TEOLOGIA EM FOCO

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

O ANTICRISTO

 


A Bíblia apresenta o Anticristo como um personagem real. Não é lenda nem ficção literária. Ele só irá aparecer após o arrebatamento da Igreja desta terra, para depois assumir o comando do mundo de forma total. Em Apocalipse 6.1-2, surgirá um cavalo branco, cujo cavaleiro será o Anticristo. Ele apresentar-se-á às nações como sendo o messias redentor da humanidade, já esperado por muitos, inclusive os judeus (2ª Ts 2.4-9; Ap 13.10).

I. O QUE SIGNIFICA ANTICRISTO

1. Definição etimológica. A palavra Anticristo é a combinação de duas palavras da língua grega “antiga ἀντί + Χριστός (anti + Christos) e significa etimologicamente, aquele que se levanta contra Cristo, colocando-se em Seu lugar (1ª Jo 2.22).

O Anticristo surgirá como um líder do reino do mal completamente personificado por Satanás (1ª Jo 2.18), ou seja, ele será o representante máximo de Satanás na terra. Trata-se de um homem comum nascido de mulher, mas, revestido de um “poder satânico”, que terá uma capacidade demoníaca extraordinária (2ª Ts 2.9; Ap 13.2,4), que, aliciado pelo Diabo, colocar-se-á à sua inteira disposição, com o intuito de governar o planeta em seu nome. No capítulo 13 de apocalipse, ele é chamado de Besta. Assim como o Senhor Jesus veio a este mundo como representante do Deus Eterno, todo-poderoso (Jo 9.4), o Anticristo virá para fazer a vontade de Satanás (Ap 13.2). Ele se manifestará Satanás na forma de homem.

2. O que significa o espírito do Anticristo. “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o Anticristo, também, agora muitos anticristos tem surgido; pelo que conhecemos que é a última hora” (1ª Jo 2.18).

João é o único escritor do Novo Testamento a utilizar a palavra Anticristo, e isto por cinco vezes. E de acordo com João, o espírito do anticristo já está no mundo (1ª Jo 4.3). Embora ele ainda não tenha manifestado plenamente, o seu espírito já atua no mundo transformando igrejas e torcendo as Sagradas Escrituras através dos ministros de Satanás (1ª Co 11.15).

“Quando o apóstolo João afirmou que o mundo jaz no maligno, queria ele deixar bem claro que todo o recurso quer humanos, materiais, acham-se bem aparelhados para receber o homem do pecado.” [Eliezer de Lira e Silva. A chegada do Anticristo. Lições Bíblicas CPAD, 3º Trimestre de 2009].

Os falsos mestres da época não admitiam que Cristo tivesse vindo em carne, negando assim o próprio Deus, já que Ele mesmo deu testemunho de Jesus (1ª Jo 5.9; Jo 5.32-38; 8.18). João entendeu pela palavra que essas pessoas que negavam a Divindade de Jesus ou que o Messias veio em carne, isto é, com uma natureza humana, isso mostrava que eles tinham o espírito do anticristo.

O espírito do anticristo é de fato aqueles que se opunham a Cristo negando doutrinas essenciais em relação à Sua pessoa e advento. A Bíblia declara que todo aquele que nega que Jesus é o Cristo é um tipo de anticristo. Essas pessoas desprezam o Unigênito de Deus enviado ao mundo, e rejeitam a sua plena divindade e humanidade.

Da mesma forma o Anticristo e seus ministros, ao surgir no fim dos tempos, irão negar a o sacrifício vicário de Jesus Cristo. No verso 19, João vai dizer que eles “saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.” (1ª João 2.19). Isso explica claramente como alguns que professam fé em Cristo desviam-se dessa profissão e provam que eles nunca tiveram a fé que salva. 

3. Qual a diferença entre anticristos e Anticristo. Quando o apóstolo João usa o termo no plural “anticristos”, fala acerca dos falsos mestres que negavam a divindade de Cristo; e, quando usa o termo no singular “Anticristo”, refere-se acerca do líder mundial, que virá, no fim dos tempos, para governar o mundo e liderar uma grande rebelião contra a fé cristã (Ap 13.1,8, 18; 19.20; 20.10). Podemos dizer, então, que o espírito do Anticristo já estava em ação nos dias de João; mas, só no fim dos tempos é que o Anticristo exercerá seu domínio sobre a humanidade.

II. O ANTICRISTO NAS PROFECIAS BÍBLICAS

1. O Anticristo no Livro de Daniel. “Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente.” (Dn 7.8).

Conforme já vimos no capítulo 7 do profeta Daniel, onde ele vê quatro animais que subiam do mar (leão, urso, leopardo e outro terrível e indescritível), que representam os quatro reinos mundiais que já passaram: Babilônia, Medo-Persa, Grego e Romano. Portanto, o Anticristo é representado não como uma pessoa, mas como quatro reinos. Daniel prossegue e nos versículos seguintes ele vê um pequeno chifre que surge entre os dez chifres do quarto animal e nesse pequeno chifre havia olhos como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas (Dn 7.8).

Alguns afirmam que foi Antíloco, mas, no entanto, Antíoco era um general grego, e não romano. Note que na visão de Daniel 8.9, o pequeno chifre nasce de entre os quatro chifres do bode, ou seja, seria um poder que se afirma a partir de um dos quatro reinos nos quais o império de Alexandre se divide. Mas o pequeno chifre de Daniel 7.8, 23, representa o Anticristo que sairá do Império Romano restaurado nos últimos dias e não do Império Grego.

Antioco Epifanes em Daniel 8.9, é um tipo de Anticristo. Ele profanou o templo quando o consagrou ao deus grego Zeus e mais tarde sacrificou porcos no altar do templo. Assim o Anticristo também fará no novo templo de Jerusalém.

2. O Anticristo aparecerá na última semana de Daniel. Daniel 9.27 “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.”

2.1. “E ele firmará um concerto...”. A palavra concerto de acordo com o hebraico, significa que ele estabeleceria uma aliança com muitos por uma semana. Sessenta e nove semanas já foram contadas, faltando ainda uma semana (sete anos). O desolador fará uma aliança com muitos, tantos judeus como gentios. O que não deve ser entendido como o Messias confirmando a aliança da graça com muitos, ou por conta de todo o Seu povo, pelo cumprimento das condições dela, e por seu sangue e sacrifício, por meio do qual todas as bênçãos vêm a eles; pois isso não durará apenas uma semana, mas para sempre.

2.2. “fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”. A primeira perseguição já aconteceu no reinado Antíoco IV, que durante três anos e meio, perseguiu os Judeus, os sacrifícios e cultos foram interrompidos. A segunda perseguição aconteceu no ano 70 d.C., quando o General Tito invadiu Jerusalém, destruiu o templo e dispersou o povo Judeu, também parando os sacrifícios. Assim sendo esses reis são apenas um tipo de Anticristo. Porém, na Grande Tribulação, o templo será reconstruído e na metade da semana (três anos e meio), o Anticristo assentar-se-á no templo e exigira adoração.

2.3. “...e sobre a asa das abominações virá o assolador...”. O termo abominável no latim abominari que significa: abominar, detestar, repelir com abominação; detestar, odiar.

Em partes a profecia já se cumpriu e em partes será para o tempo do fim. Se entendermos desta forma, então essa frase se trata de uma profecia de múltiplo cumprimento, algo que é comum nas profecias do Antigo Testamento.

Portanto, precisamos entender que Daniel também utiliza expressões semelhantes a “uma abominação que causa desolação” em outras passagens de seu livro (Dn 8.13; 11.31; 12.11). Em Daniel 8.13, por exemplo, essa frase está diretamente relacionada à Antíoco IV Epifânio. Mas em Daniel 9.26, “...e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário...” para se referir a Tito no ano 70 d.C. que, juntas, também prefiguram o período de domínio do Anticristo escatológico.

3. O Anticristo no Sermão Escatológico de Jesus. Mateus 24.15-17,21,22 “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda), 16- então, os que estiverem na Judeia, que fujam para os montes; 17- e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa. 21- Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. 22- E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias.”

No verso 15, Jesus estava falando da abominação da desolação descrita por Daniel (9.27) que ocorreu no 168 a.C., quando Antióquio Epifanes preparou um altar a Zeus sobre o altar dos holocaustos no templo judeu em Jerusalém. Ele também sacrificou um porco no altar do templo de Jerusalém. Esse evento é conhecido como a “abominação da desolação.

Segundo Cristo, quando os cristãos vissem esse sinal “a abominação da desolação”, eles deveriam fugir da Judeia imediatamente. A necessidade de fugir especificamente da Judeia confirma que Jesus estava falando sobre a guerra judaico-romana de 66-73 d.C. Primeiramente Jesus aplica ao Imperador Tito que destruiu Jerusalém e o templo no ano 70 d.C, a figura de um tipo de Anticristo.

Porém, nos versículos 21 e 22, o pano de fundo da profecia de Jesus deixa de ser apenas a destruição de Jerusalém, e passa também a se referir a um período futuro, a qual haverá uma tribulação nunca vista. A palavra “tribulação” significa calamidade ou “sofrimento”.

Lucas 21.24 especificou em que consistiria essa tribulação: “Eles cairão à fio da espada e serão levados cativos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos gentios, até os tempos da os gentios se complete.”

“...até os tempos dos gentios se complete.” Cristo quis dizer que em um tempo futuro os Judeus retornariam e reconstruiriam Jerusalém e o templo. Esta é a opinião dos judeus e de muitos cristãos. O significado da passagem é claramente.

Os tempos dos gentios é o período em que Israel estará sob o controle e domínio de povos de outras nações. Este período chamado “Os tempos dos gentios” teve início quando os judeus foram levados cativos para Babilônia em 586 a.C. (2º Cr 36.1-21; Dn 1.1,2), e terminará quando Cristo estabelecer o seu Reino terreno e governar sobre todas as nações, conforme nos assegura as profecias Bíblicas (Dn 1.31-35; Jr 23.5,6; Zc 6.12,13; 9.10; Rm 11.25,26; Ap 20.4).

O povo Judeu foi dispersado no ano 70 d.C., e que terminou com volta dos Judeus a sua terra em 1948. Mesmo os judeus tendo voltado a ocupar seu território ainda assim este território judeu não é livre de gentios. Os gentios ainda ocupam uma parte de Israel. Mas durante o período tribulacional está profetizado a invasão do Anticristo com seus exércitos expulsando os judeus da cidade de Jerusalém. E até o final da tribulação os gentios dominarão Jerusalém.

4. O Anticristo como o homem do pecado na teologia de Paulo. Em 2ª Tessalonicenses 2, Paulo dá maiores detalhes sobre a volta de Jesus e é ainda mais específico, com relação a manifestação do Anticristo, o filho do pecado.

Paulo não está se referindo ao General Tito predito por Jesus no verso 15. Mas a um homem que entrará o cenário mundial no início do Dia do Senhor ou tempos finais.

O Anticristo será um o inimigo de Deus. Ele procurará substituir a adoração do Deus verdadeiro e de todos os falsos deuses pela adoração de si mesmo, e se proclamará Deus. A besta não tolerará a adoração de ninguém ou de nada além de si mesma (Ap 13.5-8). Ele se estabelecerá no trono de Deus no santuário interno do templo de Deus. O falso profeta fará que todos os habitantes da terra o adoram (Ap 13.14-15), também fará milagres falsos “de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens.” (Ap 13.13).

Os pais da igreja primitiva e vários bons comentaristas modernos aceitam a visão literal: “Este homem também é chamado de “besta que sai do mar” (Ap 13.1-10).

Assim, muitos intérpretes entendem que Antíoco IV Epifânio foi um protótipo do Anticristo escatológico. Também podemos entender que a própria profanação promovida por Antíoco IV Epifânio, prefigurou a destruição promovida por Tito em 70 d.C. que, juntas, também prefiguram o período de domínio do Anticristo escatológico.

III. QUANDO SURGIRÁ O ANTICRISTO

Após o arrebatamento da igreja desta terra, Deus vai abrir o cenário profético para Israel. A sua chegada coincidirá com a Septuagésima Semana de Daniel (Dn 9.27). E o seu governo terá a duração de três anos e meio (Ap 13.5). Após esse período, enfrentará a ira do Cordeiro: a Grande Tribulação.

1. Quando aparecerá o Anticristo? 2ª Tessalonicenses 2.2 “que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o Dia de Cristo estivesse já perto.”

No ensinamento escatologia do apóstolo Paulo a Igreja Tessalônica, ele tem o objetivo de demonstrar que a vinda do Senhor será precedida por uma série de eventos que devem ocorrer antes que os julgamentos do dia do Senhor ocorram: apostasia (v. 3), a revelação do homem do pecado (vs. 3-4,8) e retirada daquele que o detém (vs. 6–7).

Na primeira epistola aos tessalonicenses, Paulo garantiu que os salvos em Jesus serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares e assim ficaram para sempre com Ele (1ª Ts 4.16-17). Este evento os livrará da ira futura de Deus sobre a Terra (1ª Ts 1.10; 5.9-10). Agora, porém, na segunda epístola aos tessalonicenses, Paulo advertiu os irmãos de Tessalônica que estavam confusos e perturbados por causa dos falsos mestres que estavam ensinando que o Dia do Senhor (Dia de Cristo) já havia começado, e que a ira final de Deus estava sendo derramada sobre a Terra. Paulo lhes responde dizendo que o dia da ira de Deus ainda não havia chegado. Sendo assim, Paulo escreveu a segunda carta aos tessalonicenses para esclarecer o assunto.

2. Três coisas assinalaram a chegada do Anticristo.

2.1. Haverá uma apostasia geral. “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição” (2ª Ts 2.3).

O termo apostasia do grego apostásis, significa afastamento, abandono consciente e público da fé. O Espírito Santo fala abertamente que nos últimos dias muitos vão apostatar, isto é, negar a fé, negar as doutrinas do cristianismo (1ª Tm 4.1-2). Será uma era de tempos trabalhosos (2ª Tm 3.1-9). Nessa época a sã doutrina não será suportada e haverá entre o povo de Deus heresias destruidoras.

A palavra traduzida como “afastar-se” é de caráter tão geral que pode ser aplicada a qualquer partida da fé que foi recebida.

“O ministério da iniquidade” é uma atividade secreta dos poderes malignos no decurso da história da humanidade, preparando o caminho para apostasia e o “homem da iniquidade”.

É um processo enganoso, que ilude os incrédulos, e induzirá a muitos a se desviarem da verdadeira fé e aceitar a mentira personificada na igreja apóstata. É um espírito ou movimento contra a verdadeira fé bíblica, levando as pessoas a acreditarem no espírito do erro. “E com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira” (2ª Ts 2.10-11).

Alguns estudiosos acreditam que essa apostasia consistirá em pessoas se afastando da verdade de Deus para adorar o Anticristo (Ap 13.8), que se estabelecerá no templo de Deus e afirmará ser Deus (v. 4).

A apostasia precede a chegada do homem do pecado, prepara o caminho para seu advento; não é o resultado, mas a causa de sua aparência.

2.2. E será revelado o homem da iniquidade (v. 3b). Outro evento que deve ocorrer antes que ocorram os julgamentos do dia do Senhor é a revelação do “homem da iniquidade”. Isto é, o homem cuja característica distintiva é o pecado. No decurso de toda a época da igreja, “um ministério da injustiça” está em ação, o que nos faz lembrar que o fim está chegando. Vejamos que todo o tipo de maldade, corrupção, imoralidade, aborto, eutanásia e a idolatria tornar-se-á cada vez mais desenfreada à medida que a história chega ao fim. Porém, quando o “homem do pecado” assumir o governo do mundo, promoverá o genocídio dos que não lhe aceitarem o sinal, e não haverá ninguém para levantar a voz contra esse crime (Ap 20.4).

Ele também é descrito como “o filho da perdição. Isto é, aquele que levará a humanidade a destruição à qual ele está destinado e a perdição eterna. O mal é uma ação contrária ao padrão divino, é uma inversão de valores, por exemplo: A legalização das drogas, aborto, homossexualidade, pedofilia etc.

“Seja revelado”. Paulo considera o homem do pecado como a contraparte de Cristo; como Cristo foi revelado pelo Pai, assim será revelado o homem do pecado que terá por pai Satanás. O filho da perdição; cujo pecado necessariamente conduz à sua perdição e de seus seguidores. O mesmo nome que foi aplicado por nosso Senhor a Judas Iscariotes (Jo 17.12).

O Anticristo será o representante do pai da mentira, e terá por objetivo apagar toda a verdade que Deus imprimiu na Sua Santa Escritura, na consciência humana e na história. Somente assim, conseguirá aprisionar a humanidade (2ª Ts 2.11).

2.3. Opor-se a Deus. 2ª Tessalonicenses 2.4 “o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.”

Nesta época os israelitas estarão confusos e olharão para o Anticristo como o messias prometido. Ele terá um auxiliar (o falso profeta), que fará o povo adorá-lo através de prodígios (Ap 13.11-17), e Satanás entregar-lhe-á todo o poder que tem, será considerado o senhor da terra (Ap 13.7; Dn 11.36; Ap 13.14 -15). Porém, na segunda fase da Tribulação, ele irá se opor a Deus, exaltar a si mesmo a ponto de declarar-se que é Deus e irá exigir adoração e proibirá qualquer culto a qualquer deus que não seja ele dirigido (Is 14.14). Ele constrangerá a humanidade a adorar o Dragão e seus demônios (Ap 9.20). A fim de que a idolatria e o satanismo em seu mais alto grau, espalhe-se por toda a terra. o Anticristo levantar-se-á contra Deus e contra os que o adoram.

3. O que está impedindo o aparecimento do Anticristo. O Anticristo aparecerá com o desaparecimento daquele que agora o detém: “E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda.” (2ª Ts 2.6-8).

A verdade é que o mistério da iniquidade já está em ação, a grande apostasia já está a caminho e o “homem do pecado” poderá se manifestar a qualquer hora. Alguém ou algo está impedindo que ele apareça. Parte do propósito dessa restrição é impedir que o homem do pecado seja revelado antes do tempo determinado. Quando aquele que o detém for tirado do meio, começa o julgamento e justiça divina sobre a terra.

Acredito que o que detém o homem da iniquidade aparecer seja o Espírito Santo e a igreja a noiva de Cristo. Claro que o Espírito Santo ainda estará presente na terra, mas será tirado do meio no sentido de que Seu ministério único de restrição do pecado (convencer o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo” (Jo 16.8)), será removido. Deus tem restringido o pecado no mundo por meio do poder do Espírito Santo. O Espírito trabalha diretamente por meio da Palavra, de pessoas piedosas e de Seus santos anjos para fazer avançar o Reino de Deus e deter o mal. Mas, quando Ele for tirado, o mundo sem Deus blasfemará contra Ele (Ap 16.11) e uma mega apostasia surgirá com a manifestação do homem do pecado juntamente com o falso profeta.

Portanto, a retirada da Igreja por meio do arrebatamento será, na verdade, a retirada de tudo o que detém o poder do pecado neste mundo. Há várias outras interpretações para esse versículo e a identidade de quem detém o pecado. O Estado romano, o imperador de Roma, a obra missionária de Paulo, o Estado judeu foram propostos como aquilo que detém a injustiça. Portanto, a única revelação que temos, descrita pelo próprio apóstolo Paulo é que o povo de Deus será tirado da terra, no aparecimento de Jesus Cristo (Tt 2.13,14; 1ª Ts 4.17). Todavia, depois disso será revelado o Anticristo, então estamos diante de mais uma prova de que a Igreja não passará pela grande tribulação!

Enquanto a Igreja do Senhor Jesus não for tirada deste mundo, o homem do pecado, o Anticristo não aparecerá. O que o detém é o Espírito Santo. Ele não retira a Sua onipresença, nem sua presença na terra durante a Grande Tribulação, mas encerra sua tarefa de reprimir o poder da injustiça. Quando aquele que o detém for tirado do meio, começará o Dia do Senhor. Satanás e o Anticristo terão liberdade para levar o mundo ao caos.

IV. O QUE FARÁ O ANTICRISTO

1. O Anticristo fará uma aliança com Israel. 1ª Tessalonicenses 5.3 “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.”

Quando o Anticristo assumir o governo mundial, fará um acordo de paz com muitos povos, mas em especial com Israel. A princípio esta paz poderá ser eficaz e reconfortante, mas será temporária e superficial.

2. Os judeus aceitarão o Anticristo como seu messias. “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5.43).

Para o Judeus, Jesus foi um grande homem, um grande mestre que pregou ideais universais. Porém não o aceitam como Messias ou Salvador, pois o judaísmo não reconhece um “filho de Deus” que se destaca e se eleva acima dos outros seres humanos. A convicção judaica é a de que todos os homens são iguais.

No judaísmo rabínico, o messias é concebido como o rei de Israel que reina durante a Era Messiânica, imaginada como um tempo futuro de paz e plenitude para toda a humanidade.

“...se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis”. O rabino Kanievsky, uma das maiores autoridades do judaísmo ortodoxo, emite um alerta dizendo: “o Messias está prestes a chegar.” O judaísmo ortodoxo não crê que Jesus é o redentor enviado por Deus. Eles ainda esperam a chegada da figura que virá salvá-los. Porém, quando o Anticristo se manifestar fingindo ser o seu messias predito pelos profetas, eles o aceitaram.

3. O Anticristo irá construir um novo templo para os Judeus. O Anticristo fará todo o empenho para que o terceiro templo de Jerusalém seja construído. Segundo alguns teólogos o templo será construído durante os primeiros três anos e meio da primeira fase da Grande Tribulação.

A besta e o falso profeta atuarão como anti-Deus, o reinado de Satanás haverá de funcionar como anti-reino de Deus. Portanto, o momento de maior triunfo de Satanás será introduzir o seu representante no Santo Templo de Jerusalém. Porém, no início da segunda fase da Tribulação, ele vai se opor ao Deus de Israel, de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Jerusalém, querendo parecer Deus, isto é, apoderar-se-á do templo em Jerusalém, proclamando que ele mesmo é Deus (2ª Ts 23-4), proibirá adoração ao Deus verdadeiro (2ª Ts 2.4) e assolará a Palestina, então Israel rompe a aliança com o Anticristo, o seu tratado é quebrado e interrompe o sacrifício no templo (Dn 9.27). 

Quando Israel romper a aliança com o Anticristo, o Senhor Deus irá derramar toda a ira do Cordeiro tanto sobre o Anticristo como sobre os seus adoradores. O Apocalipse mostra-nos quão difíceis serão estes dias para os que estiverem aqui na terra, o Senhor derramará pragas e pestilências, um grande e terrível cálice de dor, de angústia e sofrimento sobre os homens que rejeitaram a Sua Palavra e não aceitaram a Jesus como Salvador. Mostrará Deus, uma vez mais, que não dividirá a sua glória com ninguém.

Israel será o único país no mundo que rompera o concerto com o Anticristo, e nenhum judeu receberá a marca do Anticristo, mas serão a marca de Deus em suas testas (Ap 7.4). Quando os judeus perceberem que o Anticristo não é de fato o seu cristo, mas um impostor tentará ele destruir os descendentes de Abraão (Dn 9.27). Irá perseguir os santos (Israel) durante um período de três anos e meio (Dn 7.25). Diante deste acontecimento, o Anticristo se preparará para reunir as nações com soldados no grande vale do Armagedon para destruir por completo Israel, mas o seu intento só acontecerá no final da Grande Tribulação, mas sem sucesso (Ap 16.16).

V. QUEM SERÁ O ANTICRISTO?

1. Um governador mundial. O governo do Anticristo receberá toda autoridade de Satanás (Ap 13.2), ou seja, ele aparecerá com toda a eficácia e poder de Satanás. O Anticristo, a fim de promover sua mentira no final dos tempos e se passar como um deus, usará o mesmo tipo de poder, sinais e prodígios que o Espírito de Cristo usou no início dos tempos para autenticar a verdade sobre si mesmo como Deus (2ª Co 12.12; Hb 2.4).

Ao começar o Dia do Senhor, o Anticristo aparecerá neste mundo como um governante mundial. Ele será um “cristo” para todas as religiões um imitador de Jesus. Um inimigo de Deus e de Cristo. O Anticristo será a mais completa personificação de Satanás e o seu mais autêntico representante.

A besta, o Anticristo, será o último Império Mundial, é um dos sete, ou seja, sete impérios mundiais passados na história.

2. Será um homem de grande capacidade. O Anticristo, ainda que pareça sobrenatural, será um ser humano como outro qualquer (Ap 13.1-12), a Besta que subiu do mar; ele será um homem personificando, o diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11.36); ele será usado por Satanás (Ap 13.1-2); ele terá apoio religioso (Ap 13.11-12); ele será um líder mundial (Ap 13.8); será um gênio em oratória (Dn 11.36); na política, no comércio e na economia (Ap 17-11, 12, 13 e 17). Será um gênio intelectual (2ª Ts 2.9-10); um gênio militar (Ap 19.19); um gênio religioso (2ª Ts 2.4). Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais, pois, além da ação diabólica em seu apoio, outros fatores contribuirão para a implantação de seu governo, tais como: poder político (Dn 7.8,25) e comercial (Dn 8.25; Ap 13.16,17). Não fará caso ao amor das mulheres (Dn 11.37); ele perseguirá os santos (Ap 13.7). Por enquanto, algo detém a sua manifestação (2ª Ts 2.6-10). O quê? O Espírito Santo de Deus.

A Bíblia diz que toda a terra maravilhar-se-á após a Besta (Ap 13.3), que será recebido, ao aparecer, com a solução dos problemas e crises sociais e políticas que fustigam o mundo inteiro, para as quais os líderes mundiais não encontram solução.

Será nesta época que a doutrina terrível da Nova Era, vai atuar na terra assustadoramente, quando o casamento deixará de existir, quando as mulheres tiverem tantos parceiros e a criança pertencerá ao estado, por não saberá dizer quem é o pai. Estará bem claro que a prostituição passou a ser como se fosse uma religião. O aborto a e as drogas ilícitas hoje, será normal neste governo.

3. Terá todo poder de Satanás. “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” (2ª Ts 2.9; Ap 13.2). O Anticristo, ainda que se pareça sobrenatural, será um ser humano como outro qualquer (Ap 13.12). Esta pessoa que representará Satanás, na terra, será ao mesmo tempo o arqui-inimigo de Deus e seu Cristo, o representante maior do Diabo e é conhecido pela Bíblia como “A Besta”. Entretanto um representante do próprio Lúcifer na Terra.

4. Os nomes atribuídos ao Anticristo. Diversos nomes e títulos são dados ao Anticristo nas Escrituras: Anticristo (1ª João 2.18); iníquo (2ª Ts 2.8); injusto, cruel, perverso e mal; a besta (Ap 11.7; 13.1); filho da perdição (2ª Ts 2.3); homem do pecado (2ª Ts 2.3); aquele que assentar-se-á no templo de Deus (2ª Ts 2.4); o líder de muitas nações (Sl 111.6); o pequeno chifre (Dn 7.8); o príncipe que há de vir (Dn 9.26); o homem vil (Dn 11.21); o rei que fará segundo a sua vontade (Dn 11.36); o pastor inútil (Zc 11.16,17). A estes podem ser acrescentados: aquele que vem em seu próprio nome (Jo 5.43), o rei feroz (Dn 8.23), o abominável da desolação (Mt 24.15), o assolador (Dn 9.27); o príncipe que há de vir (Dn 9.26). Assim, é possível ver quão extensa a revelação deste indivíduo. Não é de admirar, já que esta é a obra-prima de Satanás na sua tentativa de imitar o plano de Deus.

VI. O TRABALHO DO ANTICRISTO

1. Destruir as bases da religião divina. Para que todos venham a crer nas suas mentiras. Este rei será grande: “E esse rei fará conforme sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus” (Dn 11.36).

Haverá uma perseguição em massa aos cristãos ao redor da terra que ficar após o arrebatamento. Tanto no Império Romano como em nossos dias, muitos são os torturados e mortos por amor a Cristo. Todavia, os martírios durante o governo do Anticristo superarão a todos os mortos já registrados. Será o Holocausto dos holocaustos.

Na visão de João em Apocalipse 20.4, ele vê: “as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão...”.

Esse era um modo comum de execução entre os romanos, e sem dúvida muitos dos mártires cristãos sofreram dessa maneira. Porém, aqui, ele está vendo os mártires da Grande Tribulação, os santos que foram degolados pela besta (Ap 13.7,15).

1º Eles foram mortos por causa de sua postura fé e testemunhal, serão degolados pelo governo do Anticristo (Ap 20.4).

2º Eles foram mortos porque “não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão”.

Todos os cristãos que permaneceram fiéis aos princípios da fé cristã e resistirem a todas as tentativas de tentações e seduções, serão perseguidos e decapitados. O objetivo do Anticristo será de destruir da terra quaisquer testemunhos concernentes ao Deus Único e Verdadeiro e ao Seu Unigênito Filho (Ap 7.9-17; Ap 11.7-9).

Nesse tempo as Bíblias serão queimadas em praças públicas, os templos evangélicos passarão a pertencer do governo. As propriedades e bens matérias dos crentes que foram arrebatados, serão confiscadas pelo governo do Anticristo, e serão doadas às pessoas que vivem abaixo linha da pobreza, o comunismo será instalado mundialmente, pois o Anticristo tem o prazer em dizer que é amigo dos pobres e dos menos favorecidos da sociedade.

2. Criar uma nova religião. Com todo o poder, falsos sinais de mentiras enganarão a humanidade (2ª Ts 2.9). O Anticristo contará com ajuda do falso profeta que exercerá influência nas massas com sinais malignos na natureza (Ap 13.13), e implantará um sistema mundial obrigatório de culto à pessoa do Anticristo (Ap 13.15), será um tempo de intensa religiosidade (Ap 13.12).

O Anticristo blasfemará contra Deus, (Dn 7.13; Ap 13.5) e solicitará ser adorado como se fosse Deus, e perseguirá aqueles que não se encurvarem em sua adoração (Ap 13.5-6). Opor-se-á ao Altíssimo e assentar-se-á como um Deus. “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos ser-lhe-ão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo” (Dn 7.25).

Esta religião será montada para que Lúcifer seja adorado por todos os que desprezam a verdade, e apegam-se a mentira. Hoje ela já existe em forma de sincretismo religioso (Nova Era), satanista. O mundo de hoje caminha a passos largos para uma religião mundial, com o movimento ecumênico onde as religiões se aproximam cada vez mais, umas das outras, buscando um salvador ideal, que verá no Anticristo o seu anelo.

3. Criar uma economia única. Apocalipse 13.16,17 “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.”

“O Anticristo sabe que, somente controlando a economia do mundo, conseguirá subjugar a política internacional. Por isso, instituirá um código, conhecido como a marca da besta, para que sem o seu número ninguém possa comprar ou vender (Ap 13.16-18). Com a globalização da economia, os governos caminham nesse sentido, não pressentindo o que os espera num futuro bem próximo.” [Claudionor de Andrade. O governo do Anticristo. [Lições Bíblicas 2º Trimestre de 2012. Ed. CPAD Rio de Janeiro RJ.].

Ele vai oferecer uma economia fortemente centralizada. Para o Anticristo ter um total controle econômico, obrigará a todos colocar o “sinal”, ou no “nome” da besta ou o “número do homem”, para que possam comprar e vender. Quem recusar aceitar será procurado e morto (Ap 13.5; Dn 11.44). Ele usará a força para que todos os habitantes da terra a aceitarem o sinal da besta. Somente aqueles que aderirem ao sistema da besta poderão comprar comida, fazer transações comerciais e pagar contas. Nada disto aconteceu durante as perseguições romanas, ou nos períodos mais triste da história da Igreja. O domínio sobre a economia mundial será usado como incentivo aos indecisos para que aceitem a marca da besta. A marca simboliza, ainda, plena submissão ao anticristo e ao falso profeta.”

4. O mundo já espera o anticristo. A O.N.U. (Organização das Nações Unidas) é uma organização mundial de estados criada para manter a paz e a segurança no mundo. Esta organização com mais 50 anos de existência, está apavorada com a situação dos povos em todo o mundo. Um dos seus mais eminentes líderes, declarou: “A única coisa que pode resolver o caos político e económico atual, em nível mundial, é o aparecimento de um homem especial, super talentoso, inteligentíssimo, que una a economia (globalização econômica) de todas as nações, e estabeleça um sistema financeiro mundial. Precisamos deste homem. Estamos esperando. Ele tem que aparecer, venha de Deus ou do Diabo, nós o aceitamos”.

VII.     A DERROTA FINAL DO ANTICRISTO

Apocalipse 19.15 “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.”

Quando os inimigos do Cordeiro se reunirem no final da Tribulação dos sete anos, o Anticristo iniciará um ataque final sobre Jerusalém, que culminará na Batalha do Armagedom, então, sua derrota será total e final (Ap 19.19-21).

O apóstolo Paulo narra a derrota final do Anticristo em 2ª Tessalonicenses 2.8-10 “E, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.”

Depois que Satanás e o Anticristo realizarem sua obra de engano e maldade (2ª Ts 2.9-10), o Anticristo será destruído pela Palavra de Deus (2ª Ts 2.7-8), na vinda de Jesus em glória. Esta batalha Jesus a vence não com armas, mas com a Sua Palavra, a espada afiada que sai da sua boca (Ap 19.15).

No Apocalipse, assim está narrado o seu fim: “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre.” (Ap 19.19,20).

Apesar dos seus feitos e poder, o Anticristo já possui um fim pré-determinado na Bíblia. Sua atividade se encerrará na Batalha do Armagedon quando o Senhor Jesus vier com a Sua Igreja. Naquela ocasião, o Rei dos reis e Senhor dos senhores destruirá o Anticristo, seus exércitos e todos os que o seguirem (Mt 24.30; Ap 19.19-21).

As Escrituras afirmam que após sete anos de governo mundial, o governo do Anticristo será eliminado por um juízo direto de Deus (Ez 28.6; Dn 7.22,26; 8.25; 9.27; 11.45; Ap 19.19,20). Este juízo acontecerá quando ele estiver ocupado em uma campanha militar na Palestina (Ez 28.8,9; Ap 19.19), e ele será lançado no lago de fogo (Ap 19.20; Ez 28.10). Este juízo acontecerá na vinda de Cristo em Glória (2ª Ts 2.8; Dn 7.22) e constituirá uma manifestação da Sua autoridade messiânica (Ap 11.15). E, o reino sobre o qual o Anticristo governou, passará para a autoridade do Messias e tornar-se-á o reino dos santos (Dn 2.34,35, 44,45; 7.27).

VIII.    O CONTRASTE QUE EXISTE ENTRE O SENHOR JESUS, E O ANTICRISTO 

 

cristo

ref.

Anticristo

ref.

A.             

A imagem de Deus

Hb 1.3

É imagem de Satanás

2ª Ts 2.9

B.             

Segunda Pessoa da Trindade Divina

Mt 28.19

Segunda pessoa da trindade satânica

Ap 16.13

C.             

Desceu do céu

Jo 6.38

Subirá do mar

Ap 13.1

D.             

É o Cordeiro

Ap 5.12

É a Besta

Ap 13.1

E.             

É o filho de Deus

Jo 1.49

É o filho da perdição

2ª Ts 2.3

F.             

É o Santo

At 3.14

É o iníquo, cruel

2ª Ts 2.8

G.            

É o mistério de Deus

Jo 1.18

É o mistério da iniquidade

2ª Ts. 27

H.             

Veio em nome do Pai

Jo 5.43

Virá em seu próprio nome

Jo 5.43

I.               

Subiu ao céu

Mc 16.19

Irá para o lago de fogo

Ap 19.20

J.             

Recebe louvor dos santos

Fp 2.10-11

Receberá adoração dos iníquos

Ap 13.3-8

K.             

Número simbólico é o 7

Ap 5.6

Seu número simbólico é o 6

Ap 13.18

L.             

Tem uma noiva – a Igreja

Ef 5.22-23

Suma mulher – prostituta

Ap 17.16-17

M.            

É a verdade

Jo 14.6

É a mentira

2ª Ts 2.9-11

N.             

É a luz

Jo 12.46

É a treva

Ap. 16:10

O.            

Seus seguidores andam na luz

Jo 8.12

Seus seguidores andarão nas trevas

Ap. 16:10

P.             

Seu reino é Eterno

Ap 1.8

Seu reino é de apenas 7 anos

Dn 9.27

 

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


quinta-feira, 21 de julho de 2022

A VISÃO DO TRONO DO TRONO DE DEUS - APOCALIPSE 4

 

Na primeira cessão do livro de Apocalipse, entre o capítulo 1 a 3, João teve uma visão de Cristo no meio de Sua Igreja, mas nesta segunda cessão, ele passa para uma nova parte da revelação. Os capítulos 4 e 5 mostram a glória de Deus, apresentando primeiro o Pai no seu trono e, depois, o Filho glorificado ao lado d’Ele. A cena nestes dois capítulos pode ser comparada especialmente com a de Daniel 7.9-14.

Através das revelações deste livro queremos agora fixar os acontecimentos que ocorrerão após o arrebatamento da Igreja fiel de Jesus Cristo. 

1. João é arrebatado ao céu. “Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4.1).

A primeira coisa vista pelo apóstolo João foi “uma porta aberta no céu” (v.1). Em seguida ouviu a mesma voz divina, que já conhecia, chamando-o para subir até o céu e ver o futuro que Deus mostraria.

O quarto capítulo começa com “Depois destas coisas, olhei...”. Para entendermos este “Depois”, é necessário analisar a revelação dos três primeiros capítulos onde o Senhor Jesus ordena o apóstolo João:

1. Escreve, pois, as coisas que viste (1.19). Onde João vê o Senhor Jesus glorificando e estava voltando (1.20). Esta visão foi tão majestosa que João caiu como morto a Seus pés.

2. Escreve... as que são (1.19). As cartas destinadas as sete igrejas (capítulos 2 e 3).

3. Escreve... as que hão de acontecer depois destas” (1.19c). Ele devia, portanto, escrever também o que aconteceria na terra após o arrebatamento da Igreja. 

2. João vê uma porta aberta no céu. João vê uma porta aberta no céu e recebe um convite para que entre por ela e entrando contemplou o Trono do Rei dos reis (comp. 1ª Rs 22.19-23; Jo 1.6; 2.1). Ali é o lugar onde os eventos decretados por Deus, antes de Sua execução.

Compreendendo o simbolismo desta visão:

Em primeiro lugar João vê uma porta aberta no céu; esta porta representa Jesus que é a porta da salvação (Jo 10.9) que ainda está aberta a todos que queiram entrar.

Em segundo lugar ele ouve uma voz como de trombeta. É interessante que João reconhece a voz, que já havia ouvido uma vez na terra, também é a mesma voz de (Ap 1.10), é forte como um toque de trombeta. Naquele trecho, João virou para ver quem falava e viu Jesus no meio dos candeeiros.

Em terceiro lugar ele recebe um convite dizendo: “sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas”.

E por último João viu um Trono no Céu. Trono significa autoridade, domínio, poder e honra. Aqui começa ficar clara a expressão “o que deve acontecer”.

[...] Ao ouvir a voz do Seu Senhor como de trombeta, ele é arrebatado da terra em espírito. O seu arrebatamento é uma analogia ao futuro do arrebatamento da Igreja, que acontecerá “num momento... ao ressoar da última trombeta” (1ª Co 15.52), quando o Senhor aparecer com “sua palavra de ordem” (1ª Ts 4.16). Agora João é chamado ao céu com a trombeta de Deus, como ouvirá a Igreja, no arrebatamento. Há poder nesta voz para ressuscitar os mortos (Jo 5.28-29). Ele foi arrebatado ao céu como Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5), a Igreja será arrebatada, invisível, silenciosa e milagrosamente, num abrir e fechar de olhos (1ª Co 15.52) [WIM MALGO. P. 106]. 

2. João vê O Trono de Deus. Apocalipse 4.2,3,5 “E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono. 3- E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono e era semelhante à esmeralda. 5- E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus. 

A primeira coisa que João vê no céu é um Trono. João não pode descrever quem está assentado no trono, mas descreve o seu esplendor e majestade, destacando dois de Seus atributos. Ele diz que o que viu é semelhante à pedra de jaspe (ou no original algo como diamante branco e translucido) e a pedra de sardônico. Abundância de luz que procede d’Ele, reflete o caráter de Deus, representa o Senhor na Sua glória e poder. O Salmo 104.2 descreve o Senhor assim: “coberto de luz como de um manto”. Com a abundância de luz, ou seja, com o esplendor de cores das pedras preciosas.

A pedra de jaspe era resplandecente e representa o Senhor na Sua glória. A pedra de sardônia é igual ao rubi, uma pedra cor de sangue, que representa o Senhor na Sua obra redentora. “Duas pedras preciosas, iguais, havia no peitoral do sumo sacerdote” (Êx 28.17-26). “...ao redor do trono, há um arco celeste semelhante á esmeralda” (v. 3b), que simboliza a graça e a misericórdia de Deus revelada na Nova Aliança através de Seu sacrifício na cruz do Calvário.

Atualmente, Deus está assentado sobre o trono da graça (Hb 4.16). Porém, neste tempo, Deus estará sobre o trono de Juízo. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e diante do trono ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus, pois eles são citados no capítulo 1.4 e 3.1 de Apocalipse, e no capítulo 5.6 os encontramos mais uma vez. Eles também são encontrados no Antigo Testamento, nas sete lâmpadas da Menorá (Zc 4.2). Que procede do trono de Deus uma atividade grandiosa e ininterrupta. Assim João observa as sete lâmpadas diante do Trono, que são interpretadas como a plenitude do Espírito Santo. 

3. João vê vinte quatro Anciãos. “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro” (v. 4).

Os vinte quatro anciãos não são anjos, pois cantavam o cântico de redenção (Ap 5.8-10), estão coroados, já são vencedores (1ª Co 9.25), assentados sobre tronos, mostrando um tempo depois da vinda de Jesus (2ª Tm 4.8). Os anciãos representam os remidos, que foram levados ao Tribunal de Cristo e coroados logo após o arrebatamento, portanto o primeiro advento escatológico começa com o arrebatamento da Igreja.

Os vinte quatro anciãos podemos dividir em dois grupos. Os doze primeiros, são “os doze patriarcas” de Israel, que estão ao lado de Cristo, representando todos os remidos da “dispensação da lei” focalizada no Antigo Testamento (cf. Nm 13.2-3; 17.1-6; Hb 8.5 e 9.23). Os outros doze, representam “os doze Apóstolos do Cordeiro”, pois em alguns casos eles são chamados de “anciãos (cf. 1ª Pe 5.1; 2ª Jo v. 1 e 9; Jo v. 1). Estão ao lado de Cristo representando todos os remidos da dispensação da graça no Novo Testamento (cf. Mt 19.29; Ap 21.12, 14). Estes tronos não estavam vazios, mas estavam assentados sobre eles vinte e quatro anciãos, com vestidos brancos que representam as justiças dos santos (Ap 21.12-14), “...em cujas cabeças estão coroas de ouro”. O Senhor prometeu coroar a Sua Igreja “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10). Portanto, os vinte quatro anciãos representam os salvos de todas as épocas. 

4. João vê no meio do Trono um Cordeiro. “Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5.6).

João vê o Cordeiro tendo a aparência de ter sido morto; tendo algumas marcas ou indicações sobre o fato de ter sido morto, isso representa a vitória conquistada na cruz. O Cordeiro é o mesmo Leão que aparece no verso 5. Ele é na qualidade de um “Cordeiro” na sua mansidão em tratar com Sua Noiva, mas como o Leão, no Seu poder irresistível para executar juízo contra os pecadores. João vê no trono de Deus o Cordeiro que havia sido morto, mas ao terceiro dia ressuscitou. Ele possui “...sete chifres. Chifres em toda a Bíblia simbolizam poder e força, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus”, que simboliza o Espírito Santo em toda Sua plenitude, pois ele convence, ouve, salva, julga, humilha, exalta e governa. O número sete não somente descreve a plenitude da terceira pessoa da divindade, mas é também um sinal da glória completa de Deus, pois sete é o número da plenitude divina. 

5. João vê um mar de vidro. “Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal...” (Ap 4.6).

O apóstolo João descreve o que vê “um mar de vidro”, ou seja, um grande espelho diante do trono do Eterno.

O mar representa povos e nações agitadas no tempo do fim. Porém, aqui o mar é tranquilo e sem ondas. Ele não está agitado, mas sim imóvel diante do trono em contraste com a situação do mar dos povos sobre a terra: “Calai-vos perante mim, ó ilhas, e os povos renovem as suas forças; cheguem-se e, então, falem; cheguemo-nos e pleiteemos juntos” (Is 41.1).

O mar de vidro, lembra a pia de cobre feita por Moisés (Êx 30.18-21), e o mar de bronze do templo terrestre (1º Rs 7.23-26), que era para purificação. Aqui a purificação está consumada, não há mais necessidade de água. O mar que João vê representa a pureza, pois ali tudo é puro, calmo e de perfeita paz. 

6. João vê quatro seres viventes. “E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal, e, no meio do trono e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos por diante e por detrás. 7- E o primeiro animal era semelhante a um leão; e o segundo animal, semelhante a um bezerro; e tinha o terceiro animal o rosto como de homem; e o quarto animal era semelhante a uma águia voando. 8- E os quatro animais tinham, cada um, respectivamente, seis asas e, ao redor e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. 9- E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre.” (Ap 4.6-9 - ARC). 

Aos olhos de João, eram criaturas estranhas, porque são desconhecidas dos homens, mas lindas. “Eram cheios de olhos”. Penetração intelectual, vigilância e prudência. Estas criaturas viventes não representam a Igreja nem uma classe especial de santos, mas são os seres sobrenaturais visto no Velho Testamento, que estão sempre em conexão com o Trono de Deus e a presença de Jeová. São os querubins de Ezequiel, capítulo 1 e 10 (cf. Sl 80.1; 99.1; Is 37.16).

Todo o simbolismo dessa passagem é inspirado no profeta do Antigo Testamento. Esses seres vivos são os 4 querubins responsáveis pelo governo do mundo (Ezequiel 1.20). Eles andam em todas as direções, numa perfeita visão, cada um tinha quatro rostos, como também quatro asas, a forma de seus rostos era como o de homem; à direita, os quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi; e também rosto de águia, todos os quatro. O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de tochas; tinham quatro rodas em vez de pés, e o aspecto das rodas era brilhante como pedra de berilo e o espírito dos seres viventes estava nas rodas, e, sem cessar glorificam a Deus: Santo, santo, santo (Ez 1.6-21). Lembrando os serafins de Isaías capítulo 6.

João não soubera descrever o que viu, portanto, ele os chama de “quatro animais”, que são os querubins da visão descrita pelo profeta Ezequiel.

Se analisarmos profundamente este assunto veremos que o profeta Elias foi separado do profeta Elizeu por estes seres (querubins), mas subiu num redemoinho: “Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho” (2º Rs 2.11). Eliseu, foi o único a ver o profeta Elias ser arrebatado. Foi elevado ao céu com grande impulsão, portanto, ele também não soube descrever minuciosamente a cena que viu. Os carros de fogo são as rodas dos querubins, cor de brasas, os cavalos de fogo no nosso entendimento é o rosto dos querubins.

João ao ver os quatro seres no céu não descreveu com suas minúcias, mas os chama de quatro animais ou quatro seres viventes, conforme o verso 6. Na concepção de que os quatro seres viventes estão no meio do trono, à volta dele e junto de Deus, simboliza quatro características da pessoa com também a obra redentora de Jesus Cristo é apresentado nos quatro evangelhos.

1. O primeiro ser vivente é semelhante ao leão. O Evangelho de Mateus apresenta o Senhor Jesus como o Leão da tribo de Judá.

2. O segundo ser vivente é semelhante a um novilho. O Evangelho de Marcos apresenta o Senhor Jesus como o Servo que Se fez sacrifício pelo pecado, tendo o novilho como animal sacrificial.

3. O terceiro ser vivente tem o rosto como de homem. O Evangelho de Lucas apresenta o Senhor Jesus como Filho do Homem. O apóstolo Paulo, dirigido pelo Espírito Santo, escreveu: “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Fl 2.7-8).

4. O quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando. O evangelho de João mostra a divindade de Jesus (Jo 1.1). Assim é o Senhor Jesus Cristo, pois, depois da Sua morte e ressurreição, tomou a posição de exaltado e glorificado, assentando-se à direita de Deus. O Evangelho de João apresenta o Senhor Jesus como o Único capaz de levar o ser humano ao Céu.

Os quatro seres viventes, portanto, mostram como Deus se inclina, fala e Se entrega pelo mundo. Estes seres viventes, embora com características de Deus, aqui se manifestam como querubins.

Eles têm asas, demonstrando com isso que Deus age em todos os lugares e sem parar. Também o profeta Ezequiel os viu com asas indo por todas as direções. As Asas dos querubins estão cheias de olhos, ao redor e por dentro, significando que nada, nos céus e na terra, foge do alcance dos olhos de Deus, pois Ele é onisciente e tudo vê. 

7. Adoração no céu. “e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.” (Ap 4.8b).

“Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando. Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4.10,11).

A palavra adoração no grego é “proskuneo” e significa: adoração; cair e adorar, ajoelhar-se, curvar-se, cair aos pés de outro. No hebraico a palavra para adoração é “shachah” e aparece 170 vezes no Antigo Testamento) e significa: inclinar-se, cair diante de, prostrar-se, ajoelhar-se.

Na visão do trono de Deus João vê um grande culto de adoração, quando os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos louvam ao Senhor Deus. O primeiro cântico ministra quem Deus é (v. 8) e o segundo cântico as suas obras (v.11).

Sinal de adoração e respeito supremo, a que se segue o lindo cântico de vitória, que mostra o verdadeiro culto no céu ao supremo Criador.

Temos a adoração mais profunda da parte dos anciãos, que prostram diante do Trono, e lançam suas coroas, num gesto de submissão e respeito, ao que vive para sempre. É a oração inteligente dos remidos que compreendem a santidade e o amor do Senhor. E num gesto de magnífica adoração prostram-se cantando o lindo hino de louvor: “digno és, Senhor, de receber glórias, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas”.

A atitude de todos os personagens da visão é uma de adoração e louvor àquele que se assenta no trono. Os querubins, à semelhança dos serafins de Isaías 6 proclamam: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. Na eternidade adoraremos aquele que “vive eternamente” (Ap 5.14), na companhia de seres celestiais. Este é o verdadeiro culto que o mestre Jesus nos ensinou quando estava nesta terra: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4.23,24).

O Senhor exige que adoremos a Deus em espírito e em verdade, pois Ele é Espírito e somente assim poderemos conquistar Sua aprovação. O Senhor Jesus revelou claramente às pessoas a vontade e as exigências de Deus: não importa onde as pessoas adorem a Deus e elas não devem seguir nenhuma regra ou cerimônia, mas adorar a Deus em espírito e em verdade. Esse é também o nosso princípio de prática para adorar a Deus. A expressão “em espírito” indica o princípio espiritual na adoração contrastando com o formalismo, cerimonialismo, legalismo e símbolos culturais. A verdadeira adoração vai além do que vimos, ela expressa unicamente a pessoa e a obra do Seu único Filho, Jesus o Cristo. A adoração em espírito é uma ligação profunda entre o espírito do adorador e o Espírito Santo, onde ele adora no âmago do seu ser e de sua alma, o ser humano o reconhece como Senhor e Deus. Portanto, a verdadeira adoração só é possível quando impulsionada pela obra do Espírito Santo dentro de nós.

Neste capítulo 4, o Senhor Jesus abre a porta dos céus e João vê um culto de adoração realizando-se no céu, na sala do Trono de Deus. Se temos de adorar a Deus biblicamente, devemos estar certos de que nossa adoração na terra reflete o exemplo e a direção da adoração celestial. Todavia, adoramos O Criador e não a criatura, assim o apóstolo Paulo nos ensina dizendo: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Rm 1.23, 25).

A frase “a verdade de Deus” é uma frase hebraica, que significa “o verdadeiro Deus”, em oposição aos ídolos, que são chamados de deuses falsos. Existe apenas um Deus verdadeiro e todos os outros são falsos e vazios.

Ídolos são frequentemente chamados de mentiras e mentiras, porque não são verdadeiras representações de Deus (Jr 10.14; 13.25; Is 2815; Sl 40.4).

Não pode haver dúvida, Deus é a personagem principal no céu, Ele é o Soberano absoluto que criou e domina o universo. Somente Ele merece a adoração e a obediência absoluta de todas as suas criaturas, até dos mais exaltados seres viventes no céu. É o Deus Santo e Todo-Poderoso.

A partir do capítulo 6 veremos a ira de Deus sendo derramada sobre este mundo, para aqueles que tem rejeitam a verdade. Assim o apóstolo Paulo escreve em sua carta aos Romanos 1.18 dizendo: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.”

Deus certamente tem todo direito em exercer a sua ira judicial sobre a criação que Ele mesmo fez. Ele criou o homem para ser conhecedor e adorador da Natureza Divina. Os homens rejeitam, desde o início, o conhecimento de Deus, desde o início, o tempo real dos tempos, mas também não aceitaram. Rejeitar a Deus, portanto, a verdade traz muitas consequências como resultado.

Se quisermos um dia, comparecer diante do trono de Deus, precisamos viver em adoração ao Senhor. A cada dia devemos entoar um cântico novo ao Senhor e também viver para a sua glória.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 12 de julho de 2022

A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO – DANILE 5



Daniel 5.1-5, 8, 11, 17, 23-30

1- “O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil. 2- Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas. 3- Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. 4- Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra. 5- Na mesma hora, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do castiçal, na estucada parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo. 8- Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação. 11- Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores. 17- Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação. 23- E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante ti, e tu, os teus grandes, as tuas mulheres e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste. 24- Então, dele foi enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura. 25- Esta, pois, é a escritura que se escreveu: Mene, Mene, Tequel e Parsim. 26- Esta é a interpretação daquilo: Mene: Contou Deus o teu reino e o acabou. 27- Tequel: Pesado foste na balança e foste achado em falta. 28- Peres: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas. 29- Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro dominador do reino. 30-Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. 

Neste capítulo, veremos o cumprimento das palavras que Daniel disse ao rei Nabucodonosor, ao interpretar o sonho do rei: “E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra.” (Dn 2.39). Babilônia a cabeça de ouro, foi decorado pelos medo-persa, assim deu início a um segundo império mundial, comandado pelos imperadores Dário e Dário. 

I. QUEM ERA BELSAZAR 

Neste capítulo aparece o último rei Babilônico: Belsazar era filho de Nabonido, que era genro de Nabucodonosor e que reinou a Babilônia por 17 anos (de 556 a 539 a.C.). Enquanto Nabonido permanecia fora da cidade de Babilônia, Belsazar estava reinando em Babilônia. Nessa narrativa, o rei é condenado pelo insolente menosprezo que demonstrou pela santidade do Deus de Israel e pelo seu templo.

O nome Belsazar significa “Bel, protege o rei”. Não deve ser confundido com Beltessazar, o nome babilônico dado a Daniel (1.7) que significa: “Bel protege a sua vida” ou “Senhora, protege o rei”).

II. BREVE HISTÓRIA DO IMPÉRIO BABILÔNICO 

O império Babilônico teve início no ano 612 a C.539 a.C. A cidade era extravagante; luxuosa e pomposa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. Isaías diz a respeito de Babilônia: “Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus” (Is 13.19). Jeremias diz que a Babilônia era a “glória de toda terra” (Jr 51.41).

Os antigos historiadores declaram que seu muro alcançava 96 km de extensão (24 km de cada lado da cidade), 90 m de altura e 25 de espessura. O muro tinha ainda 250 torres e 100 portões de cobre. Sob o rio Eufrates, que dividia Babilônia ao meio, passava um túnel. Os diversos muros da cidade e do palácio e fortalezas eram tão espessos e altos, que para qualquer tipo de guerra da Antiguidade, Babilônia era uma cidade simplesmente inconquistável. 

1. O orgulho pessoal e político do rei. “A grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para glória da minha majestade” (Dn 4.30).

O homem mais orgulhoso da época se vã gloria pelos seus feitos; o Senhor Deus diz ao profeta Isaías: “E a minha glória não a darei a outro” (Is 48.11b). Devemos ter o cuidado, pois, com o costume de receber a glória que pertence só a Deus. 

2. A soberba leva a ruina. Veremos a seguir algumas profecias bíblicas vaticinadas pelos profetas que se cumpriram em Babilônia.

Nunca mais seria habitada. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada nem reedificada de geração em geração: nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais” (Is 13.19-21 – outras ref. Jr 50.13, 39; Jr 51.37, 58).

Aos olhos humanos era impossível a Babilônia ser conquistada, mas o que Deus falou por intermédio de Seus profetas cumpriu-se. Diz a história em confirmação com a Bíblia que o rio Eufrates que passava sob a Babilônia secou-se e os Medos e Persas a conquistaram.

“Cairá à seca sobre as suas águas, e secarão” (Jr 50.38). “Quem diz às profundezas: seca-te, e eu secarei os teus rios” (Is 44.27).

Jeremias profetizou 50 anos antes da queda do Império Babilônico e que seria dominado pelo rei da Média. “Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos: O Senhor despertou o espírito dos reis da Média: porque o seu intento contra Babilônia é para destruir” (Jr 51.11). Cinquenta anos após Jeremias ter profetizado, o profeta Daniel relata no capítulo 5, a tomada da grande Babilônia. 

III. O JUÍZO DE DEUS SOBRE BABILÔNIA 

1. Uma festa no palácio real. No ano 538 a.C. o rei Belsazar, filho de Nabonido, estava num grande banquete juntamente com mais de mil convidados, onde bebia muito vinho e davam louvores aos seus deuses. A Bíblia diz que bebiam vinho nas taças de ouro trazidas do templo de Jerusalém quando Nabucodonosor trouxe Israel para o cativeiro Babilônico. 

2. O dedo de Deus escreve na parede (Dn 5.5). A resposta divina foi imediata: Deus interferiu naquela festa escrevendo sua sentença na parede do salão, diante dos olhos de Belsazar e de todos os seus convivas.

Na noite da festa, Belsazar teve uma visão, viu uns dedos de mão de homem que escreviam na parede do palácio real, que dizia: Mene, Mene, Tequel, Ufarsim. Estas palavras estão em aramaico, mas compartilham alguns radicais com a língua babilônica. De modo assombroso e assustador estava escrito a sentença contra o rei Belsazar e o seu reino. Era uma mensagem de julgamento para um povo que era ímpio, não tinha moral e tinha um comportamento desprezível. O Reino da Babilônia foi rasgado. Fez-se um silêncio dentro do palácio. 

3. A rainha lembrou-se do profeta Daniel (Dn 5.6-12). A mensagem na parede estava numa linguagem ininteligível (v. 7). No primeiro momento, ninguém compreendia o que estava escrito. Belsazar convocou todos os sábios para decifrar o “enigma”. Entretanto, eles foram incapazes de fazê-lo. É provável que Daniel estivesse com cerca de oitenta anos. Ele era jovem quando fora levado para a Babilônia, sessenta e seis anos atrás, em 605 a.C. (1.1).


Como Daniel já era conhecido pelos seus feitos no palácio, foi comunicado por intermédio da rainha filha de Nabucodonosor, mãe do rei Belsazar, e então trouxeram o profeta Daniel para fazer a leitura da escrita. No mesmo instante que Daniel viu a escrita a interpretou dizendo: Mene: “Contou Deus o teu reino e o acabou”. Tequel: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta”. Peres: “Dividido foi o teu reino, e deu aos medos e aos persas” (Dn 5.26-28). E mais uma vez o profeta Daniel, com a sabedoria divina, trouxe conhecida o enigma divino. 

4. Daniel entra na presença de Belsazar (Dn 5.13). Belsazar não via a Daniel como servo do Deus Altíssimo, mas apenas como um dos sábios do palácio. A mãe de Belsazar, contrariamente, o conhecia e tinha certeza que Daniel era uma pessoa diferente e o seu Deus, poderoso. Ela mesma havia testemunhado as proezas do Deus de Israel em outras ocasiões da história daquele reino. 

5. O fim repentino do império babilônico (vs. 30,31). Os Persas formaram uma colisão para derrotar a Babilônia. A Média sob o comando de Dário e a Pérsia sob Ciro. Na mesma noite em que Belsazar teve a visão, os Medos e os Persas invadiram a Babilônia, mataram Belsazar e tomaram o Palácio. Assim terminou o magnífico império babilônico, (a cabeça de ouro da estátua de Dn 2.32, o leão com duas asas de Dn 7.4). Os medos e os persas passariam a reinar no lugar do império da Babilônia, (Dn 2.32b o peito e os seus braços, de prata”; urso Dn 7.5; um carneiro com dois chifres (Dn 8.3).

Nada escapa aos seus olhos. Tão logo foi dada a interpretação da mensagem e as honrarias feitas a Daniel para ser o terceiro homem do império, o rei Belsazar foi morto e o exército de Dario entrou na cidade da Babilônia.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

 

terça-feira, 28 de junho de 2022

O IMPÉRIO DO ANTICRSITO - O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL

  


I. O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL

O renascimento do Império Romano no tempo do fim não é uma hipótese. Se ao término da Segunda Guerra Mundial, parecia ele utopia numa Europa humilhada e destruída, hoje mostra-se mais real do que nunca. Não importa o nome que se lhe dê: União Europeia ou Novo Império Romano. O chifre pequeno do terrível animal, visto por Daniel (7.7), acha-se prestes a pisar e a despedaçar a quantos se lhe opuserem. Esse reino, que não terá paralelo na história dos grandes impérios, devido a sua maldade, dará todo o suporte político, econômico e religioso ao Anticristo, a fim de que este venha a dominar o mundo todo.

As profecias de Daniel, muito nos dizem sobre os impérios mundiais desde a Babilônia até ao último império, neste mundo (mostrada, em sonhos, a Nabucodonosor rei da Babilônia Daniel 2, mas o sétimo império mundial na história, a contar-se primeiramente do Egito (no tempo que Israel era escravo no Egito), e o império Assírio (tempo dos reis em Israel e Judá), os quatro impérios (Babilônia, Medo-Persa, grego e Romano (Dn 2; 7)), e por fim o último a Nova ordem mundial (através do G7, ONO e OTAN) entregando o governo mundial ao Anticristo durante a Grande Tribulação na última semana de Daniel 9.24-27. 

II. A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO

1. O dragão vermelho. Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.” (Ap 12.3).

Antes de estudarmos o surgimento do último império mundial devemos começar com uma referência a Apocalipse 12.3, onde João viu um dragão vermelho que simboliza Satanás a antiga serpente (Ap 12.9), ameaçar a mulher e seu filho que simbolizam Israel e o Messias. As tentativas de Satanás de destruir os descendentes da mulher. João escreveu sobre a Guerra no Céu e sobre os reinos deste mundo, que lutariam contra os seguidores de Deus. 

2. A diferença entre Satanás e o Anticristo. “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.” (Ap 13.1).

Apocalipse 13, é um texto simbólico profético que faz menção às duas bestas: uma besta que sobe do mar que representa o Anticristo (um líder político) e a besta que surge da Terra que representa o falso profeta (um líder religioso). São dois poderes que, aliados ao dragão, irão se unir com o objetivo de dizimar o povo de Deus da Terra. Besta ou animal, em profecia, significa reino ou poder deste mundo (Dn 7.17).

O dragão (Pai), que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas (Ap 12.3), mas no capítulo 13 e verso 1, João vê uma besta (Anticristo) com sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas.

Vamos analisar a diferença entre Satanás (o pai) e o Anticristo (o filho). Note que ambos possuem sete cabeças e dez chifres. A diferença é que o Dragão (Satanás) usa sete diademas sobre a cabeça e a besta (Anticristo) possui dez” diademas sobre os seus chifres. Isso mostra que quem governa é, na verdade, o dragão que deu o seu poder a besta.

As sete cabeça. A besta quer fazer-se parecer com Deus (2ª Ts 2.4). As sete cabeças referem-se a sete reinos ou sete impérios que também simbolizam sete montes (Ap 17.9), porém vou dar ênfase aos sete reinos começando pelo Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grego e Roma que somam seis e já passaram, mas o sétimo está por vir, ou seja, está para surgir no governo da Besta.

Os dez chifres. A besta também tem dez chifres que são dez reis (Ap 17.12) que irão governar com ela. Portanto, os dez chifres representam os reis que no tempo do fim iram governar juntamente com o Anticristo. Satanás irá inspirar os reis deste mundo para que cumpram suas ordens.

As diademas. Já vimos que a única diferença entre eles está na quantidade de diademas. O dragão tem sete e a besta tem dez.

Os diademas indicam que a besta é investida de autoridade pelo dragão (cf. Ap 13.4). O dragão tem sete diademas que é o número simbólico da santidade de e da perfeição de Deus. A besta tem dez diademas, uma para cada chifre, portanto, ele terá autoridade máxima durante seu governo. 

3. Os dez chifres da besta. Vamos analisar de forma distinta os dez chifres da besta, bem como o ambiente em que eles estão inseridos.

“...era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.” (Daniel 7.7).

Os dez chifres representam os governantes, que recebem inspiração de Satanás e cumprem suas ordens. Em uma aplicação direta ao período do Anticristo, a referência aos dez reis nos mostra como os governos mundiais se unirão para oferecerem suporte, poder e autoridade ao governo da besta.

Os dez chifres correspondem a dez futuros reis, interpretação no verso 24 que diz: “E quanto às pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis”.

Os dez chifres, correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo (2.41-42), e aos dez chifres da besta do Apocalipse 13.1; 17.12, que serão dez reinos ou dez reis que se levantarão no fim para entregar o mundo ao Anticristo. 

3.1. O chifre pequeno. “Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8).

No capítulo 7 de Daniel, ele apresenta uma sequência de cinco reinos, sendo o último o reino de Cristo. Sendo dividido o capítulo em duas seções, uma é a visão (Dn 7.1-14) e, a outra, sua interpretação (Dn 7.17-27).

Os dez chifres são dez reis (ou reinos) que surgem do quarto reino. O chifre pequeno é um rei (ou reino) que surge dentre os dez e se torna diferente de todos. e devorava tudo que via (Dn 7.8).

O caráter singular da besta que agora aparece; o número dos chifres; o surgimento de um novo chifre (a ponta pequena); o poder e o terror da besta, e a longa duração de seu domínio sobre a terra, atraíram e fixaram a atenção de Daniel, o levaram a uma descrição mais minuciosa da aparência do animal e o induziram particularmente a pedir uma explicação de o anjo do significado desta parte da visão no verso 19:

“Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal...” (Dn 7.19). “e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros. (Dn 7.20).

E o mensageiro lhe respondeu: “Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino” (Dn 7.24), ou seja, os dez reis ou reinos que se originaram do Império Romano ressurgido (v. 24). 

3.2. Subiu um “pequeno chifre”, o qual arranca três deles. Aqui está uma segunda fase do quarto império, um “império romano revivificado” que aparecerá no senário mundial nos últimos tempos.

Nos últimos dias da história, surgirá o poder chamado de chifre pequeno. Se os dez chifres representam a divisão do Império Romano, o chifre pequeno representa um poder que se levantaria entre esses dez, diante do qual três deles seriam completamente destruídos.

O chifre pequeno que surgiu entre os dez que já existiam, ocasionou a retirada de três chifres (Daniel 7.8), ou seja, esse chifre, arrancou fora três pontas que já havia no terrível animal, representa o futuro império do Anticristo que ao emergir entre os dez reinos, abaterá três reis.

Daniel vê que surgiu entre os chifres que já existiam, outro chifre pequeno e distinto dos dez chifres, e de constituição diferente. O chifre pequeno simboliza o aparecimento do Anticristo (2ª Ts 2.3-4,8). Nesse chifre pequeno havia olhos, como os olhos humanos, indicam a perspicácia, previsão e astúcia desse poder; e a boca que fala coisas grandes ou presunçosas não é diferente do homem do pecado, descrito pelo apóstolo Paulo, “cuja vinda deve ser depois da operação de Satanás com toda a ilusão de injustiça” (2ª Ts 2.9-10; ver também Ap 13.5-6). Também a simbologia usada sugere que esse chifre se refere a um indivíduo e não a um reino.

O cumprimento da profecia sobre o quarto animal para aquela época, pode ter sido cumprida em parte quando surgiu o Império Romano. Mas, sabemos que o capítulo 7 do livro de Daniel está falando também sobre o fim dos tempos. E, como sempre devemos relembrar, as profecias podem ser cumpridas na época em que foram anunciadas e também num futuro distante. 

III. O SURGIMENTO DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO 

1. O império romano nos dias de João. “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição” (Ap 17.8). 

“A besta que era”. Isto tem a ver com os impérios mundiais passado (Dn 7), porém, estava atuado nos dias de João por isso o anjo diz “era”. Este império, digo, o Império Romano que era e durou até ano de 476 d.C.

“e não é”. É o intervalo que vai do fim do Império Romano até o surgimento do Anticristo.

“mas está para emergir do abismo” A besta que era e não é, mas irá ressurgir novamente no governo do Anticristo na Grande Tribulação.

Era, aparentemente, indica que a besta se manifestou no passado (Dn 7). Não é sugere que ela não estava agindo na época de João. Há de subir [...] à perdição sugere ruína ou punição eterna. Aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (Ap 13.8; 20.12,15) são enganados pela besta porque não conhecem o seu destino certo e eterno. Tudo o que eles veem é alguém que uma vez existiu e agora faz uma reaparição incrível.

O terrível animal que Daniel viu (Dn 7.7), o anjo o chama de besta (Ap 13); “e há de subir do abismo”. Esta expressão diz com respeito ao Império Romano, que ressurgirá no tempo do fim, comandado pelo Anticristo e o falso profeta, junto com as confederações mundiais (dez reinos). É claro que o Império Romano não será o mesmo, mas será terrível, espantoso e brutal como era. Portanto, os fatos proféticos do v. 8 são ainda futuros. 

2. Na visão de João como será o último império. Ap 17.12 “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.”

Note que há um paralelismo entre o apóstolo João e o profeta Daniel 7.7,24 Apocalipse 13. Os dez chifres, são os dez reinos que hão de receber autoridade para governar nos últimos dias. Os quais ainda não receberam um reino, isto é, eles não existiam quando João escreveu. Está implícito que, durante o período em análise, eles surgiriam e se conectariam, em um sentido importante com a besta e o falso profeta.

Entendo que esses dez reinos ou dez reis que irão surgir, estarão coligados com a ONU, e darão o início do último império mundial. 

3. O tempo de duração deste reino. “...durante uma hora”. Os dez reis reinarão com a besta por período breve. O sétimo império quando surgir terá o domínio mundial por um pouco de tempo, ou seja, breve e temporário. O reinado de uma hora significa que surgirão de repente e durarão pouco conforme a visão de Daniel 7.25. 

4. Entregarão o seu poder e autoridade à besta. “Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.” (Ap 17.17).

“...que deem à besta o seu reino...”. Com o advento da besta como um rei supremo devido ao auto endeusamento (Dn 11.36; Mt 24-15; 2ª Ts 2), Satanás começou uma ordem completamente nova, a qual é tão radicalmente diferente de todos os reinos que já existiram.

Estes futuros reis têm a mesma intenção, entregar o governo mundial ao Anticristo. Eles irão apoiar e obedecer às diretrizes da burocracia centralizada dominada deste governo chamado besta.

Uma parte do plano de Deus para vencer a besta foi o aumento do poder dela. Deus a deixou crescer cada vez mais forte, dominando os reis das nações, enquanto preparava o castigo dela. Nas décadas depois de João escrever o Apocalipse, o poder romano foi aumentando, chegando ao seu auge no final do reinado de Trajano. A partir daquela época, perdeu território e poder aos poucos. 

5. O oitavo reino. “E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.” (Ap 17.11 – ver também os versos 3, 7 e 10).

A besta, o Anticristo, será o último império mundial, é um dos sete, ou seja, sete impérios mundiais passados na história, que são: 1. Egito; 2. Assíria; 3. Babilônia; 4. Medo-Persa; 5. Grécia 6. Império Romano. 7. O sétimo reino está surgindo através da ONU, ou a Nova Ordem Mundial. 8. O oitavo reino será governado pelo Anticristo, significa que a besta pertença ao mesmo sistema mundano, que os sete primeiros impérios pertenceram também.

A besta que era” (no passado), “já não é “(no tempo de João), mas aparecerá, ou seja, será escolhido dentre os reis e receberá autoridade para reinar nos últimos dias da grande tribulação. Literalmente procede dos sete e será o oitavo e último império mundial comandado pela besta. 

São os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Isto, no entanto, não significa que somente dez países formarão o Novo Império Romano nesta última fase; ele terá proporções mundiais. Significa somente que estes estarão no comando do governo único, tendo, porém, o Anticristo como o cabeça do império.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o Anticristo por uma hora, e como todos eles são anticristãos, acatarão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão um acordo. Esta reunião decisória marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta.

Conforme Apocalipse 13, a besta será o Anticristo o oitavo rei ou reino mundial, que receberá completa autoridade dos sete reis. Este reino emergira do anterior, diz este versículo em outras palavras: “quando assumir o controle dos dez reinos, isto será o oitavo reino”. Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. É, pois uma forma daquele antigo Império. É claro que não poderá ser o mesmo, porque aquele era regido por um único soberano, e o futuro será por dez reis. Eles formaram uma confederação de nações durante a grande tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez Estados estará pronto o palco para formação do reino do anticristo que durará sete anos. 

6. O G7 ou grupo dos sete. Hoje são sete países (G7) entre os mais desenvolvidos industrialmente e economicamente do mundo, composto por: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada. O grupo reúne-se periodicamente desde 1975 para discutir questões relacionadas à economia. Embora hoje são sete países e todos oriundos da Europa, amanhã podem ser dez, os quais estes irão eleger um governo único e entregar todo poder a ele. Assim nascerá o novo Império Romano governado pelo Anticristo o homem do pecado. 

O auge de seu império. O Homem do Pecado, no auge de seu poder, dominará tanto a economia quanto a religiosidade humana, agrupando todas as coisas sob o seu comando (Ap 13.7,8,16-18). O seu governo, a princípio, será aceito por todos sem qualquer contestação (Ap 13.4).

Depois que o Anticristo receber o poder do G10 (dez reis), se tornará ditador do mundo inteiro. Mas não conseguirá impedir a queda do sistema mundial babilônico e o total colapso econômico do mundo (Ap 18.1-24). E depois, no fim da Grande Tribulação, comandará exércitos de muitas nações arregimentados por Satanás, em Armagedom (Ap 16.16; 19.19). É então que Jesus o ‘desfará pelo assopro de sua boca e o aniquilará pelo esplendor de sua vinda’ (2ª Ts 2.8). Seu destino final será ‘no ardente lago de fogo e de enxofre’ (Ap 19.20)”.

A Besta que subiu do mar (Ap 13), e será o animal mais terrível e maldoso que já existiu na face da terra, maior que todos os impérios que já existiram, ou seja, a maldade de todos os animais estará incorporada neste império. Jamais o mundo teve alguém como este, subversivo e impostor. A crueldade da besta será tal que nem juntando Nero, Mussolini e Hitler, pode se explicar, tamanha a fúria da besta.

Para com concluir, o antigo império romano (o reino de ferro de Daniel 2.33-35; Daniel 2.40-44; Daniel 7.7, terá dez chifres (ou seja, reis, Apocalipse 17.12) correspondendo aos dez dedos da imagem. Como Daniel considera esta visão dos dez reis, surge entre eles um “chifre pequeno” (rei), que subjuga três dos dez reis tão completamente que a identidade separada de seus reinos é destruída. Restam sete reis dos dez, e o “chifre pequeno”. Ele é o “rei do semblante feroz”, tipificado por aquele outro “rei do semblante feroz”, Antíoco Epifânio, Daniel 8.23-25, o “príncipe que virá” de Daniel 9.26; Daniel 9.27 o “rei” de Daniel 11.36-45 a “abominação” de; Daniel 12.11 e Mateus 24.15 o “homem do pecado” de 2ª Tessalonicenses 2.4-8 e a “besta” de Apocalipse 13.4-10.

Pr. Elias Ribas - Professor de Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau SC