TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 19 de maio de 2015

A GRANDE MERETRIZ APOCALIPSE 17

 


No Apocalipse 19.8-10, é mencionada a noiva de Cristo, que se preparou para o casamento e tem permissão para usar linho fino e branco. O linho fino representa as obras justas do povo de Deus. A meretriz da Babilônia é uma personagem feminina que representa a religião falsa. No Apocalipse 17, é descrita como uma mulher vestida de púrpura e escarlata, adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas. Ela está assentada sobre uma besta de cor de escarlata, com sete cabeças e dez chifres.

Nos capítulos 14.8 e 16.19, João descreve a predição da queda da Babilônia por um anjo do Senhor. Aqui no capítulo 17, ele vê um dos anjos que têm as sete taças da ira de Deus, chama o apóstolo e lhe explica em detalhes o julgamento da meretriz que se acha assentada sobre muitas águas.

O apóstolo expõe-nos as artimanhas de Satanás e descreve a meretriz como um movimento religioso mundial que haverá nos últimos dias. Será uma falsa igreja mundial apoiado pela primeira Besta (Ap 13.1-10). Uma das revelações que Deus nos faz neste capítulo é a respeito do que Ele chama “o mistério de Babilônia, a grande meretriz”, e de como o conteúdo desta mensagem pode afetar nossa salvação.

João é chamado para ver a queda da falsa igreja, enquanto a Noiva de Cristo está nas bodas do Cordeiro no céu (Ap 19.7-9). 

1. A significado do termo meretriz. “Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas” (v. 1).

A figura do casamento é usada nas Escrituras para representar a relação entre Deus e Seu povo. No Velho Testamento, Deus é o marido e Israel, a mulher. No Novo Testamento Jesus é o Noivo e a Igreja a Noiva.

O nome “meretriz” vem do vocábulo grego “porne” “mulher que vende seu corpo para uso sexuais”, “prostituta”.

No Antigo Testamento, Deus sempre comparou o adultério e a prostituição, com a perversão e o desvio religioso. A busca aos ídolos, prática comum naquele tempo no meio do povo de Israel, era considerada por Deus com uma prevaricação, uma traição à aliança que Ele tinha com seu povo (Jr 3.7-8).

Sabemos que na Bíblia a prostituição e a avareza estão ligadas ao pecado de idolatria. Mas, neste capítulo o apóstolo vai tratar da prostituição da meretriz babilônica e com as falsas doutrinas. No Velho Testamento, Deus culpa a nação de Israel de haverem prevaricado, cometido adultério espiritual. A razão desta culpa foi o fato deles, entre outros pecados e desvios, haverem abandonado ao Senhor para adorar deuses estranhos.

No antigo Império Babilônico, em virtude da multiplicidade de seus ídolos e de suas práticas idólatras, acabou sendo na Palavra de Deus, um símbolo religioso de prostituição e adultério. É por esta razão que o sistema religioso corrompido dos últimos tempos também chamar-se-á “Grande Babilônia”, “Grande Meretriz”. A palavra “Babilônia” vem do termo hebraico - Babel, que significa “confusão”, “mistura”.

“Segundo o pastor Antônio Gilberto, a Babilônia (v. 5) simboliza a totalidade do sistema mundial dominado por Satanás, que promove a iniquidade na política, na religião e no comércio. A Babilônia religiosa (meretriz) será destruída pelo Anticristo (vs. 16-17), ao passo que a Babilônia política será destruída por Cristo na Sua vinda em Glória (Ap 19.11-21)’. [Comentário da bíblia pentecostal pg. 2003]. 

2. Quem é a grande meretriz. A resposta para esta pergunta está no versículo 18, onde nos é dito que a mulher “é a grande cidade que reina sobre os reis da terra”, ou seja, a Babilônia. Enquanto que Apocalipse 13, nos descreve o Império Romano restaurado, encabeçado pela primeira besta (Anticristo), no capítulo 17, mostra-nos algo novo, a meretriz a falsa igreja que terá no comando o falso profeta (Ap 13.11).

Observe que no capítulo 12 de Apocalipse, Israel é representada por uma mulher, também a Igreja de Jesus é representada como uma mulher, como noiva do Cordeiro (Ap 21.9), enquanto a igreja mundial sem Cristo é apresentada como mulher (meretriz) da besta.

A meretriz é uma instituição que abrange povos, nações e línguas diferentes, dominando grandes multidões. A meretriz representa a igreja decaída, contaminada com o pecado e com o paganismo babilônico. Quando se estuda a história eclesiástica, vimos que quando a igreja quis valer-se do estado para legislar em assuntos religiosos, o resultado foi a incorporação de falsas doutrinas no seio da cristandade.

A Bíblia de Estudo Pentecostal (STAMPS, 1995, p. 2.003) expõe que a “Babilônia religiosa abrange todas as religiões falsas, inclusive o cristianismo apóstata […] os termos prostituição e adultério, quando empregados figuradamente, normalmente denotam apostasia religiosa e infidelidade a Deus”. 

3. As características da meretriz.

3.1. Se acha sentada sobre muitas águas”. “a grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas” (v. 1), no verso 15, o anjo explica tudo que João vê: “As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas”, sobre as quais ela tem poder e influência. São nações seduzidas pela idolatria, paganismo e sua oposição à fé cristã (Ap 17.15). Sua condição de grande dominadora dos povos é uma das características que interessa o Anticristo.

Assim, a prostituta é identificada como uma das facetas da imoralidade e do falso sistema religioso representado pelo “espírito da Babilônia” (Ap 14.8; 17.5).

A besta, o poder do governo romano, surgiu do mar (13.1). A grande meretriz a cidade e seu poder econômico, se acha sentada sobre as nações. A grandeza dela dependia dos povos dominados pelo Império Romano. Assim, a posição estratégica que será dada à igreja prostituída no esquema do Anticristo, é o ministério religioso. Não nos restam dúvidas sobre o fato de que o povo estará apoiando este sistema religioso corrupto, devasso. 

3.2. Uma prostituta. “Com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra” (v. 2).

A falsa igreja é apresentada como a grande meretriz com a qual os reis da terra se prostituíram. Na Bíblia, religiões falsas são chamadas de prostituições, porque é forma de infidelidade a Deus (Is 23.17; Nm 3.4). A meretriz babilônica é oposto absoluto da noiva do Cordeiro então arrebatada, a Igreja de Jesus. Sendo a mulher, na visão uma meretriz, isto indica um falso sistema religioso.

Este texto deixa claro que o vinho, o qual surgiu como consequência da união ilícita da igreja com os reis da terra, ou seja, ela perdeu seus objetivos e acabou se unindo ao Estado e embriagou ao mundo inteiro. Enquanto que Jesus diz: “O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18.36), está falsa igreja busca os reinos deste mundo. Isto indica que este falso movimento religioso estender-se-á por todo o mundo. “Os que habitam na terra”. Não apenas os reis, os grandes, mas os demais habitantes da terra.

Não obstante, devemos ter em conta que esta mulher não aparece unida a Cristo senão aos “reis da terra”. Babilônia representa à igreja cristã que, com o fim de receber legados e honras do Império Romano, apostatou da verdade.

A Bíblia de Jerusalém (tradução católica com imprimatur), comentando Apocalipse 17.5 diz que “Babilônia é o nome simbólico de Roma”. O comentário da Bíblia de Jerusalém diz que Roma arrastou todas as nações à idolatria. A igreja católica romana serve às nações o vinho do cálice de suas doutrinas adúlteras. Com ela tem embriagado os crentes, os quais não percebem os erros mencionados.

A Bíblia repetidas vezes compara ao povo de Deus que abandonou a verdade e ido em após de outras crenças, com uma mulher infiel ou prostituta. As seguintes afirmações, feitas por Deus mesmo, são exemplo disso:

“Não te alegres, Israel, não saltes de gozo como outros povos, pois fornicaste ao apartar-te de teu Deus. Amaste o salário de prostitutas em todas as eras de trigo” (Os 9.1). “Mas como a esposa infiel abandona a seu esposo, assim vos levantastes contra mim, casa de Israel, diz Jeová” (Jr 3.20).

O falso sistema religioso permite que seus seguidores professem que são de Deus enquanto, na realidade, adora e serve a outros deuses. Os hipócritas e os falsos profetas obtêm sucesso como resultado da sua doutrina, porque ela induz a sociedade mundana a unir-se a ela. 

3.3. Está sentada numa besta. “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.” (V. 3).

João revela que a falsa igreja estará montada numa Besta. Na Grande Tribulação a meretriz estará ligada a primeira Besta, (o poder político governado pelo Anticristo) e a meretriz (poder religioso governado pelo falso profeta) (Ap 13). Isto prova que fim dos tempos ela estará novamente unida a um sistema político. Trata da confederação de nações sob o governo do Anticristo. Neste tempo a besta e a meretriz, andam juntos, mas depois, a besta se levantará contra ela e a destruirá.

“Besta repleta de nomes de blasfêmia”. Na besta que ela monta estão escritos nomes de blasfêmia. A proclamação de infalibilidade do papado é o grande cumprimento desta palavra, que ultrapassa todos os outros cumprimentos. 

3.4. Uma mulher vestida de púrpura. “E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas....” (V. 4a).

Agora João descreve sobre a luxuria da meretriz. Ela se veste como se fosse uma mulher rica. A Púrpura e escarlata são tecidos coloridos e os mais luxuosos da época. Representam pompa, realeza e luxo e orgulho. Mesmo ela sendo bem-vestida e atraente às nações, Deus viu o seu cálice cheio de abominações e imundícias, coisas repugnantes ao Santo Senhor.

Em princípio não podemos ver nesta mulher desviada nada além da igreja romana, pois nenhuma religião no mundo corresponde a este descrito em Apocalipse 17. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata como ela?

A mulher estava esplendidamente adornada com ouro e joias, numa descrição do esplendor e grandiosidade da igreja de Roma, com suas vestes e ornamentos de toda espécie, o que sinaliza o materialismo e o poder econômico. A igreja tem se vangloriado na sua superioridade e magnificência, superando até mesmo a antiga Roma no ápice da sua prosperidade. 

3.5. Com o vinho de sua devassidão. “...e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.” (V. 4c).

O cálice em sua mão diz respeito às abominações e as imundícias da sua prostituição (Ap 17.4c), o que representa toda a forma obscena e impura de contaminação moral e espiritual da sociedade.

Todos os teólogos concordam que Roma corrompeu outras nações, envolvendo-as na sua libertinagem. Os excessos de Roma, e especialmente de alguns dos imperadores, são bem documentados na história do período. Países que estabeleceram relações favoráveis ao comércio com Roma lucraram como fornecedores de bens consumidos neste contexto materialista. A mesma descrição pode incluir outros aspectos da corrupção romana – ganância, idolatria, imoralidade, etc.

Dois grandes males são aqui denunciados: abominação e imundícias. A palavra abominação do grego bdelugma que significa uma coisa suja, horrível, detestável. No Antigo Testamento, os ídolos eram visto como abominação, pois os seus adoradores emprestavam-lhe uma glória que só a Deus pode ser tributada (Dt 7.4-5; 25.26; 1º Sm 15.23; 2º Rs 25.13; Is 44.19; Ez 16.30). A igreja romana conduz abertamente os seus adeptos ao pecado da idolatria. Imundícia do original grego akathartes relativo a impureza (Ef 5.3-5; Cl 3.5-6; Gl 5.19-21). A Roma papal faz grandes ofertas de indulgencias e absolvições, e desta maneira atrai os homens ao pecado.

Em 1ª Coríntios 10.14-21, Paulo adverte sobre o mesmo pecado e exorta para não nos contaminarmos com a idolatria e diz: “14 Portanto, meus amados, fugi da idolatria. 15 Falo como a sábios; julgai vós mesmos o que digo. 16 Porventura, o cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? 17 Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão. 18 Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são, porventura, participantes do altar? 19 Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? 20 Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. 21 Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.”

“O prostituir-se” representa a ligação da mulher com a besta, ou seja, com os reis da terra. A igreja romana sempre teve e envolvido com o sistema político mundial. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata, ouro e pedras preciosas? (Basílica de São Pedro). 

3.6. A mãe das prostitutas. “E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.” (V. 5). 

A Babilônia tem sido a mãe dos falsos sistemas religiosos. A história nos conta que as religiões falsas (que sempre incluem a idolatria) tiveram sua origem com Ninrode e sua mulher Semíramis, no primitivo reino de Babel (de onde vem Babilônia (Gn 10.8-10). Ele foi o primeiro imperialista da história (Gn 10.10-11). Ele também liderou o povo no primeiro ato religioso (falso), que foi a construção da torre de Babel, cujo único objetivo (como os demais semelhantes) era o culto idolatra. Hoje o sincretismo desta falsa religião está no seu auge, a caminho do reinado do Anticristo, ocupando-se de práticas de paganismo oriundos da antiga Babilônia. Por isto Deus chama seu povo a fugir de Babilônia, antes da sua destruição final (Ap 18.4).

O termo “mistério” indica que o nome “babilônia” não é meramente geográfico, mas simbólico. Babilônia é descrita como grande porque é poderosa e de vasto alcance. Refere-se à “Mãe das Prostituições e Abominações da Terra” (Ap 17.5b). Ela é a mentora de toda a rebelião contra Deus e a consequente depravação da sociedade. Babilônia é a responsável pelo assassinato dos santos e das testemunhas de Jesus (Ap 17.6a), simboliza o espírito de perseguição e a desconstrução da fé bíblica. Não se trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus. Assim, o “espírito da Babilônia” é um sistema global deliberadamente anticristão. 

3.7. Mistério da Grande Babilônia. Na sequência da revelação, o nome da prostituta é desvendado: “Mistério, a Grande Babilônia” (Ap 17.5a). Não se trata da Babilônia literal, mas um lugar com mistério em seu nome, algo que lembra a velha Babilônia, isto é, a Babilônia espiritual, que através do paganismo adentrou na igreja cristã após Constantino reconhecer o cristianismo como religião no III século. Ela também é chamada de grande meretriz nos capítulos 17 e 18. Um dos textos mais importantes para entender o significado desta figura se encontra no livro do profeta Jeremias: “A Babilônia era copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda terra; do seu vinho beberam as nações; por isso enlouqueceram (Jr 51.7).

O nome Babilônia associando à mulher indica a falsa igreja que dominará a terra com todo o tipo de engano, que hoje já se vê indícios disto por toda parte: “Babilônia era um copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações, por isto enlouqueceram” (Jr 51.7).

A Babilônia espiritual contem no seu interior o culto do mundo pagão. Em contraste com a noiva (a igreja) que representa os adoradores do verdadeiro Deus.

A visão do Apocalipse revela que a igreja de Roma é a igreja-mãe, pois possui filhas e estas filhas no verso 1, João descreve como grande meretriz, porém, agora, ele chama “a mãe das prostituições, o que indica que ela não está só e que tem filhas que seguem seus mesmos passos. Saíram da casa da mãe, (igreja de Roma), mas continuam embriagados com seu vinho. Essas filhas são simbolizadas como as igrejas que se apegam as doutrinas e tradições que não têm nenhum apoio na Palavra de Deus. Muitas destas filhas saíram dela, mas apesar de havê-la abandonado conservam muitos de suas heresias e de sua conduta religiosa equivocada.

Vemos hoje o ecumenismo tão defendido e desejado por aqueles que gostam do caminho largo, porque permite tudo, é um certeiro sinal da futura religião da Besta. 

3.8. Na sua fronte achava-se um nome, mistério. A palavra mistério associada à mulher, identifica-a com ritos religiosos, mistério das falsas religiões, como magia, ocultismo, idolatria etc. Aqui também se trata de algo místico, não literal, equivalente a sinal.

Porque Babilônia? Porque Babilônia foi o berço da religião falsa. Ela foi a capital pagã de onde surgiram todas as formas de maldades idolatra e místicas. Cristo usa esta palavra para falar da profanação efetuada pelo Anticristo no tempo do fim (Mt 24.15).

Este nome escrito na testa da prostituta indica um sistema religioso apóstata, e isto podemos ver dentro do romanismo. Cada coisa na liturgia desta grande organização é envolvida em mistério, com o propósito de impressionar os homens com seus segredos e sua secreta autoridade sobrenatural. Sua pretensão de encaminhar o destino eterno de seus seguidores, seus ritos e cerimônias místicas, seus vestuários sacerdotais, seus movimentos, atitudes e artifícios, tudo envolve em mistérios. Todos estes rituais místicos são oriundos do antigo ritualismo pagão de origem babilônica.

Esta igreja de que estamos tratando será chefiada pelo Falso Profeta, um super líder religioso aliado do Anticristo conforme o que se vê no capítulo 13 verso 11 de Apocalipse. 


3.9. Embriagada com o sangue dos santos.
 “E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.” (V. 6). 

João ficou espantado com essa visão. Ele não consegue compreender o que viu. Ela estava embriagada com o sangue dos santos. A “bebida” da meretriz é o sangue dos servos do Senhor.

Porque João ficou tão admirado? Porque ele o discípulo de Jesus, vê a mulher que era uma vez noiva. Originalmente esta mulher foi uma vez noiva, submissa ao Senhor Jesus, mas ela transformou-se em prostituta. A primeira igreja, a igreja primitiva, era uma igreja cheia do Espírito Santo e de Seus dons, porém, quando Constantino a reconheceu como igreja oficial do império, ela transformou-se na meretriz que João vê. Ela tem enganado e contaminado milhares de pessoas com seus dogmas e tradições entregando ao espírito anticristão. Portanto, podemos identificar mais uma vez uma referência direta a cidade de Roma daqueles dias, onde os cristãos eram perseguidos e cruelmente mortos, servindo até como diversão para os poderosos do império.

Quem conhece a história, sabe que a igreja de Roma tem um passado gravado na história mundial com letras de sangue. Pensamos nos rios de sangue, que clamam ao céu. Esta mulher derramou o sangue dos discípulos de Jesus com tamanha crueldade satânica através de Nero; a chamada “Santa Inquisição” foi mais um ato de crueldade da meretriz. Por isto dizemos que a igreja de Roma é a herdeira da grande Babilônica, tanto com respeito aos mistérios pagãos da Babilônia, que foram transformados em ritos cristãos, como também com respeito à perseguição do povo de Deus. Se você reconhece que pertence a este sistema que praticas prostituição espiritual, então sai do meio dela e entrega a tua vida a Jesus Cristo.

Naqueles dias, a religião falsa (no comando do falso profeta), aliada ao sistema político mundial, também perseguira até a morte a todos os que verdadeiramente adoram a Deus em verdade e espírito.

Então a besta será dirigida por um chefe que vai fazer com os cristãos, tudo aquilo que o império romano já fez no passado. No tempo atual ele está no abismo, e de lá ressurgirá para ajudar Satanás, seu chefe, a administrar a besta.

É esta manifestação demoníaca que ocasionará a cura milagrosa no chefe da besta (Ap 13.3), e que deixará os incrédulos e os crentes mal alicerçados maravilhados com o seu “poder”. 

4. O anjo revela o mistério da mulher. “E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. 8- A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição. E os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que virá. 9- Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. 10- E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo.” (Vs. 7-10). 

Do verso 1 ao 6, o apóstolo descreve as características da meretriz. Então ele ficou grandemente admirado vendo a mulher com todos aqueles adornos, então o anjo revela todo o mistério, tanto da “mulher” como da “Besta”. Na explicação do anjo, ao tratar com a identidade da besta, ele usa verbos nos três tempos fundamentais:

“Cinco caíram...” Desses sete reinos, cinco são hoje passados: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa e Grécia.

“Um ainda existe”. O profeta viveu no tempo do sexto rei (Roma imperial), portanto era o Império Romano que dominava o mundo, mas iria desaparecer por um tempo.

O sétimo é ainda futuro. O sétimo e o oitavo Império se encontravam ainda no futuro, a partir de sua perspectiva histórica. Esse Império “está para emergir do abismo.... se refere-se ao dragão que Ele irá ressurgir novamente no governo do Anticristo e governará o mundo junto com o falso profeta a meretriz, por pouco tempo (Ap 12.12; 17.12).

Os cinco primeiros impérios já caíram. Agora João vê o Império Romano. Mas o reino do Anticristo escatológico ainda não chegou e quando chegar vai durar pouco.

“Aqui há sentido, que tem sabedoria.” Em outras palavras, a interpretação dos símbolos requer mente sabia com discernimento.

“O mistério da mulher e da e da besta”. É evidente de que o anjo está falando de duas bestas, uma carregando a outra: a primeira, a que subirá do abismo (Ap 12), é o dragão que usará o Anticristo para subjugar a humanidade. 

5. Sete cabeças da Besta. “Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada” (v. 9).

Apocalipse 13, a besta é descrita com sete cabeças e dez chifres, assim como a identificação da meretriz é representada no capítulo 17. Portanto, a besta em questão aponta para a mesma entidade representada pelo dragão de Apocalipse 12 e a besta de Apocalipse 13, que seria o novo Império Romano e no capítulo 17 a grande meretriz, cuja capital está situada em Roma. 

A mulher que cavalga sobre a besta com sete cabeças e dez chifres. Sendo essas “sete cabeças” também “sete “montes” e “sete reis” (v. 9). Os setes montes, onde a mulher está assentada, não podem ser vistos como as sete colinas de Roma, pois a palavra grega para “monte” é óros que significa “monte ou montanha”, e não colina.

O profeta Isaías usa a palavra “monte”, para se referir a povo ou nação (Is 37.32; Sl 48.2; Jr 51.25, Dn 2.34-35; Zc 4.7). O mesmo ocorre com o termo “rei”, que os profetas usavam para aludir a reino. Assim, a palavra “montes” e “reis” devem apontar para reinos ou impérios representados nas cabeças da besta. Todavia, “sete cabeças”, “sete montes” e “sete reis” são termos paralelos que simbolizam as mesmas entidades, isto é, impérios e reinos. Assim, A palavra “monte” nunca é usada para simbolizar um monarca ou governante individual. Em vez disso, a encontramos sendo usada como símbolo para uma nação ou império.”

Os sete montes, representam sete império e os 10 chifres representam poderes políticos durante o tempo da sétima cabeça, que apoiarão a besta (17.13) no tempo do fim. Estas nações têm o propósito de se unir com a besta para forçar os habitantes da terra a “beber” o vinho de Babilônia, isto é, unir o mundo sob seu controle e eliminar todos os que se recusam a cooperar. Por fim, os reis da terra se unem à besta e à meretriz para guerrear contra o Cordeiro, mas Ele os vence, porque é verdadeiramente “o Senhor dos senhores e Rei dos reis.” (V. 14).

Entendemos que os cinco reinos que existiram antes dos dias do apóstolo João, falam dos sucessivos impérios mundiais que abrigaram, apoiaram e praticaram as falsas religiões organizadas em oposição aberta a Deus, começando por Ninrode, na primeira Babilônia.

O sétimo Império já opera através da ONU, e junto com as dez nações mundiais irão escolherem um governo único e lhe entregar toda autoridade para governar. Será uma forma antiga do Império Romano, constituído de dez reinos confederados, equivalentes aos dez dedos da estátua de Nabucodonosor (Dn 2). Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. Eles formaram uma confederação de nações durante a Grande Tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez Estados estará pronto o palco para formação do reino do Anticristo que durará sete anos.

A meretriz está sentada sobre sete montes (vs. 9 e 18). Ela estará ligada aos reinos deste mundo. Todos os estudiosos bíblicos concordam que se refere a cidade de Roma, que originalmente foi edificada em grande parte o culto idólatra babilônico, que ainda hoje é visto disfarçadamente na liturgia da igreja romana.

A Besta irá implantar uma nova religião, uma nova ordem mundial para sua própria adoração. O falso profeta cuidará disto tornando obrigatório este culto. 

5. As nações entregarão o poder (comando), ao Anticristo. “E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. 12 E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. 13 Estes têm um mesmo intento e entregarão o seu poder e autoridade à besta.” (17.11-13).

O anjo agora, começa a falar da besta que subiu do mar em Apocalipse 13.1. Essa, será o derradeiro império mundial unificado. De acordo com a explicação do anjo, esse reino emergira do anterior, ela procede de um dos sete, mas também será o oitavo Império. Isto que pertence ao mesmo sistema mundano ímpio, ao qual pode significar pertenciam os sete primeiros, mas que não faz parte daquele grupo, mas procede dos sete. 

Os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Isto, no entanto, não significa que somente dez países formarão o novo Império Romano nesta última fase; ele terá proporções mundiais. Significa somente que estes estarão no comando do governo, tendo, porém o Anticristo como o cabeça do império.

Este texto das Escrituras é um versículo-chave das profecias para os fins dos tempos. A diferença entre o sétimo e oitavo reino seja a seguinte: o sétimo é constituído de países independentes (confederações ou blocos). E o oitavo é composto dos mesmos países, porém sob o governo do Anticristo.

As palavras um só pensamento referem-se à síntese da unidade mundial, ou seja, os “dez reis” não são forçados a entregar o poder ao Anticristo, mas que eles “oferecerão à besta o poder e a autoridade que possuem”.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o Anticristo por um tempo, e como todos eles são anticristãos, seguirão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão uma aliança, que marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta. 

6. “A mulher que viste” (v. 18). “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (V. 18).

Agora o anjo volta a explicar para João, o mistério da mulher. Há duas coisas implícitas no símbolo da mulher na explicação do anjo: 1. Um sistema religioso (17.1-6). 2. Uma cidade onde o falso sistema religioso terá sua sede.

Todos os interpretadores e teólogos concordam que a meretriz não se trata de algo alegórico, mas são unânimes em dizer nas suas confissões: a mulher Babilônia é uma figura da cidade de Roma, a mãe das prostitutas que estará ligada ao Império Romano restaurado.

A grande cidade que impera sobre os reis da Terra é Roma. Essa cidade deu nome à organização representada pela mulher; a Igreja de Roma. A profecia se propõe explicar “o mistério da mulher e da besta que a traz” (Ap 17.7). Quando? No tempo do fim!

Onde existe uma igreja que leva o nome da cidade que ao mesmo tempo lhe serve de trono? Isto é Roma de onde está assentada a prostitua. Porém, hoje não somente a igreja romana, mas a união de igrejas protestantes que estão aderindo o movimento romano. Na Europa já existe o Conselho Mundial das Igrejas, o qual tem a função de unificar as igrejas e ter um líder religioso mundial. O que dizemos de Roma vale, portanto, para o sistema, para a doutrina, mas não para as ovelhas dentro dessa igreja, que procuram a Jesus e querem segui-lo. A estas dizemos “fugi de Babilônia para não morrerdes em suas maldades”. (Ap 18.4).

Em Roma, podemos ver “opulência” do Papa adornada de ouro, pedras preciosas, enquanto a miséria de uma criança passando fome na África.

Os Católicos entendem ser a antiga Roma pagã, mas não pode ser, pois a profecia do Apocalipse não foi cumprida nela. A Roma que mais tarde se tornou cristã, desde o seu desvio do evangelho e das doutrinas, tem todas as características que o Apocalipse atribui a Babilônia e seu paganismo.

Ao longo dos anos a igreja Romana tirou o cálice de agradecimento e ao invés disto deu-lhes o cálice das abominações; ela substituiu o sacrifício de Jesus no Gólgota pelo sacrifício da santa hóstia na missa. Por isto é chama de meretriz, falsa enganadora. Fica confirmado, pois, que o vinho que a mulher leva em sua mão é uma representação das falsas doutrinas pagã com as que têm enganados à grande maioria dos habitantes da terra. Esta falsa igreja ensina a seus seguidores que ela é a verdadeira igreja, a igreja mãe, mestra e regente de toda a igreja cristã. Roma exige obediência completa não somente em assuntos espirituais, mas também em assuntos políticos. Roma nunca desistiu deste objetivo. De acordo com a palavra profética do Apocalipse ela ainda terá seu apogeu na história mundial através da unificação política e militar da Europa, com a restauração do Império Romano na pessoa do Anticristo. 

7. A queda da grande meretriz. “E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. Porque Deus tem posto em seu coração que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (Ap 17.16-18).

Este capítulo o anjo termina mostrando a João como a besta e seus governantes destruirão a falsa igreja. Eles converterão seu apoio a meretriz em ódio. Eles destruirão a cidade (irão despir, comer sua carne e destruir o seu trono), despojando seus valores para si. Aqui vemos que os inimigos de Cristo e da Igreja destroem uns aos outros para cumprir os propósitos soberanos de Deus. Portanto, agora, a meretriz, a falsa pagã, atraente e sincretista, que guiara o Anticristo ao poder sobre os dez países, nos primeiros três anos e meio, destruirão a prostituta para que o culto a besta seja formado.

Logo após o Anticristo romperá sua aliança com os judeus, em seguida com falsa igreja, da qual ele recebeu apoio enquanto necessitou da sua influência para galgar o poder, a destruirá totalmente. Algo terrível irá acontecer com milhões de pessoas que seguiam as falsas doutrinas da meretriz, portanto, agora serão perseguidos e mortos (Ap 20.4). O Anticristo levantar-se-á contra tudo que se chama Deus e blasfemará de Deus. será tarde demais, o juízo de Deus chegou até eles. Terão que enfrentar a morte ou negar a Cristo Jesus.

“Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores, e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, chamados eleitos e fiéis.” (V. 14).

Com a guerra que incitam contra o Cordeiro e Sua Igreja, serão derrotados na vinda de Cristo em glória. O Senhor Jesus destruirá o Anticristo e a seus aliados na batalha final de Armagedon com o sopro de Sua boca.

A vitória é tão certa que mesmo antes da luta já há festa no céu (19,1s). Os salvos na glória louvam ao Cordeiro dizendo: “porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (Ap 19.2).

Estamos nos últimos dias do “tempo do fim”, o “tempo dos gentios”. O fim do último império humano na terra. Então Cristo vem para implantar o Seu reino visível na Terra. Um Reino que subsistirá para sempre e que não passará a outro povo.

FONTE DE PESQUISA

1.        BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2.      BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3.      CLAUDIONOR CORRÊA ANDRADE. Dicionário Teológico 8ª Edição. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.
4.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário de Escatologia Bíblica. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.
5.      SEVERINO PEDRO DA SILVA. Apocalipse versículo por versículo. CPAD. Rio de Janeiro RJ.
6.      WIM MALGO – Apocalipse de Jesus Cristo. Volume III. Editora Grosse. Freude. Obra missionária da Meia Noite.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quinta-feira, 7 de maio de 2015

OS CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL TESTEMUNHA DO APOCALIPSE


Apocalipse 7.1-8 “E, depois destas coisas, vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. 2- E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, 3- dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado na testa os servos do nosso Deus. 4- E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. 5- Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; 6- da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7- da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8- da tribo de Zebulom, doze ,mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil.” 

Em meio a um período de juízo entre o sexto e o sétimo selo, temos um pequeno intervalo. Neste capítulo João vê um grande grupo israelita sendo selados certamente para uma grande missão. No capítulo 7, o apóstolo vê 144 mil de cada tribo de Israel na terra, mas no capítulo 14 eles estão no céu junto com o Cordeiro. 

1. Quem são os cento e quarenta e quatro mil testemunhas (Apocalipse 7)? João vê quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra...” (Ap 7.1), que simboliza os quatro pontos cardeais, isto é, o mundo inteiro. “Estavam retendo os ventos da ira do todo Poderoso, até que fossem assinalados os servos de Deus que encontravam em toda a terra”.

Os cento e quarenta e quatro mil selados e comissionados descritos como servos de Deus, provenientes das 12 tribos dos filhos de Israel. Deus irá marcá-los nas suas testas para indicar que pertencem ao Senhor. Serão selados, iluminados e protegidos pelo Espírito Santo desde os céus, são guardados sob os cuidados de Deus em lugar especialmente preparado. Estes israelitas são os remanescentes, isto é, o restante que serão salvos em Israel (Is 10.22; 17.6; Rm 9.27).

Nos primeiros três anos e meio surgira o Anticristo e fará uma aliança com a nação de Israel. Todavia os cento e quarenta e quatro mil ouvirão e aceitarão a pregação das duas testemunhas que ensinarão o povo israelita que o tal cristo não é o verdadeiro e sim um o falso messias o “Anticristo”.

Talvez sejam os primeiros convertidos pela pregação das duas Testemunhas. No tempo do fim eles serão a Igreja na obra de testemunhar, pois Deus nunca ficou sem testemunho, nem mesmo durante a apostasia de Israel (1º Rs 19.18-19; Rm 11.5). Os novos crentes, dentre os filhos de Israel, serão capacitados pelo Espírito Santo para pregar o evangelho durante os negros dias da tribulação. O testemunho dos cento e quarenta e quatro mil salvos durante a Grande Tribulação resultará numa grande multidão de salvos dentre todas as nações (Ap 7.9, 13, 14).

No evangelho de São Mateus 24.14, Jesus diz: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. Para aqueles crentes que subiram com o Senhor o fim chegou, mas para aqueles que ficaram que conheciam a Jesus, e para aqueles que continuaram a nascer, porque a vida depois do arrebatamento continuará normal, sabemos que não será fácil ser crente na Terra, e, contudo enfrentando a ditadura do Anticristo.

Conhecemos o selo também da atual dispensação, pois conforme Efésios 1.13, todos que renasceram em Cristo Jesus foram selados com o Espírito Santo. O mesmo vale também para os 144.000. Eles serão selados por Deus para a evangelização nos primeiros três anos e meio da tribulação.

Apesar do grande poder que a besta aparenta ter de controlar todo o mundo, mandando matar todos que não adoram a sua imagem, eles não serão dizimados. Em virtude de estarem selados com o Espírito Santo, eles resistiram vitoriosamente á fúria da besta e serão arrebatados para o céu:

“São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14.4).

A expressão na Bíblia, que diz que não se contaminarão com mulheres, é apenas uma expressão no sentido espiritual. Os 144.00 permanecerão puros, recusando-se a se conformar com o sistema mundial ímpio do Anticristo e do falso profeta. Isso quer dizer que eles não se contaminarão com o mundo (mulher aqui significa o sincretismo de religiões falsas). 

2. Os cento e quarenta e quatro mil testemunhas (Apocalipse 14). “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra” (Ap 14.1-3).

Sem dúvida trata-se novamente dos cento e quarenta e quatro mil judeus selados, que vimos no capítulo sete. Assim os que pertencem a Deus e os que são do diabo se distinguem abertamente.

João vê o Cordeiro em pé no monte Sião. O Cordeiro é figura de Cristo, “o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36). O monte Sião não se trata da Jerusalém terrena e o drama que o restante da nação de Israel irá passar na batalha do Armagedom no final da Grande Tribulação. O Monte Sião, onde o Cordeiro está em pé, e com Ele os cento e quarenta e quatro mil, certamente é o Monte Sião celestial, conforme escreveu o autor da carta aos judeus cristãos: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia” (Hb 12.22). Além do mais, não podemos esquecer de que este é o período da segunda metade da Grande Tribulação, quando o mundo está sendo assolado com a presença do Anticristo. Ele também está assentado no santuário em Jerusalém, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.

A descrição do Cordeiro e dos cento e quarenta e quatro mil selados são vistos no céu, enquanto que o animal terrível de Daniel 7.7, está na terra perseguindo os descendentes da mulher, os remanescentes de Israel.

Os cento e quarenta e quatro mil não se refere aqui à Igreja, a Noiva. Note que os personagens no céu são: o Cordeiro, os cento e quarenta e quatro mil selados, os quatro querubins e os anciões referidos no verso três. Eles são distintos dos cento e quarenta e quatro mil, e incluem e representam os salvos na glória. O número em si pode ser literal ou simbólico, mas a categoria à qual eles pertencem não é simbólica: são israelitas.

Os cento e quarenta e quatro mil são os rabiscos da colheita e as primícias de Israel que vão reconciliar e reconhecerão que Jesus é o verdadeiro Messias (Jr 31.32-33; Ez 11.19-20; 36.27-28; Os 2.16-23). Por ordem da grande voz do céu, elas serão arrebatados em meio a Grande Tribulação conforme já vimos: “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12.6).

Que lugar é esse? Certamente é a Sião celestial onde a Igreja e os 144 mil selados estarão juntas com o Cordeiro na glória, isto é, suas características são ao mesmo tempo as características de todos os selados com o Espírito Santo.

Em Apocalipse 7.3, somente é dito que os 144.00 selados são “servos de Deus”. Mas com o Cordeiro na glória, na Sião celestial, mostra-se o grau da sua semelhança com Ele.

O selo que é o Espírito Santo torna visível o nome do Pai. O selo com o nome sagrado sobre sua fronte revela:

1. Que em meio ao furor do Anticristo, eles foram fiéis testemunhas. Eles perseveraram na fé. Isto em contraste com os muitos milhões que têm o nome da besta gravado em sua fronte ou na sua mão direita.

2. Que mantiveram a pureza absoluta, pois está dito deles: “São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula” (Ap 14.4-5). Certamente não se trata no caso de celibato, mas de pureza. A decadência dos costumes morais atualmente se alastra cada vez mais, será tão completa durante a Grande Tribulação, que será difícil permanecer imaculado. Mas em virtude de estarem selados, eles permanecerão imaculados.

3. E são verdadeiros: “...e não se achou mentira na sua boca” (v. 4). Quão infinitamente importante é que não haja mentira em nós, já somente porque o Senhor só nos ouve quando o invocamos com o coração verdadeiro. Quem age com engano em todas as áreas quer seja política ou religiosa no caso de falsos ensinos corrupção afasta-se cada vez mais da Sião celestial, sendo cada vez mais preso ao pai da mentira.

Durante o tempo que eles estiveram na terra, eles ouviram o evangelho pregado pelas duas testemunhas, eles creram, foram selados e também foram arrebatados para o Cordeiro. Estas puras e verdadeiras primícias de Israel, apesar de terem a mentalidade de noiva, não farão parte da Igreja-Noiva. Pois esta já está ataviada e preparada para as bodas do Cordeiro. Estes serão os convidados para as “Bodas do Cordeiro” (Ap 19.7).

Os cento e quarenta mil israelitas não se encontram sobre tronos, mas diante do trono, do mesmo modo como a multidão inumerável dentre todos os povos e línguas (Ap 7.9). Lá os selados de Israel entoam um “novo cântico” (v. 3). Apesar de não serem ligados ao trono como os quatro seres viventes (Ap 4.6-9), nem estarem sentados sobre tronos e com coroas nas cabeças como os vinte quatro anciões (a Igreja; conf. Ap 4.4, 10 e 11), eles têm um motivo extraordinário e especial para louvar ao Criador: “Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa.” (V. 2). Nem os quatro seres viventes, nem os vinte e quatro anciões têm este motivo. Pois ninguém cumpriu tal tarefa como eles: a pregação do evangelho para seu povo diante da face da besta e do Anticristo. Em virtude de estarem selados, eles venceram na provação extrema da genuína da sua fé em Jesus Cristo.

Os judeus hoje que aceitam Jesus como Seu Messias, fazem parte da Igreja de Cristo, os cento e quarenta e quatro mil selados são as primícias de Israel, mas no final da Grande Tribulação os que restarem serão salvos mais tarde quando estiverem cercados pelo exército do Anticristo, então o Senhor aparecerá para socorre-los.

Estas primícias de Israel os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá” (v. 4).

Os russelitas, também conhecidos por testemunhas de Jeová, querem afirmar que os cento e quarenta e quatro mil são o número dos que hão de ser salvos, dentre todas as nações e através de todos os tempos, e os únicos redimidos. Mas, aqui, cai por terra este ensino herético, porque são os anciãos que representam a Igreja, e estes cento e quarenta e quatro mil são assinalados do capítulo 7 e 14, que serão salvos no meio da tribulação.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus
Blumenau -SC

terça-feira, 21 de abril de 2015

OS MÁRTIRES DA GRANDE TRIBULAÇÃO


Apocalipse 6.9-11 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10- E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11- E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.” 

Abrindo o quinto selo, João vê o lamento dos mártires no céu. O apóstolo declara que eles vêm de todas as nações, tribos, povos e línguas que há sobre a terra. Ele descreve o martírio dos cristãos que sofreram perseguições, passaram por torturas, foram mortos e cujas almas suplicam o juízo de Deus contra a vida daqueles que martirizaram milhares de cristãos. Estes são os salvos que vieram da Grande Tribulação porque guardaram sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus e não aceitaram o sinal da besta e nem o seu nome (Ap 7.9-14). Muitos que distanciaram da fé e pessoas com o conhecimento do Evangelho que ficarem no arrebatamento da Igreja, sofrerão no governo ditatorial da besta. Suas almas ficarão debaixo do altar do Senhor no céu, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11).

Neste tempo o Anticristo, no final dos desfeches, levantará uma grande perseguição qual nunca houve, mesmo em meio aos horrores, ao engano e às grandes dificuldades da Tribulação, muitas pessoas rejeitarão o Anticristo e aceitarão a Jesus, passando a segui-lo. Portanto, todos os que não negarem a Jesus, não professam a religião do falso profeta e não aceitam o sistema da Besta serão decapitados (Ap 20.4), Mas serão salvos.

Essas almas debaixo do altar não é a Igreja de Jesus. Essas almas, cujo corpo está na terra e ainda não foram ressuscitados, são completamente distintos da Noiva. Os que morreram em Cristo no tempo da graça, já foram ressuscitados e arrebatados, são vistos coroados no céu representados pelos vinte quatro anciãos, e estão livres da Grande Tribulação (Ap 4.4, 10,11).

João vê as almas desses que foram martirizados, receberem vestes brancas que simbolizando justiça, pureza, santidade e alegria. Eles esperam descansando de suas fadigas terrenas, até que o número dos mártires se complete. Duas coisas ainda devem ser ditas aqui, que mostra a diferença entre estes santos e a Igreja: 1. A igreja é vista coroada (2ª Tm 4.8; Ap 2.10; Ap 4.4, 10,11). 2. Estes santos são vistos com palmas em suas mãos (Ap 7.9).

É importante entender que essas almas não estavam inconscientes, mas estavam lúcidas e pedindo vingança, não pessoal, mas da justiça divina. Isso mostra que após a morte a alma não dorme como alguns “líderes” ensinam, mas continuam conscientes e tem memória do que ocorreu na Terra. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.10).

Nesta altura dos acontecimentos, nós que subirmos no arrebatamento, estaremos participando das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), enquanto que estes crentes que deram suas vidas para serem salvos estarão debaixo do altar do Senhor, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11), permanecerão lá até que termine a Grande Tribulação, e o Senhor retorne a Terra para vingará o sangue deles derramado.

No capítulo 7, o apóstolo João da continuidade a revelação que vê: Apocalipse 7.9,10,13-15 “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; 10- e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. 13- E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? 14- E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. 15- Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.” 

Esta multidão não é a Igreja, como também os selados não são, pelos seguintes motivos: Primeiro, é um dos anciãos que representam a Igreja que faz a pergunta a João (v. 3). Se fossem a Igreja teriam sido arrebatados antes da Grande Tribulação com coroas em sua cabeças.

De quem é composta está multidão? De todas as nações que creram pelo trabalho dos 144.000. De muitos crentes que ficaram, mas creram.

Estes mártires são aqueles que conheciam o evangelho, mas nunca tomaram uma posição diante de Deus e não se desligaram do pecado. Estes são os que vão ficar na terra depois do arrebatamento da Igreja. O anticristo e o falso profeta (Ap 13) que é o ditador do Império Romano ressuscitado, moverá grande e tremenda perseguição contra todos os que são cristãos. Essa multidão, que terão de enfrentar cara a cara a Satanás e sujeitar-se a decapitação. Muitos como uma multidão incontável em todo o mundo, permanecerão fiéis, preferindo morrer pelo testemunho de Jesus.

“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4).

João vê as almas daqueles que foram decapitadas por amor a Cristo e que guardaram Sua Palavra. Mas aqueles que não irão se dobrar diante da Besta, adorar sua imagem e aceitar a sua aliança, então serão salvos na Grande Tribulação.

Note-se a diferença entre os cento e quarenta e quatro mil selados (Ap 7.1-8), e os mártires da Grande Tribulação (v. 9). O primeiro está na terra e estão selados por Deus; o segundo são os gentios, inumeráveis, que completa o número daqueles que “estavam debaixo do altar”, visto por João na abertura do quinto selo, agora tirados da Grande Tribulação, e estão no céu perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos, significando que as pessoas tinham alcançado, não somente a justiça e a pureza, mas também a vitória e gozo; e com palmas nas mãos. Estas palmas simbolizam os mártires. A Igreja representada pelos anciões está coroada, e os fiéis receberam o galardão após o arrebatamento, no Tribunal de Cristo (2ª Co 5.10; Ap 22.12). Mas os mártires receberão palmas que simboliza louvor.

João estava observando aquela cena de adoração e compartilhando daquela magnífica alegria, sem entender perfeitamente a visão:

“E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? (V. 13).

“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de Grande Tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”

Os cento e quarenta e quatro mil de Israel foi dado um sinal na testa para que ficassem isentos dos sofrimentos da Grande Tribulação. Os gentios deixados na terra após o arrebatamento da Igreja, depois de despertados e de reconhecerem Jesus como Seu Senhor e Salvador, foram oferecidos como mártires, sendo decapitados no período da Grande Tribulação. Não “tribulação” ou apenas “de muitas tribulações” (At 14.22), mas “da Grande Tribulação”. Da tribulação sem igual durará três anos e meios (Dn 9.24-27), ou seja, a última metade da septuagésima semana de Daniel. Este é um período de tribulação como nunca houve, nem haverá jamais (Jr 30.4-7; Dn 12.1; Mt 24.21, 22).

O intenso sofrimento na Grande Tribulação não é suficiente para purificar os homens dos seus pecados. Somente o sangue do Cordeiro nos purificará de todo o pecado: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1ª Jo 1.7). Jamais alcançariam qualquer vitória pelos seus próprios méritos ou porque tenham passado por provas duras e terríveis e até mesmo pelo fogo da Grande tribulação. Para provar a sua fé em Jesus e a confiança inabalável em seu Deus, eles não amaram as suas vidas até a morte.

Deus mostra o Seu precioso carinho para as criaturas que lhe são fiéis. Carinho de pai e mãe, que quer bem aos seus filhos (Is 44.15-16). Esta é a grande e sublime promessa que alcançarão todos os vencedores.

Estes mártires fazem parte dos rabiscos da colheita. No contexto bíblico, “os rabiscos” eram as sobras de uma colheita do tipo: Trigo, Cevadas, Uvas no Velho Testamento. Esses mártires serão ou últimos a ser a arrebatados e isso só acontecerá na vinda de Jesus em glória. Incluem nesta colheita todos os crentes, perseguidos e maltratados até a morte por causa da Palavra de Deus e aqueles que não negaram Jesus e que ficaram fiéis ao Senhor testemunhando que eram de Cristo (Ap 20.4-6). Esses mártires reinarão com o Senhor no Milênio. 

Palavra de encorajamento. Ap 14.12-13 “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.”

Uma voz do céu, a voz de Cristo (10.4), ordena a João escrever, especialmente para encorajar aos que recusaram aceitar o sinal da besta. Esta mensagem de consolo será então especialmente necessária, pois os muitos homens que tornarem-se crentes, aqui não falo mais dos cento e quarenta e quatro mil que já estarão na glória com o Senhor (Ap 14.3-4), mas daqueles que estarão diante da alternativa de adorar a besta ou morrer. Sua decisão por Jesus Cristo terá consequências terríveis. Por não negarem a fé e guardarem os mandamentos de Deus, haverá uma terrível perseguição até a morte.

Bem-aventurado os mortos (v. 13). Por sete vezes é pronunciado a palavra bem-aventuranças no Apocalipse. Isso se refere aos remidos que já estão na glória com o Cordeiro. Em contraste com os adoradores da besta, que são atormentados com os juízos apocalípticos. Os salvos na Grande Tribulação já estarão na gloria aguardando o Senhor fazer justiça a essa terra. O sangue e a justiça de Cristo são seu adorno e suas vestes de honra.

A voz celestial anuncia-lhes que ganharão muitíssimo através do martírio: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor”. Há uma promessa especial para aqueles que lavam suas vestiduras no sangue do Cordeiro. Através do seu martírio eles tornam-se participantes de algo muito melhor do que se continuasse com a vida. Eles participaram dos rabiscos da colheita (Ap 6.9 e 11). Entretanto os santos salvos na Grande Tribulação não pertencem á Igreja-noiva, eles têm parte na promessa que foi dada a nós.

O mundo caminha para o fim. Esse é último prazo antes do arrebatamento, importa uma entrega completa a Jesus Cristo. Quem atualmente não permanece na Palavra e a comunhão com na Igreja, este acaba se desviando dos caminhos do Senhor. Mas agora ainda tem tempo para entregar teu coração a tua vida completamente ao Senhor. Aproveite o tempo e a oportunidade, e não endureça teu coração, pois a vida nesta terra é curta.


Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A MULHER E O DRAGÃO – APOCALIPSE 12

 

O capítulo 12 de Apocalipse descortina a história por trás da história. João conta que “viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz” (Ap 12.1-2). A visão da mulher e do dragão, destaca o papel da nação de Israel, e não o papel de um indivíduo.

Neste contexto se destacam cinco personagem: 1. A mulher; 2. Satanás; 3. o menino; 4. O arcanjo Miguel; 5. A descendência da mulher.

1. Uma mulher. “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz” (Ap 12. 1-2).

O primeiro dos sinais que João vê no céu é uma mulher. O texto nos diz que ela está adornada pelos astros.

Nas Escrituras o povo de Israel e também a Igreja são comparados a uma mulher (Jr 4.31; 6.2; 2ª Co 11.2; Gl 4.26; Ef 5.25-27, 32). Aqui, porém, refere-se precisamente a Israel, porque foi Israel que deu o berço a para a vinda do Messias. O Senhor Jesus veio da genealogia do povo judeu. 

1.1. A mulher vestida de sol (v. 1). Significa que ela é gloriosa e exaltada, e reflete o brilho da glória de Cristo. A nação de Israel, está na luz do Sol, isto é, Cristo mesmo, quando vier em glória aparecerá em poder supremo, como o Sol da justiça (Ml 4.2). O povo de Deus serve desde o princípio para iluminar o mundo (Mt 5.14, 16; Fp 2.15). 

1.2. Tendo debaixo de seus pés. “Ela tem a lua debaixo de seus pés”. Israel exercerá domínio e autoridade outorgada pelo próprio Cordeiro no governo milenar de Cristo. As nações dependerão exclusivamente de Israel.

Ela tem uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. Naturalmente referem-se às doze tribos de Israel, ou seja, ela é vitoriosa, ela é vencedora.

“Estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz” (v. 2). O dar à luz um filho”, sempre traz dores e ânsias, também no sentido espiritual (Gl 4.19). A mulher tem uma grande missão: dar à luz a Cristo segundo a carne (Rm 9.5). 

2. O foi arrebatado ao céu. “Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao Seu Trono” (Ap 12.5).

O filho varão é Jesus Cristo, Ele regerá as Nações com vara de ferro, isto acontecerá na implantação do Milênio, o Seu arrebatamento refere-se a sua ascensão, quando ressuscitou na manhã do terceiro dia, voltando ao céu, ficando ao lado do Pai. 

3. O Dragão vermelho. “E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas.” (V. 3).

“João vê mais um novo acontecimento no céu, um Dragão. O dragão simboliza Satanás a antiga serpente (Ap 20.2). “Ele é um ser pessoal, ele não é um mito, uma figura lendária ou folclórica. Ele não é um ser impessoal, etéreo. Ele não é uma energia negativa. Ele é um anjo caído, um ser que tem vontade, planos e estratégias. Ele tem sentimentos, pois está cheio de cólera (v. 12) e permanentemente irado contra a Igreja (v. 17). Ele tem inteligência, pois é capaz de seduzir (v. 4). Ele tem objetivos claros, perseguir o Messias (v. 4) e Sua Igreja (v. 13). [Hernandes Dias Lopes. Estudos no Livro de Apocalipse pg. 88].

O Dragão é chamado grande, porque pertence a uma das ordens mais altas de todas as criaturas: “Um querubim ungido” (Ez 28.15). Era de uma classe de tão grande honra e poder, que o arcanjo Miguel, quando contendia com ele por causa do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele (Jd 6).

O Dragão é vermelho cor de sangue e de fogo. Isso significa que ele é o autor de toda guerra e homicídio (Jo 8.44). Ele possui sete cabeças coroadas, que simbolizam seu domínio mundial em todas as épocas da história (Dn 2.38-40; 7.4-7; 8.1-27). Os dez chifres simbolizam o seu poder destrutivo. O próprio Jesus disse que o dragão “veio para matar, roubar e destruir” (Jo 10.10). Ele receberá pleno poder para reinar sobre todo o mundo na Grande Tribulação (Ap 13.1-18). E sete diademas, é uma referência a poder real, não são coroas de glória e de vitória, mas coroas do poder usurpado, pois ele tenta ser um imitador do Cordeiro.

A queda de Lúcifer. “E a sua cauda levou a terça parte das estrelas do céu e lançou sobre a terra.” (V. 4).

João está narrando a queda de Lúcifer e dos anjos que ele arrastou consigo no dia da grande rebelião contra Deus (Ez 28.15). Isso revela a verdadeira personalidade de Satanás (comparando Ez 28.12-19), onde ele aparece como “Luz”, o querubim protetor que habitava no Éden de Deus e entre as pedras afogueadas andava, mas agora é visto furioso por terem sido frustrados os seus primeiros planos (Is 14.13-14) e arrasta após si a terça parte das estrelas dos céus (anjos caídos que lhe foram desobedientes (Dn 8.10). E lançou-os sobre a Terra (na conquista pelo mundo). Isto prova mais o seu orgulho e sua presunção. 

4. A mulher e o Dragão. Vs. 4b -6 “...e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.”

O propósito principal do dragão é destruir o filho da mulher (Cristo). Por conta disso, a mulher é perseguida por ele, a fim de que o nascimento do menino fosse evitado.

A mulher vestida de sol refere-se a nação de Israel. Jesus veio da genealogia do povo judeu. Deus levantou a nação de Israel (a mulher) como povo escolhido, e através desta nação faz vir o Messias, a semente da mulher, prometida em Genesis 3.15. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”

A promessa do Senhor feita a Abraão para cumprir-se nos seus descendentes, na nação de Israel, ou seja, não foi feita uma promessa a Maria. Embora o Cristo foi gerado no ventre de Maria, a visão não se refere a ela. Portanto, a visão da mulher e do dragão neste capítulo destaca o papel da nação de Israel, e não o papel de um indivíduo.

Satanás usou toda sua astúcia contra Israel, para evitar o cumprimento da promessa de Deus. Ele, dominado pela fúria, permaneceu “parado diante da mulher”, procurando por toda sorte dominar a nação, mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estão debaixo da Lei, a fim de receberem a adoção de filhos (Gl 4.4-5).

Portanto, nascido Jesus (Is 9.6-7), conforme a promessa (Is 7.14; Lc 1.26-38), o Diabo mobilizou todos os seus ardis para destruir o menino e prejudicar o plano de Deus. Primeiro usou Herodes, o Grande (Mt 2.16); foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para sofrer a tentação do maligno e provar a Sua idoneidade para a obra (Mt 4.1-11) mas, venceu Satanás usando as Sagradas Escrituras.

Satanás, muito embora vencido, não se deu por derrotado. Tudo fez (usando os judeus) para tentar Jesus (Mt 21.23-27). Usou até Pedro para dificultar os passos de Jesus (Mt 16.22-23). Também usou Judas Iscariotes para tentar o Senhor e vendê-lo (Mt 26.14-16). Por fim, Cristo foi entregue à morte de cruz, ato que Deus traria vitória para a humanidade perdida, e derrota para Satanás. Este vinga-se, impondo a mais bárbara e cruel tortura a Cristo (conf. Sl 22; Sl 129.3; Is 50.6; Is 53). Depois de Jesus morrer e ser sepultado, Satanás inspira os judeus a porem uma guarda escolhida no sepulcro, como o último esforço para evitar a ressurreição do Senhor (Mt 27.63-66). Mas, na manhã do terceiro dia Ele ressuscitou e permaneceu por 40 dias entre Seus discípulos, despois foi arrebatado e assentou-se a destra de Deus Pai.

Como Satanás é um inimigo vencido (Is 14.12; Mt 4.10; Lc 10.18; Ap 12.9-10), e está derrotado (Jo 16.33; Tg 4.7; 1ª Jo 2.13-14), nada pôde fazer para evitar a execução do plano de Deus, quanto á redenção dos homens.

O filho varão é Jesus Cristo, Ele regerá as Nações com vara de ferro, isto acontecerá na implantação do Milênio, o Seu arrebatamento refere-se a sua ascensão, quando ressuscitou na manhã do terceiro dia, voltando ao céu, ficando ao lado do Pai. 

5. O arcanjo Miguel. “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” (Ap 12.7-9).

O que acontece no céu é uma guerra espiritual. Miguel é o protetor de Israel (Dn 12.1), para guardar a nação. Ele e seus anjos lutaram contra o dragão e seus anjos, mas serão derrotados, expulso do céu e lançados à terra. Por isso o Senhor Jesus disse-lhe: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu.” (Lc 10.18). Somente um viu Satanás cair como um raio, com rapidez e como um relâmpago que cai na Terra: Jesus o Pai da eternidade (Is 9.6; Jo 1.1).

“Satanás não conseguiu destruir Cristo na terra, agora ele procura invadir a própria gloria celestial para continuar sua luta contra o Filho de Deus, mas acaba sendo derrotado, isso aumenta o ódio contra Cristo, o qual se lança contra a mulher que deu à luz o Cristo. [Russel Shedd].

No presente texto é Satanás que cai do céu para a terra (v. 9), lá ele cai da terra para o abismo (20.3). Em ambos os casos o juízo é executado por meio de um anjo. 

“.... mas não prevaleceram...”. O diabo mais uma vez é derrotado. Não devorou o filho varão. Não alcançou a mulher quando fugiu para o deserto. E agora, perdeu a sua batalha contra Miguel. 

6. O Filho é Jesus. “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.” (Ap 12.10).

O versículo 5 mostra que Filho foi arrebatado ao céu para assentar-se no trono. Mas, o 10 deixa claro que o Filho da mulher se trata de Jesus, ao dizer que “agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.

Vozes celestiais proclamam a vitória do povo de Deus sobre todas as tentativas do diabo. Alcançam vitória por causa de sua fidelidade ao Cristo redentor; ainda que essa fidelidade lhes acarrete a morte, eles permanecem fiéis.

O apóstolo João ouviu uma grande voz que anuncia um novo tempo. “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram a sua vida até à morte. Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar.” (Ap 12.11, 12a).

Pelo sangue do Cordeiro, os santos venceram a batalha por meio da vitória de Cristo. Os vencedores são que creem em Cristo e na Sua morte na cruz do Calvário. Quem crê em Cristo não ama a sua própria vida, antes abriram mão dela “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará” (Lc 9.24). 

7. Porque pouco tempo lhe resta. “Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” (v.12).

Enquanto que os salvos nos céus exaltam o Cordeiro, é lançado mais um ‘Ai’ sobre os moradores da terra. “Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” (Ap 12.12). Os homens que vivem na terra sofrerão devido à grande ira do diabo derrotado.

Sabemos que, desde a morte de Cristo na Cruz, o diabo tem estado ‘cheio de grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta’. Sabemos hoje que seu tempo quase se esgotou. Qualquer poder que o diabo possui é limitado. O tempo para exercer seu poder é, também, limitado. Tudo está chegando ao fim, quando não terá mais condições de derramar a sua cólera sobre os homens na terra. Ele sabe que o seu tempo na terra é curto até que ele seja lançado para o abismo, quando Cristo vier para estabelecer o Seu reino (Ap 20.1-2). 

8. A mulher fugiu para o deserto. “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias” (v. 6). 13 Quando, pois, o dragão se viu atirado para a Terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; 14 e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente” (Ap 12.6,13,14).

Mesmo depois de Jesus ter sido assunto ao Céu (At 1.9-11), a perseguição contra a mulher (Israel) continuou e será muito intenso na segunda metade da Grande Tribulação, quando o Diabo terá maior liberdade com a permissão de Deus, através do Anticristo, para atacar Israel: “Quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher [...] E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente” (Ap 12.13,15).

Portanto o tempo da Igreja findou a partir do momento em que ela foi arrebatada. Por essa razão nada é dito sobre o intervalo de tempo a ela alusivo.

João continua o relato da fuga da mulher para o deserto, onde parou no versículo 6. A mulher representa Israel quando figura ante a perseguição do Anticristo na Grande Tribulação. Mesmo depois de Jesus ter sido assunto ao Céu (At 1.9-11), a perseguição contra a mulher (Israel) continuou.

Deserto significa lugar de isolamento. “Lugar preparado por Deus”, para guardar da fúria do Dragão isso significa o cuidado de Deus pelo Seu povo (Rm 11.1-4), e terá a duração de três anos e meio, ou seja, os últimos dias da Grande Tribulação, ou Angustia de Jacó onde o Anticristo não poderá vencê-los.

“... e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto...”. A águia é um pássaro que voa rápido e alto. Aqui a mulher é representada como uma águia que voa rápido para escapar da fúria do Dragão para um lugar seguro, onde estarão guardados e alimentados por Deus e fora do alcance do Anticristo. Estas asas de águia representam a direção de Deus (Êx 19.4), através da qual Israel será levado a um lugar seguro (cf. Sl 27.5; 91:1,4).

Os fiéis de Israel, tementes a Deus que se converterão pela mensagem das duas testemunhas, opor-se-ão contra a religião do Anticristo, assim ele irá declarar guerra contra os santos (Ap 13.7), porém serão socorridos por Deus (Dn 12.1). As primícias de Israel os “cento e quarenta e quatro mil” selados pelo Espírito de Deus, portanto, são guardados por Deus (1º Rs 19.18; Dn 3).

Lugar preparado por Deus, no meu entendimento, é o céu onde João vê os 144.000 selados junto ao trono de Deus (Ap 14.1-3), ou seja, eles serão arrebatados (guardados) na metade da Grande Tribulação onde o Anticristo não poderá vencê-los. 

“...durante um tempo, tempos e metade de um tempo...”. Após Israel romper o pacto com o Anticristo, serão duramente perseguidos, mas fugirão para o deserto e lá ficarão por três anos e meio, isto é, quarenta e dois meses. No verso 6, ela está no deserto por 1.260 dias. (Veja também Ap 11.2; Dn 7.25). O profeta Daniel 7.25, fez a mesma referência e que a verdadeira explicação deve ser feita da mesma maneira. 

9. E a serpente lançou como um rio para destruir a mulher. “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca. (Ap 12.15-16).

Diante de Deus todos os planos do diabo são frustrados. Não conseguiu devorar Jesus. Perdeu na batalha contra Miguel e foi expulso do céu. Não conseguiu destruir o povo de Deus como um todo. Portanto, o Dragão não alcança a mulher, seus planos (mentiras, acusações e falsas doutrinas) estão sendo frustrados, seu engano não surge mais efeito diante dela e em desespero, ele lança água da sua boca, tentando destruí-la, será o período da mais negra tribulação.

“A terra ajudando a mulher...” (v. 16). A terra representa povos e nações. A mulher terá ajuda de alguns governantes da terra. Naquele dia as nações amigas irão socorrer os Judeus frustrando os esforços da serpente”.

Essa “corrente de água” (o exército favorável) será absorvida antes de ter alcançado o lugar de “refúgio” preparado por Deus (Is 16.4). 

10. O Dragão persegue a semente da mulher. “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo.” (V. 17).

O Dragão não tendo êxodo contra a mulher, inicia uma perseguição contra o resto da semente dela identificado como os justos seguidores de Cristo, já que são eles que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo, ou seja, os “descendentes” da mulher são os que continuam a existir na Grande Tribulação, e que, continuam sob a fúria temporária do dragão. E esta é a razão concreta pela qual eles estão sofrendo tantas perseguições. Não devemos aplicar o presente texto à Igreja do Senhor, pois ele já está ao lado de Cristo, nas bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9).

Esta perseguição se dará nos últimos três anos e meio e será o martírio dos crentes que ficaram na Grande Tribulação e o remanescente de Israel.

Pr. Elias Ribas - Dr. em Teologia

Assembleia de Deus  

Blumenau - SC