Ap 3.14-21 “Ao anjo da Igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas, o princípio da criação de Deus. 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente. 16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. 17 Pois dizes: Estou rico e abastardo e não preciso de coisa alguma, nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifestada a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. 19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20 Eis que estou á porta e bato (falo); se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. 21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás igrejas”.
Entre as sete cartas às igrejas no
Apocalipse, encontramos duas que não contêm nenhuma crítica
das igrejas: A carta à igreja em Esmirna, uma congregação pobre que enfrentava
perseguição, e a carta à igreja em Filadélfia, uma congregação fraca e
limitada, mas que dependia de Deus.
O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodicéia, conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo no seu Senhor, Jesus Cristo.
A carta à igreja em Filadélfia, destaca a fidelidade e perseverança da igreja, apesar das dificuldades, e promete recompensas para aqueles que perseverarem. A mensagem de Jesus é que, apesar de pouca força, a igreja guardou a sua palavra e não negou o seu nome. Ele reconhece a importância da igreja em abrir portas e afirma que ela tem um lugar especial em sua história. A carta também oferece um chamado para os membros se aproximarem de Jesus e receberem o seu amor e perdão.
Ao Anjo da Igreja em Filadélfia (3.7-13).
I. CONTEXTO HISTÓRICO
1. A igreja em Filadélfia (7): Filadélfia significa amor
fraterno ou amor entre irmãos.
As únicas referências bíblicas a Filadélfia se encontra no Apocalipse (1.11; 3.7).
A cidade de Filadélfia era a mais jovem em da Ásia Menor.
A cidade de Filadélfia gozava uma localização estratégica de acesso
entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de
Pérgamo, Atalo, cerca de
Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo. Cl 4.13-16 “Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e pelos que estão em Hierápolis. 14 Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas. 15 Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. 16 E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também seja lida na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodiceia lede-a vós também.”
II. JESUS SE APRESENTA PARA A IGREJA
1. Estas coisas diz o santo, o
verdadeiro (7):
Nesta carta, Jesus não empregou as descrições do capítulo 1 para se
identificar. Ele afirma ser o santo e o
verdadeiro. São características divinas (6.10). A santidade é uma das
qualidades principais de Deus (veja Ap 4.8; Is 6.3). Ninguém é igual ao Santo
Deus (Is 40.25). A palavra “verdadeiro” é usada frequentemente no Novo
Testamento, e especialmente nos livros de João, em referência a Deus (Pai e
Filho). (Veja João 3.33; 7.28; 8.26; 17.3; 1ª João 5.20; Apocalipse 3.7; 6.10;
19.11; Romanos 3.4; 1ª Tessalonicenses 1.9). Enfatiza a sinceridade dele, em
contraste com a falsidade dos judeus em Filadélfia.
2. Aquele que tem a chave de
Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá (7): Esta linguagem vem de Isaías 22.20-24, onde a autoridade sobre
Jerusalém e sobre Judá é transferida a Eliaquim. A chave representa autoridade
e poder. Jesus, como descendente real de Davi, controla o acesso ao reino de
Deus. Ele abre, e ninguém é capaz de fechar. Ele fecha, e ninguém consegue
abrir.
3. Conheço as tuas obras (8): Como afirmam todas as cartas, Jesus conhece de primeira mão as obras
dos cristãos em Filadélfia.
III. A FIDELIDADE DA IGREJA
1. Tenho posto diante de ti uma
porta aberta, a qual ninguém pode fechar (V.
8): Antes de falar sobre as
obras deles, Jesus já oferece encorajamento a esses discípulos. Mesmo sendo
servos fiéis, eles sentiram fracos e, talvez, incapazes de cumprir bem seus
deveres ao Senhor. Jesus queria assegurá-los de sua fidelidade para com os seus
servos.
Portas abertas representam acesso e oportunidades. Deus abre a porta da
fé quando oferece o evangelho aos homens (At 14.27), assim lhes dando acesso à
comunhão com ele. Abre portas de trabalho para seus servos divulgarem a palavra
(1ª Co 16.9; 2ª Co 2.12; Cl 4.3). Aqui ele não fala especificamente da natureza
das oportunidades dadas aos discípulos em Filadélfia, mas garante que as portas
ficariam abertas. Hoje, quando Deus abre portas de oportunidade para nós,
devemos aproveitá-las (Tg 4.17).
2. Uma igreja com pouca força,
mas com fé. V. 8) Fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não
condena esta igreja por nenhum erro, mas diz que ela tinha pouca força. Pode
ser que fossem poucos em número, ou de outra maneira limitados em capacidade.
Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos confiar
mais em Deus e depender de sua força (2ª Cr 12.9-10). Como Eliseu venceu os
siros pelo poder de Deus (2º Reis 6.16-17), os fiéis em Filadélfia teriam sua
vitória pela força de Jesus.
3. Entretanto, guardaste a
minha palavra e não negaste o meu nome (V.
8): Apesar de suas
limitações, a igreja em Filadélfia se mantinha fiel. Guardava a palavra de
Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último dia
(Jo 12.48-50). Esta nova aliança entrou em vigor após a morte de Jesus (Hb
9.15-17; 8.6-13). Devemos obedecer a perfeita lei da liberdade que Jesus nos
deu (Tg 1.25). Eles defendiam o nome de Jesus e não o negaram.
4. A sinagoga de Satanás (9): Havia uma sinagoga de Satanás, uma congregação de falsos judeus,
também em Esmirna (2.9). Sabemos do livro de Atos que as primeiras perseguições
da igreja, tanto em Jerusalém como na Ásia, foram feitas por judeus. A igreja
em Filadélfia sofreu por causa desses falsos judeus.
5. Eis que os farei vir e
prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei (9): Apesar de serem fracos, os discípulos em Filadélfia ficariam do lado
do vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos (Is 60.14). Os servos
fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo sobre as nações (Ap 20.4; Ap
2.26-27), mas a glória e a adoração ainda pertencem totalmente ao Senhor. Esta
honra serviria de prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os falsos
judeus os odiavam, mas o Senhor e Cristo os amava!
6. Porque guardaste a palavra
da minha perseverança (10): Não desistiram!
7. Eu te guardarei da hora da
provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam
sobre a terra (10): Os discípulos em Filadélfia seriam guardados
num período de provação que afligiria o mundo. Pode ser uma referência à
perseguição que começou no reinado de Domiciano e que causou terrível
sofrimento e a morte de centenas de milhares de pessoas. Independente da
natureza específica desta provação, Jesus prometeu proteção (mas não isenção de
sofrimento) aos fiéis em Filadélfia. Ainda precisariam conservar o que tinham
(3.11).
8. Venho sem demora (11): A vinda de Jesus traria alívio para os servos que sofriam pelo nome
dele, e castigo terrível para os perseguidores e imundos. Para a maioria em
Sardes, seria um dia de angústia (3.3). Para os cristãos em Filadélfia, seria
um dia de alívio.
9. Conserva o que tens, para
que ninguém tome a tua coroa (11): Depois de tudo que Jesus fez e prometeu, os
cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua parte. Ainda enfrentariam
tentações e correriam o risco de perder tudo que haviam alcançado. Mesmo os
servos mais fiéis precisam vigiar e permanecer fiéis até o fim.
IV. PROMESSAS AOS VENCEDORES
1. Ao vencedor, fá-lo-ei coluna
no santuário do meu Deus (12): As colunas de Filadélfia racharam e caíram
no terremoto algumas décadas antes, mas as colunas
no verdadeiro templo de Deus jamais seriam destruídas. Estas não são de pedra;
são colunas vivas e firmes. Jesus não fala somente de líderes nas igrejas (Gl
2.9), mas de todos os vencedores fiéis. Os discípulos do Senhor são, ao mesmo
tempo, pedras vivas e sacerdotes (1ª Pe 2.5-9).
2. Daí jamais sairá (12): Os vencedores permanecerão no templo para sempre. Gozarão comunhão
eterna com Deus.
3. Gravarei...sobre ele (12): Várias descrições mostram a posição privilegiada do vencedor. Nomes
gravados sugerem posse. O vencedor pertence a
Deus. Ele faz parte do “povo
de propriedade exclusiva de Deus (1ª Pe 2.9). Ele também pertence à cidade de Deus, a nova Jerusalém. A nova
Jerusalém é a noiva de Cristo (21.2). O vencedor faz parte da noiva, da igreja
que pertence somente a Jesus. Ele recebe, também, o nome de Cristo. Jesus confessará
abertamente os nomes dos seus servos (Mt 10.32).
4. Quem tem ouvidos...ouça (13): Jesus viria logo para castigar e salvar. É importante ouvir a sua
mensagem e estar preparado.
CONCLUSÃO: Como identificar uma igreja boa? Seria a
maior? A mais ativa? A mais conhecida? A mais rica? Certamente Jesus julga por
critério diferente do nosso. Ele pode ver uma igreja pobre ou fraca como uma
congregação fiel, dedicada e perseverante. Ao invés de tentar impressionar os
homens, devemos nos dedicar ao desenvolvimento do caráter que agrada a Deus.
A Igreja de Filadélfia nos ensina sobre fidelidade a Deus e amor ao
próximo. Esta é a Igreja que Deus quer, uma comunidade viva e perseverante na
Palavra. O Senhor quer abrir portas para o anúncio do Evangelho e nos levantar
como colunas em sua Obra.
Pr. Elias ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC
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