TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 13 de maio de 2020

CRISTO É A NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS



LEITURA BÍBLICA

Efésios 2.14-19 “14 - Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, 15 - na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, 16 - e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. 17 - E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto; 18 - porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. 19 - Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus.”

INTRODUÇÃO
Se na lição anterior, analisamos o antigo quadro desolador acerca dos gentios, em que o apóstolo Paulo descreveu (2.11,12), nesta veremos que houve uma significativa mudança na sequência do capítulo dois. No versículo 13 Paulo usa a expressão adversativa, “mas agora” para indicar que algo aconteceu e alterou a situação dos gentios. Ele explica que essa mudança repousa na Obra que Cristo realizou: “vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto” (2.13).

I. CRISTO DESFEZ A INIMIZADE ENTRE OS HOMENS

O exclusivismo religioso criou inimizade entre judeus e gentios. Nesse ponto veremos o que Cristo fez para dar fim a esse litígio entre os homens (2.14,15).

1. A parede de separação entre os homens. Trata-se de uma analogia com as muralhas do templo em Jerusalém. A estrutura da construção revela o exclusivismo religioso do Judaísmo. Entre o santuário e o átrio dos gentios havia um muro de pedra com a proibição de acesso aos estrangeiros. O extremismo judaico quanto a esse aspecto levou Paulo à prisão quando ele foi acusado de permitir um grego ultrapassar essa barreira (At 21.28-30).

2. A derrubada da parede da separação. O apóstolo declara que em Cristo foi derrubada “a parede de separação que estava no meio” (2.14b). Essa barreira era tanto literal como espiritual, mas por mérito da cruz de Cristo a divisória foi rompida. Assim, não somos mais forasteiros, mas somos da família de Deus, temos acesso à presença do Pai (2.18) e, pelo sangue de Cristo, temos livre entrada no santuário de Deus (Hb 10.19).

3. O conceito da lei dos mandamentos. A compreensão desse conceito repousa na visão tripartida da lei mosaica: a moral, a cerimonial e a civil, que na verdade são três esferas da mesma lei. A lei civil diz respeito ao israelita como cidadão. A lei moral permanece em vigor como padrão de conduta, mas não como meio de salvação (2.8,9). A lei cerimonial é citada como sendo a “circuncisão”, “sacrifícios”, “comida e bebida”, “dias de festas, lua nova e sábados” (Cl 2.11,16). Esses ritos identificavam a posição do povo judeu diante de Deus e demonstrava a hostilidade deles para com os gentios.

4. A revogação da lei dos mandamentos. A eliminação das barreiras que dividiam judeus e gentios se deu pela revogação da “lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças” (2.15b). Essa revelação não contradiz o que Jesus disse: “não vim para revogar, mas cumprir a lei” (Mt 5.17 – NAA). Visto que, ao entregar seu corpo para ser crucificado, Cristo cumpriu a Lei oferecendo-se como sacrifício em favor de ambos os povos (Hb 7.27). Desse modo, a revogação aqui aludida é a da lei cerimonial, que resultava em separação entre judeus e gentios. O ato de Cristo, oferecido a Deus em cheiro suave, aboliu a necessidade dessas ordenanças ritualísticas e assim a inimizade foi desfeita (5.2).

II. PELA PAZ, CRISTO FEZ UM “NOVO HOMEM”

A partir da expiação na cruz, a paz foi proclamada e de ambos os povos, judeus e gentios, Cristo fez uma nova humanidade (2.14-17).

1. O conceito bíblico de paz. De forma geral, a paz é a descrição de boas relações (At 24.2,3), do fim de um conflito (Lc 14.32), do estado de tranquilidade (1ª Rs 4.24) e de uma qualidade espiritual (Gl 5.22). Na passagem em apreço, o apóstolo ressalta a paz conferida por meio de Cristo. Sua morte na cruz desfez a nossa inimizade com Deus e como os homens, tornando possível a reconciliação entre ambos e, promovendo assim, a paz (Cl 1.20).

2. Cristo é o motivo da nossa paz. Paulo declara que Cristo “é a nossa paz” (2.14b). Essa expressão aponta para uma conotação mais profunda, pois Cristo não é apenas o “autor da paz”, mas literalmente “a nossa paz”. Isso implica o conceito de “comunhão espiritual”, ou seja, Cristo habita em nós sendo Ele mesmo a nossa paz: Jo 14.23-27 Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. 24 - Quem não me ama não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou. 25 - Tenho-vos dito isto, estando convosco. 26 - Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. 27 - Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.”
- Desse modo, essa paz repousa na igreja, entre o crente e Deus e entre judeus e gentios, agora um único povo em Cristo Jesus (2.14.b).

3. A nova humanidade formada pela paz. Cristo uniu os povos que outrora se hostilizavam, para criar “em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” (2.15c). Essa unidade não foi o resultado de algum acordo firmado entre os homens. Ela foi realizada “em si mesmo”, ou seja, o único modo possível era “em Cristo” e “por meio de Cristo”. A partir desse ato surge uma nova humanidade: a Igreja, “onde não há circuncisão e nem incircuncisão” (Cl 3.11). Foi Cristo quem criou esse novo povo “fazendo a paz” (2.15c). Nele, as desigualdades foram eliminadas, a acepção de pessoas desfeita, a etnia e a classe social desapareceram (Rm 2.11; Gl 3.28).

4. A restauração da paz. Embora o resultado da queda fosse a destruição da paz e do bem-estar para a raça humana, e até mesmo para a totalidade do mundo criado, Deus planejou a restauração do shalom; logo, a história da reconquista da paz é a história da redenção em Cristo.

4.1. Tendo em vista que Satanás deu início à destruição da paz no mundo, o restabelecimento da paz deve envolver a destruição de Satanás e do seu poder. Por isso, muitas promessas do AT a respeito da vinda do Messias era promessas da vitória e paz vindouras. Davi profetizou que o Filho de Deus governaria as nações (Sl 2.8,9; cf. Ap 2.26,27; 19.15). Isaías vaticinou que o Messias reinaria como o Príncipe da Paz (Is 9.6). Ezequiel predisse que o novo concerto que Deus se propôs estabelecer através do Messias seria um concerto de paz (Ez 34.25; 37.26). E Miqueias, ao profetizar o nascimento em Belém do rei vindouro, declarou: ‘E este será a nossa paz’ (Mq 5.5).

4.2. Por ocasião do nascimento de Jesus, os anjos proclamaram que a paz de Deus acabara de chegar à terra (Lc 2.14). O próprio Jesus veio para destruir as obras do diabo (1ª Jo 3.8) e para romper todas as barreiras de conflito que tomasse parte da vida a fim de fazer a paz (Ef 2.12-17). Jesus deu aos discípulos a sua paz como herança perpétua antes de ir à cruz (Jo 4.27; 16.33). Mediante a sua morte e ressurreição, Jesus desarmou os principados e potestades hostis, e assim possibilitou a paz (Cl 1.20; 2.14,15; cf. Is 53.4,5). Por isso, quando se crê em Jesus Cristo, se é justificado mediante a fé e se tem paz com Deus (Rm 5.1). A mensagem que os cristãos proclamam são as boas-novas da paz (At 10.36; cf. Is 52.7)” (STAMPS, Donald (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp.1120-21).

*Sobre a Paz
eirene, paz. Ocorre em cada um dos livros do Novo Testamento, salvo em 1ª João. O termo descreve paz como: relações harmoniosas entre homens, entre nações; amizade; as relações harmonizadas enre Deus e os homens, satisfeitas pelo Evangelho; sensação de descanso e satisfação que lhe é consequente.” [Dicionário Vine, CPAD, pp. 856-57].

III. PELA CRUZ, RECONCILIADOS COM DEUS NUM CORPO
O ministério da reconciliação desfez a inimizade entre o homem e Deus, bem como entre os homens. Essas dádivas foram possíveis por causa da cruz de Cristo.

1. Cristo se fez maldição por nós. Ser condenado à morte de cruz era um sinal de maldição e de profunda humilhação (Hb 12.2). O réu era açoitado por um chicote de várias tiras de couro, acompanhado de chumbo ou ossos nas pontas (Mc 15.15). Em seguida, era obrigado a carregar publicamente sua cruz até ao local da execução (Jo 19.7). Por essas razões a cruz era escândalo para os judeus e loucura para os gentios (1ª Co 1.23). Apesar disso, Cristo suportou a afronta, levou a nossa culpa, entregou seu corpo para a crucificação e se fez maldição em nosso lugar (Gl 3.13).

2. Reconciliados pela cruz de Cristo. Foi o sacrifício vicário de Cristo na cruz e sua consequente vitória sobre a morte que possibilitaram nossa reconciliação com Deus e com os homens (Cl 1.20). Nessa perspectiva que Cristo “é a nossa paz” (2.14), que pela sua carne um novo homem foi criado “fazendo a paz” (2.15) e que também “evangelizou a paz a vós”, proclamando ao mundo as boas novas da cruz (2.17). A mensagem da cruz apregoa a paz entre Deus e os homens, isto é, o ministério da reconciliação (2ª Co 5.18-20).

3. Reconciliados na cruz em um corpo. O apóstolo Paulo reforça que o propósito de Cristo foi o de “reconciliar ambos [judeus e gentios] com Deus em um corpo” (2.16b). A ênfase aqui recai sobre a inimizade existente na vertical, isto é, entre os homens e Deus. No versículo 14, o destaque era a inimizade horizontal, quer dizer, entre os judeus e os gentios. De forma que a reconciliação deve ser duplamente compreendida. As duas inimizades foram desfeitas quando Cristo levou nossos pecados no madeiro (1ª Pe 2.24). A ira de Deus, que por causa dos pecados estava sobre nós, foi cravada na cruz (Cl 2.13,14). Assim, a reconciliação foi concretizada pela cruz, gerando um novo povo, num único corpo: a “família de Deus”; a “Igreja de Cristo” (2.19; 3.6; 4.4; 5.23,30).

- O ministério da reconciliação ao restaurar a comunhão estabeleceu a Igreja, a nova família de Deus.
“A paz e a unidade entre judeus e gentios exigia que ambos fossem reconciliados ‘pela cruz… com Deus em um corpo (2.16). Isso pressupõe que tanto judeus como gentios eram pecadores separados de Deus (2.3) e necessitavam da morte expiatória de Cristo a fim de serem reconciliados com Deus (2.17,18). Sua ‘inimizade (2.16), que foi condenada à morte na cruz, era tanto horizontal como vertical – isto é, uma hostilidade entre povos não regenerados e Deus (Rm 5.10), e entre grupos hostis, tais como judeus e gentios. O milagre da reconciliação resultou em uma nova entidade espiritual chamada ‘um corpo’ de Cristo (2.16). Esse assunto tornar-se o foco de Paulo 2.19-22” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 417-18).

CONCLUSÃO
Em obediência ao plano divino, Cristo cumpriu as demandas da lei na cruz. Em seu sacrifício derrubou as barreiras e aboliu as ordenanças cerimoniais que serviam de divisão. Por meio da paz conquistada no madeiro desfez a inimizade, criou uma nova humanidade e a reconciliou com Deus. A partir dela, formou um novo povo: a Igreja, o Corpo de Cristo.

FONTE DE PESQUISA

1. BAPTISTA Douglas, Lições Bíblicas 2º Trimestre de 2020, CPAD RJ.

2. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, CPAD RJ.
3. Dicionário Vine, CPAD RJ.

terça-feira, 12 de maio de 2020

A ORIGEM DO PECADO



INTRODUÇÃO

A doutrina do pecado é conhecida nos tratados de teologia como Hamartiologia, da palavra grega hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado, bem como apresentar o meio divino para a solução humana.
Deus não criou o pecado. A Bíblia diz que “tudo o que Deus criou era bom” (Gn 1.31) Então Deus não é o Autor do pecado. Os seres morais não tinham pecado ao serem criados. Satanás foi criado de modo perfeito e sem pecado (E 28.15); “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29).

I. DEFININDO OS TERMOS

pecado no heb: hhatá; no gr. Hamartáno; e no latim, o termo é vertido por peccátu que significam “errar”, no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão.
O seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento é hamartia. Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos hebraicos no Antigo Testamento referentes ao pecado.
Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21). Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com “h” aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20.16).
O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: “E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” (Gn 4.7).
Em sentido etimológico — a palavra ‘pecado’ conforme se encontra em nossas versões, vem da palavra hebraica ‘hatta’th’, do qual origina-se a raiz hebraica ‘hata’ traduzido na Septuaginta da palavra ‘hamartia’. Existem algumas palavras que relatam significados semelhantes à palavra hebraica hatta’th’, como também a palavra grega ‘hamartia’. Estes termos são aplicados no tempo e no espaço para descrever e dar sentido a tudo aquilo que o pecado é e suas formas de expressão. Os eruditos teológicos usam várias palavras deste gênero para descrever a natureza sombria do pecado, mostrando seus aspectos e suas disposições torcidas, maléficas em sua natureza daninha e perniciosa” (PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.13,14).
O pecado é um mal moral; é violência, corrupção. Errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro. Pecado significa “errar o alvo”, como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo final da vida. É também “errar o caminho” como um viajante que sai do caminho certo. Pecado é uma falta de integridade e retidão, uma saída da vereda designada. É uma revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legítima, uma transgressão da lei divina. O pecado é uma fuga ímpia e culposa da lei de Deus; é também culpa, infidelidade, falsidade, engano, dívida, desordem, iniquidade, queda, obstinação, desobediência, falta, derrota, impiedade, erro, morte; pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação etc.

II. A ORIGEM DO PECADO

1. Deus criou a terra - Gn 1.1 “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
Deus é o criador de todas as coisas, visível e invisível, Ele criou os anjos arcanjos, querubins e serafim. Tudo é obra de Suas mãos.

2. Deus não fez a terra vazia, mas criou para ser habitada - Is 45.18 “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, Ele é Deus; foi Ele que formou a terra, e a fez, Ele a estabeleceu; Ele não a criou para ser vazia, mas a formou para que fosse habitada. Diz Ele! Eu sou o Senhor e não há outro”.
A maioria dos teólogos concorda que Lúcifer (anjo de luz), habitava na terra antes da criação do homem. A terra era diferente da qual vivemos hoje. Após o pecado de Lúcifer, Deus transformou esta terra e ela ficou sem forma e vazia uma terra caótica.

3. O pecado originou-se no mundo angélico. Para se conhecer a origem do pecado, devemos retomar à queda do homem descrita em Gn 3; e olhar atentamente algo que aconteceu no mundo dos anjos. O Senhor Deus criou um número enorme de anjos e todos estes eram bons (Gn 1.31). Porém, Lúcifer e legiões deles rebelaram contra Deus, pelo que caíram em condenação. A época exata dessa queda não é indicada na Bíblia, mas em Jo 8.44. O Senhor Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio. O apóstolo João, na sua primeira epístola, capítulo 3 e versículo 8, diz que “o diabo peca desde o princípio”. Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Mas, quando da exortação de Paulo a Timóteo, a que nenhum neófito fosse designado bispo, “para que não se ensoberbeça e caia na condenação do diabo” (1ª Tm 3.6- AEC). Podemos concluir com toda convicção, que foi o pecado do orgulho (soberba), de desejar ser como Deus em poder e autoridade (Is 14.12-15).

III. A origem dE SATANÁS

Vamos conhecer agora o terceiro inimigo do homem, que se chama Satanás. Existem pessoas que tem em si, uma pergunta, e buscam a resposta. Essa pergunta é: Como surgiu Satanás e os demônios? Neste tópico veremos como surgiu Satanás, que faz, quem é, o que pode, e os nomes e títulos de Satanás, como satanás atua, sete armas contra satanás e as sete debilidades de satanás.
A Bíblia ensina que Deus é o criador de todas as coisas (Jo 1.3), nos céus e na terra, tanto visíveis, quanto invisíveis (Cl 1.16), mas também ensina que tudo o que Deus criou foi bom (Gn 1.31). Por essa razão, algo certamente aconteceu para que este ser criado por Deus se tornasse o diabo, se tornasse o acusador e inimigo de Deus.
Para entender o que aconteceu, podemos tomar Isaías 14 (Is 14.11-15) e Ezequiel 28 (Ez 28.11-19) como base. Apesar de serem profecias inicialmente dirigidas aos reis da Babilônia e de Tiro, tais passagens tomam proporções que vão muito além do que poderia ser declarado a respeito de qualquer ser humano. Tanto o texto em si, quanto o contexto bíblico (1ª Tm 3.6, Lc 10.18), mostram claramente que se trata de uma referência à origem de Satanás, ou seja, são alusões que o Eterno usou para referir a determinada pessoa.
Ezequiel fala de um anjo criado de forma especial (Ez 28.13), em Isaías ele é chamado de “estrela da manhã” (Is 14.12), na tradução para o latim, Lúcifer.

III. quem era satanÁs

Deus não criou Satanás, mas criou um ser especial, perfeito, ungido e cheio de sabedoria, porém a soberba levou a sua queda e tornou-se:
Diabo. Nome que se dá ao chefe dos demônios. Em grego diabolos quer dizer “caluniador” (Mt 4.1).
Satanás. Em hebreu é Satã, que quer dizer “adversário” (Jó 1.6 a 9).

1. Satanás era um querubim ungido - Ez 28.14 “Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci”.
Querubim quer dizer protetor. Lúcifer era o protetor da terra. Habitava nela antes da criação do homem.

2. Era perfeito e cheio de sabedoria - Ez 28.12 b-15 “Tu és o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. 15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia que foste criado”.
Ele é descrito como modelo de perfeição, cheio de sabedoria e perfeita beleza (Ez 28.12). Criado por Deus como um querubim (Ez 28.14), um anjo de alta hierarquia que, provavelmente, era o responsável por comandar a exaltação e a glorificação de Deus (Jó 38.4-7). A Bíblia diz que, desde o dia em que foi criado, ele permaneceu inculpável em seus caminhos, até que algo aconteceu (Ez 28.15).

3. Estava no Éden e era coberto de pedras preciosas - Ez 28.13, 16: “Estavas no Éden, jardim de Deus, e usava pedras preciosas de todo o tipo: o sardônio, o topázio, o berilo, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda. Você tinha joias de ouro que foram feitas para você no dia em que foste criado”. 16b “... ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras”.
Estava no Éden aqui se refere ao paraíso. A terra onde Lúcifer habitava era adornada de pedras preciosas e ouro. A Bíblia mostra a glória que o querubim Lúcifer possuía, antes de sua queda; guardava a presença de Deus, vivendo no brilho das pedras, ou seja, no meio do fulgor de relâmpagos que para Deus serve como pavimento.

4. Orgulhou-se por causa da sua formosura - Ez 28.2 b. No orgulho do teu coração, tu dizes: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento”. Ez 28.17 diz: “Elevou-se o teu coração por causa da tua beleza.
Por causa da sua grandeza orgulhou seu coração e quis ser igual a Deus. O poder, a riqueza e a sabedoria perdem seu valor quando se misturam com a soberba; é como tomada elétrica desligada da força. Até mesmo um arcanjo que se desliga do contado amoroso de Deus nada mais faz com seus poderes sobrenaturais senão arruinar os homens e decretar sua própria e eterna destruição.

5. Sua cobiça - Is 14.13-14: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei. Subirei acima das mais altas nuvens; serei semelhante ao Altíssimo”.
O orgulho e a cobiça entraram no coração de Lúcifer, a ponto de igualar a um deus. Qualquer criatura quer seja visível ou invisível que se coloca no lugar de Deus, perde a comunhão com Ele e por fim recebe a condenação eterna.

6. Sua queda - Is 14.12, 15 “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Mas você será jogado no mundo dos mortos, ao mais profundo abismo.”
A soberba de Lúcifer fez com que Deus expulsasse do Jardim do Éden. Lúcifer querendo elevar-se acima do seu nível, foi precipitado à destruição.
Não se deixará de perceber aqui uma aplicação a Satanás que, ao se exaltar contra Deus, foi rebaixado até o inferno. Estrela da manhã, no heb. hêlel, “glorioso”, “luzente”, que alguns interpretam como nome próprio. “Lúcifer”, o assim considerado nome original do diabo.
Não só Lúcifer, mas muitos homens têm caído pelo orgulho e a cobiça. Deus abomina o pretensioso, mas exalta o humilde.

7. Na sua queda levou junto a terça parte dos anjos - Ap 12.4, 7-9: “Com a cauda ele arrastou do céu a terça parte das estrelas e a jogou sobre a terra. 7 E houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão e os seus anjos. 8 - Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar achou nos céus. 9 - E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, que engana a todo mundo. Ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele”.

8. Deus transformou a Terra em caos, para que satanás não mais habitasse nela - Gn 1.2: “E a terra que era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo”.
Não temos palavra para explicar a beleza que era a primeira terra. Mas após o pecado de Lúcifer Deus transformou esta terra em um caos, ou seja, sem forma e vazia. Tudo que havia de vida animal morreu e a terra ficou coberta de água, até a criação do homem.
Hoje quando o homem encontra fossas de animais pré-histórico, os cientistas dizem: Este animal tem cinquenta milhões de anos; e muitos têm me perguntado como pode. Sim estes animais habitavam aqui quando Lúcifer habitava na terra perfeita. A terra que Lúcifer habitava era diferente da qual nos habitamos hoje. Para o ser humano Deus o recriou.

9. Lúcifer (Satanás) ficou sem moradia e passou a viver no ar - Ef 2.2: “Nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência”.

Príncipe das potestades do ar. Principados e potestades são termos utilizados na Bíblia para se referir tanto a reis e governantes que estão em posição de autoridade como a anjos e demônios, isto dependendo do contexto de cada passagem.
No entanto, o apóstolo Paulo utilizou a expressão “principados e potestades” para se referir aos demônios neste texto (ver Ef 6.12; Cl 2.15).

10. Hierarquia demoníaca - Ef 6.12: “Porque não temos que lutar contra a carne e sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Assim como existe uma hierarquia entre os anjos bons (Efésios 1.21), assim também existe uma hierarquia entre os anjos maus. Efésios 6.12 faz referência a essa hierarquia do mal.

1. “Principados” são as ordens angelicais malignas superiores. 2. “Potestades” são os governantes angelicais malignos subordinados. 3.“Dominadores deste mundo tenebroso” são os anjos a serviço do diabo. 4. O “mundo tenebroso”, que também se lê em Efésios 5.8, é este mundo com o seu pecado, os seus pecadores e as esferas da existência onde o mal domina, enfim, o reino das trevas. 5. As “forças espirituais do mal” são mais uma referência aos anjos que estão a serviço do diabo, que é maligno. O lugar onde ficam “as regiões celestes” não é definido pela Bíblia. São reinos ocupados por seres malignos.

11. O inferno não foi feito para os seres humanos. O inferno foi preparado para o diabo e suas hostes: Mt 25.41: “Então, dirá também aos que estiverem a sua esquerda; apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. “Porque, se Deus não perdoou os anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” (2ª Pe 2.4). Porém, quem rejeita ao Senhor Jesus, irá também para lá: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17). O Senhor Jesus separará os justos dos injustos: “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46). “Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” (2ª Ts 1.8,9). “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados” (2ª Pe 2.9). As almas dos que estiverem no inferno serão julgadas e condenadas: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13). Reflita, como você vive!

12. Satanás já está julgado - Jo 16.11: “... porque o príncipe deste mundo já está julgado”.
O justo juiz já que venceu todas as coisas já tem julgado o inimigo do homem e de Deus. Não há nenhuma oportunidade de salvação para o diabo, pois ele pecou sem ser tentado, mas o homem pecou porque foi tentado e por isso Deus tem dado oportunidade de salvação, mas o diabo não tem este privilegio é por isso que ele engana a humanidade com sua astúcia e luta contra todos.

A CRIAÇÃO DO HOMEM

Em Gênesis, no capítulo 1 e 2, temos a descrição da criação, que também incluí a criação do homem e da mulher, e uma breve descrição da vida deles sem o pecado no jardim do Éden. A Bíblia não nos diz quanto tempo Adão e Eva viveram sem saber o que era pecar. O fato é que, num determinado momento de suas vidas, pela desobediência a Deus, o pecado entrou na vida de Adão e Eva.

I. Satanás viu Deus criar o homem

Gn 2.7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou lhe nas narinas o fôlego da vida, e o homem tornou-se alma vivente”.
A partir do verso dois de Gêneses, Deus recria a Terra para habitação do homem. Note que Deus criou todas as coisas, mas os metais Deus não criou! Por quê? Porque metais não se deteriora debaixo da água. Após ter criado os animais pelo poder de Sua Palavra, Ele cria o homem do pó da terra, com sua imagem e semelhança, fazendo um boneco de barro e soprando em suas narinas o fôlego de vida.

II. Satanás viu Deus criar o jardim para o homem

Gn 2.8: “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do oriente, e pôs ali o homem que tinha formado”.
Satanás não se conformou em ficar sem a sua antiga moradia, procurou tirar de lá os seus moradores (o homem), através da astúcia.

III. A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA

O pecado originou na raça humana, devido à transgressão voluntária de Adão no paraíso. O tentador veio com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, tornar-se-ia igual a Ele. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, desobedecendo às ordens de Deus. Com o primeiro pecado, Adão passou a ser escravo do pecado (Jo 8.34). Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes. A tentação de Satanás pode ser resumida como tendo apelado ao homem desta maneira: ele fez o homem desejar TER o que Deus havia proibido; SABER o que Deus não havia revelado; e SER o que Deus não tivera a intenção que fosse.
Gênesis 3.1-6, 13 e 14: “Ora, a serpente era o mais astuto de todo os animais do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? 2 - Respondeu a mulher à serpente: do fruto da árvore do jardim podemos comer 3 - Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 - Então a serpente disse à mulher: certamente não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que no dia em que comerdes deste fruto, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. 6 - Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, que estava com ela, ele comeu. 13 - E disse o senhor Deus à mulher: porque fizeste isso? E disse a mulher: a serpente me enganou, e eu comi. 14 - Disse, pois, o Senhor Deus a serpente: Porque fizeste isto, maldita és entre todos os animais domésticos, e entre todos os animais do campo; sobre teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida”.
A essência do pecado de nossos primeiros pais é algo como o que segue:
A) Eva não confiou na bondade de Deus.
B) Ela acreditou na mentira de Satanás.
C) A mulher cedeu ao seu apetite físico.
D) Se submeteu a um desejo excessivo pelo belo.
E) Cobiçou uma sabedoria que não era da intenção de Deus que tivesse, Desejar o que Deus proibiu é preferir a si mesmo no lugar de Deus, isto é pecar, O primeiro pecado foi o desejo do coração, a escolha de interesses próprios ao contrário dos interesses de Deus. Adão pecou como pai da raça humana e também como chefe representante de todos os seus descendentes e, portanto, a culpa do pecado é imputada a todos os homens, pelo que todos são merecedores de punição e morte. É nesse sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos.
Rm 5.12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram”.
Deus imputa a todos os homens a condição de pecadores culpados em Adão, exatamente como atribui a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo.
Rm 5.18-19: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio à graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida, porque, como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos”.
Satanás induziu o homem a desobedecer a Deus, e tornou-se inimigo de Deus, e também do homem, e não quer que ninguém seja feliz.
Deus criou o homem para viver eternamente, mas por causa do pecado da desobediência ele perdeu esse direito, e passou a ser um mortal. Mesmo assim Deus enviou o Seu Filho Unigênito para resgatar o homem e dar a vida eterna.
A glória que Lúcifer possuía e o paraíso que habitava, Deus têm preparado para o homem que for fiel a Sua Palavra. É por isso que Satanás tem lutado dia e noite para que eu e você não venhamos receber essa glória e a vida eterna com Jesus Cristo nosso salvador.
Sabemos que ele já está julgado e em breve levado ao inferno, não há salvação para ele, pois ele pecou sem ser tentado, mas o homem pecou porque foi tentado, por isso existe perdão para os que se arrependem. Para habitarmos no paraíso com Deus devemos ser fiéis até o fim.

IV AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

1. Os sofrimentos da vida. É sempre bom lembrar o que Jesus disse aos judeus que falavam de uma calamidade que aconteceu acertos galileus, e insinuaram que aqueles galileus deviam ter sido grandes pecadores:
Lc 13.2-5: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vô-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito, sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”.

2. A morte espiritual. A morte espiritual é a separação entre a alma e Deus. O pecado separa o homem de Deus; como consequência do pecado, o homem morreu espiritualmente (Ef 2.1-5). A morte espiritual significa culpa e também corrupção. O castigo anunciado no Éden, que recaiu sobre a raça, é primariamente esta morte espiritual (Gn 2.17; Rrn 5.21). Por ela, o homem perdeu a presença, a comunhão intima e o desejo por Deus. Por estar morto espiritualmente falando, o homem precisa ser revivido dos mortos (Lc 15.32; 105.24; 8.51).

3. A morte física. A morte física é a separação entre a alma e o corpo. Devido ao pecado, veio a morte física. As Sagradas Escrituras nos mostram a morte física como parte do castigo do pecado. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
Para o cristão, entretanto, a morte física não é mais um castigo, pois, Cristo sofreu a morte como castigo do pecado. Para o crente, ela se torna como um sono para o corpo, e como um portal para a alma, através do qual ele entra em plena comunhão com seu Senhor (2ª Co 5.8; Fp 1.21-23; 1ª Ts 4.13-14).

4. A morte eterna. A morte eterna é simplesmente o auge, o cume e a consumação da morte espiritual. É a separação eterna entre a alma e Deus, juntamente com o remorso, isto é, a inquietação da consciência por culpa ou crime que se cometeu e castigo eterno (Mt 10.28; 25.41; 2ª Ts 1.9; Ap 14.10-11).

Pr. Elias Ribas

quinta-feira, 7 de maio de 2020

UM MENINO NOS NASCEU



Estamos vivendo um tempo em que os “contestadores” estão por toda a parte… Contestar é lícito e é necessário para que vivamos uma vida saudável, porém a contestação deve ter bases e motivos para ocorrer. Contestar usando as tradições humanas de sua religião, sem a exegese bíblica, é desviar-se da verdade. Contestar apenas por contestar é um exercício de pura futilidade e pode levar estas pessoas a influenciarem aos menos preparados a deixarem sua fé original, justamente por não terem o conhecimento necessário.
Um dos textos que estão sendo contestados é este:

Isaías 9.6 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”

Sem dúvidas, esse verso do livro do Profeta Isaías é um dos mais lindos de toda a Bíblia sagrada. E tem revelações fortíssimas acerca da identidade do Messias Jesus Cristo. Todas essas descrições sobre este “menino”, são atributos divinos.

Por isso, gostaria de examinar cada um desses atributos do Senhor Jesus, tendo o auxílio da língua original em que foi escrito o livro do Profeta Isaías, o Hebraico Bíblico. Vamos mergulhar em porções mais profundas da palavra de Deus.

I. CONTEXTO HISTÓRICO

Aproximadamente 700 anos antes do nascimento do Senhor Jesus o profeta anuncia este evento único e sublime: “Porque um menino nos nasceu”. No verso 14 do capitulo 7, o profeta diz que este menino que nasceria de uma virgem seria o Emanuel, que segundo o evangelista Mateus é o Deus conosco (Mt 1.23).

Este texto refere-se ao tempo em que o profeta Isaías profetizava para Judá e os reis que ali estavam. O profeta nasce no ano de 765 a.c. e seu ministério começa no ano de 740 a.C., ou seja, ele deu início a seu ministério aproximadamente aos 25 anos. Segundo relatos históricos ele morreu aos 92 anos de idade, pela mão do rei Manassés. Isso nos informa que seu ministério durou nada menos do que 67 anos!

II. PORQUE UM MENINO NOS NASCEU

 
O texto de Isaías 9.6 começa com: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu”.

1. “Um menino nos nasceu...” Nasceu refere-se à humanidade do Filho, e deu, à Sua divindade. O nascimento de um menino que cumpriria a promessa feita a Adão e Eva (Gn 3.15), ainda no jardim do Éden, de que da semente da mulher nasceria o redentor.

Novo Testamento, somos presenteados por Deus, que manifestou de forma salvadora a Sua graça, dando-nos seu único Filho.

1.1. A grande luz do menino que nasceu. A importância da luz na Bíblia se dá pelo fato de simbolizar e estar ligada à vida e à felicidade. Por isso Deus é comparado à luz, pois dEle emana a vida e a felicidade (Tg 1.17). Nenhuma vida seria possível na Terra se não houvesse abundância de luz; nenhuma vida espiritual teriam as pessoas que conhecem a Deus se Ele não as alimentasse com sua luz poderosa. Desta forma se diz do Messias que virá, que Ele irradiará uma grande luz, iluminando os que andavam na escuridão (Is 9.2). Agora não haverá mais desorientação nem confusão, pois o Messias, o Cristo, já proporcionou abundante luz para os seus filhos, pois diante dessa luz há clareza no caminho (Jo 14.6). Aqueles que moravam em regiões de morte têm agora lugar permanente na vida abundante (Jo 5.24).

1.2. A imensa alegria (Is 9.3). Isaías compara a alegria que o Messias traria à mesma que havia na época das colheitas (dia de pagamento com aumento de salário) ou como num despojo de guerra em que conseguissem muitas riquezas. A vinda de Cristo à Terra representa uma boa nova, expressa nos Evangelhos, tão extraordinária que o anjo que apareceu aos pastores em muita glória, a ponto de eles ficarem aterrorizados, disse: “[...]vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo” (Lc 2.10). A alegria de Cristo consiste no fato de Ele ter poder para perdoar pecados, salvar, curar e batizar no Espírito Santo, mas além disso, estar com Cristo é estar com a fonte permanente de alegria. Assim, mesmo em meio a tribulações e angústias, podemos experimentar sua alegria em nossa alma.

1.3. A quebra do jugo (Is 9.4). Jugo designa na Bíblia uma peça de ferro ou madeira que era colocada no pescoço do boi para controlá-lo, ou seja, um instrumento de opressão e submissão. Não existe nada pior para o ser humano do que ser aprisionado por algum jugo. Existem muitas pessoas aprisionadas pelo pecado, por outras pessoas ou mesmo por situações da vida que as oprimem e subjugam, mas Cristo, o Messias, veio para estraçalhar qualquer jugo e tornar todos os que o reconhecem como Cristo completamente livres.

2. “...um filho se nos deu.”
A segunda palavra interessante desse verso é a parte “[um filho] se nos deu“, onde encontramos o verbo נִתַּן (nittan), que significa “foi dado” – o verbo, em Hebraico, está na construção (binyan) Nif’al, que está na voz passiva, na terceira pessoa do singular masculino.

Veja que tanto o original hebraico, quanto a tradução está na voz passiva do verbo. Ou seja, o filho foi dado – alguém deu o filho – a linguagem está mostrando que o nascimento de Jesus foi um presente, um ato de doação.

E o Evangelho de João no capitulo 3.16 completa a profecia de Isaías, revelando quem havia dado o menino, o filho de Deus, o Príncipe e Rei de Israel:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

II. O PRINCIPADO ESTÁ SOBRE OS SEUS OMBROS

Outra palavra interessante é הַמִּשְׂרָה (ha-misrah): Está acompanhado de um artigo definido, ou seja, é um nome definido. Esse substantivo é derivado inclusive da palavra que vem em seguida שָׂרַר (sarar), que significa “reinar, governar”. A tradução mais adequada seria “o reino, ou o governo está sobre Seus ombros“.

Há uma expressão idiomática muito forte em hebraico, que chama esse reino de Malchut haShamayim (lê-se malrut rachamáim), governo que Jesus traz sobre os Seus ombros. É um reino de arrependimento:

Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 4.17)

Além disso, o local onde Jesus nasceu é a cidade de Belém da Judéia, a mesma cidade do rei Davi. E Ele é filho de Davi, como prova a genealogia de Jesus, que Ele é o herdeiro do trono, é o legítimo rei de Israel.

III. E CHAMARÁ O SEU NOME MARAVILHOSO CONSELHEIRO

1. O significado do termo. Maravilhoso vem da palavra פֶּלֶא (pelê), que quer dizer “maravilha“, ou “milagre“. Diversos personagens bíblicos aprenderam que o nome do Eterno Deus é Maravilhoso.

E o anjo do Senhor lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso? (Juízes 13.18).

“E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus.” (Jz 13.22).
Maravilhoso significa “aquele que é cheio de maravilhas, que faz maravilhas“. Essa é uma excelente revelação sobre a natureza divina do “menino que nos nasceu, do filho que se nos deu”, pois é o mesmo que já fez e que faz “maravilhas”:

“Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, admirável em louvores, realizando maravilhas?” (Êx 15.11).

Seu Nome será também chamado Maravilhoso Conselheiro, porque conselho e sabedoria andam juntas. Somente um sábio pode dar conselhos. E Ele é a sabedoria que o mundo não conheceu, pois, essa sabedoria é loucura para os que não creem.

Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação (1ª Co 1.21).

Isaías contempla o filho maravilhoso de Deus: um filho se nos deu… E o Seu Nome será maravilhoso. O profeta Isaías falou uma palavra que nunca havia sido pronunciada em relação ao ser humano. Esta palavra que é traduzida como maravilhoso é, na verdade, um termo que durante todo o escrito do Antigo Testamento somente é utilizada para descrever o Pai, porém aqui, ele usa a mesma palavra para descrever o Filho.

2.  próprio Messias em si seria uma maravilha sobrenatural. A palavra hebraica, aqui, para maravilhoso, é “pele”, a qual é usada exclusivamente a respeito de Deus, e nunca a respeito de seres humanos ou de obras humanas.

Jesus não trouxe os céus em seu favor com o propósito de privá-lo da terra, mas trouxe em si mesmo uma manifestação pessoal dos céus, através da influência que vinha da presença de Deus, para recolonizar a terra.

Isaías viu, em Jesus atributos que, até então, eram apenas associados à pessoa de Deus ou ao Espírito Santo. Tudo que Isaías conseguiu dizer foi que ele era: “MARAVILHOSO”.

Essa característica do verbo encarnado, descrita por Isaías, revela o Deus que é maravilhoso. O Deus que surpreende a mais ansiosa expectativa do ser humano por afeto, cuidado, carinho, atenção e acima de tudo, amor. E revela também o humano inspirado pela excelência altíssima de Deus, transformado, recriado como uma expressão do Pai e da sua excelência.

Até então, durante toda a Antiga Aliança, se o Deus maravilhoso foi visto, foi apenas como Deus, à parte do ser humano. Um Deus maravilhoso e um ser humano pecaminoso. Porém, Isaías ver o Deus maravilhoso que Jesus, na terra, o chamaria de Pai. E ver o homem maravilhoso, que Deus o chamaria de filho.

O Filho do homem Jesus, possuído da natureza que entrelaça Deus com o ser humano, e torna o ser humano, uma expressão humana da Divindade, da luz e perfeição do Deus Criador.

3. Cristo não anula a humanidade do ser humano. Em Cristo está a matéria-prima para a verdadeira humanidade que se constitui de recursos da personalidade e natureza do Pai, que é Divino. Isto Jesus demonstrou.

4. Jesus veio para ser aquele que nos ensina e aconselha. Ao longo de seu ministério, Jesus deu vários ensinamentos muito importantes e mostrou o caminho para uma vida com Deus. Jesus é nosso grande conselheiro, que guia a vida de todos que creem nele.

Jesus é Conselheiro, Jesus veio e revelou o plano de salvação, nos mostrou a vida eterna. Em todo tempo Ele nos dá a direção certa, nos aconselhando e dizendo o que fazer. Somente Ele tem as palavras de vida eterna.

Jesus é Maravilhoso, Seu caráter, suas atitudes, seus atos, suas obras, sua santidade demonstraram e ainda revelam a perfeição de Jesus, e tudo isto nos leva a adorá-lo. Os grandes milagres feitos revelam sua magnitude e poder, desde Seu nascimento Jesus viveu e cumpriu como homem todos as exigências que se devem cumprir em meio social, cultural e espiritual, e não há ninguém como Ele, Jesus é Maravilhoso.

IV. DEUS FORTE, PAI DA ETERNIDADE

1. O significado do termo. Aqui os termos são אֵל גִּבּוֹר El Gibor, “Deus forte”, e o termo “Pai da eternidade” é em hebraico אֲבִי עַד Avi-Ad, que significa “Pai Eterno”. Porque como temos procurado demonstrar nos estudos bíblicos sobre o nascimento de Jesus, que o Messias, o Jesus Cristo é o Eterno Deus que se fez carne. Jesus é o “Deus forte”, o “Pai Eterno”.

2. Deus Poderoso. Jesus é Deus! Ele tem todo o poder e toda a autoridade de Deus. Mas Deus decidiu vir à terra como um homem, para nos salvar. Essa é uma grande maravilha: Deus, em todo seu poder, nos ama tanto que veio a sofreu conosco. O próprio Deus levou nossos pecados na cruz.

Deus é Onipotente, ou seja, não existem limites para o seu poder. Deus forte também é uma forma de falar EL SHADAY, o Deus todo poderoso (Gn 17.1).

Jesus mostrou o seu poder quando operou milagres sobre coisas impossíveis aos homens. Chamar Jesus de Deus forte também confirma a Divindade de Cristo para não confundirmos ou esquecermos “que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser” (Hb 1.3), como o próprio Deus encarnado e “a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15).

Jesus é Deus forte! Encontre aqui mais versículos sobre a divindade de Jesus:
Ap 1.18: “E aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.”

Mt 28.18: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. Onipotente quer dizer todo poderoso. Para entender-se que Cristo é onipotente, necessário se faz que se tenha certeza de que Ele detém todo o poder no céu e na terra. Todavia Ele morreu e ressuscitou ao terceiro dia; a sua ressurreição é a maior prova de Seu poder.”

3. Como alguém pode ser Pai da Eternidade? Jesus é Pai da Eternidade! João 1.14 “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

Pessoas que negam a divindade de Jesus dizem que ele não é eterno, que passou a existir em algum momento. A apresentação comum de Jesus nas Escrituras como o Filho de Deus é compreendida por algumas pessoas como apoio a essa doutrina. Um filho nasce, ou seja, passa a existir depois do pai.
Porém a Sagrada Escritura diz que Jesus sempre existiu, nunca foi criado, Ele é Deus.

Uma explicação que parece coerente para alguns, seria o nascimento de Jesus em Belém há mais de 2.000 anos. Mas a investigação mais profunda das Escrituras mostra que o nascimento foi a maneira que Deus escolheu para a encarnação de uma pessoa que já existia. O próprio Jesus disse:

Jo 8.58 “Respondeu-lhes JESUS: Em verdade em verdade vos digo que antes que Abraão existisse eu sou.”
Eu sou no grego é “egó elmi”, este verbo está desprovido de tempo, não dá ideia de tempo. Com isso JESUS estava dizendo que era eterno, que sempre existiu. Se identificando assim com Jeová de êxodo 3.14.

“E tu Belém, Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti, é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2).

“JESUS é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hebreu 13.8).

Quem mais ousou ser chamado de Pai Eterno? Sabemos que há somente UM, e que a corresponde à natureza eterna de Jesus:

Isaías exalta mais um atributo de Jesus destacando Sua divindade, Jesus é eterno. Assim como o PAI, Jesus também é eterno. Jesus mesmo disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). E o apóstolo João, logo no início do evangelho fez questão de comprovar:

“ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 - Ele estava no princípio com Deus. 3 - Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-3).

A expressão hebraica em questão é ‘Avi·‛ádh’ - Av significa “pai” e ‘ádh (hádh) “indica ilimitado tempo futuro, sempiternidade ou eternidade”[1]. Assim, embora a Tradução do Novo Mundo verta por “Pai Eterno”, a nota de rodapé da Tradução do Novo Mundo das Escrituras com Referências (Revisão de 1986) explica: “Ou ‘Pai Para Sempre’. Hebr.: ’Avi·‛ádh.”

Jesus é Pai da Eternidade, eternamente Ele luta em nosso favor do seu povo, a Ele pertence o domínio pelos séculos dos séculos, a vida eterna pertence a Ele e somente através de Jesus podemos ser salvos.

Assim como Deus Jeová, Jesus também é eterno. Não houve um ponto na história em que foi criado. Novamente, Cristo não passou a existir depois de sua manifestação em carne. Somente algo que já existe pode ser manifestado e Cristo é tão eterno como Deus Jeová. Sempre existiram. Esta não é uma questão fácil para aqueles que ainda estão mortos em seus delitos e pecados porque na verdade é uma questão de fé e este tipo de fé, que leva o homem a olhar para Deus e crer que ele existe, crer em Seu Filho, não é inerente ao próprio homem. Antes, ela possui um autor e um consumador, como diz o autor de Hebreus: “Jesus, o autor e consumador da nossa fé.” A fé salvadora possui um autor e um consumador. Ela não nasce com o homem e, portanto, não é inerente ao próprio homem nem pode ser desenvolvida pelo homem natural.

Salmos 90.2 e 4 “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” “Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite”

Jesus sempre existiu - Cl 1.17 “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.”

Antes de ser gerado pelo Espírito Santo no ventre de sua mãe, Jesus já preexistia sendo parte da Trindade Divina - Fl 2.6 “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,

Jesus estava na criação de tudo como o “verbo de Deus” Jo 1.1, 14 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 14 - E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

Os Resultados Da Ressurreição. A ressurreição de Jesus também é uma prova de que sempre existiu para a eternidade.

Podemos destacar como resultado da ressurreição de Cristo: Ela comprova a divindade de Cristo (Rm 1.4). Ela é a garantia da nossa justificação (Rm 4.25). Ela fez de Cristo o nosso Sumo Sacerdote (Hb 7.22-25). A ressurreição de Cristo é a prova concreta de Deus de que haverá julgamento dos justos e dos ímpios (At 10.42; 17.31). Ela é a garantia de que nossos corpos também ressurgirão dentre os mortos (Jo 5.28-29; Rm 8.11; 1ª Co 15.20-23). A ressurreição de Cristo preparou o caminho para que Ele se assente no trono de Davi no reino vindouro (At 2.29-32).

O próprio Jesus, enquanto homem, afirmou ser Deus (Jo 10.30, Jo 14.9), demonstrou sua onipotência (Mt 8.13,26-27, Jo 2.7-9), sua onisciência (Mc 2.8, Mt 17.27, Jo 6.64) e declarou Sua eternidade (Jo 8.58, Ap 22.13 com Ap 1.8 ).

V. PRÍNCIPE DA PAZ

Aqui temos as palavras שַׂר שָׁלוֹם Sar Shalom, que podem ser traduzidas como “Príncipe da Paz”, ou “Rei da Paz”. O Seu reino é um reino de paz.

Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto. Isaías 9:7

A paz do Seu reino não terá fim, e nós somos representantes desse reino, portanto, a paz tem que ser uma das características de um verdadeiro discípulo de Jesus.

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” (Mt 5.9).

Jesus veio para restaurar nosso relacionamento com Deus. Quando pecamos, tornamo-nos inimigos de Deus, separados dele. Mas, através de seu sacrifício na cruz, Jesus nos oferece perdão e reconciliação com Deus. Assim, podemos ter paz com Deus e paz em nossas vidas.

Jesus é Deus vindo ao mundo para nos salvar, perdoar, ensinar e dar a vida eterna.

O profeta Isaías explique que: “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele” (Is 53.5).

João 14.27 “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo.”

João 16.33 “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflição; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.”

Cl 1.20: “E que, havendo por Ele feito a paz pelo seu sangue da sua cruz”.

Rm 5.1: “Sendo, pois, justificado pela fé, temos paz com Deus, por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Efésios 2.13-14 “Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. 15 - Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio.”

Em Isaías 9.2 “O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.”

Jesus veio nos mostrar a luz, antes andávamos perdidos e sem direção, Ele nos mostra o caminho que devemos andar, nos reconcilia ao Pai, antes Dele éramos destituídos da glória de Deus, presos sobre o pecado, mas Jesus veio para trazer perdão, o preço ele já pagou por todos os nossos pecados, e quando confessamos com nossos lábios Jesus e andamos com Ele, Deus quando nos olha já não vê nossos pecados Ele vê Jesus, e podemos entrar no santo dos santos e adorá-lo.

Isaías 9.4 “Porque tu quebraste o jugo da sua carga”. Não sei o jugo que você tem vivido, seja o jugo dos vícios, da prostituição, da mentira, não sei o que o diabo tem coloca sobre você, Jesus quebra e te liberta, Ele vai para libertar os cativos, da visão aos cegos, chega de ser escravo Jesus te dá uma nova vida, Eis que tudo se fez novo e nova criatura sou, Ele foi zombado, humilhado, machucado, suas mãos pregadas no madeiro, em nada murmurou por amor a você, morreu mas em Mateus 28.6 diz que Ele ressuscitou. Toma a decisão da sua vida, aceite Jesus como seu Senhor e Salvador, morra para o que tem te afligido e ressuscite para uma nova vida que Ele te dá hoje!

CONCLUSÃO.
Isaías 9.6-7 é um dos textos bíblicos mais importantes sobre a divindade de Cristo. Nessa passagem temos uma profecia que o Cristo, uma vez encarnado, e, vindo ao mundo, teria quatro títulos que o distinguiria como ser divino. “Porque um menino nos nasceu...e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade.’

Deus presenteou o mundo com o seu filho Amado, para que todo aquele que desejar responder a este amor, por meio da fé, alcance a justificação dos seus pecados e a vida eterna.

Pr. Elias Ribas
Dr. Em Teologia
Assembléia de Deus
Blumenau SC