TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 28 de junho de 2022

O IMPÉRIO DO ANTICRSITO - O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL

  


I. O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL 

A Bíblia relata a ascensão e a queda de grandes impérios, principalmente por causa de sua relação com os reinos bíblicos de Israel e Judá.

As profecias de Daniel e as revelações do apóstolo apocalptica, fornecem a prova da precisão da Bíblia. O apóstolo João escreveu as palavras, e elas ampliam uma profecia do Livro de Daniel, o qual apresenta o esboço da progressão da história humana, que culmina no mesmo glorioso evento. As profecias de Daniel revelam informações sobre os impérios mundiais, desde a Babilônia até ao último império. 

II. A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO 

1. O dragão vermelho. “Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.” (Ap 12.3).

Antes de estudarmos o surgimento do último império mundial devemos começar com uma referência a Apocalipse 12.3, onde João viu um dragão vermelho que simboliza Satanás a antiga serpente (Ap 12.9), ameaçar a mulher e seu filho que simbolizam Israel e o Messias. As tentativas de Satanás de destruir os descendentes da mulher. João escreveu sobre a Guerra no Céu e sobre os reinos deste mundo, que lutariam contra os seguidores de Deus. 

2. A diferença entre Satanás e o Anticristo. “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.” (Ap 13.1).

Apocalipse 13, é um texto simbólico profético que faz menção às duas bestas: uma besta que sobe do mar que representa o Anticristo (um líder político) e a besta que surge da Terra que representa o falso profeta (um líder religioso). São dois poderes que, aliados ao dragão, irão se unir com o objetivo de dizimar o povo de Deus da Terra. Besta ou animal, em profecia, significa reino ou poder deste mundo (Dn 7.17).

O dragão (Pai), que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas (Ap 12.3), mas no capítulo 13 e verso 1, João vê uma besta (Anticristo) com sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas.

Vamos analisar a diferença entre Satanás (o pai) e o Anticristo (o filho). Note que ambos possuem sete cabeças e dez chifres. A diferença é que o Dragão (Satanás) usa sete diademas sobre a cabeça e a besta (Anticristo) possui dez” diademas sobre os seus chifres. Isso mostra que quem governa é, na verdade, o dragão que deu o seu poder a besta. 

As sete cabeça. A besta quer se faz parecer com Deus (2ª Ts 2.4). O dragão com sete cabeças fala de sua plenitude de astúcia. As sete cabeças referem-se a sete reinos ou sete impérios que também simbolizam sete montes (Ap 17.9), porém vou dar ênfase aos sete reinos começando pelo Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grego e Roma que somam seis e já passaram, mas o sétimo está por vir, ou seja, está para surgir no governo da Besta.

As diademas. Já vimos que a única diferença entre eles está na quantidade de diademas. O dragão tem sete e a besta tem dez.

Os diademas indicam que a besta é investida de autoridade pelo dragão (cf. Ap 13.4). O dragão tem sete diademas que é o número simbólico da santidade de e da perfeição de Deus, isto é, quer ser deus. A besta tem dez diademas, uma para cada chifre, portanto, ele terá autoridade máxima durante seu governo. 

3. Os dez chifres da besta. Vamos analisar de forma distinta os dez chifres da besta, bem como o ambiente em que eles estão inseridos.

“...era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.” (Daniel 7.7).

A besta também tem dez chifres que são dez reis (Ap 17.12) que irão governar com ela. Portanto, os dez chifres representam os governantes, que recebem inspiração de Satanás e cumprem suas ordens. Em uma aplicação direta ao período do Anticristo, a referência aos dez reis nos mostra como os governos mundiais se unirão para oferecerem suporte, poder e autoridade ao governo da besta.

Os dez chifres correspondem a dez futuros reis, interpretação no verso 24 que diz: “E quanto às pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis”. (Dn 7.24). 

3.1. O chifre pequeno. “Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8).

No capítulo 7 de Daniel, ele apresenta uma sequência de quatro reinos, sendo o último o reino de Cristo. Sendo dividido o capítulo em duas seções, uma é a visão (Dn 7.1-14) e, a outra, sua interpretação (Dn 7.17-27).

Os dez chifres são dez reis (ou reinos) que surgem do quarto reino. O chifre pequeno é um rei que surge dentre os dez e se torna diferente de todos e devorava tudo que via (Dn 7.8).

O caráter singular da besta que agora aparece; o número dos chifres; o surgimento de um novo chifre (a ponta pequena); o poder e o terror da besta, e a longa duração de seu domínio sobre a terra, atraíram e fixaram a atenção de Daniel, o levaram a uma descrição mais minuciosa da aparência do animal e o induziram particularmente a pedir uma explicação para o anjo.

“Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal...” (Dn 7.19). “e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros. (Dn 7.20).

E o mensageiro lhe respondeu: “Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino” (Dn 7.24), ou seja, os dez reis ou reinos que se originaram do Império Romano ressurgido no tempo do fim (v. 24).

O chifre pequeno, isto é, o Anticristo que surge dentre os dez e se torna diferente de todos e devorava tudo que via (Dn 7.8).

Os dez chifres, está ligado ao sonho de Nabucodonosor no capítulo 2, representado pelas duas pernas e dez dedos em parte barro e parte ferro da estátua, e aos dez chifres da besta do Apocalipse 13.1; 17.12, que serão dez reinos ou dez reis que se levantarão no fim para entregar o mundo ao Anticristo.

Como o ferro não se liga com o barro, assim esses reinos não se ligarão um ao outro. O barro representa o poder democrático e o ferro o poder ditatorial, o poder comunista.

Eu vejo o cumprimento desta profecia ligada aos países do BRICS, que hoje é constituído por 11 países como membros plenos: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Esses países se reuniram formalmente pela primeira vez após a decisão de expandir o grupo.

Embora o Brasil faça parte deste governo ditatorial, vejo a mão de Deus usando o presidente Donald Trump, agindo de uma forma milagrosa para tirar o Brasil deste grupo. Isso quando acontecer, ficará os dez países do Brics que entregarão o governo ao Anticristo. 

3.2. Subiu um “pequeno chifre”, o qual arranca três deles. Aqui está uma segunda fase do quarto império, um “império romano revivificado” que aparecerá no senário mundial nos últimos tempos. Nos últimos dias da história, surgirá o poder chamado de chifre pequeno que simboliza o aparecimento do Anticristo (2ª Ts 2.3-4,8).

Se os dez chifres representam a divisão do Império Romano, o chifre pequeno representa um poder que se levantaria entre esses dez, diante do qual três deles seriam completamente destituídos (Dn 7.8).

Daniel vê que surgiu entre os chifres que já existiam, outro chifre pequeno e distinto dos dez chifres, e de constituição diferente.

O chifre pequeno que surgiu entre os dez que já existiam, ocasionou a retirada de três chifres (Dn 7.8), ou seja, esse chifre pequeno, arrancou fora três pontas que já havia no terrível animal, representa o futuro império do Anticristo que ao emergir entre os dez reinos.

Nesse chifre pequeno havia olhos, como os olhos humanos, indicam a perspicácia, previsão e astúcia desse poder; e a boca que fala coisas grandes ou presunçosas não é diferente do homem do pecado, descrito pelo apóstolo Paulo, “cuja vinda deve ser depois da operação de Satanás com toda a ilusão de injustiça” (2ª Ts 2.9-10; ver também Ap 13.5-6). Também a simbologia usada sugere que esse chifre se refere a um indivíduo e não a um reino.

O cumprimento da profecia sobre o quarto animal para aquela época, pode ter sido cumprida em parte quando surgiu o Império Romano. Mas, sabemos que o capítulo 7 do livro de Daniel está falando também sobre o fim dos tempos. E, como sempre devemos relembrar, as profecias podem ser cumpridas na época em que foram anunciadas e também num futuro distante. 

III. O SURGIMENTO DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO 

1. O império romano nos dias de João. “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição” (Ap 17.8). 

“A besta que era”. Isto tem a ver com os impérios mundiais passado (Dn 7), porém, estava atuado nos dias de João por isso o anjo diz “era”. Este império, digo, o Império Romano que era e durou até ano de 476 d.C. “e não é”. É o intervalo que vai do fim do Império Romano até o surgimento do Anticristo. “mas está para emergir do abismo” A besta que era e não é, mas irá ressurgir novamente no governo do Anticristo na Grande Tribulação.

O terrível animal que Daniel viu (Dn 7.7), o anjo o chama de besta (Ap 13); “e há de subir do abismo”. Esta expressão diz com respeito ao Império Romano, que ressurgirá no tempo do fim, comandado pelo Anticristo e o falso profeta, junto com dez reis. É claro que o Império Romano não será o mesmo, mas será terrível, espantoso e brutal como era. Portanto, os fatos proféticos do v. 8 são ainda futuros. 

2. Na visão de João como será o último império. Ap 17.12 “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.” 

Note que há um paralelismo entre o apóstolo João e o profeta Daniel 7.7,24 Apocalipse 13. Os dez chifres, são os dez reinos que hão de receber autoridade para governar nos últimos dias. Os quais ainda não receberam um reino, isto é, eles não existiam quando João escreveu. Está implícito que, durante o período em análise, eles surgiriam e se conectariam, em um sentido importante com a besta e o falso profeta.

Entendo que esses dez reinos ou dez reis que irão surgir, são governos comunistas que hoje detestam o povo judeu.

Observe que o Irã tem feito de tudo para destruir os judeus, portanto, na Grande Tribulação os dez reis irão se unir na liderança do Anticristo, para destruir os judeus. 

3. O tempo de duração deste reino. “...durante uma hora”. Os dez reis reinarão com a besta por período breve. O sétimo império quando surgir terá o domínio mundial por um pouco de tempo, ou seja, breve e temporário. O reinado de uma hora significa que surgirão de repente e durarão pouco conforme a visão de Daniel 7.25. 

4. Entregarão o seu poder e autoridade à besta. “Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.” (Ap 17.17). 

“...que deem à besta o seu reino...”. Com o advento da besta como um rei supremo devido ao auto endeusamento (Dn 11.36; Mt 24-15; 2ª Ts 2), Satanás começará uma ordem completamente nova, a qual é tão radicalmente diferente de todos os reinos que já existiram.

Estes futuros reis têm a mesma intenção, entregar o governo mundial ao Anticristo. Eles irão apoiar e obedecer às diretrizes da burocracia centralizada dominada deste governo chamado besta.

Uma parte do plano de Deus para vencer a besta foi o aumento do poder dela. Deus a deixou crescer cada vez mais forte, dominando os reis das nações, enquanto preparava o castigo dela. Nas décadas depois de João escrever o Apocalipse, o poder romano foi aumentando, chegando ao seu auge no final do reinado de Trajano. A partir daquela época, perdeu território e poder aos poucos. 

5. O oitavo reino. “E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.” (Ap 17.11 – ver também os versos 3, 7 e 10).

A besta, o Anticristo, será o último império mundial, é um dos sete, ou seja, sete impérios mundiais passados na história, que são: 1. Egito; 2. Assíria; 3. Babilônia; 4. Medo-Persa; 5. Grécia 6. Império Romano. 7. O sétimo reino está surgindo através de Nova Ordem Mundial (através do BRICS), entregando o governo mundial ao Anticristo durante a Grande Tribulação na última semana de Daniel 9.24-27. 8. O oitavo reino será governado pelo Anticristo, significa que a besta pertença ao mesmo sistema mundano, que os sete primeiros impérios pertenceram também.

A besta que era” (no passado), “já não é “(no tempo de João), mas aparecerá, ou seja, será escolhido dentre os reis e receberá autoridade para reinar nos últimos dias da Grande Tribulação. Literalmente procede dos sete e será o oitavo e último império mundial comandado pela besta.

São os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Ele irá levantar-se contra o povo judeu para exterminá-los. O Irã e os países muçulmano vivem em guerra para destruir o estado de Israel. Isto mostra que no final estarão na liderança de um governo ditatorial para devastar o povo judeu da terra.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o Anticristo por uma hora, e como todos eles são anticristãos, acatarão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão um acordo. Esta reunião decisória marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta.

Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. É, pois uma forma daquele antigo Império. Eles formaram uma confederação de nações durante a Grande Tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez países estará pronto o palco para formação do reino do Anticristo que durará sete anos. 

Qual o propósito deste governo.

1º Criar uma moeda única; e isso já está acontecendo através do BRICS.

2º Desestabilizar o dólar como moeda referencial. Assim que o Brics se fortalecer, outros países irão migrar para esta moeda única. Futuramente o dólar se desvalorizará e os EUA se enfraquecerá.

3º Destruir o povo judeu na segunda fase da Grande Tribulação. Isto é, no Armagedom (Ap 16.16). 

6. O grupo do BICS. Embora hoje são 11 países e todos tem o mesmo intento entregar o seu poder a um governo único e ditatorial. Assim nascerá o novo Império Romano governado pelo Anticristo o homem do pecado. 

O auge de seu império. O Homem do Pecado, no auge de seu poder, dominará tanto a economia quanto a religiosidade humana, agrupando todas as coisas sob o seu comando (Ap 13.7,8,16-18). O seu governo, a princípio, será aceito por todos sem qualquer contestação (Ap 13.4).

Depois que o Anticristo receber o poder dos dez reis, se tornará ditador do mundo inteiro. Mas não conseguirá impedir a queda do sistema mundial babilônico e o total colapso econômico do mundo (Ap 18.1-24). E depois, no fim da Grande Tribulação, comandará exércitos de muitas nações arregimentados por Satanás, em Armagedom (Ap 16.16; 19.19). É então que Jesus o ‘desfará pelo assopro de sua boca e o aniquilará pelo esplendor de sua vinda’ (2ª Ts 2.8). Seu destino final será “no ardente lago de fogo e de enxofre” (Ap 19.20).

A Besta que subiu do mar (Ap 13), e será o animal mais terrível e maldoso que já existiu na face da terra, maior que todos os impérios que já existiram, ou seja, a maldade de todos os animais estará incorporada nesse império. Jamais o mundo teve alguém como este, subversivo e impostor. A crueldade da besta será tal que nem juntando Nero, Mussolini e Hitler, pode se explicar, tamanha a fúria da besta.

Para concluir, o antigo império romano (o reino de ferro de Daniel 2.33-35; Dn 2.40-44; Dn 7.7, terá dez chifres (ou seja, reis, Ap 17.12) correspondendo aos dez dedos da imagem. Como Daniel considera esta visão dos dez reis, surge entre eles um “chifre pequeno” (rei), que subjuga três dos dez reis tão completamente que a identidade separada de seus reinos é destruída. Restam sete reis dos dez, e o “chifre pequeno”. Ele é o “rei do semblante feroz”, tipificado por aquele outro “rei do semblante feroz”, Antíoco Epifânio, Daniel 8.23-25, o “príncipe que virá” de Daniel 9.26; Daniel 9.27 o “rei” de Daniel 11.36-45 a “abominação” de; Daniel 12.11 e Mateus 24.15 o “homem do pecado” de 2ª Tessalonicenses 2.4-8 e a “besta” de Apocalipse 13.4-10.

Pr. Elias Ribas - Professor de Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau SC

quarta-feira, 15 de junho de 2022

AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL



Nenhuma passagem do AT revela tanto os mistérios do plano profético de Deus para Israel e as nações quanto o livro de Daniel. Em particular, a profecia das setenta semanas em Daniel 9.24-27, apresenta a chave cronológica indispensável para a profecia bíblica.

A revelação das setenta semanas a Daniel é a chave para a compreensão da doutrina das últimas coisas. Para se fazer um estudo completo do Apocalipse, grande tribulação, ou qualquer outro assunto que fale sobre o tempo do fim (Dn 8.17), é necessário primeiro estudar as setenta semanas de Daniel, pois esta e uma profecia indispensável a Escatologia. 

I. DANIEL BUSCA A PRESENÇA DE DEUS 

1. O cenário histórico da profecia. “No primeiro ano de Dario, o filho de Assuero, da semente dos medos, o qual foi feito rei sobre o reino dos Caldeus; no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, a respeito dos quais a palavra do SENHOR veio ao profeta Jeremias, era de setenta anos, quando se completariam as desolações de Jerusalém. E coloquei a minha face diante do Senhor Deus, para buscá-lo com oração e súplicas, com jejum, e vestimenta de pano de saco e cinzas” (Dn.9.1-3).

O capítulo 9 de Daniel foi escrito no primeiro ano de reinado de Dario o Medo, por volta do ano 539 a.C.. Dario exercia agora a função de rei de Babilônia, sob o comando maior de Ciro, o Grande. Neste tempo Daniel havia compreendido que o período de cativeiro estava chegando ao seu fim e era necessário que seu povo começasse a orar a Deus pedindo perdão dos pecados e suplicando o retorno do exílio. Dessa forma, o profeta não poderia parar de orar mesmo sob o risco de ser sentenciado à morte. 

II. O QUE QUER DIZER AS SETENTA SEMANAS 

1. O número de anos. A referência parece ser a Jeremias 25.11, 12, que diz “quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de Babilônia”. Esse rei já fora punido; por isso Daniel sabia que já era o momento das assolações de Jerusalém terem um fim.

Daniel estava estudando as profecias de Jeremias, quando entendeu que o cativeiro babilônico estava prestes a terminar, então ele começou a orar e buscar uma resposta de Deus (Dn 9.4-19). Gabriel vem, então, dizer a Daniel que a redenção de Israel ainda demoraria setenta semanas. Note nos dois versos seguintes que as 70 semanas terminarão (o fim) o que Deus começou com os 70 anos de cativeiro na Babilônia. 

2. A oração de Daniel e a resposta de Deus. O Anjo Gabriel foi mandado para trazer a resposta da oração a Daniel logo no princípio das súplicas do profeta, porque Daniel era “mui amado”. Que testemunho tinha Daniel no céu! Era “mui amado” por Deus, era alguém de quem o Senhor Se agradava, porque, durante os seus mais de noventa anos de vida, sempre fora fiel ao Senhor, sempre procurara agradar ao Senhor. 

III. QUANDO COMEÇARÁ AS SETENTA SEMANAS? 

Dn 9.24-27 “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos. 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. 27 E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.” 

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo...” (Dn 9.24). Esta profecia de Daniel a respeito de Israel e da cidade santa (Jerusalém) é fundamental para os últimos tempos.

Esta linguagem usada por Gabriel era bem conhecida por Daniel, que sabia que semana profética não se referia a semana de dias e, sim, de anos, ou seja, uma semana significa, aqui, uma unidade numérica de sete anos. O número setenta, então, ganha um sentido escatológico.

No hebraico, em lugar da palavra “semana” usa-se a palavra “shabua” que significa literalmente 7, ou um sétuplo. Um grupo de 7 dias ou de 7 anos. Em Levítico 25, o Senhor diz: “Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.” (Lv 25.8).

Então as setenta semanas, na realidade, são setenta semanas de anos, ou 490 anos: 70 x 7 = 490.

Nesta profecia tem o sentido profético de anos e não de dias (Ne 14.34; Ez 4.6). Assim, estas “setenta semanas” devem ser entendidas como setenta “semanas” de anos, ou seja, um período de 490 anos, isto é, setenta vezes sete (70 x 7). Israel somente se converteria ao Senhor, alcançaria a sua redenção depois de 490 (quatrocentos e noventa) anos. 

1. As três divisões das setenta semanas. O versículo 24, afirma que Deus determinou as setenta semanas. O bloco que forma os versículos 24-27 é profeticamente dividido em três grupos.

As setentas semanas = 490 anos, divididos em:

1º 07 Semanas                     Dn 9.25                         49

2º 62 Semanas                     Daniel 9.25                   434 anos

3º 01 Semana                      Daniel 9.26                   7 anos. 

2. A Primeira divisão. V. 25 “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.”

“...sete semanas...”. Sete semanas são iguais: 7 x 7 = 49 anos. O ponto de partida para a contagem das primeiras 7 semanas, começou com o decreto do rei Artaxerxes (Ne 2.1-9), no ano de 445 a.C.. Portanto, a primeira unidade de 49 anos (sete “semanas”) começa no ano de 445 a.C., e terminou aproximadamente no ano 397 a.C. De acordo com a profecia de Daniel, Jerusalém seria edificada e restaurada da destruição que o império Babilônico causou a santa cidade (Dn 1.1; 2ª Rs 24.1). Esta palavra cumpriu literalmente no período previsto (Ed 1.1; Ed 4.11-24).

“Examinando Esdras 1.2,3, fica esclarecido que a primeira ‘ordem’, dada por Ciro, não foi para ‘restaurar e para edificar Jerusalém’, e sim, para edificar o templo (Ver 2º Cr 36.23; Ed 1.2). É evidente que a ‘ordem’ referida por Gabriel não é a de Ciro e sim, a de Artaxerxes, que a promulgou no dia 14 do mês de Nisã (abril) do ano 445 a.C., data da ordem para reedificação da cidade Santa” (Ne cap. 2).” (Daniel versículo por versículo, p. 179).

Gabriel diz a Daniel que depois da reconstrução de Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haveria ainda sessenta e duas semanas - 62 x 7 = 434. 

3. A Segunda Divisão. “sessenta e duas semanas.” (Dn 9.25b). O segundo período de sessenta e duas semanas, tem início aproximadamente no ano 397, inicia-se com a continuidade ao primeiro período, ou seja, após a reconstrução completa de Jerusalém, encerrar-se-ia com a “tirada do Messias, que não seria mais” (v. 26). Desde a data desse decreto até a época do Messias haveria 483 anos, ou seja 69 semanas. Portanto, as 62 e mais as 7 semanas, estão juntas como um composto das sessenta e nove semanas ou 483 anos históricos até a vinda do Messias.

O período das sessenta e nove semanas se inicia com a ordem do rei Artaxerxes, 445 a.C., para a reconstrução de Jerusalém, após o pedido de Neemias, terminando com a entrada de Jesus em Jerusalém, montado em um jumentinho (Lc 19.41), no final de Seu ministério terreno, oportunidade em que, aclamado por Seus discípulos, como o Messias em 10 de Nisã de 33 d.C..

“O pastor Severino Pedro da Silva mostra-nos como, efetivamente, este período de 483 (quatrocentos e oitenta e três) anos cumpriu-se integralmente, com a entrada de Jesus em Jerusalém, quando, pela única vez em Seu ministério terreno, foi coletivamente aclamado como o Messias, o Filho de Davi, em 10 de Nisã de 33 d.C.: A primeira divisão é de 49 anos; a segunda de 434 anos; as duas somam 483 anos. O ponto de contagem dos 483 anos foi marcado no ano 445 a.C.” [As setenta semanas de Daniel. Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Fonte de pesquisa: Site https://adautomatos.com.br/licao-no-10-as-setenta-semanas-de-daniel/#:~:text=%E2%80%93%20O%20pastor%20Severino%20Pedro%20da,de%20Nis%C3%A3%20de%2033%20d.C. – acesso dia 23/04/2024].

“E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais...”. (Dn 9.26). De acordo com a profecia, o Ungido não foi cortado na 70º semana, Ele foi tirado ou morto, depois que as 7 e 62 semanas terminaram. Isso significa que há um intervalo entre a 69º e a 70º semana. Portanto, as 69 semanas terminaram com a morte de Jesus, quando deu-se o início da era da graça e só irá terminar, quando a Igreja for arrebatada. E quando isto acontecer, dar-se-á o início da a última semana desta Era, que é dividida em duas partes de três anos e meio cada. A última semana está prestes a começar, e quando começar, vai ser um efeito dominó, tudo será muito rápido. 

4. Os três príncipes são mencionados na profecia (vv. 25,26). O primeiro príncipe é o Messias (v. 25). O segundo apareceu posteriormente e destruiu a cidade de Jerusalém e o santuário em 70 d.C., trata-se do general Tito (v.26). E o terceiro príncipe surgirá no futuro, na última semana profetizada por Daniel (v. 27). Este príncipe não é o Messias tirado (9.26), mas certamente um personagem mais poderoso que Antíoco Epifânio e o general Tito. Trata-se, portanto, do Anticristo (2ª Ts 2.3-9; 1ª Jo 2.18). 

5. A terceira divisão. “E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.” (Dn 9.26). 

Depois das 7 semanas e mais 62, duas coisas são preditas:

1º Messias seria “tirado” (crucificado) (ref. Is 53.8). Jesus foi rejeitado pelos judeus, condenado e morte na cruz. O povo presente à condenação de Cristo clamou: “O sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos (Mt 27.25).

2º O povo do príncipe, que há de vir, destruiria Jerusalém e o templo. O “povo” refere-se ao exército romano, que destruiu Jerusalém em 70 d.C. O “príncipe” refere-se ao General Tito que comandou a dispersão dos judeus (Dn 9.25-26). Porém, as 7 semanas e 62 semanas, terminaram na crucificação de Jesus e não na destruição do segundo templo no ano 70 d.C.. A atual era da Igreja é o intervalo entre o 69º e o 70º semana. 

5.1. O Messias é morto. Is 53.8 “Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto, foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.”

Tendo ocorrido o cumprimento das sessenta e nove semanas quando Jesus foi crucificado. Portanto, quando os judeus desprezaram o Messias, parou a contagem do tempo, uma vez que as 70 semanas estavam determinadas para os judeus. Resta, ainda, uma semana, a última. Os judeus necessitam estarem em Jerusalém (cidade Santa), e a Igreja já arrebatada.

Este período, assim, vemos, claramente, que a contagem dessas sessenta e nove semanas não se dá com a chegada do Messias, mas, sim, com a sua “retirada” e mais tarde Jerusalém foi novamente destruída através da liderança do general do exército romano, Tito, em 70 d.C. 

5.2. Esta semana ainda não aconteceu (v. 27). A última semana, um período de 7 anos, ainda se cumprirá, do qual faz parte a Grande Tribulação. Compare o versículo 27 de Daniel com Mateus 24.15 e veja como se trata de uma profecia que ainda não se cumpriu.

A Bíblia identifica este intervalo profético como “o tempo dos gentios”: Rm 11.25 “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.” Lc 21.24, “E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.”

O termo “tempos dos gentios” é o período no qual Jerusalém estaria sob o domínio dos gentios, desde o cativeiro babilônico, continuando até hoje e continuará durante a Grande Tribulação. Atualmente, estamos no tempo da graça de Deus e temos de anunciar o ano aceitável do Senhor para o mundo inteiro (Lc 4.18,19).

Após o tempo gentílico dar-se-á a última semana, a Grande Tribulação. É neste tempo que o Anticristo virá sobre a asa das abominações (v. 27). 

5.2. O início da 70ª semana-ano. “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27).

Este versículo é uma das passagens proféticas mais importantes da Bíblia. Ela é a chave indispensável para toda a profecia. Ela é denominada como “a espinha dorsal da profecia bíblica” ou o “relógio de Deus”.

Esta última semana não pode ter se cumprido em hipótese alguma, pois nesta última semana (sete anos) os judeus irão fazer um acordo com o assolador (Anticristo), e este assolador irá ser destruído, porém isto ainda não aconteceu, Israel ainda não fez este acordo com ele (Is 28.15-18), muito menos o Anticristo manifestou-se, sendo assim podemos afirmar que esta última semana de Daniel ainda não cumpriu-se, pois a profecia permanece interrompida.

O assolador de Daniel 9.27 é o Anticristo, que fará um concerto com Israel por sete anos (uma semana), (Jo 5.43 e Is 28.15-18), e na metade da semana (três anos e meio) irá quebrar o concerto com os judeus.

Daniel 12.1, nos apresenta uma outra passagem importante sobre a Tribulação. “E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.”

Em resumo, então, podemos ver que a última semana (Tribulação) é para Israel, não para a Igreja. Primeiro, a Tribulação serve para punir e assim reconciliar a Israel com Yahveh.

A “última semana” (7 anos), é identificada pelas profecias bíblicas será o tempo da Grande Tribulação, que só irá começar depois do arrebatamento da Igreja. É neste tempo que o “assolador”, isto é, o Anticristo ou o homem do pecado ou o homem da perdição, virá sobre a asa das abominações (v. 27). O Anticristo agirá com falsidade em relação a Israel de um modo nunca visto na história, quebrando o acordo na metade do período (após três anos e meio) e colocará uma imagem de si mesmo no Templo de Deus reconstruído (Ap 13.14-15), e buscará a adoração como se fora Deus (2ª Ts 2.4b), profanando o santuário, o lugar santo para o povo de Israel.

Pelo fato de Israel se negar adora-lo e então o Anticristo quebrará o acordo de paz, fará cessar o sacrifício e oferta de manjares (Dn 9.27). Depois de três anos e meio será permitido que vença os santos. O ‘abominável da desolação’ (Mt 24.15) serve de sustentação para que os acontecimentos de Daniel 9.27 (assim como os de Dn 11.31 e 12.11) não ocorram ainda, mas somente no tempo do fim. Os últimos três anos e meio serão de “Grande Tribulação”, da qual Jesus falou dizendo: “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais.” (Mt 24.21).

No término da semana, quando, então, se completarão as setenta semanas, o “assolador” sofrerá o juízo divino, conforme determinado e, aí, então, Israel será liberto do pecado. 

5.3. O final das setenta semanas-ano. No final da 70ª semana-ano, Deus derrotará o Anticristo (Ap 19.20), “a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda.” (2ª Ts 2.8). Isso marcará o final das 70 semanas-ano e o início do Reino Milenar de Cristo. Então estarão cumpridos os seis objetivos de Deus, mencionados em Daniel 9.24 (Ap 20.1-6). 

IV. OS PROPÓSITOS DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA (Dn 9.27) 

1. Revelar o “homem do pecado”. “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, 3- o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. (2ª Ts 2.3,4).

Paulo escreveu a igreja Tessalônica por volta do ano 50, 51 d.C durante a sua segunda viagem missionária. Não há dúvidas quanto a quem Paulo tem em mente é o homem do pecado ou o filho da perdição (cf. Jo 17.12) e aponta para a natureza e para o destino desse homem. Portanto, de acordo com as profecias, nem Antíoco Epifânio nem o general Tito foram objetos das predições do profeta Daniel. Neste tempo “ele”, também identificado como “o rei de cara feroz” (Dn 8,23), “o animal terrível e espantoso” (Dn 7.7), “o chifre pequeno” (Dn 7.8), “a besta que saiu do mar” (Ap 13.1), virá sobre as asas da abominação. Assim, vemos que a última semana (sete anos), será marcado com a presença do Anticristo (1ª Jo 2.18; 4.3) e apesar de ser apresentada numa linguagem simbólica, a personagem é literal, trata-se de um líder mundial poderoso que chamará a atenção das nações pela sua diplomacia, astúcia e inteligência política. Primeiro a apostasia será avanço dos poderes do mal contra o povo e os propósitos de Deus. Cristo e Paulo, ambos advertiram contra essa final conspiração do mal (Mt 24.10; 1ª Tm 4.1-3; 2ª Tm 3.1-9; 4.3). 

2. A Grande Tribulação (Mt 24.15,21). A última semana de Daniel, pode ser dividida em partes distintas. A primeira metade o Anticristo fará um concerto com Israel por uma semana, mas a segunda metade terá início quando Israel se negar a adorá-lo, e então o Anticristo quebrará o tratado de paz (Dn 9.27b) e perseguirá o povo judeu. Essa segunda metade é a Grande Tributação (1ª Ts 5.3; Jr 30.7). Em seguida, surgirá um tempo de sofrimento e tamanha aflição em todo o mundo. Perseguição, humilhação e morte serão a tônica desse tempo, os crentes que ficaram no arrebatamento serão perseguidos e mortos (Ap 19.4), bem como os judeus que romperam o concerto de paz.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sábado, 4 de junho de 2022

A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE - DANIEL CAPÍTULO 8

 


Daniel 8.1-11 “No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive uma visão depois daquela que eu tivera a princípio. 2- Quando a visão me veio, pareceu-me estar eu na cidadela de Susã, que é província de Elão, e vi que estava junto ao rio Ulai. 3- Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último. 4- Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia. 5- Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um chifre notável entre os olhos; 6- dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder. 7- Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele. 8- O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu. 9- De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. 10- Cresceu até atingir o exército dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou. 11- Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo.” 

No capítulo 7 Daniel tem um sonho. Já no capítulo 8 Daniel tem uma visão. No capítulo sete, Daniel tem a visão dos quatro animais, representando os quatro últimos impérios mundiais. Desta vez, o profeta vê dois animais diferentes, um carneiro com dois chifres que são os reis da Média e da Pérsia lutando contra um bode peludo que é o rei da Grécia. Na verdade, este capítulo repete muito da predição do capítulo dois, e especialmente do capítulo sete. Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes importantíssimos quanto aos períodos medo-persa e grego.

Deus dá a Daniel uma previsão da destruição de outros reinos, que em seus dias eram tão poderosos quanto os da Babilônia. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

Esta revelação ocorre durante o terceiro ano do reinado do rei Belsazar, mas o profeta identifica dizendo: “E vi na visão, que eu estava na cidadela de Susã,”; ou seja, Daniel é transportado em visão para Susã, capital de Elão, mas que tinha sido incorporada no território da Pérsia e era residência de inverno dos reis da Pérsia, cerca de 360 km a leste da Babilônia. Susã tornou-se a capital diplomática e administrativa do Império Persa (cf. Et 1.2; Ne 1.1).

No capítulo 8, Daniel tem mais uma visão referente aos reis da terra. Desta vez o Senhor Deus lhe mostra visões referente ao Império Medo-Persa e o Grego. 

II. A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE 

1. A visão do carneiro. “Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último.” (Dn 8.3).

Daniel tem uma visão onde um carneiro, dá cabeçadas para o ocidente, norte e sul. O anjo deixou claro que “aquele carneiro que viste são os reis da Média e da Pérsia” (v. 20), que são Ciro, o Persa e Dario, o Medo (v. 20).

A vitória do Império Medo-Persa sobre a Babilônia foi possível devido a uma estratégia de Ciro II no ano 539 a.C., que desviou as águas do Rio Eufrates para um lago artificial. Assim, os Medo-Persas puderam atravessar o rio com a água na altura da cintura e entrar sem lutar. No dia em que Belsazar zombou de Deus ao utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém, ele caiu nas mãos dos medo-persas. 

2. Os dois chifres do carneiro - Império Medo-Persa. O carneiro tinha dois chifres, mas não eram iguais, um era mais alto que o outro. O maior representa Ciro o grande, o persa e o menor representam Dario, da Média. Os dois países (dois povos): medos e persas, a formarem um único império, apesar de serem dois reis; mas eram unidos.

Esta visão faz um paralelo com o “peito e os braços da estátua” no sonho de Nabucodonosor (Dn 2.32), e o “Urso que levanta uma das patas” em Daniel 7.5 e “o carneiro tinha dois chifres e um era mais alta do que a outra” (Dn 8.3), são representadas pelas duas nações, Medo e Persa (Dn 8.20).

O lado que se levantou do urso (Dn 7.5) e um dos chifres mais alto que sobe por último do carneiro é a Pérsia que passou a ter mais poder sobre a Média. No começo, os medos dominavam. Mas em 550 a.C., Ciro, o governante da Pérsia, rebelou-se contra os Medos, que até então detinham o poder e tornou-se cabeça dos dois reinos. Ele uniu seus reinos e expandiu suas conquistas. A partir de então, o império tinha uma natureza dupla. Eventos importantes aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (vs. 5-7). 

3. A visão do bode peludo. “E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta 6- notável entre os olhos. 6 Dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força. 7 E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se contra ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante dele; e o lançou por terra e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.” (Dn 8.5-7).

Na visão de Daniel ele vê um bode com um chifre entre os olhos, vindo do ocidente sem tocar o chão (v. 5), que vai em direção ao carneiro (v. 6); o bode arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e quebrando os seus dois chifres (v. 7).

O anjo Gabriel explica para Daniel dizendo: “O bode peludo é o rei da Grécia; e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro.” (8.21).

Alexandre era o “chifre notável” — O chifre notável entre os olhos é explicado no versículo 21 como sendo o primeiro rei do império macedônico. Esse rei foi Alexandre Magno.

O bode representa a Grécia. A chifre notável entre os olhos é explicado no verso 21, simboliza Alexandre, o Grande, que liderou o seu ataque contra a Pérsia em 334 a. C. Em 332 a. C., ele já tinha subjugado o império persa. As conquistas desse bode (Alexandre) foram fulminantes e não havia exércitos que lhe pudessem resistir. O carneiro foi totalmente dominado e humilhado. Seus dois chifres foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão pelo bode.

Alexandre o Grande, um dos homens mais brilhantes dos tempos antigos: Rei da Macedônia, fundador do helenismo, gênio militar e propagador da cultura grega. Foi ele o grande imperador que realizou grandes conquistas, sendo que em doze anos tinha o mundo aos seus pés. 

4. A Divisão do império de Alexandre. “E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu.” (Dn 8.8).

O império estava em plena força na morte de Alexandre. Ele morreu ainda muito jovem, depois de realizar grandes conquistas. Morreu em 323 a.C., na Babilônia, aos 33 anos de idade.

Quatro também notáveis. Daniel vê que a “ponta notável” do bode se quebra, mas no lugar do chifre quebrado surge em seu lugar quatro outras chifres do bode (Dn 8.8-9). Esses quatro chifres menores representam os quatro generais que assumiram o império grego depois da morte de Alexandre. As quatro divisões do império grego foram lideradas por: Lisímaco, Cassandro, Ptolomeu e Selêuco. 

5. A visão do chifre pequeno. “De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.” (v. 9).

Observe que não é um quinto chifre independente, depois dos quatro anteriores, mas surge de um dos quatro chifres existentes.

Na visão do profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, “uma ponta mui pequena”, e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro (Alexandre); levantando-se quatro em lugar dela, significa que quatro reinos se levantarão do mesmo império, mas não com a força dela. Daniel percebeu que está “ponta pequena” cresceu muito, especialmente direcionada para a “terra formosa”, Jerusalém. Isso significa que de uma das ramificações do Império Grego deveria se levantar uma ponta ou um rei que se voltaria contra a “terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena” refere-se a Antíoco Epifânio o governante do reino selêucida de 175 a 164 a.C., e tornou-se um opressor terrível contra os judeus. 

2. A transgressão de Antíoco Epifânio contra Israel. Dn 8.10,13 “E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a alguns do exército e das estrelas deitou por terra e os pisou. 11 E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra. 12 E o exército lhe foi entregue, com o sacrifício contínuo, por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra; fez isso e prosperou. 13 Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados?

O chifre pequeno saiu de um dos quatro chifres do bode. Era, portanto, uma potência que teria existência distinta de qualquer dos chifres do bode.

“E se engrandeceu até ao exército dos céus...”. O exército dos céus e as estrelas referem se ao povo de Deus e seus dirigentes. No versículo 13 lemos que tanto o santuário como o exército são pisados. Aqui se alude sem dúvida ao povo de Deus e seu lugar de culto.

“A perseguição dos servos de Deus é considerada como guerra contra o próprio Deus com consequências eternas.” [Russel Shedd].

Antíoco Epifânio perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia, desrespeitou as leis da Tora profanando o templo de Jerusalém, tirou o culto a Deus e substituiu pelos ritos pagãos. A história confirma também o assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C. Este rei cometeu tantas crueldades contra o povo de Deus, que muitos o veem como um tipo do Anticristo.

Antíoco IV não apenas entrou no Santo dos Santos e saqueou os vasos de ouro e prata, como também erigiu um altar a Zeus sobre o altar do Senhor no átrio do templo e ofereceu porcos sobre ele.

O verso 12 fala que por isso o exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário. O povo de Deus foi subjugado pelo chifre que começara pequeno (v. 9), Antíoco IV. Isso causou a interrupção das observâncias regulares no templo.

A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento.

A Grécia, com todo o seu conhecimento, produz o primeiro Anticristo do Antigo Testamento. Ele queria substituir Zeus Olympius por Jeová em Jerusalém. 

3. A purificação do santuário (Dn 8.13-14). “Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado. (Dn 8.13,14).

Até quando continuarão sua carreira de opressão contra o povo de Deus e de blasfêmia contra o alto Céu? Estes dois versículos encerram a visão do capítulo 8, revelando o tempo da profecia.

Segundo a história, a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Os sacrifícios eram oferecidos duas vezes ao dia, às 9 da manhã e às 3 da tarde era o horário que o povo de Deus da Antiga Aliança se reunião para adorá-lo. 

4. A diferença dos chifres dos animais.

4.1. O chifre pequeno do quaro animal (Dn 7.7-8). Este chifre pequeno representa o Anticristo que irá aparecer do Império Romano ressurgido na Grande Tribulação para governar junto com os dez reis, dos quais três será arrancado e juntamente com o falso profeta (Ap 13; Ap 17.7, 12). 

4.2. O chifre notável do carneiro (Dn 8.3). Nesta visão Daniel vê um carneiro com dois chifres altos, mas um subiu mais que o outro. Conforme já vimos, este chifre que sobe mais que o outro representa Ciro o rei da Pérsia que dominou a Média. 

4.3. O chifre notável do bode peludo. O bode tinha uma ponta notável entre os olhos. Este chifre representa Alexandre o Grande do Império Grego. 

4.4. O chifre pequeno que surgiu depois da morte de Alexandre. “De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.” (Dn 8.9).

O chifre pequeno do bode peludo não pode ser confundido com o pequeno chifre do quarto animal (reino) em Daniel 7.8, o qual se levantaria durante o período romano, e não grego. O chifre pequeno em Daniel 7.8 vem como um décimo primeiro chifre depois de dez chifres precedentes (Ap 17.7, 12).

Daniel vê o chifre grande (Alexandre) se quebrar e em seu lugar saíram quatro chifres, ou seja, o Império Grego foi dividido entre os quatro generais após a morte de Alexandre o grande. Não é um quinto chifre independente, depois dos quatro anteriores, mas surge de um dos quatro chifres existentes, portanto, esse chifre que se destaca dentre os quatro generais, é o Antíoco Epifânio que perseguiu o povo de Deus em Israel. Este chifre é explicado (Daniel 8.23) para ser “um rei de semblante feroz”, etc. Portanto, o Império Grego nada tem a ver com o Império Romano e não se pode dizer de forma alguma que o império Romano saiu do Grego. Quem argumenta isso o faz sem base histórica e, por conseguinte diz uma inverdade.

Antíoco Epifânio decretou medidas esta que se concretizou por meio de um decreto no qual proibia as práticas de guardar os sábados, proibia as festas judaicas, mudanças no calendário, assim como erradicação dos holocaustos e sacrifícios, entre outras atividades religiosas tradicionais dos israelitas (1º Mc 1,41-63). Tudo isso com o intuito de unificar seu império, mas para tanto, necessitava desfigurar a identidade sociocultural e religiosa dos judeus, o que fazia até mesmo por meio da força, agindo assim por um período de três anos e meio (Um tempo, tempos e metade de um tempo). 

III. O TEMPO DO FIM 

Mais pormenores sobre a Grécia prefigura os tempos do fim. Antíoco, prefigura o futuro Anticristo: Daniel 8.23-25 “Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, se levantará um rei, feroz de cara, e será entendido em adivinhações. 24- E se fortalecerá a sua força, mas não pelo seu próprio poder; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os fortes e o povo santo. 25- E, pelo seu entendimento, também fará prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá, e, por causa da tranquilidade, destruirá muitos, e se levantará contra o príncipe dos príncipes, mas, sem mão, será quebrado.” 

1. O significado do termo “tempo do fim” (Dn 8.17).

Esta profecia tem duplo sentido, em partes se cumpriu na pessoa de Antíoco Epifânio, e no final dos tempos se cumprira na pessoa do Anticristo, o chifre pequeno.

Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste caso é uma alusão a todo o período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo em glória. Os governantes e impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais. Homens como Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois os reinos deste mundo são efêmeros. Somente um reino nunca terá fim - o reino do Messias: “O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27). [Elienai Cabral. Lições Bíblicas CPAD - Lição 9: O prenúncio do Tempo do Fim. 4º Trimestre de 2014]. 

2. O “homem forte de Deus”. Referindo-se ao nome do anjo Gabriel, que estava falando com Daniel dizendo-lhe que aquela visão se referia ao tempo do fim (Dn 8.19). 

3. No fim do reinado deles. Precisamos entender que em parte a profecia se cumpriu, e em partes será para o tempo do fim. Este trecho é o mais difícil nos profetas, uma dificuldade que é aumentada pelo atual estado do texto. Historicamente foi cumprido em Antíoco Epifanes, mas num sentido mais profundo ele apenas antecipa a terrível blasfêmia do chifre pequeno de Daniel 7.8; 9.25; 12.11. Em Daniel 8.10-14, as ações de ambos os chifres combinam. Há fatos aqui não aplicáveis a Antíoco, mas podem se referir a uma personagem futura, ou seja, isso não é válido para os tempos de Antíoco, mas para os tempos finais da era cristã. Compare Lucas 18.8 e 2ª Timóteo 3.1-9, quanto à iniquidade do mundo em geral, pouco antes da segunda vinda de Cristo.

Quando a rebelião dos ímpios tiver chegado ao máximo, ou seja, quando o pecado estiver chegado a um patamar terrível, surgirá o Anticristo, talvez disfarçado de um salvador; entendido em adivinhações, encantamentos, ocultismo. Ele se tornará muito forte, mas não pelo seu próprio poder, mas de Satanás (Ap 13.2b). 

4. Fará prosperar o engano. Ele enganará a muitos, será arrogante, orgulhoso (Dn 8.25). E, pelo seu entendimento, também fará prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá. Provocará devastações terríveis (gênio militar) e será́ bem-sucedido em tudo o que fizer (Dn 8.24). Destruirá́ os homens poderosos e o povo santo (Israel) (Dn 8.24) e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes. (Cristo) (Dn 8.25). Apesar disso, ele será́ destruído, mas não pelo poder dos homens (pelo poder de Deus no Armagedon) (Dn 8.25). Ele perde o trono e a glória quando está no maior período de perseguição aos judeus, isso para deixar bem claro que não há outro senhor senão o Deus de Israel. 

5. “...mas não pelo seu próprio poder” (v. 24). No princípio era “pequeno” (Dn 7.8); mas, vencendo os outros através do ofício, o outrora chifre pequeno tornou-se “poderoso” (compare Daniel 8.25; 11.23). Ele deve agir pelo poder de Satanás, que será então autorizado a trabalhar através dele em licença irrestrita, tal como ele não tem agora (Ap 13.2); daí os dez reinos darão à besta seu poder (2ª Ts 2.9-12; Ap 17.13). 

5. Príncipe dos príncipes (v. 25). É evidente que se refere ao mesmo ser designado como “Príncipe do exército”, no v. 11, ninguém além de Cristo. 

“sem mão, será quebrado. Esta passagem tem um sentido duplo; assim como Antíoco foi morto sem mão humanas, ou seja, a morte horrível de Antíoco por vermes e úlceras, quando estava a caminho da Judéia, da mesma forma o Anticristo e seu exército serão vencidos pelo poder invisível e divino. Uma antevisão da guerra do Armagedon: “levantará contra o príncipe dos príncipes, mas, sem mão, será quebrado.” O texto nos arremete para o Armagedon apocalíptico, quando o poder mundial sob o comando do Anticristo será destruído por pela vinda de Cristo em glória (Ap 19.11-21). 

6. Mas ele será quebrado sem mão. Antíoco Epifânio não foi assassinado nem morreu em batalha. Sua morte aconteceu em 166 a.C. de uma doença física. Segundo o autor do primeiro livro de Macabeus (1º Macabeus 6.8-16), ele morreu de tristeza e remorso na Babilônia. Sua morte é vista por muitos como um cumprimento da profecia registrada em Daniel 11.45. Para relatos variados sobre a sua morte, veja nos livros apócrifos de 1º Macabeus 6.1-16; 2º Macabeus 9.1-28.

Sem mãos, será quebrado, isto é, sem a mão do homem, ou por nenhuma causa visível. Ele será vencido pelo poder invisível e divino. Na volta de Cristo em Glória Ele julgará o reino do Anticristo durante a Grande Tribulação totalmente sem ingerência humana. Naquele momento, Ele o aniquilará e exterminará para sempre, preparando o caminho para Seu reino milenar e, finalmente, para Seu reinado eterno nos novos céus e na nova Terra.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC