles adornos, então o anjo revela todo o mistério, tanto da “mulher” como da “Besta”. Na explicação do anjo, ao tratar com a identidade da besta, ele usa verbos nos três tempos fundamentais:

“Cinco caíram...” Desses sete reinos, cinco são hoje passados: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa e Grécia.

“Um ainda existe”. O profeta viveu no tempo do sexto rei (Roma imperial), portanto era o Império Romano que dominava o mundo, mas iria desaparecer por um tempo.

O sétimo é ainda futuro. O sétimo e o oitavo Império se encontravam ainda no futuro, a partir de sua perspectiva histórica. Esse Império “está para emergir do abismo.... se refere-se ao dragão que Ele irá ressurgir novamente no governo do Anticristo e governará o mundo junto com o falso profeta a meretriz, por pouco tempo (Ap 12.12; 17.12).

Os cinco primeiros impérios já caíram. Agora João vê o Império Romano. Mas o reino do anticristo escatológico ainda não chegou e quando chegar vai durar pouco. 

“Aqui há sentido, que tem sabedoria.” Em outras palavras, a interpretação dos símbolos requer mente sabia com discernimento.

“O mistério da mulher e da e da besta”. É evidente de que o anjo está falando de duas bestas, uma carregando a outra: a primeira, a que subirá do abismo (Ap 12), é o dragão que usará o Anticristo para subjugar a humanidade.

A mulher que cavalga sobre a besta com sete cabeças e dez chifres. Sendo essas “sete cabeças” também “sete “montes” e “sete reis” (v. 9). Os setes montes, onde a mulher está assentada, não podem ser vistos como as sete colinas de Roma, pois a palavra grega para “monte” é óros que significa “monte ou montanha”, e não colina.

O profeta Isaías usa a palavra “monte”, para se referir a povo ou nação (Is 37.32; Sl 48.2; Jr 51.25, Dn 2.34-35; Zc 4.7). O mesmo ocorre com o termo “rei”, que os profetas usavam para aludir a reino. Assim, a palavra “montes” e “reis” devem apontar para reinos ou impérios representados nas cabeças da besta. Todavia, “sete cabeças”, “sete montes” e “sete reis” são termos paralelos que simbolizam as mesmas entidades, isto é, impérios e reinos. Assim, A palavra “monte” nunca é usada para simbolizar um monarca ou governante individual. Em vez disso, a encontramos sendo usada como símbolo para uma nação ou império.”

Os sete montes, representam sete Império e os 10 chifres representam poderes políticos durante o tempo da sétima cabeça, que apoiarão a besta (17.13) no tempo do fim. Estas nações têm o propósito de se unir com a besta para forçar os habitantes da terra a “beber” o vinho de Babilônia, isto é, unir o mundo sob seu controle e eliminar todos os que se recusam a cooperar. Por fim, os reis da terra se unem à besta e à meretriz para guerrear contra o Cordeiro, mas Ele os vence, porque é verdadeiramente “o Senhor dos senhores e Rei dos reis.” (V. 14).

Entendemos que os cinco reinos que existiram antes dos dias do apóstolo João, falam dos sucessivos impérios mundiais que abrigaram, apoiaram e praticaram as falsas religiões organizadas em oposição aberta a Deus, começando por Ninrode, na primeira Babilônia.

O sétimo Império irá surgir quando as nações mundiais escolherem um governo único e lhe entregar toda autoridade para governar. Será uma forma antiga do Império Romano, constituído de dez reinos confederados, equivalentes aos dez dedos da estátua de Nabucodonosor (Dn 2). Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. Eles formaram uma confederação de nações durante a Grande Tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez Estados estará pronto o palco para formação do reino do Anticristo que durará sete anos.

A meretriz está sentada sobre sete montes (vs. 9 e 18). Ela estará ligada aos reinos deste mundo. Todos os estudiosos bíblicos concordam que se refere a cidade de Roma, que originalmente foi edificada em grande parte o culto idólatra babilônico, que ainda hoje é visto disfarçadamente na liturgia da igreja romana.

A Besta irá implantar uma nova religião, uma nova ordem mundial para sua própria adoração. O falso profeta cuidará disto tornando obrigatório este culto. 

5. As nações entregarão o poder (comando), ao Anticristo. “E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. 12- E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. 13- Estes têm um mesmo intento e entregarão o seu poder e autoridade à besta.” (17.11-13). 

O anjo agora, começa a falar da besta que subiu do mar em Apocalipse 13.1. Essa, será o derradeiro império mundial unificado. De acordo com a explicação do anjo, esse reino emergira do anterior, ela procede de um dos sete, mas também será o oitavo Império. Isto que pertence ao mesmo sistema mundano ímpio, ao qual pode significar pertenciam os sete primeiros, mas que não faz parte daquele grupo, mas procede dos sete.

Os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Isto, no entanto, não significa que somente dez países formarão o novo Império Romano nesta última fase; ele terá proporções mundiais. Significa somente que estes estarão no comando do governo, tendo, porém o Anticristo como o cabeça do império.

Este texto das Escrituras é um versículo-chave das profecias para os fins dos tempos. A diferença entre o sétimo e oitavo reino seja a seguinte: o sétimo é constituído de países independentes (confederações ou blocos). E o oitavo é composto dos mesmos países, porém sob o governo do Anticristo.

As palavras um só pensamento referem-se à síntese da unidade mundial, ou seja, os “dez reis” não são forçados a entregar o poder ao Anticristo, mas que eles “oferecerão à besta o poder e a autoridade que possuem”.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o Anticristo por um tempo, e como todos eles são anticristãos, seguirão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão uma aliança, que marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta.

6. “A mulher que viste” (v. 18). “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (V. 18).

Agora o anjo volta a explicar para João, o mistério da mulher. Há duas coisas implícitas no símbolo da mulher na explicação do anjo: 1. Um sistema religioso (17.1-6). 2. Uma cidade onde o falso sistema religioso terá sua sede.

Todos os interpretadores e teólogos concordam que a meretriz não se trata de algo alegórico, mas são unânimes em dizer nas suas confissões: a mulher Babilônia é uma figura da cidade de Roma, a mãe das prostitutas que estará ligada ao Império Romano restaurado.

A grande cidade que impera sobre os reis da Terra é Roma. Essa cidade deu nome à organização representada pela mulher; a Igreja de Roma. A profecia se propõe explicar “o mistério da mulher e da besta que a traz” (Apoc. 17.7). Quando? No tempo do fim!

Onde existe uma igreja que leva o nome da cidade que ao mesmo tempo lhe serve de trono? Isto é Roma de onde está assentada a prostitua. Porém, hoje não somente a igreja romana, mas a união de igrejas protestantes que estão aderindo o movimento romano. Na Europa já existe o Conselho Mundial das Igrejas, o qual tem a função de unificar as igrejas e ter um líder religioso mundial. O que dizemos de Roma vale, portanto, para o sistema, para a doutrina, mas não para as ovelhas dentro dessa igreja, que procuram a Jesus e querem segui-lo. A estas dizemos “fugi de Babilônia para não morrerdes em suas maldades”.

Em Roma, podemos ver “opulência” do Papa sentado em um trono de ouro, enquanto a miséria de uma criança passando fome na África.

Os Católicos entendem ser a antiga Roma pagã, mas não pode ser, pois a profecia do Apocalipse não foi cumprida nela. A Roma que mais tarde tornou-se cristão, desde o seu desvio do evangelho e das doutrinas, tem todas as características que o Apocalipse atribui a Babilônia e seu paganismo.

Ao longo dos anos a igreja Romana tirou o cálice de agradecimento e ao invés disto deu-lhes o cálice das abominações; ela substituiu o sacrifício de Jesus no Gólgota pelo sacrifício da santa hóstia na missa. Por isto a chamamos de meretriz, falsa enganadora.

Fica confirmado, pois, que o vinho que a mulher leva em sua mão é uma representação das falsas doutrinas com as que têm enganados à grande maioria dos habitantes da terra.

Esta falsa igreja ensina a seus seguidores que ela é a verdadeira igreja, a igreja mãe, mestra e regente de toda a igreja cristã. Roma exige obediência completa não somente em assuntos espirituais, mas também em assuntos políticos. Roma nunca desistiu deste objetivo. De acordo com a palavra profética do Apocalipse ela ainda terá seu apogeu na história mundial através da unificação política e militar da Europa, com a restauração do Império Romano na pessoa do Anticristo. 

7. A queda da grande meretriz. “E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. Porque Deus tem posto em seu coração que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (Ap 17.16-18). 

Este capítulo o anjo termina mostrando a João como a besta e seus governantes destruirão a falsa igreja. Eles converterão seu apoio a meretriz em ódio. Eles destruirão a cidade (irão despir, comer sua carne e destruir o seu trono), despojando seus valores para si. Aqui vemos que os inimigos de Cristo e da Igreja destroem uns aos outros para cumprir os propósitos soberanos de Deus.

Portanto, agora, a meretriz, a falsa pagã, atraente e sincretista, que guiara o Anticristo ao poder sobre os dez países, nos primeiros três anos e meio, destruirão a a prostituta para que o culto a besta seja formado.

Logo após o Anticristo romperá sua aliança com os judeus, em seguida com falsa igreja, da qual ele recebeu apoio enquanto necessitou da sua influência para galgar o poder, a destruirá totalmente. Algo terrível irá acontecer com milhões de pessoas que seguiam as falsas doutrinas da meretriz, portanto, agora serão perseguidos e mortos (Ap 20.4). O Anticristo levantar-se-á contra tudo que se chama Deus e blasfemará de Deus. será tarde demais, o juízo de Deus chegou até eles. Terão que enfrentar a morte ou negar a Cristo Jesus.

“Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores, e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, chamados eleitos e fiéis.” (V. 14).

Com a guerra que incitam contra o Cordeiro e Sua igreja, serão derrotados na vinda de Cristo em glória. O Senhor Jesus destruirá o Anticristo e a seus aliados na batalha final de Armagedon com o sopro de Sua boca.

A vitória é tão certa que mesmo antes da luta já há festa no céu (19,1s). Os salvos na glória louvam ao Cordeiro dizendo: “porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (Ap 19.2).

Estamos nos últimos dias do “tempo do fim”, o “tempo dos gentios”. O fim do último império humano na terra. Então Cristo vem para implantar o Seu reino visível na terra. Um Reino que subsistirá para sempre e que não passará a outro povo.

FONTE DE PESQUISA

1.        BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2.      BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3.      CLAUDIONOR CORRÊA ANDRADE. Dicionário Teológico 8ª Edição. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.
4.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário de Escatologia Bíblica. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.
5.      SEVERINO PEDRO DA SILVA. Apocalipse versículo por versículo. CPAD. Rio de Janeiro RJ.
6.      WIM MALGO – Apocalipse de Jesus Cristo. Volume III. Editora Grosse. Freude. Obra missionária da Meia Noite.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

AS TAÇAS DA IRA DE DEUS - APOCALIPSE 16

 


Enquanto as trombetas causam sofrimentos parciais acompanhado do convite ao arrependimento, as taças mostram que não há mais oportunidade de se arrepender. As trombetas atingem apenas um terço da natureza e dos homens, as taças agora trazem em uma destruição completa sem mistura de misericórdia. Enquanto nos selos e nas trombetas há um intervalo antes da cena do juízo, agora não há mais interlúdio, as taças são derramadas sem interrupção. 

1ª Taça - Chaga má e maligna. “Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: Ide e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus. E foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.” (Ap 16.1-2).

Esta primeira praga é semelhante à que Deus enviou para castigar os egípcios quando Moisés foi libertar o povo de Israel (Êx 9.9-11). Aqui são castigados todos os selados pela besta e adoradores da sua imagem, com úlceras malignas e perniciosas, ou seja, é algo terrível e doloroso.

Para o mundo que achava ter encontrado a paz e tinha privilégio em servir à besta e o falso profeta, agora, começa a ser derrota e sofrimento por uma chaga má e maligna a atormentar as suas vidas. Essa praga será pior do que o câncer. Será uma epidemia mundial, não haverá recursos médicos para tal enfermidade. Aqui João descreve a dor e o sofrimento do homem sem Deus nos últimos dias. 

2ª Taça - As águas do mar apodrecem-se totalmente. “Derramou o segundo a sua taça no mar, e este se tornou em sangue como de morto, e morreu todo ser vivente que havia no mar” (Ap 16.3).

Lembra-se aqui a primeira praga do Egito (Êx 7.19-24). O mar fica tão contaminado que toda criatura dentro dele morre. Na segunda trombeta tocada à terça parte das águas do mar tornam-se sangue, mas com a segunda taça da ira de Deus, todo o mar ficará morto, sem vida.

A presunção do homem em opor se ao verdadeiro Deus e sua Palavra, leva-o a receber o castigo que sua própria culpa merece. 

3ª Taça - As águas dos rios e das fontes tornar-se-ão em sangue. “Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. Então, ouvi o anjo das águas dizendo: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso. Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos” (Ap 16.4-7).

Na terceira trombeta as águas dos rios e das fontes se tornarão amargas, mas com a 3ª taça derramada elas ficarão em sangue.

Deus é louvado pelos justos juízos. Assim como eles derramaram o sangue dos santos e dos profetas, Deus lhes retribui da mesma maneira, dando-lhes sangue a beber.

João ouve uma voz vinda do altar; Aqui Deus julga as almas daqueles que não aceitaram a marca da besta e foram mortos por amor a Cristo. 

4ª Taça - Calor solar. “O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória” (Ap 16.8-9).

Hoje já estamos sentidos os efeitos solares sobre o nosso planeta, causados pelo efeito estufa e desmatamento. Se nas trombetas, quando o sol escureceu os homens não se arrependeram, agora o castigo vem por meio de um terrível calor pelo sol, a situação será crítica, o sol queimará os homens infiéis com fogo. As pessoas não terão água potável para beber (16.4-7).

No Egito, quando Faraó tinha que se arrepender e confessar a Deus depois das pragas, (Êx 8.18-19), ele endurecia mais o coração. Da mesma forma são os adoradores da besta e do falso profeta; depois de conhecerem que as pragas são de Deus, não se arrependerão para lhe dar glória. 

5ª Taça - O reino da besta (Anticristo) se faz tenebroso. “Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino se tornou em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras” (Ap 16.10-11).

Na quinta taça, a ira do Senhor é derramada sobre “o trono da besta”, ferindo a sede de seu poder. Portanto, agora, o sistema mundial do Anticristo entra em colapso, e os homens incrédulos se desesperam, são tomados de angústias e pavor. Porém, mais uma vez os seguidores da besta blasfemarão contra Deus e ao invés de se arrependerem de seus pecados eles mordem suas próprias línguas de dor, tal é o sofrimento produzido pelas chagas em consequências das primeiras quatros pragas.

João descreve o sistema humano, que é governado sob a influência satânico e parecia invencível, agora é destruído pelo cálice da ira de Deus. 

6ª Taça - Preparação para o Armagedom. “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol” (Ap 16.12).

João descreve agora o Arrmagedom, onde o exército da Besta se reúne para a batalha final. Com o derramar da sexta taça, o rio Eufrates seca abrindo caminho para que as nações do oriente venham para a guerra do Armagedom que acontecerá no Vale do Megido, com rio Eufrates seco, formar-se-á caminho no deserto, e ficará muito mais fácil para chegar até Israel.

Israel será a única nação no mundo que não aceitará a marca da besta, portanto, o Anticristo tem como objetivo destruir definitivamente a nação de Israel que até esse tempo permanecerá como testemunho vivo da presença de Deus na terra.

“E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs, porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-Poderoso.” (Vs. 13,14).

João vê sair da boca da trindade satânica a saber: O Dragão (Satanás) usará a besta que sobe do mar (chefe do Império Romano ressurgido) e o falso profeta a besta da terra (líder da religião mundial), três espíritos imundos semelhantes a rãs. Sabemos que tudo que sai da boca deles é mau e imundo, pois o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Rãs são mencionadas aqui e nas referências à segunda praga no Egito (Êx 8.1-15). No Antigo Testamento, foram consideradas imundas e, por isso, abominações (Lv 11.9-10).

A trindade satânica com sinais e prodígios enganarão os povos sobre o seu invencível potencial bélico e os atrairão para a batalha do Armagedom com o objetivo de destruir os remanescentes de Israel, a fim de cumprir-se Isaías 63.4: “Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado”.

A grande batalha do Armagedom acontecerá no final da Grande Tribulação, quando Jesus estiver retornando com Seus santos (Ap 19.11-16). Estes espíritos enganarão as pessoas persuadindo e fazendo-os pensar que podem lutar contra Cristo e prevalecer. 

7º Taça - Haverá terríveis transtornos geológicos. “Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande. E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira. Todas as ilhas fugiram, e os montes não foram achados; também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande” (Ap 16.17-21). 

A última taça é a descrição detalhada da cena de maior terror nunca visto sobre a face da Terra. Será o último flagelo antes do fim.

O juízo começa nos ares. A morada de Satanás é no espaço, por isto ele é chamado o príncipe das potestades do ar (Ef 2.2), e o “deus deste século” que cega os incrédulos (2ª Co 4.14). Cremos que “as hostes espirituais da maldade” (Ef 6.12), foram atingidas, pois o propósito de Deus é extinguir completamente o mal de toda a sua criação.

João ouviu uma grande voz que sai do santuário, vinda do Templo. Deus está no santuário, e ninguém mais podia entrar até que se cumprissem os sete flagelos (15.8). Agora João ouve o próprio Deus dizer: “Feito está”. O mundo então recebe a taça final do vinho do furor de sua cólera (Ap 14.10).

Essa voz anuncia que tem chegado o fim de todos os impérios anticristão e de toda oposição e da destruição das obras humanas feitas sem Deus (Is 2). É o final do Império do Anticristo, é a “pequena pedra” de Daniel 2, quando bate nos pés da grande estátua, destruindo-a completamente. O mundo então recebe a taça final do vinho do furor de sua cólera (Ap 14.10). A sétima taça resulta vozes,

Os trovões, relâmpagos, é a continuação de julgamento manifestado no céu, que virão explodir na terra. Assim será quando for derramada a sétima taça da cólera. Agora, portanto, João descreve a destruição do mundo, com um grande terremoto, como nunca houve desde que há homens sobre a terra, toda a natureza será afetada e todas as cidades e nações são destruídas. O mundo tornar-se-á um verdadeiro caos, porque todas as cidades e nações ficarão em completa ruína. As ilhas são inundadas e as montanhas desaparecem (v. 20).

A grande Babilônia, a capital do mundo e mãe das prostituições e da idolatria (Ap 17.5, 18; Ap 19.18, 19 e 21), será fendida em três partes virando em ruína.

Nessa hora, Anticristo estará com seu o exército no vale do Megido. O profeta Joel diz: “Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o dia do Senhor está perto, no vale da Decisão.” (Jl 3.13,14). 

Porém, agora, os Judeus estarão cercados e sem saída, mas Cristo vem e salva os remanescentes de Israel. Em seguida uma grande chuva de granizo “também desabou do céu sobre as pessoas….”, cujas as pedras que pesam, cada uma, um talento, mais de trinta quilos” (v. 21). Aqueles sob julgamento “blasfemaram contra Deus, porque esse flagelo do granizo era terrível” (v. 21). Essas serão as últimas pragas que surgirão na terra antes do retorno do Senhor Jesus, para implantação do Milênio. Jesus Cristo então retorna em glória para derrotar os exércitos do Anticristo no Armagedom (Ap 19.11–21) e estabelecer Seu reino na terra (Ap 20.1–6).

Terminando os 7 anos de Grande Tribulação, nunca devemos nos esquecer de que os crentes nos céus estarão com Jesus neste período, quando já estiver na hora do Senhor voltar à Terra para implantar o Milênio, haverá algo de muito importante no céu.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

OS SETE ANJOS E A CONSUMAÇÃO DAS ÚLTIMAS PRAGAS - Apocalipse 15

 


Apocalipse 15.1 “E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus.” 

A última trombeta evoca os sete anjos com as sete taças da ira de Deus (Ap 11.15-19; 15.1-8). Os capítulos 15 e 16, formam um paralelo do livro do Apocalipse. Eles relatam a mesma história, porém de ângulos diferentes. Eles marcam o fim dos juízos de Deus” derramado sem misericórdia sobre os ímpios (Ap 14.10).

No capítulo 15 é anunciada as últimas sete pragas, isto é as sete taças da ira de Deus.

“porque nelas é consumada” A palavra consumada no original grego τελεστές telestai que significa: “totalmente pago”, sendo estas a última palavra que Jesus disse momentos antes de morrer na cruz. A palavra “consumado” vem do termo hebraico “nishlem” que em sua raiz significa “estar completo, sadio, pleno”. No dicionário português “está terminado”.

João declara agora, que a ira de Deus é consumada com as sete últimas pragas, ou seja, com o retorno de Cristo em glória termina a última semana de Daniel, os sete anos de Grande Tribulação.

“E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos!” (Ap 15.2,3).

João novamente menciona uma espécie de mar de vidro (Ap 4.6), simbolizando a graça de Deus, porém dessa vez esse mar está mesclado de fogo (v. 2), sinal das aflições pelas quais passaram os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome” e estavam com harpas nas mãos. Enquanto que os ímpios estão nas turbulentas águas desse mundo e com arrogância dizem: “quem é semelhante a besta” (13.4), no céu os vencedores estão sob o mar de vidro, descansando na paz, louvando com cânticos ao Cordeiro (v. 3).

“E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos! Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.” (Vs. 15.3,4).

Esses vencedores estavam entoando cânticos numa grande adoração a Deus (Ap 15:3,4). João faz referência ao cântico de Moisés e ao cântico do Cordeiro. Esse cântico de Moisés é uma alusão ao cântico registrado no capítulo 15 do livro do Êxodo, que fala sobre a libertação do povo de Israel do Egito atravessando o mar vermelho. Já o cântico do Cordeiro é uma referência à obra expiatória de Cristo na cruz, ou seja, Seu sofrimento e Sua vitória.

Em continuação do cântico vemos uma pergunta interessante: “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.” (V. 4). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pr 9.10). Temer ao Senhor é admirá-lo de forma amorosa, reverente e submissa.

“E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de ouro pelo peito. E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete salvas de ouro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos. (Vs. 5-8).

Prosseguindo João vê que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. O Santuário aqui é o céu, a morada de Deus; João vê novamente o culto ao redor do Trono de Deus já mencionado nos capítulos 4 e 5 do Apocalipse. Os sete anjos saíram do Santuário, ou seja, procederam da presença de Deus. Eles estão vestidos de linho fino e resplandecente e com cintos de ouro no peito e um dos quatro seres viventes deu as sete taças da ira de Deus aos anjos, e o santuário se encheu com a fumaça da glória e do poder de Deus. Agora os anjos recebem a ordem de derramar as suas taças, trazendo uma série de sete flagelos para castigar os adoradores da besta e os servos do dragão.

No final da Grande Tribulação, não havendo mais arautos do evangelho, também não há mais possibilidade de arrependimento. Embora as nações gentias não fossem herdeiras da aliança de Deus, seriam julgadas de acordo com os padrões éticos do Senhor. “Derrama a tua indignação sobre as nações que não te conhecem e sobre os povos que não invocam o teu nome; porque devoraram a Jacó, devoraram-no, consumiram-no e assolaram a sua morada” (Jr 10.25).

Chega ao fim à última série de juízos de Deus sobre a Terra, isto ocorrerá ainda dentro da Grande Tribulação, e antes da volta do Senhor em Glória com seus santos.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O TRABALHO DOS ANJOS NA GRANDE TRIBULAÇÃO - APOCALIPSE 14

 


O capitulo 14 é a continuação do grande parêntese que começou no capitulo 12 e se encerra no capitulo 14.20, pois o 15 já é a preparação para os anjos derramarem suas taças, o que ocorre em 16.2. A sétima trombeta, que teoricamente introduz a última sequência das pragas que é as sete taças, é tocada em Ap 11.15, e as taças são introduzidas em 16.2, sendo do 12 ao 14 um parêntese de narração, e o 15 a preparação para as taças.

No capítulo 14, João vê uma série de anjos no céu que aparecem de forma harmônica e cada um com uma mensagem especifica. Na verdade, se trata no total de seis anjos, que agora têm a proclamar uma mensagem desde o céu. Eles passam anunciando recados importantes de advertência e de terrível juízo de Deus, porém de outra perspectiva: “a pregação do evangelho eterno”. 

1. O primeiro anjo anuncia o evangelho eterno.

“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.6-7). 

A voz, das duas testemunhas e o testemunho dos cento e quarenta e quatro mil calou-se agora sobre a terra, e o evangelho eterno é então anunciado por um anjo, que voa pelo meio do céu. Portanto, quando não houver mais nenhuma língua humana para anunciar o evangelho, o céu fala. Então os anjos, que o Anticristo não pode atingir, pregarão o evangelho e todas as nações, tribos e línguas serão obrigadas a escutar, mesmo que não queiram ouvir. A Palavra de Deus não está algemada, mas eternamente viva e tem que ser ouvida.

A palavra evangelho no hebraico é “besorah” e no grego é “evangelion”. Em ambos os casos significam “Boas Novas” para a humanidade, porém aqui são as boas novas do reino de Deus que acontecerão em breve.

A palavra evangelho é a boa notícia de que Jesus Cristo foi crucificado na Cruz do Calvário pelo pecado do mundo e que aquele que aceita isto pessoalmente na fé, é justificado pela ressurreição de Jesus Cristo. Esse é o chamado “evangelho de Deus” (Rm 1.1) e “evangelho de Cristo” (2ª Co 10.14). Trata-se também do “evangelho da graça de Deus” (At 20.24), porque salva os que são malditos pela lei. Além disto, a Escritura fala também do “evangelho da glória” (1ª Tm 1.11) e do “evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13). Mas é também o “evangelho do reino” (vs. 6-7). O próprio Senhor Jesus pregou o evangelho do reino, antes de ir para a cruz: “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mt 4.23). Antes de subir ao céu, Ele comissionou a Sua Igreja para dar continuidade na pregação do evangelho (At 1.8). Na primeira fase da Tribulação as duas testemunhas anunciaram o evangelho (Ap 11.3-6 e 144 mil Judeus irão se converter mas, no final da Grande Tribulação os anjos darão continuidade à pregação deste evangelho, cumprindo as palavras preditas por Jesus quando declarou: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24.14).

O apelo do primeiro anjo contém três ordens: 1. Temer a Deus; 2. Dar-Lhe glória; e 3. adorá-Lo por ser o Criador.

Temer a Deus...”. A palavra temei no grego é phobeo. Ela não é usada aqui com sentido ter medo, mas chagar na presença do Eterno com reverência e respeito.

Dar-Lhe glória...” Dar glória é honrar a Deus. Ele merece toda a glória por causa de quem é e o que fez. Deus nos criou para Sua glória. Nós fomos criados para glorificar a Deus. Todo o universo dá glória a Deus (Sl 66.4). O único ser no céu e na terra que merece toda honra e toda glória é somente Yawwh. É fácil esquecer isso na vida diária e glorificar a criação em vez do Criador. Podemos nos maravilhar com a natureza e com tudo que as pessoas já fizeram, mas não devemos glorificar a natureza, nem as pessoas como deuses, pois caímos no pecado da idolatria.

Adorá-Lo por ser o Criador.” A voz do primeiro anjo, anuncia o evangelho no céu e também convida o mundo à adoração ao Criador. Seu evangelho é: “adorem e temam a Deus”. Isto é o contrário da mensagem da besta, que exige adoração da imagem da besta. Ao mesmo tempo esse primeiro anjo anuncia também o juízo.

“.... é chegada a hora do seu juízo...”. O tempo do verbo nessa passagem indica que começou o juízo. Esse juízo ocorre antes da vinda de Jesus em glória. O juízo precede o advento.

O resultado da pregação do evangelho eterno será então o juízo sobre o mundo das nações, por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. A respeito o próprio Senhor fala em Suas palavras sobre os tempos finais: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas” (Mt 25.31-32).

O evangelho do reino é a mensagem que Deus vai estabelecer nesta terra o reino do Cristo, do Filho de Davi, como cumprimento da aliança com Davi. 

2. O segundo anjo anuncia a queda Babilônia. “Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu a grande Babilônia que fez todas as nações beberem do vinho da fúria da sua prostituição.” (V. 8).

O profeta Habacuque também emprega os dois sentidos do cálice. “A Babilônia seduziu seus companheiros com o cálice da mão direita do Senhor.”

Precisamos compreender esta mensagem angélica, pois não se trata da Babilônia literal, mas sim da Babilônia espiritual e apostata que se propagou no meio do cristianismo.

Esse anjo anuncia a queda da Babilônia. Aqui se trata de alguém ou algo muito abominável, pois esta Babilônia não é somente objeto da ira de Deus, mas objeto do “furor” da sua ira.

A Babilônia, também é chamada de meretriz e se torna uma das principais personagens nos capítulos 17 18. E sobre este assunto, estudaremos nestes dois capítulos. 

3. O terceiro anjo tem uma mensagem de Juízo. “Seguiu-se a estes, outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome” (Ap 14.9-11). 

No capítulo 13 versos 13 a 16, o Anticristo ordena todos os habitantes da terra a receber a marca do seu nome, ou seja, a marca da besta. “Seriam mortos todos os que se recusassem adorar a Besta e a sua imagem, e não recebessem o sinal na testa e na mão”. Por isso o terceiro anjo traz uma mensagem de condenação e castigo eterno, que nunca acabará, da realidade do inferno. Embora, muitos negam a eternidade do inferno, o apóstolo escreve no verso dizendo: “A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite.” (V. 11).

A palavra eternidade no grego aion e transmite a ideia de que algo durará para sempre. Portanto, para esses que reformulam o amor Deus, ensinando que um Deus de amor não lançará ninguém no inferno. Por três vezes Jesus falou a Seus discípulos sobre o inferno: “é melhor entra na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se acaba” (Mc 9.43; veja os versículos seguintes, 45,47).

A segunda morte (separação eterna de Deus), “no lago que arde com fogo e enxofre” (Ap 21.8), lugar onde serão atormentados para sempre (sheol), os adoradores da Besta e os pecadores de todas as épocas. Para os russelitas que não creem no inferno será tarde demais. “O fumo do seu tormento sobe para todo sempre”. O fumo produzido pelo fogo e o enxofre daquele lago é eterno, ou seja, dura para sempre (Is 34.10). Seu suplício é sem fim e nunca terão repouso. Só em Cristo está o descanso para a alma aflita (Mt 11.28), graças a Deus. Porém, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).

Esta sentença saiu do Trono, com dura manifestação do juízo de Deus contra os adoradores da Besta. Não haverá desculpa para aqueles que aceitaram a marca da besta e o adoraram o Anticristo, nenhum culpado poderá evitar o juízo de Deus (Sl 75.8; Is 51.17; Nm 14.18; Ne 1.3).

Agora os infiéis “beberão o cálice do vinho da ira de Deus”. O vinho é derramado puro, isto é, o juízo será sem misericórdia. “Serão atormentados com fogo e enxofre” “...para todo o sempre, sem repouso de dia e de noite.”

Este tormento terrível será individual, cada um padecerá eterno sofrimento (Ap 20.10; 21.8). Ao fogo, para tornar-se mais quente, é adicionado enxofre. Em Romanos, Paulo fala sobre a ira de Deus descendo dos céus (Rm 1.18) contra os infiéis. Deus permite que eles recebam justo juízo, pela consequência dos seus pecados. Em Apocalipse 6.17, o grande Dia da sua ira foi anunciado (Ap 11.18). Agora, será experimentado em toda a sua extensão por aqueles que seguiram a besta. 

4. A ceifa da terra. “Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. (Ap 14.14). 

Cristo o Filho do Homem. A revelação que João vê é extraordinária. Ele vê um semelhante a Filho de Homem sentado sobre uma nuvem branca. A nuvem que o Senhor está assentado não é negra ou cinza, mas branca. Em grego a palavra usada é “leukos”, traduzido por “luminosa” ou “lúcida”. Poderia se dizer: “portanto... uma nuvem luminosa”. João tenta descrever esta nova visão, a beleza que ele vê, a glória shekinah do Senhor.

O que João descreve é o mesmo Filho do Homem que séculos antes, foi visto por Daniel igualmente sobre as nuvens (Dn 7.13). A revelação de Daniel capítulo 7, assim como de João, ambos veem “um semelhante ao Filho do Homem”, são senas da segunda vinda de Jesus como rei e Juiz da terra. As profecias estão coligadas uma a outra. Quando Senhor Jesus falava do Seu retorno a esta terra Ele disse: “Então, aparecerá no céu o sinal do filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. Ele enviará os seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24.30-31). Jesus diante do julgamento do sacerdote Caifás, Ele declara: Desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt 26.64).

João contempla Jesus que vem julgar com juízo a humanidade anticristã e as duas bestas (o Anticristo e o falso profeta). “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele (Ap 17.14).

“tendo na cabeça uma coroa de ouro”. A palavra coroa no grego é stephanon que significa grinalda da vitória. Não é uma coroa que enfeita a cabeça d’Aquele que vem sobre a nuvem, mas uma coroa de ouro trata-se do rei das nações rei do mundo. O Rei dos reis coroado, que vem em grande poder e glória, tem na mão uma foice. A foice erguida está afiada para realizar a ceifa. Esta expressão nunca é utilizada para descrever o recolhimento de bons frutos. De modo que ela significa algo terrível, Ele vem aqui como Juiz do mundo. A terra tem que ser limpa das más plantas pelo trabalho de juízo da vingança divina. Esta é a razão da foice ser “afiada”. 

O quarto anjo. “Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada (Vs. 15-16). 

A mensagem do terceiro anjo é: “toma a tua foice e ceifa...”. A ferramenta básica na antiga ceifa de grãos, era usada uma foice aguda de pedra ou de ferro. Juntamente com o grito do anjo começa a ceifa, a seara está madura, e a terra foi ceifada. Agora Jesus vem como um Juiz para os adoradores da besta. O próprio Jesus usou esta analogia para ensinar os Seus discípulos acerca do castigo junto da promessa da redenção.

Jesus Cristo está assentado, portanto sobre esta nuvem luminosa, pronto para executar o juízo. Então “outro anjo grita em alta voz “do santuário” dirigindo-se “Aquele que está assentado sobre a nuvem” (v. 15). O anjo não comanda o Filho do Homem, mas é o mero mensageiro anunciando a vontade de Deus Pai, em cujas mãos são mantidos os quatro ventos (estações). O anjo sai do santuário, ele vem diretamente da presença de Deus para transmitir a ordem para o Filho do Homem (3.12; 7.15; 11.19). Qualquer ordem dada a Jesus teria que vir do Pai, pois somente o Pai tem autoridade sobre o Filho (cf. Jo 14.28; Mt 26.39,42; 28:18; 1ª Co 11.3; 15.27). 

O quinto anjo. “Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada.” (V. 17).

O quarto anjo também sai do santuário, mas, ao invés de trazer uma mensagem, ele tem uma foice aguda, assim como o Filho do Homem que está assentado no Trono. Porém, ele aguarda a ordem d’Aquele que está assentado no Trono, para fazer a colheita.

Vemos aqui o mesmo procedimento que nos versículos 15 e 16, mas referindo-se agora à vindima. O anjo que vem do céu, entretanto, é outro, não com relação à sua natureza, mas quanto à sua missão. Isso significa que João vê a volta do Senhor em diferentes aspectos.

Este anjo também saiu do santuário. Só que, ao invés de trazer uma mensagem, ele trazia uma foice aguda, assim como Jesus. Ou seja, isto indica que, após o arrebatamento da Igreja, chegou o momento determinado pelo Eterno para as uvas da maldade serem ceifadas. 

O sexto anjo. 14.18, 20 “Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas! 19- Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. 20- E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.” 

O sexto anjo, tem autoridade sobre o fogo. O fogo é símbolo de juízo e agora ele clama em grande voz ao que tinha a foice afiada...”. O anjo tem uma foice afiada, mas precisa da autorização de Deus para agir. É Deus quem determina a hora do juízo. Seus anjos são ministros que executam as Suas ordens.

Outro anjo é designado para a colheita dos cachos da vinha que também estão maduros, significando serem merecedores de juízo. O outro anjo, citado como tendo poder sobre o fogo, pode ser o anjo no altar em Apocalipse 8.3-5. Talvez o fogo queime o joio ou a palha separada na colheita (Mt 13.38-43).

Primeiro João viu chegando com a foice afiada, para a ceifa das nações; agora ele vê chegando outro anjo para realizar a vindima, o juízo sobre Israel. Pois a “videira da terra” simboliza Israel. É o que se conclui, por exemplo, do Salmo 80.8: “Trouxeste uma videira do Egito, expulsaste as nações e a plantaste” (outras ref. Is 5.1-7; Os 10.1-2). Mas não disse o Senhor Jesus de si mesmo em João 15.1, que ele é a “videira verdadeira”? Como pode então Israel ser a videira se Jesus Cristo é? Este é justamente o fato maravilhoso, pois exatamente este fato duplo mostra a identificação do Senhor com Seus irmãos segundo a carne.

A figura da ceifa tem duas partes. 1º O Senhor vem para julgar as nações e separar as ovelhas dos bodes (Mt 25.40-45; Jl 3.2; 12.14; Ap 19.15); 2º Ajuntar os cachos da videira da terra (os remanescentes de Israel), e coloca-los no grande lagar da ira de Deus” (vs. 18b-19).

O anjo lança a foice e colhes e colhe os cachos de uvas amadurecidas, ou seja, ajunta os filhos de Israel e lança-os “no grande lagar da cólera de Deus. O lagar é usado para espremer as uvas. Agora as uvas maduras são lanças no lagar sob o peso da ira de Deus.

Um lagar era uma tina na qual os trabalhadores pisavam as uvas com os pés descalços, fazendo com que o suco escoasse para um barril. Esse sinal da ira e juízo de Deus (Is 63.3), comum no Antigo Testamento, aparentemente explica também como o vinho da ira de Deus (v. 10) é produzido. A imagem do lagar é simbólica para uma quantidade inacreditável de sangue derramado. Essa descrição de um rio de sangue indica uma carnificina sem paralelo.

Mil e seiscentos estádios são, aproximadamente, 32 km. Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19), já que Ele retorna antes da ceia do grande Deus (v. 17), que alguns associam à batalha do Armagedom (Ap 16.16).

E o lagar foi pisado fora da cidade, isto é, a batalha do Armagedom acontecerá fora da cidade santa, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estágios aproximadamente, 32 km. (v. 20). Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19). Toda a maldade existente no mundo será espremida fora da cidade de Jerusalém (no vale de Jeosafá), de modo que caia sobre Jerusalém todo o sangue derramado sobre a terra (Mt 23.35; Ap 18.24). 

O que é este terrível juízo que atingirá Israel? Para compreendermos esta pergunta, faz-se necessário ler Isaías 63.1-4: “Quem é este que vem de Edom, de Borza, com vestes de vivas cores, que é glorioso em sua vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo. Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado”.

No lagar foram salpicadas as vestes de Cristo. Lá cumpriu-se aquilo que Israel exclamou, quando acusou Jesus diante de Pilatos “Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos” (Mt 27.25). Quando Israel for lançado no lagar da cólera de Deus, então entrará em contato com o Homem de Gólgota. “Eles verão a quem transpassaram” (Ap 1.7). Então o sangue do Cordeiro terá efeito para eles, para seus próprios irmãos. Vendo que o Senhor está voltando, com Sua foice afiada, eles humilhar-se-ão sob o Seu juízo. “Porque o dia da vingança me estava no coração (vingança contra as nações), e o ano dos meus redimidos é chegado (redenção de Israel)”. Quando Israel estiver no lagar da ira de Deus, eles lamentarão, chorarão e se converterão. O capítulo 14 versos 20, descreve de maneira tão comovente o que acontecerá fora da cidade também para Israel: “E o lagar foi pisado fora da cidade”. Ali foi derramado o sangue do Filho de Deus.

O anjo que tem poder sobre o fogo, isto é, sobre o juízo, exclama: “Senhor, ajunta Israel, lança-o agora no teu grande lagar, lava-o pelo teu precioso sangue”.

Devo dizer que aqui não são os cento e quarenta e quatro mil selados, pois eles são as primícias de Israel e já estarão na glória (Ap 14.1-2).

O restante que não aceitar a pregação das duas Testemunhas e dos 144.000 mil, serão levados para o lagar da ira de Deus (Armagedom). Ali Israel será pisado, oprimido e angustiado pelo Anticristo, mas quando Israel se converter e reconhecer que o Jesus que eles crucificarão é o verdadeiro Messias, aparecerá em glória para socorrer Israel entre o monte das oliveiras. Esta é sua vinda para Israel, que se converterá ao ver Seu Messias e Sumo-Sacerdote. É o que diz o profeta Zacarias. Antes Israel será atingido por duros juízos através da besta e então reconhecerá que o Senhor que está voltando realmente é o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Estas experiências e conclusões levarão Israel à conversão.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

OS CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL TESTEMUNHA APOCALIPSE 7 e 14.

 


Apocalipse 7.1-8 “E, depois destas coisas, vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. 2- E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, 3- dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado na testa os servos do nosso Deus. 4- E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. 5- Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; 6- da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7- da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8- da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil.”

Em meio a um período de juízo entre o sexto e o sétimo selo, temos um pequeno intervalo. Neste capítulo João vê um grande grupo israelita sendo selados certamente para uma grande missão. No capítulo 7, o apóstolo vê 144 mil de cada tribo de Israel na terra, mas no capítulo 14 eles estão no céu junto com o Cordeiro.

1. Quem são os cento e quarenta e quatro mil testemunhas (Apocalipse 7)? João vê quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra...” (Ap 7.1), que simboliza os quatro pontos cardeais, isto é, o mundo inteiro. “Estavam retendo os ventos da ira do todo Poderoso, até que fossem assinalados os servos de Deus que encontravam em toda a terra”.

Os cento e quarenta e quatro mil selados e comissionados descritos como servos de Deus, provenientes das 12 tribos dos filhos de Israel. Deus irá marcá-los nas suas testas para indicar que pertencem ao Senhor. Serão selados, iluminados e protegidos pelo Espírito Santo desde os céus, são guardados sob os cuidados de Deus em lugar especialmente preparado. Estes israelitas são os remanescentes, isto é, o restante que serão salvos em Israel (Is 10.22; 17.6; Rm 9.27).

Nos primeiros três anos e meio surgira o Anticristo e fará uma aliança com a nação de Israel. Todavia os cento e quarenta e quatro mil ouvirão e aceitarão a pregação das duas testemunhas que ensinarão o povo israelita que o tal cristo não é o verdadeiro e sim um o falso messias o “Anticristo”.

Talvez sejam os primeiros convertidos pela pregação das duas Testemunhas. No tempo do fim eles serão a Igreja na obra de testemunhar, pois Deus nunca ficou sem testemunho, nem mesmo durante a apostasia de Israel (1º Rs 19.18-19; Rm 11.5). Os novos crentes, dentre os filhos de Israel, serão capacitados pelo Espírito Santo para pregar o evangelho durante os negros dias da tribulação. O testemunho dos cento e quarenta e quatro mil salvos durante a Grande Tribulação resultará numa grande multidão de salvos dentre todas as nações (Ap 7.9, 13, 14).

No evangelho de São Mateus 24.14, Jesus diz: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. Para aqueles crentes que subiram com o Senhor o fim chegou, mas para aqueles que ficaram que conheciam a Jesus, e para aqueles que continuaram a nascer, porque a vida depois do arrebatamento continuará normal, sabemos que não será fácil ser crente na Terra, e, contudo enfrentando a ditadura do Anticristo.

Conhecemos o selo também da atual dispensação, pois conforme Efésios 1.13, todos que renasceram em Cristo Jesus foram selados com o Espírito Santo. O mesmo vale também para os 144.000. Eles serão selados por Deus para a evangelização nos primeiros três anos e meio da tribulação.

Apesar do grande poder que a besta aparenta ter de controlar todo o mundo, mandando matar todos que não adoram a sua imagem, eles não serão dizimados. Em virtude de estarem selados com o Espírito Santo, eles resistiram vitoriosamente á fúria da besta e serão arrebatados para o céu:

“São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14.4).

A expressão na Bíblia, que diz que não se contaminarão com mulheres, é apenas uma expressão no sentido espiritual. Os 144.00 permanecerão puros, recusando-se a se conformar com o sistema mundial ímpio do Anticristo e do falso profeta. Isso quer dizer que eles não se contaminarão com o mundo (mulher aqui significa o sincretismo de religiões falsas).

2. Os cento e quarenta e quatro mil testemunhas (Apocalipse 14). “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra” (Ap 14.1-3).

Sem dúvida trata-se novamente dos cento e quarenta e quatro mil judeus selados, que vimos no capítulo sete. Assim os que pertencem a Deus e os que são do diabo se distinguem abertamente.

João vê o Cordeiro em pé no monte Sião. O Cordeiro é figura de Cristo, “o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36). O monte Sião não se trata da Jerusalém terrena e o drama que o restante da nação de Israel irá passar na batalha do Armagedom no final da Grande Tribulação. O Monte Sião, onde o Cordeiro está em pé, e com Ele os cento e quarenta e quatro mil, certamente é o Monte Sião celestial, conforme escreveu o autor da carta aos judeus cristãos: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia” (Hb 12.22). Além do mais, não podemos esquecer de que este é o período da segunda metade da Grande Tribulação, quando o mundo está sendo assolado com a presença do Anticristo. Ele também está assentado no santuário em Jerusalém, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.

A descrição do Cordeiro e dos cento e quarenta e quatro mil selados são vistos no céu, enquanto que o animal terrível de Daniel 7.7, está na terra perseguindo os descendentes da mulher, os remanescentes de Israel.

Os cento e quarenta e quatro mil não se refere aqui à Igreja, a Noiva. Note que os personagens no céu são: o Cordeiro, os cento e quarenta e quatro mil selados, os quatro querubins e os anciões referidos no verso três. Eles são distintos dos cento e quarenta e quatro mil, e incluem e representam os salvos na glória. O número em si pode ser literal ou simbólico, mas a categoria à qual eles pertencem não é simbólica: são israelitas.

Os cento e quarenta e quatro mil são os rabiscos da colheita e as primícias de Israel que vão reconciliar e reconhecerão que Jesus é o verdadeiro Messias (Jr 31.32-33; Ez 11.19-20; 36.27-28; Os 2.16-23). Por ordem da grande voz do céu, elas serão arrebatados em meio a Grande Tribulação conforme já vimos: “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12.6).

Que lugar é esse? Certamente é a Sião celestial onde a Igreja e os 144 mil selados estarão juntas com o Cordeiro na glória, isto é, suas características são ao mesmo tempo as características de todos os selados com o Espírito Santo.

Em Apocalipse 7.3, somente é dito que os 144.00 selados são “servos de Deus”. Mas com o Cordeiro na glória, na Sião celestial, mostra-se o grau da sua semelhança com Ele.

O selo que é o Espírito Santo torna visível o nome do Pai. O selo com o nome sagrado sobre sua fronte revela:

1. Que em meio ao furor do Anticristo, eles foram fiéis testemunhas. Eles perseveraram na fé. Isto em contraste com os muitos milhões que têm o nome da besta gravado em sua fronte ou na sua mão direita.

2. Que mantiveram a pureza absoluta, pois está dito deles: “São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula” (Ap 14.4-5). Certamente não se trata no caso de celibato, mas de pureza. A decadência dos costumes morais atualmente se alastra cada vez mais, será tão completa durante a Grande Tribulação, que será difícil permanecer imaculado. Mas em virtude de estarem selados, eles permanecerão imaculados.

3. E são verdadeiros: “...e não se achou mentira na sua boca” (v. 4). Quão infinitamente importante é que não haja mentira em nós, já somente porque o Senhor só nos ouve quando o invocamos com o coração verdadeiro. Quem age com engano em todas as áreas quer seja política ou religiosa no caso de falsos ensinos corrupção afasta-se cada vez mais da Sião celestial, sendo cada vez mais preso ao pai da mentira.

Durante o tempo que eles estiveram na terra, eles ouviram o evangelho pregado pelas duas testemunhas, eles creram, foram selados e também foram arrebatados para o Cordeiro. Estas puras e verdadeiras primícias de Israel, apesar de terem a mentalidade de noiva, não farão parte da Igreja-Noiva. Pois esta já está ataviada e preparada para as bodas do Cordeiro. Estes serão os convidados para as “Bodas do Cordeiro” (Ap 19.7).

Os cento e quarenta mil israelitas não se encontram sobre tronos, mas diante do trono, do mesmo modo como a multidão inumerável dentre todos os povos e línguas (Ap 7.9). Lá os selados de Israel entoam um “novo cântico” (v. 3). Apesar de não serem ligados ao trono como os quatro seres viventes (Ap 4.6-9), nem estarem sentados sobre tronos e com coroas nas cabeças como os vinte quatro anciões (a Igreja; conf. Ap 4.4, 10 e 11), eles têm um motivo extraordinário e especial para louvar ao Criador: “Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa.” (V. 2). Nem os quatro seres viventes, nem os vinte e quatro anciões têm este motivo. Pois ninguém cumpriu tal tarefa como eles: a pregação do evangelho para seu povo diante da face da besta e do Anticristo. Em virtude de estarem selados, eles venceram na provação extrema da genuína da sua fé em Jesus Cristo.

Os judeus hoje que aceitam Jesus como Seu Messias, fazem parte da Igreja de Cristo, os cento e quarenta e quatro mil selados são as primícias de Israel, mas no final da Grande Tribulação os que restarem serão salvos mais tarde quando estiverem cercados pelo exército do Anticristo, então o Senhor aparecerá para socorre-los.

Estas primícias de Israel os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá” (v. 4).

Os russelitas, também conhecidos por testemunhas de Jeová, querem afirmar que os cento e quarenta e quatro mil são o número dos que hão de ser salvos, dentre todas as nações e através de todos os tempos, e os únicos redimidos. Mas, aqui, cai por terra este ensino herético, porque são os anciãos que representam a Igreja, e estes cento e quarenta e quatro mil são assinalados do capítulo 7 e 14, que serão salvos no meio da tribulação.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC