TEXTO
ÁUREO
“Vós já estais limpos pela palavra que vos
tenho falado.” (Jo 15.3)
Verdade
Prática
A Pia de Bronze é o símbolo do processo da
santificação que Cristo realiza em nós através de seu sangue e da Palavra de
Deus.
LEITURA BÍBLICA
Êxodo
30.18-21
“Farás também uma pia de cobre com a sua base de cobre, para lavar; e a porás
entre a tenda da congregação e o altar e deitarás água nela. 19 - E Arão e seus
filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés. 20 - Quando entrarem na tenda
da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se
chegarem ao altar para ministrar, para acender a oferta queimada ao Senhor. 21
- Lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto lhes será por
estatuto perpétuo, a ele e à sua semente nas suas gerações.”
Êxodo
40.30-32
“Pôs também a pia entre a tenda da congregação e o altar e derramou água nela,
para lavar. 31 - E Moisés, e Arão, e seus filhos, lavaram nela as mãos e os
pés.
32 - Quando entravam na tenda da
congregação e quando chegavam ao altar, lavaram-se, como o Senhor ordenara a
Moisés.”
1
Coríntios 6.11
“E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido
santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo
Espírito do nosso Deus.”
Efésios
5.26
“Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27 -
para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, mas santa e irrepreensível.”
INTRODUÇÃO.
O nosso presente estudo é sobre a Pia de
Bronze. Continuamos a avançar no Tabernáculo. Assim, veremos o simbolismo da
limpeza e da pureza que a Pia de Bronze apresenta; estudaremos os dois aspectos
do rito de lavagem presentes na função dos sacerdotes; e, finalmente, seremos
chamados à responsabilidade acerca da necessidade e urgência de vivermos uma
vida santa e irrepreensível diante de Deus e dos homens.
Sobre a “pia de bronze” e veremos seu
material, seu propósito, seu modelo e sua localização.
Pontuaremos algumas lições que aprendemos
com ela; relacionaremos a tipologia da bacia de bronze, bem como a tipologia da
água purificadora que os sacerdotes usavam.
I.
INFORMAÇÕES SOBRE A PIA DE BRONZE
1.
Material.
A palavra hebraica “kiyor” significa:
“bacia; pote ou tacho”. O dicionário bíblico apresenta para esta bacia a seguinte
definição: “Um utensílio do Tabernáculo de Moisés para os sacerdotes se
lavarem”. A pia foi feita com o bronze dos espelhos das mulheres que os
entregaram como oferta ao Senhor (Êx 38.8). Nesta peça da mobília do
tabernáculo não havia madeira; a bacia deveria ser de bronze maciço, ou seja,
confeccionada totalmente de “cobre” (bronze) do hebraico “neroshet” (Êx 30.18-a). No pátio as colunas eram de bronze, os
ganchos (colchetes) eram de bronze, as estacas eram de bronze, o altar de sacrifício
era revestido de bronze e a pia, da mesma forma, era feita de bronze (CONNER,
2004, p. 127).
2.
Propósito.
A pia de bronze tinha uma dupla função que era de fornecer água para a limpeza
dos sacerdotes através lavagem cerimonial (Êx 40.11-16), e servia também para
relembrar a santidade de Deus quando o sacerdote olhasse para o reflexo do “espelho”
e lê-se o que estava na lâmina em sua testa: “Santidade ao SENHOR” (Êx
28.36-38). A pia de bronze era um grande tacho ou lavatório com a água
necessária para limpar as mãos e os pés dos sacerdotes antes e depois de
ministrarem (Êx 30.18-21). As outras peças da mobília do tabernáculo eram
usadas particularmente com referência a Deus, mas a bacia era usada especificamente
para os homens representados pelos sacerdotes (CONNER, 2004, p. 127).
3.
Modelo.
