TEOLOGIA EM FOCO

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O QUE SIGNIFICA O TERMO MINISTRO



Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1ª Co 4.1- ARA).

O tema “Falsos Ministros”, que vou abordar, parece polêmico no meio cristão, mas veremos que não é como pensamos, quando usamos por base, corretamente, a Bíblia Sagrada e o uso correto da mesma. A motivação que o ministro precisa ensinar aos seus liderados é sempre a do amor que, por sua vez, liberta-os para a criatividade, para a ação benéfica; que os liberta do medo que sufoca, prende e aliena; que liberta do egoísmo e que permite que a obra de Deus seja realizada sem embaraço e na medida da plenitude do Espírito Santo, na vida de cada seguidor.

[....] O termo “ministros” é a tradução do grego hupêretas. Conforme o Dicionário VINE (2003, p. 791, CPAD), significa literalmente “remador” (da fileira de baixo) (formado de hupo, “debaixo de”, e eretes, “remador”). O termo veio a denotar “qualquer subordinado que age sob a direção de outrem”; em Lc 4.20, “ministro”, quer dizer o assistente à serviço da sinagoga; em At 13.5, é dito acerca de João Marcos “cooperador”; em At 26.16, “ministro”, é dito de Paulo como servo de Cristo no Evangelho. Era a tradução de hazzan ou chazen, um assistente da sinagoga cuja responsabilidade era abrir e fechar o prédio, cuidar dos livros usados no culto, e ajudar aos sacerdotes ou mestre em tudo quanto fosse necessário [cf. CHAMPLIM, 2001, p. 287, v. 4, HAGNOS].

O Dicionário Bíblico Wycliffe (2006, p.1287, CPAD), nos informa que “No AT, a palavra comum para ministro é mesharet. Este é um particípio do verbo Sharat. A expressão pode indicar aquele que assiste uma pessoa de alto escalão, assim como no caso de Josué e Moisés (Êx 24.13, Js 1.1), Elias e Eliseu (1º Rs 19.21). Nos escritos mais recentes este termo se referia aos oficiais reais (1º Rs 10.5; 2º Cr 22.8), e até mesmo aos anjos de Deus (Sl 104.4). Entretanto, o uso mais característico estava relacionado à ministração dos sacerdotes no Templo (Dt 10.8; 17.12; 21.5; Is 61.6; Ez 44.11; Jl 1.9, 13; Ed 8.17; Ne 10.36)”.

“Há uma diferença abismal entre as palavras “ministro” e “mestre”. “Mestre” vem de uma palavra da língua latina, magister, de onde procedem, ainda, “magistério”, “magistrado”, designando alguém que era procurado por ter “algo a mais (magis)”. Era que tinha com que contribuir. “Ministro” vem de minister, procedente de minus, alguém que tem “algo de menos”, o servo, diácono, servidor, serviçal, auxiliar, ajudante.

“O termo diakonos, de onde vem diackonia, o mesmo que serviço, ministério. Essas palavras, no sentido original, estavam sempre voltadas para a ideia de serviço, de servir (Lc 10.40; 17.8; 22.27; At 6.2).

[....] A palavra “ministro”, atualmente, assumiu um outro sentido. Refere-se àquele que é líder na comunidade cristã. Diferencia do diácono propriamente dito, que, na prática é o obreiro que auxilia os dirigentes. Na realidade, nós obreiros do Senhor, devemos ter a mentalidade de diáconos, ou seja, de que não passamos de servos do Senhor a serviço de seus servos, de sua igreja. Neste sentido, nada justifica, para os obreiros do Senhor, sejam pastores, evangelistas, presbíteros, bispos ou diáconos, demonstrar altivez, orgulho, presunção ou jactância, no exercício do ministério (diakonia). Somos todos servos. Nada mais. Não importa o nosso encargo ministerial. Jesus deu o exemplo. Ele não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.25-28) [RENOVATO. pg. 19].

“Em todas as situações a ideia é sempre a de alguém que “serve”. Em nossos dias, muitos ministros agem e vivem como alguém que foi chamado para “mandar”. Alguns esmurram púlpitos e mesas de reunião esbravejando: “aqui quem manda sou EU!”.

Se acham donos da igreja e proprietário das ovelhas. Os tais consideram os seus cooperadores como empregados à sua inteira disposição, para atender todos os seus caprichos.

Outros são verdadeiros ditadores e opressores, prontos para cortar a qualquer momento a “cabeça” (e o salário) de quem não se submete às suas “ordens” e “determinações”. São verdadeiros “terroristas” da fé.

A tribuna das igrejas onde presidem manifestam através do luxo e da ostentação o seu espírito arrogante, prepotente e orgulhos. Seu “trono” é o grande destaque, sobressaindo-se aos demais assentos. São herdeiros de uma mentalidade imperialista.

Estes precisam aprender com o servo dos servos, o ministro dos ministros:

Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior. Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve. Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve” (Lc 22.14-27).

“Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (Jo 13.13-17, ARA).

O segundo termo em destaque no versículo acima é “despenseiro”. Conforme VINE, idem, p. 800), traduzido do grego oikonómos, “denotava primariamente o “administrador de uma casa ou propriedade” (formado de oikos “casa”, e nemo, “arranjar, organizar”), “mordomo”, que normalmente era um escravo ou liberto (Lc 12.42; 16.1,3,8; 1ª Co 4.2).

Rienecker e Rogers (1985, p. 293, VIDA NOVA) apontam os seguintes significados: “administrador, mordomo, dirigente de uma casa, frequentemente um escravo de confiança que era encarregado de todos os negócios do lar. A palavra enfatiza que a pessoa recebe uma grande responsabilidade, pela qual deve prestar contas”.

Moulton (2007, p. 296, CULTURA CRISTÃ), acrescenta as seguintes possibilidades: depositário  (Gl 4.2); procurador público, tesoureiro(Rm 16.23); mordomo espiritual, aquele que é encarregado de uma comissão de servir o Evangelho (1ª Co 4.1; Tt 1.7; 1ª Pe 4.10)”.

Mais uma vez a ideia de serviço é destacada. O mordomo não é o proprietário dos bens, dos serviços ou das pessoas que lhe são confiadas. Não é maior do que o seu Senhor. É alguém investido de autoridade, com base na soberania, graça e confiança de quem o chamou.
Como ministros, no sentido de oficiais da igreja, ser mordomo não é para quem quer, mas para quem Deus chama:

“Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho, para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre”(2ª Tm 1.9-11 - ARA).

Ministério não se compra, não se vende e nem se troca. Não é um chamado para dominar ou tirar vantagens pessoais:

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (1ª Pe 5.1-4) - ARA).

[....] Os princípios aqui expostos, se aplicam também a todos que na Igreja do Senhor foram investidos de autoridade em cargos e funções de confiança. Chamados para servir.

Está chegando a hora da grande prestação de contas. É preciso estar preparado.
Aquele que precisa se converter, que se converta. O que precisa se arrepender, que se arrependa” [GERMANO Disponível: http://www.estudosbiblicos.org/tag/licoes-biblicas/ - acesso dia 23/09/2009].

“Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1ª Tm 3.1). A palavra grega “episkopes” designa uma supervisão pastoral. Paulo não fala de um episcopado monárquico, que se desenvolve mais tarde. E quem deseja este ministério “excelente obra deseja”. Mas, quais são estes ministérios de que Paulo está falando? Dos dons ministeriais dado por Cristo: “E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do ministério, para edificação do corpo de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados por qualquer doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro” (Ef 4.11-14).

No ensino doutrinário descrito pelo apóstolo Paulo, sobre os dons ministeriais, em harmonia e hierarquia, trazem grandes proveitos para casa de Deus e juntos contribuíram para edificação do corpo de Cristo. Os cincos ministérios são importantes para termos uma igreja bem edificada e para que deixemos de ser meninos inconstantes, levados por qualquer doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro. “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a Cabeça, Cristo” (Ef 4.15).

Ministério não é profissão e nem carreira, ministério é dom de Deus. Os ministros são escolhidos por Deus para ministrar a boa obra em favor daqueles que irão herdar a salvação.

Todo membro do corpo de Cristo tem uma função a desempenhar para o bem conjunto. Toda a responsabilidade e poder são recebidos de Cristo, que concede os dons à igreja para seu aperfeiçoamento, o que resulta não só em crescimento em número, como também em varonilidade.

“O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28).

A responsabilidade do ministério perante aos homens: Anunciar a Cristo; Advertir contra o erro doutrinário e moral; ensinar toda a vontade de Deus (cf. Mt 28.20); Preparar todo o homem para ser apresentado perante Deus.

Pastores e mestres são dois aspectos de um só ministro e ambos têm a responsabilidade de trazer um ensino correto e perfeito para a igreja cristã. Se fôssemos ensinar matemática ou português tudo bem, mas é algo sério, a Palavra do próprio Criador. Nós não estamos portanto, tratando de um mero ensino humano.

Se cada um membro tem uma função diferente no corpo de Cristo, cabe ao mestre, com ensinamento, sua vocação, fidelidade e humildade, esmiuçar a Palavra e trazer para os nossos corações segundo a vontade de Deus. Paulo, ao escrever para a igreja em Éfeso, diz: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados. Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4.1).

O ensinador deve ter vocação e ensinar com humildade, mansidão e amor, sem mudar o sentido da Palavra e sem tirar proveito próprio, deve ter idoneidade no ensino. O Senhor Deus deixou Sua Palavra como bússola, para mostrar o caminho certo. Ignorá-la nos leva a um caminho de morte.

Para a igreja de Éfeso Paulo declara: “do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder” (Ef 3.7).

Ministros, segundo a Palavra de Deus, são aqueles que são escolhidos para ser embaixadores de Cristo, mediadores entre Deus e o povo, pois são ofícios daqueles que ministram as Boas Novas de salvação ao mundo sem Deus. Porém, os falsos ministros são aqueles que o Diabo usa para corromper o sentido da Palavra de Deus, para seu próprio benefício. Em nosso mundo existem “ministros” que acrescentam, outros tiram e mudam algo na Bíblia Sagrada para não contrariar as suas opiniões, como se a religião fosse algo banal, profissional e sem importância.

O verdadeiro líder deve conhecer e refutar as heresias e aberrações através da Santa Palavra, por isso, o Senhor Jesus e os apóstolos deixaram-nos ensinos de advertência e ensinamento para a igreja não ser enganada, o qual iremos trazer detalhadamente para os nossos leitores.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

FONTE DE PESQUISA


1.      BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2.      BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3.      BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida 1995. Sociedade Bíblica do Brasil. Barueri - SP.
4.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário Teológico. 8ª Edição. Editora CPAD. Rio de janeiro - RJ.
5. Dicionário VINE 2003, p. 791, CPAD. Rio de janeiro - RJ.
O Dicionário Bíblico Wycliffe 2006, p.1287, CPAD. Rio de janeiro - RJ.
5.      ELIENAI CABRAL. Lições Bíblicas - 1º trimestres de 1997. Editora CPAD - Rio de Janeiro, RJ.
6.      ELINALDO RENOVATO. A Defesa de um ministério Frutífero. Lições Bíblicas 3º Trimestre. Editora CPAD - Rio de Janeiro, RJ. 
7.  FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11 ª Edição, FAE, Rio de Janeiro RJ.
8.  GERMANO Disponível: http://www.estudosbiblicos.org/tag/licoes-biblicas/ -acesso dia 23/09/2009
14.  RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
15. Rienecker e Rogers [1985, p. 293, VIDA NOVA].
15.  S.E. Mc NAIR, A Bíblia explicada, 4ª edição, 1985, CPAD, Rio de Janeiro RJ.






sábado, 2 de novembro de 2013

A IGREJA COMO CORPO DE CRISTO


I.        O SIGNIFICADO DO TERMO

A palavra igreja no original grego é ekklesia quer dizer “uma reunião de pessoas chamadas para fora”, ou seja, um grupo de pessoas que saíram de dentro do mundo (espiritual e não fisicamente), para seguirem a Cristo.

Os que formam a Igreja são chamados, pela Bíblia, de crentes, irmãos, cristãos, santos, eleitos e os do caminho que creem em Cristo Jesus como único Salvador.


Os escritores sagrados empregam esta palavra para designar uma comunidade que reconhece o Senhor Jesus Cristo como supremo legislador, e que congregam para adoração religiosa, Mt 16: 18; 18: 17; At 2: 47; 5: 11; Ef 5: 23, 25.

Todos os crentes espalhados pelo mundo formam a Igreja. Ela não está restrita a uma área geográfica e nem a um único povo da Terra. É o seu lado invisível e universal. Embora a palavra “igreja" seja empregada, em primeiro lugar, para descrever a totalidade de crentes que vivem em todo o mundo, você pode usá-la também para se referir aos cristãos de um determinado lugar, isto é, a “igreja local”.

II.     JESUS, CABEÇA DA IGREJA


Cristo e a Igreja formam o Cristo total, corpo e cabeça unidos pelo Espírito Santo. Jesus não está mais presente entre os homens, de forma física, mas em cada pessoa que o recebe, em qualquer parte do mundo, Ele introduz a sua vida, para formar um corpo.

Por ter a vida em Cristo, a Igreja não é um simples ajuntamento de pessoas, uma associação ou clube. É um organismo, algo que tem existência tal como o corpo humano que é composto de muitos membros e órgãos que funcionam em prol de uma vida comum. Da mesma forma que o ser humano é um, mas, tem milhões de células vivas, assim também é a Igreja. Um só corpo, mas constituído por milhões de pessoas nascidas de novo, por intermédio do Evangelho de Jesus.

O Senhor Jesus é o Cabeça da Igreja (Ef. 5:23), que é o Seu Corpo. Esta doutrina precisa tornar-se uma realidade. Não é uma doutrina para ser apenas crida; deve também ser vivida pela Igreja. Para que isso possa ocorrer é preciso que a Igreja se disponha a ouvir o Senhor falar, não apenas quando o Senhor toma a iniciativa de dar uma orientação. A Igreja precisa também tomar a iniciativa de buscar o conselho do Senhor, pedir suas orientações, consultando o Senhor em tudo o que for importante para a realização da Obra de Deus.

Para ter hoje experiências semelhantes, a Igreja precisa entender que o Senhor Jesus deve tornar-se na prática – e não apenas em teoria - o Cabeça da Igreja. Por meio da Sua Palavra escrita temos a doutrina e as orientações gerais para a edificação da Igreja. Mas aplicações específicas da doutrina, orientações que se aplicam a uma igreja em particular com conselhos práticos para os pastores e para o cotidiano da Igreja, o Senhor nos transmite por meio dos dons ministeriais. Dessa forma, o Senhor Jesus revela Seu projeto para a edificação da Igreja.

A Palavra de Deus mostra que os membros do Corpo de Cristo devem estar unidos entre si, pois “há somente um Corpo e um Espírito” (Ef 4.4). Em sua oração sacerdotal o Senhor Jesus intercedeu junto ao Pai para que seus discípulos fossem um assim como Ele e o Pai são um (Jo 17.11). Em João capítulo 10, versículo 16, o Senhor Jesus mostra como chegaria um tempo em que haveria um só rebanho e um pastor.
Freqüentemente, as descrições da igreja no Novo Testamento mostram a relação que existe entre o Senhor e sua igreja. A igreja pertence a Deus, e é, muitas vezes, chamada “a Igreja de Deus” (veja At 20.28; 1ª Co 1.2; 10.32; Gl 1.13; 1ª Tm 3.5,15). Jesus derramou seu sangue para comprar a igreja. Portanto, Paulo falou de “Igrejas de Cristo” (RM 16.16) e Jesus falou de sua própria igreja (Mt 16.18). O povo de Deus pode ser corretamente descrito como a “igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hb 12.23).

III.  IGREJA COMO CORPO É INDIVISÍVEL

Corpo que ultrapassa as duas barreiras: tempo e espaço. Em qualquer tempo ou espaço em que a pessoa se converte, ela passa a pertencer ao Corpo de Cristo. Ninguém pode colocá-la nem tampouco tirá-la, pois é obra unicamente de Deus. Nada pode afetar esta unidade do Corpo de Cristo. O problema do ecumenismo é tentar trazer esta união para a terra.

Nada pode afetar o Corpo de Cristo no sentido universal (1ª Co 12.12-13; Rm 6.3-5). O Senhor conhece os que Lhe pertencem.

A crítica de que as denominações dividem o Corpo de Cristo é inverídica, pois, na esfera universal, mesmo que queiram, as denominações não podem dividir o Corpo de Cristo.

O excluir no tratamento, crentes de outros grupos evangélicos, é atitude condenável
(1ª Co 11.20-26). Mas, mesmo o não reconhecimento do outro como irmão em Cristo não causa divisão na Igreja universal.

IV.  EM CARÁTER DETERMINANTE NADA PODE JUSTIFICAR DIVISÃO NA IGREJA LOCAL (1ª Co 1.10-13; 3.3-9).

Aqui, quando Paulo fala em divisão, está falando de uma igreja local (Corinto). Uma igreja local pressupõe união. Na igreja local não pode haver divisão, mas mesmo neste sentido as denominações não dividem o Corpo de Cristo. Na Igreja universal cristã não deve e nem pode haver divisão. Basicamente, as denominações não causam mal ao Corpo de Cristo, tanto no aspecto espiritual como no material. A crítica às denominações vem de pessoas que não querem compromisso com ninguém. As denominações não foram originadas para brigar entre si, ou serem contra outros que pensam de outra maneira. Mesmo no caso de exclusão, não afeta a Igreja universal; simplesmente o que se faz é separar aquele que não é parte do Corpo de Cristo (“considerar gentio e publicano”).

V.     A LIVRE ESCOLHA PARA SERVIR A DEUS

Só podemos justificar nossa retirada dum determinado grupo de crentes (local ou denominacional) quando o mesmo impede a enunciação e/ou prática de nossas convicções, ficando evidente que não podemos mais contribuir para a edificação deles.

Partindo do princípio bíblico de comunhão, temos que chegar ao critério de separação. O que une: a salvação e o senhorio de Cristo. Isto nos dá comunhão. Separação: 1) disciplina (temporário); 2) serviço - trabalhar juntos - o critério de serviço é não tanto de aproveitar da denominação, mas de servi-la. Não em buscar, mas me dar. Como é que posso servir à minha Igreja? Procure todas as maneiras possíveis de cooperar com a denominação, sem ferir suas convicções. Ex: Jesus foi rabino, mas isso não quer dizer que Ele concordava com eles. Ele ficou ali até eles O expulsarem. Lutero não saiu da Igreja Católica, e ele ficou ali até a igreja o expulsar.

Se a nossa denominação estiver errada, vamos contribuir para ajudá-la. O critério não é onde eu recebo mais, mas, onde eu posso contribuir mais.

VI.  AS DENOMINAÇÕES EXISTEM PARA CONCENTRAR FORÇAS

1. A preservação de doutrinas características - Ex: os valdenses: o ajuntamento deles era simplesmente para preservar as doutrinas, e até hoje estas doutrinas foram preservadas.

2. O agrupamento dos que concordam com pontos básicos e secundários - eu não sou juiz de ninguém. Há lugar para diferentes opiniões, mas é inevitável uma separação. Não estão se separando por discordarem em pontos básicos. Há, portanto, a possibilidade de diferenças de opiniões, porém a mesma doutrina.

3. A identificação com grupos étnicos, sociais e psicológicos de tendências semelhantes - cada denominação tem um acesso diferente a grupos diferentes socialmente.

4. A história das denominações por si mesma justifica a sua existência.

- Processo cíclico pelo qual toda obra de Deus passa uma ou mais vezes:

Deus chama um homem para ser fiel à Ele e começar um movimento. Temos que tomar cuidado para que este movimento não torne-se uma máquina  (uma organização, apenas), pois, sendo assim, com o  passar do tempo, sem a visão atual, fazendo só porque sempre se fez,  torna-se então, um monumento.

Homens trabalhando sem ter a mesma visão de quem iniciou. Isso não passa de um monumento com muita atividade, não com aquela visão inicial que a Igreja primitiva começou. Sua ideia foi totalmente deturpada.

As denominações clássicas começaram por homens que deram a sua vida. É inevitável que hajam as denominações. O cuidado é para que a coisa não deturpe. Devemos preservar o que é certo, reformar o que é errado e dar algo novo.

A Igreja deve funcionar na base da unanimidade. Geralmente é a maioria absoluta (metade mais um), mas não deveria ser assim, e sim, unânimes. A disciplina se refere a pecados, a uma conduta reprovável, indigna a filhos de Deus. Não se refere a conselhos, regras humanistas e tradições, etc... A Igreja não tem autoridade quanto a isso. Este tipo de caso só trás constrangimento para Igreja.

O pastor deve zelar para que na Igreja haja um espírito que não suporte o pecado. O pecador não deveria sentir-se bem na Igreja estando em pecado. O ambiente na Igreja deve constrangê-lo a se arrepender.

VII.        A IGREJA DEVE RECONHECER OS MINISTÉRIOS QUE DEUS INSTITUIU, NOMEANDO-OS COMO TAIS

“...Ele mesmo concedeu, instituiu...” (Ef 4.11).
At 20.28; 14.23 - Deus dá os líderes, mas a Igreja tem que identificá-los. Em todas as Igrejas existem homens que Deus escolheu. Basicamente a liderança que Deus providenciou está na Igreja, mas ela ainda não descobriu. Ex: a péssima tradição de que, quem trabalha na Igreja é só o pastor. Isto mata a liderança da Igreja. Ninguém pode e deve trabalhar sozinho na Igreja. Deus tem um ministério na Igreja para você, mas não somente para você. Temos que procurar descobrir os homens que Deus já escolheu para trabalhar conosco. Em todas as Igrejas existem esses homens líderes, mas talvez estejam “abafados”.

E talvez, os que estão na liderança não são aqueles que Deus escolheu. A Igreja tem líderes e não um líder.

VIII.     A IGREJA DEVE SUBMETER-SE AOS ENSINAMENTOS DOS PRESBÍTEROS COMO LÍDERES ESPIRITUAIS

O que a Igreja deve fazer para com os presbíteros:

1. Julgá-los: 1ª Co 14.29; 1ª Ts 5.21; 1ª Pe 4.11 - quando nós ouvimos um sermão, por exemplo, não devemos aceitar só porque foi dito, mas devemos questionar ver se de fato é bíblico aquele ensinamento. Não devemos “engolir” tudo passivamente. Não deve ser uma atitude crítica, mas “julgar todas as coisas e reter o que bom”.

2. Imitá-los: 1ª Co 4.16-17; 11.1; Fp 3.17; 1ª Ts 1.6; 2.14; 2ª Ts 3.7; Hb 13.7; 2ª Tm 3.10-11,14; Fp 4.9 - muitas vezes ouvimos: “Não olhe para mim, mas para Jesus”. É muito bonito, mas não é certo. Devemos ser exemplos para sermos seguidos. A nossa vida deve refletir aquilo que falamos. “Faça o que eu faço além do que eu digo”. Temos que levar o povo a fazer o que nós fazemos e não só o que falamos.

3. Acatá-los: 1ª Ts 5.12-13; 1ª Pe 1.12; Hb 13.17 - acatar o que é bom como sendo de Deus. Devemos ir à Igreja com humildade esperando ouvir a Deus através do pastor.


Os crentes não devem “engolir” tudo o que o pastor diz. mas devem fazer como os bereanos (At 17.11) fizeram. Devemos julgá-los segundo a Palavra de Deus. Temos que julgar e acatar o que é bom. Você tem a responsabilidade de conferir tudo que ouve com a Palavra. Só o que conferir for verdade deve acatar.

Pr. Elias Ribas

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

CRISTOLOGIA

CRISTOLOGIA

 

I. DOUTRINA DE CRISTO

 1. O nome Cristo.

"Cristo" é a forma grega da palavra hebraica "Messias", que literalmente significa "o ungido". Normalmente os sacerdotes, reis e os profetas eram ungidos com óleo, como símbolo da consagração divina para servir, no tempo do Velho Testamento (Êx 29:1-7; 1º Sm 10:1; 16:10-13; 1º Re 19:16). O rei era chamado "o ungido do Senhor" (1º Sm 24:10). O óleo usado na unção desses oficiais simbolizava o Espírito de Deus (Is 61:1; Zc 4:1-6). A unção era sinal de:

A)    Designação para um oficio.

B)      Estabelecimento de uma relação sagrada entre o ungido e o Senhor Deus.

C)     A comunicação do Espírito Santo ao ungido.

Cristo foi designado para o seu oficio desde a eternidade, mas, historicamente, a sua unção se efetuou quando Ele foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1:35) e quando recebeu o Espírito Santo, especialmente por ocasião do seu batismo (Mt 3:16; Mc 1:10; Lc 3:22; Jo 1:32). Isto serviu para qualificá-lo para a sua grande missão.

2. O nome Jesus.

O nome "Jesus" é a forma grega do hebraico Josué, Jehoshua, Joshua ou Jeshua (Js 1:1; Zc 3:1; Ed 2:2), O nome derivado termo hebraico "salvar", que está de acordo com o que o anjo disse em Mt 1:21: "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles" (ARA). O nome Jesus significa: "O Senhor (Jeová) é salvação"; este nome foi dado a dois personagens bem conhecidos tipos de Jesus no Antigo Testamento, Um deles foi Josué, filho de Num, prefigurando Cristo como o grande General e Conquistador invencível, dando a seu povo a vitória sobre os seus inimigos e conduzindo-os à terra prometida. O outro é Josué, um sumo sacerdote no governo de Zorobabel, que tipifica o Cristo como sendo o grande Sumo Sacerdote expiando os pecados do seu povo.

3. O nome Filho de Deus.


O nome "Filho de Deus" foi variadamente aplicado no Antigo Testamento: Ao povo de Israel (Êx 4:22; Jr 31:9: Os 11:1). Ao rei prometido da casa de Davi (2º Sm 7:14; Sl 89:27); aos anjos (Jó 1:6; 2:1; 38:7); às pessoas da linhagem de Sete (Gn 6:2). No Novo Testamento vemos Jesus apropriando-se deste nome, seus discípulos e até os demônios lhe atribuíram esse nome (Mt 14:33; Mc 3:11). O nome "Filho de Deus" é aplicado a Jesus em três sentidos diferentes:

A) No Sentido Oficial Ou Messiânico. Este nome descreve mais o oficio do que a natureza de Cristo. O Messias é chamado o Filho de Deus como herdeiro e representante de Deus (Mt 3:17; 17: 5).

B) No Sentido Trinitário. Às vezes este nome "Filho de Deus" é utilizado para designar Cristo como a segunda pessoa da trindade santa (Jo 6:69; 8:16,18; 10:15,30; 14:20).

C) No Sentido Natalício. Cristo é também chamado "Filho de Deus" em virtude do seu nascimento sobrenatural. Serve para designar que a natureza humana de Cristo teve a sua origem na direta e sobrenatural operação do Espírito Santo (Mt 1:18-24; Lc 1:30-35).

4. O nome Filho do Homem.


No Antigo Testamento este nome é encontrado em Sl 8:4; Dn 7:13 e muitas vezes no livro do profeta Ezequiel. Aplicado a Cristo, "Filho do homem" designa-o como participante da natureza e das qualidades humanas. Era a maneira mais comum de Jesus tratar-se a si mesmo. Ele aplicou o nome a si mesmo em mais de quarenta ocasiões. As passagens em que ocorre este nome dividem-se em quatro classes:



A) Passagens que se referem claramente à vinda escatológica do Filho do homem (Mt 16:27-28; Mc 8:38; 13:26).

B) Passagens que falam particularmente dos sofrimentos, morte e, às vezes, da ressurreição de Jesus (Mt 12:40; 17:22-23; 20:18-19,28).

C) Passagens do Evangelho de João em que o lado celestial e a preexistência de Jesus são salientadas (Jo 1:51; 3:13-14; 6:27,53,62; 8:28).

D) Passagens nas quais Jesus considera a sua natureza humana (Mt 8:20; Mc 2:10,28; Lc 19:10; Jo 5:27).

5. O nome Senhor.

O nome "Senhor", quando aplicado a Cristo no Novo Testamento, tem três sentidos:

A)    Como forma submissa e reverente de tratamento; (Mt 8:2; 20:33).

B)     Como expressão de domínio e superioridade (Mt 21:3; 24:42).

C)     Como expressão máxima de sua autoridade espiritual, expressando um caráter exaltado, praticamente equivalendo ao nome "Deus" (Mc 12:36-37; Lc 2:11; 3:4; At 2:36; Fp 2:11).

O título "Senhor", aplicado a Jesus, significa: “Aquele que por sua morte e ressurreição ganhou o lugar de soberania no meu coração, e a quem me sinto constrangido a adorar e servir com todas as minhas forças” .Se Jesus é o nosso Salvador, deve ser o nosso Senhor também.

II. AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO

 1. A natureza humana de Cristo. 

As Sagradas Escrituras apresentam o Cristo encarnado, possuindo duas naturezas: A HUMANA e a DIVINA. Jesus era o Filho do homem, conforme Ele mesmo se proclamou. É nessa condição que Ele se identifica com toda a raça humana. Cristo Jesus teve que se tornar um homem verdadeiro para expiar os pecados dos homens; e esta questão da humanidade de Cristo não é simplesmente acadêmica, mas sim uma realidade bíblica. Notamos, portanto, as várias provas bíblicas da natureza humana de Cristo:

A) Ele Teve Nascimento Humano. A Bíblia nos diz que Ele nasceu de uma mulher (Gl 4:4). Este fato é confirmado pelas narrativas do nascimento virgem em Mt 1:18-25; Lc 1:26-38; 2:1-20.


B) Ele Teve Desenvolvimento Humano. Cristo Jesus teve o desenvolvimento normal dos seres humanos. O doutor Lucas diz que: "Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele" (Lc 2:40-ARA), "E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens" (Lc 2:52-ARC). O desenvolvimento físico e mental de Jesus Cristo deve ser explicado como sendo resultado das leis comuns do crescimento humano. Seu do desenvolvimento mental não pode ser atribuído ao estudo nas escolas rabínicas (Jo 7:15), mas deve ser atribuída à sua educação, em um lar temente a Deus, sua regularidade na sinagoga (Lc 4:16), suas visitas ao templo (Lc 2:41-46).

C) Ele Tinha Os Elementos Essenciais Da Natureza Humana. O Senhor Jesus Cristo tinha um corpo humano: "Corpo me formaste" (Hb 10:5-ARA); "derramando ela este perfume sobre o meu corpo" (Mt 26:12-AEC). Mesmo depois da sua ressurreição, Ele disse: “Apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24:39-ARA). Ele tinha alma: “A minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mt 26:38-ARC); “Agora está angustiada a minha alma” (Jo 12:27-ARA). E Ele tinha espírito: “Jesus, conhecendo logo em seu espírito” (Mc 2:8-AEC); “Ele suspirou profundamente em seu espírito” (Mc 8:12-AEC); “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23:46-ARC).

D) Ele Teve As Fraquezas Não Pecaminosas Da Natureza Humana. Pelas suas limitações humanas, sem pecado, evidentemente, Ele ficou fisicamente cansado (Jo 4:6); sentiu fome (Mt 4:2; 21:18); teve sede (Jo 19:28); dormiu (Mt 8:24); foi tentado (Mt 4:1-11; Hb 4:15); morreu (Mc 15:37).

2. A natureza divina de Cristo.


A divindade de Cristo já foi suficientemente provada no estudo da doutrina da trindade. Como foi mostrado, Ele possui os atributos de divindade. As provas da natureza divina de Cristo são tão abundantes que todos os que aceitam a Bíblia como a infalível Palavra de Deus, não têm qualquer dúvida sobre este assunto. Vejamos, portanto, as várias provas bíblicas da natureza divina de Cristo:

A) No Antigo Testamento. São muitas as passagens no Antigo Testamento que provam a divindade de Cristo, como por exemplo: Sl 2:6-12 cf. Hb 1:5; Sl 45:6-7 cf Hb 1:8-9; Sl 110:1 cf Hb 1:13; Is 9:6; Jr 23:5-6; Dn 7:13,14; Mq 5:2.

B) Nos Evangelhos. Nos evangelhos estão os mais elevados conceitos da divindade de Cristo, como se vê nas seguintes passagens: Mt 1:21; 3:17; 8:29; 11:1-6; 14:33; 16:16-17; 22:41-46; 25:31-46; 28: 18-20. Mc 1:11; 3:11; 8:38; 9:2-10; 13:26; 16:9-20. Lc 1:32-35; 2:10-11; 4:16-21; 7:11-15; 24:49-51. Jo 1:1-3,14,18; 3:16-18,35,36; 4:14,15; 5:18,20-27; 11:41-44; 20:26-28.

C) Nas Epístolas Paulinas. A natureza divina de Cristo está também inserida nas epístolas de Paulo e na epístola aos Hebreus, vejamos, portanto, os exemplos: Rm 1:7; 9:5; I Co 1:1-3; 2:8; II Co 5:10; Gl 2:20; 4:4; Fp 2:6; Cl 2:9; 1ª Tm 3:16; Hb 1: 1-3,5,8; 4:14; e outras tantas.

III. O CARÁTER DE CRISTO

 1. Cristo foi absolutamente Santo.

Um dos propósitos da encarnação foi o de que Cristo nos desse o exemplo (Mt 11:29; 1ª Pe 2:21). Torna-se importantíssimo o estudo do Seu caráter, a fim de conhecermos o padrão, o ideal da jornada do cristão. Ele foi aquele "ente santo que de ti há de nascer" (Lc 1:35), o "Santo de Deus" (At 2:27); "o Santo e o Justo" (At 3:14), o "santo Servo Jesus" (At 4:27- ARA). O Senhor Jesus era Santo por natureza; pois o príncipe deste mundo nada tinha nele (Jo 14:30); e Ele era sem pecado (Hb 4:5). Era também Santo em Sua conduta; pois estava separado dos pecadores (Hb 7:26). Sempre fazia o que agradava Seu pai (Jo 8:29). Ninguém aceitou o desafio quando Ele lhes perguntou quem o "convencia de pecado" (Jo 8:46). E devemos ser santos porque Ele é Santo (1ª Pe 1:15,16). Não temos desculpas para escolhermos um ideal mais baixo do que aquele que a Bíblia Sagrada nos aponta.

2. Cristo viveu uma vida de oração.

Jesus orava incessantemente. Lucas menciona várias ocasiões em que Ele orou. Passava longas horas em oração. Às vezes, passava a noite toda em oração (Lc 6:12). Em outras ocasiões, Ele levantava bem cedo e buscava um lugar solitário para orar (Mc 1:35). Orava antes de se entregar às grandes tarefas, como por exemplo: antes de escolher os doze apóstolos (Lc 6:12-13); antes de começar a viagem missionária pela Galiléia (Mc 1:35-38) e antes de ir para o calvário (Mt 26:36-46). Embora orasse por Si mesmo, nunca se esquecia de orar pelos seus (Lc 22:32; Jo 17). Orava Intensamente, isto é, orava energicamente (Lc 22:44; Hb 5:7); orava perseverantemente (Mt 26:44); orava fervorosamente (Jo 11:41-42) e com submissão (Mt 26:39). Se o Filho de Deus precisava orar, quanto mais nós precisamos buscar a Deus.

3. O amor de cristo Jesus.


A Bíblia diz que "o amor de Cristo excede todo entendimento" (Ef 3:19). "O amor de Cristo por nós se toma claro por ser descrito como aquele que excede o entendimento, o que não pode ser dito a respeito de nosso amor por Ele" (Salmond). O amor de Cristo é entendido como o seu desejo e disposição na promoção do bem-estar dos objetos de sua afeição pessoal, e de sua devoção particular. O amor de Cristo se dirige:

A) Em Primeiro Lugar, A Deus Pai. "Para que o mundo saiba que eu amo o Pai, e que faço como o Pai me mandou" (Jo 14:31-ARC).

B) Em Segundo Lugar, Às Escrituras. Ele tinha as Escrituras Sagradas como o registro fiel dos acontecimentos e doutrinas, que Ele veio cumprir (Mt 5:17-18); Ele usou as Sagradas Escrituras na tentação (Mt 4:4-10); esclareceu certas profecias referentes a Ele (Lc 4:14-21; 24:44-49); e declarou que as Escrituras não podem falhar (Jo 10:35).

C) O Amor De Cristo Também É Dirigido Aos Homens Em Geral. O Senhor Jesus foi acusado de ser "amigo de publicanos e pecadores" (Mt 11:19). O Senhor Jesus Cristo amou de tal maneira os perdidos, que deu a Sua vida por eles (Jo 10:11; 15:13; Rm 5:8). Mais particularmente, Ele ama os seus discípulos. Jesus os ama tanto quanto o Pai O ama (Jo 15:9); os ama tanto que ninguém pode separá-los do Seu amor (Rm 8:37-39).
D) Cristo Amou Até Seus Inimigos. Ele orou por aqueles que o crucificaram (Lc 23:34); e nos exorta a que amemos aos nossos inimigos (Mt 5:43-48).

3. Cristo foi verdadeiramente manso.


Ele próprio diz: "Sou manso e humilde de coração" (Mt 11:29). Exemplos de Sua mansidão podem ser vistos na forma como tratou uma pecadora arrependida (Lc 7:37-50); no modo como Ele atendeu ao duvidoso Tomé (Jo 20:29); e em Sua ternura para com Pedro após este tê-lo negado por três vezes (Lc 22:61; Jo 21:15-23). A mansidão de Cristo é claramente mais vista no modo temo como tratou o traidor Judas (Mt 26:47-50; Lc 22:47,48); e aqueles que o crucificaram (Lc 23:34). O apóstolo Paulo ensina que o servo do Senhor não deve contender, e, sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, (2ª Tm 2:24-25).

5. Cristo foi absolutamente humilde.


A humildade de Cristo se vê principalmente em Sua humilhação. O Senhor Jesus "não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz" (Fp 2:5-8-AEC). Aqui na terra Ele vivia em grande pobreza. Ele que era rico, se fez pobre por nós (2 Co 8: 9) .Nasceu em um estábulo, pois, não havia lugar para Ele na hospedaria (Lc 2:7); não tinha onde reclinar a cabeça quando ia ensinando e curando (Lc 9:58). Ele mandou Pedro pescar um peixe para fornecer o dinheiro suficiente para o imposto do templo para Si e para Pedro (Mt 17:27); e foi sepultado em um túmulo emprestado (Mt 27:57-60). Jesus se ocupou dos serviços mais humildes. "Não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20:28). O Senhor Jesus nos provou a sua humildade, ele lavou os pés aos discípulos (Jo 13:14).

6. Cristo foi um trabalhador incessante.


"Jesus lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (Jo 5:17). "É necessário que façamos a,s obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (10 9:4 - ARA). Começando de manhã bem cedinho (Jo 8:2; Mc 1:35), Ele continuava até tarde da noite (Jo 3:2; Lc 6:12; Mt 8:16). O Senhor Jesus às vezes não tinha tempo de se alimentar (Mc 3:20-21; Jo 4:31-34), e de descansar (Mc 6:31-34). Seu trabalho consistia em ensinar (Mt5:7); pregar (Mc 1:38,39); expulsar demônios (Mt 4:23-24; Mc 5:12,13); curar os enfermos (Mt 8:9); salvar os perdidos (Lc 7:48; 19:9); ressuscitar os mortos (Mt 9:23-26; Lc 7:14,15; Jo 11:43-44); chamar e treinar Seus discípulos (Mt 10; Lc 10).

IV. A OBRA DE CRISTO

 1. As razões para a encarnação.

 As Sagradas Escrituras ensinam que o Cristo preexistente se tomou homem. Pois, não é possível falar da encarnação de alguém que não teve existência prévia. Esta preexistência é claramente ensinada na Bíblia. Assim disse o Senhor Jesus: "Eu desci do céu" (Jo 6:38; 1:1-4, 14; Gl 4:4; Fp 2:6-7). O preexistente Filho de Deus assume a natureza humana e se reveste de carne e sangue humano, um milagre que ultrapassa o nosso limitado entendimento. Há diversas razões pelas quais Cristo encarnou:

A) Para Confirmar As Promessas De Deus. O Verbo se fez carne para confirmar as promessas feitas por Deus e para mostrar misericórdia para com os gentios (Rm 15:8-9). Começando em Gn 3:15 e continuando através do Velho Testamento, o Senhor Deus, em várias ocasiões, prometeu mandar Seu Filho ao mundo (Is 9:6; 7:14; Mq 5:2; etc.). Um estudo acurado do Antigo Testamento revela o fato de que há duas linhas de profecias referentes à vinda de Cristo: Ele haveria de vir como Salvador e como Rei. A Sua vinda como SALVADOR é prefigurada nos sacrifícios do Velho Testamento e ensinada em muitos Salmos e nos Profetas (Êx 29:1-46; Lv 1:1-17; Sl 16:8-10; 22:1,7,8,18; 41:9-11; Is 52:14; 53:2-12; Zc 2:12,13; 13:1,7). A vinda de Cristo como REI é predita em muitas passagens do Antigo Testamento (Gn 17:6, 16;  49:9-10; II Sm 7:8-17; Sl 2; 8; 24; 45; 72; 89; 110; Is 11:1;  Jr 23:5; 31:31-34; Ez 37:15-24; Zc 14:9).

B) Para Revelar O Pai. No Antigo Testamento, Deus é revelado como Criador e Governador (Sl 104; Ec 12:1; Is 40:28); Cristo acrescentou a esta revelação de Deus como Pai. As Escrituras revelavam a Unidade, Santidade, Poder e Beneficência de Deus; Cristo Jesus completou a revelação acrescentando a idéia de Deus como Pai (Jo 1:18; 14:9; 16:27; Mt 6:8-9,32; 7:11; 1ª Jo 3:1-2).

C) Para Aniquilar O Pecado. Cristo encarnou para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo (Hb 9:26). João diz: "E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado" (1ª Jo 3:5-ARC). Ele veio para redimir os homens de seus pecados por Sua morte (Jo 1:29,36).

D) Para Destruir As Obras Do Diabo. Cristo veio para "destruir as obras do diabo" (I Jo 3:8-AEC). Assim escreveu o autor da epístola aos Hebreus: "Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hb 2:14-15-ARA). A vinda de Cristo, particularmente Sua obra na cruz, trouxe derrota a Satanás (Jo 12:31; 14:30). Ele é um inimigo vencido. Um dia, serão lançados no lago de fogo ele e seus seguidores (Ap 20: 10,15).

2. A morte de Cristo.


O acontecimento mais importante e a doutrina central do Novo Testamento resumem-se nas seguintes palavras: "Cristo morreu pelos nossos pecados" (I Co 15:3). Em todo o tempo que Ele viveu na terra, especialmente no fim da sua vida, Jesus suportou, no corpo e na alma, a ira de Deus contra o pecado de toda a raça humana. Estes sofrimentos foram seguidos por sua morte na cruz.

A) A Importância Da Morte De Cristo. A morte expiatória de Cristo é o fato que caracteriza o cristianismo. A morte de Cristo é anunciada no Antigo Testamento. Por exemplo, temos as profecias da traição de Cristo (Sl 41:9-11; At 1:16); as profecias da crucificação de Cristo e dos fatos que a acompanharam (Sl 22:1,7,8,18; Mt 27:39-41,45-46) e da ressurreição de Cristo (Sl 16:8-10; At 2:22-36). Nos livros proféticos, temos muitíssimas referências à Sua morte, por exemplo: Is 53:4-9; Dn 9:25,26; Zc 11:12,13; 13:1,7. A MORTE DE CRISTO É NOTÁVEL NO NOVO TESTAMENTO. O último três dias da vida terrena de Jesus ocupa aproximadamente um quinto das narrativas nos quatro evangelhos. Paulo diz que o evangelho consiste da morte de Cristo por nossos pecados, seu sepultamento e ressurreição (1ª Co 15: 1-4). A MORTE DE CRISTO É IMPORTANTE PARA O CRISTIANISMO. As religiões baseiam suas reivindicações ao reconhecimento sobre os ensinamentos de seus fundadores; o cristianismo diferencia-se de todas elas pela importância que dá à morte do seu Fundador (Rm 5:6-11; Hb 2:9,14,15). A MORTE DE CRISTO É FUNDAMENTAL PARA A NOSSA SALVAÇÃO. É necessário que Jesus Cristo fosse levantado para que o homem seja salvo (Jo 3:14-15); é preciso que o grão de trigo caia na terra e morra, para produzir muito fruto (Jo 12:24). O Senhor Deus, sendo Justo, não pode perdoar o pecador simplesmente com base no arrependimento do mesmo. Ele pode perdoar apenas quando a pena tiver primeiro sido paga. Para que Deus pudesse perdoar ao pecador e permanecer justo ao mesmo tempo, foi necessário Cristo pagar a pena do pecador. Jesus Cristo disse repetidamente que era necessário que Ele sofresse muitas coisas, ser morto e ressuscitar no terceiro dia (Mt 16:21; Mc 8:31; Lc 9:22; 17:25; Jo 12:32-34). Para que o homem seja salvo, é de extrema necessidade a morte de Cristo. Paulo provou aos tessalonicenses a necessidade da morte de Cristo (At 17:3). O Senhor Jesus Cristo veio com um propósito definido de morrer pelos pecadores; logo, Sua morte não foi acidental, nem morreu como mártir. Ele morreu para redimir o homem caído (Hb 9:22-28).

B) O Significado Da Morte De Cristo. A morte de Cristo tem três significados: morte vicária, morte expiatória e morte redentora. MORTE VICÁRIA: Significa morte substitutiva (Is 53: 11,12). Morte vicária é a morte pela qual uma pessoa morre em lugar de outra pessoa, isto é, eu seu lugar. Vigário é um substituto, alguém que toma o lugar de outrem age em seu lugar. Lemos na Bíblia que Cristo morreu pelos pecados de outros: "Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades  o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados com ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; e o Senhor fez cair sobre ele à iniquidade de nós todos" (Is 53:5-6-AEC); "que Cristo morre pelos nossos pecados, segundo as Escrituras" (1ª Co 15:3; 2ª Co 5:21; Rm 5:8; 1ª Pe 2:24; 3:18). A comunhão que o homem tinha com Deus interrompida. E o homem não somente está distanciado de Deus, como também está manchado o seu caráter. Existe um obstáculo muito grande entre os dois; e o homem não pode removê-lo pelos seus próprios esforços. Esse grande obstáculo é o pecado. O testemunho das Escrituras é este: que Deus enviou seu Filho ao mundo para remover esse obstáculo. Ao morrer pelos nossos pecados, o Senhor Jesus reconciliou o homem com Deus (Jo 3:16; Rm 4:25; Gl 1:4). MORTE EXPIATÓRIA: Expiação é cumprimento de pena. É morte satisfazendo, isto é, cumprindo a justiça de Deus. Assim, a morte de Cristo é uma expiação. A palavra expiação significa literalmente "cobrir" de modo a não ser visto. Em Lv 6:2-7, temos expiação individual por pecado individual; e em Lv 4:13-20, teu expiação nacional por transgressão nacional. Por estas passagens fica claro que o novilho ou carneiro tem que morrer e que o perdão é possível apenas através da morte de um substituto. O sofrimento do novilho carneiro tem o efeito de cobrir a culpa do verdadeiro criminoso, culpa e torná-la invisível aos olhos do Deus Santo. O sangue do sacrifício interposto entre Deus e o pecador e, em vista, a ira de Deus é afastada. Tem, pois, o efeito de afastar do pecador a ira de Deus (Sl 51:9; Is 38:17; 53:10; Mq 7:19). MORTE REDENTORA: Isto é, resgatando por meio de pagamento (Gl 4:4,5). A morte de Cristo é mostrada como sendo o pagamento de um preço ou de um resgate. A ideia de resgate é a de pagamento de um preço para livrar alguém que esteja aprisionado. O Senhor Jesus disse que Ele veio para dar a Sua vida em resgate por muitos (Mt 20:28; Mc 10:45). A palavra grega lutron (resgate) significa "preço de libertação", o dinheiro pago em prol de um escravo para que este possa sair livre. A vida de Cristo foi oferecida para pagar a dívida do nosso pecado, para nos libertar e justificar (Is 53:4,7-9; Tt 2:14; 1ª Pe 1:18,19).

3. A ressurreição de Cristo.


A) A Importância Da Ressurreição De Cristo. De acordo com Bíblia Sagrada, fé a ressurreição de Cristo é essencial para a salvação (Rm 10:9-10). Se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo não seria mais do que uma religião vazia como as demais. É a ressurreição de Cristo que faz do cristianismo o elo de ligação entre o homem e Deus. A ressurreição de Cristo é a doutrina fundamental do cristianismo. A importância vital da ressurreição física de Cristo fica evidenciada pela ligação fundamental desta doutrina com o cristianismo. Em I Co 15:1-19; a Bíblia mostra que tudo depende da ressurreição corporal de Cristo; se Cristo não tivesse ressurgido: A pregação apostólica é vã (v.14); A fé dos coríntios é vã (v. 14); Os apóstolos são falsas testemunhas (v. 15); Os coríntios ainda permanecem em seus pecados (v. 17); Os que dormiram em Cristo pereceram (v. 18); e Os cristãos são os mais infelizes dos homens (v. 19). Em todo o livro de Atos e nos ensinos de Paulo, a ênfase está sobre a ressurreição de Cristo (At 2:24, 32; 3:15,26; 4:10; 10:40; 13:30-37; 17:31; 26:23; Rm 4:24-25; 6:4,9; 7:4; 8:11,34; 10:9; 1ª Co 6:14; 2ª Co 4:14; Gl 1:1; Ef 1:20; Fp 3:10; Cl 2:12; 1ª Ts 1:10; 2ª Tm 2:8; 1ª Pe 1:21; 3:21). Na verdade, a ressurreição de Cristo é uma parte essencial do evangelho (1ª Co 15:4; 2ª Tm 2:8).

B) A Natureza Da Ressurreição De Cristo. A ressurreição de Cristo consistiu em que nele a natureza humana, o corpo e a alma, foram restaurada à sua força e perfeição. Da narrativa dos evangelhos aprendemos que o corpo de Jesus passou por notável mudança: Ele não podia ser facilmente reconhecido (Jo 20: 14, 15; 21:4; Lc 24:16), Podia aparecer e desaparecer de repente (Lc 24:31,36-38; Jo 20:19). Jesus tinha um corpo material, muito real, de carne e ossos (Lc 24:39). Comeu depois de ressuscitado (Lc 24:41-45). Ele tinha no corpo as marcas dos cravos e podia ser tocado (Jo 20:24-28). O Senhor Jesus passou por portas fechadas (Jo 20: 19,26). Ele está vivo agora e para todo o sempre (Rm 6:9,10; Ap 1:18).

C) Os Resultados Da Ressurreição. Podemos destacar como resultado da ressurreição de Cristo: Ela comprova a divindade de Cristo (Rm 1:4). Ela é a garantia da nossa justificação (Rm 4:25). Ela fez de Cristo o nosso Sumo Sacerdote (Hb 7:22-25). A ressurreição de Cristo é a prova concreta de Deus de que haverá julgamento dos justos e dos ímpios (At 10:42; 17:31). Ela é a garantia de que nossos corpos também ressurgirão dentre os mortos (Jo 5:28-29; Rm 8:11; 1ª Co 15:20-23). A ressurreição de Cristo preparou o caminho para que Ele se assente no trono de Davi no reino vindouro (At 2:29-32).

4. A ascensão de Cristo.


Por ascensão de Cristo, queremos dizer Sua volta ao céu em Seu corpo da ressurreição. Pode-se dizer que a ascensão foi o complemento e a consumação da ressurreição. As Escrituras Sagradas provam a ascensão de Cristo. Lucas a relata duas vezes, Lc 24:50-53 e At 1:6-11. Marcos se refere a ela em 16:19. Apesar de João não narrar a ascensão de Cristo, ele mostra que o Senhor Jesus já havia predito claramente em Jo 6:62; 20:17; cf Jo 13:1; 14:2,12; 16:10,16,17,28. Paulo falou muitas vezes dela, em Ef 1:20; 4:8-10; 1ª Tm 3:16. Pedro e o autor aos Hebreus também falaram da ascensão de Cristo (1ª Pe 3:22; Hb 4: 14; 9:24).

5. A exaltação de Cristo.


A) Provas Bíblicas Da Exaltação De Cristo. Há abundantes provas bíblicas da exaltação de Cristo. A passagem bíblica clássica que prova a exaltação do Senhor Jesus acha-se em Fp 2:9-11: “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (ARC). E também em Mc 16:19; Lc 24:36-51; At 2:33; 5:31; Rm 8:34; Ef l:20; Cl 3:1; Hb 1:3;2:9; 10:12; Ap 3:21.

B) Os Resultados Da Ascensão E Exaltação De Cristo. Os resultados da ascensão e exaltação do Senhor Jesus podem ser estudados juntos: o Senhor Deus exaltou a Jesus, concedendo-lhe dignidade de Soberano (Fp 2:9). Ele está agora espiritualmente presente em toda parte; sendo adorado pelos seus, em todo lugar (1ª Co 1:2). O Senhor Jesus entrou para o Seu ministério sacerdotal no céu (Hb 4:14; 5:1-10; 6:20; 8:1-6; 9:24). Ele derramou Seu Espírito sobre Seu povo (Jo 14:16; 16:7; At 2:33). Está dando arrependimento e fé aos homens (At 5:31; 11: 18; 2ª Tm 2:25).

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