TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O TRABALHO DOS ANJOS NA GRANDE TRIBULAÇÃO



O capitulo 14 é a continuação do grande parêntese que começou no capitulo 12 e se encerra no capitulo 14.20, pois o 15 já é a preparação para os anjos derramarem suas taças, o que ocorre em 16.2. A sétima trombeta, que teoricamente introduz a última sequência das pragas que é as sete taças, é tocada em Ap 11.15, e as taças são introduzidas em 16.2, sendo do 12 ao 14 um parêntese de narração, e o 15 a preparação para as taças.

No capítulo 14, João vê uma série de anjos no céu que aparecem de forma harmônica e cada um com uma mensagem especifica. Na verdade, se trata no total de seis anjos, que agora têm a proclamar uma mensagem desde o céu. Eles passam anunciando recados importantes de advertência e de terrível juízo de Deus, porém de outra perspectiva: “a pregação do evangelho eterno”. 

1. O primeiro anjo anuncia o evangelho eterno.

“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.6-7). 

A voz, das duas testemunhas e o testemunho dos cento e quarenta e quatro mil calou-se agora sobre a terra, e o evangelho eterno é então anunciado por um anjo, que voa pelo meio do céu. Portanto, quando não houver mais nenhuma língua humana para anunciar o evangelho, o céu fala. Então os anjos, que o Anticristo não pode atingir, pregarão o evangelho e todas as nações, tribos e línguas serão obrigadas a escutar, mesmo que não queiram ouvir. A Palavra de Deus não está algemada, mas eternamente viva e tem que ser ouvida.

A palavra evangelho no hebraico é “besorah” e no grego é “evangelion”. Em ambos os casos significam “Boas Novas” para a humanidade, porém aqui são as boas novas do reino de Deus que acontecerão em breve.

A palavra evangelho é a boa notícia de que Jesus Cristo foi crucificado na Cruz do Calvário pelo pecado do mundo e que aquele que aceita isto pessoalmente na fé, é justificado pela ressurreição de Jesus Cristo. Esse é o chamado “evangelho de Deus” (Rm 1.1) e “evangelho de Cristo” (2ª Co 10.14). Trata-se também do “evangelho da graça de Deus” (At 20.24), porque salva os que são malditos pela lei. Além disto, a Escritura fala também do “evangelho da glória” (1ª Tm 1.11) e do “evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13). Mas é também o “evangelho do reino” (vs. 6-7). O próprio Senhor Jesus pregou o evangelho do reino, antes de ir para a cruz: “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mt 4.23). Antes de subir ao céu, Ele comissionou a Sua Igreja para dar continuidade na pregação do evangelho (At 1.8). Na primeira fase da Tribulação as duas testemunhas anunciaram o evangelho (Ap 11.3-6 e 144 mil Judeus irão se converter mas, no final da Grande Tribulação os anjos darão continuidade à pregação deste evangelho, cumprindo as palavras preditas por Jesus quando declarou: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24.14).

O apelo do primeiro anjo contém três ordens: 1. Temer a Deus; 2. Dar-Lhe glória; e 3. adorá-Lo por ser o Criador.

Temer a Deus...”. A palavra temei no grego é phobeo. Ela não é usada aqui com sentido ter medo, mas chagar na presença do Eterno com reverência e respeito.

Dar-Lhe glória...” Dar glória é honrar a Deus. Ele merece toda a glória por causa de quem é e o que fez. Deus nos criou para Sua glória. Nós fomos criados para glorificar a Deus. Todo o universo dá glória a Deus (Sl 66.4). O único ser no céu e na terra que merece toda honra e toda glória é somente Yawwh. É fácil esquecer isso na vida diária e glorificar a criação em vez do Criador. Podemos nos maravilhar com a natureza e com tudo que as pessoas já fizeram, mas não devemos glorificar a natureza, nem as pessoas como deuses, pois caímos no pecado da idolatria.

Adorá-Lo por ser o Criador.” A voz do primeiro anjo, anuncia o evangelho no céu e também convida o mundo à adoração ao Criador. Seu evangelho é: “adorem e temam a Deus”. Isto é o contrário da mensagem da besta, que exige adoração da imagem da besta. Ao mesmo tempo esse primeiro anjo anuncia também o juízo.

“.... é chegada a hora do seu juízo...”. O tempo do verbo nessa passagem indica que começou o juízo. Esse juízo ocorre antes da vinda de Jesus em glória. O juízo precede o advento.

O resultado da pregação do evangelho eterno será então o juízo sobre o mundo das nações, por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. A respeito o próprio Senhor fala em Suas palavras sobre os tempos finais: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas” (Mt 25.31-32).

O evangelho do reino é a mensagem que Deus vai estabelecer nesta terra o reino do Cristo, do Filho de Davi, como cumprimento da aliança com Davi. 

2. O segundo anjo anuncia a queda Babilônia. “Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu a grande Babilônia que fez todas as nações beberem do vinho da fúria da sua prostituição.” (V. 8).

O profeta Habacuque também emprega os dois sentidos do cálice. “A Babilônia seduziu seus companheiros com o cálice da mão direita do Senhor.”

Precisamos compreender esta mensagem angélica, pois não se trata da Babilônia literal, mas sim da Babilônia espiritual e apostata que se propagou no meio do cristianismo.

Esse anjo anuncia a queda da Babilônia. Aqui se trata de alguém ou algo muito abominável, pois esta Babilônia não é somente objeto da ira de Deus, mas objeto do “furor” da sua ira.

A Babilônia, também é chamada de meretriz e se torna uma das principais personagens nos capítulos 17 18. E sobre este assunto, estudaremos nestes dois capítulos. 

3. O terceiro anjo tem uma mensagem de Juízo. “Seguiu-se a estes, outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome” (Ap 14.9-11). 

No capítulo 13 versos 13 a 16, o Anticristo ordena todos os habitantes da terra a receber a marca do seu nome, ou seja, a marca da besta. “Seriam mortos todos os que se recusassem adorar a Besta e a sua imagem, e não recebessem o sinal na testa e na mão”. Por isso o terceiro anjo traz uma mensagem de condenação e castigo eterno, que nunca acabará, da realidade do inferno. Embora, muitos negam a eternidade do inferno, o apóstolo escreve no verso dizendo: “A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite.” (V. 11).

A palavra eternidade no grego aion e transmite a ideia de que algo durará para sempre. Portanto, para esses que reformulam o amor Deus, ensinando que um Deus de amor não lançará ninguém no inferno. Por três vezes Jesus falou a Seus discípulos sobre o inferno: “é melhor entra na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se acaba” (Mc 9.43; veja os versículos seguintes, 45,47).

A segunda morte (separação eterna de Deus), “no lago que arde com fogo e enxofre” (Ap 21.8), lugar onde serão atormentados para sempre (sheol), os adoradores da Besta e os pecadores de todas as épocas. Para os russelitas que não creem no inferno será tarde demais. “O fumo do seu tormento sobe para todo sempre”. O fumo produzido pelo fogo e o enxofre daquele lago é eterno, ou seja, dura para sempre (Is 34.10). Seu suplício é sem fim e nunca terão repouso. Só em Cristo está o descanso para a alma aflita (Mt 11.28), graças a Deus. Porém, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).

Esta sentença saiu do Trono, com dura manifestação do juízo de Deus contra os adoradores da Besta. Não haverá desculpa para aqueles que aceitaram a marca da besta e o adoraram o Anticristo, nenhum culpado poderá evitar o juízo de Deus (Sl 75.8; Is 51.17; Nm 14.18; Ne 1.3).

Agora os infiéis “beberão o cálice do vinho da ira de Deus”. O vinho é derramado puro, isto é, o juízo será sem misericórdia. “Serão atormentados com fogo e enxofre” “...para todo o sempre, sem repouso de dia e de noite.”

Este tormento terrível será individual, cada um padecerá eterno sofrimento (Ap 20.10; 21.8). Ao fogo, para tornar-se mais quente, é adicionado enxofre. Em Romanos, Paulo fala sobre a ira de Deus descendo dos céus (Rm 1.18) contra os infiéis. Deus permite que eles recebam justo juízo, pela consequência dos seus pecados. Em Apocalipse 6.17, o grande Dia da sua ira foi anunciado (Ap 11.18). Agora, será experimentado em toda a sua extensão por aqueles que seguiram a besta. 

