TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 16 de julho de 2020

JESUS O VERBO DE DEUS



1. O significado da palavra Verbo. O vocábulo “Verbo” no original grego (logos), na Bíblia Almeida Corrigida Fiel (ACF) é traduzido por “Palavra”.


A expressão “logos”, se origina do hebraico “dabhar” o mesmo que, “palavra”; todavia a raiz desta expressão dabhar significa: “é aquilo que esta por traz”. Para os Judeus o dabhar de um homem era considerado como: “uma extensão da sua personalidade, e além, disso, como algo que possui uma existência substancial toda própria, ou seja, o dabhar de um ser (a palavra) expressa o que Ele é à medida que Ele fala! E João foi o único a perceber o que estava por traz daquele homem chamado Jesus! Todavia, João conseguiu ver um homem capaz de sentir compaixão, dor e cansaço como qualquer um ser humano normal. Porém à medida que este homem 100% humano falava, Sua vós expressava algo substancial, próprio e incomum, algo que denunciava sua verdadeira Natureza Divina.

Para os gregos o “logos” era um princípio divino que governava o universo. O vocábulo por si só significa: “razão, palavra, pensamento” etc… Não tem correspondente em língua moderna. O “logos” da filosofia era impessoal, mas o de João é uma pessoa. O “logos” da filosofia não é o mesmo de João 1.1.

O verbo grego logos para o filósofo Platão, significa a ideia universal e absoluta, para Filos o logos era a sabedoria de Deus.

Logos para João é uma pessoa, que comunica a realidade de Deus aos homens pela sua encarnação e sacrifício na cruz. Logos é a perfeita expressão de Deus. A revelação do A.T. era perfeita, mas incompleta. No N.T. é perfeita e completa. Logos é um verbo de ligação é aquilo que esta por traz. É só João que emprega este nome, que mostra Cristo como Revelação da vontade de Divina, ao salvar, ao julgar, ao aniquilar toda a iniquidade, e ao criar de novo todas as coisas. Por esta razão João Batista utilizou literalmente essa expressão ao dizer: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29,36).

1.1. Ninguém jamais havia visto a Deus. Jesus é o melhor exegeta porque Ele mesmo, sendo Deus, também se fez ser humano a fim de poder nos mostrar Deus, “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9).

O Verbo Eterno tornou-se Filho encarnado, quando foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, cumprindo-se assim a promessa de Deus: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Sl 2.7; At 13.33). A partir daí “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). A ideia de João 1.1 é progressiva, uma declaração vai esclarecendo a anterior até culminar com a declaração enfática: “e o Verbo era Deus”.

Na tradução do Novo Mundo eles vertem a Palavra "era [um] deus” com letra minúscula. Tal (ter) versão os torna um movimento religioso heterodoxo politeísta.

O próprio Jeová declara em sua Palavra: “antes de mim Deus nenhum se formou e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10); “além de mim não há Deus” (Is 44.6). O que fazem agora as Testemunhas de Jeová com Jesus? Há um só Deus verdadeiro (Jo 17.3), as demais divindades são falsas.

Em Apocalipse, João vê o Senhor Jesus ressurreto no céu e diz: “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus.” (Ap 19.13).

Uma veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), ou ambos. O Verbo de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.

1.2. Essa passagem é o tropeço das Testemunhas de Jeová. Na tradução do Novo Mundo, eles vertem a Palavra “era [um] deus” com letra minúscula. Tal (ter) versão os torna um movimento religioso heterodoxo politeísta.

O leitor pouco informado tem a impressão de que Jesus é um “deus” menor, contrariando abertamente Isaías 43.10 onde próprio Jeová declara em Sua Palavra: “antes de mim Deus nenhum se formou e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10); “além de mim não há Deus” (Is 44.6). O que fazem agora as Testemunhas de Jeová com Jesus? Há um só Deus verdadeiro (Jo 17.3), as demais divindades são falsas.

Em Apocalipse, João vê o Senhor Jesus ressurreto no céu e diz: “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus.” (Ap 19.13).

Uma veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), ou ambos. O Verbo de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.

É óbvio que a “geração” de um “deus” com letra minúscula implicaria que um “deus não tão verdadeiro” (mesmo que não fosse pagão) surgiu em algum momento da eternidade, apesar da certeza que Yahweh deu de que isso jamais ocorreria.

Como bem destacou o erudito F. F. Bruce sobre a correta tradução do referido texto do evangelho de João:

A estrutura da terceira frase do versículo 1, theos en ho logos [Deus era o Verbo], requer a tradução o Verbo era Deus. Já que logos é precedido do artigo [ho], ele é identificado como sujeito. O fato de theos ser a primeira palavra depois da conjunção kai (e) mostra que a ênfase principal da frase está N’ele. Se tanto theos como logos fossem precedidos de artigo, o significado seria que o Verbo é completamente idêntico a Deus, o que é impossível se o Verbo também está com Deus. A paráfrase da NEB [New English Bible]: “Tudo o que Deus era, a Palavra era” transmite o sentido da frase da melhor maneira que uma paráfrase pode fazê-lo […] Portanto, quando céu e terra foram criados, o Verbo de Deus estava lá, já existia em relação íntima com Ele e fazia parte de Sua essência. Não importa até onde tentemos fazer voltar nossa imaginação, nunca alcançaremos um ponto em que poderemos dizer do Verbo Divino, como Ário: ‘Houve um dia em que ele não era’.

Para os Tjs, Deus com letra maiúscula é Jeová e deus com letra minúscula é Jesus. Se Jesus é um deus com letra minúscula na tradução novo mundo, para negar a Divindade de Cristo, porque na sua própria tradução em Isaías 9.6, Jesus é chamado de “... Deus Forte...” com letra MAIÚSCULA? Será que eles podem responder? Ou eles esquecerão de mudar mais uma vez sua tradução?


Jesus é Deus todo poderoso. Ele tem todo o poder e toda a autoridade de Deus. Mas Deus decidiu vir à terra como um homem, para nos salvar. Essa é uma grande maravilha: Deus, em todo seu poder, nos ama tanto que veio a sofreu conosco. O próprio Deus levou nossos pecados na cruz.

2. A eternidade do verbo. O apóstolo João, ao escrever o seu evangelho, deixa-nos isto bem claro ao afirmar que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (Jo 1.1-3).

Quando tudo teve o seu começo, o verbo estava lá, não como alguém que passou a existir, mas como o agente de tudo o que veio à existência. O verbo não foi causado, mas ele é causa de tudo o que existe. O verbo não foi criado antes de todas as coisas, mas é o criador do universo no princípio. Se antes do princípio descortinava-se a eternidade e se o verbo já existia antes do começo de tudo, o verbo é eterno. A eternidade é um atributo exclusivo de Deus. Só Deus é eterno!

3. Antes da criação o Verbo estava com Deus. “Ele estava no princípio com Deus.” (Jo 1.2). Jesus Cristo pode nos apresentar e explicar o Deus invisível porque Ele estava com Ele no princípio e O conhece perfeitamente.

Marcos principia seu Evangelho com o ministério de João Batista. Mateus começa com Abraão. Lucas vai até Adão. Gênesis inicia com a criação de tudo. Mas João nos leva até antes da criação, quando o Verbo estava no seio do Pai (vs. 1, 18), antes de existir nosso universo.

No princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1). No princípio, refere-se a um ato; fala de uma existência antes de haver criação; aquilo que não “começou a ser”, mas era essencialmente (grego, “een”, não “egeneto” antes de ser manifestado (1ª Jo 1.2); respondendo a “aquele que é desde o princípio” (1ª Jo 2.13), assim o Evangelho de João, Jo 1.1, “No princípio era a Palavra”. Pv 8.23: “Desde a eternidade eu fui ungido; desde o princípio; desde antes do surgimento da terra” Ele estava presente na criação. Jesus tinha existido eternamente com Deus. Ele estava “com” Deus. Ele “era Deus”.

4. Jesus é O Criador? O Antigo Testamento apresenta Deus como Criador do universo: Gênesis 1.1: “No princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Veja Isaías 40.25-26, 28).

Quando Jesus disse aos primeiros cristãos que Ele era Aquele através do qual todas as coisas foram criadas, eles entenderam claramente que Jesus é Deus. Então, Colossenses 1.16 o apóstolo Paulo dá o detalhe adicional de que Deus criou: “Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio d’Ele e para Ele”.

Cristo é a representação exata de Deus Pai, tendo a mesma natureza. Jesus afirmou ser tudo o que Deus é, e os discípulos creram e assim ensinaram. Eles entenderam que Jesus era “a expressão exata do seu Ser [do Pai]” (Hb 1.3, ARA) e “a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15), e que “em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9, NVI). Os discípulos entenderam exatamente quem Ele era e ainda mais por causa de Suas próprias palavras e ações. Não havia dúvida em suas mentes. Eles tinham visto e provado uma e outra vez. Eles iriam para sua empreitada de martírio com essa convicção.

Existe algum sentido em que tudo o que o Pai faz, o Filho e o Espírito também, e vice-versa. Eles estão sempre em perfeita harmonia a cada momento, e todos os três equivalem a um só Deus (Dt 6.4). Saber que Cristo é Deus e tem todos os atributos de Deus ajuda a nossa compreensão de Jesus como o Criador.

5. A divindade do Verbo. “… e o verbo era Deus” (Jo 1.1). O verbo não é apenas Eterno e pessoal, mas, também, Divino. Ele é Deus. Ele é a causa não causada. Ele é origem de todas as coisas. Ele o Criador do universo. Ele é o Verbo, ou seja, o agente criador de tudo que existe, das coisas visíveis e invisíveis. O Deus único e verdadeiro constitui-se em três Pessoas distintas, porém, iguais, da mesma essência e substância. O verbo não é uma criatura, mas o Criador. Ele não é um ser inferior a Deus, mas o próprio Deus. Embora, distinto do Deus Pai, é da mesma essência e substância. Ele é divino!

6. O Verbo se fez carne e habitou entre nós. No AT, Jesus é a expressão criadora de Deus. No NT, Jesus é Deus encarnado. Jesus é a Palavra de Deus em ação. O Verbo Eterno (Sl 33.6; Sl 107.20; Is 55.11).

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...” Portanto, o apóstolo João afirma que O logos se fez carne (tabernaculou) e habitou conosco, (Jo 1.14), junto de nós, e vimos Sua glória, isto é, como a glória do unigênito do Pai. Com Seus feitos e palavras; e com Sua vida, morte e ressurreição, Jesus nos mostra a glória de Deus. A beleza dos atributos perfeitos e santos do Deus infinito podiam ser vistos no Jesus histórico, revelado a nós de forma especial nos evangelhos.

No princípio o verbo estava em total e perfeita comunhão com Deus. A expressão grega “pros ton Theo traz a ideia que o verbo estava face a face com Deus. Como Deus é uma pessoa e não uma energia, o verbo é uma pessoa. O verbo é Jesus, a segunda Pessoa da Trindade. Isso significa que antes da encarnação do verbo, ele já existia e, isso, desde toda a eternidade e em plena comunhão com o Pai. Jesus como Deus não passou a existir depois que nasceu em Belém. Ele é o Pai da eternidade. Nas palavras do Concílio de Nicéia, ele é co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai.

7. Jesus nos dá graça sobre graça (1.15-16). Somos pecadores. Deus é santo. Como é possível, então, que ao conhecer o Deus invisível não sejamos consumidos como alvos de sua ira justa? Isso só é possível porque na cruz Jesus conquistou salvação para nos dar de graça. Recebemos a lei por meio de Moisés. A graça que salva, no entanto, encontramos somente em Jesus Cristo (Jo 1.17).

8. Jesus veio revelar o Pai. “Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.” (Jo 1.18 NVI).

Os versículos que ensinam que ninguém pode ver a Deus referem-se ao homem mortal nesta vida. Até mesmo a Moisés foi recusado esse privilégio (Êx 33.23). O homem mortal não tem condições para ser exposto assim. Entretanto, o que o mortal não pode ver nesta vida, o homem imortal verá na próxima vida (1ª Co 13.12; Ap 22.4). Esta pressuposição consistente do AT é que Deus não pode ser visto, ou mais precisamente, se um ser humano pecador o visse, este morreria (Cf. Êx 33.20; Dt 4.12; Sl 97.2). Mas, João acrescenta o monogenês (Unigênito, muito amado, único do seu gênero) Deus o tornou conhecido. Isto significa que o Filho amado, a Palavra encarnada, o próprio Deus, enquanto estando ao lado do Pai conforme o (v. 1), quebrou a barreira que tornava impossível para seres humanos ver a Deus e o tornou conhecido. O Verbo que está no “seio do Pai” é o que tornou Deus ἐμεγήζαην (conhecido). Exegese deriva desse termo grego: assim podemos dizer que Jesus é a exegese de Deus. Neste sentido, quer dizer que Jesus é a narração de Deus. Da mesma forma que Jesus dá vida e é a vida, Ele ressuscita os mortos e é a ressurreição, dá pão e é o pão, fala a verdade e é a verdade, assim quando Ele fala a palavra. Ele é a Palavra.

O Pai é invisível para nós e, portanto, desconhecido. Para resolver esse problema de nossa ignorância com relação a Deus, Jesus Cristo veio como a melhor e mais perfeita revelação de Deus. Esta declaração é provavelmente feita para mostrar a superioridade da revelação de Jesus acima da de qualquer dispensação anterior. Jesus “tinha um conhecimento íntimo de Deus”, que nem Moisés nem nenhum dos profetas antigos possuíam. Deus é invisível: nenhum olho humano o viu; mas Cristo tinha um conhecimento de Deus que pode ser expresso em nossa apreensão ao dizer que Ele o viu. Ele o conhecia íntima e completamente e, portanto, estava preparado para fazer uma manifestação mais completa dele. (Ver João 5.37; João 6.46; 1ª João 4.12; Êxodo 33.20; João 14.9. Esta passagem não pretende negar que os homens haviam testemunhado “manifestações” de Deus, como quando Ele apareceu a Moisés e aos profetas (compare Números 12.8; Isaías 6.1-13); mas significa que ninguém viu a essência de Deus ou “conheceu a Deus completamente”. Os profetas entregaram o que “ouviram” Deus falar; Jesus o que ele sabia de Deus como seu igual e como entendendo plenamente a natureza. Portanto, Jesus veio de Deus porque Ele é Deus encarnado! Amem!


Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia
Assembléia de Deus
Blumenau SC


segunda-feira, 13 de julho de 2020

O DESPERTAMENTO RENOVA O ALTAR



LEITURA BÍBLICA

Ed 3.2-5, 10-13: “E levantou-se Jesua, filho de Jozadaque, e seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos, e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, o homem de Deus. 3 - E firmaram o altar sobre as suas bases, porque o terror estava sobre eles, por causa dos povos das terras, e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos de manhã e de tarde. 4 - E celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito; ofereceram holocaustos de dia em dia, por ordem, conforme ao rito, cada coisa no seu dia. 5 - E depois disto o holocausto contínuo, e os das luas novas e de todas as solenidades consagradas ao Senhor, como também de qualquer que oferecia oferta voluntária ao Senhor. 10-– Quando, pois, os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, então apresentaram-se os sacerdotes, já revestidos e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com saltérios, para louvarem ao Senhor, conforme à instituição de Davi, rei de Israel. 11 - E cantavam a revezes, louvando e celebrando ao Senhor: porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com grande júbilo, quando louvaram ao Senhor, pela fundação da casa do Senhor. 12 - Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa, sobre o seu fundamento, vendo perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria. 13 - De maneira que discernia o povo as vozes de alegria das vozes do choro do povo; porque o povo jubilou com tão grande júbilo que as vozes se ouviam de mui longe.”

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos uma definição etimológica do termo “altar”; pontuaremos o altar como uma prioridade na vida dos judeus pós-exílio; notaremos quais foram as atitudes condizentes com o despertamento espiritual na vida dos exilados e que também devemos ter como crentes; e, por fim, comentaremos sobre a importância do altar na vida do cristão.

A reconquista da terra de Israel não foi tarefa fácil. Além da incompreensão dos povos vizinhos, os lideres judaicos enfrentaram a descrença do povo. Como agir numa hora tão difícil? Confiando nas providências de Deus, arguem-lhe um altar oferecendo-lhe sacrifícios de acordo com que prescreve a Lei de Moisés. Dessa forma, mostram aos adversários que o Senhor ainda luta pelo seu povo. Por que temer?

Às vezes, encontramo-nos nas mesmas condições. Há dificuldades por todos os lados, avizinham-se tribulações e as angústias estão sempre presentes. No entanto, quando erguemos o nosso altar, o Senhor começa a operarem nosso meio. É hora de levantar o altar!

I. DEFINIÇÃO DO TERMO ALTAR

1. Conceito do termo. A palavra altar vem do hebraico “mizbeah” substantivo masculino que significa: “altar, o lugar de sacrifício”. e do grego ‘thysiasterion’ (de ‘thysia’, sacrificio): e aindo do latim ‘altare, altaria’ (semelhante a ‘adoleo’ queimar).

É uma palavra bastante comum no AT onde ocorre cerca de 396 vezes, a primeira ocorrência se encontra em Gênesis 8.20 “E edificou Noé um altar ao Senhor”. “O altar, de acordo com as Escrituras, era um lugar construído para nele se oferecerem sacrifícios e holocaustos de animais. Era um testemunho perpétuo, um favor; sentia-se nele a manifestação divina, significava a presença de Deus, santificava as ofertas, e era o lugar onde se realizava a comunhão com o Senhor e por tais razões o altar era respeitado” [CONDE, 1983, pp. 45-46].

Quase todas as pessoas dessa geração têm um conceito berrado do verdadeiro altar no sentido genérico e prático que motivou sua existência. Todos julgam, geralmente, que um altar genuíno é a parte de um templo, de uma catedral, de uma mesquita ou de uma sinagoga. Muitos, sem dúvida, vão surpreender-se quando lhe mostrarmos como a Bíblia define o significa do altar verdadeiro e sua função.

O altar, de acordo com as Escrituras, era um lugar construído para nele se oferecerem sacrifícios e holocaustos de animais. Era um testemunho perpétuo, um favor; sentia-se nele a manifestação divina, significava a presença de Deus, santificava as ofertas, e era o lugar onde se realizava a comunhão dos fiéis com o Senhor. Por tais razões o altar era respeitado” (CONDE, Emilio. Tesouro de Conhecimento Bíblicos. 2° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1983, pp. 45-46).

II. O ALTAR COMO UMA PRIORIDADE PÓS-EXÍLIO

1. A construção do altar (Ed 3.2). Após o despertamento divino e o retorno à terra prometida, o remanescente judaico estava diante de um desafio: a renovação do culto e a reconstrução do Templo em Jerusalém. É importante destacar, que eles não começaram reconstruindo o Templo ou os muros da cidade, mas reedificando o altar: “… e edificaram o altar do Deus de Israel” (Ed 3.2). Mais importante que construir o Templo era restabelecer a verdadeira adoração a Deus e lhes oferecer sacrifícios: “… para sobre ele oferecerem holocaustos” (Ed 3.2). Abraão tinha marcado sua chegada naquela terra exatamente do mesmo modo, estabelecendo seu altar ao Deus que lhe fez promessas (Gn 12.7). Quando há despertamento espiritual na vida de um crente, o seu maior desejo e prioridade será aproximar-se do altar de Deus (Tg 4.8). O crente pode até viver sem o templo; mas nunca sem altar (1º Rs 18.30).

2. Em busca do favor de Deus (Ed 3.3). O altar simbolizava a presença e a proteção de Deus para os judeus. De acordo com Stamps (2012, p. 713) a restauração do altar foi prioridade por duas razões:

2.1. O povo foi motivado, pelo menos em parte, a edificar o altar, por causa do perigo representado pelos ‘povos da terra’ (v. 3). Esses israelitas sabiam que Deus os protegeria do mal, somente à medida que se achegassem a Ele, com fé e obediência (Êx 19.5; 29.43).

2.2. Demonstrava também o propósito primordial deles como reino sacerdotal de oferecer sacrifícios ao Senhor como fora determinado na lei por Moisés (Ed 3.2; Êx 19.6; 27.1; Dt 12.4-7). Sempre que buscamos ao Senhor, alcançamos o seu favor e misericórdia (Hb 4.16).

III. O DESPERTAMENTO CONDUZ O HOMEM AO ALTAR

1. Os judeus sentiam a necessidade do acesso a Deus que o altar lhes proporciona.
O propósito que traziam no coração, ao retornar do cativeiro, precisava ser muito firme, porque estavam rodeados de inimigos cruéis. A Bíblia diz: “O terror estava sobre eles por causa dos povos da terra” (Ed 3.3). Por isso mesmo, o povo sentia que precisava do acesso a Deus, através do altar. “Este será o holocausto contínuo… perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali” (Êx 29.43). Estas bênçãos os judeus agora almejam através do altar.

2. Todos os despertamentos genuínos começam com a restauração do altar.
Temos na Bíblia vários exemplos disto.

2.1. No tempo do profeta Elias, nos dias do rei Acabe. Ver o texto em 1ª Rs 18.16-40. No confronto com os profetas de Baal, a primeira coisa que Elias fez foi reparar o altar que estava quebrado. (Rs 18.30). Depois sacrificou sobre ele, e orou a Deus. O fogo desceu e o povo exclamou: “Só o Senhor é Deus, só o Senhor é Deus!” O despertamento decorreu do conserto do altar.

2.2. Quando o piedoso rei Ezequias assumiu o trono de Judá, já no primeiro ano do seu reinado ele abriu as portas da casa do Senhor e as separou (2º Cr 29.3). Mandou purificar o templo, tirar fora toda a imundícia, purificar o altar do holocausto que havia sido substituído no reinado de seu antecessor Acaz, por um altar construído com modelo copiado de Damasco (2º Rs 16.10-12). Quando então os sacerdotes sacrificavam sobre o altar santificado, começou um novo cântico na casa de Deus (2º Cr 29.27-28). O despertamento levou à separação do altar.

2.3. Quando os judeus voltaram do cativeiro, construíram o altar sobre as suas antigas bases, do modo como manda a lei (Ed 3.3) e sacrificaram holocaustos ao Senhor. A alegria foi grande entre os judeus, pois podiam de novo sacrificar a Deus, e celebrar a festa dos tabernáculos. O culto a Deus havia recomeçado (Ed 3.4,5).

IV. ATITUDES CONDIZENTES COM O DESPERTAMENTO ESPIRITUAL

1. A unidade do povo. O texto relata que a comunidade inteira tinha uma só mente, ou seja, havia unanimidade naquele projeto: “o povo se ajuntou como um só homem” (Ed 3.1). Este ajuntamento se deu na praça diante da “Porta das Águas” (Ne 8.1). A unidade do povo foi de fundamental importância para que o altar, o Templo, e a cidade fossem reconstruídos. Este exemplo do passado, nos ensina que a unidade de propósitos torna possível a bênção de Deus e nos capacita a realizar sua obra mesmo em tempos de crises como vivenciado pelos judeus pós-exílio. Quando vivemos em união o óleo e o orvalho, símbolos do Espírito Santo, é derramado sobre nós trazendo bênção e vida: “… porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre” (Sl 133.3).

2. A presença de Deus era prioridade. A decisão de construir primeiro o altar é uma demonstração do quanto estavam preocupados em colocar Deus em primeiro plano (Ed 3.2). Onde se tem altar, tem adoração e a presença de Deus é manifestada. As vezes se faz necessário uma limpeza na nossa vida para que a presença de Deus seja manifesta. Assim foi com Jacó quando Deus o apareceu e lhe disse: “levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão” (Gn 35.1). Todavia, para Jacó experimentar uma renovação espiritual em sua vida, foi necessário uma mudança radical na sua casa: “tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes” (Gn 35.2). Ao edificar o altar, Jacó chama aquele lugar de El-Betel que significa o “Deus da casa de Deus” (Gn 35.7). Quando Deus é prioridade na vida do crente, não há espaço para deuses estranhos (Jz 6.24-26; 1º Rs 18.21; Mt 6.24).

3. Consagração total. Com o altar edificado, agora se podia oferecer holocaustos ao Senhor: “… e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos de manhã e de tarde” (Ed 3.3). A palavra hebraica traduzida como holocausto é: “olah”, e significa literalmente: “aquilo que vai para cima”. O dicionário Vine (2002, p. 692), lembra que no grego o termo advém de: “holokautõma” (Mc 12.33; Hb 10.6,8) e que denota: “oferta queimada por inteiro”, formado de “holos”, “inteiro”, e “kautos”, em lugar de “kaustos”, adjetivo verbal de “kaiõ”, que quer dizer: “queimar”. Também chamada de oferta queimada, era inteiramente consumida sobre o altar com exceção da pele e entranhas dos animais (Lv 1.9;1.16; 6.9; 7.8). Era o único sacrifício regularmente estabelecido para o culto no santuário e era oferecido diariamente, de manhã e à tarde por isso era chamado de o sacrifício “tãmíd”, ou seja, perpétuo, contínuo (Ed 2.3-5; Êx 29.38-42). Vejamos duas verdades sobre o holocausto que se aplica a vida cristã:

3.1. Holocausto fala da nossa entrega total a Deus. Na oferta de holocausto o adorador deveria colocar a mão sobre o animal a ser sacrificado (Lv 1.4) gesto que simbolizava duas coisas:

A. A identificação do ofertante com o sacrifício.

B. A transferência de algo para o sacrifício. No caso do holocausto, o ofertante estava dizendo: “Assim como esse animal é entregue inteiramente a Deus no altar, também eu me entrego inteiramente ao Senhor”. Devemos entregar por completo a nossa vida no altar de Deus como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1).

3.2. Holocausto fala de um ato contínuo. Como já vimos, o holocausto era um sacrifício contínuo (Nm 28.6) e deveria ser apresentado de manhã e à tarde (Ed 3.3; Êx 29.39). Os judeus construíram o altar para ser usado, e assim, o fizeram (Ed 3.3-5). Altar sem sacrifício, não tem valor. O apóstolo Pedro nos exorta a: “oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1ª Pd 2.5). Diariamente o crente deve se preocupar com a manutenção do seu altar (Lv 6.10-13;), e oferecer seu sacrifício a Deus, somente assim: “O fogo arderá continuadamente sobre o altar, não se apagará” (Lv 6.13).

3.3 Consciência da dependência divina. O momento de renovação que os judeus estavam vivendo incluía o reinício da celebração das antigas festas, que faziam de Israel um povo distinto. E assim aconteceu com a celebração da festa dos tabernáculos (Ed 3.4). Esta festa era um ajuntamento anual quando os judeus habitavam em cabanas (tendas) por sete dias para rememorar sua libertação do Egito, e peregrinação pelo deserto até a terra prometida num tempo em que não tinham habitação permanente (Lv 23.33-44). Assim como a festa dos tabernáculos lembrava os judeus a sua dependência de Deus, devemos reconhecer a nossa dependência constante do Senhor Jesus: “[…] porque sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5).

V. A IMPORTÂNCIA DO ALTAR NA VIDA DO CRENTE

Os judeus quando retornaram do cativeiro babilônico entenderam que sua maior necessidade era restabelecer a sua comunhão com Deus, e para isto, imediatamente reconstruíram o altar colocando-o em suas bases, retomando desta forma as ofertas de holocausto ao Senhor. Esta atitude nos ensina que o altar deve ser uma prioridade em nossas vidas. Observemos algumas verdades sobre o altar na vida do crente:

1. O altar é um lugar de oração. Vários personagens da Bíblia edificaram “altares” ao Senhor com o propósito de invocar o nome do Senhor como por exemplos:
1.1. Abraão (Gn 12.8; 13.4).
1.2. Isaque (Gn 26.25).
1.3. Jacó (Gn 35.1,7).

O altar da oração jamais deve ser negligenciado pelo crente. Quando falta oração, falta também unção, graça, temor de Deus e o crente se torna presa fácil para o diabo (Mt 26.41; Lc 22. 31-38). O sacerdote todos os dias deveria oferecer holocaustos no altar, assim também deve ser a nossa vida de oração (Lc 18.1; Ef 6.18; 1Ts 5.17).

2. O altar é o lugar do encontro com Deus. O altar do holocausto era um lugar de encontro de Deus com o homem: “… onde vos encontrarei para falar contigo ali” (Êx 29.42). Não há privilégio maior para o salvo de que desfrutar da comunhão com Deus, e ouvir sua voz. Se houver em nós disposição para “oferecer sacrifícios espirituais” (1ª Pd 2.5), Deus sempre virá ao nosso encontro. Neste encontro ouvimos a sua voz: “[…] vos encontrarei para falar contigo ali” (Êx 29.42) e recebemos a sua bênção: “… virei a ti e te abençoarei” (Êx 20.24).

3. O altar é um lugar de santidade e devoção a Deus. Deus exigia dos sacerdotes santidade diante do altar (Êx 29.44). Uma das orientações que Moisés recebeu de Deus sobre o altar, era que nele não deveria existir degraus (Êx 20.26). Esta orientação visava proteger os sacerdotes de expor sua nudez aos olhos do povo. O Senhor quando apareceu a Gideão exigiu dele que antes de construir um altar a Deus, deveria primeiro derribar o altar de Baal que pertencia a seu pai (Jz 6.25,26). O altar é um lugar de santidade e devoção ao Senhor (Rm 12.1). Deus nunca receberá o sacrifício de um altar imundo e profano, é necessário separar o precioso do vil (Jr 15.19; Is 1.11-16; Ml 1.6-14; 2ª Co 6.14-18).

VI. CRISTO, O CENTRO DA NOSSA COMUNHÃO COM DEUS

No tempo do Velho Testamento o altar era o ponto central do culto a Deus No tempo do Novo Testamento o sacrifício de Jesus no Gólgota é o grande acontecimento, para o qual o altar apontava profeticamente. Paulo escreveu à igreja em Corinto: “Principalmente vos entreguei o que também recebi, que Cristo morreu pelos nossos pecados” (1ª Co 15.3).

Escreveu ainda: “Nada me propus entre vós, senão Jesus Cristo e esse crucificado” (1ª Co 2.2). “Todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17). “Para que em tudo (Jesus) tenha a preeminência” (Cl 1.18). “Para vós os do altar que credes, é preciosa a pedra principal da esquina” (1ª Pe 2.7). Tudo isto porque Jesus, pela sua morte expiatória, ganhou a redenção para todo o mundo (Ef 1.7; 2.13-16; Rm 3.23-25; 5.9,10; 1ª Pe 1.18,19).

1. Toda a Trindade atuou ativamente na morte expiatória de Jesus:

1.1. O PAI CELESTIAL. Antes da fundação do mundo o Pai planejou a obra redentora, com o sacrifício de seu Filho (Ef 3.6-9). “Na consumação dos séculos enviou o seu Filho” (Gl 4.4; Jo 3.16). O Pai participou diretamente do drama do Gólgota (2ª Co 5.19).

1.2. CRISTO, O FILHO DE DEUS. Entregou-se a si mesmo em oferta e sacrifício (Ef 5.2; Hb 9.14). Ele levou os nossos pecados sobre o madeiro (1ª Pe 2.24) e padeceu para levar-nos a Deus (1 Pe 3.18).

1.3. O ESPÍRITO SANTO. Ajudou o Filho a vencer todos os obstáculos que altar santificado, se levantaram contra Ele, até chegar à cruz. Foi pelo Espírito Eterno que Jesus se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus (Hb 9.14).

2. O Espírito Santo quer, pelo despertamento, mostrar aos homens a grande vitória de Jesus no Gólgota.
O Espírito Santo quer iluminar o entendimento dos homens para esta grande realidade: “Depois de serdes iluminados suportastes grande combate de aflições” (Hb 10.32).

2.1. O Espírito REVELA. (Ef 1.17), iluminando os olhos do nosso entendimento para que saibamos a grandeza de seu poder sobre nós que manifestou em Cristo ressuscitando-o dos mortos (Ef 1.19,20). O Espírito Santo revelou a Pedro que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16,17).

2.2. O Espírito ENSINA as profundidades do vitupério da cruz. Quando Jesus, na estrada de Emaús, explicava aos seus discípulos o que as Escrituras escreveram sobre a sua morte, os corações deles ardiam (Lc 24.32,45).

2.3.  O Espírito EXPLICA o verdadeiro significado da morte de Jesus na cruz, sobre o infinito alcance do brado: “Está consumado!” (Jo 19.30). Deus confirmou esta palavra de seu Filho, fazendo rasgar o véu de alto a baixo (Mt 27.51) mostrando ao Universo que um novo e vivo caminho havia sido consagrado pelo véu, isto é, pela carne de Jesus (Hb 10.19,20). Por meio desta vitória os principados e potestades satânicos foram despojados, e Jesus triunfou deles em si mesmo (CI 2.15). Por isto temos nele a vitória (1ª Co 15.57; 2ª Co 2.14; Rm 8.37). Pela fé em Jesus Cristo, podemos vencer o mundo (1ª Jo 5.4,5).

Por causa do brado “Está consumado”, a justiça de Cristo agora é oferecida gratuitamente àqueles que crerem em Jesus (2ª Co 5.21; Is 53.11; Gl 2.16; At 13.39; Rm 4.22-25).

2.4. O Espírito PENETRA todas as coisas (1ª Co 2.10). A luz da glória de Cristo, revelada na cruz, é uma luz que tudo manifesta (Ef 5.13). Quando esta luz ilumina o painel da nossa consciência, como aconteceu com o profeta Isaías (Is 6.5-7), sentimos o grande peso dos nossos pecados, e, pelo Espírito Santo, somos despertados e levados ao arrependimento.

VII. CUIDADO COM AS IMITAÇÕES

1. Tem aparência de sabedoria. Colossenses 2.18-23: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, 19 - E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. 20 - Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: - 21 Não toques, não proves, não manuseies? 22 - As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; 23 - As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.”

Alguns dizem que nem todos os despertamentos de hoje têm as características que são mencionadas nesta lição. Concordamos plenamente. Já no tempo dos apóstolos havia “movimentos” que realmente “tinham uma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humilde e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2.23).

2. São falsos apóstolos. 2ª Coríntios 11:14-15 “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. 15 - Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.”

Também em nossos dias aparecem movimentos “que são imitações baratas do verdadeiro despertamento. Muitos destes movimentos empregam técnicas avançadas de dominações psicológicas.

Estes “avivalistas” ou “especialistas” sabem com suas técnicas dominar o auditório, e podem fazer o público rir, chorar, jubilar, pular, bater palmas, etc. Sabem até imitar o batismo como Espírito Santo, “ensinando” o povo a falar em línguas! São, porém, experiências sem nenhum poder e sem a menor reverência.

Uma de nossas igrejas sentiu-se obrigada a orientar os irmãos acerca de o verdadeiro um movimento que faz de suas reuniões “Shows” com apresentações de cantores “evangélicos.” Nesses “Shows” dominam aplausos, vaias, gritos, assobios, bebidas alcoólicas, jovens dançando e se requebrando de modo até mesmo sensual, enquanto os “hinos” estão sendo entoados. Cuidado! Este tipo de imitação pode fazer com que a glória de Deus se afaste.

Todo movimento feito sem que o Espírito Santo esteja na direção, não pode prosperar. E como uma tartaruga deitada de costas; movimenta os pés, mas fica no mesmo lugar. Mantenhamos o Espírito Santo na direção. (SD) Então veremos cumprir se a palavra que diz: “Vão indo de força em força” (Sl 84.7). Glória a Jesus.

CONCLUSÃO
Aprendemos com esta lição que todos os despertamentos genuínos que a Bíblia apresenta começaram com a restauração do altar (1ª Rs 18.16-40; 2ª Cr 29.3,27-28; 2ª Rs 16.10-12). Quando os judeus voltaram do cativeiro, construíram o altar sobre as suas antigas bases, do modo como manda a lei (Ed 3.3) e sacrificaram holocaustos ao Senhor mostrando assim, um verdadeiro despertamento espiritual. A alegria foi grande entre os judeus, pois podiam de novo sacrificar a Deus, e celebrar a festa dos tabernáculos.

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira. Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2 BERGSTÉN Eurico. O despertamento renova o altar. Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2020 - CPAD.
3. Bíblia Online - ACF - Almeida Corrigida Fiel
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: OBJETIVA. 2001.
5. LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
6. RENOVATO, Elinaldo. Neemias integridade e coragem em tempos de crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 1997.
8. PACKER, J. I. Neemias paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
9. VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD. 2002.
10. WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. PDF.

sábado, 11 de julho de 2020

A SUBLIMIDADE DAS BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS EM CRISTO



LEITURA BÍBLICA

Efésios 1.3,4, 9-14 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, 4 - Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, 9 - Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, 10 - de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra. 11 - Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade, 12 - Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que primeiro esperamos em Cristo; 13 - Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; 14 - 0 qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.”

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos a definição da palavra “bênção”; pontuaremos as bênçãos de Deus ministradas por meio da santíssima Trindade destacando cada uma das pessoas; mostraremos que Deus planejou de antemão conceder bênçãos espirituais aos seus servos e que essas bênçãos revelam a grandeza, a excelência e a perfeição do projeto divino.

I. A NOVA POSIÇÃO EM CRISTO

No passado estávamos perdidos e condenados à morte eterna, mas por sua infinita graça, Deus nos outorgou em Cristo o privilégio da salvação.

1. A verdadeira adoração. Após expor os versículos de abertura da Epístola (1.1-2), o apóstolo Paulo apresenta uma sequência de texto que se caracteriza pela verdadeira adoração e bondade ativa de Deus (1.3-14). Ele começa pela frase “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 3), onde “bendito” significa “digno de louvor”. O apóstolo dá sequência até o versículo 14 por meio de um maravilhoso tributo ao Eterno e suas muitas bênçãos concedidas aos homens. Nesse trecho bíblico trata-se de um hino teológico de gratidão, caracterizado pela repetição do seguinte refrão: “Para louvor e glória da sua graça” (v. 6) ou “para louvor da sua glória” (vv. 12,14). Aquele ao qual devemos adorar está identificado na expressão “Deus e Pai de Jesus Cristo”, uma clara referência à Santíssima Trindade com ênfase na natureza divina de Jesus, seu Filho.

2. As bênçãos espirituais. Obviamente que as bênçãos espirituais não são materiais, mas provenientes dos “lugares celestiais”, isto é, do reino espiritual. Essas bênçãos são mencionadas na longa passagem de Efésios (1.3-14), tais como: Deus nos elegeu para sermos santos (1.4); predestinou-nos para sermos filhos (1.5); nos fez agradáveis para si (1.6); remiu-nos por meio do sangue de Cristo (1.7); acolheu-nos por sua vontade redentora (1.8-12); revelou-nos a Palavra da verdade (1.13a); selou-nos com o Espírito Santo da promessa (1.13b); ainda garantiu a validade da promessa (1.14). Tais bênçãos provêm de Deus, que planejou a redenção; do Filho, que a realizou; e do Espirito Santo, que a garante. Essas bênçãos nos conduzem a exclamar como Paulo: “Bendito Seja Deus!”

3. A nova condição. A expressão “em Cristo” significa que somos abençoados com toda bênção espiritual, a partir de Sua pessoa e obra realizada no calvário (Jo 1.3; Hb 5.9; 9.12); relaciona-se ainda com a nossa experiência de conversão a Ele (2ª Co 5.17). Essa nova vida é conferida somente para quem está “em Cristo”, isto é, o oposto da antiga vida “em Adão” escravizada pelo pecado (Rm 5.11-15). Desse modo, não andamos mais em trevas, mas como filhos da luz (Rm 5.8). Portanto, nossa nova posição é caracterizada pela salvação “em Cristo” e, por isso, desfrutamos de todos os benefícios advindos dessa redenção.

II. DEFINIÇÃO DA PALAVRA BÊNÇÃO

A Doxologia. “[Do gr. doxa, glória + logia, palavra] Manifestação de louvor e enaltecimento a Deus através de expressões de exaltamentos (Deus seja louvado! Aleluia!) e hinos. A doxologia não pode vir desassociada da verdadeira adoração. Ela exige adoração” (Dicionário de Teologia, CPAD, p. 152).

A palavra “benção” segundo o dicionarista Houaiss significa: “graça concedida por Deus” (2001, p. 432). Teologicamente benção significa: “todo e qualquer bem dispensado por Deus ao homem” (ANDRADE, 2006, p. 81 – acréscimo nosso). A palavra grega é “eulogia” que significa: “benefício, graça divina”. No capítulo 1 de Efésios Paulo destacou a fonte das bênçãos: “Deus pai”; a natureza das bênçãos: “bênçãos espirituais”; e, por fim, a esfera das bênçãos: “nos lugares celestiais”. Matthew Henry (2008, p. 578) alerta que: “deveríamos aprender a reconhecer as coisas espirituais e celestiais como as coisas principais, as bênçãos espirituais e celestiais como as melhores bênçãos”.

III. AS BÊNÇÃOS DE DEUS MINISTRADAS POR MEIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

O crente é apresentado como o recipiente de toda sorte de bênção espiritual (Ef 1.3). O Pai decidiu redimir as pessoas para si próprio (Ef 1.3-6); o Filho, pelo preço de sua morte sacrificial, também é o Redentor, e aqu’Ele através do qual a Igreja é a escolhida (Ef 1.7-12), e o Espírito Santo aplica a presença viva e a obra de Cristo à Igreja e à experiência humana (Ef 1.13-14) (ARRINGTON, 2003, p. 1197). Todas as três Pessoas da Santíssima Trindade participam desta provisão de bênçãos espirituais.

1. O Pai, a fonte das bênçãos. Paulo iniciou a epístola aos Efésios reconhecendo e louvando o Pai como a fonte de todas as bênçãos:

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou...” (Ef 1.3). Bendito é, em grego, “eulogetos”, que é palavra composta de “eu”, que significa “bem”, e “logetos”, que significa “falar”. Literalmente, o grego transmite a ideia de “falar bem” ou “elogiar” (BEACON, 2006, p. 119).

O apóstolo bendiz ao Pai porque Ele nos bendisse: “o qual nos abençoou” (Ef 1.3-b); e, isto Ele fez “para louvor e glória da sua graça” (Ef 1.6). Tiago nos diz que: “toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1.17).

2. O Filho Jesus, o agente e a condição das bênçãos. As bênçãos decorrentes da salvação, são condicionais, ou seja, elas são pertencentes aqueles que estão em Cristo: “Bendito o Deus e Pai [...] o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3).

A palavra expressão “em Cristo” aparece aproximadamente 30 vezes na epístola inteira, e as expressões relacionadas - “Nele”, “em quem” e “no qual” - ocorrem 11 vezes (Ef 1.1,3,4,5,6,7,9,10,12 e 13). Esses dois vocábulos “em Cristo” aparecem 164 vezes nas epístolas paulinas. Isso significa que é exclusivamente em conexão com Cristo que somos abençoados com todas as bênçãos espirituais. Em termos gerais, revela que nenhuma dessas maravilhosas dádivas seria possível sem Cristo (BAPTISTA, 2020, p. 25).

3. O Espírito, o aplicador das bênçãos. O Pai a planejou a salvação, o Filho a providenciou e o Espírito Santo a aplicou. É a terceira pessoa da Trindade quem nos leva a nos apropriarmos dessas bênçãos, sendo o selo, a garantia de que somos sua propriedade (Ef 1.13); e, o penhor da nossa herança (Ef 1.14).

IV. AS BÊNÇÃOS QUE OBTIVEMOS DO PAI

1. Ele nos elegeu (Ef 1.3,4). A primeira coisa que Paulo destacou como bênção, é que o Pai nos elegeu (Ef 1.3). A expressão grega que aparece é “eklegomai” que significa: “selecionar, escolher, escolher para si mesmo”. É bom dizer que essa escolha foi baseada na presciência divina, atributo que lhe dá condições de antever as coisas antes que aconteçam. Deus viu aqueles que, mediante a pregação evangélica, receberiam a Cristo como Salvador e a estes Ele elegeu: “Eleitos segundo a presciência de Deus...” (1ª Pd 1.2). Confira ainda: (Rm 8.29). Certo teólogo disse: “a eleição ou escolha de Deus não é arbitrária, de forma que alguns sejam destinados à salvação e outros à perdição, sem levar em conta a disposição de cada indivíduo. O âmbito da salvação é a todos os homens, como a Bíblia copiosamente declara (Jo 3.16; Rm 10.13). Os eleitos são constituídos, não por decreto absoluto, mas por aceitação das condições do chamado de Deus, as quais são arrependimento (Mt 4.17; 9.13; Lc 24.47; At 2.38; 3.19; 8.22) e da fé (Mc 16.16; Rm 10.9; Ef 2.8)” (BEACON, 2006, p. 121).

É bom destacar também que o apóstolo deixou claro que esta eleição foi:
(a) Coletiva, não individual. “nos elegeu”.
(b) Condicional: “nos elegeu nele” (em Cristo).
(c) Proposital. “para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade” (Ef 1.4-b).

2. Ele nos adotou (Ef 1.5). Em Efésios 1.4,5 está escrito que fomos predestinados por Deus para adoção de filhos “e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo […]”. A palavra grega traduzida para “adoção” é “huiothesia” é uma palavra composta formada de “huios” que significa: “filho”, e “thesis” que por sua vez é “posição ou colocar” (Rm 8.15,23; 9.4, Gl 4.5; Ef 1.5). Portanto, seu sentido primário é: “colocar como filho”, “dar a alguém a posição de filho”. Os principais textos que tratam dos crentes como filhos de Deus são (Ef 1.5; Gl 4.4,5; Rm 8.15-17; Jo 1.12; 2ª Co 6. 18; Rm 8.15; 23; Gl 4.6; Hb 12.6; Hb 6.12; 1ª Pe 1.3,4; Hb 1.14). Como consequência dessa filiação, o crente passa a ter todos os direitos e privilégios de filho: “E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo…” (Rm 8.17).

O status de filhos traz-nos alguns privilégios, a saber:
(a) Tratar a Deus como Pai nas nossas orações e de receber o perdão de nossos pecados (Mt 6.9).
(b) Ter o testemunho do Espírito acerca da nossa salvação, o qual clama “Aba, Pai”, dando-nos o testemunho de que somos filhos de Deus (Rm 8.15,16),
(c) Sermos amados por ele, enquanto ignorados pelo mundo (1ª Jo 3.1).
(d) Ter o privilégio de sermos guiados pelo Espírito Santo (Rm 8.14).
(e) Gozamos do cuidado do Pai (Mt 6.32) e da liberdade de lhe pedir o suprimento das nossas necessidades (Mt 7.11).
(f) Podemos lhe pedir o Espírito Santo (Lc 11.13) e gozarmos do direito a ter uma herança nos céus (G1 4.7; 1ª Pd 1.4).

3. Ele nos fez agradáveis (Ef 1.6). O pecado nos tornou inimigos de Deus (Rm 5.10), pois estávamos fazendo o que agradava a nossa carne e desagradava a Deus, sendo assim por natureza filhos da ira (Ef 2.3). No entanto, ao recebermos Cristo, como nosso Salvador, Ele nos tornou agradáveis a Deus, por Sua graça maravilhosa: “Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado” (Ef 1.6).

V. AS BÊNÇÃOS QUE OBTIVEMOS DO FILHO

Ainda no capítulo primeiro da epístola aos Efésios, Paulo elencou as bênçãos que recebemos por meio do Filho de Deus, Jesus Cristo. Vejamos:

1. Ele nos redimiu (Ef 1.7-a). Paulo diz que Jesus nos redimiu (Ef 1.7-a). Aqui, a palavra-chave é redenção no grego “apolytrosis”. E o substantivo do verbo “apolytroo”, que no grego clássico significa “libertar por meio de resgate”. Era termo usado para falar de “comprar de volta um escravo ou cativo, libertá-lo mediante o pagamento de um resgate” (BEACON, p. 124).

1.1. Paulo diz que Cristo nos resgatou com o preço de sangue (Ef 1.7). Outras passagens paulinas também enfatizam a questão do custo (1ª Co 6.20; 7.23; 1ª Tm 2.6), coisa que o próprio Jesus afirmou (Mt 20.28). Os fariseus fizeram a observação de que nenhum homem pode perdoar pecados a não ser Deus (Mc 2.7). O fato do Senhor Jesus Cristo perdoar é evidência de que é Deus (Mc 2.10).

2. Ele nos congregou (Ef 1.10). Paulo afirmou que Cristo veio “congregar” em si todas as coisas (Ef 1.10). A palavra grega “anakephalaiõsasthai” que significa: “fazer convergir”, e era usada no sentido de juntar várias coisas e apresentá-las como sendo uma só (FOULKES, 2011, p. 45).

Devido ao pecado, vieram ao mundo desordem e desintegração intermináveis; mas ao final, todas as coisas serão restauradas à sua função original e à sua unidade pelo fato de terem sido trazidas à obediência a Cristo (Cl 1.20). A expressão “todas as coisas” inclui “tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Cl 1.16-19) e devem ser reunidas em Cristo.

VI. AS BÊNÇÃOS QUE OBTIVEMOS DO ESPÍRITO SANTO

Nessa última estrofe da doxologia de Efésios, o Espírito Santo pelo menos recebe duas designações: “um selo e uma garantia” (Ef 1.13,14).

1. O Espírito Santo como um selo (Ef 1.13). Os que recebem o Espírito Santo são identificados por Deus como pertencentes a Cristo. Esses crentes são “selados” como propriedade particular de Cristo no momento da conversão (Ef 1.13; 4.30). Acerca do selo, convém afirmar que:

1.1. O selo fala de um direito de posse. Deus nos selou com o seu Espírito porque agora somos seus (1ª Co 6.19).

1.2. O selo fala de segurança e proteção. O selo romano sobre a tumba de Jesus era a garantia de que ele não seria violado (Mt 27.62-66). Assim o crente pertence a Deus (1ª Co 6.19).

1.3. O selo fala de autenticidade. Fomos selados com o Espírito Santo (Ef 4.30), como propriedade de Deus (Rm 8.9).

2. O Espírito é o penhor (Ef 1.14). O penhor era o primeiro pagamento efetuado na aquisição de uma propriedade. Paulo usou em suas epístolas a linguagem de que o Espírito Santo nos foi dado como penhor (2 Co 1.22; 5.5; Ef 1.14), deixando claro que o Senhor deu-nos o Espírito Santo, como garantia de que somos sua propriedade exclusiva.

CONCLUSÃO
Vimos nesta lição que Deus planejou de antemão conceder bênçãos espirituais aos seus servos. Essas bênçãos revelam a grandeza, a excelência e a perfeição do projeto divino. O plano de salvação arquitetado pelo nosso Criador é algo incomensurável. Em Cristo, Ele estava reconciliando o mundo consigo mesmo. Essa é uma doutrina gloriosa que revela o imenso amor de Deus. Em Cristo, fomos eleitos para desfrutar desse maravilhoso plano.

FONTE DE PESQUISA

1. A IGREJA ELEITA: redimida pelo sangue de Cristo e selada com o Espírito Santo da promessa SEGUNDO TRIMESTRE DE 2020. CPAD Rio de Janeiro RJ
2. ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
3. GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
5. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


COMENTARISTA: DOUGLAS ROBERTO DE ALMEIDA BAPTISTA