TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 12 de maio de 2021

AS BÊNÇÃOS PROFÉTICAS DE JACÓ PARA OS FILHOS DE JOSÉ

 


Gênesis 48 é o capítulo da Bíblia registra a bênção de Jacó a José e seus filhos. O estudo bíblico de Gênesis 48 ainda revela como mais uma vez na família da aliança o filho mais novo recebeu a maior bênção em lugar do filho mais velho.

Jacó era o patriarca da família, o que significa que era o pai ou o cabeça da família. Como profeta e autoridade presidente do sacerdócio, Jacó tinha autoridade para conceder bênçãos semelhantes às que hoje conhecemos como bênçãos patriarcais. Jacó estava velho, José levou seus dois filhos, Manassés e Efraim, para visitá-lo.

Um pai que possua o Sacerdócio de Melquisedeque pode dar bênçãos de cura ou de consolo e conselho para os filhos a qualquer momento.

A bênção patriarcal contém uma declaração da linhagem na casa de Israel daquele que a recebe, bem como orientações para ajudá-lo a dirigir sua vida de acordo com a vontade do Pai Celestial.

1. Jaco ou Israel adoece. José foi informado do estado de seu pai e foi visita-lo levando seus dois filhos, Manassés e Efraim, com a intenção de fazer seu pai abençoar seus filhos.

A enfermidade de Jacó (Gn 48.1-10) A Bíblia não revela qual foi a enfermidade que acometeu a Jacó, mas diz que naquela ocasião ele era um homem muito idoso, com aproximadamente 147 anos (Gn 47.28).

2. Jacó abençoa os filhos de José e dá a primogenitura a Efraim. Gênesis 48.13,14 “E tomou José a ambos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e Manassés na sua mão esquerda, à direita de Israel, e fê-los chegar a ele. 14- Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos propositadamente, não obstante Manassés ser o primogênito.”

Mais uma vez um ciclo se completa: desde a bênção que Jacó recebe de seu pai cego até o momento em que ele próprio abençoa os filhos de José (acontecimento descrito em Hb 11.21 como ato de fé). sem maior dificuldade, as mãos de Jacó se cruzaram para expressar que a bênção de Deus recaía sobre o filho novo, em acentuado contraste com a história de Jacó e Esaú no cap. 27- Efraim e Manassés foram considerados filhos do próprio Jacó, fazendo com que José desfrutasse de uma herança dupla.

A bênção proferida por Jacó se dirige a um futuro distante, quando os descendentes destes doze ocupariam a Terra Prometida. Para os territórios, veja Josué caps. 13 ao 22 e mapa.

2.1. Que mão Jacó colocou na cabeça de Efraim? A mão direita..., na época de Jacó, a mão direita do patriarca geralmente era colocada sobre a cabeça do primogênito, simbolizando que a bênção da primogenitura pertencia a ele.

O texto diz que José tomou Efraim, seu filho caçula, e colocou à esquerda de Jacó; bem como tomou seu filho mais velho, Manassés, e colocou à direita de Jacó (Gn 48.11-13). Na bênção tradicional, o filho mais velho era abençoado com a mão direita, enquanto que o filho mais novo, com a esquerda.

3. José reagiu ao modo como Jacó impôs as mãos em seus filhos. Por que Jacó colocou a mão direita sobre a cabeça de Efraim? O que podemos aprender sobre as bênçãos patriarcais com a bênção que Jacó deu a seus netos? As bênçãos patriarcais são dadas por inspiração de Deus.

As promessas contidas na bênção patriarcal são condicionais à fidelidade daquele que a recebe.

Mas o texto bíblico diz que Jacó cruzou as mãos, invertendo assim a ordem natural e surpreendendo a José. Portanto, Jacó deu a Efraim a bênção principal, mesmo Manassés sendo o primogênito (Gn 48.14). Com as mãos sobre Efraim e Manassés, Jacó abençoou a José, indicando que seus filhos ocupariam um lugar de destaque na família da aliança como líderes tribais (Gn 48.15).

Séculos mais tarde vemos o cumprimento desta profecia pois:

“a tribo de Manassés marchou debaixo do estandarte de Efraim no deserto” (Nm 2.18-24).

Josué, líder do povo de Israel depois de Moisés, veio da tribo de Efraim.

Depois da divisão do reino nos tempos de Jeroboão, a tribo de Efraim (como predito no versículo 19) tornou-se tão predominante no reino do norte, que seu nome foi identificado com Israel (Is 7.2; Os 4.17; 13.1).

Jacó deu aos filhos de José por herança mais terras em Canaã do que seus outros filhos teriam. Este foi um presente pessoal de um declive montanhoso onde estava Siquém (Js 24.32), perto de Sicar na futura Samaria (Jo 4.5). Jacó primeiro comprou o terreno de um amorreu, depois teve que retomá-lo à força. Hoje é disputado entre os palestinos e o país de Israel.


terça-feira, 11 de maio de 2021

AS FALSAS DOUTRINAS

 


 Estamos vivendo dias em que muitos ensinos diabólicos e absurdos têm surgido, situações que nada têm a ver com a simplicidade da fé, com caráter, com vida. Com isso tem produzido igrejas heréticas que tira o foco do Evangelho na vida das pessoas; tendo em vista que são promovidos ensinamentos de acordo com a necessidade pessoal de cada homem pecar e não sentir culpas pelos seus atos.

Podemos dizer que Jesus é “tolerante”, no sentido de receber as pessoas; Ele ia à casa de pecadores, deixou uma ex-prostitutas lavar seus pés, mas depois daquele encontro com Jesus, as suas vidas nunca mais foram as mesmas. A tolerância de Jesus é para a aceitação, Ele não faz acepção de pessoas, porque o propósito do Senhor é salvar, transformar vidas em nova criatura. Jesus é tolerante com o pecador, mas não com o pecado.

I. FALSA DOUTRINA - ENSINO

1ª Timóteo 6.3-5 “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, 4- É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, 5- Perversas contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.”

A Palavra de Deus é muito clara com relação ao falso ensino. Alertando aos cristãos contra os falsos profetas, que pregam inverdades e, na maioria das vezes, em benefício próprio. É necessário ficar alerta contra esse tipo de líder, porque eles distorcem a verdade do Evangelho introduzindo falsas doutrinas. E o pior é que muitos crentes acabam se deixando levar, sofrendo as consequências dessas heresias que são introduzidas no meio cristão.

Paulo relaciona as falsas doutrinas à essas discussões inúteis e intermináveis. Ele diz que esses líderes que traziam essas falsas doutrinas tinham a pretensão de serem mestras Lei. Isso nos leva a crer que havia um pano de fundo judaico e gnóstico nas falsas doutrinas. No versículo 4, Paulo coloca que esses falsos mestres que gostavam de fábulas e genealogias intermináveis. Isso também parece ser uma referência à tendências judaizantes.

II. QUE TODOS VOCÊS FALEM A MESMA COISA

1ª Coríntios 1.10 “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.”

1. Que mantenham a mesma doutrina. Paulo exorta os cristãos de Corintos que falem a mesma coisa, ou seja, falem a mesma língua, tenham o mesmo sentimento e a mesma opinião, sem disputa e conflito e mantenha a unidade e o mesmo pensamento como igreja de Cristo.

“Falar a mesma coisa” se opõe a falar coisas diferentes e conflitantes; ou controvérsia, e embora não seja de esperar uma perfeita uniformidade de opinião entre as pessoas sobre o assunto da religião, mais do que sobre outros assuntos, ainda assim, nas grandes e fundamentais doutrinas do cristianismo, os cristãos podem concordar; em todos os pontos em que diferem, podem demonstrar um bom espírito; e em todos os assuntos, eles podem expressar seus sentimentos na linguagem da Bíblia e, assim, “falam a mesma coisa”.

Devemos ter todo cuidado, especialmente com as que dizem ser a igreja certa, e detentora da verdade absoluta. A Palavra de Deus contém toda a verdade portanto só ela serve como parâmetros para a igreja de Cristo.

III. A PALAVRA DE DEUS NOS INSTRUI A TOMAR CUIDADO COM OS FALSOS ENSINAMENTOS

Cl 2.8 “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.”

Nesse versículo Paulo estava advertindo os cristãos a não se deixarem levar por nenhum que não estivesse de acordo com um conhecimento adequado de Cristo. Os falsos mestres em Colossos haviam combinado pensamentos mundanos com o evangelho, os quais são mencionados por Paulo como os rudimentos do mundo, que alguns interpretam como espíritos, ou anjos, que, supostamente, controlam a vida de alguém (Gl 4.3,9). É mais provável que o termo rudimentos se refira às regras e ordenanças elementares que determinados mestres procuravam impor aos cristãos de acordo com os ditames de filosofias e dogmas humanas. A acusação mais séria de Paulo contra os hereges foi que o ensino deles não era segundo Cristo e, portanto, eles não estavam andando em Cristo (Cl 2.6,7).

IV. ABUSO NAS IGREJAS

1. Purificação do templo. Mateus 21.12,13 “E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; 13- E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.”

Duas vezes em três anos, Jesus expulsou do templo os vendedores e os cambistas (Jo 2.13-16; Mt 21.12-13). Sua explicação foi simples: “Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.”

Um exemplo da firmeza de Jesus está em Mateus, 21.12, quando, entrando no templo, viu que os comerciantes o transformaram em um local onde vendiam suas mercadorias, transtornando o momento de oração e adoração a Deus.

1.2. Jesus foi ao templo. Ele não subiu à corte, nem ao palácio, apesar de ter entrado como rei; mas ao templo; pois o seu reino é espiritual, e não deste mundo. É nas coisas sagradas que Ele governa, e no templo de Deus que Ele exerce autoridade. E expulsou os que vendiam e compravam pombas e bois para sacrifício. Ele os expulsara três anos antes (Jo 2.14), pedindo-lhes que não fizessem daquela casa uma casa de mercadorias: com a repetição da ofensa, ele usa palavras mais aguçadas.

Quando Jesus entra no templo, mas vê o que se praticava na parte externa, onde os gentios costumavam adorar. Todavia, os cambistas, os trocadores de dinheiro estrangeiro em moedas atuais, que aqueles que vieram de partes distantes podem querer oferecer pelo serviço do templo. Todavia, Jesus condena a prática daqueles que fazem a casa de Deus fonte de lucro. Ou seja, um lugar consagrado para a realização do culto religioso, Jesus diz: “...mas vós o fizestes um covil de ladrões.”

Jesus vê em seus corações a avareza, coberta com o véu da religião, é uma daquelas coisas sobre as quais Cristo olha com a maior indignação em Sua Igreja. Mercadejam as coisas sagradas, trocas fraudulentas, espírito mercenário em funções sagradas; empregos eclesiásticos obtidos por lisonja, serviço ou comparecimento, ou por qualquer coisa que seja em vez de dinheiro; colações, nomeações e eleições feitas por qualquer outro motivo que não a glória de Deus; são todas as profanações fatais e condenáveis, das quais as do templo eram apenas uma sombra.

2. Cuidado com os falsos mestres gananciosos. 2ª Pedro 2.3 “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.”

O apóstolo Pedro alerta os cristãos sobre a presença de falsos mestres que se infiltram de maneira disfarçada no meio da igreja para negociar a fé dos incautos.

Esta mensagem está tratando do perigo das riquezas, pois, o amor do dinheiro afasta o homem de Deus e atrai para si uma série de males: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1ª Tm 6.10).

A ganancia produz avareza; avareza é idolatria (Cl 3.5); idolatria é pecado (Êx 20.4); pecado gera morte (Rm 6.23). Por ganancia, milhares de pessoas não dão crédito à verdade e procuram exatamente a estes falsos mestres, somente com o intuito de se enriquecerem, não se importando nem um pouco com a sua salvação, já que salvação não faz parte das suas pregações. Até porque, a salvação exige renúncias, arrependimento e não acúmulo de riquezas (Mt 6.19-21; Lc 18.22-25).

Os falsos mestres faziam tudo isso com objetivo de enriquecer sobre os seus seguidores. Eram gananciosos e inescrupulosos no meio do povo de Deus. Mas também o apóstolo Pedro descreve o destino deles. O juízo de Deus sobre eles não tarda para destruí-los.

V. APOSTASIA E SINCRETISMO RELIGIOSO

2ª Pedro 2.15 “Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça.”

Como exemplo do desvio do caminho da verdade, Pedro traz à memória o profeta Balaão, o controverso mensageiro do Antigo Testamento (Nm 22-26).

Balaão amou tanto a riqueza, fama e a honra que, para obtê-las, agiu contrariamente à sua consciência. Seguir seu caminho, portanto, deve ser guiado por paixões carnais, pois amam o salário da injustiça. Quando Balaão foi enviado pela primeira vez para amaldiçoar os israelitas, os mensageiros de Balaque levavam apenas as recompensas da adivinhação em suas mãos (Nm 22.7), e, portanto, quando Deus o proibiu de ir, ele concordou facilmente, e recusou-se a ir (2ª Pe 2.13).

Apesar de ter aparentemente resistido à proposta de Balaque, de amaldiçoar Israel, seu coração ambicionava a recompensa prometida pelo rei moabita. Atribui-se a ele o fato de os israelitas terem sido seduzidos a adorar baal e levados a se prostituírem com as mulheres pagãs (Nm 25; Jd 11; Ap 2.14). Tornou-se, assim, um péssimo exemplo de apostasia e sincretismo religioso, que tenta misturar a fé cristã com outras religiões. A tentativa de conciliar diferentes dogmas religiosos é uma marca da presente era, sob o falso argumento de que as várias religiões do mundo são nada mais que aspectos diferentes de uma mesma divindade. Esse argumento tem tirado muitos cristãos do caminho da verdade.

VI. FALSAS INTERPRETAÇÕES

1. Todas as religiões nos levam a Deus. Você provavelmente já deve ter ouvido aquela famosa frase dita em nosso mundo: todos os caminhos levam a Deus. Essa frase é repetida por aqueles que não conhecem completamente a Bíblia e que, por algum motivo, têm medo de se posicionar diante do que é verdade e do que não é verdade. Jesus, em uma de Suas falas, declarou algo interessante: “Disse Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6).

1.1. Jesus é o caminho. Quando Jesus diz “eu sou o caminho” está reforçando a ideia de que Ele era o messias que representava o acesso pleno a Deus. Após a morte de Cristo o véu do santuário se rasgou, dando livre acesso a Deus. Jesus é o caminho que nos leva a Deus. Não existem outros caminhos.

1.2. Jesus é a verdade absoluta. Quando Jesus diz que Ele é a verdade está dizendo claramente que Ele não é “uma verdade” como muitos por aí costumam pregar, dizendo que há muitas verdades e que cada um tem a sua verdade. Jesus é a verdade absoluta, pois é Deus. Ele é a verdade plena em que não há engano. Sendo Ele a verdade, podemos trilhar, sem medo, pelo caminho correto, o caminho em que não há engano ou sombra de dúvida.

1.3. Jesus é a vida. A vida é a bênção maior criada por Deus. Deus nos criou para a vida. Quando Jesus diz que Ele é a vida está deixando claro que Ele é a fonte da vida. Ele mesmo iria mais tarde vencer a morte e ressuscitar cheio de vida. Jesus é a vida plena, Ele é quem nos deu a vida eterna com Deus, a vida eterna vivendo no caminho e na verdade. Somente através Dele a vida é possível. Sem Ele não há vida: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).

1.4. Ninguém vem ao Pai se não for por mim. Por fim, Jesus finaliza sua resposta deixando claro que não há atalhos para chegarmos a Deus. Ele é o caminho verdadeiro que nos leva ao Pai, que nos leva à vida plena e eterna. Não existem santos, nem grandes homens, nem deuses, nem nada que os homens possam criar que possa levar alguém até Deus. Jesus tomou para si esse papel único e deixa isso muito claro: “ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Temos agora a verdade absoluta de Deus, que não pode mudar por nenhuma criatura no universo. De maneira que é bem clara quanto a salvação em Jesus. João 3.17 “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.

O maior problema da humanidade, é que as pessoas criam valores insignificantes em relação à salvação que não tem amparo bíblico; mas, de ensinamento humano; pecam, e querem dar um jeitinho brasileiro de entrar no céu.

VII. JESUS O ÚNICO FUNDAMENTO

1ª Coríntios 3.11 “Porque ninguém pode colocar outro fundamento além do que está posto, o qual é Jesus Cristo.”

Paulo diz em Efésios 2.20 que Jesus é, na verdade, “a pedra angular”. Jesus é chamado de fundamento porque ele é o elemento-chave de todo o fundamento. O fundamento, Paulo nos diz, consiste dos profetas e dos apóstolos (Efésios 2.18-21).

1. Mas há outras pedras nessa fundação. Nos dias atuais, no tempo em que vivemos, não há apenas um fundamento sobre o qual a Igreja que se diz de Jesus Cristo está sendo edificada. Ficará compreendido que existem outros fundamentos, falsos fundamentos, usando o nome do Senhor Jesus Cristo, sobre os quais estão sendo edificados, não um único povo (edifício, obra) que se diz ou se intitula povo de Deus, mas vários povos que pretendem (?) ser de Deus, cada qual dizendo ser ele o Corpo de Cristo ou verdadeira Igreja. Mesmo que alardeiem que “maior é quem os une”, ficará provado, também, que essa frase de efeito é uma grande dissimulação, ajustada convenientemente para momentos oportunos.

2. Os materiais precisam estar certos. “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará” (1ª Co 3.12-13).

Um templo de madeira, feno e palha pode ser construído rápido e barato. Apelos aos apetites carnais para comida de graça, recreação, divertimento, baladas cristãs com som e fumaça para alegrar os seguidores, etc., ajuntarão tais materiais em grandes quantidades. Aqueles que buscam materiais mais caros, limitando-se a pregar “Cristo, e este crucificado”, parecerão ser lentos e improdutivos, mas o tempo dirá. Homens de fé não julgam nada “antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará a plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus” (1ª Co 4.5).

Pr. Elias Ribas

Igreja Assembleia de Deus

Blumenau - SC


sábado, 8 de maio de 2021

CUIDADO COM A APOSTASIA

 


1ª Timóteo 4.1 “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.”

INTRODUÇÃO. O apostolo Paulo está falando neste texto de um dos sinais que marcaram o retorno de Cristo a Terra.

Uma das marcas do fim é a apostasia. O Espírito Santo diz que muitos apostataram da fé dando ouvido a espirito enganadores.

Paulo dá início aqui a uma série de instruções especiais a Timóteo. O Espírito expressamente diz. Paulo pode estar referindo-se a profecias inspiradas pelo Espírito Santo acerca do abandono da verdade de Deus (Dn 7.25; 8.23; Mt 24-4-12) ou a uma revelação que o Espírito lhe deu.

I. O SIGNIFICADO DO TERMO APOSTASIA

A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como substantivo (At 21.21; 2ª Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido por ‘apartar’). O termo grego é definido como ‘decair, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado’.

1. Significado de apostasia. Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si:

(a) a apostasia teológica, isto é, a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou alguns deles (1ª Tm 4.1; 2ª Tm 4.3);

(b) a apostasia moral, ou seja, aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).

2. Advertência bíblica. A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com Cristo, como para nos motivar, perseverar na fé e na obediência” [Bíblia de Estudo Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1903].

A palavra apostasia (em grego antigo απόστασις” “apóstasis”, que significa: “estar longe de”) tem o sentido de um afastamento definitivo e deliberado de alguma coisa, uma renúncia de sua anterior fé ou doutrinação. Ao contrário da crença popular, não se refere a um mero desvio ou um afastamento em relação à sua fé e à prática religiosa. Pode manifestar-se abertamente ou de modo oculto.

A enciclopédia “International Standard Bible” e a “Pequena Enciclopédia Bíblica” de Boyer corroboram no seguinte sobre a temática:

“Apostasia: (αποστασια, apostasía, ‘um desvio de’): ou seja, uma queda, uma retirada, uma deserção.

3. No Novo Testamento tem 14 citações sobre a apostasia. No léxico grego de Strong menciona duas palavras, a primeira “apóstasis”, concorda com os dicionários mencionados aqui, encontra-se na Bíblia em Atos 21.21 e 2ª Tessalonicenses 2.3. E a outra palavra “aphistemi” tem um significado ainda melhor: retroceder, afastar-se, remover, ir embora, abandonar, etc.

A Bíblia deixa claro: é decair da fé (1ª Tm 4.1) e desviar-se do Deus vivo (Hb 3.12). Aumenta em períodos de crise especial (Mt 24.9-10, Lc 8.13) e é encorajada pelos mestres (Mt 24.11, Gl 2.4), que seduzem os crentes para pureza da palavra com outro evangelho (Gl 1.6-8, 2ª Tm. 4.3-4, 2ª Pe 2.1-2; Jd 3,4;). A impossibilidade de restauração após a apostasia é solenemente frisada (Hb 6.3-6, 10.26).”

Apostasia significa:

·         Negação e abandono da fé (1ª Tm 4.1; 2ª Tm 2.17-18);

·         A Revolta Final contra Deus (2ª Ts 2.13).

·         Abandonar a fé em Deus; afastar-se dos caminhos do Senhor;

      ·         Desviar-se de Deus. “O Meu povo é inclinado a desviar-se de Mim” (Os 11.7).

4. Na Bíblia apostasia significa abandono da verdade de Deus. Apostasia é negar verdades fundamentais da Bíblia. O apóstata passa a acreditar em uma mentira sobre a Bíblia ou então rejeita a Bíblia por completo.

Essa pessoa rejeita a verdade que aprendeu e segue ensinos errados, que vêm do diabo para desviar do bom caminho (Gl 1.6-8). A apostasia surge quando a pessoa não tem seu coração voltado para Deus. Apesar de conhecer a verdade, o apóstata rejeita-a e prefere acreditar em uma mentira. Seu coração fica cego e passa a acreditar em mentiras (Rm 1.21-22).

5. As mentiras do diabo muitas vezes são misturadas com um pouco de verdade. Isso torna a mentira mais convincente. Se uma pessoa fala bem, com confiança e parece estar a contar a verdade, pode convencer muitas pessoas a acreditar em uma mentira, promovendo apostasia. Pessoas assim se infiltram até nas igrejas e são um perigo para a comunidade, especialmente os mais novos na fé (2ª Pe 2.1-3).

6. A apostasia normalmente leva a muitos outros pecados. A vida do apóstata de degenera e ele não se arrepende. Isso acontece porque ele rejeita a Deus. A Bíblia avisa que a apostasia traz a condenação de Deus (Hb 6.4-6).

7. A Apostasia Pessoal. Hb 3.12 “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.”

. Veja que, sob a nova dispensação e no desfrute dos privilégios do evangelho, você não deve manifestar sentimentos que o excluirão do mundo celestial. O “princípio” foi estabelecido pela incredulidade de que aqueles que se opõem a Deus serão excluídos de seu descanso. Isso pode ser demonstrado em todas as dispensações e em todas as circunstâncias, e não há menos perigo disso no evangelho do que quando os pais foram conduzidos à terra prometida. Você está viajando através de um deserto – o deserto árido deste mundo. Você está exposto a provações e tentações. Você encontra muitos inimigos mortais e poderosos. Você tem corações propensos a apostasia e pecado. Você está procurando uma terra de promessa; uma terra de descanso. Você está cercado pelas maravilhas do poder Todo-Poderoso e pelas provas de infinita beneficência. Desobediência e rebelião em você certamente o excluirão do céu, como a rebelião deles os fez da terra prometida; e como o grande pecado deles foi a incredulidade, fique atento para que não manifeste o mesmo.

II. OS TRES PILARES DA APOSTASIA

A fé pode ser perdida; a fé deve ser guardada; como resistir o diabo.

A palavra apostasia “aphistemi” tem um significado ainda melhor: retroceder, afastar-se, remover, ir embora, abandonar, etc. Lucas 8.13, usa esta palavra no sentido de desviar-se. Aos 5.37, fala de um falso líder religioso que levou consigo muita gente. No verso 38, foi usada para deixa ir embora, libere as pessoas. Em outras 4 vezes, At 15.38; 22.29; 2ª Co 12.8; Hb 3.12 foi usada no sentido de afastar. Precisamos entender em qualquer sentido que esta palavra traz, sempre envolve este significado: afastar-se, ir embora e deixar a fé. Isto não teria sido empregado se não fosse possível afastar-se ou desviar-se da fé.

Como o Espírito Santo denunciaria uma marca do tempo do fim, de afastamento da fé se isto não fosse possível?

Muitos líderes espirituais relativizando isso pregando uma segurança de salvação, não importa a forma que as pessoas vivam. Se você é um eleito, então a tua salvação está completamente garantida e isto pode comprometer aquilo que Deus iniciou na sua vida.

Na Bíblia nós temos vários textos que contradizem esta ideia:

1. A prova da nossa fé. Lucas 22.31-32 “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.”

O que o Senhor Jesus quis ensinar o apóstolo Pedro é: “Quando, daqui a pouco, você me ver oprimido, saiba que Satanás emprega essas armas para lutar contra você e que esta é uma oportunidade conveniente para destruir sua fé”. Este ensino é útil, porque frequentemente acontece que, por falta de consideração, somos vencidos por desconsiderar as tentações, que consideraríamos formidáveis, se refletíssemos que são os dardos inflamados (Ef 6.16). de um inimigo vigoroso e poderoso. E embora ele agora fale daquele ataque singularmente feroz, pelo qual os discípulos, ao mesmo tempo, receberam terríveis choques, de modo que a fé deles estava quase extinta, ele ainda manifestamente transmite uma doutrina mais extensa, que Satanás continua constantemente rugindo por sua presa. Portanto, cada seguidor de Jesus deve estar consciente que, enquanto estivermos neste mundo teremos orara e vigiar para não cair em tentação, pois sabemos que Satanás deseja nossa destruição, e com grande habilidade e assiduidade se apodera de todo método de nos ferir. E quando chegamos ao conflito, deixe-nos saber que todas as tentações, a partir de qualquer parte que elas vierem, foram forjadas na oficina desse inimigo.

1.1. Mas como é possível obter fé? Hb 11.1 “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.”

Ela é a certeza quando vem ao nosso coração, quando ouvimos ou lemos a Palavra de Deus, que a Suas promessas nos pertencem A maneira pela qual podemos adquirir a verdadeira fé é a prova final de que esta jamais poderá ser irracional. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10.17)

1.2. “....Satanás vos pediu...”. Satanás é o príncipe do mal. Uma de suas obras é tentar a fé dos crentes para colocar tentações e provações em seu caminho.

1.3. Pode peneirar você como trigo. A metáfora da peneiração não é aplicável em todos os aspectos.

O grão foi agitado ou sacudido em uma espécie de leque ou peneira. O grão permaneceu no leque e a palha e o pó foram jogados fora. Então, Cristo diz que Satanás desejou experimentar Pedro; colocar provações e tentações diante dele; mas aqui significa simplesmente atirar para cima e para baixo, ou sacudir com violência. Enquanto tu e os outros estão lutando pela supremacia, Satanás está tentando destruir todos vocês, mas eu orei por ti, como estando em maior perigo.

“Agitá-lo” para ver se restaria alguma coisa de fé ou se não seria achado que tudo não passava de palha.

Satanás já tinha um, Judas; ele quase conseguiu outro, Pedro; e ele queria ter tudo. Mas vemos com isso que o diabo não pode sequer tentar um homem, a menos que ele receba permissão. Ele deseja fazer todo o mal; ele é permitido apenas fazer algumas, provar nossa fé, e para saber o que está no nosso coração, se guardaríamos os Seus mandamentos ou não.

 1.4. O alvo do diabo é destruir a fé. O de Cristo é restaurar o peneirado, para que Ele fortaleça o mais fraco (Gl 6.1). Se a fé do crente não desfalece, não teria necessidade a intercessão de Jesus para que isto não acontecesse.

2. O crente em Jesus deve permanecer firme na fé. Colossensse 1.23 “Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.”

2.1. “....e não vos moverdes da esperança do evangelho...”. É pela fé que alcançamos a salvação, somente pela fé. E é pelo evangelho que temos as bênçãos do Senhor! Aqui Paulo está advertindo aos leitores que estavam sendo enganados por falsos mestres que diziam que eles deveriam voltar a crer na lei como meio de alcançar a salvação, mas Paulo os adverte: não existe outro caminho senão no evangelho que lhe foi anunciado, não voltem as antigas práticas, não ouçam esses falsos mestres, continuem alicerçados na fé. Caso contrário, perderá todas as bênçãos que já começou a desfrutar.

 3. A preocupação de Paulo. 1ª Tessalonicenses 3.5 “Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei-o saber da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inútil.”

A preocupação de Paulo era que os tessalonicenses pudessem sucumbir à tentação de Satanás e abandonar a fé cristã, e o nosso trabalho houvesse sido inútil.

3.1. Naufragar na fé. 1ª Timóteo 1.19 “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.”

O apostola Paulo faz uma analogia como se alguém entrasse em um barco para determinado destino. O nosso destino é a Nova Jerusalém Celestial, porem devemos manter firme na fé para não naufragar no meio do mar.

A nossa viagem poderia ser naufragada se não conservarmos a nossa fé e a boa consciência.

Ao nascer de Novo, pela Palavra e o Espírito, você não pode permitir que ninguém ou tentação alguma lhe tire de você essa alegria, esse amor, esse prazer de fazer a obra de Deus em qualquer lugar ou situação que Ele te colocou.

Paulo disse mais: “E a boa consciência.” O que é consciência? Consciência é a voz da alma, é o grito da alma que reprova quando estamos agindo errado, ou aprova quando acertamos. Quando fazemos o bem, à nossa alma fica leve, sentimos paz.

A perda da boa consciência implica o naufrágio da fé. Consciência do pecado (sem arrependimento e perdoado) mata o germe da fé no homem.

4. Negar a fé. 1ª Timóteo 5.8 “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.”

Quando buscamos a Deus em Sua palavra, encontramos ordens e mandamentos, dicas de ações e atitudes que devemos tomar por causa de nossa fé, do testemunho e da santidade do nome de Deus.

Os cristãos têm o dever de cuidar dos seus familiares. E nesse texto, temos uma dica preciosa para a família, a questão do cuidado! Os cristãos têm o dever de cuidar dos seus familiares. E o texto não manda fazer isso, isto é mandamento entre os servos de Deus, por causa de sua fé! Pois, se você que diz que cristão e não cuida dos teus familiares, negou a fé e é pior que o infiel.

Não podemos apenas orar, não podemos apenas desejar, não podemos apenas falar! Pois oração sem ação é reclamação, desejo sem realização é pensamento, falar sem agir é hipocrisia.

Do mesmo modo que não existe cristão sem fé, nem servo de Deus incrédulo! Também não existe cristão que deixa de cuidar da família, porque isso seria negar a fé, isso seria ser um cristão sem fé! Coisa absurda, a qual Paulo diz que isso é ser “pior que o infiel”.

5. Desviar da fé. 1ª Timóteo 6.10 “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”

O dinheiro em si não é um problema, mas o amor do dinheiro é. O amor ao dinheiro é a raiz dos males. O amor ao dinheiro pode levar uma pessoa a todo tipo de males. A cobiça pode levar um cristão até a desviar-se da fé. A ganância e o materialismo podem cegar o cristão a ponto de ele se distanciar de sua fé.

Hoje vemos muitos líderes mercadejando a fé por avareza; e muitos cristão avarentos para obra do Senhor por ver a avareza dos seus líderes. Por esta razão o apóstolo Paulo encerra a 1ª carta a Timóteo dizendo: “A qual professando-a alguns, se desviaram da fé....” (1ª Tm 6.21).

Eles desviaram da fé. O grego é que eles foram desviados; isto é, eles foram enganados a ponto de se afastarem da fé. Muitas vezes começaram bem sua carreira proposta, mas o poder a ganância levou-os a desviar do caminho e a corromper-se.

6. Retroceder na fé. Hebreus 10.38 “Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. 39- Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.”

A fé é o elemento indispensável na vida do servo de Deus, dela depende a própria salvação: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé...” (Ef 2.8). A fé é a mola propulsora que nos impede de recuar, de voltar as velhas práticas, de nos afastar da vontade do nosso Deus, e assim a alma dele continua tendo prazer em nós. É por isto que também está escrito que “sem fé é impossível agradar-lhe” (Hb 11.6)

Viver pela fé. Viver é caminhar na direção de concretizar sua visão, realizar sua missão pessoal e alcançar os sonhos de Deus para nossa vida. Quem não possui o coração orientado para a conquista destes três objetivos não está vivendo de verdade, está apenas existindo de maneira vazia em uma vida sem propósito, mesmo que passe cem anos ou mais sobre a face da terra; mas, certamente este não é o desejo de Deus para os seus filhos.

A jornada de fé requer de nós perseverança e paciência para que possamos ver os resultados. Se aquilo que queremos está mais adiante, precisamos continuar para que a nossa insistência na nossa crença nos leve ao porto seguro. Há muitas distrações que o diabo promove para nos tirar dessa determinação de caminhar com a Verdade. O inimigo sabe que, aqueles que perseverarem, mesmo diante das barreiras, verão o cumprimento das promessas de Deus. Se mantivermos a nossa fé viva até o final, nada pode impedir o plano de deus se cumprir. Porém aquele que retroceder na fé, ou seja, abandoaram o barco, perderam suas almas no mar desta vida. Então, viver pela fé tem que ser o nosso estilo de vida todos os dias. É esse modo de viver que fará a gente desfrutar das vitórias a que temos direito.

7. Jesus elogia alguns que não negaram a fé na Igreja de Éfeso. Apocalipse 2.13 “Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.”

Se não fosse possível negar a fé, qual o propósito de Jesus elogiar aqueles que não negaram a fé?

É possível conceber que, nas lutas contra o mal daqueles que finalmente caíram, pode haver mais a elogiar do que nos casos em que o caminho da virtude foi seguido como mero resultado das circunstâncias, e onde nunca houve um conflito com tentação. Os julgamentos do grande dia farão muito para reverter os julgamentos da humanidade.

Contudo, você permanece fiel ao meu nome”. Eles não abriram mão do conteúdo da fé que receberam. Eles permaneceram confessando que Jesus era o seu único e suficiente salvador.

Em Filipenses o Apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo, orienta o povo de Filipos e a todos nós dizendo: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim. Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3.13,14).

8. Cuida da tua fé. Apocalipse 3.11 “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.”

8.1. “...guarda o que tens...” O que é que tu tens? 2ª Timóteo 4.7 “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”

A verdade ensinada é que, por negligência ou infidelidade no dever, podemos ser privados da glória que poderíamos ter obtido se fôssemos fiéis ao nosso Deus e Salvador. Precisamos estar em guarda constante, para que, em um mundo de tentações, onde abundam os inimigos da verdade, não possamos ser roubados da coroa que poderíamos ter usado para sempre. O apóstolo Paulo escreve na sua carta aos coríntios dizendo:

“Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre.” (1ª Co 9.25).

8.2. “...para que ninguém...”. Quem quer tomar tua coroa, tua fé, tua família? João 10.10 “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.”

O diabo veio para destruir, rouba, mas Jesus veio para te dar vida, vitória em Seu nome.

8.3. Quem o diabo usa para roubar tua fé. 2ª Coríntios 11.13-15 “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. 14- E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. 15- Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.”

9. O diabo usa um dos dois estremos - O liberalismo ou o legalismo.

9.1. O liberalismo. Judas 1.4 “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.”

A. Os hereges agiam sutilmente. Quando pervertiam a graça de Deus e negavam a autoridade do Senhor (Pv 1.29), eles estavam usando suas principais táticas. Foram astutos o suficiente para se infiltrar na comunidade cristã, mesmo sendo ímpios. Jesus falou sobre esse tipo de pessoas quando falou de lobos com vestes de ovelhas (Mt 7.15).

B. Convertem em dissolução a graça de Deus. O ensino da graça pode ser perigoso quando pervertido por falsos mestres ou pessoas carnais que acreditam que, por terem sido salvas pela graça, podem viver como bem entendem (Rm 6.1,2). Único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. Esses falsos mestres não somente viviam de modo imoral, mas rejeitavam a autoridade de Cristo. A primeira palavra grega traduzida como Senhor aqui significa Mestre. Identifica alguém que tem poder absoluto e, consequentemente, exige obediência. No texto original, está claro que toda a afirmação se refere a Cristo: Jesus é nosso Soberano absoluto e nosso Deus. Em Tito 2.13, Paulo usa uma construção grega semelhante em outra passagem importante que ensina sobre a divindade de Jesus.

9.2. Ele usa o legalismo. “Ò insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes á verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado? 2. Só queria saber isto de vós: Recebeste o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 3. Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabais agora pela carne? 4. Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão. 5. Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que opera maravilhas entre vós o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 10. Todos aqueles, pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl 3.1-5, 10).

O apóstolo Paulo ficou perplexo com a rapidez com que os crentes gálatas haviam se desviado da fé. Eram filhos da fé de Paulo, foram evangelizados e doutrinados pelo apóstolo. Tão depressa se desviaram para seguir a estranhos, e o pior, um evangelho contraditório.

Paulo começa a defesa de seu evangelho relembrando aos gálatas de que sua vida cristã, que teve início com Cristo crucificado e foi certificada pelo Espírito Santo, estava completamente separada da lei. Eles seriam tolos de abandonar o caminho de Deus e tentar alcançar a perfeição por seus próprios esforços.

A Bíblia Viva contém a seguinte leitura deste versículo: “Gálatas insensatos! Quem foi o feiticeiro que os sugestionou e pôs em vocês esse encantamento ruinoso? Em outras palavras: “Vocês enlouqueceram? Quem roubou a sua mente”? Paulo estava fora de si. Quem havia hipnotizado os gálatas antes completamente despertos?

“Quem vos fascinou” (v. 1). O verbo no original para “fascinar” é baskaino, e só aparece em todo Novo Testamento nesta passagem. Na literatura grega clássica da época tem o sentido de “enfeitiçar”. Os gálatas receberam o Espírito Santo quando creram na mensagem que Paulo pregou, e não pelas obras da lei. Era uma experiência extraordinária do poder transformador de Deus na vida deles. Como agora podiam trocar essa experiência verdadeira cristã por um evangelho espúrio e contrário ao que o apóstolo pregou? Estava agora estupefato com a insensatez (loucura) dos gálatas. Não podia crer que essa gente pudesse ser iludida, como se fosse mentira (Jo 8.44).

Os fariseus são como feiticeiros do mal, desviando os olhos de suas vítimas da cruz para a lei. Entretanto, os gálatas não têm desculpa, pois Paulo lhes deixou bem claro o significado da cruz. Os judeus consideravam Abraão como seu pai e fonte de suas bênçãos espirituais. Eles acreditavam que a simples ascendência física de Abraão os tornava justos. Paulo mostra que Abraão agradou a Deus pela fé e não por realizar obras da lei, uma vez que a lei não existia na época de Abraão. Ele também insiste que os verdadeiros filhos de Abraão, e herdeiros da bênção prometida, são aqueles que vivem pelo princípio da fé. Paulo apresenta as alternativas da fé (v. 11), e da lei (v. 12) como formas de justificação. Entretanto, ao invés de justificar, a lei mal diz (v. 10), pois faz exigências que ninguém pode cumprir.

O legalismo está fundamentado no uso inadequado da lei. Quando abraçamos o legalismo, abrimos a porta para a feitiçaria entrar nas nossas vidas. O legalismo libera uma feitiçaria, um fascínio demoníaco que se manifesta através da manipulação, da dominação e da intimidação, que roubam nossa sensibilidade e bom senso em relação ao Evangelho.

9.3. O diabo usa homens que falam mentiras. 1ª Timóteo 4.2-6 “Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência.”

A igreja em Éfeso, estava passando por algumas crises a respeito de falsas doutrinas (1ª Timóteo capítulo 1, versículos 3 ao 7), tanto que a pedido de Paulo, Timóteo ficou em Éfeso, com o propósito de exortar os irmãos a fé verdadeira em Cristo Jesus.

E aqui no capítulo quatro, Paulo, continua alertando Timóteo sobre o perigo das falsas doutrinas e que elas são originadas por espíritos enganadores, por demônios.

A intenção deles era usar pessoas fracas, soberbas e hipócritas e que tinham suas mentes fechadas para o verdadeiro evangelho, para que com seus ensinos pudessem diluir o verdadeiro evangelho, ensinando falsos ensinos, que vão contra a Palavra de Deus, para que muitos deixem a verdadeira fé em Cristo e sigam falsas crenças.

9.4. Ele usa pessoas para distorcer aquilo que o Criador fez. 1ª Timóteo 4.3-6” Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; 4-Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. 5- Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada. 6- Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado.”

Paulo continua falando de como alguns falsos mestres estavam corrompendo a igreja de Éfeso; eles estavam proibindo o casamento e exigindo abstinência de alimentos.

Os falsos mestres em Éfeso menosprezavam o mundo material como se fosse somente mau. Isso se tornou doutrina central do gnosticismo desenvolvido no século. Todavia, em Gênesis 1.31, tudo o que Deus criou foi por Ele considerado muito bom. Os cristãos devem desfrutar de tudo o que Deus criou e deu-lhes para usar e administrar.

Santificada significa separada. Casamento, alimentos e bens são, na realidade, assuntos espirituais. Devem ser desfrutados pelo cristão, sempre reconhecendo seu correto objetivo perante Deus.

Ele usa os falsos ministros que:

·         Usam a mentira para enganar.

·        Distorcem a Palavra de Deus. Proibindo o casamento e ordenando abstinência de alimentos.

Paulo continua advertindo a Timóteo dizendo: Para os que conhecem a verdade recebam com gratidão e ações de graça. Porque pela Palavra e oração é santificado. Assim sereis bons ministros de Jesus Cristo.

III. A FÉ DEVE SER GUARDADA

Obviamente que pelo cuidado de Deus não há possibilidade de Queda. A parte frágil é a nossa e não a do Senhor. Se dependesse Dele não haveria queda. Ele vai continuar agindo e disponibilizando seus recursos para que nós sermos vencedores. Ele não mantém nós na ignorância de que podemos cair e nos afastar Dele.

Se por um lado a fé pode ser perdida, por outro ela pode ser guardada.

1. Acrescentai à vossa fé. 2ª Pedro 1.5-7 “E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai a vossa fé a virtude, e a virtude a ciência, e a ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e a perseverança a piedade, e a piedade a fraternidade, e a fraternidade o amor.”

“Procurai com toda a diligência”. O aoristo grego implica um efeito ao longo da vida.

Segundo Pedro a nossa fé precisa ser acrescentada. Aqueles que não se esforçam para acrescentar a sua fé e, portanto, tem falta destas qualidades são chamados cegos. Uma pessoa que não mais se lembra que foi lavada dos seus pecados do passado, exatamente como o homem da parábola dos 10.000 talentos (Mt 18.23-35), que havia esquecido a generosidade do seu senhor e do que havia sido purificado.

2. O cristão deve confirmar em seu coração o chamado de Deus para a sua vida. 2ª Pd 1.10,11 “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.”

“...fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” Ou “pecaremos”, como a versão da Vulgata Latina e as versões Árabes vertem; não que eles nunca deveriam cair, ou em qualquer sentido, porque em muitas coisas ofendemos todos nós ou caímos. Porém se vivermos uma fé genuína e alicerçada na graça de Deus entraremos no reino dos céus e juntos com Senhor reinaremos eternamente.

Pedro queria despertar os crentes que haviam ouvido os falsos mestres e acreditavam que, porque a salvação não se baseia em boas ações, eles poderiam viver de qualquer maneira que quisessem.

O apóstolo Pedro faz lembrar os irmãos sobre a constância na fé cristã. Ele compartilha os fundamentos para servir ao Senhor com perseverança além das adversidades que enfrentaremos em nossa vida. 2ª Timóteo 4.7 “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”

3. Permanecer firmes na Fé. Atos 14.22 “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.”

A palavra “tribulação” refere-se a todos os tipos de provações que podem nos afligir.  Isto inclui coisas como necessidades financeiras ou materiais, circunstâncias difíceis, tristeza, enfermidade, perseguição, maus tratos ou solidão. Paulo exorta, encoraja a permanecer na fé.

Somente é um verdadeiro vencedor, e será coroado no final, quem permanece firme até que a trombeta de guerra não seja mais tocada.

A perseverança é, portanto, um alvo para todos os nossos inimigos espirituais. Pois Jesus diz em Mateus 24.13 “Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.”

O mundo não se opõe a que você seja cristão por um tempo, se ele puder tentá-lo a cessar a sua peregrinação, e a se estabelecer para comprar e vender com ele na Soberba da Vida.

3.1. As palavras de Paulo de encorajamento aos coríntios é que devemos estar firmes na fé. 1ª Coríntios 16.13 “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.”

A palavra vigia usada aqui ignifica manter-se acordado, estar vigilante, etc.; Paulo usa uma metáfora e isso talvez seja uma metáfora militar derivada do dever daqueles que estão posicionados como sentinelas para guardar um acampamento ou observar os movimentos de um inimigo. O termo é frequentemente usado no Novo Testamento, e o dever frequentemente prescrito: Efésios 6.13 “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.”

“...havendo feito tudo, ficar firmes...” A palavra firme (gr. hedraios) significa “o que está sentado, imóvel”. Descreve a condição de alguém que tem uma firme convicção, que não fica mudando de opinião a todo instante. Não se trata de uma pessoa que tem um credo para cada dia, hoje crê numa coisa, amanhã em outra e quem sabe semana que vem em outra completamente diferente. O termo descreve “o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas domínio sobre o seu próprio arbítrio, e isto bem firmado no seu ânimo” (1ª Co 7.37). A ele não cabe a repreensão “até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (1º Rs 18.21).

4. Conservar a nossa fé. 1ª Timóteo 1.19 “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.”

Essa fé é mantida sobre a perspectiva, ou seja, no ponto de vista da palavra de Deus, pois não existem outros meios pelos quais podemos conservá-la. Todavia não devemos apenas declarar ter uma vida de fé, nem ter uma fé disfarçada, mas vivê-la genuinamente. (Hb 11.34) Paulo advertia a Timóteo a respeito da terrível e temível apostasia que continua ainda hoje sendo o abandono da fé (1ª Tm 4.1; 5.11-15; 6.9,10). Existem muitas outras coisas que podem levar o crente a abandonar a fé em Cristo, mas Paulo nos exorta a fugir delas (1ª Tm 6.11).

5. Guardada até o fim. O escritor aos Hebreus faz alusão a guardar firmemente o princípio da confiança até o fim: “Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.” (Hb 3.14).

Somos participantes do corpo de Cristo, mas precisamos permanecer nesse corpo através da fé até o fim.

6. A batalhar pela fé. Judas 1.3 “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.”

O assunto central do pequeno livro de Judas é o versículo 3. Por isso, desejamos torná-lo o assunto de nossa mensagem: é dever de todo crente genuíno batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Procurarei desenvolver o significado desta doutrina utilizando quatro sentenças.

      ·         Existe uma fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.

·         Esta fé é digna de que batalhemos por ela.

·         Esta fé está sendo constantemente ameaçada por elementos de dentro da igreja.

·         Todo crente genuíno deve batalhar por esta fé.

IV. O CRISTÃO PRECISA RESISTIR O DIABO

O objetivo maior do diabo é ceifar a vida das pessoas. Quando falamos especificamente sobre a Igreja, o corpo de Cristo, percebemos que ele faz isso de muitas formas, mas a principal delas é através do esfriamento e do consequente enfraquecimento dos irmãos. Quando o diabo consegue esfriar e enfraquecer a Igreja, consequentemente os irmãos não conseguirão vencê-lo e ele terá facilidade para roubar, matar e destruir quem ele desejar.

1. Estamos em uma luta espiritual. Efésios 6.12 “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.”

Deus permitiu Jó entrar em uma grande prova, a ponto de perder tudo, e a ainda sua mulher dizendo: “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” (Jó 2.9).

2. A missão do diabo é destruir a fé do cristão. 1ª Pedro 5.8,9 “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 9- Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.”

Às vezes, Satanás é representado como se transformar em anjo de luz (cf. 2ª Co 11.14); e às vezes, como aqui, como um leão que ruge: denotando os esforços que ele faz para nos alarmar e dominar. Portanto seja vigilante contra os projetos sutis e maliciosos de seus inimigos espirituais.

Resistir firme na fé. Para mostrar a eficácia da fé o apostolo Paulo chama isso de escudo que é uma arma de guerra para resistir à tentação, ou seja, que devemos usar para nos defender contra a setas malignas.

3. Como vencer o diabo? “...”. Tiago 4.7,8 “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8- Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.”

Para vencer o diabo em primeiro lugar devemos nos sujeitar a Deus. Segundo lugar vem a santificação: alimpai as mãos, pecadores; Purificai os corações.

Observe que a missão do diabo é colocar-nos contra Deus, e nos afastar Dele e de Sua misericórdia. A sua missão é roubar, matar e destruir. Mas se conservar a tua fé viva em Jesus Cristo: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hb 12.2).

Sem fé é impossível agradar a Deus. Hebreus 11.6 “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”

V. O PERIGO DA APOSTASIA

Hebreus 10.25-31 “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. 26- Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados. 27- Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. 28- Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. 29- De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”

O texto acima fala de pessoas que foram salvas (cristãos), isso é dedutível do fato de que o autor da epístola estava escrevendo a judeus convertidos, ou seja, ao povo cristão. Nos versos anteriores, conforme os versos anteriores Hebreus 10.22-24.

1. Elas já receberam o “pleno conhecimento da verdade” (v. 26). E para isso, era necessário que Deus lhes abrisse os olhos para que elas compreendessem a totalidade do evangelho, coisa que só ocorre com pessoas regeneradas (At 26.18).

2. “Não deixando a nossa congregação...”. O escritor de Hebreus sabe que alguns podem cair, mesmo que eles reúnam-se com a congregação dos crentes e então participem deste grande privilégio de vir à presença de Deus (cf.10.19-22).

3. “....como é o costume de alguns...”. Esta expressão prova que ele não está aqui ainda falando de apostasia. Mas usando uma expressão de advertência para encorajar uns aos outros.

O grande problema dos destinatários desta carta, e que motivados pelas perseguições, umas das primeiras coisas que “alguns” fizeram, foi deixar de congregar, e o que nos mostra o versículo supracitado. E é exatamente o que está acontecendo com muitos cristãos atualmente! Quando as lutas chegam, à primeira coisa que tem acontecido com muitos, e o desanimo, e em seguida, o abandono da congregação.

4. “Porque, se pecarmos voluntariamente...”. Em um contexto como esse, é apropriado entender “profanou o sangue da aliança com que foi santificado ” como com que foi lhe dado o privilégio de vir perante Deus com a congregação do povo de Deus. Neste sentido, o sangue de Cristo abriu um novo caminho de acesso a Deus para a congregação. Isto os santificou em um paralelo ao sentido cerimonial do Antigo Testamento, e esta pessoa, por associar-se com a congregação, também foi santificada neste sentido: ele ou ela tiveram o privilégio de apresentar-se a Deus em adoração.

Mesmo assim, ao invés de ele dizer a tais pessoas que elas já estavam garantidas e confirmadas na fé até o fim e que de modo algum poderiam perder a salvação, ele afirma justamente o contrário: que ainda é possível pecar voluntariamente e que, neste caso, resta-lhes apenas o fogo do juízo que lhes irá devorar (Hb 10.30). É uma linguagem forte, especialmente usada para mostrar a condenação que lhes espera em caso de apostasia. “

Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (v. 31).

5. Se é possível alguém “retroceder”, é porque antes estava no caminho. Não era um descrente, mas um regenerado, convertido, alguém que estava na fé, mas precisava perseverar neste caminho até o fim e não retroceder dele. Todo o contexto mostra claramente que tais pessoas não perderão apenas a recompensa, mas serão condenadas no dia do juízo. O autor de Hebreus demonstra isso ao dizer:

“Quem rejeitava a lei de Moisés morria sem misericórdia pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: ‘A mim pertence a vingança; eu retribuirei’; e outra vez: ‘O Senhor julgará o seu povo’. Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (Hb 10.28-31).

O texto nos mostra que o castigo que aguarda tais pessoas é maior do que o castigo que passou aqueles que pecaram sob a lei. Enquanto ali era apenas uma morte passageira (primeira morte, pois ainda havia a ressurreição), agora é uma morte eterna (segunda morte, a morte final e irreversível). Logo, pela analogia já podemos perceber que o texto não trata apenas de perda de recompensa, mas do castigo da morte eterna.

Outros elementos no texto também demonstram isso, como, por exemplo, o fato de tal pessoa ter pisado os pés no Filho de Deus (v. 29), profanado o sangue da aliança (v. 29) e insultado o Espírito Santo (v. 29). Será que uma pessoa que pisa em Jesus, que profana o Seu sangue e blasfema contra o Espírito Santo é salva, e apenas perde uma recompensa? É lógico que não. Tais pessoas são, obviamente, apóstatas, que se desviaram não parcialmente, mas totalmente da fé. O verso final mostra isso com ainda mais clareza, ao dizer que terrível coisa é cair nas mãos de Deus (v.31). Será que essa coisa tão terrível é estar no Céu sem recompensa?

VI. A NECESSIDADE DE ADVERTÊNCIA (Ezequiel 3.20,21)

Ezequiel 3.20,21 “Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniquidade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá: porque tu não o avisaste, no seu pecado morrerá; e suas justiças, que tiver praticado, não serão lembradas, mas o seu sangue, da tua mão o requererei. 21- Mas, avisando tu o justo, para que não peque, e ele não pecar, certamente viverá; porque foi avisado; e tu livraste a tua alma.”

1. Um justo pode mudar e fazer coisas más. Esse justo vai morrer por causa desses maus atos. As boas obras do passado não vão salvar esse justo pessoa. Ele vai morrer pelo que fez nos seus últimos dias de vida. Se Ezequiel não tinha avisado esse crente de seus atos iníquos, então ele (Ezequiel) seria o culpado por essa morte. Talvez a pessoa não agisse assim quando Ezequiel o avisou. Em seguida, Ezequiel não era o culpado por tal morte. Mas Deus não quer que a pessoa sofra. Então, Deus estava enviando o profeta Ezequiel a fim de dar a essa pessoa que cometeu iniquidade uma outra oportunidade, uma oportunidade de se arrepender. Se essa pessoa desse as costas ao pecado, então viveria.

A incumbência que Deus dá ao Profeta é semelhante ao princípio da responsabilidade pelo sangue descrita em Gênesis 9.5,6. Isto é, se ele não entregasse a mensagem, seria culpado pela morte deles.

Nosso dever como servos de Deus, é ouvir a Deus e comunicar Sua vontade às pessoas que estão a nossa volta. Não podemos cair na tentação de omitir a verdade para ser “agradáveis”. Devemos comunicar as pessoas que suas escolhas tem consequências e cada um de nós arcará com elas

2. É fundamental advertir aqueles que apostataram da fé. Devemos trazê-los de volta (Tg 5.19,20), antes que venham a cometer uma apostasia total. Antes que venham profanar o sangue da aliança com que foi santificado (Hb 10.29), e não mais receber mais o perdão de Deus (Mt 12.31).

3. Aquele que apostatou da fé está sem salvação. Jesus disse que olhar para trás nos torna indignos do Reino (Lc 9.62). Disse que, se a pessoa não permanecer nele, será cortada (Jo 15.6). Paulo fala da possibilidade de sermos cortados do reino se não estivermos firmes na fé e não temermos a Deus (Rm 11.17-22). O autor aos Hebreus pergunta: “... como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?...”. (Hb 2.3). (Veja ainda: Colossenses 1.23; Ezequiel 18.26; Lucas 15.24; Isaías 1.28.).

VII. COMO EVITAR A APOSTASIA?

1. Alimentar a fé. “Fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.” (Hb 12.2).

Existe uma fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd 1.3). Às vezes, a palavra “fé” é utilizada significando o sentimento de confiança em Cristo.

É necessário exaltar Cristo como grandioso. Somente Cristo pode expressar a verdade. Crendo que as palavras de Deus realizam tudo, a pessoa é naturalmente capaz de seguir e testificar a Cristo.

Para evitar a apostasia, você precisa dedicar sua vida a Deus e conhecer a verdade. Quem conhece a verdade também consegue reconhecer uma mentira.

2. Ler a Bíblia. “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. (Jo 5.39).

A palavra “examinais” traduz o verbo grego ereunao. Esse verbo pode ser traduzido e lido corretamente tanto como um imperativo como um indicativo. A questão é que essa variação pode mudar completamente o significado da frase.

A Bíblia é a Palavra de Deus e Deus não mente; a Bíblia nos ensina a verdade e como reconhecer a mentira (Jo 8.31-32).

3. Ore. Aprofunde seu relacionamento com Deus; quanto mais você convive com o Pai da Verdade, mais afinado ficará seu “detetor de mentiras” natural (2ª Pedro 3.17-18).

Analise – não aceite tudo que uma pessoa diz só porque sim; confira se está em conformidade com a Bíblia (1ª Ts 5.21).

4. Confar em Deus. Não desista de segui-lo quando as coisas ficam difíceis, mas procure se aproximar cada vez mais dele e conhecer melhor a verdade da Bíblia. Quem mantém seu coração dedicado a Deus não cairá em apostasia. “Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” (Sl 125.1).

5. Não deixe de congregar. Hebreus 10.25 “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.”

Mas aquele que é nascido de Deus, jamais poderá viver novamente na conformidade do pecado. Isso é incompatível com sua nova natureza, com a semente de Deus que permanece nele (1 João 3:6; 3:9).

O verdadeiro cristão que é nascido de Deus, certamente passa por crises e momentos difíceis. Ele é confrontado pelo pecado por conta de sua natureza humana decaída. Porém, ele não consegue se conformar com o pecado e viver na prática das obras da carne (1ª João 3.9; cf. Gálatas 5). Quando o verdadeiro cristão erra, ele busca desesperadamente o perdão que só Deus pode dar (1ª João 1.19).

A apostasia é um mal que deve ser identificado e combatido pela Igreja. Porém, ela também deve ser interpretada como cumprimento das Escrituras. Isso significa que a apostasia serve como um sinal que aponta para a verdade de que o dia do glorioso retorno de Jesus se aproxima.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC