TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O FERMENTO DOS FARISEUS






“E Jesus disse-lhes: Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus 11 Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. 12 Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus. (Mt 16.6,11-12).




I.       FEFINIÇÃO DO TERMO


A palavra fermento [do gr. zume] significa de corrupção intelectual e moral inveterada, vista em sua tendência de infectar os outros. Aqui o fermento é aplicado aquilo que, mesmo em pequena quantidade, pela sua influência, impregna totalmente algo; seja num bom sentido, como na parábola em Mt 13.33; ou num mau sentido, de influência perniciosa, “um pouco de fermento leveda toda a massa”.

Os usos simbólicos da palavra “fermento”, na Bíblia, são geralmente negativos. O fermento freqüentemente representou o mal e o erro. Podemos traçar no Velho Testamento o desenvolvimento destes significados da palavra “fermento”. O uso do fermento era proibido durante a Páscoa, a festa em que os israelitas comemoravam a libertação da nação judaica da servidão egípcia (Êx 12.15). De fato, os israelitas não tinham permissão para incluir fermento nos sacrifícios feitos a Deus. Em Levítico, Deus disse: “Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, e de mel nenhum queimareis por oferta ao Senhor” (Lv 2.11).

Baseando-se nesta tradição de que o fermento representava alguma coisa má, impura e inaceitável por Deus, Jesus e Paulo se referiram às falsas doutrinas como fermento. Jesus advertiu contra o fermento o falso ensinamento dos fariseus e dos saduceus (Mt 16.12). Paulo disse que aqueles que tentavam persuadir os cristãos a voltarem à pratica da lei de Moisés espalhavam o fermento (Gl 5.4-9).
O fermento também representava a influência corruptora da imoralidade. Paulo se referiu ao problema da imoralidade sexual entre os cristãos de corinto em termos duros e perguntou: “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” (1ª Co 5.6). Deixada sem correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e corromper a congregação inteira.


Os fariseus eram formalistas, religionistas, ritualistas, nominalistas. Eles endeusavam as obras. Os saduceus eram, céticos, materialistas, humanistas. Não criam no miraculoso, no sobrenatural.


II.     O FERMENTO DA HIPOCRISIA


“Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lc 12.1b).

No original gr. Hupokrites, hipócrita que significa: ator, artista de teatro, dissimulador, impostor, enganador, falso, que tem aparência de verdadeiro, simular, fingir, pretender.
“Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” (Mt 23.33).

Hupokrisis e hupokrités são as palavras que, no NT, são traduzidas por “hipocrisia” e “hipócrita”. No NT não há pecado mais fortemente condenado do que a hipocrisia, e na opinião popular não há pecado mais universalmente detestado.

Na Septuaginta hupokrités é certamente uma palavra negativa (Jó 34.30; 36.13). Até aquela altura tinha adquirido um sentido especificamente desagradável; mas é essencial notar que, já no tempo em que a Septuaginta estava sendo revisada, hupokrités se tomara não apenas uma palavra má, mas também uma palavra ativamente maligna. Uma das famosas revisões da Septuaginta foi feita por um homem chamado Áquila.

Em Jó 20.5, Áquila tem hupokrités e a Septuaginta tem paranomos, que significa um “transgressor”, um “violador das leis”. Em Isaías 32.6, Áquila tem hupokrisis, e a Septuaginta tem anoma, que quer dizer “coisas ilícitas”. Claramente esta palavra não significa simplesmente “hipocrisia”; veio a representar alguma coisa maligna, ímpia, ilícita, e ativamente perversa.


1. O hupokrités é o homem que faz a obra de Deus apenas para ser vistos pelos outros. É roubar a glória que é devida só a Deus e transferi-lá para o ser humano.


É o homem que quer que todos o vejam dar esmolas (Mt 6.2), que o vejam orar (Mt 6.5), que saibam que está jejuando (Mt 6.16). É o homem cuja bondade visa agradar não a Deus, mas aos homens; é o homem que não diz: “A Deus seja dada à glória”, mas: “A mim venha o crédito”.


2. O hupokrités é o homem que, no próprio nome da religião, quebra as leis de Deus. É o homem que diz que não pode ajudar seus pais porque tinha dedicado seus bens ao serviço de Deus (Mt 15.7; Mc 7.5); o homem que se recusa a ajudar um enfermo no sábado, porque isto seria uma violação da lei do sábado, embora não deixe descuidar do bem-estar dos seus animais no sábado (Lc 13.15). É o homem que prefere sua própria idéia da religião à idéia de Deus.

3. O hupokrités é o homem que esconde seus motivos verdadeiros sob uma máscara de fingimento. Os motivos verdadeiros das pessoas que perguntaram a Jesus acerca do pagamento de tributos não eram obter informações e orientação, mas, sim, embaraçar Jesus nas Suas palavras. São hupokritai (Mc 12.15; Mt 22.18). O hupokrités é o intrigante sutil com palavras enganosas.


4. O hupokrités é o homem que esconde um coração mau sob a máscara da piedade. Os fariseus eram assim (Mt 23.28). É o que pratica todos os gestos externos da religião enquanto no seu coração há orgulho e arrogância, amargura e ódio. É o tipo de homem que nunca deixa de ir para a igreja e que nunca deixa de condenar um pecador. O seu orgulho é do tipo que imita a humildade.


Para o mestre Jesus o fermento dos fariseus era a observação das tradições dos homens; é a religião exterior; é colocar acima da palavra de Deus as leis humanas; é crer mais nos livros escritos pelos homens do que na Bíblia, a Palavra de Deus.

Os fariseus eram referência moral, ética e religiosa para o povo de Israel à época de Jesus. Aos olhos do povo os fariseus eram tidos por justos “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mateus 23.28).
Em nossos dias a palavra fariseu é utilizada de modo pejorativo, sinônimo de hipocrisia, mas à época de Cristo nomeava um grupo específico de seguidores do judaísmo.

O farisaísmo era uma das mais severas seitas do judaísmo e seus seguidores lideravam um movimento para trazer o povo a submeter-se à lei de Deus. Eles eram extremamente legalistas, formalistas e tradicionalistas.

O que há em comum entre as declarações que Jesus fez a Nicodemos, um fariseu, e à multidão que ouviu o Sermão do Monte, que pouco entendia da lei?

As declarações de Jesus demonstram que, tanto a multidão julgada como maldita pelos fariseus quanto os próprios fariseus não podiam entrar no reino dos céus.

5. O hupokrités é cego espiritualmente. Conhece a religião, mas não conhece a Deus. Pode interpretar os sinais do clima, mas não pode ler os sinais de Deus (Lc 12.56). Enganou aos outros tão freqüentemente que acabou enganando a si mesmo.

6. O hupokrités é o homem que pela causa da religião afasta outras pessoas do caminho certo
“Pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1ª Tm 4.2-5).

Paulo se refere aos falsos mestres que estavam promovendo um estilo de vida rigoroso e acético (cf. Cl. 2.20 -23), proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos. Persuadem os outros a lhe darem ouvidos em vez de escutarem a Deus.

7. Os hipócritas serão condenados por Deus.
“E castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 24.51).
Aqui há uma advertência. De todos os pecados, a “hipocrisia” é aquela no qual é mais fácil cair; e entre todos os pecados, é o mais rigorosamente condenado.


III. COMO DEUS VÊ A PRÁTICA DA HIPOCRISIA

A hipocrisia que se revela na justiça apenas externa e não interna. Jesus usou uma linguagem que deixa bem claro que a hipocrisia é abominável aos olhos de Deus, não importando a forma em que ela se manifeste.

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.27-28, 33).


O Novo Testamento menciona a palavra fermento como símbolo de crescimento mal, pois a maledicência dos fariseus está associada a grupos sectários e sofistas.


IV.  HIPOCRISIA QUE É FRUTO DE UMA MENTE CAUTERIZADA

“... pela hipocrisia de homens que falam mentiras” (v.2). E quem é o pai da mentira? É o diabo (Jo 8.44). Portanto os mentirosos serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8).

No evangelho segundo Mateus Jesus nos adverti dizendo: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15).

Lobos fantasiados de ovelhas: Os hipócritas aparentam uma coisa, mas na verdade é outra (At 20.29-30).

Os hipócritas aparecem uma coisa, mas é outra (At 20.29-30). Fingem ser cristãos, mas servem ao diabo; fingem-se de santos, mas são enganadores. Estão na igreja, mas não fazem parte da igreja de Cristo. Suas intenções são malignas.

A hipocrisia estabelece um perfil de autoridade rígido e ao mesmo tempo irresponsável. Está foi a síndrome dos fariseus que se traduziu num terrível perfeccionismo religioso onde a incoerência moral era compensada por todo um aparato externo de santidade e cerimonialista.

 PR. ELIAS RIBAS
IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS 
BLUMENAU -SC


terça-feira, 22 de maio de 2012

ADVERTÊNCIA DE JESUS CONTRA OS FALSOS MESTRES








“Acautelai-vos, porém, porém dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores...”. (Mateus 7.13-21).“Acautelai-vos que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt 24.4-5). “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.11, 24).


Essa advertência de Jesus sobre os falsos profetas, utilizando-se das figuras das [mãshal] ovelhas e dos lobos, não nos dá absolutamente autoridade para julgar a subjetividade de quem quer que seja, mas por outro lado, tira aquela visão simples e ingênua de quem acredita em tudo e em todos, sem o mínimo de discernimento. Se de um lado somos advertidos pelo Mestre da Galiléia a não emitir juízos temerário e definitivos sobre a individualidade de ninguém, somos informados de que o que é falso, dá noite para o dia fica exposto, não podendo esconder-se como se fosse verdadeiro.

[...] Temo, profundamente, por aqueles que andam confundindo o bem com o mal, o verdadeiro com o falso, por causa do nível de semelhança que às vezes, há entre um e outro. Mas temo também por aqueles que julgam as coisas só pela aparência, através de uma visão preconceituosa [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, p. 85 a 90. Edtora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ].

Na parábola do joio Jesus diz: “Enquanto os homens dormiam” No descuido dos trabalhadores o diabo veio e semeou o joio. O joio no (gr. Zizanion), é uma espécie de ervilha brava, é uma gramínea venenosa e quase não se distingue do trigo, enquanto ambas são ainda novas, mas, depois de crescidas, não se confundem mais. Quando Jesus fala do joio, refere-se aos fariseus da época, pela qual, faziam o povo errar pelas suas tradições. E ao discorrer esta parábola Ele nos mostra que o joio sempre irá existir no meio do trigo (Mt 13. 28-29). O trigo e o joio crescem juntos, mas só na colheita serão separados e tirados do meio do trigo.

Jesus, não fez questão de tirar esta planta maléfica do meio do trigo. Mas mostrou-nos que a igreja teria crentes verdadeiros e crentes falsos. Peixes bons e peixes ruins (Mt 13.47-50). Estão misturados e é difícil separá-los (Mt 13.28-30). Portanto, não devemos olhar para a aparência dos outro, mas para a nossa própria fidelidade (Gl 6.4; Fp 2.12).

Desde a fundação da Igreja, há homens hipócritas no meio dela: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra”. (2ª Tm 2.20-21). Enquanto a igreja estiver neste mundo, existirão no seu meio vaso para honra e vaso para desonra. Os vasos para honra são os crentes cujo propósito é servir ao Senhor de todo o coração, humildade santidade e fidelidade. Enquanto que os vasos para desonra se voltarão para seguir o inimigo. Os homens poderão perguntar: “porque não lançamos fora todos os vasos maus, e mantemos somente os melhores?” Mas Jesus enfatiza em Mateus 13.24-30, que devemos deixar os dois juntos até o tempo da colheita, para que não arranquemos e percamos alguns que crerão mais tarde. A ênfase neste versículo não está no aperfeiçoamento pessoal, mas no valor para o Mestre e para seu uso no reino de Deus.

O vaso de desonra ou o joio, são aqueles que estão dentro de um contexto cristão e até conhecem a Deus, porém pregam o “outro evangelho” (Gl 1.8).

O vaso de honra está dentro igreja para satisfazer, honrar e servir o Seu Senhor, pois, são santificados para o Senhor, é útil para o Senhor, são preparados para a boa obra e combater as heresias. Cabe agora fazer uma pergunta: Que tipo de vaso você tem sido na casa de Deus? Trigo ou joio? Vaso de honra ou de desonra? Uns, serão porta de benção e outros uma muralha de tropeço.

Deus conhece os que são Seus, pois Ele é Onisciente e sabe quem é trigo e quem é joio. Aqueles que são de Deus têm o selo do Espírito, e o poder humano não tem condições de derrubar aqueles que estão selados. Os selados são aqueles que praticam a justiça, que falam segundo a verdade, são separados para Deus, fieis à doutrina Bíblica. Este selo em primeiro lugar é secreto é na alma e é invisível. Em segundo lugar deve ser visto publicamente; pelos seus atos, frutos, vida santa, pura sem mácula e sem ruga (mistura com o pecado ou coisas vãs).

Os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de Deus para disseminar suas heresias. Jesus disse que os mestres do erro apresentam-se “vestido como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Ele exortou seus discípulos dizendo que muitos viriam em Seu nome e se levantariam falsos profetas, “ministros enganadores” para corromper o Seu evangelho e enganar a humanidade. Estes estão a serviço de Satanás e, muitas vezes, dentro das igrejas cristãs. Mas com o estudo correto da Palavra de Deus podemos discernir o certo do errado.

Corromper quer dizer, adulterar, mudar, perverter. Os falsos profetas destingem-se pelas falsas doutrinas, que tão ardorosamente ensinam (Cl 2.8). As falsas doutrinas vão contra as verdades bíblicas (Jd 4) e escarnecem da Palavra de Deus (Jd 17,18), pois são oriundas de supostas revelações das mentes de seus fundadores ou líderes, mas nós temos a mente de Cristo para rejeitá-las (1ª Co 2.15-16).

No Velho Testamento existia os falsos profetas que faziam o povo desviar-se dos caminhos do Senhor. Nos dias de Jesus, Ele caracteriza os fariseus e os saduceus, como falsos profetas que disfarçados de ovelhas entraram no meio do rebanho.

Nos dias de Jesus, eram os fariseus e saduceus que agiam com astúcia, mas nos tempos apostólicos havia duas classes de opositores para desviar os crentes da verdade e ambos estavam disseminando suas idéias extra-bíblica. Embora não existe mais a seita dos fariseus no dias atuais, mas os seus ensinos ainda continuam no meio cristão para desmerecer o sacrifício de Cristo no Calvário.

[....] As aberrações, as discrepâncias, os absurdos que vêm proliferando no contexto cristão, sem que ninguém tome providência, têm se constituído em afronta àqueles que lutam e se esforçam pelo cumprimento da verdade, da coerência e do bom senso bíblico.

É certo que não devemos ser juízes de ninguém, por outro lado, não devemos ser tolos facilmente enganados. O nosso posicionamento aqui não é dirigido a nenhuma pessoa, mas combatemos idéias que tentam manipular a fé ingênua do povo, levando-o as práticas cristãs a catástrofes.

O mestre Jesus nos ensina os meios de reduzirem-se os riscos de engano. a níveis bem menores do que aqueles com os quais geralmente trabalhamos para estabelecer a diferença entre o falso e o verdadeiro. A Bíblia não nos deixa entregues às oscilações dos mares, nem entregues a um tipo de relativismo irreversível.

Nisso, o ensinador bíblico exerce papel extremamente preponderante. É ele quem analisa, no exercício de sua função de homem de Deus e estudioso da Palavra, todos os objetos que são alvos da fé cristã, uma vez que aceitamos como sendo de Deus muita coisa herética e sem nenhum apoio bíblico. Por isso o papel do ensinador comprometido com Deus e com Sua Palavra é extremamente importante, pois é o discernimento bíblico que lança luz sobre assuntos eminentes duvidosos. O critério de julgamento do ensinador bíblico coerente e justo não deve ser subjetivo. A Bíblia deve ser rigorosamente o seu parâmetro. Por isso, e mesmo por razões de descargo de consciência, é que exponho ao leitor alguns princípios que servirão de parâmetros, dos quais não podemos nos afastar se queremos fazer interpretação bíblica com fundamento [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, p. 86. Edtora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

Cristo é a Pedra principal da Igreja e foi Ele que deu Sua vida por ela, por isso não temos o direito de apossarmos de uma coisa que não é nossa. A igreja é soberana e não os líderes espirituais.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus



quinta-feira, 17 de maio de 2012

JESUS E OS FARISEUS

As pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha. A tolerância religiosa é extensiva a todos. Isto não significa, porém que todas as religiões são boas. Nos dias de Jesus, dois grupos de religiosos destacavam-se, entre outros: os saduceus (At 5.7) e os fariseus (At 15.5). Embora tivessem posições religiosas distintas (At 23.8), Jesus, porém, não os poupou, chamando-os de hipócritas, filhos do inferno, serpentes, raça de víboras (Mt 23.23-15, 33). O mestre deixou claro que não aceitava a ideia de que todos os caminhos levam a Deus e ensinou que apenas dois caminhos: “o estreito, que conduz á vida eterna, e o largo espaçoso, que leva à destruição” (Mt 7.13-14).

A seita dos fariseus nos tempos de Jesus invalidou os mandamentos de Deus pelas suas tradições. Podemos ver um exemplo prático na vida de Jesus quando os fariseus O condenaram porque estava violando as tradições dos anciões.

“Então, vieram alguns de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas e perguntaram: Por que transgride os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem? Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgridem vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição? Porque Deus ordenou: Honra teu pai e tua mãe... E assim invalidastes, pela vossa tradição o mandamento de Deus. Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de Mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mt 15.1-9).

Aqui Jesus censura claramente contra o mal que os fariseus tinham perpetrado contra o povo judeu, de criar tradição oral supostamente igual ao ensino escrito de Deus e, na verdade, contradizia as Escrituras Sagradas. As pessoas simples não compreendiam como tinham sido enganadas, pois não possuíam a palavra escrita de Deus. Os fariseus tinham a palavra escrita de Deus e a guardavam para si mesmos. Nós o encorajamos a ler atentamente Mateus 15.1-20, entendendo que Jesus está falando aqui principalmente contra os ensinos e a prática mal elaborada dos fariseus. Jesus declara repetidamente que os fariseus vão para o inferno. Ele não mede suas palavras. Em duas ocasiões, Jesus descreveu os fariseus como “víboras”, um sinônimo de “serpentes”. Logicamente, sabemos que a serpente é consistentemente utilizada na Bíblia como um dos nomes de Satanás. Mas, Jesus não deixa espaço para erro nesse assunto, para que não deixemos de perceber que os fariseus não eram simplesmente pecadores. Em João 8.44, Jesus diz que o pai dos fariseus era o diabo. Ele não disse isto a nenhuma outra classe de pessoas. Ele sempre teve compaixão dos pecadores; a razão pela qual o Senhor Jesus foi tão severo com os fariseus é que Ele sabia que eles adoravam a Deus apenas de lábios.

Reverência pelo ensino oral.

[...] Os fariseus ensinavam que o “Ensino Oral” era tão importante e sagrado quanto qualquer obra escrita. Os fariseus davam esta ênfase no Ensino Oral, pois é um instrumento muito importante de Satanás. Lembre-se, Deus estabeleceu Sua Santa Palavra como uma obra escrita. Ele repetidamente disse que esta Palavra escrita nunca mudaria e que seria totalmente cumprida e que duraria por toda a eternidade. Como Satanás sempre trabalha da forma oposta de Deus, não devemos nos surpreender que coloque maior ênfase no ensino oral. Isto tem acontecido dentro de muitas igrejas hoje. Portanto devemos saber que o ensino oral é uma ferramenta de Satanás.[DAVID BAY. Disponível: http://www.espada.eti.br/ce1077.asp].

[....] Não obstante, quando se chegou as tradições dos judeus, Cristo dizia: “Vocês dizem.... eu, porém, vos digo”. Enquanto que os ensinos, as experiências, os costumes, as tradições e cultura podem e devem fazer parte de nossa igreja, estes elementos não devem ser o que estabelece nossa doutrina. Isso quer dizer as conclusões que formam a base do que cremos acerca de Deus. Muito menos deve ser o que formam os dogmas, é dizer, o que afirmamos de forma categoria [Vernon Peter. Revista Obreiro. Ano 27, nº 31 – 2005].

Por que transgride os teus discípulos a tradição dos anciãos? - (v.1). Transgressão do lat. Trasgressio, é uma infração premeditada e consciente de um preceito, ou princípio. Assim é considerado um pecado contra os mandamentos de Deus.

Transgredir é o mesmo que invalidar a Palavra de Deus e isto é uma transgressão contra o próprio Deus. Os fariseus acreditavam que a tradições “lavar as mãos antes de comer (Mc 7.4)”, estava acima dos mandamentos de Deus. E então Jesus os reprova dizendo que eles estavam transgredindo invalidando os mandamentos de Deus pela tradição.

Embora na lei fossem especializados, os fariseus não tinham adquirido um entendimento adequado do propósito da lei. E o mais importante, faltava-lhes a fé em Deus.

Jesus salientou aos líderes religiosos da sua época que eles haviam tomado suas tradições e as haviam elevado a um nível mais alto que o das Escrituras. Como resultado, Jesus condenou-os como hipócritas. É fácil esquecermo-nos que os costumes e as tradições têm valor somente se estiverem num relacionamento subordinado às Escrituras. Os costumes e as tradições (não importa quantos séculos de idade tenham), se forem anti-bíblicos, contrário às Escrituras, precisam ser eliminados.

A tradição da lavagem das mãos era simples costume feito antes das refeições, mas veio a ser um tipo de purificação ritual para afastar a mínima possibilidade de a pessoa ter sido contaminada pela poeira advinda de alguma pessoa pagã. Note que Jesus passa a citar os mandamentos do decálogo para mostrar aos fariseus que as tradições dos judeus haviam invalidado os mandamentos de Deus.

Sabemos que grande parte da religião dos fariseus consistia em censurar os outros. Vieram de Jerusalém, uma viagem de muitos kilômetros, não para aprender, mas para criticar.

Jesus procura mostrar aos fariseus dizendo que: “Não é o que entra pela boca o que contamina homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. Mas, o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procede aos maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmia. São estas coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina” (Mt 15.18-20).

O que aprendemos com as palavras de Jesus? O cristianismo é uma religião espiritual e não formal; que a verdadeira contaminação é o mal que sai do coração, não do alimento que entra pela boca.

Segundo a explicação dada por Jesus, a comida que não foi preparada segundo as tradições dos anciãos não prejudica ao ser ingerido. O que prejudica é o mal, concentrado no intimo do ser humano e exprimido através da boca, ou seja, o que sai do coração. Certos costumes não vão impedir a salvação do homem, mas Jesus nos ensina termos um coração puro e uma mente renovada.

O Senhor explica também que o processo de comer, ainda que sem a cerimônia de lavar as mãos, à qual os fariseus davam tanta importância, não contamina o homem.

É fácil haver uma religiosidade exterior que faz muita questão de ritos e cerimônias, da distribuição do cálice do Senhor em um ou mais copos, da atitude do corpo em oração, mas que não se preocupa com o estado do coração.

Podemos ter quase a certeza de que, na medida em que alguém se preocupa com as coisas materiais, deixa de apreciar os valores espirituais. Alguns chegam a ponto de excomungar os crentes mais espirituais, uma vez que estes não usam os mesmos ritos e cerimônias.

Precisamos tomar cuidado, para não cultivar o culto do bem-estar: Satisfeito com as tradições e regra, nossa igreja confortável, nosso fiel circulo de amizade, mas esquecemos com os milhares de insatisfeitos, feridos e aflitos que passam por nosso confortável templo e acabam indo embora sem encontrar o verdadeiro evangelho.

Marcos salienta mais do que Mateus o escrúpulo da religião farisaica, pois se preocupavam mais com o exterior (as lavagens, cerimoniais de mãos, copos, vasilhas, leitos etc); uma coisa enfadonha e sem proveito espiritual. Deus, pela boca de Isaías (29.13), havia caracterizado isto como mero externalismo sem coração. Mandamentos humanos pretendendo autoridade divina – uma coisa tão essencialmente oca que o Senhor a denuncia como hipocrisia.

Os fariseus e os escribas cometiam o pecado do legalismo, pois substitui com palavras e práticas externas as atitudes internas requeridas por Deus, oriunda do novo nascimento, operado por Deus e pelo Espírito Santo. Tais pessoas honram a Deus com seus lábios, enquanto de coração estão longe d’Ele; externamente parecem justos, mas no seu íntimo não o amam de verdade.

Legalismo não é simplesmente a existência de leis, regulamentos, ou regras na comunidade cristã. Pelo contrário, legalismo tem a ver com os motivos pelos quais o cristão considera a vontade de Deus à luz da Sua Palavra. Qualquer motivo para cumprirem-se mandamentos e regras que não parta de uma fé viva em Cristo, do poder regenerador do Espírito Santo e do desejo sincero do crente e de agradar a Deus, é legalismo (Mt 6.1-6; Jo 14.21).

O cristão, neste tempo da graça, continua sujeito à instrução, à disciplina e ao dever da obediência à lei de Cristo e à Sua Palavra. O Novo Testamento fala da “lei perfeita da liberdade” (Tg 1.25), da “lei real” (Tg 2.8), “lei de Cristo” (Gl 6.2) e da “lei do Espírito” (Rm 8.2), mas não nos ensina a cumprir tradições criadas pelos homens!

O que o mestre Jesus diz acerca das tradição: “Invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes” (Mc 7.13).

Invalidar assim a Palavra é tornar-se culpado do pecado dos fariseus e dos demais líderes. É necessário que um cristão tenha bom costume da ética e da moral, mas usar certas regras radicais como meio de salvação compromete a salvação pela graça, e o bom relacionamento entre os membros. Quando “certos costumes” são colocados pela força, passa a ser uma lei imposta por imposição humana. E essa lei Jesus o chamou de “doutrinas de homens” (Mt 15.8).

O próprio Senhor Jesus advertiu enfaticamente contra as formas e tradições. Ele reprovou os líderes religiosos de Seu tempo por evitar que as pessoas se aproximassem de Deus. Em todo caso, O Deus que nos criou com características, sentimentos e habilidades diferentes, poderia desprezar tal variedade?