A Bíblia não explica o seu formato, tamanho, ornamentação ou transporte. Não há
medidas específicas registradas e a única coisa mencionada é que tinha uma base
(Êx 31.9). Ela é descrita como um utensílio de bronze contendo água. A pia de bronze
provavelmente formava um conjunto dividido em duas partes, pois as referências
mencionam “uma pia de bronze com uma base de bronze” (Êx 30.18). A base do
hebraico “ken” significa
literalmente: “pedestal” ou “suporte” (Lv 8.11) (CONNER, 2004, p. 127).
4
Localização.
A pia de bronze ficava localizada no átrio ou pátio do tabernáculo, entre a
tenda da congregação e o altar do holocausto (Êx 30.18-b; Êx 40.7,30). Foi
aspergida com sangue e ungida com azeite (Êx 40.11; Lv 8.10,11). Não temos nenhuma
informação de como ela era transportada pelo deserto, seja por varas ou barras.
Nas coberturas que deveriam ser usadas para proteger os objetos do tabernáculo
não há nenhuma menção da bacia de bronze (Nm 4.1-15). Ela foi o último móvel colocado
no lugar antes que se erguesse o átrio (Êx 40.1-8).
II.
A PIA DE BRONZE: A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE
Na pia os sacerdotes lavavam suas mãos e
pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas fala de trabalho
honesto; pés limpos fala de um viver e um agir íntegros (Sl 24.4; Ef 5.26,27;
Hb 10.22).
1. A
pia de bronze e a água (Êx 30.18,19). Deus ordenou a Moisés que fizesse uma pia
de bronze. O objetivo era que antes de entrar ou sair do Tabernáculo, Arão e
seus filhos lavassem as mãos e os pés. O ofício de apresentar holocaustos ao
Senhor era Santo. Não é possível apresentar-se diante de Deus de maneira a não
reconhecer sua santidade e justiça. Oferecer um sacrifício a Deus é prestar-lhe
um culto santo e reverente. Não podemos perder o senso de piedade e reverência
diante de Deus. Por isso, nossos cultos, bem como nossas vidas, devem refletir
a santidade de Deus (1ª Pe 1.15,16).
2. A
necessidade de purificação diária. Os sacerdotes deveriam ter uma conduta
pura e reta diante do Senhor. Se essas purificações não ocorressem, por
ignorância ou negligência do sacerdote, o juízo cairia sobre ele (Êx 30.20).
Até os animais oferecidos deveriam ser cerimonialmente lavados na água como o
sacerdote (Lv 1.9). Somos sacerdotes junto ao Senhor, mas também somos o
sacrifício. Devemos apresentar nossos corpos como sacrifício vivo, santo e
aceitável a Deus (Rm 12.1,2; 1ª Pd 2.5-9; Ap 1.5,6; 5.9,10; At 15.9; 1ª Ts
4.7). Ficar apenas observando a água não nos tornará limpos. A água tem que ser
usada para que nos tornemos limpos. Apenas ler a Palavra ou meditar sobre uma
verdade dela não é suficiente. A verdade deve ser aplicada, vivenciada e
praticada em nossas vidas diariamente para ter poder purificador.
Ao entrarem no Tabernáculo, os sacerdotes
deveriam se lavar “para não morrer”. Fosse para ministrar, fosse para acender a
oferta no altar, eles deveriam lavar-se antes. Há que se destacar a expressão
“para não morrer”. O ato colocava em risco a vida dos sacerdotes. Apresentar-se
diante de Deus sem atentar para a exigência da purificação poderia custar-lhes
a vida. Hoje, nós, os obreiros de Cristo, devemos pautar nossas vidas na obra,
exercitando-nos na piedade e na santidade. Somos santos porque fomos chamados
por um Deus Santo. Somos chamados para ser um modelo de santidade. Não nos
esqueçamos: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor” (Hb 12.14).
3.
Os sacerdotes e a santidade (Êx 30.20).
O versículo 21 traz-nos a ideia de um
pacto perpétuo a respeito do rito de lavagem da purificação. Esse rito seria um
estatuto perpétuo para os sacerdotes. Disso dependeria a vida deles. Viver a
vida de maneira santa, separada, única e exclusivamente para Deus é a vocação
de todo obreiro chamado para a sua obra. Santidade ao Senhor gera espiritualidade
profunda. Santidade ao Senhor gera uma vida de compromisso com Deus. Santidade
gera vida no altar de Deus!
4. A
necessidade de purificação das mãos (o que fazemos). Mãos limpas
representavam sua função diante do Senhor. Eles deveriam levantar mãos santas
(Sl 24.3,4;1ª Tm 2.1,8; Tg 4.8 e Is 1.16). Os sacerdotes não podiam entrar no
Santuário para exercer qualquer serviço diante do Senhor enquanto não tivessem
passado pela bacia. Eles não podiam servir junto à mesa do Senhor, ou no altar
do incenso ou no candelabro, pois todos se encontravam no Lugar Santo (Sl
119.9; 1ª Pd 1.22; Hb 10.22).
Além disso, não lhes era permitido
ministrar no altar de bronze ou no pátio, a menos que primeiro se lavassem.
Todos aqueles que transportavam os utensílios do Senhor deveriam estar limpos
(Is 52.11). Tão séria era qualquer violação desta ordem divina que eles seriam
mortos se não agissem desta forma (Êx 30.21). Quantas “mortes espirituais”
acontecem hoje porque alguns falham ao se preparar para entrar no santuário,
deixando de passar pela bacia, antes de entrar para adorar: “Por causa disso,
há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que morrem” (1ª Co 11.30).
5. A
necessidade de purificação dos pés (por onde andamos). Pés limpos
indicavam o modo como os sacerdotes viviam na presença de Deus (Hb 12.13; Ef
4.1-3; Jo 13.1-8). Somos chamados para ser sacerdotes do Senhor em um a casa
espiritual (1ª Pd 2.5). Mas precisamos estar certos de que estamos limpos para
carregar os utensílios do Senhor, e precisamos continuamente da limpeza
sacerdotal para poder servir em seu santuário (igreja) andando em santidade
como Ele andou (1ª Pd 2.21; 1ª Jo 2.6).
III.
A PIA DE BRONZE: LUGAR DE LIMPEZA E PUREZA
1. A
Pia de Bronze (cobre) entre o Altar do Holocausto e o Tabernáculo. O termo hebraico
para “pia” é kyyor, que significa “lugar
de se lavar”. Era uma bacia redonda. É assim que a imagem da Pia de Bronze é
geralmente apresentada nas ilustrações. Para entrar no santuário do
Tabernáculo, após ministrar no Altar dos Holocaustos, o sacerdote lavava-se na
Pia de Bronze com água limpíssima. Ora, o nosso pecado foi expiado por Cristo
no Calvário, o que significa que toda a nossa sujeira foi limpa para a glória
de Deus. Fomos "lavados" pelo "sangue remidor" de Jesus (1ª
Co 6.11).
No dia a dia, encontramo-nos vulneráveis
às imundícias das obras da carne. Entretanto, temos um recurso divino, que nos
purifica e santifica, prefigurado pela Palavra de Deus (cf. 1 Jo 1.7,8,10). O
sangue de Jesus quitou a nossa culpa, cuja natureza humana estava condenada a
se curvar sempre diante das tentações e do pecado (Rm 3.24,25; Ef 1.7). Assim,
a Palavra de Deus é o espelho que reflete a nossa nova natureza e as obras que
devemos praticar com a ajuda do Espírito Santo.
2. A
lavagem na Bacia de Bronze. A Pia era de bronze polido, fabricado com
o espelho das mulheres (Êx 38.8). Assim, exposta à luz do sol, a partir da água
limpíssima, toda impureza era revelada no interior da bacia. À semelhança dessa
figura, a obra regeneradora do Espírito Santo nos torna completamente limpos
das sujeiras do pecado (2ª Co 5. 17; Ef 5.26).
Outro ponto que devemos destacar é a
consciência de pureza que os sacerdotes deveriam ter para estar na presença de
Deus, pois quando se lavavam, as sujeiras desapareciam de seus corpos. Sabiam
que, doutra forma, não poderiam celebrar no interior do Tabernáculo. Só a
Palavra de Deus é eficaz para revelar o pecado do nosso coração, expô-lo e
removê-lo. A imagem dessa bacia nos rememora à santidade de Deus e a
necessidade de se buscar uma vida de retidão, tanto na área espiritual quanto
na moral. Somos de Deus, ovelhas de seu rebanho.
3. A
Pia de Bronze e o caráter de juízo. No Altar dos Holocaustos, o juízo sobre o
pecador era aplicado na oferta do sacrifício, cobrindo o seu pecado. Nesse
sentido, as águas da pia cumpriam uma função de limpeza dos sacerdotes que
passaram por aquele processo. De igual modo, nosso Senhor tomou sobre si o
juízo que merecíamos, morrendo vicariamente por nós (2ª Co 5.21; Gl 1.4). Nesse
aspecto, à semelhança das águas purificadoras, a Palavra de Deus tem o poder de
limpar e disciplinar nossa vida (Hb 4.12,13). Embora nossos pecados tenham sido
expiados (Hb 10.17), ainda temos de nos chegar a Deus, continuamente, para
sermos limpos de tudo o que desagrada-o: pensamentos, palavras e obras.
Infelizmente, acidentes ocorrem no caminho da jornada cristã, e precisamos nos
quebrantar na presença de Deus. Busquemos a santidade em Jesus Cristo.
IV.
A TIPOLOGIA DA PIA
A lavagem com água era a forma provisória
e repetitiva, providenciada pelo Senhor pela qual os sacerdotes eram submetidos
a purificação ritual e assim pudessem ministrar em sua presença. Podemos
afirmar que a pia de bronze é um símbolo da dupla atuação da Palavra de Deus.
1. A
Palavra revela o pecado. A bacia foi feita com o espelho das mulheres e
refletia o rosto do sacerdote (Êx 38.8). Se os sacerdotes entrassem no Lugar
Santo sem passar pela bacia de bronze, eles seriam julgados por Deus ao entrar:
“Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não
morram” (Êx 30.20-b). Esta relação entre o bronze dos espelhos das mulheres e o
bronze da bacia é bastante significativa, pois a função do espelho é refletir a
imagem colocada diante dele. A figura ou símbolo do espelho é usada por Tiago
quando diz: “Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante
a um homem que olha a sua face num espelho” (Tg 1.23). A Palavra de Deus é um
espelho que nos permite enxergar de modo claro e verdadeiro como nós realmente
somos, e como Deus nos vê. Mas, ela também nos dá uma visão do que podemos nos tornar
através de Cristo. À medida que contemplamos a Palavra de Deus, percebemos
nossa necessidade de limpeza. A Palavra revela toda a sujeira que precisa ser
removida. Jó viu a si mesmo como realmente era e isso causou-lhe repugnância
(Jó 42.5,6); Isaías percebeu quem ele realmente era diante do Senhor (Is 6.5);
e, Pedro enxergou sua natureza pecadora diante de Jesus (Lc 5.8) (CONNER, 2004,
pp. 129,130).
2. A
Palavra purifica o pecado. A pia de bronze continha água que servia como agente
purificador sendo uma clara alusão ao efeito da Palavra no ser humano (Ef
5.26). A função da bacia aponta para o ministério da Palavra de Deus em nossas
vidas. O Espírito Santo, que é um Espírito de julgamento e de fogo, usa a
Palavra de Deus para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Is 4.4; Jo
16.6-12). Jesus Cristo, a Palavra que se tornou carne, recebeu autoridade para
exercer juízo contra o pecado (Jo 5.27). A bacia representa este juízo sobre o
pecado operando através da Palavra de Deus. Ela representa a purificação que
vem quando a Palavra expõe áreas de nossas vidas que não estão em conformidade
com os padrões de Deus. Isso fala da limpeza da água pela Palavra (Ef 5.26). A
Palavra age como um espelho (Tg 1.23-25) para nos dar um verdadeiro reflexo do
que somos diante de Deus, mas ao mesmo tempo é a água que reflete nossa imagem
e nos torna limpos (Pv 27.19; Ef 5.26). Quando nos tornamos limpos pela
Palavra, contemplamos como por um “espelho” a glória do Senhor (2ª Co 3.18)
(CONNER, 2004, pp. 128).
V. A
TIPOLOGIA DA ÁGUA
A entrada na presença de Deus exigia
pureza moral e cerimonial. A provisão de um ritual de purificação pelo Senhor, consagrou
Arão e seus descendentes ao serviço, mas não os livrou de seus pecados. Pelo
contrário, a necessidade de se lavarem continuamente enfatizava sua impureza.
1. A
água da purificação.
No altar de bronze o homem recebia provisoriamente e parcialmente a
justificação de seus pecados através do sacrifício do animal que prefigurava o
sacrifício pleno de Jesus na cruz, e na bacia de bronze ele recebia a purificação
através da lavagem com a água que isso também apontava tipologicamente para
Cristo. O significado espiritual do sangue do animal e da água da pia de bronze
pode ser visto no NT onde esses dois agentes de purificação (o sangue e a água)
se encontram no sacrifício de Jesus: “Este é aquele que veio por meio de água e
sangue, Jesus Cristo: não somente por água, mas por água e sangue” (1ª Jo 5.6).
Quando Cristo morreu na cruz, e sangue e água fluíram de seu lado (Jo 19.34),
Ele cumpriu e aboliu a necessidade do sangue do sacrifício e da água da
lavagem. Tudo aquilo que o sangue de animais no altar do holocausto e as águas
cerimoniais na pia de bronze representavam convergiu para o sacrifício perfeito
e completo de Cristo. O sangue derramado é o antítipo de todo sangue de animal
derramado sob a aliança mosaica. A água que fluiu do lado perfurado de Cristo
cumpriu tudo que as lavagens cerimoniais da antiga aliança representavam
(CONNER, 2004, p. 130).
2. A
água na regeneração.
Jesus nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo: “Aquele
que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo
3.5). A regeneração e a renovação correspondem ao novo nascimento (ou nascer do
alto). Esta é a lavagem inicial, uma limpeza, uma purificação em relação à
antiga maneira de viver (At 15.9; 1ª Ts 4.7; 2ª Co 5.17). É isso que nos
transforma em novas criaturas. Paulo disse: “Mas vocês foram lavados, foram santificados,
foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus”
(1ª Co 6.11). Jesus falou que quem já se banhou está limpo (Jo 13.10). Tudo
isso se refere à limpeza da regeneração que acontece na vida do crente.
“A regeneração é a ação decisiva e
instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza
interior. O substantivo grego (palingenesia)
traduzido por ‘regeneração' aparece apenas duas no Novo Testamento. Mateus
19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 se refere
à renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista
a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever
o que acontece. O Senhor ‘tirará da sua carne o coração de pedra e lhes dará um
coração de carne (Ez 11.9). Deus diz: ‘Espalharei água pura sobre vós, e
ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um
espírito novo... E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos
meus estatutos' (Ez 36.25-27). Deus colocará a sua lei ‘no seu interior e a
escreverá no seu coração' (Jr 31.33). Ele ‘circuncidará o teu coração... para
amares ao Senhor' (Dt 30.6)” (HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática:
Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.371).
3. A
água na santificação.
Moisés lavou inteiramente Arão e seus filhos na limpeza inicial e dali em
diante os sacerdotes deveriam manter essa limpeza usando a bacia nas lavagens
diárias de suas mãos e pés (Êx 29.4; 40.12). Jesus ministrou o batismo da
regeneração, mas é nossa responsabilidade pessoal manter a limpeza diária de
nossas mãos e pés (1ª Pd 1.22; 2ª Co 7.1; Ef 5.26; 1ª Co 6.11). Paulo nos
exorta: “Purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito,
aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2ª Co 7.1). O escritor aos hebreus
diz que devemos nos aproximar de Deus tendo: “os nossos corpos lavados com água
pura” (Hb 10.20-22). A bacia deveria ser aspergida com sangue, ungida com
azeite e conter a água para a purificação dos sacerdotes (Êx 40.11; Lv
8.10,11). Assim, a água purificadora da Palavra vem a nós através do sangue de Jesus
e pelo Espírito que é o “azeite” de Deus em nós. Precisam os que nossos
corações sejam aspergidos com sangue; ser lavados pela água da Palavra, e
sermos ungido do santo azeite da unção do Espírito Santo.
VI.
DOIS ASPECTOS DO RITO DE LAVAGEM DOS SACERDOTES
1. A
lavagem completa. Essa
lavagem era mais do que simplesmente lavar mãos e pés. Significava uma “obra
regeneradora”, que implicava o primeiro passo para a consagração sacerdotal.
Hoje, é inaceitável que um ministro queira servir na Casa de Deus sem ter
passado pela obra da regeneração (Jo 13.10). É preciso que os obreiros do
Senhor tenham experimentado uma “limpeza completa” da alma e da mente. É
preciso nascer da Palavra e do Espírito (Jo 3.5,7; Jo 15.3; Tt 3.5; 1ª Pe
1.23).
2. A
lavagem progressiva e constante. No dia a dia sacerdotal, a limpeza exigida
para ministrar no Lugar Santo era apenas das mãos e dos pés (Êx 30.19). Mas, de
acordo com a doutrina do Novo Testamento, o “lavar-se”, aqui, destaca o ato do
Espírito que opera em nós a santificação (Ef 5.26; 2ª Co 7.1). Nesse sentido, a
consagração dos sacerdotes dava-se nos termos do compromisso de uma vida
santificada. Esse mesmo compromisso é que deve permear a vida do obreiro, que
se acha vocacionado para realizar a obra do Senhor.
3.
Recapitulando verdades importantes. À luz de tudo quanto temos estudado até
aqui, devemos assimilar algumas lições apreendias até o presente momento:
3.1.
Sobre o sangue de Jesus. O sangue de Jesus Cristo nos livrou da pena do pecado
(Mt 20.28; 26.28; 1ª Pe 4.17).
3.2.
Sobre a Palavra.
A Palavra de Deus revela quem somos (Tg 1.22-24).
3.3.
Sobre a limpeza espiritual. Uma vida irrepreensível é prioritária e absolutamente
necessária (Jo 15.3).
CONCLUSÃO. Aprendemos nesta
lição que a água fala de pureza e santificação, e é símbolo da ação
purificadora da Palavra de Deus (Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do Espírito
Santo (Tt 3.4-6; 1Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1Pd 1.22,23). Pode simbolizar
também a purificação pelo sangue de Jesus (1ª Jo 1.7), uma vez que o sacrifício
de Cristo nos purifica de todo pecado.
FONTE
DE PESQUISA
1. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, CPAD.
2. BÍBLIA SHEDD, EDIÇÃO VIDA NOVA.
3.
CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre
de 2019 – CPAD.
4.CONNER, Kevin J. Os segredos do
Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). Atos, 2004.
5. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua
Portuguesa. OBJETIVA.
6.HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.371).
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD