TEOLOGIA EM FOCO: OS CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL TESTEMUNHA DO APOCALIPSE

quinta-feira, 7 de maio de 2015

OS CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL TESTEMUNHA DO APOCALIPSE


Apocalipse 7.1-8 “E, depois destas coisas, vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. 2- E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, 3- dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado na testa os servos do nosso Deus. 4- E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. 5- Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; 6- da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7- da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8- da tribo de Zebulom, doze ,mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil.” 

Em meio a um período de juízo entre o sexto e o sétimo selo, temos um pequeno intervalo. Neste capítulo João vê um grande grupo israelita sendo selados certamente para uma grande missão. No capítulo 7, o apóstolo vê 144 mil de cada tribo de Israel na terra, mas no capítulo 14 eles estão no céu junto com o Cordeiro. 

1. Quem são os cento e quarenta e quatro mil testemunhas (Apocalipse 7)? João vê quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra...” (Ap 7.1), que simboliza os quatro pontos cardeais, isto é, o mundo inteiro. “Estavam retendo os ventos da ira do todo Poderoso, até que fossem assinalados os servos de Deus que encontravam em toda a terra”.

Os cento e quarenta e quatro mil selados e comissionados descritos como servos de Deus, provenientes das 12 tribos dos filhos de Israel. Deus irá marcá-los nas suas testas para indicar que pertencem ao Senhor. Serão selados, iluminados e protegidos pelo Espírito Santo desde os céus, são guardados sob os cuidados de Deus em lugar especialmente preparado. Estes israelitas são os remanescentes, isto é, o restante que serão salvos em Israel (Is 10.22; 17.6; Rm 9.27).

Nos primeiros três anos e meio surgira o Anticristo e fará uma aliança com a nação de Israel. Todavia os cento e quarenta e quatro mil ouvirão e aceitarão a pregação das duas testemunhas que ensinarão o povo israelita que o tal cristo não é o verdadeiro e sim um o falso messias o “Anticristo”.

Talvez sejam os primeiros convertidos pela pregação das duas Testemunhas. No tempo do fim eles serão a Igreja na obra de testemunhar, pois Deus nunca ficou sem testemunho, nem mesmo durante a apostasia de Israel (1º Rs 19.18-19; Rm 11.5). Os novos crentes, dentre os filhos de Israel, serão capacitados pelo Espírito Santo para pregar o evangelho durante os negros dias da tribulação. O testemunho dos cento e quarenta e quatro mil salvos durante a Grande Tribulação resultará numa grande multidão de salvos dentre todas as nações (Ap 7.9, 13, 14).

No evangelho de São Mateus 24.14, Jesus diz: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. Para aqueles crentes que subiram com o Senhor o fim chegou, mas para aqueles que ficaram que conheciam a Jesus, e para aqueles que continuaram a nascer, porque a vida depois do arrebatamento continuará normal, sabemos que não será fácil ser crente na Terra, e, contudo enfrentando a ditadura do Anticristo.

Conhecemos o selo também da atual dispensação, pois conforme Efésios 1.13, todos que renasceram em Cristo Jesus foram selados com o Espírito Santo. O mesmo vale também para os 144.000. Eles serão selados por Deus para a evangelização nos primeiros três anos e meio da tribulação.

Apesar do grande poder que a besta aparenta ter de controlar todo o mundo, mandando matar todos que não adoram a sua imagem, eles não serão dizimados. Em virtude de estarem selados com o Espírito Santo, eles resistiram vitoriosamente á fúria da besta e serão arrebatados para o céu:

“São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14.4).

A expressão na Bíblia, que diz que não se contaminarão com mulheres, é apenas uma expressão no sentido espiritual. Os 144.00 permanecerão puros, recusando-se a se conformar com o sistema mundial ímpio do Anticristo e do falso profeta. Isso quer dizer que eles não se contaminarão com o mundo (mulher aqui significa o sincretismo de religiões falsas). 

2. Os cento e quarenta e quatro mil testemunhas (Apocalipse 14). “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra” (Ap 14.1-3).

Sem dúvida trata-se novamente dos cento e quarenta e quatro mil judeus selados, que vimos no capítulo sete. Assim os que pertencem a Deus e os que são do diabo se distinguem abertamente.

João vê o Cordeiro em pé no monte Sião. O Cordeiro é figura de Cristo, “o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36). O monte Sião não se trata da Jerusalém terrena e o drama que o restante da nação de Israel irá passar na batalha do Armagedom no final da Grande Tribulação. O Monte Sião, onde o Cordeiro está em pé, e com Ele os cento e quarenta e quatro mil, certamente é o Monte Sião celestial, conforme escreveu o autor da carta aos judeus cristãos: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia” (Hb 12.22). Além do mais, não podemos esquecer de que este é o período da segunda metade da Grande Tribulação, quando o mundo está sendo assolado com a presença do Anticristo. Ele também está assentado no santuário em Jerusalém, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.

A descrição do Cordeiro e dos cento e quarenta e quatro mil selados são vistos no céu, enquanto que o animal terrível de Daniel 7.7, está na terra perseguindo os descendentes da mulher, os remanescentes de Israel.

Os cento e quarenta e quatro mil não se refere aqui à Igreja, a Noiva. Note que os personagens no céu são: o Cordeiro, os cento e quarenta e quatro mil selados, os quatro querubins e os anciões referidos no verso três. Eles são distintos dos cento e quarenta e quatro mil, e incluem e representam os salvos na glória. O número em si pode ser literal ou simbólico, mas a categoria à qual eles pertencem não é simbólica: são israelitas.

Os cento e quarenta e quatro mil são os rabiscos da colheita e as primícias de Israel que vão reconciliar e reconhecerão que Jesus é o verdadeiro Messias (Jr 31.32-33; Ez 11.19-20; 36.27-28; Os 2.16-23). Por ordem da grande voz do céu, elas serão arrebatados em meio a Grande Tribulação conforme já vimos: “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12.6).

Que lugar é esse? Certamente é a Sião celestial onde a Igreja e os 144 mil selados estarão juntas com o Cordeiro na glória, isto é, suas características são ao mesmo tempo as características de todos os selados com o Espírito Santo.

Em Apocalipse 7.3, somente é dito que os 144.00 selados são “servos de Deus”. Mas com o Cordeiro na glória, na Sião celestial, mostra-se o grau da sua semelhança com Ele.

O selo que é o Espírito Santo torna visível o nome do Pai. O selo com o nome sagrado sobre sua fronte revela:

1. Que em meio ao furor do Anticristo, eles foram fiéis testemunhas. Eles perseveraram na fé. Isto em contraste com os muitos milhões que têm o nome da besta gravado em sua fronte ou na sua mão direita.

2. Que mantiveram a pureza absoluta, pois está dito deles: “São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula” (Ap 14.4-5). Certamente não se trata no caso de celibato, mas de pureza. A decadência dos costumes morais atualmente se alastra cada vez mais, será tão completa durante a Grande Tribulação, que será difícil permanecer imaculado. Mas em virtude de estarem selados, eles permanecerão imaculados.

3. E são verdadeiros: “...e não se achou mentira na sua boca” (v. 4). Quão infinitamente importante é que não haja mentira em nós, já somente porque o Senhor só nos ouve quando o invocamos com o coração verdadeiro. Quem age com engano em todas as áreas quer seja política ou religiosa no caso de falsos ensinos corrupção afasta-se cada vez mais da Sião celestial, sendo cada vez mais preso ao pai da mentira.

Durante o tempo que eles estiveram na terra, eles ouviram o evangelho pregado pelas duas testemunhas, eles creram, foram selados e também foram arrebatados para o Cordeiro. Estas puras e verdadeiras primícias de Israel, apesar de terem a mentalidade de noiva, não farão parte da Igreja-Noiva. Pois esta já está ataviada e preparada para as bodas do Cordeiro. Estes serão os convidados para as “Bodas do Cordeiro” (Ap 19.7).

Os cento e quarenta mil israelitas não se encontram sobre tronos, mas diante do trono, do mesmo modo como a multidão inumerável dentre todos os povos e línguas (Ap 7.9). Lá os selados de Israel entoam um “novo cântico” (v. 3). Apesar de não serem ligados ao trono como os quatro seres viventes (Ap 4.6-9), nem estarem sentados sobre tronos e com coroas nas cabeças como os vinte quatro anciões (a Igreja; conf. Ap 4.4, 10 e 11), eles têm um motivo extraordinário e especial para louvar ao Criador: “Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa.” (V. 2). Nem os quatro seres viventes, nem os vinte e quatro anciões têm este motivo. Pois ninguém cumpriu tal tarefa como eles: a pregação do evangelho para seu povo diante da face da besta e do Anticristo. Em virtude de estarem selados, eles venceram na provação extrema da genuína da sua fé em Jesus Cristo.

Os judeus hoje que aceitam Jesus como Seu Messias, fazem parte da Igreja de Cristo, os cento e quarenta e quatro mil selados são as primícias de Israel, mas no final da Grande Tribulação os que restarem serão salvos mais tarde quando estiverem cercados pelo exército do Anticristo, então o Senhor aparecerá para socorre-los.

Estas primícias de Israel os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá” (v. 4).

Os russelitas, também conhecidos por testemunhas de Jeová, querem afirmar que os cento e quarenta e quatro mil são o número dos que hão de ser salvos, dentre todas as nações e através de todos os tempos, e os únicos redimidos. Mas, aqui, cai por terra este ensino herético, porque são os anciãos que representam a Igreja, e estes cento e quarenta e quatro mil são assinalados do capítulo 7 e 14, que serão salvos no meio da tribulação.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus
Blumenau -SC

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