4. A ceifa da terra. “Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. (Ap 14.14). 

Cristo o Filho do Homem. A revelação que João vê é extraordinária. Ele vê um semelhante a Filho de Homem sentado sobre uma nuvem branca. A nuvem que o Senhor está assentado não é negra ou cinza, mas branca. Em grego a palavra usada é “leukos”, traduzido por “luminosa” ou “lúcida”. Poderia se dizer: “portanto... uma nuvem luminosa”. João tenta descrever esta nova visão, a beleza que ele vê, a glória shekinah do Senhor.

O que João descreve é o mesmo Filho do Homem que séculos antes, foi visto por Daniel igualmente sobre as nuvens (Dn 7.13). A revelação de Daniel capítulo 7, assim como de João, ambos veem “um semelhante ao Filho do Homem”, são senas da segunda vinda de Jesus como rei e Juiz da terra. As profecias estão coligadas uma a outra. Quando Senhor Jesus falava do Seu retorno a esta terra Ele disse: “Então, aparecerá no céu o sinal do filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. Ele enviará os seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24.30-31). Jesus diante do julgamento do sacerdote Caifás, Ele declara: Desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt 26.64).

João contempla Jesus que vem julgar com juízo a humanidade anticristã e as duas bestas (o Anticristo e o falso profeta). “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele (Ap 17.14).

“tendo na cabeça uma coroa de ouro”. A palavra coroa no grego é stephanon que significa grinalda da vitória. Não é uma coroa que enfeita a cabeça d’Aquele que vem sobre a nuvem, mas uma coroa de ouro trata-se do rei das nações rei do mundo. O Rei dos reis coroado, que vem em grande poder e glória, tem na mão uma foice. A foice erguida está afiada para realizar a ceifa. Esta expressão nunca é utilizada para descrever o recolhimento de bons frutos. De modo que ela significa algo terrível, Ele vem aqui como Juiz do mundo. A terra tem que ser limpa das más plantas pelo trabalho de juízo da vingança divina. Esta é a razão da foice ser “afiada”. 

O quarto anjo. “Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada (Vs. 15-16). 

A mensagem do terceiro anjo é: “toma a tua foice e ceifa...”. A ferramenta básica na antiga ceifa de grãos, era usada uma foice aguda de pedra ou de ferro. Juntamente com o grito do anjo começa a ceifa, a seara está madura, e a terra foi ceifada. Agora Jesus vem como um Juiz para os adoradores da besta. O próprio Jesus usou esta analogia para ensinar os Seus discípulos acerca do castigo junto da promessa da redenção.

Jesus Cristo está assentado, portanto sobre esta nuvem luminosa, pronto para executar o juízo. Então “outro anjo grita em alta voz “do santuário” dirigindo-se “Aquele que está assentado sobre a nuvem” (v. 15). O anjo não comanda o Filho do Homem, mas é o mero mensageiro anunciando a vontade de Deus Pai, em cujas mãos são mantidos os quatro ventos (estações). O anjo sai do santuário, ele vem diretamente da presença de Deus para transmitir a ordem para o Filho do Homem (3.12; 7.15; 11.19). Qualquer ordem dada a Jesus teria que vir do Pai, pois somente o Pai tem autoridade sobre o Filho (cf. Jo 14.28; Mt 26.39,42; 28:18; 1ª Co 11.3; 15.27). 

O quinto anjo. “Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada.” (V. 17).

O quarto anjo também sai do santuário, mas, ao invés de trazer uma mensagem, ele tem uma foice aguda, assim como o Filho do Homem que está assentado no Trono. Porém, ele aguarda a ordem d’Aquele que está assentado no Trono, para fazer a colheita.

Vemos aqui o mesmo procedimento que nos versículos 15 e 16, mas referindo-se agora à vindima. O anjo que vem do céu, entretanto, é outro, não com relação à sua natureza, mas quanto à sua missão. Isso significa que João vê a volta do Senhor em diferentes aspectos.

Este anjo também saiu do santuário. Só que, ao invés de trazer uma mensagem, ele trazia uma foice aguda, assim como Jesus. Ou seja, isto indica que, após o arrebatamento da Igreja, chegou o momento determinado pelo Eterno para as uvas da maldade serem ceifadas. 

O sexto anjo. 14.18, 20 “Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas! 19- Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. 20- E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.” 

O sexto anjo, tem autoridade sobre o fogo. O fogo é símbolo de juízo e agora ele clama em grande voz ao que tinha a foice afiada...”. O anjo tem uma foice afiada, mas precisa da autorização de Deus para agir. É Deus quem determina a hora do juízo. Seus anjos são ministros que executam as Suas ordens.

Outro anjo é designado para a colheita dos cachos da vinha que também estão maduros, significando serem merecedores de juízo. O outro anjo, citado como tendo poder sobre o fogo, pode ser o anjo no altar em Apocalipse 8.3-5. Talvez o fogo queime o joio ou a palha separada na colheita (Mt 13.38-43).

Primeiro João viu chegando com a foice afiada, para a ceifa das nações; agora ele vê chegando outro anjo para realizar a vindima, o juízo sobre Israel. Pois a “videira da terra” simboliza Israel. É o que se conclui, por exemplo, do Salmo 80.8: “Trouxeste uma videira do Egito, expulsaste as nações e a plantaste” (outras ref. Is 5.1-7; Os 10.1-2). Mas não disse o Senhor Jesus de si mesmo em João 15.1, que ele é a “videira verdadeira”? Como pode então Israel ser a videira se Jesus Cristo é? Este é justamente o fato maravilhoso, pois exatamente este fato duplo mostra a identificação do Senhor com Seus irmãos segundo a carne.

A figura da ceifa tem duas partes. 1º O Senhor vem para julgar as nações e separar as ovelhas dos bodes (Mt 25.40-45; Jl 3.2; 12.14; Ap 19.15); 2º Ajuntar os cachos da videira da terra (os remanescentes de Israel), e coloca-los no grande lagar da ira de Deus” (vs. 18b-19).

O anjo lança a foice e colhes e colhe os cachos de uvas amadurecidas, ou seja, ajunta os filhos de Israel e lança-os “no grande lagar da cólera de Deus. O lagar é usado para espremer as uvas. Agora as uvas maduras são lanças no lagar sob o peso da ira de Deus.

Um lagar era uma tina na qual os trabalhadores pisavam as uvas com os pés descalços, fazendo com que o suco escoasse para um barril. Esse sinal da ira e juízo de Deus (Is 63.3), comum no Antigo Testamento, aparentemente explica também como o vinho da ira de Deus (v. 10) é produzido. A imagem do lagar é simbólica para uma quantidade inacreditável de sangue derramado. Essa descrição de um rio de sangue indica uma carnificina sem paralelo.

Mil e seiscentos estádios são, aproximadamente, 32 km. Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19), já que Ele retorna antes da ceia do grande Deus (v. 17), que alguns associam à batalha do Armagedom (Ap 16.16).

E o lagar foi pisado fora da cidade, isto é, a batalha do Armagedom acontecerá fora da cidade santa, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estágios aproximadamente, 32 km. (v. 20). Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19). Toda a maldade existente no mundo será espremida fora da cidade de Jerusalém (no vale de Jeosafá), de modo que caia sobre Jerusalém todo o sangue derramado sobre a terra (Mt 23.35; Ap 18.24). 

O que é este terrível juízo que atingirá Israel? Para compreendermos esta pergunta, faz-se necessário ler Isaías 63.1-4: “Quem é este que vem de Edom, de Borza, com vestes de vivas cores, que é glorioso em sua vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo. Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado”.

No lagar foram salpicadas as vestes de Cristo. Lá cumpriu-se aquilo que Israel exclamou, quando acusou Jesus diante de Pilatos “Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos” (Mt 27.25). Quando Israel for lançado no lagar da cólera de Deus, então entrará em contato com o Homem de Gólgota. “Eles verão a quem transpassaram” (Ap 1.7). Então o sangue do Cordeiro terá efeito para eles, para seus próprios irmãos. Vendo que o Senhor está voltando, com Sua foice afiada, eles humilhar-se-ão sob o Seu juízo. “Porque o dia da vingança me estava no coração (vingança contra as nações), e o ano dos meus redimidos é chegado (redenção de Israel)”. Quando Israel estiver no lagar da ira de Deus, eles lamentarão, chorarão e se converterão. O capítulo 14 versos 20, descreve de maneira tão comovente o que acontecerá fora da cidade também para Israel: “E o lagar foi pisado fora da cidade”. Ali foi derramado o sangue do Filho de Deus.

O anjo que tem poder sobre o fogo, isto é, sobre o juízo, exclama: “Senhor, ajunta Israel, lança-o agora no teu grande lagar, lava-o pelo teu precioso sangue”.

Devo dizer que aqui não são os cento e quarenta e quatro mil selados, pois eles são as primícias de Israel e já estarão na glória (Ap 14.1-2).

O restante que não aceitar a pregação das duas Testemunhas e dos 144.000 mil, serão levados para o lagar da ira de Deus (Armagedom). Ali Israel será pisado, oprimido e angustiado pelo Anticristo, mas quando Israel se converter e reconhecer que o Jesus que eles crucificarão é o verdadeiro Messias, aparecerá em glória para socorrer Israel entre o monte das oliveiras. Esta é sua vinda para Israel, que se converterá ao ver Seu Messias e Sumo-Sacerdote. É o que diz o profeta Zacarias. Antes Israel será atingido por duros juízos através da besta e então reconhecerá que o Senhor que está voltando realmente é o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Estas experiências e conclusões levarão Israel à conversão.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC

terça-feira, 2 de junho de 2015

A QUEDA DA BABILÔNIA - APOCALIPSE 18

A queda da grande meretriz anunciada pelo apóstolo João em Apocalipse 14.8, e ela recebeu o cálice da ira de Deus quando a sétima taça foi derramada (16.19). Agora um dos sete anjos que executavam os juízos das taças mostra com mais detalhes para João o julgamento da meretriz.

[...] Já conhecemos os personagens principais entre os inimigos do povo de Deus. Apareceu o dragão (capítulo 12), seguido pelas duas bestas (capítulo 13) e a grande meretriz (capítulo 17). Já sabemos o destino destes inimigos de Deus, pois o Cordeiro e seus fiéis são os vencedores, e seus adversários serão derrotados. Antes da identificação das características dos inimigos, a sétima trombeta já declarou: “O reino do mundo se tornou do nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (11.15). Antes da descrição da grande meretriz vem a declaração da queda dela (14.8). Este e os subsequentes capítulos enfatizam o que já foi revelado – os verdadeiros vencedores são aqueles que adoram a Deus. Todos os outros adoradores da besta, à própria besta ao dragão que lhe dá poder serão derrotados. A partir deste capítulo, veremos a queda destes inimigos do Senhor. Surgiram numa sequencia (dragão, bestas, meretriz) e cairão na ordem invertida (meretriz, bestas, dragão). [Caiu! Caiu a Grande Babilônia – disponível: http://www.estudosdabiblia.net/b09_29.htm].

No capítulo 17 vimos que o aspecto religioso do império anticristão, a “mãe das meretrizes”, que é ao mesmo tempo a “grande cidade”, que será destruída pelos dez reis da terra e pelo Anticristo (Ap 17.16). Aqui no capítulo 18, a grande Babilônica, ou seja, o império anticristão, em sua grandeza política e econômica, é julgado por Deus mesmo: “Por isto em só dia sobrevirão os seus flagelos, morte pranto e fome, e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus que a julgou” (Ap 18.9).

1. João vê outro anjo. “Depois disso vi outro anjo descendo do céu. Ele tinha um grande poder, e o seu brilho iluminava toda a terra” (v. 1).

Aqui o anjo vem do céu enquanto que a besta surge do abismo (v. 8). O anjo desce do céu e tem grande autoridade para confirmar a sentença contra a Babilônia. Não há dúvida sobre a veracidade de sua mensagem. Quando o anjo desce João vê que o seu brilho iluminou a terra com a Sua glória: Deus é a verdadeira luz, e a sua glória ilumina (21.23; 1ª Jo 1.5). Pelo evangelho revelado, a glória de Deus traz iluminação (2ª Co 4.4-6; Ef 1.17-18). Aqui, então, aguardamos uma declaração de Deus que trará boas notícias aos servos fiéis.

2. A queda da Grande cidade. “Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável” (v.2).

Babilônia é uma forma grega. No hebraico do Antigo Testamento a palavra é simplesmente babel, cujo sentido é confusão em que tem caído a ordem social. Neste sentido é empregada simbolicamente. Nos escritos dos profetas do A.T., a palavra Babilônia quando não refere-se a cidade, no sentido literal, é empregada relativamente ao estado de “confusão” em que tem caído o mundo pagão.

Do modo como foi destruída a Antiga Babilônia (a cabeça de ouro da estátua (Dn 2)), por causa das suas abominações, também é anunciada a queda da Babilônia mística, o grande poder político-religioso liderado pela segunda besta o falso profeta (Ap 13.11).

Babilônia aqui não é apenas a Babilônia escatológica, mas a Babilônia atemporal, ou seja, é o sistema do mundo que se opõe contra Deus em todas as épocas. É um símbolo da rebelião humana contra Deus. No capítulo 17, Babilônia era a grande meretriz, a religião apóstata. No Capítulo 18 João vê a queda da Babilônia, a cidade da luxúria, a morada dos demônios, ‘A GRANDE MERETRIZ’.

Nos capítulos 17 a 18 do Apocalipse, Babilônia aparece em sentido duplo em cada secção: a primeira é vista do sentido político e religioso; enquanto que a segunda é contemplada do ponto de vista literal e comercial.

Um oráculo assombroso profetiza a queda desta cidade onde o poder satânico se congregava. Caiu! Caiu. A declaração repetida, com o verbo no passado, indica a absoluta certeza do cumprimento desta profecia. A antiga capital de Babilônia tornara-se assombrada, habitada por animais nocivos que provocam temor e superstição (cf, Is 13.19-22; 34.11-15; Jr 50.39; 51.37). Assim também acontecerá com esta futura fonte de corrupção diabólica. A besta, sobre a qual está assentada uma mulher (Ap 17), ou seja, o poder político mundial anticristão ligado à religião mundial unificada, a falsa igreja, então caiu.

A grande cidade que estava cheia de atividade e de pessoas poderosas e ricas torna-se uma cidade abandonada e suja (cf. Isaías 13.19-22). Mais uma vez, o contraste entre as duas principais cidades do livro torna-se evidente. A cidade mundana torna-se lugar deserto e imundo, ocupado por demônios e espíritos imundos. A cidade santa, a nova Jerusalém, será habitada por multidões na presença do Senhor, e “Nela, jamais penetrará coisa alguma contaminada” (21.27).

Note que o Senhor exclama duas vezes que a Babilônia caiu, podemos entendê-lo que o primeiro “caiu” refere-se ao mistério da prostituição do capítulo 17, ao falso culto sem Jesus Cristo e o segundo “caiu”, à “grande Babilônia”, onde este sistema é executado na prática.

3. O vinho da ira. “Pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria” (v. 3).

O que diz o presente texto é o que aconteceu no Antigo Império Babilônico: o orgulho e a devassidão foram a causa primordial de sua queda. Daniel nos informa que na noite da invasão Medo-Persa sobre a cidade de Babilônia, todos os grandes do Império babilônico se encontravam embriagados e em extrema orgia (Dn 5). Na babilônia comercial e política, descrita neste capítulo, as mesmas coisas do passado serão praticadas, no que diz respeito a vida dissoluta: prostituição, comércio desonesto feitiçaria e idolatria.

Este versículo repete alguns dos motivos do castigo de Roma: Suas falsas doutrinas constituem o vinho da sua prostituição com o qual embriaga as nações da terra. As falsas doutrinas são comparadas ao vinho porque entorpecem a mente e, assim, afetam a capacidade de discernir e de raciocinar de uma pessoa. Tal como o vinho, as falsas doutrinas retiram da pessoa sua capacidade de discernir o erro. Não fosse pela ação danosa deste vinho que mantém as nações embriagadas, multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras contidas na Palavra de Deus. Mas o vinho da Babilônia é chamado de “vinho da ira”. Por quê? O vocábulo grego “thumos” significa ira, ódio, raiva. É uma raiva criada pelas falsas doutrinas. Assim, quando os reis da terra bebem deste vinho, são instigados pela cólera a irem contra os que não concordam com as heresias. Por isto, aquele que se nega a beber o vinho da Babilônia está marcado para pagar por sua ousadia.

Um anjo do céu anuncia a queda da Grande Babilônia. Este epíteto, tomado de Daniel 4.20, está ligado ao nome Babilônia (Ap 17.5), que significa grande confusão ou pandemônio. Babilônia, é uma figura de iniquidade religiosa, ou seja, uma comunhão de credos, igrejas seitas, filosofias, dentro da própria cristandade, liderada, ecumenicamente pelo falso profeta (Ap 17.9 - 1ª Pe 5.13). Sua queda é celebrada por antecipação, de acordo com Isaías 21.9, (caiu, caiu a Grande Babilônia) e está descrita nas visões dos capítulos 17 e 18, onde Babilônia é vista como uma mulher que deu de beber e embriagou a todas as nações com o vinho de sua fornicação, o equivale dizer: arrastou á idolatria (Jr 51.7).

4. Retirai-vos dela.
“Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (v.4).

Antes que as poderosas palavras de juízo do anjo divino, que é o próprio Cristo, se cumpram sobre esta Babilônia, outra voz brada do céu – a voz de Deus.

A expressão “sai dela” é um imperativo, ou seja, uma ordem. Babilônia não pode ser reformada, de acordo com as Escrituras. Só há um remédio: separar-se completamente dela. Assim como Ló foi chamado para fora de Sodoma, antes que ela fosse destruída por fogo e enxofre (Gn 19.14-29), da mesma forma o povo de Deus é dirigido por uma voz que vem do Céu dizendo-lhe para sair de Babilônia, antes que ela caia.

Quando a velha Babilônia do rio Eufrates estava perto de ser destruída pelos juízos de Deus, o Senhor enviou a Seu povo (Israel), que nela ainda estava, um solene aviso através do profeta Jeremias dizendo: “Fugi do meio da Babilônia...” (Jr 51.6).

Retirar-se da Babilônia simboliza evitar toda a comunhão com os pecados do mundo pagão introduzidos no sincretismo religioso da falsa igreja. Mas, literalmente o anjo avisa os cristãos que hoje moram em Babilônia (a falsa igreja) para fugir dela antes de sua destruição, pois aqueles que se recusarem a separar-se de Babilônia e de seus pecados serão destruídos com ela.

Deus tem, e sempre teve, um povo em Babilônia. Quantas criaturas sinceras e boas, cujos sentimentos estão voltados para Deus, estão aprisionadas pelas amaras das tradições e enganos que lhes oferece a “Babilônia” dos nossos dias? Portanto, cabe a nós hoje, trazer um conselho de advertência para aqueles crentes sinceros que estão em babilônia: “Fugi do meio da Babilônia”.

5. O castigo que a Babilônia receberá.
“Dai-lhe em retribuição como ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo suas obras, e no cálice em que ela misturou bebida, misturai dobrado para ela” (v.6).

A cidade usada para corromper as nações e levar ao mundo todo o tipo de falsa religiosidade receberá o castigo de Deus.

Os poderosos que comprometeram-se com as obras do maligno, a idolatria pagã, o materialismo, a luxuria, serão arruinados juntos.
Terrível é o dano produzido pela falsa igreja simbolizado por Babilônia. Incalculável, mais terrível, ainda, é o castigo eterno, com tormento e pranto, reservados para os que servem este sistema religioso.

6. Assentada como rainha. 
“Quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento, pranto, por diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de ver! Por isso, em só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou” (Ap 18.6-8).

No capítulo 17.3, ela está assentada sobre a besta, enquanto que aqui ela está sentada como rainha. Agora ela está sendo julgada pela sentença divina: “pagai-lhe em dobro”.

Ela se orgulha de não ser viúva sem poder e abandonada, mas de ser rainha soberana. Seu desejo é sempre reinar, reinar sobre todas as consciências. Orgulhosa, ela pensa que está assentada não somente em um lugar elevado, mas também seguro. Tem grande capacidade de comando sobre muita gente.

7. O lamento dos poderosos. “Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio, e, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo. (v. 9-10). 

Os poderosos que se comprometem com a obra do maligno (a idolatria pagã, o materialismo, a luxuria) serão arruinados juntamente com Babilônia. Lamentam ao contemplar suas enormes perdas.

Os reis lamentar-se-ão não por causa dos seus pecados, e nem lagrimas de arrependimento, mas por causa do seu sofrimento, das consequências e pela perda da sua infra-instrutura. Como Caim, eles não ficam tristes por seus pecados, mas apenas pelo castigo. Lamentar-se-ão por causa de suas perdas.

Aqueles que vivem no luxo e nos prazeres, ignorando a Deus, serão abatidos pela Sua ira. Por isto, ela receberá um juízo, como nunca antes existiu nesta extensão. Duas afirmação mostram a rapidez deste juízo: “... em um só dia” (v. 8) e “... em uma só hora ficou devastada tamanha riqueza” (17). Sua tranquilidade hoje, será transformada em pânico naquele dia por isto eles dizem ai! Ai!

8. Os mercadores da terra lamentarão. “E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria, mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore” (v. 11-12).

Da mesma maneira como eram realizados grandes negócios e com excelentes lucros com as mercadorias na Babilônia dos caldeus, assim na Babilônia mística há mercadoria para serem negociadas.

Esta lista de produtos mostra a extrema riqueza da meretriz. Consumia todo tipo de mercadoria de luxo, até escravos. A opulência de Roma levou a cidade ao exagero de um consumismo desenfreado, e as nações exportadoras lucraram com isto. O profeta Ezequiel faz uma lista semelhante, quando Tiro era a grande cidade e enriquecia-se com o materialismo (Ez 26, 27 e 28). Estes versículos reforçam a interpretação da meretriz como símbolo de Roma e sua vida comercial e materialista. O material nobre são transformados em imagens de escultura, cordões, rosário, medalhões e relíquias para o comercio da meretriz.

A Bíblia afirma que os mercadores lamentar-se-ão pela perda: “Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento, chorando e pranteando” (v.15).

Entre as coisas que deixam de negociar encontram-se “até almas de homens”. Isto lembra o seu comércio com os cadáveres dos mortos nas chamadas “encomendas dos corpos”, missas de sétimo dia e indulgências para enriquecer a muitos. O que dizer do purgatório inventado para enriquecer este negócio profano e que permite a troca das almas por dinheiro de onde enche os celeiros da meretriz.
A cidade, simbolicamente chamada Babilônia, também será o centro comercial e econômico do mundo durante o reinado do Anticristo. Com o rompimento entre a Babilônia política representada pela besta e os reis confederados, e a Babilônia religiosa, que representa a cristandade apóstata, vai acontecer a destruição deste sistema religioso pelo poder da primeira besta (Ap 13) que meterá fogo sobre a sede deste governo (vvs. 17-19).

9. Haverá grande alegria no céu quando Deus julgar a Babilônia. “Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa” (v.20).

Enquanto que na terra haverá lamentação, choro e pranto, no céu haverá alegria, gozo e júbilo. Os moradores do céu, e em especial os apóstolos e profetas, tem todos os motivos para interromper agora em alto júbilo, pois Deus executou seu juízo contra Babilônia, isto é, em favor dos santos eleitos. A injustiça do mundo anticristão, que por muito tempo ficou sem castigo, foi agora levado a clara luz de Deus e revelado diante de todo mundo. Por isto o céu magnífica e tributa louvores ao Criador.

10. Babilônia (Roma) será exterminada. 
“Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada” (v.21).
O anjo forte, com seu ato de arrojar, a grande pedra, mostrou que Babilônia (Roma), haverá de cair violentamente, em súbita destruição. A pedra de moinho (em grego millos, onikos), aqui em foco, provavelmente deve ser aquela que somente os animais podiam fazer girar (Mc 9.42).

Afundar uma enorme pedra no mar, antigamente, era símbolo de eterna destruição. Este é o cumprimento daquilo que o profeta Jeremias escreveu (Jr 51.60-64).

Aqui, este juízo é então executado e Babilônia será lançada fora, como uma pedra jogada no fundo do mar. Quando este juízo tiver sido executado sobre a humanidade anticristã, então haverá um silêncio apavorante sobre a face da terra. É o que descreve João:

“E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho. Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria” (v. 22- 23).

Nenhum som e nenhuma luz. Isto é um sinal de uma cidade morta. E nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá: O casamento sempre é um sinal de esperança, de planos para o futuro (Mt 24.38). Mas a Babilônia não tem futuro; não terá nela as vozes de noivos. A Babilônia mundial ficará completamente deserta.

Pois os teus mercadores foram os grandes da terra: A Babilônia foi exaltada e exercia poder e influência sobre os outros. Os motivos do castigo dela são resumidos em dois pontos: Porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria: A meretriz seduziu as nações, que participaram com ela na sua prostituição. Este envolvimento dos povos com a Babilônia foi um dos pontos principais deste capítulo. Babilônia atraiu, enganou e embriagou as multidões com sua feitiçaria e sua prostituição. Aqui ela terá o seu fim.

Com todos os acontecimentos mundiais evidenciados e revelados na Palavra de Deus, os homens não aceitam a verdade como verdadeira. Se o fato de que a terra será aniquilada, fosse a base em que as pessoas edificassem suas vidas, muitas coisas seriam bem diferentes. Mas, até ao dia de hoje foi reprimido na consciência dos homens, que a terra terá um fim. Eles preferem seguir e aceitar os enganos da meretriz do crer nas verdades das Escrituras Sagradas. Embora Deus já tenha revelado as doutrina das últimas coisas na Sua Palavra, o homem continua ignorante. Por quê? Porque é uma escolha do homem de crer no engano no óbvio do que crer na verdade.

11. A justiça de Deus não falha.
“E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra” (v.24).

Notamos mais uma vez o motivo maior do castigo de Roma. Ela perseguia os santos e embriagou-se com o sangue deles (17.6). Deus castiga a Babilônia como ato de justiça, trazendo a merecida vingança pela perseguição do povo do Senhor. A súplica do quinto selo está sendo respondida!

O Espírito Santo, prevendo todas essas coisas e sendo o guia e o consolador da verdadeira Igreja, já providenciou uma resposta divina para o perigoso, onipresente e renascido Sacro Império Romano. Na Bíblia, o Espírito de Deus expõe a igreja de Roma como sendo bela aos olhos deste mundo perdido, mas deplorável por sua apostasia. Para os que creem, ele quebrou seus encantamentos, arrancou sua máscara e escreveu com letras bem grandes seu nome para todos verem: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA. Os cristãos verdadeiros devem comparar tudo com Palavra do Deus Eterno, Santo, Imutável, Todo-Poderoso, Onisciente e Sábio. Quando confrontados com o leviatã de Roma, os cristãos podem ter no Senhor uma confiança semelhante àquela de Davi quando comparou o poder de Golias ao do Deus Verdadeiro: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (1º Samuel 17.45). É tarefa do Senhor desfazer o iníquo pelo seu poder: “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” Até isto acontecer, multidões serão salvas dela “com temor, arrebatadas do fogo” (Jd 1.23). Esta promessa da graça deve-se à palavra da verdade do Evangelho. O Senhor Jesus Cristo, que é a cabeça exaltada da Igreja e o seu Espírito soberano, dão conforto e vitória pois “o evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação” (Rm 1.16).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


terça-feira, 19 de maio de 2015

A GRANDE MERETRIZ APOCALIPSE 17

 


No Apocalipse 19.8-10, é mencionada a noiva de Cristo, que se preparou para o casamento e tem permissão para usar linho fino e branco. O linho fino representa as obras justas do povo de Deus. A meretriz da Babilônia é uma personagem feminina que representa a religião falsa. No Apocalipse 17, é descrita como uma mulher vestida de púrpura e escarlata, adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas. Ela está assentada sobre uma besta de cor de escarlata, com sete cabeças e dez chifres.

Nos capítulos 14.8 e 16.19, João descreve a predição da queda da Babilônia por um anjo do Senhor. Aqui no capítulo 17, ele vê um dos anjos que têm as sete taças da ira de Deus, chama o apóstolo e lhe explica em detalhes o julgamento da meretriz que se acha assentada sobre muitas águas.

O apóstolo expõe-nos as artimanhas de Satanás e descreve a meretriz como um movimento religioso mundial que haverá nos últimos dias. Será uma falsa igreja mundial apoiado pela primeira Besta (Ap 13.1-10). Uma das revelações que Deus nos faz neste capítulo é a respeito do que Ele chama “o mistério de Babilônia, a grande meretriz”, e de como o conteúdo desta mensagem pode afetar nossa salvação.

João é chamado para ver a queda da falsa igreja, enquanto a Noiva de Cristo está nas bodas do Cordeiro no céu (Ap 19.7-9). 

1. A significado do termo meretriz. “Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas” (v. 1).

A figura do casamento é usada nas Escrituras para representar a relação entre Deus e Seu povo. No Velho Testamento, Deus é o marido e Israel, a mulher. No Novo Testamento Jesus é o Noivo e a Igreja a Noiva.

O nome “meretriz” vem do vocábulo grego “porne” “mulher que vende seu corpo para uso sexuais”, “prostituta”.

No Antigo Testamento, Deus sempre comparou o adultério e a prostituição, com a perversão e o desvio religioso. A busca aos ídolos, prática comum naquele tempo no meio do povo de Israel, era considerada por Deus com uma prevaricação, uma traição à aliança que Ele tinha com seu povo (Jr 3.7-8).

Sabemos que na Bíblia a prostituição e a avareza estão ligadas ao pecado de idolatria. Mas, neste capítulo o apóstolo vai tratar da prostituição da meretriz babilônica e com as falsas doutrinas. No Velho Testamento, Deus culpa a nação de Israel de haverem prevaricado, cometido adultério espiritual. A razão desta culpa foi o fato deles, entre outros pecados e desvios, haverem abandonado ao Senhor para adorar deuses estranhos.

No antigo Império Babilônico, em virtude da multiplicidade de seus ídolos e de suas práticas idólatras, acabou sendo na Palavra de Deus, um símbolo religioso de prostituição e adultério. É por esta razão que o sistema religioso corrompido dos últimos tempos também chamar-se-á “Grande Babilônia”, “Grande Meretriz”. A palavra “Babilônia” vem do termo hebraico - Babel, que significa “confusão”, “mistura”.

“Segundo o pastor Antônio Gilberto, a Babilônia (v. 5) simboliza a totalidade do sistema mundial dominado por Satanás, que promove a iniquidade na política, na religião e no comércio. A Babilônia religiosa (meretriz) será destruída pelo Anticristo (vs. 16-17), ao passo que a Babilônia política será destruída por Cristo na Sua vinda em Glória (Ap 19.11-21)’. [Comentário da bíblia pentecostal pg. 2003]. 

2. Quem é a grande meretriz. A resposta para esta pergunta está no versículo 18, onde nos é dito que a mulher “é a grande cidade que reina sobre os reis da terra”, ou seja, a Babilônia. Enquanto que Apocalipse 13, nos descreve o Império Romano restaurado, encabeçado pela primeira besta (Anticristo), no capítulo 17, mostra-nos algo novo, a meretriz a falsa igreja que terá no comando o falso profeta (Ap 13.11).

Observe que no capítulo 12 de Apocalipse, Israel é representada por uma mulher, também a Igreja de Jesus é representada como uma mulher, como noiva do Cordeiro (Ap 21.9), enquanto a igreja mundial sem Cristo é apresentada como mulher (meretriz) da besta.

A meretriz é uma instituição que abrange povos, nações e línguas diferentes, dominando grandes multidões. A meretriz representa a igreja decaída, contaminada com o pecado e com o paganismo babilônico. Quando se estuda a história eclesiástica, vimos que quando a igreja quis valer-se do estado para legislar em assuntos religiosos, o resultado foi a incorporação de falsas doutrinas no seio da cristandade.

A Bíblia de Estudo Pentecostal (STAMPS, 1995, p. 2.003) expõe que a “Babilônia religiosa abrange todas as religiões falsas, inclusive o cristianismo apóstata […] os termos prostituição e adultério, quando empregados figuradamente, normalmente denotam apostasia religiosa e infidelidade a Deus”. 

3. As características da meretriz.

3.1. Se acha sentada sobre muitas águas”. “a grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas” (v. 1), no verso 15, o anjo explica tudo que João vê: “As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas”, sobre as quais ela tem poder e influência. São nações seduzidas pela idolatria, paganismo e sua oposição à fé cristã (Ap 17.15). Sua condição de grande dominadora dos povos é uma das características que interessa o Anticristo.

Assim, a prostituta é identificada como uma das facetas da imoralidade e do falso sistema religioso representado pelo “espírito da Babilônia” (Ap 14.8; 17.5).

A besta, o poder do governo romano, surgiu do mar (13.1). A grande meretriz a cidade e seu poder econômico, se acha sentada sobre as nações. A grandeza dela dependia dos povos dominados pelo Império Romano. Assim, a posição estratégica que será dada à igreja prostituída no esquema do Anticristo, é o ministério religioso. Não nos restam dúvidas sobre o fato de que o povo estará apoiando este sistema religioso corrupto, devasso. 

3.2. Uma prostituta. “Com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra” (v. 2).

A falsa igreja é apresentada como a grande meretriz com a qual os reis da terra se prostituíram. Na Bíblia, religiões falsas são chamadas de prostituições, porque é forma de infidelidade a Deus (Is 23.17; Nm 3.4). A meretriz babilônica é oposto absoluto da noiva do Cordeiro então arrebatada, a Igreja de Jesus. Sendo a mulher, na visão uma meretriz, isto indica um falso sistema religioso.

Este texto deixa claro que o vinho, o qual surgiu como consequência da união ilícita da igreja com os reis da terra, ou seja, ela perdeu seus objetivos e acabou se unindo ao Estado e embriagou ao mundo inteiro. Enquanto que Jesus diz: “O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18.36), está falsa igreja busca os reinos deste mundo. Isto indica que este falso movimento religioso estender-se-á por todo o mundo. “Os que habitam na terra”. Não apenas os reis, os grandes, mas os demais habitantes da terra.

Não obstante, devemos ter em conta que esta mulher não aparece unida a Cristo senão aos “reis da terra”. Babilônia representa à igreja cristã que, com o fim de receber legados e honras do Império Romano, apostatou da verdade.

A Bíblia de Jerusalém (tradução católica com imprimatur), comentando Apocalipse 17.5 diz que “Babilônia é o nome simbólico de Roma”. O comentário da Bíblia de Jerusalém diz que Roma arrastou todas as nações à idolatria. A igreja católica romana serve às nações o vinho do cálice de suas doutrinas adúlteras. Com ela tem embriagado os crentes, os quais não percebem os erros mencionados.

A Bíblia repetidas vezes compara ao povo de Deus que abandonou a verdade e ido em após de outras crenças, com uma mulher infiel ou prostituta. As seguintes afirmações, feitas por Deus mesmo, são exemplo disso:

“Não te alegres, Israel, não saltes de gozo como outros povos, pois fornicaste ao apartar-te de teu Deus. Amaste o salário de prostitutas em todas as eras de trigo” (Os 9.1). “Mas como a esposa infiel abandona a seu esposo, assim vos levantastes contra mim, casa de Israel, diz Jeová” (Jr 3.20).

O falso sistema religioso permite que seus seguidores professem que são de Deus enquanto, na realidade, adora e serve a outros deuses. Os hipócritas e os falsos profetas obtêm sucesso como resultado da sua doutrina, porque ela induz a sociedade mundana a unir-se a ela. 

3.3. Está sentada numa besta. “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.” (V. 3).

João revela que a falsa igreja estará montada numa Besta. Na Grande Tribulação a meretriz estará ligada a primeira Besta, (o poder político governado pelo Anticristo) e a meretriz (poder religioso governado pelo falso profeta) (Ap 13). Isto prova que fim dos tempos ela estará novamente unida a um sistema político. Trata da confederação de nações sob o governo do Anticristo. Neste tempo a besta e a meretriz, andam juntos, mas depois, a besta se levantará contra ela e a destruirá.

“Besta repleta de nomes de blasfêmia”. Na besta que ela monta estão escritos nomes de blasfêmia. A proclamação de infalibilidade do papado é o grande cumprimento desta palavra, que ultrapassa todos os outros cumprimentos. 

3.4. Uma mulher vestida de púrpura. “E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas....” (V. 4a).

Agora João descreve sobre a luxuria da meretriz. Ela se veste como se fosse uma mulher rica. A Púrpura e escarlata são tecidos coloridos e os mais luxuosos da época. Representam pompa, realeza e luxo e orgulho. Mesmo ela sendo bem-vestida e atraente às nações, Deus viu o seu cálice cheio de abominações e imundícias, coisas repugnantes ao Santo Senhor.

Em princípio não podemos ver nesta mulher desviada nada além da igreja romana, pois nenhuma religião no mundo corresponde a este descrito em Apocalipse 17. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata como ela?

A mulher estava esplendidamente adornada com ouro e joias, numa descrição do esplendor e grandiosidade da igreja de Roma, com suas vestes e ornamentos de toda espécie, o que sinaliza o materialismo e o poder econômico. A igreja tem se vangloriado na sua superioridade e magnificência, superando até mesmo a antiga Roma no ápice da sua prosperidade. 

3.5. Com o vinho de sua devassidão. “...e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.” (V. 4c).

O cálice em sua mão diz respeito às abominações e as imundícias da sua prostituição (Ap 17.4c), o que representa toda a forma obscena e impura de contaminação moral e espiritual da sociedade.

Todos os teólogos concordam que Roma corrompeu outras nações, envolvendo-as na sua libertinagem. Os excessos de Roma, e especialmente de alguns dos imperadores, são bem documentados na história do período. Países que estabeleceram relações favoráveis ao comércio com Roma lucraram como fornecedores de bens consumidos neste contexto materialista. A mesma descrição pode incluir outros aspectos da corrupção romana – ganância, idolatria, imoralidade, etc.

Dois grandes males são aqui denunciados: abominação e imundícias. A palavra abominação do grego bdelugma que significa uma coisa suja, horrível, detestável. No Antigo Testamento, os ídolos eram visto como abominação, pois os seus adoradores emprestavam-lhe uma glória que só a Deus pode ser tributada (Dt 7.4-5; 25.26; 1º Sm 15.23; 2º Rs 25.13; Is 44.19; Ez 16.30). A igreja romana conduz abertamente os seus adeptos ao pecado da idolatria. Imundícia do original grego akathartes relativo a impureza (Ef 5.3-5; Cl 3.5-6; Gl 5.19-21). A Roma papal faz grandes ofertas de indulgencias e absolvições, e desta maneira atrai os homens ao pecado.

Em 1ª Coríntios 10.14-21, Paulo adverte sobre o mesmo pecado e exorta para não nos contaminarmos com a idolatria e diz: “14 Portanto, meus amados, fugi da idolatria. 15 Falo como a sábios; julgai vós mesmos o que digo. 16 Porventura, o cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? 17 Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão. 18 Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são, porventura, participantes do altar? 19 Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? 20 Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. 21 Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.”

“O prostituir-se” representa a ligação da mulher com a besta, ou seja, com os reis da terra. A igreja romana sempre teve e envolvido com o sistema político mundial. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata, ouro e pedras preciosas? (Basílica de São Pedro). 

3.6. A mãe das prostitutas. “E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.” (V. 5). 

A Babilônia tem sido a mãe dos falsos sistemas religiosos. A história nos conta que as religiões falsas (que sempre incluem a idolatria) tiveram sua origem com Ninrode e sua mulher Semíramis, no primitivo reino de Babel (de onde vem Babilônia (Gn 10.8-10). Ele foi o primeiro imperialista da história (Gn 10.10-11). Ele também liderou o povo no primeiro ato religioso (falso), que foi a construção da torre de Babel, cujo único objetivo (como os demais semelhantes) era o culto idolatra. Hoje o sincretismo desta falsa religião está no seu auge, a caminho do reinado do Anticristo, ocupando-se de práticas de paganismo oriundos da antiga Babilônia. Por isto Deus chama seu povo a fugir de Babilônia, antes da sua destruição final (Ap 18.4).

O termo “mistério” indica que o nome “babilônia” não é meramente geográfico, mas simbólico. Babilônia é descrita como grande porque é poderosa e de vasto alcance. Refere-se à “Mãe das Prostituições e Abominações da Terra” (Ap 17.5b). Ela é a mentora de toda a rebelião contra Deus e a consequente depravação da sociedade. Babilônia é a responsável pelo assassinato dos santos e das testemunhas de Jesus (Ap 17.6a), simboliza o espírito de perseguição e a desconstrução da fé bíblica. Não se trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus. Assim, o “espírito da Babilônia” é um sistema global deliberadamente anticristão. 

3.7. Mistério da Grande Babilônia. Na sequência da revelação, o nome da prostituta é desvendado: “Mistério, a Grande Babilônia” (Ap 17.5a). Não se trata da Babilônia literal, mas um lugar com mistério em seu nome, algo que lembra a velha Babilônia, isto é, a Babilônia espiritual, que através do paganismo adentrou na igreja cristã após Constantino reconhecer o cristianismo como religião no III século. Ela também é chamada de grande meretriz nos capítulos 17 e 18. Um dos textos mais importantes para entender o significado desta figura se encontra no livro do profeta Jeremias: “A Babilônia era copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda terra; do seu vinho beberam as nações; por isso enlouqueceram (Jr 51.7).

O nome Babilônia associando à mulher indica a falsa igreja que dominará a terra com todo o tipo de engano, que hoje já se vê indícios disto por toda parte: “Babilônia era um copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações, por isto enlouqueceram” (Jr 51.7).

A Babilônia espiritual contem no seu interior o culto do mundo pagão. Em contraste com a noiva (a igreja) que representa os adoradores do verdadeiro Deus.

A visão do Apocalipse revela que a igreja de Roma é a igreja-mãe, pois possui filhas e estas filhas no verso 1, João descreve como grande meretriz, porém, agora, ele chama “a mãe das prostituições, o que indica que ela não está só e que tem filhas que seguem seus mesmos passos. Saíram da casa da mãe, (igreja de Roma), mas continuam embriagados com seu vinho. Essas filhas são simbolizadas como as igrejas que se apegam as doutrinas e tradições que não têm nenhum apoio na Palavra de Deus. Muitas destas filhas saíram dela, mas apesar de havê-la abandonado conservam muitos de suas heresias e de sua conduta religiosa equivocada.

Vemos hoje o ecumenismo tão defendido e desejado por aqueles que gostam do caminho largo, porque permite tudo, é um certeiro sinal da futura religião da Besta. 

3.8. Na sua fronte achava-se um nome, mistério. A palavra mistério associada à mulher, identifica-a com ritos religiosos, mistério das falsas religiões, como magia, ocultismo, idolatria etc. Aqui também se trata de algo místico, não literal, equivalente a sinal.

Porque Babilônia? Porque Babilônia foi o berço da religião falsa. Ela foi a capital pagã de onde surgiram todas as formas de maldades idolatra e místicas. Cristo usa esta palavra para falar da profanação efetuada pelo Anticristo no tempo do fim (Mt 24.15).

Este nome escrito na testa da prostituta indica um sistema religioso apóstata, e isto podemos ver dentro do romanismo. Cada coisa na liturgia desta grande organização é envolvida em mistério, com o propósito de impressionar os homens com seus segredos e sua secreta autoridade sobrenatural. Sua pretensão de encaminhar o destino eterno de seus seguidores, seus ritos e cerimônias místicas, seus vestuários sacerdotais, seus movimentos, atitudes e artifícios, tudo envolve em mistérios. Todos estes rituais místicos são oriundos do antigo ritualismo pagão de origem babilônica.

Esta igreja de que estamos tratando será chefiada pelo Falso Profeta, um super líder religioso aliado do Anticristo conforme o que se vê no capítulo 13 verso 11 de Apocalipse. 


3.9. Embriagada com o sangue dos santos.
 “E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.” (V. 6). 

João ficou espantado com essa visão. Ele não consegue compreender o que viu. Ela estava embriagada com o sangue dos santos. A “bebida” da meretriz é o sangue dos servos do Senhor.

Porque João ficou tão admirado? Porque ele o discípulo de Jesus, vê a mulher que era uma vez noiva. Originalmente esta mulher foi uma vez noiva, submissa ao Senhor Jesus, mas ela transformou-se em prostituta. A primeira igreja, a igreja primitiva, era uma igreja cheia do Espírito Santo e de Seus dons, porém, quando Constantino a reconheceu como igreja oficial do império, ela transformou-se na meretriz que João vê. Ela tem enganado e contaminado milhares de pessoas com seus dogmas e tradições entregando ao espírito anticristão. Portanto, podemos identificar mais uma vez uma referência direta a cidade de Roma daqueles dias, onde os cristãos eram perseguidos e cruelmente mortos, servindo até como diversão para os poderosos do império.

Quem conhece a história, sabe que a igreja de Roma tem um passado gravado na história mundial com letras de sangue. Pensamos nos rios de sangue, que clamam ao céu. Esta mulher derramou o sangue dos discípulos de Jesus com tamanha crueldade satânica através de Nero; a chamada “Santa Inquisição” foi mais um ato de crueldade da meretriz. Por isto dizemos que a igreja de Roma é a herdeira da grande Babilônica, tanto com respeito aos mistérios pagãos da Babilônia, que foram transformados em ritos cristãos, como também com respeito à perseguição do povo de Deus. Se você reconhece que pertence a este sistema que praticas prostituição espiritual, então sai do meio dela e entrega a tua vida a Jesus Cristo.

Naqueles dias, a religião falsa (no comando do falso profeta), aliada ao sistema político mundial, também perseguira até a morte a todos os que verdadeiramente adoram a Deus em verdade e espírito.

Então a besta será dirigida por um chefe que vai fazer com os cristãos, tudo aquilo que o império romano já fez no passado. No tempo atual ele está no abismo, e de lá ressurgirá para ajudar Satanás, seu chefe, a administrar a besta.

É esta manifestação demoníaca que ocasionará a cura milagrosa no chefe da besta (Ap 13.3), e que deixará os incrédulos e os crentes mal alicerçados maravilhados com o seu “poder”. 

4. O anjo revela o mistério da mulher. “E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. 8- A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição. E os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que virá. 9- Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. 10- E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo.” (Vs. 7-10). 

Do verso 1 ao 6, o apóstolo descreve as características da meretriz. Então ele ficou grandemente admirado vendo a mulher com todos aqueles adornos, então o anjo revela todo o mistério, tanto da “mulher” como da “Besta”. Na explicação do anjo, ao tratar com a identidade da besta, ele usa verbos nos três tempos fundamentais:

“Cinco caíram...” Desses sete reinos, cinco são hoje passados: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa e Grécia.

“Um ainda existe”. O profeta viveu no tempo do sexto rei (Roma imperial), portanto era o Império Romano que dominava o mundo, mas iria desaparecer por um tempo.

O sétimo é ainda futuro. O sétimo e o oitavo Império se encontravam ainda no futuro, a partir de sua perspectiva histórica. Esse Império “está para emergir do abismo.... se refere-se ao dragão que Ele irá ressurgir novamente no governo do Anticristo e governará o mundo junto com o falso profeta a meretriz, por pouco tempo (Ap 12.12; 17.12).

Os cinco primeiros impérios já caíram. Agora João vê o Império Romano. Mas o reino do Anticristo escatológico ainda não chegou e quando chegar vai durar pouco.

“Aqui há sentido, que tem sabedoria.” Em outras palavras, a interpretação dos símbolos requer mente sabia com discernimento.

“O mistério da mulher e da e da besta”. É evidente de que o anjo está falando de duas bestas, uma carregando a outra: a primeira, a que subirá do abismo (Ap 12), é o dragão que usará o Anticristo para subjugar a humanidade. 

5. Sete cabeças da Besta. “Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada” (v. 9).

Apocalipse 13, a besta é descrita com sete cabeças e dez chifres, assim como a identificação da meretriz é representada no capítulo 17. Portanto, a besta em questão aponta para a mesma entidade representada pelo dragão de Apocalipse 12 e a besta de Apocalipse 13, que seria o novo Império Romano e no capítulo 17 a grande meretriz, cuja capital está situada em Roma. 

A mulher que cavalga sobre a besta com sete cabeças e dez chifres. Sendo essas “sete cabeças” também “sete “montes” e “sete reis” (v. 9). Os setes montes, onde a mulher está assentada, não podem ser vistos como as sete colinas de Roma, pois a palavra grega para “monte” é óros que significa “monte ou montanha”, e não colina.

O profeta Isaías usa a palavra “monte”, para se referir a povo ou nação (Is 37.32; Sl 48.2; Jr 51.25, Dn 2.34-35; Zc 4.7). O mesmo ocorre com o termo “rei”, que os profetas usavam para aludir a reino. Assim, a palavra “montes” e “reis” devem apontar para reinos ou impérios representados nas cabeças da besta. Todavia, “sete cabeças”, “sete montes” e “sete reis” são termos paralelos que simbolizam as mesmas entidades, isto é, impérios e reinos. Assim, A palavra “monte” nunca é usada para simbolizar um monarca ou governante individual. Em vez disso, a encontramos sendo usada como símbolo para uma nação ou império.”