Qualquer um pode vir a Deus como é, não para encontrar uma religião, e sim, para entrar em um relacionamento vivo com Ele. A fé cristã não é somente uma doutrina abrangente. É a revelação de Deus por meio de fatos evidentes, em especial pela vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, que veio para fazer conhecer a Deus e a Seu amor. Ritos religiosos pode ser um sinal de morte espiritual. A fé em Jesus Cristo, no entanto, significa liberdade, verdadeiramente vida, e é oferecida a todos gratuitamente.

Fé não são credulidade, ingenuidade ou estupidez. É aceitar a mensagem bíblica, reconhecendo que Deus fala através dela. A fé genuína não tem nada a ver com superstição ou fanatismo. É um ato de obediência para com Deus. Não se trata de aceitar tudo o que é dito pelos homens; é a convicção de que Deus é real e a disposição em conhecê-Lo e fazer a Sua vontade.

Quando o homem usa tradições como meio de salvação torna-se negligente. É o que Jesus diz: “Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens” (Mc 7.8). Os fariseus e os escribas pecavam por colocar a tradição humana acima da revelação divina, como vemos neste versículo. O tradicionalismo valoriza as práticas e opiniões consagradas pelos homens. Seu referencial religioso não é a Bíblia, mas sim o regimento interno da igreja: regras, tradições, dogmas, usos e costumes. Tradição ou regra deve ter base nas verdades correlatas das Escrituras.

As vezes as tradições e estruturas são fortes, e até me perguntam se elas não são inspiradas por um espírito maligno. E acredito que muitas são quando anulam a salvação pela graça. Quantas leis foram colocadas para a santificação da igreja e hoje não existem mais? As igrejas têm de resistir à tendência de exaltar tradições religiosas, sabedoria humana ou costumes contemporâneos que se sobrepõe à Bíblia.

No Rio Grande do Sul até fora dele, os gaúchos constroem CTG (Centros de Tradições Gaúchas), para manter suas tradições regionais. Muitos gaúchos gostam de andar pilchado. Manter as tradições de um povo é uma coisa, mas usar certas tradições como meio de salvação é outra bem diferente. Sei de “ministros” que para dissimular suas tradições e regras humanas dizem que um CTG tem suas regras e tradições e que a igreja não deve ser diferente. É difícil de acreditar que certos “líderes” religiosos compararam a igreja que é o local de louvor, adoração e reverência ao Santo Criador com um CTG que é um clube de divertimento, danças e tradições gaúchas. As regras da igreja deve ser a Palavra e não as tradições criadas pelos homens. Usar como subterfúgio para concretizar suas idéias pessoais é levar o povo a um desvio doutrinário.

A tradição humana leva o cristão ao individualismo, egocentrismo, ou seja, viver para si. Nada pode ser mais contrário ao ensino bíblico. Bastante adotado atualmente, o individualismo tem diferentes manifestações: o egoísmo, a inimizade, o ódio (Rm 1.29), entristecendo assim o Espírito Santo (Ef 4.30).

[...] Muitas vezes criticamos os católicos que usam suas tradições e dogmas como meio de salvação e achamos um absurdo vê-los nas procissões adorando imagens. E as tradições que são colocadas nas igrejas evangélicas? Será que não estamos invalidando os mandamentos do Senhor com isto? Isto é santidade e novo nascimento? Não devemos tentar tirar o argueiro dos olhos dos católicos, enquanto não tirarmos a trave que está em nossos olhos [Ortiz. P 132].

Os tradicionalistas e legalistas ensinam que suas leis e ordenanças fazem parte da santificação, isto é, contribui para a salvação. Porém, Jesus diz que a Palavra é que nos santifica: “Vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3; Jo 17.17). O que santifica é a Palavra e não os costumes. A verdadeira santificação vem do coração purificado pela Palavra e pelo Espírito Santo. Muitos estranham a afirmação de que Deus não aceita o esforço legalista que o cristão faz para alcançar a santidade. Devemos reconhecer que pela oração em que combatemos nossa “carne”, caminhamos em direção à santificação. Ser santo é ser separado do pecado.

Há líderes que chegam a dizer que a obediência aos ministros é a nossa legalidade contra Satanás; o sangue de Jesus que foi derramado na cruz é a nossa legalidade contra ele. A obediência e submissão não são impostas, e sim, conquistada através da Palavra de Deus, assim como lemos em 1ª Pedro 5.2 “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade”.

A falsa adoração dos fariseus: “Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem” (Mt 15.8-9; cf. Is 29.13).
Cristo faz uma ligação entre o serviço religioso realizado por estes homens, e o culto que eles oferecem. O seu culto é ofuscado pelas espúrias tradições religiosas que se anexa a ele.

Como formalistas, foram extremamente preocupados em cumprir os ritos prescritos no Torá. Entretanto, suas tradicionais observâncias são contabilizadas por Cristo como vãs, vazias. Vã, porque engrandece humanas inovações (tradições), e é inútil, porque conduz à perdição (Mt 15.13-14).

Para quem vive tranquilamente, segundo os moldes das suas tradições eclesiásticas, descumprindo mandamentos bíblicos, no dia final experimentarão o afastamento de Cristo.

Foi impressionante a forte influência do farisaísmo nos tempos de Jesus e continua até hoje no meio cristão.   É visível o proceder cristão mesclado de farisaísmo nas igrejas de hoje.  O mundo nos chama de "crentes";  a religião nos chama de evangélicos;   mas o farisaísmo tem predominado entre os evangélicos e poucos se tocam. Esse rosário de regrinhas não mencionadas na Palavra de Deus que se estabelecem e incomodam os crentes, é farisaísmo.


Pr. Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC.


FONTE DE PESQUISA

2.      JUAN CARLOS ORTIZ, o discípulo, 6ª edição, 1980, Ed. Betânia. Venda Nova MG.
3.      Vernon Peter. Revista Obreiro. Ano 27, nº 31 – 2005. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.




domingo, 13 de maio de 2012

SALVOS NÃO NECESSITAM DE CABRESTO PARA SERVIR A CRISTO


“Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai. Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não é escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus” (Gl 41-7.1-7).

Quando Paulo diz “éramos menores” refere-se quando estávamos debaixo de tutores e curadores, ou seja, debaixo da lei, e éramos iguais ao escravo, mas vindo o Filho de Deus nos resgatou da maldição da lei, isto é, nos libertou, nos tirou desse jugo pesado. Paulo refere-se também ao homem sem Deus, sujeitos aos rudimentos do mundo.

Não somos mais escravos, mas filhos por adoção e sendo filhos herdeiros de Deus Pai. Antes de Cristo, a observância da lei dependia em grande parte do esforço humano. Esta foi à falha que provocou a tristeza de Deus. E hoje não precisamos de amuleto para entrar no céu. Jesus já pagou o preço de nossa salvação. A igreja vive pela graça regeneradora de Cristo Jesus. Amém!

Paulo insistiu com os crentes da Galácia para que aquelas normas do Antigo Testamento e as tradições dos fariseus minguassem diante da excelência da fé.

“Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provem da fé. Porque em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão, tem valor alguma, mas a fé que atua pelo amor” (Gl 5.5-6).
O cabresto pode ser definido como uma peça dos arreios que se coloca na cabeça, como uma parte do focinho do animal, para guiá-lo. No sentido teológico, podemos considerar cabresto: a lei Mosaica as tradições, dogmas e regras humanas, usadas como meio de salvação.

Os verdadeiros líderes espirituais precisam acabar com os guetos, ou seja, devemos mudar a velha mentalidade que afeta o corpo de Cristo e transmitir-lhes a essência viva de Seu Espírito para que cada cristão navegue no rio do poder. Hoje, o Senhor está levantando um exército de guerreiros integrados por homens, mulheres, jovens e crianças adestrados no uso das armas espirituais, manejando a espada da Palavra para vencer ao adversário e seu séqüito de demônios, em nome de Jesus.

“Proclamai isto entre as nações: Apregoai guerra santa e suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou forte” (Joel 3.9-10).

A igreja foi chama a ser parte da solução em cada nação. Somos conquistadores, pessoas vitoriosas e cheias de fé, homens e mulheres de guerra que, em nome de Jesus, dizemos: “Eu sou forte”. O conquistador disse, como Paulo: “Irmãos, quando sou fraco, o poder de Cristo me fortalece”. A carta de Efésios nos fala de uma igreja guerreira, que luta e que triunfa, porém muitos ignoram estas promessas.

[...] Desde os primórdios da civilização, o homem, para viver em grupo, necessitou de normas que regulasse os seus direitos e deveres. Surge assim, após laboriosas experiências, a Constituição, que, transgredida, priva o cidadão dos bens maiores: a vida, a liberdade, etc. Semelhantemente, no mundo espiritual, Deus estabeleceu a Bíblia Sagrada como fonte de vida. A Palavra de Deus liberta da escravidão do pecado os que vivem na mentira. Horace Greeley assim define a importância da Bíblia: “É impossível escravizar mental ou socialmente um povo que lê a Bíblia”.

Os princípios bíblicos são os fundamentos da liberdade humana: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres” (Jo 8.32, 36 32). [Manual de Doutrinas das Assembléias de Deus do Brasil - CGADEB Pg. 17].

A Bíblia lida, crida e vivida, liberta o homem da escravidão. O homem sem Jesus encontra-se nas amarras do diabo, mas, ao conhecer a verdade que é Jesus (Jo 14.6), são quebradas as cadeias e somos libertos das prisões estávamos sujeitos para viver uma livre e servir o nosso Senhor.

Aos Gálatas, Paulo procura mostrar que não há necessidade de circuncisão e nem tutores para chegar ao céu. O sacrifício de Jesus foi completo e Ele é único e verdadeiro caminho (Jo 14.6). Precisa-se usar de certas regras para chegar a Deus, então Cristo morreu em vão e sua graça é vã (1º Co 15.10).

Se o diabo não pode manter o homem sobre sua tutela (presos), então usa homens em forma de ministros de justiça (1ª Co O 11. 14-15), para tirar a liberdade que Deus nos condiciona através do Seu Filho. Usa as vãs sutilezas como cabresto para prender os que aceitam a Jesus.

1. Os fariseus necessitam de cabresto e leis proibitiva.

Entende-se que esse tipo de pessoas é aquele que lhes falta o verdadeiro conhecimento. Esses não têm condições de participar do evangelho da graça. Também acho que há pessoas sociais e culturalmente atrasadas que precisam de cabresto, leis rígidas e muita proibição. Isso não é preconceito? A mocinha que frequenta uma congregação de periferia seria mais atrasada do que a outra que vive atrás dos altos muros de um condomínio fechado? Ela não pode desfrutar do evangelho da graça, sem o bordão da lei, para ser santa? Será que Deus realmente usa de parâmetros diferentes quando lida com seus filhos? Será que Deus tem dois ou mais evangelhos? Um para os ricos e outro para os simples? Um evangelho simples ou evangelho rígido? O Salmo 32.8-9 ensina que Deus não deseja estabelecer com ninguém um relacionamento proibitivo; ele almeja que sejamos íntimos e livres para desfrutar de Sua companhia. Ele não quer nos mandar aos gritos, e sim, deseja nossa obediência por amor. Suas leis não são arbitrárias e pesadas, mas seu jugo é suave e leve, disse Jesus.

“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freio e cabresto são dominados; de outra sorte te obedecem” (Sl 32.8-9).

2. A salvação vem pela Graça, porém a santificação depende de nós.

Segundo essa inferência, Deus fez sua parte na cruz e agora exige que seus filhos se aperfeiçoem em santidade (lei moral). Mais uma vez nos defrontamos com uma argumentação falida e sem sustentação teológica. Seria uma irresponsabilidade divina se Deus providenciasse, através dos méritos de Cristo, a nossa salvação e depois exigisse que, por meio de nossos esforços, desenvolvêssemos o qual Ele começou. Tanto a salvação como a santificação acontece na vida do cristão pela fé, não advêm dele mesmo, são dons gratuitos de Deus.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem máculas, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se nesse último tempo” (1ª Pe 1.3-5).

Infelizmente temos de admitir que alguns líderes, fariseus, firmam-se em seus cargos incutindo medo nas pessoas. Primeiro diminuem a obra vicária de Cristo pelas exigências pesadíssimas que impõem sobre as pessoas. Depois as mantêm presas pelo medo inerente à quebra de algum dos inúmeros mandamentos apregoados a cada sermão. Como legisladores de pesadas exigência religiosas, tais líderes se estabelecem como autênticos messias. Será que um ministro preso pelo legalismo farisaico é um autêntico cristão?

Analisando o farisaísmo hoje, é um ponto negativo nas igrejas. Conforme já vimos, Jesus condenou severamente os líderes religiosos que atam fardos pesados de normas, exigência e condenação nos ombros das pessoas. A mensagem grave e reprovadora em Mateus 23 evidencia a intolerância de Cristo em relação aos fariseus, onde atavam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.

Nenhum líder religioso pode alegar que não compreende bem os desígnios de Deus. Se uma corte humana condena um médico por imperícia, imagine quando Deus trouxer seus ministros diante do tribunal para prestarem conta como manusearam Sua Palavra. Paulo admoestou Timóteo por inferência, todos os obreiros, sobre a responsabilidade de manejar bem a Palavra de Deus (1ª Tm 2.15).

No texto, manejar bem a Palavra vem do grego orthotomeo e transmite o conceito de “cortar certo”, como um soldado deveria fazer com sua espada. Requer-se, portanto, que um líder saiba “cortar” corretamente o texto sagrado, diferenciando o certo do errado e ensinado que a letra da lei mata, enquanto o Seu espírito vivifica. Qualquer legalismo que comprometa a salvação pela graça é injustificável diante de Deus.

Os líderes de hoje precisam lembrar que estão presos a um sistema religioso tiranizadores. Essas doutrinas algemam as pessoas a um evangelho que promete libertação, mas que ao contrário, condena e é maldito porque está misturado. E esse nada mais é do que outro evangelho (Gl 1.8).

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós” (Mt 23.15).

Jesus irou-se com os fariseus porque eles esmagavam seus prosélitos (seguidores), com uma religiosidade perversa, condenando-os duas vezes mais. Porque esse duplo inferno? O legalismo fariseu, além de não garantir salvação, oprime devido à pressão de leis arbitrárias, tais como: “Não toques, não provem, não manuseie. Segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois todas as coisas, com o uso se destroem” (Cl 2.20-22). O inferno é dobrado também, porque a própria instituição que promete libertação e vida abundante responsabiliza-se em criar métodos anti-bíblicos para impedir que suas promessas se concretizem.

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, porém presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não como dominadores dos que foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1ª Pe 5.1-5).

O pecado eterno é atitude de quem propositadamente, e em desafio á luz do conhecimento, rejeita, e não somente rejeita, mas persiste em rejeitar os esforços do Espírito Santo e a graça de Deus ao Evangelho.

Os valores éticos da Bíblia não estão sempre ligados à moralidade. Uma mulher bem vestida e adornada nos tempos bíblicos não representava vulgaridade ou falta de temor a Deus. Tenho certeza que se algumas delas comparecessem aos nossos cultos chamaria atenção pelo número de anéis, pulseiras, pelo cabelo ou pela forma de trajar, ou até mesmo se Jesus ou um dos apóstolos entrasse barbudo aos nossos cultos muitos ficariam escandalizados. Por quê? Por causa do farisaísmo dentro de nossas igrejas. A barba para os judeus fazia parte da cultura e era sinal de respeito.

É importante saber que certas tradições, usos e costumes, dogmas, quando impostos nas igrejas, passam a ser uma lei. Quanto mais leis impostas pelos homens na igreja, maior é tendência do povo pecar. Paulo diz que a lei suscita ira: “Sem lei não há pecado, vindo à lei veio o pecado”. (Rm 4.15). “Pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma, e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”. (Hb 7.19).

Uma vez que todo homem, sem exceção, é pecador, ninguém jamais tem a capacidade aproximar-se do padrão da justiça exigida por Deus. Alguns se esforçam mais, outros menos, porém desde Adão até a ultima criança a nascer, todos são excluídos da comunhão com Deus cf. Rm 3.23. Toda a humanidade foi infectada pelo pecado original. Isso quer dizer que todo descendente de Adão e Eva carrega a culpa universal e também uma inclinação pecaminosa. Daí surge à necessidade absoluta da graça de Deus. Antes ou depois de Cristo, sem que receba a graça perdoadora de Deus, não houve e nem há salvação.

Os líderes precisam acordar e voltar para os ensinos de Jesus. Precisamos voltar para Jesus Cristo, para a boa notícia que Ele é, e ensinou. Voltemos a ser adoradores do Pai, porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura e, não, por mão de obra especializada ou por profissionais da fé.

Voltemos à consciência de que o caminho, a verdade e a vida é uma pessoa e não um corpo de doutrinas ou tradições, nascidas na tentativa de dissecarmos Deus; de que, estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionar-se intensamente com essa pessoa: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Ou você prefere em vez das doutrinas bíblicas.

Chega dessa “diabose”! Voltemos à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos à consciência de que fomos achados por Ele, que começou em cada filho Seu algo que vai contemplar; voltemos às orações, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como namoro apaixonado com o Ser amado da alma resgatada.

Voltemos ao amor, à convicção de que, ser cristão, é amar a Deus acima de todas as coisas e, ao próximo, como a nós mesmos; voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Quero relacionar-me com eles como as crianças relacionam-se com os que as alimentam, em profundo amor e senso de dependência, quero voltar a ser guardião de meu irmão e não seu juiz. Voltemos ao amor que agasalha no frio, assiste na dor, dessedenta na sede, alimenta na fome, que reparte, que não usa o pronome “meu”, mas, o pronome “nosso”. Para que os títulos: pastor, reverendo, bispo, apóstolo, o que estes significam se todos são sacerdotes? Quero voltar a ser leigo. Para que o clericalismo? Voltemos ao sermos servos uns dos outros; aos dons do corpo que correm soltos e dão o tom litúrgico da reunião dos santos; ao “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei” de Mateus 18.20. Que o culto seja do povo e não dos dirigentes - chega de show! Voltemos aos presbíteros e diáconos, não como títulos, mas como função: os que, sob unção da igreja local, cuidam da ministração da Palavra, da vida de oração da comunidade e para que ninguém tenha necessidade, seja material, espiritual ou social. Chega de ministérios megalômanos onde o povo de Deus é mão de obra ou massa de manobra!

Para que os templos, as institucionalismo, o denominacionalismo? Voltemos às catacumbas, à igreja local. Por que o pulpitocentrismo? Voltemos ao “instruí-vos uns aos outros” (Cl. 3.16). Por que a pressão pelo crescimento? Jesus não nos ordenou ser uma Igreja que cresce, mas uma Igreja que aparece: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). Vamos anunciar com nossa vida, serviço e palavras “todo o Evangelho ao homem todo... a todos os homens”. Deixemos o crescimento para o Espírito Santo que “acrescenta dia a dia os que haverão de ser salvos”, sem adulterar a mensagem.

Chega dos herodianos que vivem a namorar o poder, a vender a si e as ovelhas ao sistema corrupto e corruptor; voltemos à escola dos profetas que denunciam a injustiça e apresentam modelos de vida comunitária. Chega do corporativismo, onde todo mundo sabe o que acontece, mas ninguém faz nada; voltemos ao confronto, como o de Paulo a Pedro (Gl 2.11), que dá oportunidade ao arrependimento e aperfeiçoa, como “o ferro afia o ferro” (Pv 27.17). Saiamos do “metodologismo”. Voltemos a “ser como o vento, que sopra como quer, se ouve a sua voz, mas não se sabe de onde vem e nem para onde vai” (Jo 3,8). Não quero mais ser evangélico, como o é entendido, hoje, neste país. Quero ser só cristão. Um cristão integral, segundo a Reforma e os pais da Igreja. Adorando ao Pai, em espírito e verdade, comungando, em busca da prática da unidade do “novo homem”, criado por Cristo à Sua imagem (Ef. 2.15), e praticando a missão integral.

Pr. Elias Ribas
Assembléia de Deus
Blumenau - SC.

domingo, 29 de abril de 2012

EM BUSCA DA LIBERDADE


O termo “cristão” significa conceitos diferentes para pessoas diferentes. Para uns representa estilo de vida rígido, nervoso, inflexível, áspero, descolorido e irredutível. Para outros, significa uma aventura arriscada, cheia de surpresas, vivida na ponta dos pés em expectativa ansiosa. Para outros, representa liberdade para viver em Cristo Jesus. Alegria, prazer, felicidade, amor fraterno, plenitude, lutas e vitórias e benção espiritual.

“Aquele, porém que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor de boa obra, este tal será bem-aventurado no seu feito” (Tg 1.25).

Se existe algo que Deus deseja que o seu povo tenha é liberdade. Em todos os sentidos. E encontrar o caminho da liberdade e da libertação (nem sempre uma coisa é sinônima da outra, pois há muitos que são livres, mas não são libertos) passa pelo conhecimento da verdade. O Senhor disse: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6).

“No original grego eleuyeria eleutheria, a verdadeira liberdade consiste em viver como devemos, não como queremos.

A “chamada” está associada com eleutheria, a “liberdade” (Gl 5.13). Responder à chamada de Deus é achar, não a escravidão, mas a libertação. O homem que responde ao convite de Deus é liberto do próprio eu, do pecado, e de Satanás.

A liberdade e a verdade são duas coisas essenciais que não devem faltar na vida de uma igreja para ela ser próspera. O caos das igrejas cristãs hoje é: falta de liberdade em Cristo Jesus. Quando deixamos de ensinar a verdade para ensinar regras humanas, estamos deixamos a Bíblia em segundo plano para ensinar um engano, uma mentira e com isso o “ministro” passa ser um charlatão. Os fariseus são peritos nesta área. Eles tiram a liberdade que Cristo nos deu, para fazer prezas suas através das vãs sutilezas (Cl 2.8; Mt 23.1-3).

[...] A questão da liberdade cristã é muito relevante para nós hoje. A religião cristã pode ser comparada a uma ponte estreita que atravessa um lago onde duas correntes poluídas deságuam. Uma é chamada “legalismo” e a outra, “libertinagem”. O crente não deve perder seu equilíbrio, caindo da ponte e mergulhar no erro das regras e regulamentos anti-bíblicos, ou, por outro lado, nos vícios grosseiros do paganismo. Deve trilhar o caminho seguro e estreito. Paulo sustenta que o cristão é chamado para a liberdade (Gl 5.13), porém sem abusar da liberdade que Cristo nos deu para dar ocasião a carne. Até mesmo hoje, quantas vezes acontecem que más práticas, tais como freqüência a lugares de diversão mundana, vícios de fumar, usar droga, bebedeira, literatura pornográfica, novelas indecentes, a sensualidade, programas e filmes imorais no cinema ou na Tv, são tidos como parte da liberdade cristã. E isto é abusar da liberdade que Cristo nos deu. (Epistolas Paulinas I – EETAD).

Desligar das amarras do legalismo não significa ter um viver libertino, pois “Deus não nos chamou para vivermos na impureza nem cheios de imoralidade, mas para sermos santos e puros” (1ª Ts 4.7). Diversamente do antinomianismo (doutrina que apregoa ser a salvação divorciada da responsabilidade para com a lei moral), cremos firmemente num cristianismo que sabe fazer perfeito exercício da liberdade cristã.

Devemos caminhar tranqüilo e com cuidado para não cairmos da ponte. A ponte simboliza Jesus; a libertinagem representa o mundo e suas concupiscências; o legalismo representa as tradições humanas usadas como meio de salvação que por vez desprezam a graça de Cristo. O caminhar do cristão deve ser segundo os princípios de Cristo assim ele estará seguro e tranqüilo para chegar ao porto seguro. O crente em Jesus deve saber discernir o que é certo e errado.

É fácil procurar nossa própria vontade em nome da vontade de Deus. Mas quando estamos procurando a orientação do Espírito através da Palavra, da oração e de conselhos piedosos encontraremos nossos desejos convergindo com os d’Ele é o que ele quer.

O Senhor nos salvou para sermos libertos do pecado. “E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum” (Rm 6.15).

Morre-se com Cristo o pecado não tem mais direito sobre nós é o que Paulo nos ensina. Na igreja cristã na Galáxia, alguns perturbadores do Evangelho estavam aproveitando da liberdade de Cristo e dando-se as obras carnais. É por isso que Paulo escreve dizendo: “Porque vós irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis a liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5.13); e aos romanos ele diz: “E uma vez libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação” (Rm 6.18-19). “Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado...” (Rm 8.10).

Quando aceitamos a Cristo como nosso salvador e Senhor passamos a viver numa nova dimensão, isto é, morremos para o mundo e suas concupiscências para ser uma nova criatura. Deixamos de ser o servo do pecado e do diabo para sermos servos de Cristo. Portanto o pecado não poderá ter domínio sobre nós e agora oferecemos os nossos corpos para justiça e santificação.

Mas, os falsos ensinadores procuram tirar a liberdade que Cristo nos dá para ser presa de um jugo severo, hipócrita e caduco. Como se eles estivessem no lugar de Deus e o Senhor estivesse revelando o padrão de vida para entrar no céu. Esquecem, muitas vezes, da lei moral e preocupam-se com tradições que são coisas vãs.

A liberdade não significa ausência de lei ou trabalho, ou libertação da fuga à autoridade. Na realidade, a verdadeira liberdade impõe mais lei e mais consciência do que a própria escravidão, pois demanda mais disciplina e autocontrole do que esta.
A maioria das pessoas julga que desfrutar liberdade significa ter licença para fazer o que deseja, sem restrições, limitações, obrigatoriedade ou responsabilidade. Porém, a liberdade requer domínio próprio e auto-disciplina e responsabilidades inerentes.

I.       LIBERTAÇÃO É LIBERDADE


Um povo que tem no centro da sua experiência a libertação da culpa do pecado e entrada na liberdade do Espírito, um povo que não vive mais sob a tirania das emoções ou opiniões humanas ou de memórias desagradáveis, mas é livre em esperança, fé e amor – deve ficar criticamente atento a qualquer individuo ou qualquer coisa que suprimisse sua recém adquirida liberdade.

Mas, infelizmente, a comunidade de fé, é exatamente o lugar onde deveríamos experimentar a vida de liberdade, é também o lugar onde corremos mais risco de perdê-la. Por quê? Porque cada um ensina ao seu bel prazer, sem a menos conhecer as regras hermenêuticas.

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).

O apóstolo Paulo escreve para várias igrejas na região da Galáxia para adverti-las de sua perda de Cristo.
Se alguém lhe dá alguma coisa, ele quer que você a desfrute e aproveite. O que foi que Cristo fez por nós? O que ele quer que desfrutemos? Ele nos libertou. Quer que aproveitemos ao máximo esta liberdade.
São poucos os cristãos têm uma vida cheia de alegria, de gozo e de paz. Foram libertos, mas não querem sair do cativeiro das tradições e experimentar uma vida em liberdade em Cristo Jesus.

O que seria o “jugo de escravidão”? A tentativa de seguir a lei de Moisés. Liberdade é libertação da escravidão ou cativeiro. É a libertação do poder e da culpa do pecado, da condenação eterna e a libertação da autoridade satânica e demoníaca.

Quando estávamos no mundo éramos escravos do pecado e de Satanás, mas libertos em Cristo Jesus, fomos despertados para a sua graça, ele proveu libertação para este tipo de escravidão ao pecador.
Junto com isto Ele trouxe também uma gloriosa liberdade da maldição da lei do medo da condenação diante de Deus, assim como de uma consciência acusadora. O apóstolo Paulo dá muita ênfase à permanência nesta liberdade, pois até então eles ainda não tinham compreendido a liberdade em Cristo e por isto estavam à mercê da escravidão.

O apelo apostólico é que o cristão liberto do pecado não torne a ser presa dos homens ou qualquer sistema religioso. O apóstolo escreveu essa exortação porque há sempre o risco de o cristão tornar ao legalismo, voltando-se novamente à escravidão, e para que cada um tenha uma vida de comunhão com Cristo ressuscitado (Gl 2.2-6).

A nova vida da ressurreição, a autêntica vida de Cristo, outorgada pelo Espírito Santo, cancela de uma vez por todas a relação com a lei. Se a justiça provém da lei, Cristo morreu em vão, é o que afirma o apóstolo Paulo. Guardar a lei em Cristo é o mesmo que continuar no avião, ao findar a viagem, isto é um absurdo. Partir a lei em duas, ensinar que Cristo cumpriu uma parte e deixou a outra para cumprirmos, é ofender a graça de Deus, entristecer o Espírito Santo, renunciar aos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef 2.6) e meter-se debaixo do jugo da servidão.

Tentar encontrar uma posição de retidão diante de Deus através da lei significa “cair da graça”. “Cristo se tornou totalmente inútil para vós, a vós todos os que sois justificados pela lei; da graça tendes caído” (Gl 5.4).

Porque a liberdade é tão difícil de ser alcançada? Porque nos tornamos prisioneiros de nossas próprias invenções, e vitimas de nossas criações.

Israel esteve preso durante 430 anos à escravidão do Egito. Então, um dia Deus levantou um homem chamado Moisés para remover a corrente e libertá-los. E ele libertou Israel das mãos do seu opressor. Entretanto, libertá-los do seu modo opressivo de pensar era outra coisa, completamente diferente. Libertar Israel não foi difícil, mas libertá-los da mentalidade de escravos sim.

É interessante ressaltar que o grande desafio de Deus em relação ao povo de Israel não foi tirá-los do Egito, mas libertá-los da mentalidade de escravos. E esta foi a razão pela qual Deus recusou-se a levar a nação diretamente para Canaã, após à libertação. Mesmo havendo sido dele liberto, não eram de modo nenhum livres. Andaram quarenta anos em círculos para poderem chegar a terra prometida. Em razão disto, Deus teve que lidar com a mente deles, apesar de terem o corpo fisicamente liberado da escravidão.

E assim como os israelitas no passado, muitos crentes estão marchando em círculos, sem consciência da liberdade que Cristo nos outorgou.

II.   MULTIDÕES SÃO LIBERTAS, MAS NÃO LIVRES

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos. E apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18-19).

A palavra evangelho no grego significa: “boas novas, boas noticias, relatório bom, arauto bom ou informação boa”.

Quando aceitamos a Cristo nascemos de novo (Jo 3.3.). O Espírito de Deus recria seu homem interior e faz morada nele. Agora somos livres para caminhar fora da nossa cela de prisão, ou somos livres para nela continuar, ou seja, a liberdade está completamente em nossas mãos. “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade...” (Gl 5.13).

Os crentes da galáxia haviam recebido a Cristo, porém os falsos mestres não queriam sua liberdade.
Jesus disse que veio proclamar liberdade aos cativos. Mas os judeus conheceram a verdade, mas rejeitaram o Seu Messias. Ao conhecermos a verdade as portas da prisão se abrem para a liberdade, mas poucos os que saem da prisão. As portas estão abertas, mas os prisioneiros estão sentados lá dentro. Não querem gozar desta liberdade. Por quê? Porque prisões oferecem comida, suas roupas são pagas para você. Você não tem nenhuma responsabilidade.

Na verdade nós podemos de fato renascer e permanecer sem nascer em nossa mente. Precisamos uma transformação e uma renovação para experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1-2).

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1-2).

“Apresenteis” (gr parastesai), é a mesma palavra usado por Paulo em Rm 6.13, 19 e traduzido por “oferecer”. Temos aqui uma descrição mais completa daquilo que está envolvido em nós oferecer os nossos membros a Deus um culto racional. O sentido pode ser culto “espiritual” (gr logokos), em contraste com o formalismo do culto no templo de Jerusalém. O cristão deve saber que a salvação é uma transformação de mente.

O que Paulo quer dizer é que devemos nos apresentar diante do Senhor com um corpo vivo, santo (separado), que é agradável ao Senhor.

Vivo: [No gr. zao]. Que devemos ter vida espiritual e não inanimado, não morto. Gozar de vida real; ter vida verdadeira; ser ativo, abençoado, eterno no reino de Deus. (Viver, passar a vida, no modo de viver e de agir; de mortais ou caráter. Água viva, que tem poder vital em si mesma e aplica suas qualidades a alma; estar em pleno vigor; ser novo, forte, eficiente; ativo, potente, eficaz).

Santo: [No gr. - hagios - de hagos (uma coisa grande, sublime) Separado do pecado.
Agradável: No gr. euarestos, muito agradável, aceitável; algo muito santo; um santo.

“... mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (v. 2). A transformação começa na mente, no interior, no coração do homem, mas os fariseus ensinam que a santidade é as práticas exteriores. O crente que experimentou a nova vida com Cristo é livre para experimentar (conhecer) qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Pura [no gr. katharos]. É usada no sentido de “limpo” quando é usada para pessoas, significando que são aptas para o serviço a Deus e para cultuá-lo, e quando é usada para coisas, no sentido de serem apropriadas ao uso dos cristãos (Jo 13.10; Lc 11.41; Rm 14.20; Tt 1.15).

E usada no sentido de “inocente de qualquer crime” (At 18.6; 20.26). É usada a respeito “do coração e da consciência” serem puros e limpos (lª Tm 1.5; 3.9; 2ª Tm 1.3; 2.22; lª Pe 1.22). É usada a respeito de um culto digno de ser prestado a Deus (Tg 1.27).

Mas a ocorrência no NT com maior significado para nós é o seu uso na bem-aventurança: “Bem-aventurados os katharoi (plural) de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). Como devemos explicar esta frase, e que significado devemos dar a katharos aqui? Uma palavra e sempre conhecida pela relação que mantém. Há quatro palavras gregas com as quais katharos freqüentemente está bastante relacionada:

aléthinos, que significa “verdadeiro”, “genuíno”, em contraste com aquilo que e irreal e, conforme diríamos, uma falsificação.

Há amimes que significa “puro”, “sem mistura”. Esta palavra é usada, por exemplo, a respeito do prazer puro e genuíno. E é usada para um rolo que contém exclusivamente a obra de um só autor.

É usada com akratos. Esta palavra descreve o vinho ou o leite puros que não foram adulterados com água. É puro no sentido de “não diluído”, completamente isento de falsificação.

É usada com akératos, que é a palavra que descreve o ouro sem liga, um arado onde nunca houve ceifa, uma virgem sobre cuja castidade nunca houve dúvida.

Todas estas palavras, pois, descrevem basicamente algo que é puro de qualquer mancha ou mistura do mal. Como, pois, traduziremos: Bem-aventurados os katharoi de coração? Temos de pensar no caso da seguinte maneira – Bem-aventurados aqueles cujos motivos estão absolutamente livres de mistura, cujas mentes são totalmente sinceras, que são completa e totalmente de um só propósito. Que conclamação ao auto-exame tem aqui! Esta é a mais exigente de todas as bem-aventuranças. Quando examinarmos com honestidade os nossos motivos, ficaremos humilhados, porque um motivo sem mistura de segundas intenções é a coisa mais rara no mundo. Mas a bem-aventurança é para o homem cujo motivo é límpido como a água pura, e com o único propósito de fazer tudo para Deus. Este é o padrão segundo o qual devemos nos medir, de acordo com o significado desta palavra e desta bem-aventurança.

Estas ilustrações são boas para o significado de ser liberto, mas não ser livre. O passado foi bom como os odres velhos, mas não podemos deixar consumir o presente. É claro que é duro de mudar sem uma transformação mental, as ações que assumimos para “mudar” podem tão somente produzir um lugar novo onde continuamos fazendo nossas coisas velhas.

[...] Em outras palavras, Paulo diz: Alguns de nós estamos felizes em ser liberto do opressor (diabo), mas não queremos libertação da opressão (tradições). Estamos ansiosos por ser salvos, mas conhecemos as áreas da nossa mente que precisa ser renovada – e gostamos de nos agarrar a isso. Deus estou tão feliz porque me redimiste! Mas não redimas das tradições (MYLES MUNROE – EM BUSCA DA LIBERDADE - grifo do autor).

Da mesma maneira que Deus chamou os israelitas Ele o está chamando para ser livre. É tempo de crescer. É tempo de cortar tudo aquilo que impede a nossa liberdade em Cristo Jesus. Levante de sua cama de prisão e tome banho no sangue de Jesus. Coloque de lado os velhos odres e segui em direção a terra prometida, e lave-se na verdade fresca da Palavra de Deus.

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13-14).

Quando aceitamos a Cristo como Senhor Paulo diz: “tudo se fez novo”, no entanto, se não buscarmos o conhecimento genuíno da Palavra de Deus, nosso pensamento continua o mesmo. É a mente que deve ser renovada antes de podermos caminhar para fora das cadeias da opressão.

A dificuldade é que, quando renascemos em nosso espírito, muitos que se dizem ministros nos aprisionam na estaca das tradições.

Muitas pessoas estão desperdiçando seu tempo hoje como prisioneiros na sua própria cela. As portas estão bem abertas, entretanto estão ali escravizados ao espírito de opressão que os segura e que os mantêm presos.

Milhões de pessoas são aprisionadas por seu passado. Embora suas correntes tenham sido quebradas, estão tão aprisionadas pelas mentiras do condicionamento tradicional que nunca desfrutam da liberdade que Cristo nos deu no Calvário. O conforto de terem outros controlando seu estilo de vida na escravidão é extremamente atraente para muitos. Elas permanecem na cela e não exercitam a mente, e nunca aprendem sobre o que está fora das portas da prisão confortável.

Uma coisa que Deus não pode fazer com povo no deserto foi lhes mudar a mente. E tampouco pode mudar a sua. Ele o inspira em seus desejos religiosos, mas não mudará a tua mente. Este é o motivo pelo qual o apóstolo Paulo escreveu em sua carta á Igreja em Roma (Rm 12.1-2).

A mudança vem mediante o recondicionamento mental de cada pessoa. Você poderá sair cela velha á qual sua mente está condicionada, ou sair para desfrutar da liberdade em Cristo Jesus. A porta da prisão está aberta, mas você tem que escolher caminhar para fora. Uma vez que você chega ao deserto, tome cuidado com quem está andando. Se você mantém contato com pessoas com pensamento fixo no passado elas poderão contaminá-las. Foi este o motivo que Deus não permitiu que os pais circundassem seus filhos no deserto. Ele não quis que a geração nova carregasse a marca que havia sido feita por seus pais com mente escravizada. Não queria que nenhuma memória do Egito os fizesse lembrar o passado de escravidão (Js 5.6-7).

Quando Deus libertou os israelitas do Egito, lhes deu a oportunidade de ser livres. Porém eles a recusaram. Sendo assim Deus os enterrou no deserto, e em seu lugar usou seus filhos que não haviam nascido no Egito para possuir a terra.

Existem muitas pessoas que hoje foram libertas do pecado, mas se fazem presa das tradições. Já foram livres, mas não saem do lado da cela porque foram condicionadas as regras humanas Aquilo que pode e não pode. Eles estão tão acostumados acreditar nessas mentiras que quando Deus lhes diz que estão livres, não conseguem acreditar que isto é verdade. Eles se sentam na sua cela da prisão e ficam ouvindo as noticias boas a respeito de liberdade no evangelho. No entanto, não acreditam nelas.

Mas, no mundo religioso mesmo Jesus assinando com seu sangue a liberdade para os cativos há pessoas que preferem viver na escravidão de um jugo posto pelos homens e pelo diabo.

Conta-se que ao surgir o rádio um grupo de irmãos zelosos veio até o seu Pastor para pedir exclusão daqueles profanos que havia um aparelho radiofônico. O pastor, então, ouvindo as suas colocações e juntamente com o ministério os excluíram do rol de membros. Passados alguns anos, o rádio deixou de ser pecado e todos os irmãos já possuíam um. Da mesma forma aconteceu quando surgiu o aparelho de televisão. Aquele grupo de zelosos fez o mesmo pedido de exclusão para os irmãos que possuíam este aparelho mundano. E então, o pastor, com muita sabedoria, fez-lhes a seguinte pergunta: Quem de vocês tem rádio em suas casas? E responderam unânimes todos! O pastor tomou a palavra e disse: Quando surgiu o rádio eu excluí vários irmãos e hoje todos possuem um. Mas se disciplinarmos estes irmãos amanhã todos também terão um aparelho de televisão. E fez-lhes mais uma pergunta: Quem irá dar conta das almas que foram excluídas e não voltaram mais? Sou eu! Por isso vou lhes ensinar a usar e não disciplinar, pois somos livres em Cristo Jesus.

Muitas vezes podemos desagradar alguns dos membros do grupo, mas o mais importante é agradar o dono do grupo. Se formos libertos da escravidão no sentido de agradar as pessoas, então, devemos ensinar este caminho a todos, para que possam desfrutar dessa liberdade e das verdadeiras bênçãos de Deus.

Os que permitem que a liberdade lhes seja tirada, não só abraçam a heresia, mas vivem sob o domínio dos matadores da graça que gostam de controlar e intimidar – além de serem malditos.

Para um legalista, ser um crente significa um estilo de vida rígido, duro, inflexível, severo, carente de alegria e gozo. São homens com o espírito liberto, mas com a mesma velha mente oprimida.

Só pessoas maduras, dispostas a lutar a ter responsabilidade em relação ao futuro frutificarão para Deus. Acredito que vamos enterrar algumas pessoas no deserto, visto não estarem preparadas para crescer espiritualmente. Muitos estão murmurando, criticando, julgando, ou sentados e nada fazem para o crescimento do Reino de Deus. E quando ele deixar de responder suas orações como fez com Saul, acreditarão que Ele não responde mais. Então, se porão a murmurar, e morrerão no deserto da mesma maneira que os israelitas. No entanto, alguns deles terão ouvidos espiritualmente surdos. É preciso ter uma mente livre e muita coragem como Josué e Calebe, para enfrentar Jericó.

Algumas pessoas estão tão ocupadas tentando superar seu passado que não tem tempo para viver seu futuro. Paulo nos recomenda esquecer as coisas do passado.

“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá” (Fl 3.13-15).

Precisamos caminhar sob a direção do Espírito, temos que olhar para a nossa vida e tomar a decisão de assumir a responsabilidade de esquecer as coisas anteriores. Não devemos nos preocupar com aquilo que éramos antes ou com o modo em que fomos tratados, pois isto só produz amargura. Temos que considerar qualquer queixa passada de pessoas ignorantes, e então perdoar e seguir em frente. O passado é tão forte quanto você permite que seja. Para os israelitas, o cheiro de cebola e de alho ficou mais forte em sua memória que o desejo de leite e mel.

Deus tem um nível mais alto para sua vida, mas você tem que esquecer o que está atrás, para progredir em seu chamado. Você não pode assumir o novo sem abandonar o odre velho. Quando Jesus o chamou, Ele não fez só para salvá-lo. Ele o chamou para que você pudesse ser livre.

O legalismo distorce os valores e anula o discernimento espiritual. Líderes que ameaçam as pessoas com maldições caso elas deixem a sua igreja transformam a igreja num presídio espiritual.

Pr. Elias Ribas

Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Blumenau - SC


FONTE DE PESQUISA

1.       BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD.
2.       BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Revista e Corrigida, S.B. do Brasil.
3.       BÍBLIA PENTECOSTAL, Trad. João F. de Almeida, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
4.       BÍBLIA SHEDD, Trad. João F. de Almeida.
5.       CLAUDIONOR CORRÊADE ANDRA, Dicionário Teológico, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6.       CARL B. GIBBS. Epistolas Paulinas – II. 2ª Edição, 1990. Escola de Educação Teológica das Assembléia de Deus - EETAD.
7.       CARL GIBBS B., Doutrina da Salvação, 2ª edição – EETAD. GIBBS.
8.       MYLES MUNROE – Em busca da liberdade. Editora Atos. Ano 2001.
9.       STRONG, J. & Sociedade Bíblica do Brasil. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil. 2002, 2005.