TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 29 de outubro de 2013

TEONTOLOGIA


I.        A EXISTÊNCIA DE DEUS

1. O universo prova a existência de Deus.


A grandeza do Universo ultrapassa a nossa imaginação. Dizem os astrônomos que há estrelas tão distantes do nosso planeta que a sua luz gasta mais de mil anos para chegar a terra, apesar de sua luz percorrer trezentos mil quilômetros por segundo. O Universo é um sistema de bilhões de galáxias. Cada uma destas galáxias se compõe de milhões de milhões de estrelas, planetas e satélites. O nosso Sol é uma estrela de tamanho médio e de temperatura moderada, já amarelada pela velhice, localizada na galáxia Via Láctea. O Sol é milhões de vezes maior que aterra e está girando numa órbita vertiginosa em direção à circunferência da Via Láctea a dezenove quilômetros por segundo, isto é, sessenta e oito mil e quatrocentos quilômetros por hora, que equivalem a um milhão e seiscentos e quarenta e um mil e seiscentos quilômetros por dia, levando consigo a Terra e todos os planetas do nosso sistema solar, que giram em torno do Sol a uma incrível velocidade de mais de um milhão de quilômetros por hora, enquanto a própria galáxia gira como uma gigantesca roda estelar. Destes dados podemos fazer uma vaga idéia da vastidão do Universo, cujos limites, dizem os entendidos, ainda não foi possível descobrir. Cada nova descoberta vai progressivamente desfazendo os limites já conhecidos e assim revelando novos e mais gloriosos horizontes. Sendo o universo tão grande assim e tão maravilhoso, que diremos da sua origem? Como se originou tudo isso? Sem nenhuma sombra de dúvida, o Universo prova a existência de Deus (Sl 19:1-6; Rm 1:19-25).

2. A natureza humana prova a existência de Deus.

O homem dispõe de natureza moral, isto é, a sua vida é regulada por conceitos do bem e do mal. Ele reconhece que há um caminho reto de ação que deve seguir e um caminho errado que deve evitar. Esse conhecimento se chama consciência. Ao fazer ele o bem, a consciência o aprova; ao fazer o mal, ela o condena. A consciência seja obedecida ou não, fala com autoridade. Mas o homem é dotado de livre-arbítrio e, portanto, pode desobedecer a essa voz íntima. A consciência reconhece a existência de uma lei moral que tem autoridade suprema; transgressões conhecidas desta lei moral são acompanhadas de sentimentos de desmerecimento e medo de julgamento. Quem criou esses dois poderosos conceitos do bem e do mal? Nossa consciência clama: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom. E o que é que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?" (Mq 6:8-AEC); e "Porque Deus há de trazer ajuízo todas as obras até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (Ec 12:14 -ARA). A consciência reconhece a existência de um grande Legislador Deus e a plena certeza do castigo para toda violação de Sua eterna lei. Não somente a natureza moral do homem, como também todos os aspectos da sua natureza testificam a existência de Deus. Até as religiões mais degradadas demonstram o fato de que o homem, como um cego, tateando, procura algo que a sua alma anela. Quando o ser humano tem fome, essa fome médica que ha alguma coisa que o possa saciar. A exclamação: "Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus, A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo" (Sl 42:1-2-AEC); é um argumento a favor da existência de Deus, pois a alma não enganaria o homem com sede daquilo que não existisse. A Bíblia apela também para o argumento moral para provar a existência de Deus (Rm 1:19-32; 2:14-16).

3. A história universal prova a existência de Deus.

Não existe nenhuma dúvida sobre o fato de que em todos os lugares, em todas as épocas, entre todos os povos, tribos e línguas, tem havido uma crença na existência de Deus. A História Universal não fala de uma só tribo, mesmo as menores e mais distantes dos centros urbanos, que não tivesse alguma crença na existência de um Ser Supremo. Desde o principio da História, as idéias acerca de Deus têm exercido muita influência na vida dos homens. Certos povos, como os egípcios, tinham convicções tão fortes da realidade do mundo espiritual, que todas as outras coisas se subordinavam às idéias religiosas. Nas atividades religiosas e na crença em um Ser Supremo edificaram pirâmides e enormes monumentos que até hoje o mundo inteiro admira. Através de descobrimentos arqueológicos, realizados recentemente por arqueólogos e exploradores, foram achadas inúmeras provas da crença em Deus, do povo babilônico. Milhares de tijolos e tabuletas de barro, que estão sendo descobertos, nos dão o conhecimento das idéias religiosas daquele povo e a influência que essas idéias exerciam na vida e costumes daquele povo. A idéia que predominava dentre todos esses povos era que Deus existia. Apesar de suas idéias serem erradas, servem para mostrar que os povos antigos pensavam em Deus como os de hoje. Quando se estuda a história do povo de Israel, nota-se quão poderosa era a influência que sobre eles exercia a fé que tinham em Deus. É totalmente impossível explicar a história de Israel sem se ter em consideração a influência de sua crença. Desde Abraão até a vinda de Jesus, o que havia de mais edificante e predominante na vida dos israelitas era a idéia de Deus. E aquela mesma idéia, que foi difundida por aquele povo, é a mesma que hoje exerce a mais poderosa influência na civilização do mundo. Atualmente é a idéia de Deus que domina em todas as nações da terra. Uma monumental obra histórica, que constitui uma das mais importantes provas da existência de Deus, é a Bíblia Sagrada. Podemos afirmar, sem nenhuma margem de erro, que seu único assunto é Deus. A Bíblia é o livro mais lido em todo o mundo, e é o que traz maior consolo, esperança, transformação, etc., à alma. Sem dúvida alguma, a História Universal prova a existência de Deus.

II. A NATUREZA DE DEUS

1. A espiritualidade de Deus.

Jesus ensina-nos que "Deus é Espírito; e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4:24-ARC). "Deus é Espírito, Infinito, Eterno e Imutável em seu ser, Sabedoria, Poder, Santidade, Justiça, Bondade e Verdade", assim diz o, Catecismo de Westminster. O Senhor Deus é Espírito Pessoal, pois, Ele pensa, sente e fala; Deus não é limitado, como o é o ser humano. Os escritores bíblicos mostram o Senhor Deus como possuindo as características pessoais, tais como: intelecto (Gn 18: 19; Êx 3:7; At 15:18); sensibilidade (Gn 6:6; Sl 103:8-13; Jo 3:16) e vontade (Gn 3:15; SI 115:3; Jo 6:38). A Bíblia relata algumas qualidades da personalidade de Deus. Ela apresenta Deus: falando (Gn 1:3); vendo (Gn 11:5); ouvindo (Sl 94:9) e irando-Se (Nm 11:1); e também diz de um Deus: zeloso (Êx 20:5) e compassivo (SI 111:4). As Sagradas Escrituras dizem que Ele é: o Criador (At 14:15); o Preservador (Ne 9:6); o Juiz (SI 75:7) e o Sustentador de todas as coisas (Sl 104:27-30; Mt 6:26-30). O Senhor Deus é uma pessoa real, mas de natureza infinita. Jesus falou da "forma" de Deus (Jo 5:37; Fp 2:6).

2. A imensidão de Deus.

A palavra imensidão significa: "extensão ilimitada, o infinito". Aqui a imensidão do Senhor Deus significa Sua magnitude em relação ao espaço; Ele é ilimitado ao espaço finito. Na Bíblia Sagrada encontramos o ensino sobre a imensidão de Deus, como por exemplo, em: I Re 8:27; II Cr 2:6; Sl 113:5-6; 135:5 Is 66:1; o próprio Deus disse: "Porventura não encho eu os céus e a terra?" (Jr 23:23-24). Temos dificuldade de compreender esta idéia, devido à natureza da espiritualidade de Deus e da nossa inaptidão de pensarmos em extensões sem medidas. Todavia, uma coisa fica bem explicada: Deus é muito grande e é superior a tudo e a todos.

3. A eternidade de Deus.

Eternidade significa: "duração, sem princípio nem fim; imortalidade; vida imorredoura, etc". No sentido estrito da palavra, a eternidade de Deus significa Sua superioridade a todas as limitações do tempo; significa que Ele não tem começo nem fim de dias; que Deus está livre de toda a passagem de tempo. Nas Escrituras Sagradas encontramos abundante ensino sobre a eternidade de Deus; vejamos alguns exemplos: Ele é chamado de "o Deus eterno" (Gn 21:33). Moisés disse: "De eternidade a eternidade, tu és Deus" (Sl 90:2). O profeta Isaías apresenta o Senhor Deus como "o Alto, o Sublime, que habita na eternidade" (Is 57: 15); o apóstolo Paulo diz: “Ao Rei eterno, imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória para todo o sempre" (1ª Tm 1:17). A vida do ser humano, quanto ao tempo, está dividida em períodos de segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos. A existência do homem é dividida em passado, presente e futuro. Contudo, na vida de Deus, o tempo dividido em passado, presente e futuro se harmoniza num eterno agora. O Senhor Deus é o eterno "Eu Sou" (Ex 3:14). Este verbo está numa forma que produz o passado, presente e futuro ao mesmo tempo, indicando a natureza eterna e imutável de Deus.

4. A personalidade de Deus.

Personalidade é o caráter próprio de uma pessoa; é aquilo que a distingue de outra. A personalidade representa a soma total das características necessárias para descrever o que é um ser pessoal. O nome é uma das mais fortes evidências da personalidade de um ser. O nome de Deus, na Bíblia, significa mais do que uma mera composição de letras e sons; representa seu caráter revelado. A finalidade dos nomes de Deus é; revelar-nos quem Deus é e como Ele é (Êx 6:3; 33:19; 34:5-6).

A)    EL (Deus). É um termo hebraico que tem estes sentidos: Altíssimo, Ser primeiro, Ser dominador, Ser forte, Ser poderoso. Este nome revela Deus como o Senhor forte e poderoso (Gn 14:18-22; Sl 24:8). Geralmente este termo é usado em certas combinações como: El-Elyon, o Deus Altíssimo, vem de um verbo que significa subir, ser elevado. Este nome revela Deus como o Altíssimo; o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou deuses (Gn 14:18-20; Sl 18:13; Dn 4:17), El-Olam, o Deus Eterno (Gn 21:33); El-Shaddai, o Deus Todo-Poderoso, revela Deus dominando e dirigindo todas as coisas no sentido de servirem aos propósitos da redenção (Gn 17:1; Êx 6:3).

B)    Elohim (Deus). Este termo emprega-se sempre que sejam descritos os poderes criadores e governadores de Deus; mostra Deus como o Deus-Criador, o Deus - Provedor, como o Supremo - Governador e também como o Dominador e Senhor Soberano (Gn 1:26; 3:22). E traz consigo a noção do Tri-Unidade de Deus.

C) Adonai. Significa literalmente "Senhor", vem de um verbo hebraico que tem o sentido de julgar e governar. Portanto, este nome mostra Deus como o Senhor que julga e governa, a quem tudo está sujeito e com quem o homem se relaciona como servo. Ele exige o serviço e a lealdade do seu povo; este nome no Novo Testamento aplica-se ao Cristo glorificado (Êx 23:17; Sl 110:1).

D) Yahweh. Significa Yavé, Javé ou Jeová (traduzido na versão de Almeida como Senhor). Este nome revela Deus como o Deus da graça, e tem sua origem no verbo Ser e inclui os três tempos desse verbo: passado, presente e futuro. Portanto, este nome significa que Deus era, que é e que há de ser. Em outras palavras, o Imutável. Deus. O nome Jeová ou Javé combinado com algumas formas verbais ou substantivos, forma vários nomes compostos, como:

Jeová-Jiré, o Senhor proverá (Gn 22:l4)
Jeová-Nissi, o Senhor é minha bandeira (Êx 17: 15).
Jeová-Ra'ah, o Senhor é meu pastor (Sl 23:1).
Jeová-Rafá, o Senhor que te sara (Êx 15:26).
Jeová-Samá, o Senhor está ali (Ez 48:35; Ap 21:3,22).
Jeová-Elion, o Senhor Altíssimo (Sl 97:9).
Jeová-Shalom, o Senhor nossa paz (Jz 6:24).
Jeová-Mikadiskim, o Senhor que vos santifica (Êx 31: 13).
Jeová-Tsidkenu, o Senhor nossa justiça (Jr 23:6).
Jeová-Sabaot, o Senhor dos Exércitos (Is 37: 16; 1º Sm 1:3).

O Senhor dos Exércitos é Deus como o Rei da glória, cercado de hostes angelicais, governa o céu e a terra no interesse do Seu povo e recebe glória de todas as criaturas.

E) Theos. O Novo Testamento tem os equivalentes gregos dos nomes do Velho Testamento. Para El, Elohim e Elyom temos no Novo Testamento Theos, que é dos nomes aplicados a Deus o mais comum (Lc 1:32-35; At 7:48; 16:17).

F) Kurios. O nome Yahweh algumas vezes é substituído por "O Alfa e o Ômega" (Ap 1:8); "que é, que era, e que há de vir" (Ap 1 :4); "o princípio e o fim" (Ap 1:8); "o primeiro e o último" (Ap 1:17). Este nome designa Deus como o Poderoso, Senhor, o Possuidor, o Governador que tem poder e autoridade. É usado não somente com referência a Deus, mas também a Cristo.

G) Pater (Pai). Usa -se tanto no Velho como no Novo Testamento para designar a relação especial da primeira pessoa da Trindade com todos os crentes como Seus filhos no sentido íntimo da salvação (Dt 32:6; Is 64:8; Jr 31:9; 1ª Co 8:6; Hb 12:9).

III. OS ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS

1. A onipresença de Deus.

A infinitude de Deus em relação às suas criaturas é denominada onipresença. Sendo onipresente, o espaço não o limita, porque para Deus não há espaço nem tempo. Apesar de Deus estar em todos os lugares num mesmo sentido, e com o mesmo propósito, Ele não habita na terra do mesmo modo como habita no céu. Não devemos pensar a respeito da onipresença como se Deus estivesse espalhado por toda parte do Universo, como a atmosfera, este pensamento é errado, faz parte do materialismo, e não do cristianismo. Os materialistas dizem que Deus está dentro de tudo e os panteístas dizem que Ele é e está em tudo. Se Deus estivesse dentro de tudo, todas as coisas teriam vida divina. O Senhor Deus está relacionado com tudo, vê tudo e todos, e socorre a todos os que o buscarem de todo o coração (Jr 29:13). Deus está presente em todo o lugar onde haja necessidade dele. O Senhor Jesus frisou o lado prático desta doutrina quando disse: "Pois onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles" (Mt 18:20-AEC). A Bíblia ensina a respeito da onipresença de Deus:

A) Sendo onipresente é impossível fugir da Sua presença (Sl 139:7).
B) Deus está no céu (Sl 139:8).
C) Está também no mundo dos mortos (Sl 139:8).
D) Ele está nas extremidades dos oceanos (Sl 139:9, 10).
E) Deus está presente na escuridão da noite (Sl 139: 11,12).
F) Nosso Deus estará conosco pelos séculos dos séculos (Mt 28:20). A onipresença de Deus é uma fonte de conforto e de encorajamento para o crente, mas, para o não crente, é uma causa de advertência e repreensão; pois ninguém consegue fugir de Deus (Jr 23:23-24; At 17:27-28).

2. A onisciência de Deus.

Pode-se definir a onisciência de Deus como a perfeição de Deus pela qual, Ele conhece a Si próprio e a todas as coisas, quer sejam passadas, presentes e futuras. Deus conhece a essência oculta das coisas, em que o conhecimento do homem não pode penetrar. Ele não vê como vê o homem, que só observa o lado externo da vida; Deus vê as profundezas do coração humano (I Cr 28:9). O Senhor Deus não ignora até as coisas mais íntimas de nossa vida, não há nada que se esconda à sua onisciência, pois, Jesus disse que: "até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados" (Mt 10:30-AEC). Deste modo, há muito conforto na Sua declaração: "Vosso Pai sabe do que necessitais, antes de lho pedirdes" (Mt 6:8). De forma abrangente o Senhor Deus conhece tudo, vejamos os exemplos:

A) Deus sabe de tudo o que acontece em todos os lugares, tanto com os bons quanto com os maus (Pv 15:3).

B) Deus vê e sabe da vida íntima de todas as pessoas, mesmo aquelas que tentam ocultar-se dos olhos do Senhor (Jr 23:24).

C) O Senhor Deus conhece os pensamentos e o coração do ser humano (Sl 139:1-6).

D) Deus conhece e anuncia o plano total dos séculos (Is 46:10).

E) Deus conhece todos os filhos dos homens, bem como as suas atitudes e suas obras (S1 33:13-15).
F) Ele conhece todas as estrelas e cada ave (Sl 147:4; Mt 10:29).

G)Deus conhece o futuro (Dn 2:20-45; 7; 8; 9; 10; 11; 12; Mt 24;25; At 15: 18).

H) Ele sabia que os homens crucificariam a Jesus (At 2:23; 3:18).

I) Deus conhece os dias da vida dos retos (Sl 37:18).

J) “Não existe uma só emoção, impulso ou pensamento dos quais Ele não tenha conhecimento”. O Senhor Deus conhece toda ocorrência ou aventura que envolve alegria ou tristeza, dor ou prazer, adversidade ou prosperidade, sucesso ou fracasso, vitória ou derrota (R.F. Oliveira). Na verdade, “não há criatura alguma encoberta diante dele. Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas” (Hb 4:13-AEC).

3. A onipotência de Deus.

Onipotência é qualidade de onipotente. Onipotente significa: "Cujo poder não tem limites, Todo-poderoso".Com "onipotência" queremos dizer que Deus tem todo poder e que Ele pode fazer qualquer coisa que esteja em harmonia com Suas perfeições. A onipotência de Deus tem dois significados:

A) Seu Poder E Liberdade Para Fazer Tudo Que Esteja Em Harmonia Com A Sua Natureza. As Escrituras Sagradas ensinam que: "para Deus nada é impossível" (Lc 1:37-ARC). Mas, o que é contrário à Sua natureza Ele não pode fazer, como por exemplo: mentir (Hb 6: 18; Nm 23: 19); pecar (Tg 1:13; 1ª Jo 3:5); negar-se a si mesmo (2ª  Tm 2:13) e mudar (Tg 1:17).

B) Seu Controle E Sabedoria Sobre Tudo O Que Existe Ou Que Pode Existir. As Sagradas Escrituras dizem claramente que Deus é onipotente, ela diz que Deus tem: poder total (Gn 17: 1); poder ilimitado (Gn 18.14); poder soberano (Jó 42:2); poder independente (Sl 115:3); poder criador (Jr 32: 17,27); poder imensurável (Mt 19:26; Lc 1:37) etc. Deus manifesta o seu poder: na criação (Is 44:24; Jr 10:12); nas obras da providência (Hb l: 3); na redenção de pecadores (Rm 1:16; 1ª Co 1:24); no firmar e governar tudo (Sl 66:7); na ressurreição de Cristo (Cl 2:12) e na ressurreição dos santos (1ª Co 6:14). O Senhor Deus é o Criador, o Sustentador e o Governador de todas as coisas. O fato Dele ter criado, sustentado e governado todas as coisas é prova incontestável e suficiente de Sua onipotência (At 17:25-28; Hb 1:3).

4. A imutabilidade de Deus.


A imutabilidade de Deus é a perfeição mediante a qual não existe mudança Nele. Não somente em Seu Ser, mas também em Suas perfeições, em Seus propósitos e em Sua vontade, Deus é imutável. Qualquer mudança é para melhor ou para pior. Deus não pode mudar para melhor, pois é absolutamente perfeito; também não pode mudar para pior, pela mesma razão. Por que a Bíblia diz que Deus arrependeu-se de haver feito o homem (Gn 6:6); depois Deus se arrependeu de destruir Nínive (Jn 3: 10) e também o Senhor Deus se arrependeu do mal que havia de fazer ao povo de Israel? (Êx 32: 10-14). É bom não confundir imutabilidade com mobilidade. Alguns chegam a pensar que por ser imutável, o Senhor Deus não pode agir, Ele não é imóvel qual uma estátua. A Bíblia nos ensina que Deus está cercado de várias mudanças, mudanças nas relações dos homens com Ele, mas não há nenhuma mudança em Seu Ser, em Seus atributos, em Seus propósitos, em Seus motivos de ação, nem em Suas promessas etc. Na verdade, a mudança não é em Deus, mas no homem e nas relações do homem com Deus. O termo arrepender -se na passagem de Jonas 3:10 significa: mudança de atitude de Deus em relação ao arrependimento do homem. O homem se arrepende no sentido do mal cometido, enquanto que Deus se arrepende no sentido de atitude, de suspender uma ação. "Deus permanece o mesmo quanto ao seu caráter abominando infinitamente o pecado, e em seu propósito de visitar com julgamento o pecador, quando, porém, os ninivitas mudaram em suas atitudes para com o pecado, Deus necessariamente modificou sua atitude para com eles. Seu caráter permanece o mesmo, mas seus tratos para com os homens mudam, à medida que os homens mudam de uma posição, que é odiosa à inalterável indignação de Deus contra o pecado, para uma posição que é agradável ao seu inalterável amor pela justiça” (Bancroft). As Escrituras ensinam a imutabilidade de Deus em: Nm 23: 19; 1º Re 8:56; Sl 33:11; Ml 3:6; Tg 1:17; etc. O Senhor Deus diz: “Se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jr 18:8-AEC). Em outras palavras, as ameaças de Deus são às vezes de natureza condicional, como quando Ele ameaçou destruir Israel (Êx 32:9-14) e Nínive (Jn 1:2; 3:4, 10).

5. A soberania de Deus.

As Sagradas Escrituras dão forte ênfase à soberania de Deus. Ele é apresentado como o criador, e Sua vontade como a causa de todas as coisas. Sendo o criador do céu e da terra, tudo o que neles há, Lhe pertencem. Por ser soberano, absoluto, os exércitos celestiais e os moradores da terra estão subordinados a Ele. O Senhor Deus sustenta todas as coisas com a sua onipotência e domina sobre tudo e sobre todos com a Sua soberania. Ele governa como Rei, no sentido mais absoluto da palavra, e todas as coisas a Ele servem e dependem D'ele (Sl 135:6-12). A Bíblia mostra que Deus exerce governo soberano sobre todas as suas criaturas:

A) A Soberania De Deus Sobre Os Homens. Sobre um rei ímpio – Nabucodonosor (Dn 4:1-37). Sobre um governante ímpio – Belsazar (Dn 5:1-30; Is 40:23, 24). Sobre o rei da Assíria -Senaqueribe (2º Re 19:6-7; 27-28; 32-37). Sobre um profeta - Jonas (Jn 1:2; 3:1-4). Sobre o seu povo (Jr 18:1-6; Rm 9:19-21).

B) A Soberania De Deus Sobre As Nações Do Mundo. Sobre Sodoma e Gomorra (Gn 19:12-29). Sobre as nações em geral (Is 40:15-18).

C) A Soberania De Deus No Controle Do Cosmos. No controle das estrelas (Sl 147:4,5; Is 40:25,26). No controle do sol e da lua (Is 10: 12-14) e no controle das estações do tempo (Sl 78:24; 147: 16-18; Am 4:7; Ag 1:11; Mt 5:45; At 14:17).

D) A Soberania De Deus Sobre Os Animais. Sobre a jumenta (Nm 22:28). Sobre o grande peixe (Jn 1: 17; 2:10). Sobre as aves (1º Re 17:4-6; Lc 12:6). Sobre as feras (Dn 6:22).

E) A Soberania De Deus Sobre A Natureza. Sobre o mar (Ex 14; 15-21). Sobre o vento (Mc 4:39-41).

F) A Soberania De Deus Sobre Satanás (Jó 1:6-12; 2:3-7). Sobre os demônios (Mc 1:21-28,34; 16:17; Lc 8:26-33; Cl 2:15). O Senhor Deus reina absoluto (Ap 19:6). Ele é Senhor dos que estão nos; céus, na terra e no mundo invisível (Fp 2:9-11).

IV. OS ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS

1. A santidade de Deus.

A santidade de Deus pode ser definida como a sua perfeição em virtude da qual Ele mantém a Sua excelência moral; aborrece o pecado e exige pureza de suas criaturas. A idéia fundamental da santidade de Deus também é a de separação, separação do mal moral, isto é, do pecado. Deus é Santo, por isso não pode ter comunhão com o pecado (Jó 34:10; H c 1:13). "O sentido original da palavra santo é separado. Em que sentido está Deus separado? Ele está separado do homem no espaço -Ele está no céu, o homem na terra. Ele está separado do homem quanto à natureza e caráter -Ele é perfeito, o homem é imperfeito; Ele é divino, o homem é humano; Ele é moralmente perfeito, o homem é pecaminoso. Vemos, então, que a santidade é o atributo que mantém a distinção entre Deus e a criatura" (M. Pearlman). Deus exige santidade de todos os seres humanos (1ª Pe 1: 13-16); Ele não tem dois padrões ou duas medidas para julgar. Existem três fatos importantes relacionados com a santidade de Deus:

A) Existe um assombroso abismo entre Deus e o pecador (Is 59:1-8); antes de o homem pecar, o homem e Deus tinham plena comunhão um com o outro. Agora esta comunhão está arruinada e se tornou impossível reatá-la.

B) A única forma do homem se aproximar de Deus é pelos méritos, de um outro. O homem não possui, nem pode adquirir a necessária ausência de pecado para ter acesso a Deus. Mas Cristo veio e tornou esse acesso possível (Rm 5:1,2; Ef 2:18; Hb 10:19,20).

C) A razão para a expiação está na santidade de Deus; e o que a Sua santidade exigiu, Seu amor providenciou (I Pe 3:18). A suprema revelação da santidade de Deus foi dada em Jesus Cristo, que e "o Santo e o Justo" (At 3:14). As Escrituras Sagradas ensinam a santidade de Deus em Êx 15:11; Lv 11:44-45; Js 24:19; 1º Sm 6:20; Sl 22:3; Is 6:3; Ez 39:7; Jo 1711; 1ª Pe 1:15-16; Ap 4:8; etc.

2. A bondade de Deus.

Deus é bom no sentido mais amplo da palavra; é a perfeição absoluta e perfeita felicidade em Si mesmo. A bondade de Deus inclui todas as qualidades que correspondem ao nosso conceito de um personagem ideal. É neste sentido que Jesus disse ao jovem rico: "Ninguém é bom senão um só, que é Deus" (Mc 10:18). Todavia, desde que Deus é bom em Si mesmo, é bom também para as Suas criaturas. Ele é a fonte de todo bem, e assim é apresentado em toda a Bíblia. A bondade de Deus é aquela perfeição que o leva a tratar com generosidade todas as Suas criaturas. Todas as boas coisas que as criaturas gozam no presente e esperam para o futuro provêm de Deus. Pois, Nele está o manancial inesgotável de bondade. Por este motivo é que o salmista canta: "Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz" (Sl 36:9-ARA). Davi exalta a bondade de Deus com as seguintes palavras: "O Senhor é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras. Em ti esperam os olhos de todos, e tu, há seu tempo, lhes dás o alimento. Abres atua mão e satisfazes de benevolência a todo vivente" (Sl 145:9-16-ARA) A bondade de Deus é mencionada em muitas outras passagens bíblicas, como: Sl 23:6; 25:8; 31:19; Ne 1:7; Mt 7:11; 20:15; Lc 6:35; Rm 11:22; etc.

3. A justiça de Deus.

A justiça de Deus está estreitamente relacionada com a sua santidade. A justiça de Deus é santidade em ação; é a santidade de Deus manifestada no tratar retamente com suas criaturas. A idéia fundamental de justiça é a de um rigoroso apego à lei. "Não fará justiça o Juiz de toda a terra?" (Gn 18:25). A justiça de Deus é a retidão da natureza divina, isto é, Deus é infinitamente reto em Si mesmo; e é também a perfeição de Deus pela qual Ele se mantém contra toda violação (pecado) da Sua santidade. A justiça de Deus se manifesta especialmente em dar a cada ser humano o que lhe é devido, em tratá-lo de acordo com os seus merecimentos. Naturalmente esta perfeição de Deus sugere a idéia de governador que exerce domínio tanto sobre o bem como sobre o mal. Em virtude de Sua justiça, Deus instituiu um governo moral no mundo e impôs ao homem uma lei justa, com promessas de recompensa aos obedientes e ameaças de punição aos transgressores. A distribuição de recompensas é chamada de JUSTIÇA REMUNERATIVA, e é mencionada na Bíblia Sagrada nas seguintes passagens: Dt 7:9-13; Sl 58:11; Mt 25:21; Rm 2:5-7; Hb 11:24-26. O ato de aplicar castigo é chamado de JUSTIÇA PUNITIVA, mencionada nas seguintes passagens bíblicas: Gn 2:17; Êx 34:7; Dt 5:9; Ez 18:4; Rm 1:18, 32; 2:8-9; 2ª Ts 1:8.

4. O amor de Deus.

O amor é mais que sentimento; é a atitude firme de dar-se ao ente ou objeto amado, e de possuí-lo em íntima comunhão. O amor de Deus pode ser assim definido: é Deus dando-se a Si mesmo, e dando tudo quanto é bom às suas criaturas, com o fim de possuí-las na mais íntima comunhão consigo mesmo. “A grandeza do amor revela-se naquilo que se oferece ao amado. A pureza do amor revela-se no desejo que é o do bem-estar do amado. E o ardor do amor manifesta-se no esforço feito para possuir o amado. O amor não somente dá, mas quer possuir e viver pelo amado" (Langston). Em Deus encontramos tanto o impulso de dar a si mesmo como também o ardente desejo de possuir o amado em íntima comunhão. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16). O amor de Deus é um amor perfeito, porque está ligado a uma bondade perfeita. Devido a esta bondade perfeita, o amor de Deus vale mais do que o amor de qualquer criatura humana, porque, quando Ele se dá aos homens, oferece-lhes e dá-lhes ao mesmo tempo, a bondade perfeita (Mt 10:37 cf. Lc 14:26). A vinda de Jesus ao mundo, toda a sua vida, todo o seu sacrifício, a sua morta sua ressurreição, são manifestações do grandioso amor de Deus aos homens. Deus ao homem no seu estado pecaminoso e caído, apesar, de que o pecado destes uma abominação para Ele (Mt 5:44-45). O Senhor Deus ama o crente com amor especial, porque Ele os vê como Seus filhos espirituais em Cristo. E é a estes que Deus se comunica no sentido mais abundante e mais perfeito, com toda a inteireza da Sua graça e misericórdia (Jo 16:27; Rm 5:8-9; 1ª Jo 5:1). O amor de Deus é ensinado na escritura Sagrada em: Dt 1:8, 13; 10:18; Is 38:17; 43:3-4; Os 11.4, Jr 31.3, Jo 17.23, Rm 5.5-8,39; 1ª Jo 4.7-19.

5. A misericórdia de Deus.

A misericórdia de Deus pode ser definida como a bondade ou amor de Deus manifestada para com os que estão na miséria ou aflição espiritual, precisando de ajuda. A misericórdia de Deus vê o homem como um ser que está sofrendo as conseqüências do pecado, que se acha em lastimável condição, e que necessita urgentemente do socorro divino. Em sua infinita misericórdia Deus se revela um Deus compassivo, que tem pena dos que se acham em estado lastimoso e está sempre pronto a aliviar a sua desgraça. As Sagradas Escrituras mostram Deus como sendo "riquíssimo em misericórdia" (Ef 2:4-ARC) e "cheio de misericórdia e compaixão" (Tg 5:11-AEC). Sua misericórdia é: grande (Sl 69:16; 1ª Pe 1:3); duradoura (Dt 5:10) e eterna (Lm 3:22). O Senhor Deus é misericordioso para com os gentios (Rm 11:30-31); para com os que O temem (Dt 7:9; Lc 1:50) e até os que não temem a Deus compartilham das ternas misericórdias Dele (Ez 18:23, 32; 33:11; Lc 6:35-36). Outros termos usados na Bíblia para expressar a misericórdia de Deus são: compaixão, piedade, pena e benignidade.

6. A graça de Deus.

A graça de Deus é a sua imerecida bondade ou amor manifestado para com os que perderam o direito a ela e estão sob sentença de condenação. O amor de Deus para com o ser humano é sempre imerecido, pois é oferecido gratuitamente e o homem muitas vezes o rejeita, mesmo sem merecer. A graça de Deus é a fonte de todas as bênçãos espirituais concedidas aos pecadores. Sua graça tem maior significação prática para os pecadores. É pela graça de Deus que o caminho da redenção foi aberto aos pecadores (Rm 3:24; 2ª Co 8:9) e pela graça os pecadores recebem o dom de Deus em Jesus Cristo (Ef 2:8). Pela graça são justificados (Tt 3:7); também pela graça são enriquecidos de bênçãos espirituais (Jo 1:16; 2ª Ts 2:16); e finalmente recebem a salvação pela graça (Ef 2:8-9; Tt 2:11). Os seres humanos vivem absolutamente sem méritos próprios, estando na total dependência da graça de Deus em Cristo.

V. A TRINDADE SANTA

1. A Trindade no Antigo Testamento.

A doutrina da trindade é um mistério que ultrapassa a nossa possibilidade de compreensão. Com trindade queremos dizer que Deus subsiste em três pessoas. Há em Deus três personalidades divinas e distintas, sendo cada uma igual à outra quanto à essência. No entanto, não há três deuses; as Escrituras Sagradas ensinam que Deus é um e que além Dele não existe outro Deus (Dt 6:4). Embora sejam obras das três pessoas conjuntamente, atribui-se a criação primariamente ao Pai, a redenção ao Filho e a santificação ao Espírito Santo. No entanto, em cada uma dessas operações divinas os três estão presentes cooperando juntamente. As passagens do Antigo Testamento que ensinam acerca da trindade são as seguintes: Gn 1:1-2,26; 3:22; 11:6-7; etc. Todos os membros da trindade santa são mencionados no Antigo Testamento: o Pai (Is 63: 16; Ml 1:6; 2:10); o Filho (Sl 2:6-7; Pv 30:4; Is 9:6); o Espírito Santo (Gn 1:2; Sl 51:11; Is 48:16; 61:1; 63:10-11). A Bíblia diz que o Pai é Deus (Is 64:8), que o Filho é Deus (Jo 1:1; 20:28) e que o Espírito Santo é Deus (At 5:34).

2. A Trindade no Novo Testamento.

No Novo Testamento encontramos a doutrina da trindade com mais clareza do que no Velho Testamento:

A) No batismo do Filho, o Pai fala, ouvindo-se do céu a sua voz e o Espírito Santo desce na forma de pomba (Mt 3:16-17).

B) Na grande comissão Jesus menciona as três pessoas, na formula batismal: "Batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28:19).

C) Na declaração de Jesus de que ele rogaria ao Pai para nos dar outro Consolador "O Espírito da verdade" (Jo 14: 16,17).

D) Na maneira pela qual o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão associados em Sua obra (I Co 12:4-6; I Pe 1:2; 3:18).

E) E na benção apostólica, pela qual invocamos “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo”, sobre as pessoas (2ª Co 13: 13 -ARC).

3. A Bíblia Sagrada atribui a cada pessoa da trindade as perfeições divinas.

A) Eternidade. O Pai (Rm 16:26); o Filho (Ap 22: 13); o Espírito Santo (Hb 9:14).

B) Onipresença. O Pai (Jr 23:24); o Filho (Mt 28:20); o Espírito Santo (Sl 139:7-12).

C) Onisciência. O Pai (Mt 10:29-30); o Filho (10 2:24-25); o Espírito Santo (1ª Co 2:9-11).

D) Onipotência. O Pai (Gn 17:1); o Filho (Ap 1:8); o Espírito Santo (Rm 15: 19).

E) Santidade. O Pai (Jo 17:11); o Filho (At 3:14); o Espírito Santo (At 5:3-4).

F) Doador Da Vida Eterna. O Pai (Rm 6:23); o Filho (Jo 11:25); o Espírito Santo (Gl 6:8).

FONTE DE PESQUISA


TEOLOGIA SISTEMÁTICA I. Pr. Gilmar Santos e Pr. Francisco de Freitas. Faculdade de Teologia de Goiânia GO. www.fundacãogilmarsantos

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

BIBLIOLOGIA - A DOUTRINA DAS SAGRADAS ESCRITURAS



I.        A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS

1. Para revelar um pouco mais de Deus.


O homem precisa de uma revelação. E isto é justamente o que Deus tem feito. Ele quer que o homem o conheça; eis aí a razão Dele se revelar. Certamente, nunca poderíamos conhecer a Deus se Ele não tivesse se revelado a nós. A ampla revelação de Deus encontrada: na NATUREZA (Sl 8:1-3; 19:1-6; Is 40:12-14,26; At 14:15-17); na HISTÓRIA (Sl 78:1-7; At 17:26, 27) e na CONSCIÊNCIA (Rm 1:19, 20; 2:14-16). Apesar da revelação geral de Deus na natureza, na história e na consciência, o mundo gentio voltou-se para a idolatria, a mitologia e para o politeísmo, Por isso uma revelação mais plena se fazia grandemente necessária.

2. Para dar aos homens um agrupamento das revelações de Deus por escrito.

É de se esperar da parte de Deus uma incorporação das revelações que foram dadas, ara fornecer uma fonte confiável da verdade. As Sagradas Escrituras registram o conhecimento de Deus e o Seu relacionamento com as criaturas. O cristão tem a Bíblia como, a única fonte suprema e infalível, ela é a sua única regra de fé e prática (Rm 15:4). A Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem. As revelações não escritas de Deus não oferecem respostas reais à questão da condição caída do homem (Êx 17:14; 24:12; 31:18; 32:15, 16; Dt 10:4; 31:9).

3. Por causa da condição humana.

O homem não é apenas um pecador debaixo da condenação eterna, inclinando-se para longe de Deus, ignorante a respeito dos propósitos e dos métodos de salvação de Deus. Incapaz de retomar para o Senhor Deus por suas próprias forças. O ser humano encontra-se em uma condição desesperadora, da qual ele apenas parcialmente tem consciência, e não sabe se pode ser salvo dessa condição e nem, se isso for possível, como fazê-lo. O homem precisa de instrução infalível a respeito de seu mais importante problema na vida: sua eternidade. A revelação por escrito se tornou necessária devido à queda do homem. Dessa maneira a Bíblia é o principal meio do homem natural vir a conhecer a Deus e sua vontade para com a humanidade. Ela foi escrita, segundo a presciência de Deus, para revelar ao homem caído o plano da salvação. O Senhor Deus é Onisciente: Ele conhece tudo sobre a necessidade do homem. Ele é santo, não podendo desculpar o pecado e aceitar a comunhão com o homem enquanto ele estiver nessa condição. Como Ele é amoroso e bondoso, pode escolher e pôr em funcionamento um plano de salvação. E como Ele é Onipotente, pode revelar a Si próprio e também dar por escrito as revelações a Seu respeito que forem necessárias para trazer salvação a todos (Sl 53:1-3; 130: 1-8; Is 64:6-8; Jo 20:29-31; Rm 3:9-23).

II.     A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS


1. A definição de inspiração.

A palavra inspiração designa a influência controladora que Deus exerceu sobre os escritores das Sagradas Escrituras. O Espírito Santo habilitou-lhes a receber e registrar a mensagem divina com absoluta exatidão. "Inspiração é a operação; a assistência do Espírito Santo sobre os escritores sagrados, a fim de evitar que cometessem erros, na ocasião em que escreveram o que haviam recebido por intermédio da operação sobrenatural" (O Cristão). Inspiração é "aquele inexplicável poder que o Espírito divino estendeu antigamente aos autores das Sagradas Escrituras, para que fossem dirigidos mesmo no emprego das palavras que usaram e para preservá-los de qualquer engano ou omissão" (L. Gaussen). Inspiração é essencialmente "orientação divina", isto é, o Espírito Santo supervisionou a seleção dos autores e dos seus escritos. Temos na Bíblia, portanto, a Palavra de Deus verdadeiramente inspirada pelo Espírito Santo (2ª Tm 3:14-17; 2ª Pe 1:19-21).

2. Provas da inspiração da Bíblia.

A Bíblia é superior a todos os outros livros religiosos em seu conteúdo. Ela estabelece os mais altos padrões éticos; exige a mais absoluta obediência; denuncia todo tipo de pecado; mas informa o pecador sobre como ele pode se acertar com Deus, preservá-la em face de perseguição e a oposição da chamada ciência. As Sagradas Escrituras têm produzido resultados práticos; tem influenciado várias gerações, transformando vidas, trazendo luz, inspiração e conforto a bilhões que a leem e sua obra ainda continuará. Dentre outras provas da inspiração da Bíblia, vamos ainda referir as seguintes:

A) O Senhor Jesus aprovou a veracidade e autoridade da Bíblia: lendo-a (Lc 4:16-20); ensinando-a (Lc 24:27); chamando-a de a Palavra de Deus (Mc 7:13); interpretando-a (Lc 24:44).

B) Nosso Senhor deu sua opinião a respeito da inspiração da Bíblia. Ele disse que "a Escritura não pode ser anulada" (Jo 10:35-ARC). Ele também disse que não veio para "destruir a lei ou os profetas" (Mt 5:17-ARC); o Senhor estava se referindo a todo o Antigo Testamento.

C) Jesus aprova a inspiração da Bíblia ao decretar: "Em verdade vos digo que até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” Mt 5:18-AEC.

D) Os discípulos também aprovaram a Bíblia (Lc 3:4-2; 2ª Tm 3:16; Hb 1:1; 2ª Pe 1:21; 3:2; At 1:16; 3:18).

3. O que as escrituras dizem acerca da sua inspiração.

As Escrituras se dizem inspiradas. Um exame delas revelará esta grande verdade. A Bíblia afirma ser a inspirada Palavra de Deus. Os escritores do Velho Testamento tinham plena convicção de que escreviam aquilo que Deus lhes ordenava (Êx 34:27; Is 8:1; Jr 30:2; Ez 24: 1-2; Dn 12:4; Hc 2:2). Os profetas tinham certeza absoluta de que eram mensageiros do Senhor Deus, por isso, eles sempre usavam os termos: "E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:" (Ez 6:1); "Assim diz o Senhor" (Is 66:1); "Assim me disse o Senhor" (Jr 13:1); "E veio a palavra do Senhor a" (Jn 1:1-ARC). A Bíblia registra mais de 3.800 destas confirmações proféticas. Os escritores do Novo Testamento usam com freqüência muitos termos como estes: "não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina" (I Co 2:13-ARC); "como, em verdade, é a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós" (I Ts 2:13-ARA); "nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus" (At 20:27-ARC) e "as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor" (1ª Co 14:37-ARC).

III.  A CANONICIDADE DAS SAGRADAS ESCRITURAS

1. A canonicidade dos livros do Antigo Testamento.


O termo cânone vem da palavra grega Kanon, que significa "vara reta de medir", isto é, aquilo que serve de norma, regra, padrão. Referindo-se à Bíblia, significa aqueles livros que foram medidos, foram aprovados como tendo sido inspirados por Deus e aceitos por sua autoridade e autenticidade divina. As Sagradas Escrituras como cânone sagrado é a nossa norma, regra ou padrão de fé e prática. Os livros do Velho Testamento são canônicos por vários motivos: um desses motivos é que eles são inspirados por Deus (Jr 1:12); e, em segundo lugar, o Senhor Jesus colocou sobre eles o selo de sua autoridade (Jo 5:39, 45-47; Lc 24:27, 44-45; Mt 5:17-18). A Igreja investigou a autoridade dos escritores de cada livro da Bíblia para considerá-los canônicos, isto é, sagrados. O cânone do Velho Testamento compreende trinta e nove livros, que são os que temos hoje. Os livros do Velho Testamento foram colecionados e selecionados por Esdras e os membros da grande sinagoga, como afirmam os historiadores judeus: Flávio Josefo (37-100 d.C.), David Kimchi (1160-1232 d.C.) e Elias Levita (1465-1549 d.C.). Os escritores do Novo Testamento atestam como canônicos os livros do Velho Testamento, fazendo centenas de citações do Velho no Novo como sendo oráculos divinos. São mais ou menos 190 referências ao Pentateuco, 101 aos Salmos, 104 ao profeta Isaías e umas 30 aos profetas menores. No ano 90 d.C., em Jâmnia, perto de Jafa na Palestina, os rabinos, reunidos numa assembléia, sob a presidência de Johanan Ben Zakai, reconheceram e sancionaram o cânone do Velho Testamento. Porém, o trabalho deles foi apenas o de reafirmar a canonicidade do Antigo Testamento que já era aceito por todos os judeus muitos séculos antes desta data.

2. A canonicidade dos livros do Novo Testamento.

A formação do cânone do Novo Testamento levou quase cem anos para ser concluído.  É notável o fato de não ter havido a interferência da autoridade da igreja na constituição do cânone do Novo Testamento; este se formou sozinho. Esta não interferência de autoridade constitui numa posição valiosa de evidência quanto à genuinidade destes livros. Existe quatro princípios gerais que ajudaram a determinar que livros deveriam ser aceitos como canônicos ou não, pois naquela época surgiram muitos livros apócrifos do Novo Testamento, exatamente como aconteceu nos tempos do encerramento do cânone do Antigo Testamento; estes livros nunca foram aceitos pelos judeus, nem por nosso Senhor Jesus como parte das Sagradas Escrituras. Estes princípios ou provas usadas para determinar a canonicidade dos livros do Novo Testamento são os seguintes:

A) Prova Apostólica. Se o livro foi escrito por um apóstolo ou se o autor tinha um relacionamento muito grande com um apóstolo, de modo que o seu livro viesse a ser autenticado pela autoridade apostólica. O evangelista Marcos foi respaldado pelo apóstolo Pedro; o doutor e evangelista Lucas pelo apóstolo Paulo.

B) Prova Da Espiritualidade. Se o livro tinha alguma evidência interna de seu caráter único e se o seu conteúdo era de natureza espiritual, trazendo ajuda e edificação para as necessidades espirituais do ser humano; ou, se trazia a revelação divina.

C) Prova Da Universalidade. Se o livro era recebido universalmente nas igrejas locais, pois houve entre elas total unanimidade quanto à certeza de que estes livros que compõe o Novo Testamento podiam ser contados como livros sagrados, isto é, canônicos.

D) Prova Da Inspiração. Se o livro era lido e estudado em todas as igrejas e se o mesmo, realmente, apresentava evidências de ter sido inspirado por Deus. A prova final foi a da inspiração; tudo tinha que cair diante deste teste. No final do quarto século da nossa era, todos os vinte e sete livros do Novo Testamento atual haviam sido reconhecidos por todas as igrejas do ocidente. Depois do Concílio Damasino de Roma (382 AD.) e do Concílio de Cartago (397 AD.), a questão do cânone foi concluída no ocidente. 

HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA

I. PARTICULARIDADES DA HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA

A existência das Sagradas Escrituras até os dias atuais constitui-se num milagre ímpar. Jamais aconteceu, em outro lugar deste mundo e em situações tão contrárias, se reunirem tantos e diferentes escritos contendo lei, história, poesia, profecia, biografia e ética, em um único livro. Apesar de quarenta homens haver levado cerca de dezesseis séculos para produzir os sessenta e seis livros que compõe a Bíblia, ela é, na realidade, um livro único e harmonioso. Ela apresenta um ponto de vista doutrinário, um único e infalível plano de salvação, um padrão moral, um programa das eras e uma visão do mundo.

A) Os Escritores. Os escritores da Bíblia foram homens escolhidos por Deus e eram homens de praticamente todas as atividades da vida humana daquela época, motivo da diversidade de estilos encontrados nela. Moisés foi príncipe e legislador, "educado em toda a ciência dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras" (At 7:22-ARA). Josué foi um grande comandante. Davi e Salomão foram reis e poetas. Isaías foi profeta e estadista. Daniel foi ministro de estado. Pedro, Tiago e João foram pescadores. Amós foi agricultor e cuidava do gado. Jeremias e Zacarias eram profetas e sacerdotes. Mateus, funcionário público. Lucas, historiador e médico. Paulo, teólogo e erudito, e assim por diante. Apesar de toda essa diversidade de formação e ocupação dos escritores, quando se examina os seus escritos, nota-se que eles se harmonizam e se completam, formando um só e não muitos livros.

B) As Condições. As circunstâncias em que os escritores da Bíblia se encontravam quando escreveram os seus livros, foram as mais variadas. Veja o exemplo: Moisés escrevia seus livros nas paragens do deserto durante a peregrinação; Davi escreveu até mesmo quando perseguido e também nas verdes campinas; Salomão, na calma da paz e no conforto palaciano. Josué escreveu no meio das batalhas de conquista de Canaã; Paulo e Jeremias, nas escuras e sombrias prisões; João, no exílio em Patmos, por causa do testemunho de Cristo. A despeito de tantas e diferentes condições, em que os livros da Bíblia foram escritos, ela apresenta um só corpo de doutrinas, um só discurso de amor, um só raciocínio, um só assunto. A Bíblia apresenta harmonia e unidade de Gênesis ao Apocalipse.

II. O MOTIVO DA HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA

Se a Bíblia fosse uma obra produzida somente pelo esforço humano, evidentemente sua composição seria muito confusa e incompreensível. Façamos a seguinte hipótese: que quarenta dos melhores escritores da atualidade, providos de alguns meios necessários, fossem isolados uns dos outros e em situações totalmente diferentes, com a missão de escreverem partes de uma obra, e, no final, fossem reunidas todas as obras escritas, nunca teríamos um conjunto harmônico e uniforme. Imagine isto acontecendo nas épocas em que as Sagradas Escrituras foram escritas. A desordem seria enorme. Num tempo em que os meios de comunicação em nada se pareciam com os de hoje. Não resta nenhuma dúvida de que a Bíblia é o resultado da operação de Deus na vida dos seus escritores. A unidade e harmonia da Bíblia são uma prova incontestável da origem divina dela (Sl 19:7-8).

III. O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA CRISTO


Cristo é o tema central da Bíblia, pois, Ele mesmo disse: "Examinais as Escrituras, porque pensais ter nelas a vida eterna. São estas mesmas Escrituras que testificam de mim" (Jo 5:39-AEC). O Antigo Testamento prepara o caminho para a Sua vinda e o prediz através de tipos e em profecias. Na Bíblia temos a lista dos ascendentes de Cristo Jesus, o Messias. Jesus haveria de ser a semente da mulher, do povo de Sem, da genealogia de Abraão, da procedência de Isaque e Jacó, da tribo de Judá e da família de Davi (At 3:18; 10:43; Ap 22:16). Há nas Sagradas Escrituras o registro de acontecimentos futuros relacionados à pessoa de Cristo e ao seu ministério terreno. Desde a sua encarnação até a sua segunda vinda, tudo foi profetizado antecipadamente, de Gênesis ao Apocalipse. O Antigo Testamento trata da preparação do nascimento de Cristo. Os Evangelhos tratam de sua encarnação e vida terrena. As Epístolas fazem a explicação da Doutrina de Cristo. O livro do Apocalipse faz a narração da consumação de todas as profecias, através de Jesus Cristo.

A CREDIBILIDADE DAS ESCRITURAS

I. A CREDIBILIDADE DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO

A credibilidade dos livros do Antigo Testamento é comprovada por três grandes fatos:

A) O Testemunho De Como Cristo Recebeu O Antigo Testamento. O Senhor Jesus aceitou como digno de crédito um grande número de ensinamentos do Antigo Testamento, como por exemplo: A criação do Universo por Deus (Mc 13:19); a criação direta do ser humano (Mt 19:4-5); a personalidade e o caráter maligno de Satanás (Jo 8:44); a destruição do mundo pelo dilúvio nos dias de Noé (Lc 17:26-27); o livramento de Ló e a destruição de Sodoma e Gomorra (Lc 17:28-30); a revelação de Deus a Moisés na sarça ardente (Mc 12:26); a experiência de Jonas no ventre do grande peixe (Mt 12:3940). O testemunho de Jesus Cristo é incontestavelmente verdadeiro.

B) O Testemunho Proveniente Da História. A História fornece muitas provas da exatidão das narrações bíblicas da vida no Egito, Assíria, Babilônia, e outros. Um grande número dos governantes destes países são mencionados pelo próprio nome na Bíblia, e nenhum deles é apresentado de maneira a contradizer o que, a seu respeito, é conhecido na História. Nem Belsazar (Dn 5:1), nem Dario, o Medo (Dn 5:31), são mais considerados como personagens fictícios.

C) O Testemunho Oriundo Da Arqueologia. A arqueologia também fornece muitas confirmações dos relatos contidos nas Sagradas Escrituras. Uma tábua foi encontrada na Babilônia, com um relato do dilúvio, tão parecido com o relato bíblico, "que dizem ser dois relatos do mesmo acontecimento". A guerra dos reis (Gn 14) não pode mais ser colocada em dúvida, porque as inscrições no Vale do Eufrates "mostram, incontestavelmente que os quatros reis mencionados na Bíblia como tendo participado deste evento não são ‘invenções’, mas sim personagens históricos reais", Anrafel é identificado como o Hamurabi, cujo código de leis foi recentemente descoberto por De Morgan em Susa. A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito; que o povo foi escravo naquela terra; e que ele finalmente saiu daquele país. A data bíblica para o êxodo foi confirmada recentemente pelas pesquisas de John Garstang, ele data o êxodo como em 1.447 a.C. As tábuas Tell al-Amarna revelam uma completa desunião entre as cidades-estados, cada uma vivia por conta própria; exatamente como está relatado no livro de Josué. Existe um grande número de testemunhos da arqueologia nos dias de hoje, provando que a Bíblia é digna de crédito.

II. A CREDIBILIDADE DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO

A credibilidade dos livros do Novo Testamento é comprovada por quatro grandes fatos:

A) Os Livros Do Novo Testamento São Harmoniosos. Os Evangelhos Sinóticos não se contradizem, mas completam um ao outro. Os detalhes no Evangelho de João se encaixam harmoniosamente com os três primeiros. O livro de Atos dá os antecedentes históricos para as Epístolas de Paulo. As Epístolas Pastorais estão todas de acordo umas com as outras. Hebreus e as Epístolas Gerais, bem como o Apocalipse, podem, sem forçar o texto, ser encaixados no primeiro século. Também doutrinariamente os livros do Novo Testamento estão em harmonia. Os vinte e sete livros do Novo Testamento apresentam um panorama harmonioso de Cristo Jesus e de sua obra. Isto pesa em favor da credibilidade dos livros do Novo Testamento.

B) Os Livros Do Novo Testamento Estão De Acordo Com A História. O Novo Testamento traz inúmeras referências à História Contemporânea, tais como o recenseamento quando Quirino era governador da Síria (Lc 2:2), a história de Herodes, o Grande (Mt 2:16-18), que mandou matar os meninos de Belém, de dois anos para baixo e também matou sua mulher e três de seus filhos; de Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande. Foi esse tirano que degolou João Batista, apedido de Salomé, filha de Herodias, mulher de seu irmão Felipe (Mt 14:1-12); de Herodes Agripa I, neto de Herodes Magno, este matou Tiago, irmão de João à espada e morreu comido de vermes (At 12: 1:2-23); de Herodes Agripa II, filho de Herodes Agripa I, julgou o apóstolo Paulo, assistiu do lado dos romanos a tomada de Jerusalém pelo General Tito no ano 70 d.C. Este foi o último dos Herodes (At 25:13-27; 26:1-32); de Gállio – Junius Annaeus Gállio, procônsu1 romano da Acaia e irmão do filósofo Lucius Annaeus Sêneca (At 18:12-17) etc. Em época alguma, alguém conseguiu mostrar que o relato bíblico tem alguma contradição com a História.

C) Os Livros Do Novo Testamento Foram Escritos Por Testemunhas Competentes. Os escritores do Novo Testamento tinham as qualificações para dar testemunho e ensinar a verdade divina. Mateus, Pedro e João foram apóstolos de Cristo (Lc 6:12-16), e foram testemunhas oculares e auriculares de seus ensinos e milagres (At 4:20). Marcos, de acordo com o historiador Papias, foi o intérprete do apóstolo Pedro, escreveu com fiel exatidão os relatos de Pedro. Lucas, o médico amado (Cl 4:14), foi o companheiro de Paulo e tinha muitos contatos pessoais com os apóstolos e outras testemunhas da história cristã. .Juntando tudo isto com a sua cultura grega, o seu preparo intelectual e sua comunhão com homens como Marcos, (que também escreveu um Evangelho), capacitou-se a escrever um Evangelho agradável, completo e digno de crédito. Paulo foi chamado e nomeado por Cristo e diz que recebeu o Evangelho diretamente de Cristo (Gl 1:11-17). Judas e Tiago eram irmãos do Senhor Jesus. As mensagens destes dois escritores chegam aos nossos dias com esse antecedente (Gl 1:l9; Jd l; Mt 13:55). Todos os escritores do Novo Testamento receberam o revestimento e a inspiração do Espírito Santo, tornando-se assim homens qualificados por Deus. Seus escritos, isto é, o Novo Testamento é totalmente digno de crédito.

D) Os Livros Do Novo Testamento Foram Escritos Por Homens Honestos. A ilimitada preocupação com a verdade, o conceito moral de seus escritos e as circunstâncias de seus registros indicam que os escritores do Novo Testamento eram homens honestos. Outro fato que demonstra a honestidade deles, é que o testemunho que aqueles crentes deram, pondo em perigo todas as vantagens materiais, assim como suas posições sociais e até mesmo as suas próprias vidas (Mt 4:18-22; Cl 4:14).

FONTE DE PESQUISA
1.      TEOLOGIA SISTEMÁTICA I. Pr. Gilmar Santos e Pr. Francisco de Freitas. Faculdade de Teologia de Goiânia GO. www.fundacãogilmarsantos.



sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O QUE É SECULARISMO


Como reconhecer uma igreja que presa pelos tentáculos da secularização?

Faz necessário analisarmos o conceito da palavra secularização para entendermos como o deus deste século trabalha ardilosamente no mundo espiritual.

A raiz latim saeculum refere a uma geração ou de uma época. No latim eclesiástico, adquiriu o significado de “o mundo”, “a vida do mundo” e “o espírito do mundo”, sendo por esta via que se chegou ao sentido da palavra “secularização”. Na discussão contemporânea, secularismo e humanismo são frequentemente vistas e entendem como humanismo secular, uma abordagem à vida e de pensamento, indivíduo e sociedade, que glorifique a criatura em vez do Criador.

“Secularismo é o inverso da espiritualidade bíblica na vida do crente. É uma forma sutil, capciosa, ardilosa, disfarçada, de corrupção na igreja” [Gilberto. Revista obreiro, p. 37].

De certa forma, o secularismo já adentrou dentro de algumas igrejas cristãs. O secularismo tende a profanação do sagrado. Quando uma igreja se torna secular, tende a desprezar os valores espirituais e a exaltar os humanos e materiais. Há igreja, cujos santuários e púlpitos transformaram-se em locais de entretenimentos e demonstrações de cultura popular. A Bíblia porém afirma: “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).

“A pior forma de responder ao desafio do secularismo é se adaptar aos padrões seculares de linguagem, pensamento e forma de viver. Se os membros de uma sociedade secular se voltam para uma religião, eles o fazem por estarem procurando algo além do que a cultura deles já provê. É contra produtivo oferecer-lhes uma religião secularizada que está cuidadosamente arrumada de forma a não ofender suas sensibilidades seculares. Nessa conexão, parece que as principais igrejas na América ainda tem que internalizar a mensagem de Dean Kelley em seu livro escrito há quase vinte e cinco anos atrás, Why Conservative Churches Are Growing (Porque Igrejas Conservadoras Estão Crescendo). O que as pessoas buscam na religião é uma alternativa plausível, ou no mínimo um complemento à vida numa sociedade secular. A religião que é nada mais do que “mais do mesmo” provavelmente não será nada interessante.

Eu me apresso em dizer que isso não é um argumento a favor de um tradicionalismo morto. A velha maneira de fazer as coisas na igreja pode incluir elementos que são extremamente entediantes e sem sentido. O Cristianismo proposto como uma alternativa ou complemento à vida numa sociedade secularizada deve ser tanto vibrante quanto plausível. Acima de tudo, deve ser substancialmente diferente e propor uma diferença na maneira em que as pessoas vivem. Quando a mensagem e o ritual são acomodados, quando as extremidades ofensivas são removidas, as pessoas suspeitam que o clero não acredite realmente em nada muito distinto. A apresentação plausível e persuasiva das particularidades Cristãs não são uma questão de marketing. É uma questão de o quê as igrejas devem às pessoas nas nossas sociedades secularizadas: a proclamação do Cristo ressurreto, a alegre evidência da vida nova em Cristo, da vida que supera a morte.

Por não ser um argumento a favor do tradicionalismo (tendo em mente a perspicaz observação de Jaroslav Pelikan de que a tradição é a fé viva dos mortos enquanto o tradicionalismo é a fé morta dos vivos), então isso também não é um argumento a favor do fundamentalismo. Reconhecidamente, o termo fundamentalista hoje é usado para condenar qualquer religião que ofenda seriamente as sensibilidades seculares. Por fundamentalismo eu quero dizer uma religião que, de forma ignorante afirma uma certeza, se recusando a usar a racionalidade humana.

Será que os secularistas estão certos ao expor a irracionalidade, o fanatismo, e a intolerância quando estas aparecem em nome da religião, mesmo quando eles o fazem para desacreditar a religião como tal.
O Fundamentalismo, é o nome dado a movimentos, cujos adeptos mantém estrita aderência aos princípios fundamentais.

[...] O Termo fundamentalismo popularmente empregado refere-se pejorativamente a qualquer grupo religioso de infringentes de uma maioria, conhecido como Fundamentalismo religioso, ou refere-se a movimentos étnicos extremistas com motivações (ou inspirações) apenas nominalmente religiosas, conhecido como Fundamentalismo étnico. O Fundamentalista acredita em seus dogmas como verdade absoluta, indiscutível, sem abrir-se, portanto, à premissa do diálogo.

Fundamentalismo “é um movimento que objectiva voltar ao que são considerados princípios fundamentais, ou vigentes na fundação do determinado grupo”. Especificamente, refere-se a qualquer grupo dissidente que intencionalmente resista a identificação com o grupo maior do qual diverge quanto aos princípios fundamentais dos quais imputa ao outro grupo maior ter-se desviado ou corrompido pela adoção de princípios alternativos hostis ou contraditórios à identidade original.

No estudo comparativo das religiões, fundamentalismo pode se referir a movimentos anti-modernistas nas várias religiões.

Por extensão de sentido o termo “fundamentalismo” passou a ser usado por outras ciências para significar uma crença irracional e exagerada, uma posição dogmática ou até um certo fanatismo em relação a determinadas opiniões... [Fundamentalismo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundamentalismo – acessado dia 15/07/2009].

O fundamentalismo, é a observância rigorosa às crenças religiosas tradicionais.

 Existe fundamentalismo religioso no Brasil?

O forte papel das igrejas cristãs e a ascensão exponencial das igrejas evangélicas nos últimos anos aliados à uma população que, em sua grande maioria, carece de formação educacional básica (e isto inclui o mínimo de conhecimento sobre ciência, razão e tecnologia) levam, ou podem levar, à formação de cidadãos fundamentalistas religiosos?

[...] Defino fundamentalismo religioso como: “... fonte de intolerância, na qual o outro é analisado sob a ótica de ameaça, símbolo do mal, que pode fragilizar as ´muralhas de verdade´ construídas pelo fundamentalista em seu discurso” [Winikipédia <>http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundamentalismo_religioso]

Pr. Elias Ribas


pr.eliasribas2013@gmail.com