Os sete montes, representam sete império e os 10 chifres representam poderes políticos durante o tempo da sétima cabeça, que apoiarão a besta (17.13) no tempo do fim. Estas nações têm o propósito de se unir com a besta para forçar os habitantes da terra a “beber” o vinho de Babilônia, isto é, unir o mundo sob seu controle e eliminar todos os que se recusam a cooperar. Por fim, os reis da terra se unem à besta e à meretriz para guerrear contra o Cordeiro, mas Ele os vence, porque é verdadeiramente “o Senhor dos senhores e Rei dos reis.” (V. 14).

Entendemos que os cinco reinos que existiram antes dos dias do apóstolo João, falam dos sucessivos impérios mundiais que abrigaram, apoiaram e praticaram as falsas religiões organizadas em oposição aberta a Deus, começando por Ninrode, na primeira Babilônia.

O sétimo Império já opera através da ONU, e junto com as dez nações mundiais irão escolherem um governo único e lhe entregar toda autoridade para governar. Será uma forma antiga do Império Romano, constituído de dez reinos confederados, equivalentes aos dez dedos da estátua de Nabucodonosor (Dn 2). Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. Eles formaram uma confederação de nações durante a Grande Tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez Estados estará pronto o palco para formação do reino do Anticristo que durará sete anos.

A meretriz está sentada sobre sete montes (vs. 9 e 18). Ela estará ligada aos reinos deste mundo. Todos os estudiosos bíblicos concordam que se refere a cidade de Roma, que originalmente foi edificada em grande parte o culto idólatra babilônico, que ainda hoje é visto disfarçadamente na liturgia da igreja romana.

A Besta irá implantar uma nova religião, uma nova ordem mundial para sua própria adoração. O falso profeta cuidará disto tornando obrigatório este culto. 

5. As nações entregarão o poder (comando), ao Anticristo. “E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. 12 E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. 13 Estes têm um mesmo intento e entregarão o seu poder e autoridade à besta.” (17.11-13).

O anjo agora, começa a falar da besta que subiu do mar em Apocalipse 13.1. Essa, será o derradeiro império mundial unificado. De acordo com a explicação do anjo, esse reino emergira do anterior, ela procede de um dos sete, mas também será o oitavo Império. Isto que pertence ao mesmo sistema mundano ímpio, ao qual pode significar pertenciam os sete primeiros, mas que não faz parte daquele grupo, mas procede dos sete. 

Os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Isto, no entanto, não significa que somente dez países formarão o novo Império Romano nesta última fase; ele terá proporções mundiais. Significa somente que estes estarão no comando do governo, tendo, porém o Anticristo como o cabeça do império.

Este texto das Escrituras é um versículo-chave das profecias para os fins dos tempos. A diferença entre o sétimo e oitavo reino seja a seguinte: o sétimo é constituído de países independentes (confederações ou blocos). E o oitavo é composto dos mesmos países, porém sob o governo do Anticristo.

As palavras um só pensamento referem-se à síntese da unidade mundial, ou seja, os “dez reis” não são forçados a entregar o poder ao Anticristo, mas que eles “oferecerão à besta o poder e a autoridade que possuem”.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o Anticristo por um tempo, e como todos eles são anticristãos, seguirão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão uma aliança, que marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta. 

6. “A mulher que viste” (v. 18). “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (V. 18).

Agora o anjo volta a explicar para João, o mistério da mulher. Há duas coisas implícitas no símbolo da mulher na explicação do anjo: 1. Um sistema religioso (17.1-6). 2. Uma cidade onde o falso sistema religioso terá sua sede.

Todos os interpretadores e teólogos concordam que a meretriz não se trata de algo alegórico, mas são unânimes em dizer nas suas confissões: a mulher Babilônia é uma figura da cidade de Roma, a mãe das prostitutas que estará ligada ao Império Romano restaurado.

A grande cidade que impera sobre os reis da Terra é Roma. Essa cidade deu nome à organização representada pela mulher; a Igreja de Roma. A profecia se propõe explicar “o mistério da mulher e da besta que a traz” (Ap 17.7). Quando? No tempo do fim!

Onde existe uma igreja que leva o nome da cidade que ao mesmo tempo lhe serve de trono? Isto é Roma de onde está assentada a prostitua. Porém, hoje não somente a igreja romana, mas a união de igrejas protestantes que estão aderindo o movimento romano. Na Europa já existe o Conselho Mundial das Igrejas, o qual tem a função de unificar as igrejas e ter um líder religioso mundial. O que dizemos de Roma vale, portanto, para o sistema, para a doutrina, mas não para as ovelhas dentro dessa igreja, que procuram a Jesus e querem segui-lo. A estas dizemos “fugi de Babilônia para não morrerdes em suas maldades”. (Ap 18.4).

Em Roma, podemos ver “opulência” do Papa adornada de ouro, pedras preciosas, enquanto a miséria de uma criança passando fome na África.

Os Católicos entendem ser a antiga Roma pagã, mas não pode ser, pois a profecia do Apocalipse não foi cumprida nela. A Roma que mais tarde se tornou cristã, desde o seu desvio do evangelho e das doutrinas, tem todas as características que o Apocalipse atribui a Babilônia e seu paganismo.

Ao longo dos anos a igreja Romana tirou o cálice de agradecimento e ao invés disto deu-lhes o cálice das abominações; ela substituiu o sacrifício de Jesus no Gólgota pelo sacrifício da santa hóstia na missa. Por isto é chama de meretriz, falsa enganadora. Fica confirmado, pois, que o vinho que a mulher leva em sua mão é uma representação das falsas doutrinas pagã com as que têm enganados à grande maioria dos habitantes da terra. Esta falsa igreja ensina a seus seguidores que ela é a verdadeira igreja, a igreja mãe, mestra e regente de toda a igreja cristã. Roma exige obediência completa não somente em assuntos espirituais, mas também em assuntos políticos. Roma nunca desistiu deste objetivo. De acordo com a palavra profética do Apocalipse ela ainda terá seu apogeu na história mundial através da unificação política e militar da Europa, com a restauração do Império Romano na pessoa do Anticristo. 

7. A queda da grande meretriz. “E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. Porque Deus tem posto em seu coração que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (Ap 17.16-18).

Este capítulo o anjo termina mostrando a João como a besta e seus governantes destruirão a falsa igreja. Eles converterão seu apoio a meretriz em ódio. Eles destruirão a cidade (irão despir, comer sua carne e destruir o seu trono), despojando seus valores para si. Aqui vemos que os inimigos de Cristo e da Igreja destroem uns aos outros para cumprir os propósitos soberanos de Deus. Portanto, agora, a meretriz, a falsa pagã, atraente e sincretista, que guiara o Anticristo ao poder sobre os dez países, nos primeiros três anos e meio, destruirão a prostituta para que o culto a besta seja formado.

Logo após o Anticristo romperá sua aliança com os judeus, em seguida com falsa igreja, da qual ele recebeu apoio enquanto necessitou da sua influência para galgar o poder, a destruirá totalmente. Algo terrível irá acontecer com milhões de pessoas que seguiam as falsas doutrinas da meretriz, portanto, agora serão perseguidos e mortos (Ap 20.4). O Anticristo levantar-se-á contra tudo que se chama Deus e blasfemará de Deus. será tarde demais, o juízo de Deus chegou até eles. Terão que enfrentar a morte ou negar a Cristo Jesus.

“Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores, e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, chamados eleitos e fiéis.” (V. 14).

Com a guerra que incitam contra o Cordeiro e Sua Igreja, serão derrotados na vinda de Cristo em glória. O Senhor Jesus destruirá o Anticristo e a seus aliados na batalha final de Armagedon com o sopro de Sua boca.

A vitória é tão certa que mesmo antes da luta já há festa no céu (19,1s). Os salvos na glória louvam ao Cordeiro dizendo: “porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (Ap 19.2).

Estamos nos últimos dias do “tempo do fim”, o “tempo dos gentios”. O fim do último império humano na terra. Então Cristo vem para implantar o Seu reino visível na Terra. Um Reino que subsistirá para sempre e que não passará a outro povo.

FONTE DE PESQUISA

1.        BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2.      BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3.      CLAUDIONOR CORRÊA ANDRADE. Dicionário Teológico 8ª Edição. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.
4.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário de Escatologia Bíblica. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.
5.      SEVERINO PEDRO DA SILVA. Apocalipse versículo por versículo. CPAD. Rio de Janeiro RJ.
6.      WIM MALGO – Apocalipse de Jesus Cristo. Volume III. Editora Grosse. Freude. Obra missionária da Meia Noite.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC