
Daniel 8.1-11 “No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel,
tive uma visão depois daquela que eu tivera a princípio. 2- Quando a visão me
veio, pareceu-me estar eu na cidadela de Susã, que é província de Elão, e vi
que estava junto ao rio Ulai. 3- Então, levantei os olhos e vi, e eis que,
diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres
eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último.
4- Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o
sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se
do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia.
5- Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra,
mas sem tocar no chão; este bode tinha um chifre notável entre os olhos; 6-
dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante
do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder. 7- Vi-o chegar perto
do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres,
pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra
e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele. 8-
O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se lhe o grande
chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do
céu. 9- De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o
sul, para o oriente e para a terra gloriosa. 10- Cresceu até atingir o exército
dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou. 11-
Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário
e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo.”
No capítulo 7 Daniel tem um sonho. Já no capítulo 8 Daniel tem uma
visão. No capítulo sete, Daniel tem a visão dos quatro animais, representando
os quatro últimos impérios mundiais. Desta vez, o profeta vê dois animais
diferentes, um carneiro com dois chifres que são os reis da Média e da Pérsia
lutando contra um bode peludo que é o rei da Grécia. Na verdade, este capítulo
repete muito da predição do capítulo dois, e especialmente do capítulo sete.
Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes importantíssimos quanto aos
períodos medo-persa e grego.
Deus dá a Daniel uma previsão da destruição de outros reinos, que em
seus dias eram tão poderosos quanto os da Babilônia.
I. CONTEXTO HISTÓRICO
Esta revelação ocorre durante o terceiro ano do reinado do rei Belsazar,
mas o profeta identifica dizendo: “E vi na visão, que eu estava na cidadela de
Susã,”; ou seja, Daniel é transportado em visão para Susã, capital de Elão, mas
que tinha sido incorporada no território da Pérsia e era residência de inverno
dos reis da Pérsia, cerca de 360 km a leste da Babilônia. Susã tornou-se a
capital diplomática e administrativa do Império Persa (cf. Et 1.2; Ne 1.1).
No capítulo 8, Daniel tem mais uma visão referente aos reis da terra. Desta
vez o Senhor Deus lhe mostra visões referente ao Império Medo-Persa e o Grego.
II. A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE
1. A visão do carneiro. “Então,
levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual
tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o
outro; e o mais alto subiu por último.” (Dn 8.3).
Daniel tem uma visão onde um carneiro, dá cabeçadas para o ocidente,
norte e sul. O anjo deixou claro que “aquele carneiro que viste são os reis da
Média e da Pérsia” (v. 20), que são Ciro, o Persa e Dario, o Medo (v. 20).
A vitória do Império Medo-Persa sobre a Babilônia foi possível devido a
uma estratégia de Ciro II no ano 539 a.C., que desviou as águas do Rio Eufrates
para um lago artificial. Assim, os Medo-Persas puderam atravessar o rio com a
água na altura da cintura e entrar sem lutar. No dia em que Belsazar zombou de
Deus ao utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém, ele caiu nas
mãos dos medo-persas.
2. Os dois chifres do carneiro - Império
Medo-Persa. O carneiro tinha dois chifres, mas não eram iguais, um era mais
alto que o outro. O maior representa Ciro o grande, o persa e o menor
representam Dario, da Média. Os dois países (dois povos): medos e persas, a
formarem um único império, apesar de serem dois reis; mas eram unidos.
Esta visão faz um paralelo com o “peito e os braços da estátua” no sonho
de Nabucodonosor (Dn 2.32), e o “Urso que levanta uma das patas” em Daniel 7.5
e “o carneiro tinha dois chifres e um era mais alta do que a outra” (Dn 8.3),
são representadas pelas duas nações, Medo e Persa (Dn 8.20).
O lado que se levantou do urso (Dn 7.5) e um dos chifres mais alto que
sobe por último do carneiro é a Pérsia que passou a ter mais poder sobre a
Média. No começo, os medos dominavam. Mas em 550 a.C., Ciro, o governante da
Pérsia, rebelou-se contra os Medos, que até então detinham o poder e tornou-se
cabeça dos dois reinos. Ele uniu seus reinos e expandiu suas conquistas. A
partir de então, o império tinha uma natureza dupla. Eventos importantes
aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro foi vencido,
surgindo na visão de Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence
(vs. 5-7).
3. A visão do bode peludo. “E, estando eu
considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem
tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta 6- notável entre os olhos. 6
Dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante
do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força. 7 E o vi chegar
perto do carneiro, irritar-se contra ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as
duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante dele; e o
lançou por terra e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da
sua mão.” (Dn 8.5-7).
Na visão de Daniel ele vê um bode com um chifre entre os olhos, vindo do
ocidente sem tocar o chão (v. 5), que vai em direção ao carneiro (v. 6); o bode
arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e quebrando os seus dois
chifres (v. 7).
O anjo Gabriel explica para Daniel dizendo: “O bode peludo é o rei da Grécia;
e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro.” (8.21).
Alexandre era o “chifre notável” — O chifre notável entre os olhos é
explicado no versículo 21 como sendo o primeiro rei do império macedônico. Esse
rei foi Alexandre Magno.
O bode representa a Grécia. A chifre notável entre os olhos é explicado
no verso 21, simboliza Alexandre, o Grande, que liderou o seu ataque contra a
Pérsia em 334 a. C. Em 332 a. C., ele já tinha subjugado o império persa. As
conquistas desse bode (Alexandre) foram fulminantes e não havia exércitos que
lhe pudessem resistir. O carneiro foi totalmente dominado e humilhado. Seus
dois chifres foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão
pelo bode.
Alexandre o Grande, um dos homens mais brilhantes dos tempos antigos:
Rei da Macedônia, fundador do helenismo, gênio militar e propagador da cultura
grega. Foi ele o grande imperador que realizou grandes conquistas, sendo que em
doze anos tinha o mundo aos seus pés.
4. A Divisão do império de Alexandre. “E o
bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela
grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para
os quatro ventos do céu.” (Dn 8.8).
O império estava em plena força na morte de Alexandre. Ele morreu ainda
muito jovem, depois de realizar grandes conquistas. Morreu em 323 a.C., na
Babilônia, aos 33 anos de idade.
Quatro também notáveis. Daniel vê que
a “ponta notável” do bode se quebra, mas no lugar do chifre quebrado surge em
seu lugar quatro outras chifres do bode (Dn 8.8-9). Esses quatro chifres
menores representam os quatro generais que assumiram o império grego depois da
morte de Alexandre. As quatro divisões do império grego foram lideradas por:
Lisímaco, Cassandro, Ptolomeu e Selêuco.
5. A visão do chifre pequeno. “De um dos
chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o
oriente e para a terra gloriosa.” (v. 9).
Observe que não é um quinto chifre independente, depois dos quatro
anteriores, mas surge de um dos quatro chifres existentes.
Na visão do profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis,
“uma ponta mui pequena”, e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei
primeiro (Alexandre); levantando-se quatro em lugar dela, significa que quatro
reinos se levantarão do mesmo império, mas não com a força dela. Daniel
percebeu que está “ponta pequena” cresceu muito, especialmente direcionada para
a “terra formosa”, Jerusalém. Isso significa que de uma das ramificações do
Império Grego deveria se levantar uma ponta ou um rei que se voltaria contra a
“terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena” refere-se a Antíoco Epifânio o
governante do reino selêucida de 175 a 164 a.C., e tornou-se um opressor
terrível contra os judeus.
2. A transgressão de Antíoco Epifânio contra Israel. Dn 8.10,13 “E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a alguns do
exército e das estrelas deitou por terra e os pisou. 11 E se engrandeceu até ao
príncipe do exército; e por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e o lugar do
seu santuário foi lançado por terra. 12 E o exército lhe foi entregue, com o
sacrifício contínuo, por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra;
fez isso e prosperou. 13 Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo
àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da
transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim
de serem pisados?
O chifre pequeno saiu de um dos quatro chifres do bode. Era, portanto,
uma potência que teria existência distinta de qualquer dos chifres do bode.
“E se engrandeceu até ao exército dos céus...”. O exército dos céus e as estrelas referem se ao povo de Deus e seus
dirigentes. No versículo 13 lemos que tanto o santuário como o exército são
pisados. Aqui se alude sem dúvida ao povo de Deus e seu lugar de culto.
“A perseguição dos servos de Deus é considerada como guerra contra o
próprio Deus com consequências eternas.” [Russel Shedd].
Antíoco Epifânio perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia,
desrespeitou as leis da Tora profanando o templo de Jerusalém, tirou o
culto a Deus e substituiu pelos ritos pagãos. A história confirma também o
assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C. Este rei cometeu tantas
crueldades contra o povo de Deus, que muitos o veem como um tipo do Anticristo.
Antíoco IV não apenas entrou no Santo dos Santos e saqueou os vasos de
ouro e prata, como também erigiu um altar a Zeus sobre o altar do Senhor no
átrio do templo e ofereceu porcos sobre ele.
O verso 12 fala que por isso o exército lhe foi entregue, com o
sacrifício diário. O povo de Deus foi subjugado pelo chifre que começara
pequeno (v. 9), Antíoco IV. Isso causou a interrupção das observâncias
regulares no templo.
A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com
a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o
relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento.
A Grécia, com todo o seu conhecimento, produz o primeiro Anticristo do
Antigo Testamento. Ele queria substituir Zeus Olympius por Jeová em Jerusalém.
3. A purificação do santuário (Dn 8.13-14). “Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que
falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão
assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem
pisados? E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o
santuário será purificado. (Dn 8.13,14).
Até quando continuarão sua carreira de opressão contra o povo de Deus e
de blasfêmia contra o alto Céu? Estes dois versículos encerram a visão do
capítulo 8, revelando o tempo da profecia.
Segundo a história, a purificação do santuário ocorreu três anos e dois
meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Os sacrifícios
eram oferecidos duas vezes ao dia, às 9 da manhã e às 3 da tarde era o horário
que o povo de Deus da Antiga Aliança se reunião para adorá-lo.
4. A diferença dos chifres dos animais.
4.1. O chifre pequeno do quaro animal (Dn 7.7-8). Este chifre pequeno representa o Anticristo que irá aparecer do Império
Romano ressurgido na Grande Tribulação para governar junto com os dez reis, dos
quais três será arrancado e juntamente com o falso profeta (Ap 13; Ap 17.7,
12).
4.2. O chifre notável do carneiro (Dn 8.3). Nesta visão Daniel vê um carneiro com dois chifres altos, mas um subiu
mais que o outro. Conforme já vimos, este chifre que sobe mais que o outro representa
Ciro o rei da Pérsia que dominou a Média.
4.3. O chifre notável do bode peludo. O bode
tinha uma ponta notável entre os olhos. Este chifre representa Alexandre o
Grande do Império Grego.
4.4. O chifre pequeno que surgiu depois da morte de Alexandre. “De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para
o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.” (Dn 8.9).
O chifre pequeno do bode peludo não pode ser confundido com o pequeno
chifre do quarto animal (reino) em Daniel 7.8, o qual se levantaria durante o
período romano, e não grego. O chifre pequeno em Daniel 7.8 vem como um décimo
primeiro chifre depois de dez chifres precedentes (Ap 17.7, 12).
Daniel vê o chifre grande (Alexandre) se quebrar e em seu lugar saíram
quatro chifres, ou seja, o Império Grego foi dividido entre os quatro generais
após a morte de Alexandre o grande. Não é um quinto chifre independente, depois
dos quatro anteriores, mas surge de um dos quatro chifres existentes, portanto,
esse chifre que se destaca dentre os quatro generais, é o Antíoco Epifânio que
perseguiu o povo de Deus em Israel. Este chifre é explicado (Daniel 8.23) para
ser “um rei de semblante feroz”, etc. Portanto, o Império Grego nada tem a ver
com o Império Romano e não se pode dizer de forma alguma que o império Romano
saiu do Grego. Quem argumenta isso o faz sem base histórica e, por conseguinte
diz uma inverdade.
Antíoco Epifânio decretou medidas esta que se concretizou por meio de um
decreto no qual proibia as práticas de guardar os sábados, proibia as festas
judaicas, mudanças no calendário, assim como erradicação dos holocaustos e
sacrifícios, entre outras atividades religiosas tradicionais dos israelitas (1º
Mc 1,41-63). Tudo isso com o intuito de unificar seu império, mas para tanto,
necessitava desfigurar a identidade sociocultural e religiosa dos judeus, o que
fazia até mesmo por meio da força, agindo assim por um período de três anos e
meio (Um tempo, tempos e metade de um tempo).
III. O TEMPO DO FIM
Mais pormenores sobre a Grécia prefigura os tempos do fim. Antíoco,
prefigura o futuro Anticristo: Daniel 8.23-25 “Mas, no fim do seu reinado,
quando os prevaricadores acabarem, se levantará um rei, feroz de cara, e será
entendido em adivinhações. 24- E se fortalecerá a sua força, mas não pelo seu próprio
poder; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e
destruirá os fortes e o povo santo. 25- E, pelo seu entendimento, também fará
prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá, e, por causa
da tranquilidade, destruirá muitos, e se levantará contra o príncipe dos
príncipes, mas, sem mão, será quebrado.”
1. O significado do termo “tempo do fim” (Dn 8.17).
Esta profecia tem
duplo sentido, em partes se cumpriu na pessoa de Antíoco Epifânio,
e no final dos tempos se
cumprira na pessoa do Anticristo, o chifre pequeno.
Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste
caso é uma alusão a todo o período entre o final do exílio e a segunda vinda de
Cristo em glória. Os governantes e impérios vistos por Daniel no capítulo oito
já não existem mais. Homens como Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios
chegaram ao fim, pois os reinos deste mundo são efêmeros. Somente um reino
nunca terá fim - o reino do Messias: “O reino, e o domínio, e a majestade dos
reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu
reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn
7.27). [Elienai Cabral. Lições Bíblicas CPAD - Lição 9: O prenúncio do Tempo do
Fim. 4º Trimestre de 2014].
2. O “homem forte de Deus”. Referindo-se ao
nome do anjo Gabriel, que estava falando com Daniel dizendo-lhe que aquela
visão se referia ao tempo do fim (Dn 8.19).
3. No fim do reinado deles. Precisamos
entender que em parte a profecia se cumpriu, e em partes será para o tempo do
fim. Este trecho é o mais difícil nos profetas, uma dificuldade que é aumentada
pelo atual estado do texto. Historicamente foi cumprido em Antíoco Epifanes,
mas num sentido mais profundo ele apenas antecipa a terrível blasfêmia do
chifre pequeno de Daniel 7.8; 9.25; 12.11. Em Daniel 8.10-14, as ações de ambos
os chifres combinam. Há fatos aqui não aplicáveis a Antíoco, mas podem se
referir a uma personagem futura, ou seja, isso não é válido para os tempos de
Antíoco, mas para os tempos finais da era cristã. Compare Lucas 18.8 e 2ª
Timóteo 3.1-9, quanto à iniquidade do mundo em geral, pouco antes da segunda
vinda de Cristo.
Quando a rebelião dos ímpios tiver chegado ao máximo, ou seja, quando o
pecado estiver chegado a um patamar terrível, surgirá o Anticristo, talvez
disfarçado de um salvador; entendido em adivinhações, encantamentos, ocultismo.
Ele se tornará muito forte, mas não pelo seu próprio poder, mas de Satanás (Ap
13.2b).
4. Fará prosperar o engano. Ele enganará a
muitos, será arrogante, orgulhoso (Dn 8.25). E, pelo seu entendimento, também
fará prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá.
Provocará devastações terríveis (gênio militar) e será́ bem-sucedido em tudo o
que fizer (Dn 8.24). Destruirá́ os homens poderosos e o povo santo (Israel) (Dn
8.24) e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes. (Cristo) (Dn 8.25).
Apesar disso, ele será́ destruído, mas não pelo poder dos homens (pelo poder de
Deus no Armagedon) (Dn 8.25). Ele perde o trono e a glória quando está no maior
período de perseguição aos judeus, isso para deixar bem claro que não há outro
senhor senão o Deus de Israel.
5. “...mas não pelo seu próprio poder” (v. 24). No princípio era “pequeno” (Dn 7.8); mas, vencendo os outros através do
ofício, o outrora chifre pequeno tornou-se “poderoso” (compare Daniel 8.25;
11.23). Ele deve agir pelo poder de Satanás, que será então autorizado a
trabalhar através dele em licença irrestrita, tal como ele não tem agora (Ap
13.2); daí os dez reinos darão à besta seu poder (2ª Ts 2.9-12; Ap 17.13).
5. Príncipe dos príncipes (v. 25). É
evidente que se refere ao mesmo ser designado como “Príncipe do exército”, no
v. 11, ninguém além de Cristo.
“sem mão, será quebrado. Esta passagem
tem um sentido duplo; assim como Antíoco foi morto sem mão humanas, ou seja, a
morte horrível de Antíoco por vermes e úlceras, quando estava a caminho da
Judéia, da mesma forma o Anticristo e seu exército serão vencidos pelo poder
invisível e divino. Uma antevisão da guerra do Armagedon: “levantará contra o príncipe
dos príncipes, mas, sem mão, será quebrado.” O texto nos arremete para o
Armagedon apocalíptico, quando o poder mundial sob o comando do Anticristo será
destruído por pela vinda de Cristo em glória (Ap 19.11-21).
6. Mas ele será quebrado sem mão. Antíoco
Epifânio não foi assassinado nem morreu em batalha. Sua morte aconteceu em 166
a.C. de uma doença física. Segundo o autor do primeiro livro de Macabeus (1º
Macabeus 6.8-16), ele morreu de tristeza e remorso na Babilônia. Sua morte é
vista por muitos como um cumprimento da profecia registrada em Daniel 11.45.
Para relatos variados sobre a sua morte, veja nos livros apócrifos de 1º
Macabeus 6.1-16; 2º Macabeus 9.1-28.
Sem mãos, será quebrado, isto é, sem a mão do homem, ou por nenhuma
causa visível. Ele será vencido pelo poder invisível e divino. Na volta de
Cristo em Glória Ele julgará o reino do Anticristo durante a Grande Tribulação
totalmente sem ingerência humana. Naquele momento, Ele o aniquilará e
exterminará para sempre, preparando o caminho para Seu reino milenar e,
finalmente, para Seu reinado eterno nos novos céus e na nova Terra.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC