TEOLOGIA EM FOCO

sábado, 19 de junho de 2021

AS QUATRO PROPOSTAS DE FARAÓ

 


Êxodo 3.10 “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito.”

Êxodo 8.25-28 “Então chamou Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Ide, e sacrificai ao vosso Deus nesta terra. 26- E Moisés disse: Não convém que façamos assim, porque sacrificaríamos ao Senhor nosso Deus a abominação dos egípcios; eis que se sacrificássemos a abominação dos egípcios perante os seus olhos, não nos apedrejariam eles? 27- Deixa-nos ir caminho de três dias ao deserto, para que sacrifiquemos ao Senhor nosso Deus, como ele nos disser. 28- Então disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor vosso Deus no deserto; somente que, indo, não vades longe; orai também por mim.”

De acordo com a palavra de Deus existem três lugares que o crente pode estar:

1° Egito. Quando você pratica algo fora da vontade de Deus Se eu ainda estou praticando as mesmas coisas que antes da conversão significa que ainda estou no Egito. O Egito na Bíblia significa mundo. Se estivermos praticando as mesmas coisas que o mundo pratica, péssima notícia, estamos ainda no Egito.

2° Deserto. Quando você é tentado, mas não pratica. Existe uma diferença, entre ser tentado e ceder à tentação. Ser tentado não significa que pecamos, mas ser tentado pode nos levar ao pecado.

3° Canaã. Quando você está vivendo a palavra de Deus. Deleite, prazer e alegria, Reino de Deus.

INTRODUÇÃO. Neste estudo veremos quando o povo de Israel estava para sair do Egito, Faraó fez quatro propostas a Moisés para reter o povo no cativeiro. Essas propostas eram indecentes. Tinham como objetivo enganar o povo e mantê-lo na escravidão.

1. Israel clamou ao Deus Eterno. Êxodo 2.23-25 “E aconteceu, depois de muitos dias, que morrendo o rei do Egito, os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram; e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão. 24- E ouviu Deus o seu gemido, e lembrou-se Deus da sua aliança com Abraão, com Isaque, e com Jacó; 25- E viu Deus os filhos de Israel, e atentou Deus para a sua condição.”

2. Deus ouviu o clamor do Seu povo. Êxodo 3.7-11 “E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. 8- Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuseu. 9- E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel é vindo a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem. 10- Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito.”

Após 430 anos de escravidão, o Senhor Deus levantou Moisés para tirar Seu povo do cativeiro. Quando Deus apareceu a Moisés no Monte Horebe deu-lhe uma missão quase impossível: Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o Meu povo, os filhos de Israel, do Egito. E tendo (de má vontade) aceitado aquela missão, enfrentou a astúcia do soberano do Egito que não tinha nenhuma vontade de deixar o povo ir. Por quatro vezes Faraó tentou enganar Moisés sem lograr êxito.

I. AS QUATRO PROPOSTAS A MOISÉS PARA RETER O POVO NO CATIVEIRO

1. Sirvam ao seu Deus no Egito. “Então chamou Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Ide, e sacrificai ao vosso Deus nesta terra.” (V. 25).

·         O Egito é um símbolo do mundo. O Egito é um mau caminho - é caminho largo.

·         A escravidão é um símbolo do pecado;

·         Faraó é um símbolo de Satanás;

A primeira proposta que Faraó sugeria que o povo servisse a Deus, desde que não deixasse o Egito. Faraó quer que adoramos a Deus nesta terra, no Egito.

Deus não aceitaria um sacrifício na terra da escravidão. O Egito simboliza o mundo, lugar do pecado; temos que sair do mundo para consagrar nossa vida ao Senhor. Deus requer uma mudança. Sacrifício no Egito significa um falso ensino e uma falsa conversão. A mensagem de Deus é: Arrependei-vos e convertei-vos dos maus caminhos. O Egito é um mau caminho - é caminho do mundo. O pecador para receber o perdão de Deus tem que abandonar o mundo, sair do Egito, e tornar-se para Deus. O Faraó, com aquela proposta, queria que Moisés e o povo de Israel pensassem que estariam agradando a Deus, mas seu real propósito era que eles continuassem escravos. O Egito é a terra da escravidão; Faraó é simboliza satanás e Moisés o libertador, uma figura do Cristo. Moisés recusou a proposta de Faraó e não houve acordo.

1.2. Nesta terra, neste lugar. Faraó propôs a Moisés a sacrificar nesta terra, ou seja, adore a Deus, no mundo. Não precisa sair do Egito. Ele quer que levantemos altares de adoração a Deus, dentro do Egito, ou seja, ligados com o mundo.

A princípio parecia uma proposta simpática e acolhedora. Mas, toda vantagem proposta por Satanás tem uma armadilha.

1.3. Saia do Egito. Ainda hoje, Satanás usa a mesma estratégia, induzindo as pessoas a pensar que podem adorar a Deus sem sair da escravidão do pecado.

- Que podem entrar para a igreja sem romper com os esquemas do mundo. Que podem colocar uma bela máscara de santidade, sem mudar de vida.

- Que podem se tornar religioso sem novo nascimento. Faraó propõe a religião da forma sem vida, do ritual sem conversão, da aparência sem novo nascimento.

- Moisés rechaçou a sedutora proposta de Faraó e nós devemos, também, rejeitar firmemente as insinuações do diabo. Não basta levantar altares a Deus. Precisamos sair do Egito!

A. O Egito não lugar de adorar a Deus.

B. Vivendo no Egito, não podemos servir ao Senhor com santidade. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hb 12.14).

C. Servir a Deus na forma do mundo é religiosidade.

2. Sirvam ao seu Deus no deserto, mas não vá longe. “...indo, não vades longe; orai também por mim.” (v. 28b).

A segunda proposta que Faraó propõe o povo ir, mas não ir tão longe. Aonde eu poso te ver, te orientar, e te usar (escravizar).

2.1. Não se aprofunde na adoração. Sirva a Deus, mas sem oração, sem meditação da Palavra de Deus e sem responsabilidade.

A proposta de Faraó a Moisés, era um culto raso e vazio. Porém, o mestre Jesus no monte das oliveiras exige a vigilância e a oração de Seus discípulos:

Mateus 26.36,37 “Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. 37- E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.”

“...vou além orar.”

- Deixando oito discípulos reunidos, Jesus levou Pedro, Tiago e João mais adiante e entraram no jardim. Finalmente ele se afastou até mesmo deles para ficar sozinho em oração. Ordenou aos três que se encontravam mais perto (como também aos demais de um modo geral) que velassem, isto é, que lhe emprestassem força através de sua presença alerta e simpática.

Mateus 26.40,41 “E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? 41- Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”

Mateus ainda esclarece que naquela noite Jesus orou três vezes no Jardim do Getsêmani. No intervalo entre uma oração e outra, Jesus sempre encontrou os seus discípulos dormindo. Foi nesse contexto que Jesus fez a seguinte exortação: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”

Por isso o doutor Lucas adverte a igreja a persevera no ensino dos apóstolo e na oração: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” (Atos 2.42).

O nosso adversário não quer que o crente em Jesus, se aprofunde na comunhão com o Pai, através da oração e na mediação das Sagradas Escrituras.

3. Sirvam ao seu Deus, mas deixem a família fora disso. Êxodo 10.8-11 “Então, Moisés e Arão foram conduzidos à presença de Faraó; e este lhes disse: Ide, servi ao Senhor, vosso Deus; porém quais são os que hão de ir? 9- Respondeu-lhe Moisés: Havemos de ir com os nossos jovens, e com os nossos velhos, e com os filhos, e com as filhas, e com os nossos rebanhos, e com os nossos gados; havemos de ir, porque temos de celebrar festa ao Senhor. 10- Replicou-lhes Faraó: Seja o Senhor convosco, caso eu vos deixe ir e as crianças. Vede, pois tendes conosco más intenções. 11- Não há de ser assim; ide somente vós, os homens, e servi ao Senhor; pois isso é o que pedistes. E os expulsaram da presença de Faraó.”

Somente vós, os homens...”. A terceira proposta Faraó propõe a Moisés levar o povo, mas deixar no Egito as crianças e os jovens. Com isso, está insinuando que o lugar para os jovens desfrutarem a vida é no Egito.

Caso falhem as artimanhas de “Faraó” para nos impedir de sair do “Egito”, certamente ele apelará para a intimidação, fazendo ameaças à nossa família. Ele não se “opõe” a que você sirva a Deus, desde que deixe para trás filhos e cônjuge. Infelizmente, muitos irmãos têm deixado o diabo roubar-lhes os próprios filhos. Precisamos parar de barganhar com Faraó, e posicionar-nos para lutar e defender o nosso direito de servir a Deus com a nossa família, sem ingerência alguma do diabo.

Moisés, com firmeza, resiste a proposta de Faraó e não abre mão das crianças nem dos jovens. A família não pode estar dividida. Velhos, jovens e crianças, todos, devem estar na presença de Deus, a serviço de Deus, pois o lugar dos jovens desfrutarem a vida e encontrarem plenitude de alegria é na presença de Deus.

Faraó quer induzir Moisés a pensar que o culto a Deus não tem atrativos para os jovens e que eles devem ficar no Egito, onde os prazeres são mais vibrantes. Essa mentira de Faraó traveste-se de muitas outras sedutoras propostas em nossos dias. Muitos jovens abandonam as fileiras da fé para retrocederem aos prazeres transitórios do pecado.

II. SIRVAM AO SEU DEUS, MAS DEIXE OS SEUS BENS FORA DISSO

Êxodo 10.24-26 “Então Faraó chamou a Moisés, e disse: Ide, servi ao Senhor; somente fiquem vossas ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas crianças. 25- Moisés, porém, disse: Tu também darás em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao Senhor nosso Deus. 26- E também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar, para servir ao Senhor nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá.”

1. Não precisamos negociar coisa alguma com “Faraó”. Faraó ao ver esgotadas todas as suas sugestões, tentou sua última cartada. Sugeriu que Moisés fosse embora, mas deixasse para trás o rebanho. Os israelitas serviriam a Deus, mas seus rebanhos ficariam no Egito. A reposta de Moisés é corajosa e emblemática. Disse a Faraó que nem uma unha ficaria no Egito (Êx 10.26). Muitos querem adorar a Deus, deixando seus bens no Egito. Querem servir a Deus sem consagrar a ele seus bens. A Escritura é enfática em dizer que não podemos separar o culto que prestamos a Deus dos bens que possuímos, pois onde estiver o nosso tesouro, aí também estará o nosso coração. Cuidado com as propostas de Faraó, elas são indecentes e muito perigosas. Acautelemo-nos!

Você não precisa aceitar a ideia de que Deus quer a pobreza e a miséria para você. “Faraó” fez tudo para impedir que o povo levasse seus bens, mas Deus não permitiu, e ainda fez mais: fez com que cada egípcio presenteasse os hebreus com ouro e prata. Cremos que é esta mesma atitude que Deus espera de nós hoje. Não ceda nem um centavo para o diabo. Vamos servir a Deus com os nossos bens. A maneira bíblica de vencer “Faraó”, nesta questão, é entregar ao Senhor os nossos bens. Quando entregamos nossas ofertas, destronamos “Faraó”. E os mais importantes, abrem-se portas para que a bênção financeira venha sobre nós. Analisando as propostas de Faraó, descobrimos que o inimigo sempre cede aos poucos, mas cede. “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg 4.7). Por isso, precisamos permanecer na posição correta e tomar cada parte da herança que nos pertence. Portanto, pare de negociar com “Faraó”; não aceite nenhuma de suas propostas.

2. Sirvam a Deus, mas levem tudo. Êxodo 12.29-36 “E aconteceu, à meia-noite, que o Senhor feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. 30- E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto. 31- Então chamou a Moisés e a Arão de noite, e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, servi ao Senhor, como tendes dito. 32- Levai também convosco vossas ovelhas e vossas vacas, como tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim. 33- E os egípcios apertavam ao povo, apressando-se para lançá-los da terra; porque diziam: Todos seremos mortos. 34- E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse, e as suas amassadeiras atadas em suas roupas sobre seus ombros. 35- Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme à palavra de Moisés, e pediram aos egípcios joias de prata, e joias de ouro, e roupas. 36- E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, e estes lhe davam o que pediam; e despojaram aos egípcios.”

O juízo de Deus não se dirigiu somente a Faraó ou aos chefes de estado da terra, mas ao Egito como um todo, já que eles eram igualmente responsáveis pela opressão e escravidão imposta ao povo de Deus. Portanto, Faraó mandou chamar a Moisés pela última vez, na calada da noite, e disse: Levantai, e saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, e servi ao Senhor, como tendes dito. Levai também convosco vossas ovelhas e vossas vacas, como tendes dito; e ide e abençoai-me também a mim.”

3. “E os egípcios apertavam ao povo, apressando-se para lançá-los da terra...”. Agora são os próprios egípcios que estão pedindo a saída dos israelitas de suas terras com receio de serem todos mortos. E fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios vasos de prata, vasos de ouro e vestes. E saíram em vitória, livres e prósperos.

O Senhor Deus é o dono da prata e do ouro e Ele é um Deus Justo. O Senhor havia orientado a Moisés a pedir fundos aos vizinhos egípcios, e a promessa de que o próprio Deus faria os egípcios atenderem a este pedido (Êx 11.2-3). Era, na realidade, uma indenização a pagar aos escravos libertos, uma fração daquilo que lhes era devido (cf. Dt 15.13-14).

CONCLUSÃO. Essa história de Moisés tem milhares de anos. Mas mesmo assim Satanás não muda a sua estratégia. Ele sempre vai tentar negociar coisas na nossa vida. Ele sempre vai tentar negociar à nossa maneira de servir a Deus. Por isso hoje tome algumas decisões: decida ir mais longe em Deus, decida sair da superficialidade. Decida servir a Deus com o seu melhor. Decida fazer mais para o Senhor. Decida servir mais na sua comunidade. Decida se envolver mais na obra de Deus. Decida servir ao Senhor junto com a sua família. Não abra mão da sua esposa ou do seu marido, dos seus filhos estarem juntos com você na igreja. Decida servir a Deus com os seus recursos. Esse foi o exemplo que Moisés deixou para cada um de nós.

Que cada um de nós possa dar o melhor a DEUS servindo com tudo que temos e somos sei deixar que faraó influencie as nossas vidas. O SENHOR tem para nós vida abundante com benção para os seus filhos.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

sexta-feira, 18 de junho de 2021

QUEM FOI O HOMEM QUE SUBTITUIU MOISÉS?

 


INTRODUÇÃO. O Eterno sempre usou o homem para anunciar a salvação, para conduzir o Seu povo ao Seu propósito e Ele escolhe os homens para este trabalho. Homens que tenham passado pela Sua escola e que sejam aptos e aprovados para conduzir o Seu povo.

Este homem foi Josué. Ele tinha:

Experiência, santidade, coragem e sabedoria.

Josué foi o homem escolhido para substituir Moisés e conduzir o povo.

Josué serviu Moisés 40 anos no deserto.

I. QUEM ERA JOSUÉ

1. O significado do nome de Josué. O nome Josué, no hebraico, Yehōshuāh (Nm 13.16), é composto pela abreviação do nome divino (YAHWEH) e pelo vocábulo “salvação”. Literalmente significa “Salvação de YAHWEH”, ou “YAHWEH é Salvador”. O nome “Josué”, no Antigo Testamento, corresponde a “Iēsous”, “Jesus”, em o Novo Testamento (At 7.45). Daí a razão pela qual Clyde Francisco, afirma que "assim como o primeiro Jesus conquistou a terra da mão do inimigo, o segundo Jesus conquistou vitoriosamente o céu, pela vitória sobre o pecado”.

Josué era chamado originalmente de Oséias (Nm 13.8; Dt 32.44), entretanto, seu nome fora mudado por Moisés em Cades (Nm 13.16). Oséias significa “salvação”, todavia, seguindo a prática hebreia e semítica de mudar o nome a fim de ratificar a mudança de posição ou destino, Moisés, influenciado pelo Espírito de Deus, muda o nome do primogênito da tribo de Efraim para Yehōshuāh. Com a mudança do nome, altera-se também a função e a responsabilidade do indivíduo diante do Senhor e do povo israelita.

1. Servo de Moisés. Êx 24.1 “Levantou-se Moisés com Josué, seu servidor, e, subindo Moisés ao monte de Deus”.

Josué era seu ministro ou servo, e seria uma satisfação para ele tê-lo como companheiro durante os seis dias em que permaneceu no monte antes que Deus o chamasse. Josué deveria ser seu sucessor e, portanto, foi honrado diante do povo e, portanto, foi preparado sendo treinado em comunhão com Deus.

2. Não tinha experiência. Êx 32.16-19 “As tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas. Ouvindo Josué a voz do povo que gritava, disse a Moisés: Há alarido de guerra no arraial, respondeu-lhe Moisés: Não é alarido dos vencedores nem alarido dos vencidos, mas alarido dos que cantam é o que ouço. Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e a danças; então, ascendendo-se a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte”.

Após 40 dias no monte, Moisés e Josué descem do monte, Moisés traz consigo as tabuas escrita com os 10 mandamento escrita pelo próprio Deus. Ao descer ouvem a voz do povo que gritava. Porem Josué disse a Moisés: Há alarido de guerra no arraial...”

Moisés respondeu: “Não é alarido dos vencedores nem alarido dos vencidos, mas alarido dos que cantam é o que ouço...”

“Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e a danças; então, ascendendo-se a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte”.

Josué era ainda novo para discernir o que estava acontecendo, e entendeu que era alarido de guerra, mas Moisés já tinha grandes experiências com Deus, portanto discerniu que o alarido não era de vencedores e nem de vencidos, ou seja, algo estranho estava acontecendo no meio do arraial, e ao aproximar viu a loucura que o povo estava cometendo, em adorar um bezerro de ouro (deus do Egito). Assim podemos ver que Josué precisou caminhar 40 anos ao lado de Seu líder para aprender com seu mestre.

II. A CHAMADA DE JOUÉ

Dt 31.27 “Ordenou o Senhor a Josué, filho de Num, e disse: Sê forte e corajoso, porque tu introduzirás os filhos de Israel na terra que sob juramento, lhes prometi; e eu serei contigo”.

Josué foi um grande companheiro de Moisés, durante a travessia do deserto.

O que nos revela a história deste companheiro inseparável de Moisés, é o Resultado que ela trará para sua vida. O Chamado de Josué é apenas uma prévia do resultado das escolhas que deus costuma fazer.

1. Deus manda Moisés Fazer à apresentação legal de Josué ao povo... (Dt 31.7).

2. Depois da apresentação solene, Josué será conduzido à tenda da Revelação (v. 14). Ver-se nisso todo um preparo advindo de Deus para a vida do futuro substituto de Moisés.

III. TINHA A COMPANHIADA DO PRÍNCIPE DOS EXÉRCITOS

Js 5.13-15 “Estando Josué ao pé de Jericó, levantou os olhos e olhou; eis que se achava em pé diante dele um homem que trazia na mão uma espada nua; chegou-se Josué a ele e disse-lhe: És tu dos nossos ou dos nossos adversários? Respondeu ele: Não; sou príncipe do exército do Senhor e acabo de chegar. Então Josué se prostrou com o rosto em terra, e o adorou, e disse-lhe: Que diz senhor ao seu servo. Respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: Descalça as sandálias dos pés, porque o lugar em que está é santo. E fez Josué assim”.

“Josué, viu um homem que estava diante dele, o qual tinha uma espada nua em sua mão”. É evidente pela tensão do contexto que isso não era uma mera visão, mas uma aparência real; que surpreendeu, mas não assustou, o corajoso líder.

O homem que Josué viu e que se identificou como “Príncipe do exército do Senhor”, era o próprio Deus mesmo (Js 6.2), na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Seria uma teofania (cf. Êx 14.19).

“....prostrando-se sobre seu rosto em terra o adorou...”. A adoração por Josué dessa forma absoluta de prostração demonstra os sentimentos de profunda reverência com que a linguagem e o porte majestoso do estranho o inspiraram. O caráter real dessa personagem foi revelado ao aceitar a homenagem de adoração (cf. At 10.25-26; Ap 19.10).

“Tira teus calçados”. Vemos com tudo isso que o que santifica as coisas deste mundo, são os nossos pés. Não os pés carnais, mas o nosso caminhar como filhos de Deus sobre a terra, pois a presença de Deus está em nós, somos templo do Espírito Santo e assim por onde andamos temos que expressar o amor de Deus, levar o reino de Deus e acima de tudo buscarmos a santificação, termos reverência à presença do Senhor em nossa vida.

IV. CORAJE

Dt 31.23 “E ordenou a Josué, filho de Num e disse: Esforça-te e anima-te, porque tu meterás os filhos de Israel na terra que lhes jurei: e eu serei contigo.

Js 1.6-9 “Esforça-te e tenha bom animo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. Tão somente esforça-te e tem mui bom animo... Não te mandei eu? Esforça e tem bom animo; não pasme, nem te espantes, porque o Senhor, é contigo, por onde quer que andares”.

Seja forte e corajoso foi a declaração de encorajamento que Josué escutou do próprio Deus. Ao dizer que Josué devia ser forte e corajoso, Deus estava animando e fortalecendo o líder hebreu que havia recebido a responsabilidade de conduzir o povo de Israel na conquista da Terra Prometida.

Esse encorajamento é tão importante e emblemático que Deus o repete três vezes seguidas a Josué (Josué 1:6-9). De fato, essas palavras certamente foram muito significativas a Josué. Deus lhe falou que ele deveria ser forte e corajoso num momento decisivo de sua vida.

V. SABEDORIA

Dt 34.9 “E Josué, filho de Num, foi cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés tinha posto sobre ele as suas mãos; assim, os filhos de Israel lhe deram ouvido e fizeram como o Senhor ordenará a Moisés.”

Moisés impôs sobre ele as mãos. A imposição de mãos simbolizava a transferência de poderes ou qualidade de um indivíduo para outro (cf. Lv 16.21; Gn 48.14; At 6:6; 9.17; 1ª Tm 4.14). [Comentário Bíblia Shedd].

Quando Moisés lhe impôs as mãos, este líder relativamente jovem ficou cheio do espírito de sabedoria. Esse “espírito de sabedoria” incluía habilidade da administração civil e liderança militar. Já havia ter provado ter fé forte, coragem e dedicação ao dever. CBASD, vol. 1, p. 1185.

10-12 Não se levantou profeta igual a Moisés até Cristo, que é o Grande Profeta predito por Moisés, cf 18.15-18 [Comentário Bíblia Shedd].

Provérbios 1.7 “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.”

Para isso, ele diz que o primeiro e mais importante passo é: temer ao Senhor. Do temor a Deus flui toda a sabedoria ministrada pelo Espírito Santo.

De acordo com o sábio, os tolos o rejeitam, mas o prudente não. Você e eu podemos observar pessoas extremamente inteligentes e excepcionais no que fazem, mas ao rejeitar o conhecimento de Deus, elas mostram quem realmente são: tolas!

3.1. Sem sabedoria do Espírito o homem não consegue fazer a obra de Deus.

Quem não tem peça a Deus Tg 1.5 Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe á concedida”.

CONCLUSÃO. Moisés quando estava pastoreado o rebanho do seu sogro teve um encontro com El Schaday o Deus todo poderoso. Quando a salsa queimava Deus mandou que Moisés tirasse a sandálias de seus pés pois o lugar que estava pisando era santo.

Quando Josué teve o encontro com o príncipe dos exércitos, da mesma forma Ele mandou que Josué tirasse as sandálias.

As sandálias representam aquilo que impede a comunhão com Deus. É um obstáculo para o crente ter uma viva comunhão com o Senhor.

Eu te convido a tirar as sandálias de teus pés e fazer um propósito com Deus para que Ele possa te usar, te abençoar. Ele quer te usar poderosamente na Sua obra tira o obstáculo.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES

 


Êxodo 29.1-12 “Isto é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio: Toma um novilho, e dois carneiros sem mácula, 2- e pão asmo, e bolos asmos amassados com azeite, e coscorões asmos untados com azeite; com flor de farinha de trigo os farás. 3- E os porás num cesto e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros. 4- Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água; 5- depois, tomarás as vestes e vestirás a Arão da túnica, e do manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode. 6- E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra; 7- e tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; assim, o ungirás. 8- Depois, farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas, 9- e os cingirás com o cinto, a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que tenham o sacerdócio por estatuto perpétuo, e sagrarás a Arão e a seus filhos. 10- E farás chegar o novilho diante da tenda da congregação, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do novilho; 11- e degolarás o novilho perante o Senhor, à porta da tenda da congregação. 12- Depois, tomarás do sangue do novilho, e o porás com o teu dedo sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás á base do altar.”

Chegamos ao capítulo que detalha o cerimonial de consagração sacerdotal para o serviço no Tabernáculo: Êxodo 29. Este capítulo descreve o rito consagratório dos sacerdotes. Ele consistia na apresentação de um bezerro e dois carneiros sem mácula; pão asmo (sem fermento) e bolos asmos amassados com azeite; bolinhos asmos untados com azeite e feito com flor de farinha de trigo. Todos estes itens eram elementos que compunham todo o ritual para consagrar, isto é, separar, para o ministério sacerdotal, Arão e os seus filhos. Esta linhagem representaria o sacerdócio oficial da Casa de Israel.

INTRODUÇÃO.

Deus ordenou que Moisés separasse Arão e seus filhos para o sacerdócio. O vestiário, bem como o modo de proceder dos sacerdotes, foram dados por orientações do próprio Deus. Antes de oferecer sacrifícios em favor do povo, Arão deveria oferecer sacrifício para a remissão dos seus próprios pecados. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do ato de consagração e purificação do sacerdócio, conforme as determinações de Deus.

I. A CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS FILHOS

Consagração: Ação de dedicar-se a Deus; dedicação, sagração. A consagração do sacerdócio de Arão e de seus filhos decorria pela passagem da água, a unção com azeite e a imolação de animais como sacrifício.

1. A lavagem com água. “Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água” (Êx 29.4). Muitos eram os rituais de preparação que os sacerdotes deveriam realizar antes de se achegarem à presença de Deus. Uma parte dos rituais era a lavagem com água, que simbolizava pureza e perfeição. Deus é santo e requer santidade do seu povo: “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). Atualmente o crente é limpo pela Palavra (Jo 15.3) e pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7). Sem pureza e santidade não podemos nos achegar à presença de Deus.

Uma importante razão pela qual o crente deve santificar-se é que a santidade de Deus, em parte, é revelada através do procedimento justo e da vida santificada do crente.

2. A unção com azeite (Êx 30.23-33). O azeite da unção deveria ser derramado sobre a cabeça de Arão e seus filhos. O azeite é símbolo do Espírito Santo que viria habitar no crente pelo ministério intercessor de Jesus (Jo 14.16,17,26), bem como o batismo com o Espírito Santo (At 1.4,5,8). Assim também a igreja recebeu o penhor do Espírito (2ª Co 1.21,22), mas alguns de seus membros são individualmente separados para ministérios específicos, segundo os propósitos de Deus.




3. Animais são imolados como sacrifício (Êx 29.10-18).
Era necessário que antes de ministrar em favor do povo, o sacerdote oferecesse sacrifícios de holocausto por sua própria vida. Arão e seus filhos deveriam levar um cordeiro, sem mancha ou defeito, diante do altar. O cordeiro morto tipificava a morte vicária de Jesus Cristo, que “morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1ª Co 15.3). A morte vicária de Cristo proporciona ao homem pecador a reconciliação com Deus. Jesus morreu para expiar os nossos pecados (1ª Pe 1.18,19).

“O Novilho [Bezerro]. Quando os sacerdotes impunham as mãos na cabeça do novilho, isso simbolizava a sua identificação com o animal, como seu substituto e, talvez, a transferência dos pecados do povo para o animal. Assim, o novilho tornava-se um sacrifício vicário, que morria por causa dos pecados do povo (v.14). Essa cerimônia aponta para o sacrifício vicário de Cristo, que tornou-se a nossa oferta pelo pecado (Is 53.5; Gl 3.13; Hb 13.11-13)” [Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.165]. Em seguida, explique que a suficiência do sacrifício de Jesus Cristo é a garantia de que Ele é o Sumo Sacerdote perfeito.

II. O SACRIFÍCIO DA POSSE

O sacrifício da posse consistia na consagração do segundo carneiro e nos sacrifícios diários.

1. O segundo carneiro da consagração (Êx 29.19-35). Era necessário que outro animal inocente fosse morto. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “parte do sangue era colocada primeiramente na orelha direita, no dedo polegar da mão direita e no dedo polegar do pé direito”. O restante do sangue deveria ser derramado sobre o altar. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado (Hb 9.22). Tudo apontava para o Calvário, onde Cristo derramou seu sangue por nós.

2. Sacrifícios diários. Diariamente eram oferecidos sacrifícios pelo pecado. Pela manhã e a tarde havia sacrifícios e um animal inocente era morto em resgate da vida de alguém. O sacrifício de Cristo foi perfeito e único. Por isso, hoje podemos nos achegar a Deus para adorá-lo livremente.

No Tabernáculo, tudo deveria estar sempre pronto a fim de que o culto diário a Deus nunca fosse interrompido. Os sacerdotes cuidavam para que o fogo do altar nunca se apagasse. A cada manhã, este era alimentado com nova lenha e novos holocaustos (Lv 6.12,13). Da mesma forma Deus quer que nos apresentemos a Ele, prontos e renovados espiritualmente (2ª Co 4.16).

No interior do Tabernáculo ficava o castiçal de ouro, os pães da proposição, o altar do incenso, o Santo dos santos e a arca da aliança.

 III. CRISTO, PERPÉTUO SUMO SACERDOTE


O sacrifício de Cristo é perfeito, eterno e perpétuo segundo a ordem de Melquisedeque.

1. Sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. A primeira referência a Melquisedeque como sacerdote encontra-se no livro de Gênesis 14.18. Poucos sabemos a respeito de Melquisedeque: “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida” (Hb 7.3). Melquisedeque é um tipo de Cristo.


2. O sacrifício perfeito de Cristo.
Arão e seus descendentes deveriam oferecer diariamente sacrifícios por seus pecados e também do seu povo. Hoje não precisamos fazer esses tipos de sacrifícios, pois o sacrifício de Cristo foi único, perfeito e perpétuo (Hb 7.25-28).

3. O sacrifício eterno de Cristo. “Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo” (Hb 7.24). O vocábulo “perpétuo” significa “inalterável”. Jesus não pertencia à tribo de Levi, mas seu sacerdócio era segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.6,10; 7.11,12), logo, seu sacerdócio era superior ao de Arão. O sacerdócio de Cristo é superior, eterno e imutável.

CONCLUSÃO.

Deus estabeleceu o sacerdócio e as cerimônias de purificação e consagração. Estas cerimônias apontavam para o sacrifício perfeito e o sacerdócio eterno de Cristo. Ele se ofereceu como holocausto em nosso lugar. Sem Cristo, jamais poderíamos nos achegar à presença santa e eterna de Deus e ter comunhão com Ele.

Os israelitas, mediante o Tabernáculo, podiam aprender corretamente como achegar-se a Deus, adorá-lo, servi-lo e viver para Ele em santidade. Assim deve fazer a igreja, conforme Hebreus 10.21-23. O Senhor é Santo e sem santidade nosso louvor e adoração não poderão agradá-lo.

Antônio Gilberto. A consagração dos sacerdotes. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2014. CPAD Rio de Janeiro RJ.


DEUS ESCOLHE ARÃO E SEUS FILHOS PARA O SACERDÓCIO

 


Êxodo 28.1-11 “Depois, tu farás chegar a ti teu irmão Arão e seus filhos com ele, do meio dos filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal, a saber: Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. 2- E farás vestes santas a Arão, teu irmão, para glória e ornamento. 3- Falarás também a todos os que são sábios de coração, a quem eu tenha enchido do espírito de sabedoria, que façam vestes a Arão para santificá-lo, para que me administre o ofício sacerdotal. 4- Estas, pois, são as vestes que farão: um peitoral, e um éfode, e um manto, e uma túnica bordada, e uma mitra, e um cinto; farão, pois, vestes santas a Arão, teu irmão, e a seus filhos, para me administrarem o ofício sacerdotal. 5- E tomarão o ouro, e o pano azul, e a púrpura, e o carmesim, e o linho fino 6- e farão o éfode de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, de obra esmerada. 7- Terá duas ombreiras que se unam às suas duas pontas, e assim se unirá. 8- E o cinto de obra esmerada do éfode, que estará sobre ele, será da sua mesma obra, da mesma obra de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido. 9- E tomarás duas pedras sardônicas e lavrarás nelas os nomes dos filhos de Israel, 10- seis dos seus nomes numa pedra e os outros seis nomes na outra pedra, segundo as suas gerações. 11- Conforme a obra do lapidário, como o lavor dos selos, lavrarás essas duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel; engastadas ao redor em ouro as farás.”

No Antigo Testamento o sumo sacerdote exercia o ofício sagrado de ir ao Templo e entrar para oferecer sacrifício por ele e por toda a nação. Logo, seu sacrifício não era único ou perfeito. O ministério sacerdotal araônico apontava para Cristo, nosso Sumo Sacerdote eterno, Jesus Cristo é o único Sumo Sacerdote perfeito e suficiente. Ele é o único representante entre Deus e o homem. Assim como Jesus é o Sumo Pastor; nós os crentes, também fomos feitos sacerdotes. A nossa função é a de servir a Igreja e a Cristo com amor.

INTRODUÇÃO.

O capítulo 28 de Êxodo trata da chamada divina para o sacerdócio em Israel. O povo precisava aprender a adorar a Deus. Era necessário que homens chamados por Deus cuidassem da prática do culto ao Senhor no Tabernáculo e também através da congregação de Israel. Logo, o Senhor separou a tribo de Levi para o serviço no Tabernáculo e para o santo ministério sacerdotal. Os levitas serviam a Deus e auxiliavam os sacerdotes. Assim, todo sacerdote em Israel era levita, mas nem todo levita era sacerdote como veremos na lição.

I. O SACERDÓCIO (ÊX 28.1-5)

Sacerdócio: Ofício, o ministério e a função do sacerdote.

1. O sacerdote. Deus ordena que Moisés separe Arão e seus filhos para o ministério sacerdotal. O sacerdote deveria não somente pertencer à tribo de Levi, mas era preciso que fosse um descendente de Arão, que teve o privilégio de ser o primeiro sacerdote de Israel. Pertenciam à classe sacerdotal em Israel o sumo sacerdote, os sacerdotes e também os levitas.

O sacerdócio de Arão apontava para Cristo, nosso Sumo Sacerdote eterno (Hb 6.20). Arão era um ser humano e, portanto, um pecador que carecia de se apresentar diante de Deus com sacrifícios pelos seus próprios pecados. Mas Cristo é perfeito e seu sacrifício por nós foi único, completo e aceito pelo Pai.

2. O ministério dos sacerdotes. Quais eram as funções de um sacerdote? Sua principal missão era apresentar o homem pecador diante do Deus santo. Eram, especificamente, três as obrigações básicas do sacerdote: “santificar o povo, oferecer dons e sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores”. Eles também atuavam como mestres da lei (Lv 10.10,11). O sacerdócio de Arão apontava para Cristo, nosso único mediador diante de Deus. Como Sumo Sacerdote, Cristo intercede diante do Pai por nós (1ª Tm 2.5).

3. O sumo sacerdote. As nações que estavam ao redor dos hebreus já conheciam o serviço sacerdotal. Os sacerdotes não receberam nenhuma herança de terras quando as tribos entraram na Terra Prometida, pois a sua recompensa era servir ao Todo-Poderoso. Eles eram sustentados pelas ofertas e os sacrifícios levados ao Tabernáculo. Viviam de modo simples e dependiam única e exclusivamente da obediência e fidelidade do povo ao trazer seus dízimos (Nm 18.3-32).

Deus ordena o ministério sacerdotal por intermédio de Moisés, separando Arão e seus filhos para o santo ofício.

4. Qualidades de um sacerdote N.T. 1ª Timóteo 3.1-7. As qualidades necessárias para quem deseja exercer o Santo Ministério:

4.1. Ser irrepreensível.

4.2. Marido de uma só mulher.

4.3. Vigilante.

4.4. Sóbrio.

5.5.) Hospitaleiro. 4.9.

5.6. Apto para ensinar.

4.7. Não dado ao vinho.

4.8. Não espancador.

4.9. Não cobiçoso de torpe ganância.

4.10. Moderado, não contencioso, não avarento.

4.11. Governe bem a própria casa tendo os filhos em sujeição, com toda modéstia.

4.12. Que não seja novo na fé.

4.13. Não soberbo. 4.14. Tenha bom testemunho dos que estão fora da igreja. Conclua dizendo que tais características resultam do caráter regenerado pela mensagem do Evangelho.

II. A INDUMENTÁRIA DO SACERDOTE

1. A túnica de linho e o éfode (Êx 28.4-28). As vestes do sacerdote deveriam ser santas (Êx 28.3). Eles não poderiam se apresentar diante do Senhor de qualquer maneira. O linho fino apontava para a pureza, perfeição e justiça de Cristo, nosso sacerdote. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o éfode era um tipo esmerado de avental bordado, unido nos ombros e ligados por uma faixa na cintura”. No éfode havia duas pedras de ônix com os nomes das doze tribos. Arão deveria levar e apresentar diante de Deus as doze tribos de Israel. Cristo carregou sobre si os nossos pecados e os apresentou diante do Pai (1ª Co 15.3).

Sobre o éfode estava o peitoral contendo doze pedras preciosas com os nomes dos doze filhos de Israel. Esta peça ficava sobre o coração de Arão — o sumo sacerdote (Êx 28.15,17,21,29).

2. O Urim e Tumim (Êx 28.30). Eram pedras que os sacerdotes utilizavam na hora de tomar decisões. Eles deveriam carregar estas peças junto ao coração, mostrando a importância delas. Isso nos mostra que nossas decisões devem ser tomadas de acordo com a Palavra de Deus.

A túnica de linho, o éfode, o Urim e o Tumim eram elementos sagrados que compunham a indumentária sacerdotal.

III. MINISTROS DE CRISTO PARA A IGREJA

1. Chamados por Deus. Os verdadeiros ministros da igreja são chamados e vocacionados pelo Senhor. O ministério pastoral não é simplesmente um cargo ou uma forma de se alcançar status seja ele qual for. Muitos querem viver da obra e não para ela. Quem exerce o santo ministério sem a direta chamada do Senhor — o Dono da obra — é um intruso e está profanando a obra de Deus.

2. Qualificações. O sacerdote não podia se apresentar diante de Deus e da congregação de qualquer maneira. Um pastor deve sempre agir de modo a dar um bom testemunho (1ª Tm 3.7). O bom testemunho deve vir não somente dos que estão fora da igreja, mas especialmente pelos irmãos em Cristo. É preciso viver uma vida digna diante dos homens e também diante de Deus (1ª Tm 6.11,12). O pastor deve em tudo ser o exemplo (Tt 2.7).

3. Comprometidos com a Palavra. Os sacerdotes também tinham a função de ensinar a Palavra de Deus. Da mesma forma, Paulo recomenda que o ministro seja apto para ensinar (1Tm 3.2). É preciso que seja alguém capacitado na Palavra. A missão dos ministros de Cristo consiste no serviço, na mordomia, isto é, na administração dos negócios de Deus e, sobretudo, em sua fidelidade e santidade.

Os ministros de Cristo são dados por Deus à Igreja. Eles devem manifestar um caráter que honre ao Pai e que, igualmente, demonstre o compromisso com o ministério da Palavra.

CONCLUSÃO.

Os sacerdotes levavam os israelitas até a presença de Deus. O sacerdócio de Arão apontava para o sacerdócio perfeito de Cristo. Atualmente, todos os que creem em Jesus e no seu sacrifício na cruz foram feitos, pela fé, reis e sacerdotes do Deus Altíssimo (1Pe 2.5,9). Você é um representante de Deus aqui na terra, e nessa posição, você tem levado outros até Cristo?

Antônio Gilberto. Deus escolhe arão e seus filhos para o sacerdócio. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2014. CPAD Rio de Janeiro RJ.

AS LEIS CIVIS ENTREGUES POR MOISÉS AOS ISRAELITAS

 


Êxodo 21.1-12 “ESTES são os estatutos que lhes proporás: 2- Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça. 3- Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá: se ele era homem casado, sairá sua mulher com ele. 4- Se seu senhor lhe houver dado uma mulher, e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá só com seu corpo. 5- Mas se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos; não quero sair forro, 6- então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao postigo, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá para sempre. 7- E, se algum vender sua filha por serva, não sairá como saem os servos. 8- Se desagradar aos olhos de seu senhor, e não se desposar com ela, fará que se resgate: não poderá vendê-la a um povo estranho, usando deslealmente com ela. 9- Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme ao direito das filhas. 10- Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação marital. 11- E, se lhe não fizer estas três cousas, sairá de graça, sem dar dinheiro. 12- Quem ferir alguém, que morra, ele também certamente morrerá.”

INTRODUÇÃO.

Os capítulos 20.22 — 23.33 do livro do Êxodo versam sobre leis que regeram as esferas civis e litúrgicas na história judaica, isto é, elas legislavam tanto a vida da sociedade israelita quanto o sistema de culto ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “essas leis, que eram principalmente civis em sua natureza, tinha a ver somente com Israel, sua religião e as condições e circunstâncias prevalecentes naquele período”. Entretanto, os princípios existentes nessas leis — tais como o respeito à vida, apego à justiça e à equidade — são eternamente válidos. Precisamos interpretar a Palavra de Deus de maneira equilibrada, não confundido e aplicando a literalidade da Lei de uma nação à Igreja.

Deus entregou a Israel o Decálogo e algumas leis civis que regeriam aquela nação. O Decálogo pode ser considerado, em nossos dias, à nossa legislação constitucional, civil e penal. Tanto no seu caminhar no deserto, como depois já em Canaã, o povo de Israel viveu rodeado de povos ímpios, incrédulos, idólatras, perversos, enfim, grandes pecadores contra o Senhor e contra o próximo. Como nação, o povo precisava de leis que os orientasse e os levasse a uma convivência ideal.

Na lição de hoje, estudaremos algumas destas leis e a sua aplicação, tendo como referencial no Novo Testamento passagens como Mateus 5 a 7 e Romanos 12 e 13.

I. MOISÉS, O MEDIADOR DAS LEIS DIVINAS

Lei: Prescrição religiosa, conjunto de regras que emanam da providência divina e dada ao homem pela revelação.

1. O mediador (Êx 20.19-22). Deus falou diretamente com o seu povo. Todavia, eles temeram e não quiseram ouvir a voz do Todo-Poderoso diretamente. Então, os israelitas disseram a Moisés: “Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos”. Diante do Senhor o povo reconhecia as suas iniquidades e fragilidades.

Moisés foi o mediador entre o povo e Deus. Hoje, Jesus é o nosso mediador. Sem Cristo não podemos nos aproximar de Deus nem ouvir a sua voz (1ª Tm 2.5).

2. Leis concernentes à escravidão (Êx 21.1-7). As leis civis foram dadas a Israel tendo em vista o meio e a condição social em que viviam. O Senhor nunca acolheu a escravidão, mas, já que ela fazia parte do contexto social em que Israel vivia, era preciso regulamentar esta triste condição social. Deus ordenou que o tempo em que a pessoa estaria na condição de escravo seria de seis anos (Êx 21.2). Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “a lei não exigia que houvesse escravidão, mas visto que existia, estas leis regulamentares regiam a manutenção das relações certas”. O Senhor sabia da existência da escravidão, porém, Ele nunca aprovou esta condição.

3. Ricos e pobres (Dt 15.4-11; Jo 12.8). Deus sustentou o seu povo durante sua caminhada no deserto. Agora, quando entrassem na terra, deveriam trabalhar, e haveria entre os israelitas ricos e pobres. O contexto era outro. Em geral, a pobreza era resultado de catástrofes naturais, problemas com as colheitas, guerras e rebeldia do povo em obedecer aos mandamentos divinos. Deus sempre quer o melhor para o ser humano, que Ele criou e abençoou (Gn 1.27,28). Isso abrange os pobres: “Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas” (Is 1.17).

Uma parte do ministério de vários profetas que Deus levantou no Antigo Testamento era denunciar e advertir os israelitas contra a injustiça social e trabalho mal renumerado e opressão dos ricos e poderosos.

Assim como Moisés fez a mediação entre Deus e Israel, Cristo é o único mediador entre Deus e os homens.

II. LEIS ACERCA DE CRIMES

1. Brigas, conflitos, lutas pessoais (Êx 21.18,19). Deus criou o homem, logo, Ele conhece bem a sua natureza. Para orientar o povo em casos de agressões e brigas, o Senhor determinou leis específicas. Na Nova Aliança, aqueles que já experimentaram o novo nascimento, pelo Espírito Santo (Jo 3.3), não devem se envolver em brigas, disputas e contendas, pois a Palavra de Deus nos adverte: “E ao servo do Senhor não convém contender” (2Tm 2.24). Na igreja de Corinto faltava comunhão fraterna e em seu lugar havia disputas e contendas. Paulo denunciou e criticou duramente os coríntios por esta falta (1ª Co 6.1-11).

2. Crimes capitais. Deus já havia ordenado no Decálogo: “Não matarás” (Êx 20.13). Na expressão “não matarás”, o verbo hebraico exprime a ideia de matar dolosamente, perfidamente, por traição.

Na Antiga Aliança, o sistema jurídico era bem intolerante com os transgressores: “olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”. Todavia, havia casos onde a morte era, na verdade, uma fatalidade. Pouco depois, Deus, em sua misericórdia e bondade, estabeleceu as “cidades de refúgio”, para socorrer aqueles que cometessem homicídio involuntário, ou seja, morte acidental (Nm 35.9-11). As cidades de refúgio apontavam para Jesus Cristo, nosso abrigo e socorro. Elas também serviam para evitar que as pessoas fizessem vingança com as próprias mãos.

3. Uma terra pura. Deus libertou seu povo da escravidão e os estava conduzindo para uma nova terra. As leis serviriam para ensinar, advertir e impedir que o povo Israel profanasse Canaã (Nm 35.33,34).

As leis acerca de crimes versavam sobre as brigas, conflitos, lutas pessoais e crimes capitais.

III. LEIS CONCERNENTES À PROPRIEDADE

1. O roubo (Êx 22.1-15). A ovelha e o boi são citados porque os israelitas eram um povo pastoril, rural. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “tais leis visavam proteger a nação e organizá-la e voltar sua atenção para Deus”. O Senhor havia retirado os israelitas do Egito, porém, o “Egito” não saiu da vida de muitos deles. Por isso eram necessárias leis rígidas quanto ao direito do próximo e a propriedade privada, sabendo-se que toda a terra é do Senhor; nós somos apenas inquilinos nela (Dt 10.14).

2. Profanação do solo e o fogo (Êx 21.33,34; 22.6). Naquelas terras e naqueles tempos era comum os habitantes perfurarem ou escavarem o solo em busca de água para o povo e os animais e as lavouras. Quem fizesse tal abertura no solo era também responsável pela sua proteção para a prevenção de acidentes. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “estas normas ensinavam o cuidado e promoviam o respeito pelos direitos de propriedade dos outros”. Atualmente muitas reservas ecológicas são queimadas e espécies em extinção eliminadas pela ação inconsequente, criminosa e irresponsável daqueles que se utilizam dos recursos naturais de forma indevida.

As leis concernentes ao direito de propriedade garantiam o direito do próximo à terra. Todavia, a terra é do Senhor e os seres humanos são apenas os seus mordomos.

CONCLUSÃO.

As leis abordadas nesta lição foram entregues a Israel, porém, aprendemos com os conceitos destas leis a respeitar a vida e os direitos do próximo. Quando os direitos do próximo não são respeitados, a convivência em sociedade se torna um verdadeiro caos.

Antônio Gilberto. A leis civis entregues por Moisés aos israelitas. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2014. CPAD Rio de Janeiro RJ.


UM LUGAR DE ADORAÇÃO A DEUS NO DESERTO

 



Êxodo 25.1-9 “ENTÃO falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2- Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. 3- E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre, 4- E azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras, 5- E peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de teixugos, e madeira de cetim, 6- Azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso, 7- Pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. 8 - E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. 9 - Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis.”

INTRODUÇÃO.

O povo judeu viveu mais de quatrocentos anos no Egito. Este reino era fundamentalmente idólatra. Como era de se esperar em qualquer nação do mundo antigo, o Egito tinha templo, sacerdotes e todo um sistema religioso que funcionava vigorosamente. Mas a nação de Israel ainda não possuía uma religião sedimentada. Portanto, a influência egípcia na cultura dos judeus era inevitável - vede os exemplos dos deuses egípcios como fonte de apostasia para os judeus (Ez 20.5-9; 23.3,8,19-21,27), o Bezerro de Ouro construído no Monte Sinai e a posterior adoração do bezerro de Jeroboão I. Por isso, assim como o fez no Decálogo, Deus revelou diretamente a Moisés um modelo para a construção do Tabernáculo. Ele deixou claro que a sua habitação devia ser única, sem a mistura com o paganismo do Egito.

Deus queria habitar no meio de Israel. Por isso, ordenou a Moisés que, juntamente com o todo o povo, construísse um lugar separado para adoração. Trata-se do “Tabernáculo do Senhor”, um santuário móvel que acompanhou os hebreus durante sua longa peregrinação pelo deserto. Na lição de hoje, estudaremos como ocorreu a construção desse lugar santo de adoração ao Senhor.

I. AS INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO


1. O propósito divino.
Depois da entrega da lei, Deus ordenou que o seu povo edificasse um lugar de adoração. O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo Israel, que Ele libertara do poder de Faraó no Egito. O Senhor assim age para que o homem o conheça de forma pessoal e íntima (Jo 14.21,23).

2. As ofertas. O Tabernáculo seria construído pelo povo de Deus, com os recursos que receberam pela providência divina ao saírem do Egito (Êx 3.21,22; 12.35,36). Para a construção do Tabernáculo os israelitas ofertaram voluntariamente e com alegria. A Palavra de Deus nos ensina que o fator motivante para a contribuição do crente é a alegria: “porque Deus ama ao que dá com alegria” (2ª Co 9.7). O Senhor não se agrada de quem entrega a sua oferta e dízimo contrariado ou por obrigação (Ml 3.10). De nada adianta contribuir com relutância e amargura.

3. Tudo segundo a ordenança divina (Êx 25.8,9,40). O Tabernáculo não foi uma invenção humana. Podemos ver que a partir de Êxodo 25, o próprio Deus instrui a Moisés quanto à planta e os objetos do templo móvel. Moisés obedeceu a todas as instruções, pois todo o Tabernáculo apontava para o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Simbolizava o plano perfeito de Deus para a redenção da humanidade (Hb 9.8-11).

As instruções para a construção do Tabernáculo foram rigorosamente acatadas por Moisés segundo a ordenança divina.

II. O PÁTIO DO TABERNÁCULO


Tabernáculo: Santuário portátil onde os hebreus guardavam e transportavam a arca da aliança e demais utensílios sagrados.

1. O pátio. “Farás também o pátio do Tabernáculo” (Êx 27.9). Os israelitas precisavam aprender a forma correta de se chegar à presença de Deus e adorá-lo. O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração a Deus, deve haver separação, santidade. Havia uma única porta de entrada, que apontava para um único caminho, uma única direção. Isso prefigura Jesus Cristo, que disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á” (Jo 10.9). Jesus é o caminho que nos conduz a Deus (Jo 14.6).

2. O altar dos holocaustos. “Farás também o altar de madeira de cetim” (Êx 27.1). Ao entrar no pátio, o israelita tinha a sua frente o altar do holocausto. Era uma caixa de madeira de cetim coberta de bronze. Junto a esse altar o transgressor da lei encontrava-se com o sacerdote para oferecer sacrifícios a Deus a fim de expiar seus pecados e obter o perdão. O altar dos holocaustos tipificava Cristo, o nosso sacrifício perfeito que morreu em nosso lugar (Ef 5.2; Gl 2.20). Sem um sacrifício expiador do pecado não há perdão de Deus (Lv 6.7; 2Co 5.21). A epístola aos Hebreus nos mostra que o sacrifício salvífico de Cristo foi único, perfeito e completo para a nossa salvação (Hb 7.25; 10.12).

3. A pia de bronze (Êx 30.17-21). Na pia os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas: trabalho honesto; pés limpos: um viver e um agir íntegros (Ef 5.26,27; Hb 10.22). Precisamos nos achegar a Deus com um coração puro e limpo. Deus é santo e requer santidade do seu povo. Deus não aprova o viver e o servir do impuro. O servo de Deus deve ser “limpo de mãos e puro de coração” (Sl 24.4). Hoje somos lavados e purificados pelo precioso sangue de Cristo que foi derramado por nós (1ª Jo 1.7).

No pátio do Tabernáculo localizava-se o altar dos holocaustos e a pia de bronze.

III. O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS


1. O castiçal de ouro (Êx 25.31-40).
Não havia janelas no Lugar Santo e a iluminação vinha de um castiçal de ouro puro e batido. Esta peça também apontava para Jesus Cristo, luz do mundo, e a quem seguindo, não andaremos em trevas, mas teremos a luz da vida (Jo 8.12). O castiçal, em Apocalipse, simboliza a Igreja (Ap 1.12,13,20). As lâmpadas do castiçal ardiam continuamente e eram abastecidas diariamente de azeite puro de oliveira (Êx 27.20,21) a fim de que iluminassem todo o Lugar Santo. O azeite é um símbolo do Espírito Santo. Se quisermos emanar a luz de Cristo para este mundo que se encontra em trevas, precisamos ser cheios, constantemente, do Espírito Santo de Deus. “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18) é a recomendação bíblica.

2. Os pães da proposição e o altar do incenso (Êx 25.30). Havia uma mesa com doze pães e, todos os sábados, esses eram trocados. Estes pães apontavam para Jesus, o Pão da vida (Jo 6.35). Precisamos nos alimentar diariamente de Cristo, e não apenas no domingo. Tem você se alimentado diariamente na mesa do Senhor Jesus? Além dos pães, próximo ao Santo dos Santos ficava o altar do incenso, um lugar destinado à oração e ao louvor a Deus. Precisamos nos achegar ao Senhor diariamente com a nossa adoração e nossas orações: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2).

3. O Santo dos Santos e a arca da aliança (Êx 25.10-22). O Santo dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única peça deste compartimento sagrado. Era uma caixa de madeira forrada de ouro. Durante a peregrinação pelo deserto os sacerdotes carregavam-na sobre os ombros. A arca simbolizava a presença de Deus no meio do seu povo. Erroneamente os israelitas a utilizaram como uma espécie de amuleto.

Em Hebreus 10.19,20, vemos a gloriosa revelação profética entre o Santo dos Santos, o Senhor Jesus e o povo salvo da atualidade. O termo “santuário”, no versículo 19, é literalmente, no original, “santo dos santos”.

Antônio Gilberto. Um lugar de adoração a Deus no deserto. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2014. CPAD Rio de Janeiro RJ.


MOISÉS - SUA LIDERANÇA E SEUS AUXILIARES

 



Êxodo 18.13-22 “E aconteceu que, ao outro dia, Moisés assentou-se para julgar o povo. e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde. 14- Vendo pois o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto, que tu fazes ao povo? por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde? 15- Então disse Moisés a seu sogro: É porque este povo vem a mim, para consultar a Deus: 16- Quando tem algum negócio vem a mim, para que eu julgue entre um e outro, e lhes declare os estatutos de Deus, e as suas leis. 17- O sogro de Moisés porém lhe disse: Não é bom o que fazes. 18- Totalmente desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo: porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. 19- Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo: Sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as cousas a Deus; 20- E declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. 21- E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez; 22- Para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave traga a ti, mas todo negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.”

INTRODUÇÃO.

Nesta lição estudaremos a respeito de Moisés como servo fiel de Deus e como líder. Moisés havia sido “instruído em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em suas palavras e obras” (At 7.22). Todavia, como líder do povo de Deus, vemos as suas dificuldades na carência e utilização de auxiliares. O líder cristão, por mais capacitado que seja, não conseguirá realizar suas tarefas sem a ajuda de líderes auxiliares.

I. O TRABALHO DO SENHOR E OS SEUS OBREIROS

Liderança: Função, posição, caráter de líder, espírito de chefia.

1. O significado da palavra liderança. Liderar é uma arte. Interagir com pessoas de diferentes personalidades requer flexibilidade. Quando tratamos sobre o tema liderança em relação à Igreja de Cristo o assunto torna-se mais complexo ainda, pois um líder espiritual vocacionado por Deus não responde apenas a assuntos de ordem espiritual e celestial; além disso, responde às questões de caráter material e terreno. O líder cristão precisa ter discernimento da parte de Deus para atender às necessidades espirituais do seu rebanho, mas igualmente, ter a sensibilidade para com as demandas sociais da comunidade de fé onde lidera. Apesar de Moisés ser um bom exemplo de liderança, a pessoa de Jesus Cristo é o perfeito modelo de liderança humilde, acolhedora e amorosa.

1. Despenseiro e não dono (Êx 18.13-27). Podemos ser laboriosos e dedicados na obra do Senhor como foi Moisés e ainda assim cometer falhas em nossa administração. Um dos erros de Moisés e de alguns líderes da atualidade está no monopólio do poder administrativo. Na Bíblia encontramos vários exemplos que servem para mostrar que o líder de Deus não pode pensar que é dono da obra ou do rebanho que dirige. Vejamos como exemplo Diótrefes (3ª Jo vs. 9,10). Este obreiro via a congregação como uma propriedade sua. João repudiou e denunciou a recusa de Diótrefes em se relacionar com as outras lideranças e irmãos.

2. Falta de percepção do líder (Êx 18.14,17). Às vezes o líder não percebe as necessidades dos seus liderados. Isso não significa que ele seja um mau líder, mas que, em alguns momentos, os que estão de fora têm uma percepção maior da nossa administração. Jetro era sogro de Moisés e sacerdote; ele logo percebeu a dificuldade que Moisés estava tendo no exercício da sua liderança. Eliseu também não percebia que os discípulos dos profetas enfrentavam uma séria necessidade atinente à moradia (2º Rs 6.1). Talvez você, líder, não esteja percebendo as necessidades do seu rebanho, mas elas existem e não devem ser ignoradas. Oremos para que Deus levante homens fiéis como Jetro para sempre lhe ajudar.

3. O líder necessita de ajudantes (Êx 18.18). Caso Moisés continuasse a trabalhar sozinho, logo estaria enfrentando um severo esgotamento físico e mental. Ao mesmo tempo o povo também iria se cansar pela longa espera em pé (vs. 13,14). Sozinho, ninguém é capaz de cuidar do rebanho do Senhor. O líder não deve tentar fazer mais do que pode. Também precisamos nos conscientizar de que nenhuma pessoa é insubstituível na obra de Deus. Mais cedo ou mais tarde cada um de nós será substituído, contudo, a obra de Deus prosseguirá.

O líder precisa ter a percepção de que no trabalho do Senhor ele é apenas um despenseiro e não o dono da Obra.

4. Construindo relacionamentos na igreja e na comunidade.

·         A formação de relacionamentos começa com um procedimento e um procedimento apenas: atitude. Um líder tem de querer vê-la acontecer.

·         Jesus estava entre as pessoas, onde quer que estivessem.

·         Amizade é caracterizada por relacionamento não por imposições.

II. OS AUXILIARES DE MOISÉS NO MINISTÉRIO

1. Deus levanta auxiliares (Êx 18.21). Para fazer a sua obra, Deus levanta líderes principais, como Moisés, e de igual modo levanta líderes auxiliares. Todo obreiro que está à frente do trabalho do Senhor, seja qual for a tarefa, necessita de auxiliares, cooperadores, colaboradores (Rm 16.3,21; 2Co 8.23).

2. Os auxiliares de Moisés (Êx 18.25). Certamente Moisés teve muitos auxiliares cujos nomes não foram registrados nas Escrituras Sagradas, mas vejamos apenas alguns que o ajudaram durante a caminhada do povo até a Terra Prometida.

2.1. Miriã era auxiliar de Moisés e também sua irmã. Era profetisa e cantora (Êx 15.20,21). Seu nome, em hebraico, corresponde em grego a Maria. Certa vez, levantou-se contra Moisés e pagou caro por sua rebeldia (Nm 12).

2.2. Arão, irmão de Moisés, seu porta-voz (Êx 4.14-16; 7.1,2) e líder dos sacerdotes.

2.3. Os anciãos, também chamados príncipes no período mosaico. Eram líderes e representantes do povo (Dt 1.13-15; Êx 3.16,18). Outros auxiliares eram os juízes e os levitas (Js 8.33; 24.1).

2.4. Jetro, o sogro de Moisés, não era israelita, mas demonstrou ser um homem cheio de sabedoria. Ele muito ajudou Moisés.

2.5. Josué, sucessor de Moisés (Nm 27.18-23), é mencionado pela primeira vez na Bíblia em Êxodo 17.9, num contexto que destaca a sua obediência a Moisés (33.11). Por ter sido fiel e obediente a Moisés foi o escolhido de Deus para suceder o Legislador.

Deus levantou auxiliares para o ministério de Moisés. São eles: Miriã, Arão, os anciãos, juízes, levitas, Jetro e Josué.

III. QUALIDADES DE MOISÉS COMO LÍDER

1. Mansidão e humildade (Nm 12.3). Deus falava com Moisés face a face. Todavia, ele com humildade parou para ouvir os conselhos de Jetro, que não era nem mesmo israelita. Se você deseja ser bem-sucedido em sua liderança, seja humilde. A soberba, além de ser pecado, impede o líder de crescer. A Palavra de Deus diz que na “multidão de conselheiros, há segurança” (Pv 11.14), todavia, a soberba impede que o líder ouça seus auxiliares.

2. Piedoso e obediente. Moisés era um exemplo de obediência e integridade e da mesma forma o obreiro precisa ser modelo dos fiéis (1ª Pe 5.3). O verdadeiro ministro de Cristo precisa viver uma vida digna, não só diante de Deus, mas também dos homens (2ª Co 8.21; 1ª Tm 6.11,12). O servo deve viver e agir de modo honroso no trabalho, na vizinhança e na família. A santidade é um imperativo na vida do obreiro. Um bom ministro de Cristo não apenas dá ordens, mas em tudo é o exemplo para o rebanho.

3. Fiel (Nm 12.7; Hb 3.2,5). Esta é uma das qualidades primordiais de um líder, pois “requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel” (1ª Co 4.2). De nada adianta o líder cristão pregar e ensinar a Palavra, se ele é desobediente, displicente, e nem sequer pratica o que ensina. A verdadeira fidelidade revela-se em nossos atos cotidianos. Os olhos do Senhor estão à procura dos que são fiéis (Sl 101.6). Moisés foi fiel a Deus, ao seu povo, à sua família. Sigamos seu exemplo.

Mansidão, humildade, piedade, obediência e fidelidade são algumas das qualidades que podemos encontrar na liderança de Moisés.

CONCLUSÃO.

Ninguém pode fazer a obra de Deus sozinho. O líder cristão precisa de auxiliares dados por Deus que o ajude. Não sejamos como muitos líderes que não sabem delegar tarefas. Estes acabam sofrendo e fazendo a obra de Deus sofrer danos. Sigamos o exemplo de Moisés e seus auxiliares, que o ajudaram na missão de conduzir o povo de Deus até à Terra Prometida.

Antônio Gilberto. Moisés - sua liderança e seus auxiliares. Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2014. CPAD Rio de Janeiro – RJ.