TEXTO
BÁSICO
Esdras
4.7,9,11-13,15,16,21-24. 7 - E, nos dias de Artaxerxes, escreveu Bislão,
Mitredate, Tabeel e os outros da sua companhia a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a
carta estava escrita em caracteres aramaicos e na língua siríaca. 9 - Então,
escreveu Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, e os outros da sua companhia:
dinaítas e afarsaquitas, tarpelitas, afarsitas, arquevitas, babilônios,
susanquitas, deavitas, elamitas. 11 - Este, pois, é o teor da carta que ao rei
Artaxerxes lhe mandaram: Teus servos, os homens daquém do rio e em tal tempo. 12
- Saiba o rei que os judeus que subiram de ti vieram a nós a Jerusalém, e
edificam aquela rebelde e malvada cidade, e vão restaurando os seus muros, e
reparando os seus fundamentos. 13 - Agora, saiba o rei que, se aquela cidade se
reedificar, e os muros se restaurarem, eles não pagarão os direitos, os tributos
e as rendas; e assim se danificará a fazenda dos reis. 15 - Para que se busque
no livro das crônicas de teus pais, e, então, acharás no livro das crônicas e
saberás que aquela foi uma cidade rebelde e danosa aos reis e províncias e que
nela houve rebelião em tempos antigos; pelo que foi aquela cidade destruída. 16
- Nós, pois, fazemos notório ao rei que, se aquela cidade se reedificar e os
seus muros se restaurarem, desta maneira não terás porção alguma desta banda do
rio. 21 - Agora, pois, dai ordem para que aqueles homens parem, a fim de que
não se edifique aquela cidade, até que se dê uma ordem por mim. 22 - E
guardai-vos de cometerdes erro nisso; por que cresceria o dano para prejuízo
dos reis? 23 - Então, depois que a cópia da carta do rei Artaxerxes se leu
perante Reum, e Sinsai, o escrivão, e seus companheiros, apressadamente foram
eles a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força de braço e com violência. 24
- Então, cessou a obra da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e cessou até
ao ano segundo do reinado de Dario, rei da Pérsia.
INTRODUÇÃO
O altar havia sido restaurado, a Festa dos
Tabernáculos celebrada, e o holocausto contínuo estava sendo oferecido cada
dia, conforme o rito (Ed 3.2-4). A vida espiritual dos judeus que haviam
retornado do cativeiro seguia o que estava prescrito na Lei de Moisés. Somente
esperavam o momento de iniciar a reedificação do Templo.
I. O
CONTEXTO HISTÓRICO DOS REPATRIADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1. O
contexto histórico.
No ano 538 a.C., Ciro rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos
judeus repatriados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo,
cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (2º Cr 36.22,23; Is 45.1-3;
Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel a Deus (Dn 9). O primeiro
grupo de judeus a voltar a Jerusalém (aproximadamente 50 mil judeus), havia
lançado os alicerces do novo Templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa
(Ed 3.8-10; 6.13-18). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se
fisicamente ao empreendimento, desanimando aos trabalhadores de tal maneira,
que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C..
2. O
contexto espiritual.
A indiferença espiritual do povo generalizou-se, induzindo os repatriados a
voltar à reconstrução de suas próprias casas e abandonar a reconstrução do
Templo e se voltando para outros interesses, de modo que o Senhor enviou seus
profetas Ageu e Zacarias em 520 a.C. para incitá-los a renovar seus esforços,
no segundo ano de Dario, e, depois disso, expediu-se um decreto que apoiava a
ordem original de Ciro (Ed 5.1,2; 6.1-12). O governador Zorobabel, da tribo de
Judá, e Josué (Jesua), o sumo sacerdote, chefiaram os repatriados que
retornaram e entre as primeiras coisas feitas por Josué e seus irmãos, os
sacerdotes, foi a construção dum altar para a oferta dos sacrifícios diários
(Ed 3.1-3) (ELISSEN, 2004, p. 330).
3. O
contexto político.
No ano 536 a.C., começou uma grande era para os judeus com a volta do cativeiro
e o reinício das ofertas da aliança em Jerusalém. Mas a pausa na reconstrução
por causas políticas e de uma denúncia acusatória dos vizinhos e inimigos do
povo judeu (Ed 3.8,9; 4.7,8,17-24) esfriou o entusiasmo de todos, e eles se
voltaram para interesses pessoais (Ag 1.4). A reconstrução estava sendo feita
por força do decreto de Ciro, rei da Pérsia que era o representante político do
povo (Ed 1.1; 6.3). Os judeus retornaram e o Templo foi restaurado (2º Cr
36.22,23; Ed 1.1-4; 5.13,17; 6.3,14; Ed 5.1-6.15).
4. O
contexto cronológico.
O livro de Esdras resume cronologicamente várias tentativas de interromper os
trabalhos de reconstrução do Templo durante os reinados de: Ciro (Ed 4.1-5);
Xerxes (A tradição judaica identifica-o com o mesmo Assuero do Livro de Ester.
Alguns estudiosos consideram que “Assuero” era um título real que os monarcas
persas recebiam) (Ed 4.6); Artaxerxes (Ed 4.7-23); e, Dario (Ed 4.24). Conhecer
a ordem dos acontecimentos nos ajudará a entender Esdras. Vejamos:
DATA
ACONTECIMENTOS
538 a.C. Decreto de Ciro para o retorno
dos judeus a fim de reconstruírem o Templo (Ed 1.1).
537 a.C. Retorno dos primeiros cativos sob
governo de Zorobabel (Ed 2.1,2); e o altar é reerguido em Jerusalém (Ed 3.6).
536 a.C. Começa a reconstrução das
fundações do Templo (Ed 3.10).
534 a.C. A reconstrução do Templo é
interrompida devido a ameaça dos samaritanos (Ed 4.4-5).
530 a.C. Interrupção oficial da
reconstrução do Templo por ordem de Artaxerxes (Ed 4.6,21).
521 a.C. A ascensão de Dario ao trono
persa (Ed 4.5).
520 a.C. Retomada da reconstrução do
Templo (Ed 5.1,2; Ag 1.14,15) e decreto de Dario para conclusão obra (Ed 4.24;
6.8).
516 a.C. A conclusão da reconstrução do
Templo possibilitando a observância da festa Páscoa (Ed 6.13-22).
II.
SIGNIFICADO DO TERMO OPOSIÇÃO
1.
Definição da palavra oposição. O dicionário Houaiss da língua portuguesa
define oposição como: “ato ou efeito de oporse; impedimento; obstáculo;
objeção; contrate; contestação; impugnação; negação; resistência;
contraposição; protesto; queixa; contradita; desmentido; obstáculo” (2001, p.
2072). Podemos destacar alguns exemplos de personagens que sofreram oposições:
Moisés (Êx 5.20,20; 14.11,12; Nm 16.1-3); Isaque (Gn 26.1-35); Davi (1º Sm
18.17-19; 2º Sm 15.1-13); Jesus (Mt 11.18,19; Mc 3.22; Lc 23.2); e, Paulo (At
13.45; 14.19,20; 16.22,23).
III.
OS ALICERCES DO TEMPLO SÃO LANÇADOS
Depois que os materiais para a construção
do Templo chegaram, segundo a concessão feita pelo rei Ciro da Pérsia,
Zorobabel e os que haviam voltado do cativeiro lançaram os alicerces do templo
(Ed 3.8). Todos apresentavam muita animação para o trabalho.
1. O
lançamento dos alicerces foi celebrado com uma solenidade. “… Os sacerdotes,
já paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com saltérios,
para louvarem ao SENHOR, conforme a instituição de Davi, rei de Israel” (Ed
3.10).
Todos os que assistiram o lançamento dos
alicerces expressaram seus sentimentos com tão grande júbilo, que as suas vozes
se ouviam de mui longe (Ed 3.12,13).
2. A
reedificação do Templo. A reedificação do templo foi resultado do
despertamento que veio através de Ciro, rei da Pérsia (Ed 1.1,2). Convém
lembrar que o despertamento pentecostal, que chegou ao Brasil em 1910, trouxe
consigo uma verdadeira renovação da doutrina da Igreja de Deus, que pode ser
simbolizada pelo templo de Deus (1ª Co 3.16). A Igreja de Deus é um MISTÉRIO
(Ef 5.32), que não pode ser compreendido pelo homem natural (1ª Co 2.14).
2.1. O Espírito Santo quer salientar que
JESUS em pessoa quer edificar a sua Igreja (Mt 16.18), e Ele o faz conforme a
Palavra de Deus.
2.2. O Espírito Santo quer gerar um
sentimento de reverência pela igreja do Senhor, que é a morada de Deus (Ef
2.22). Veja também: Êxodo 3.5; Salmos 89.7; Eclesiastes 5.1.
2.3. O Espírito Santo quer adestrar a
Igreja porque ela é o instrumento da ação de Deus aqui na terra (Ef 3.10). Deus
tem um trabalho para cada servo seu na grande obra de evangelização do mundo
(Mc 13.34).
SUBSÍDIO
BÍBLICO—TEOLÓGICO
“Não foi antes da primavera, o segundo mês
(abril/maio) do segundo ano da sua volta, que os judeus, sob o comando de
Zorobabel, começaram a tarefa de reconstruir o Templo. Nesse ínterim, houve
muita coisa a ser feita. Era necessário contratar pedreiros carpinteiros; as
pedras deveriam ser cortadas e a madeira obtida nas colinas do Líbano. Esta era
a mesma fonte da qual Salomão obteve a matéria-prima para o primeiro Templo (2º
Cr 2.8,9). Parte do dinheiro necessário para isto conseguiu-se graças à
concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia. Devido à santidade da
tarefa, os levitas foram designados para supervisionar os trabalhadores. Jesua,
ou Josué, era o sumo sacerdote (cf. 2.2; 3.2; Zc 3.1-10). Com a colocação das
últimas pedras do alicerce, realizou-se uma elaborada cerimônia. Os sacerdotes
e os levitas, vestidos adequadamente, tocaram suas trombetas e seus címbalos, e
os corais entoaram em duas vozes o Salmo 136. E o povo jubilou com grande
júbilo, louvando ao Senhor pelo que Ele tinha ajudado a realizar” (Comentário
Bíblico Beacon. Volume 2. RJ: CPAD, 2014, p.493).
IV.
OS SAMARITANOS OPÕEM-SE À CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1.
Entre os moradores da terra estavam os samaritanos. Quando
Nabucodonosor levou o reino de Judá cativo para Babilônia, os samaritanos
passaram a morar na terra. Estes eram descendentes de uma mistura de gente que
o rei da Assíria tinha deslocado para as cidades da Samaria, depois de ele ter
levado as dez tribos do Reino do Norte em cativeiro para a Assíria (2ª Rs
17.23). Eram pagãos que haviam sido ensinados acerca do Deus de Israel. Assim,
os samaritanos continuavam servindo a seus deuses, mas também temiam o Senhor
(2º Rs 17.23-33).
3. A
reconstrução do templo e a oposição dos inimigos do povo de Deus.
3.1.
Os samaritanos tentam frustrar a construção do Templo (Ed 4.4,5). A maldade dos
samaritanos levou-os a enviar uma carta ao rei da Pérsia contendo acusações
mentirosas contra os judeus (Ed 4.12,13). O rei que recebeu aquela carta não
conhecia bem o assunto, e mandou parar a obra (Ed 4.21).
3.2.
Usaram de falsidade (Ed 4.2). Os opositores da obra de Deus mascararam
suas más intenções e mentiram para enganar o povo: “... Deixa-nos edificar
convosco, porque como vós, buscaremos a vosso Deus”. O texto bíblico os chama
de “adversários” (Ed 4.1), e esta era a natureza daqueles homens maus. Seu
discurso de compartilhar a mesma fé e oferecer ajuda, era falacioso (Tt 1.16).
Essa conversa que “somos todos irmãos era uma armadilha maligna” objetivava
ganhar a afeição do povo Deus, para depois “desviar os fracos e atacar a
liderança” (1Co 5.11). Os servos de Deus devem apoiar aos líderes contra os opositores (Ed 1.3; Tt 1.9-11).
3.3.
Forjaram uma aliança (Ed 4.2). Provavelmente foram os samaritanos que
fizeram a proposta ao povo de Israel para o estabelecimento de uma aliança, mas
seus intentos eram outros, queriam se infiltrar entre os judeus para obstruírem
a obra que estava sendo realizada: “... Deixa-nos edificar convosco”. Não
poderia haver acordo, porque os inimigos adoravam outros deuses e não se
submetiam à Palavra de Senhor (2º Rs 17.24-41; Ml 3.18; 2ª Co
6.14-18).
3.4.
Provocaram desânimo (Ed 4.4). Outro artifício dos inimigos do povo foi
usar as armas do desânimo (falta de ânimo, desalento, abatimento), e da
inquietação (falta de sossego, apreensão, aflição): “... debilitava as mãos
do povo de Judá”.
Devemos reagir contra estes sentimentos, e
acreditar na possibilidade da vitória, na providência divina (Sl 46.10,11; Jo
14.1). A alegria e a força do Senhor em nós é o fruto de um real avivamento.
3.5.
Semearam inquietação (Ed 4.4). Os inimigos não cuidam das próprias
responsabilidades, mas se prontificam em desviarem e desanimarem aqueles que
estavam trabalhando: “... e inquietava-os no edificar”. Em nosso contexto atual
essa passagem expõe e desmascara o homem que não evangeliza, não participa da
escola bíblica dominical, não contribui, não honra a liderança, não frequenta a
doutrina, mas tenta a todo custo desencorajar os que estão trabalhando.
3.6.
Usaram o suborno e acusação (Ed 4.5). Os inimigos deram dinheiro a certos
funcionários do governo para que estes atrapalhassem os planos dos israelitas:
“E alugaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano ...”. Depois, acusaram
o povo judeu diante dos governantes da Pérsia, o que resultou na paralisação da
obra por dezesseis anos (Ed 1.7-24).
Certamente que durante este período, o
povo judeu aguardou um mover divino em seu favor. Às vezes parece que o Senhor
está indiferente à nossa situação, mas devemos sempre lembrar que Ele está no
controle de todas as coisas (Is 64.4).
3.7.
Usaram de violência (Ed 4.5). Eles contrataram pessoas para os ajudarem
a atacar a liderança do povo e os trabalhadores. O texto diz que fizeram isso:
“... todos os dias de Ciro até o reinado de Dario”. A Bíblia ainda diz que: “...
apressadamente foram eles a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força de
braço e com violência” (Ed 4.23). A igreja não pode ceder diante da
persistência de tais homens maus, eles buscam destruir a igreja (At 20.29),
porém, Deus o dono da obra é maior (Mt 16.18).
3.8.
Usaram a mentiram e a calúnia (Ed 4.6,12,13,16). Nos dias atuais,
essa velha estratégia ainda é usada: [... escreveram uma carta contra os
habitantes de Judá e de Jerusalém”. Os opositores do reino, maliciosamente
recheiam seus discursos de benfeitorias, piedade e humildade para maquiarem a
mentira e a calúnia. Eles tentam descredibilizar os homens de Deus para fragilizarem
as ovelhas. Os opositores da obra de Deus têm “pressa” de fazer cessar o
trabalho dos servos de Deus (Ed 4.23).
V.
COMO SE EXPLICA A FALTA DE RESISTÊNCIA DOS JUDEUS?
1.
Os judeus deveriam ter ido ao rei da Pérsia para assegurar a construção. Uma ordem dada
por uma autoridade superior não pode ser invalidada por uma autoridade
inferior. A ordem de construir o Templo tinha sido dada pelo Deus do céu,
através do rei Ciro, a maior autoridade da época, que assinara o decreto da
construção do Templo.
2.
Os judeus deveriam ter recorrido a Deus. Toda história dos judeus é rica de
exemplos de como Deus ajudou seu povo em tempos difíceis. A própria vinda dos
judeus para Jerusalém era uma clara demonstração de que Deus estava neste
negócio.
Vejamos alguns exemplos da história dos
judeus, quando foram ajudados pelo Senhor:
2.1. Nos dias do rei Ezequias, Judá foi
cercado pelo exército do rei da Assíria que ameaçava fazer com Judá o que já
havia feito com o reino de Israel: levá-los em cativeiro. Nesta hora de perigo,
o rei Ezequias buscou o Senhor e foi ouvido, pois um anjo feriu o arraial dos
assírios, destruindo cento e oitenta e cinco mil soldados (2Rs 19.30; 2Cr 32.21-22).
2.2. Nos dias do rei Jeosafá, ameaçados
pelos amonitas e pelos moabitas, os habitantes de Judá foram convocados pelo
rei para pedirem socorro ao Senhor. Ver o texto em 2 Crônicas 20.1-24. Deus
guerreou por eles, e sem terem que lutar, os inimigos foram desbaratados.
Os muitos exemplos da ajuda de Deus no
passado deveriam ter inspirado os líderes do povo à resistência a esta maldade
dos inimigos dos judeus.
3. O
motivo da falta de resistência dos judeus era de ordem espiritual:
3.1. ZOROBABEL, o chefe político do povo
judeu, até então, tinha confiado em sua própria força (Zc 4.6). Quando as suas
próprias forças se esgotaram, não teve mais condições de resistir, sentindo-se
inteiramente desarmado diante do inimigo.
3.2. JOSUÉ, o sumo sacerdote e líder
religioso do povo, estava com suas vestes manchadas (Zc 3.3). Este fato tirou
dele toda a autoridade espiritual. Diante do problema causado pelos inimigos,
ele não tinha fé para buscar da ajuda de Deus, do Todo-poderoso, uma vez que o
mistério da fé é guardado em uma pura consciência (1ª Tm 3.9).
SUBSÍDIO
BÍBLICO—TEOLÓGICO
“Não por força, nem por violência, mas pelo
meu Espírito (Zc 4.6).
Embora esta mensagem tenha sido entregue a
Zorobabel, é aplicável a todos os crentes (cf. 2ª Tm 3.16). Nem o poderio
militar, nem o político, nem as forças humanas poderão efetivar a obra de Deus.
Só conseguiremos fazer a sua obra se formos capacitados pelo Espírito Santo.
Jesus iniciou o seu ministério no poder do Espírito (Lc 4.1,18). E a igreja foi
revestida pelo poder do Espírito Santo no dia de Pentecoste para cumprir a
grande comissão (At 1.18). Somente se o Espírito governar e capacitar a nossa
vida, é que poderemos cumprir a vontade de Deus. É por isso que Jesus batiza
seus seguidores no Espírito Santo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD,
p.717).
VI.
A REAÇÃO DOS SAMARITANOS, QUANDO OS JUDEUS CESSARAM A OBRA
1. A
tristeza dos judeus.
O povo em geral tinha, desde o início da construção, acompanhado o trabalho com
simpatia. Os judeus trabalhavam com muito entusiasmo e com muita união. O povo
tinha ouvido falar de que o Deus do céu estava do lado dos judeus, ajudando-os.
E agora? Onde estava seu Deus?
2. A
alegria dos samaritanos. Os inimigos dos judeus regozijavam-se grandemente.
Certamente os conselheiros foram parabenizados pela “sábia e competente ação”.
Porém o gozo de ímpios é de pouca duração!
2.1. O gozo dos filisteus, que haviam
prendido Sansão, terminou em tragédia (Jz 16.25-31).
2.2. A alegria dos sacerdotes, que
alugaram Judas para trair Jesus, foi de curta duração.
Com a ressurreição de Jesus, seus
problemas se agravaram (Mt 28.11-15).
3. O
desânimo dos judeus.
Os judeus, que tinham voltado do cativeiro para construir o Templo, sentiram-se
humilhados e tristes. Mas, passado algum tempo, acomodaram-se com a situação e
não lutaram pela continuação da construção do Templo. Deixaram-se dominar pelo
desânimo. O desânimo é uma das mais eficazes armas usadas por Satanás, contra
os crentes. Lutemos contra o desânimo, em nome de Jesus!
3.1. Alguns conformaram-se, pensando que
talvez ainda não era a vontade de Deus construir o Templo (Ag 1.2).
3.2. Outros aproveitaram a interrupção da
obra para dedicar-se as suas próprias casas (Ag 1.9). Outros chegaram a faltar
com as suas obrigações espirituais deixando de contribuir para a casa de Deus
(Ag 1.6).
3.3. Talvez alguns judeus sinceros
estivessem tristes, e buscassem a Deus em oração, pedindo solução para a
dificuldade, de modo que o Templo pudesse continuar a ser construído.
SUBSÍDIO
BÍBLICO—TEOLÓGICO
“Os samaritanos
No período do Antigo Testamento, este era
um termo que se referia aos residentes da cidade ou da província de Samaria (2º
Rs 17.29). Algumas desavenças entre os residentes da Palestina média e do sul
eram evidentes no período dos juízes, mas os sentimentos foram intensificados
com a formação do reino do norte de Israel sob Jeroboão I.
De uma forma geral, os residentes de
Israel e os cananeus praticavam uma mistura racial, social e religiosa.
Os descendentes dessa população mista
desejaram ajudar Zorobabel na construção do Templo, afirmando que adoravam ao
mesmo Deus. Mas, quando tiveram seu pedido negado, eles se opuseram a
construção. Depois que Neemias começou a reconstruir os muros de Jerusalém,
este servo do Senhor sofreu forte oposição por Sambalate, Gesém e Tobias.
Sambalate era governador de Samaria” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição.
RJ: CPAD, 2010, p.1748).
VII. O
QUE FAZER PARA VENCER AS OPOSIÇÕES
1.
Ouvir a voz de Deus e de seus líderes (Ed 5.1; 6.14). A primeira coisa
que os repatriados fizeram para vencer as oposições contra a obra de Deus foi
dá ouvidos a voz de Deus e de seus líderes e seguiram suas orientações: “E os
profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em
Judá, e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram”. Podemos ver
outros exemplos na Bíblia (2º Cr 15.1,2; 20.15; 1º Tm 1.18).
2.
Viver em união (Ed 5.2). A segunda posição que os judeus fizeram foi mesmo em
meio as oposições procuraram viver em união: [… e começaram a edificar a casa
de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus, que os ajudavam”.
Todos aqueles que vivem em união amam a obra de Deus (2ª Tm 4.11).
3.
Receber as bênçãos de Deus (Ed 5.5). A terceira atitude que os repatriados
experimentaram foi receber as bênçãos de Deus: “Porém os olhos de Deus estavam
sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio chegasse a Dario,
e viesse resposta por carta sobre isso”. Os servos de Deus são fiéis a sua obra
(2ª Tm 3.10, 4.11; 1ª Co 16.10; Fp 2.19).
4.
Ser voluntário (Ed 5.8). A voluntariedade de espírito foi a quarta ação do
povo de Deus: “Seja notório ao rei, que nós fomos à província de Judá, à casa
do grande Deus, a qual se edifica com grandes pedras, e a madeira já está sendo
posta nas paredes; e esta obra vai sendo feita com diligência, e se adianta em
suas mãos”. A voluntariedade na obra do Senhor é fundamental (Rm 16.3,4; 1ª Co
16.19).
5.
Ser dedicado (Ed 5.11). A dedicação dos judeus também foi uma atitude para
vencerem as oposições a obra de Deus: “Nós somos servos do Deus dos céus e da
terra, e reedificamos a casa que há muitos anos foi edificada ...”. Os servos
de Deus são dedicados a sua obra (Tt 1.4; 2ª Co 8.16,17; 2ª Co 7.13-15).
6.
Ter prontidão (Ed 5.16). A última atitude dos repatriados judeus foi a
prontidão em fazer a obra de Deus: “Então veio este Sesbazar, e pôs os
fundamentos da casa de Deus, que está em Jerusalém, e desde então para cá se
está reedificando....”
Aqueles que amam a obra do Senhor são
sempre disponíveis (2ª Tm 4.12; Tt 3.12; 2ª Tm 4.19; At 18.1-3,24-28).
CONCLUSÃO
Todos nós estamos sujeitos à enfrentar
algum tipo de oposição, principalmente quando estamos exercendo alguma função
de liderança. O arqui-inimigo do povo de Deus utiliza-se de todos os artifícios
possíveis para tentar deter o avanço da obra. No entanto, aprendemos com Esdras
que devemos confiar em Deus, orar, vigiar e continuar trabalhando (Ne 2.20).
FONTE
DE PESQUISA
1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira. Bíblia
Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. BERGSTÉN Eurico. O despertamento renova
o altar. Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2020 - CPAD.
3. Bíblia Online - ACF - Almeida Corrigida
Fiel. https://www.bibliaonline.com.br/acf
4. BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica
da liderança eficaz, Vida. 2010.
5. RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias,
Integridade e Coragem em Tempos de Crise, CPAD. 2011.
6. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD. 1997. Rio de Janeiro RJ.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD. 2010
7. LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder
que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
8. PACKER, J. I. Neemias paixão pela
fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.