INTRODUÇÃO
A doutrina do
pecado é conhecida nos tratados de teologia como Hamartiologia, da palavra grega
hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se trata do
problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as
confusões existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se
livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da
condenação eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado,
bem como apresentar o meio divino para a solução humana.
Deus não
criou o pecado. A Bíblia diz que
“tudo o que Deus criou era bom” (Gn 1.31) Então Deus não é o Autor do pecado.
Os seres morais não tinham pecado ao serem criados. Satanás foi criado de modo
perfeito e sem pecado (E 28.15); “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29).
I. DEFININDO OS TERMOS
pecado no heb: hhatá; no
gr. Hamartáno; e no
latim, o termo é vertido por peccátu
que significam “errar”, no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal
ou padrão.
O seu
equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento é hamartia. Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos hebraicos no
Antigo Testamento referentes ao pecado.
Há uma lista
extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão,
maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho,
malícia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e
adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria
lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21). Mas há um termo
genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com “h”
aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20.16).
O substantivo
derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel
por seu irmão Caim: “E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” (Gn 4.7).
Em sentido
etimológico — a palavra ‘pecado’ conforme se encontra em nossas versões, vem da
palavra hebraica ‘hatta’th’, do qual
origina-se a raiz hebraica ‘hata’
traduzido na Septuaginta da palavra ‘hamartia’.
Existem algumas palavras que relatam significados semelhantes à palavra
hebraica hatta’th’, como também a
palavra grega ‘hamartia’. Estes
termos são aplicados no tempo e no espaço para descrever e dar sentido a tudo
aquilo que o pecado é e suas formas de expressão. Os eruditos teológicos usam
várias palavras deste gênero para descrever a natureza sombria do pecado,
mostrando seus aspectos e suas disposições torcidas, maléficas em sua natureza
daninha e perniciosa” (PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2012, pp.13,14).
O pecado é um mal moral; é
violência, corrupção. Errar ou
desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro. Pecado
significa “errar o alvo”, como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo
modo, o pecador erra o alvo final da vida. É também “errar o caminho” como um
viajante que sai do caminho certo. Pecado é uma falta de integridade e retidão,
uma saída da vereda designada. É uma revolta ou uma recusa de sujeição à
autoridade legítima, uma transgressão da lei divina. O pecado é uma fuga ímpia
e culposa da lei de Deus; é também culpa, infidelidade, falsidade, engano,
dívida, desordem, iniquidade, queda, obstinação, desobediência, falta, derrota,
impiedade, erro, morte; pecado, uma
ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação etc.
II. A ORIGEM
DO PECADO
1. Deus
criou a terra - Gn 1.1 “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
Deus é o
criador de todas as coisas, visível e invisível, Ele criou os anjos arcanjos,
querubins e serafim. Tudo é obra de Suas mãos.
2.
Deus não fez a terra vazia, mas criou para ser habitada - Is 45.18 “Porque
assim diz o Senhor que tem criado os céus, Ele é Deus; foi Ele que formou a
terra, e a fez, Ele a estabeleceu; Ele não a criou para ser vazia, mas a formou
para que fosse habitada. Diz Ele! Eu sou o Senhor e não há outro”.
A maioria dos teólogos concorda que Lúcifer (anjo de
luz), habitava na terra antes da criação do homem. A terra era diferente da
qual vivemos hoje. Após o pecado de Lúcifer, Deus transformou esta terra e ela
ficou sem forma e vazia uma terra caótica.
3. O pecado originou-se no mundo
angélico. Para se
conhecer a origem do pecado, devemos retomar à queda do homem descrita em Gn 3;
e olhar atentamente algo que aconteceu no mundo dos anjos. O Senhor Deus criou
um número enorme de anjos e todos estes eram bons (Gn 1.31). Porém, Lúcifer e
legiões deles rebelaram contra Deus, pelo que caíram em condenação. A época
exata dessa queda não é indicada na Bíblia, mas em Jo 8.44. O Senhor Jesus fala
do diabo como assassino desde o princípio. O apóstolo João, na sua primeira
epístola, capítulo 3 e versículo 8, diz que “o diabo peca desde o princípio”.
Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Mas, quando
da exortação de Paulo a Timóteo, a que nenhum neófito fosse designado bispo,
“para que não se ensoberbeça e caia na condenação do diabo” (1ª Tm 3.6- AEC).
Podemos concluir com toda convicção, que foi o pecado do orgulho (soberba), de
desejar ser como Deus em poder e autoridade (Is 14.12-15).
III. A origem dE SATANÁS
Vamos conhecer
agora o terceiro inimigo do homem, que se chama Satanás. Existem pessoas que
tem em si, uma pergunta, e buscam a resposta. Essa pergunta é: Como surgiu
Satanás e os demônios? Neste tópico veremos como surgiu Satanás, que faz, quem
é, o que pode, e os nomes e títulos de Satanás, como satanás atua, sete armas contra
satanás e as sete debilidades de satanás.
A Bíblia ensina que Deus é o criador de
todas as coisas (Jo 1.3), nos céus e na terra, tanto visíveis, quanto
invisíveis (Cl 1.16), mas também ensina que tudo o que Deus criou foi bom (Gn
1.31). Por essa razão, algo certamente aconteceu para que este ser criado por Deus
se tornasse o diabo, se tornasse o acusador e inimigo de Deus.
Para entender
o que aconteceu, podemos tomar Isaías 14 (Is 14.11-15) e Ezequiel 28 (Ez
28.11-19) como base. Apesar de serem profecias inicialmente dirigidas aos reis
da Babilônia e de Tiro, tais passagens tomam proporções que vão muito além do
que poderia ser declarado a respeito de qualquer ser humano. Tanto o texto em
si, quanto o contexto bíblico (1ª Tm 3.6, Lc 10.18), mostram claramente que se
trata de uma referência à origem de Satanás, ou seja, são alusões que o Eterno
usou para referir a determinada pessoa.
Ezequiel fala
de um anjo criado de forma especial (Ez 28.13), em Isaías ele é chamado de
“estrela da manhã” (Is 14.12), na tradução para o latim, Lúcifer.
III. quem era satanÁs
Deus não criou Satanás, mas criou
um ser especial, perfeito, ungido e cheio de sabedoria, porém a soberba levou a
sua queda e tornou-se:
Diabo. Nome que se dá ao
chefe dos demônios. Em grego diabolos
quer dizer “caluniador” (Mt 4.1).
Satanás. Em hebreu é Satã, que quer dizer “adversário” (Jó 1.6 a 9).
1. Satanás era um querubim ungido - Ez
28.14 “Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci”.
Querubim quer dizer protetor. Lúcifer
era o protetor da terra. Habitava nela antes da criação do homem.
2. Era perfeito e cheio de sabedoria - Ez
28.12 b-15 “Tu és o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em
formosura. 15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia que foste
criado”.
Ele é descrito
como modelo de perfeição, cheio de sabedoria e perfeita beleza (Ez 28.12).
Criado por Deus como um querubim (Ez 28.14), um anjo de alta hierarquia que,
provavelmente, era o responsável por comandar a exaltação e a glorificação de
Deus (Jó 38.4-7). A Bíblia diz que, desde o dia em que foi criado, ele
permaneceu inculpável em seus caminhos, até que algo aconteceu (Ez 28.15).
3. Estava
no Éden e era coberto de pedras preciosas - Ez 28.13, 16: “Estavas no Éden,
jardim de Deus, e usava pedras preciosas de todo o tipo: o sardônio, o topázio,
o berilo, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a
esmeralda. Você tinha joias de ouro que foram feitas para você no dia em que
foste criado”. 16b “... ó querubim da guarda, em meio ao brilho das
pedras”.
Estava no Éden aqui se refere ao paraíso. A terra
onde Lúcifer habitava era adornada de pedras preciosas e ouro. A Bíblia mostra
a glória que o querubim Lúcifer possuía, antes de sua queda; guardava a
presença de Deus, vivendo no brilho das pedras, ou seja, no meio do fulgor de
relâmpagos que para Deus serve como pavimento.
4. Orgulhou-se
por causa da sua formosura - Ez 28.2 b. No orgulho do teu coração, tu
dizes: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento”. Ez 28.17 diz:
“Elevou-se o teu coração por causa da tua beleza.
Por causa da sua grandeza orgulhou seu coração e quis
ser igual a Deus. O poder, a riqueza e a sabedoria perdem seu valor quando se
misturam com a soberba; é como tomada elétrica desligada da força. Até mesmo um
arcanjo que se desliga do contado amoroso de Deus nada mais faz com seus
poderes sobrenaturais senão arruinar os homens e decretar sua própria e eterna
destruição.
5. Sua
cobiça - Is 14.13-14: “Tu dizias
no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu
trono; e no monte da congregação me assentarei. Subirei acima das mais altas
nuvens; serei semelhante ao Altíssimo”.
O orgulho e a cobiça entraram no coração de Lúcifer,
a ponto de igualar a um deus. Qualquer criatura quer seja visível ou invisível
que se coloca no lugar de Deus, perde a comunhão com Ele e por fim recebe a
condenação eterna.
6. Sua
queda - Is 14.12, 15 “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da
alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Mas você será
jogado no mundo dos mortos, ao mais profundo abismo.”
A soberba de Lúcifer fez com que Deus expulsasse do
Jardim do Éden. Lúcifer querendo elevar-se acima do seu nível, foi precipitado
à destruição.
Não se deixará de perceber aqui uma aplicação a
Satanás que, ao se exaltar contra Deus, foi rebaixado até o inferno. Estrela da
manhã, no heb. hêlel, “glorioso”,
“luzente”, que alguns interpretam como nome próprio. “Lúcifer”, o assim
considerado nome original do diabo.
Não só Lúcifer, mas muitos homens têm caído pelo
orgulho e a cobiça. Deus abomina o pretensioso, mas exalta o humilde.
7. Na
sua queda levou junto a terça parte dos anjos - Ap 12.4, 7-9: “Com a cauda ele arrastou do céu a
terça parte das estrelas e a jogou sobre a terra. 7 E houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra
o dragão e os seus anjos. 8 - Mas
não prevaleceram, nem mais o seu lugar achou nos céus. 9 - E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se
chama diabo e satanás, que engana a todo mundo. Ele foi precipitado na terra, e
os seus anjos foram lançados com ele”.
8. Deus
transformou a Terra em caos, para que satanás não mais habitasse nela - Gn 1.2: “E a terra que era sem forma e vazia;
e havia trevas sobre a face do abismo”.
Não temos palavra para explicar a beleza que era a
primeira terra. Mas após o pecado de Lúcifer Deus transformou esta terra em um
caos, ou seja, sem forma e vazia. Tudo que havia de vida animal morreu e a
terra ficou coberta de água, até a criação do homem.
Hoje quando o homem encontra fossas de animais
pré-histórico, os cientistas dizem: Este animal tem cinquenta milhões de anos; e
muitos têm me perguntado como pode. Sim estes animais habitavam aqui quando
Lúcifer habitava na terra perfeita. A terra que Lúcifer habitava era diferente
da qual nos habitamos hoje. Para o ser humano Deus o recriou.
9. Lúcifer (Satanás) ficou sem moradia e passou a
viver no ar - Ef 2.2: “Nos quais andastes outrora, segundo o curso
deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora,
opera nos filhos da desobediência”.
Príncipe das
potestades do ar. Principados e potestades são termos utilizados na Bíblia
para se referir tanto a reis e governantes que estão em posição de autoridade
como a anjos e demônios, isto dependendo do contexto de cada passagem.
No entanto, o apóstolo Paulo utilizou a expressão
“principados e potestades” para se referir aos demônios neste texto (ver Ef 6.12;
Cl 2.15).
10. Hierarquia
demoníaca - Ef 6.12: “Porque não
temos que lutar contra a carne e sangue, mas sim contra os principados, contra
as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Assim como existe uma hierarquia entre os anjos bons
(Efésios 1.21), assim também existe uma hierarquia entre os anjos maus. Efésios
6.12 faz referência a essa hierarquia do mal.
1. “Principados” são as ordens angelicais malignas
superiores. 2. “Potestades” são os governantes angelicais malignos
subordinados. 3.“Dominadores deste mundo tenebroso” são os anjos a serviço do
diabo. 4. O “mundo tenebroso”, que também se lê em Efésios 5.8, é este mundo
com o seu pecado, os seus pecadores e as esferas da existência onde o mal domina,
enfim, o reino das trevas. 5. As “forças espirituais do mal” são mais uma
referência aos anjos que estão a serviço do diabo, que é maligno. O lugar onde
ficam “as regiões celestes” não é definido pela Bíblia. São reinos ocupados por
seres malignos.
11. O inferno não foi feito para os seres
humanos. O
inferno foi preparado para o
diabo e suas hostes: Mt 25.41:
“Então, dirá também aos que estiverem a sua esquerda; apartai-vos de Mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. “Porque, se
Deus não perdoou os anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os
entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” (2ª Pe 2.4).
Porém, quem rejeita ao Senhor Jesus, irá também para lá: “Os ímpios serão
lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17). O
Senhor Jesus separará os justos dos injustos: “E irão estes para o tormento
eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46). “Como labareda de fogo,
tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao
evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna
perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” (2ª Ts 1.8,9). “Assim,
sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia
de Juízo, para serem castigados” (2ª Pe 2.9). As almas dos que estiverem no
inferno serão julgadas e condenadas: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a
morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um
segundo as suas obras” (Ap 20.13). Reflita, como você vive!
12. Satanás
já está julgado - Jo 16.11: “...
porque o príncipe deste mundo já está julgado”.
O justo juiz já que venceu todas as coisas já tem
julgado o inimigo do homem e de Deus. Não há nenhuma oportunidade de salvação
para o diabo, pois ele pecou sem ser tentado, mas o homem pecou porque foi
tentado e por isso Deus tem dado oportunidade de salvação, mas o diabo não tem
este privilegio é por isso que ele engana a humanidade com sua astúcia e luta
contra todos.
A CRIAÇÃO DO HOMEM
Em Gênesis, no capítulo 1 e 2, temos a descrição da
criação, que também incluí a criação do homem e da mulher, e uma breve
descrição da vida deles sem o pecado no jardim do Éden. A Bíblia não nos diz
quanto tempo Adão e Eva viveram sem saber o que era pecar. O fato é que, num
determinado momento de suas vidas, pela desobediência a Deus, o pecado entrou
na vida de Adão e Eva.
I. Satanás viu Deus criar o homem
Gn 2.7:
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou lhe nas narinas o
fôlego da vida, e o homem tornou-se alma vivente”.
A partir do verso dois de
Gêneses, Deus recria a Terra para habitação do homem. Note que Deus criou todas
as coisas, mas os metais Deus não criou! Por quê? Porque metais não se deteriora
debaixo da água. Após ter criado os animais pelo poder de Sua Palavra, Ele cria
o homem do pó da terra, com sua imagem e semelhança, fazendo um boneco de barro
e soprando em suas narinas o fôlego de vida.
II. Satanás viu Deus criar o jardim para o homem
Gn 2.8:
“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do oriente, e pôs ali o
homem que tinha formado”.
Satanás não se conformou em ficar sem a sua antiga
moradia, procurou tirar de lá os seus moradores (o homem), através da astúcia.
III. A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA
O pecado originou na raça humana, devido à transgressão voluntária
de Adão no paraíso. O tentador veio com a sugestão de que o homem, colocando-se
em oposição a Deus, tornar-se-ia igual a Ele. Adão se rendeu à tentação e
cometeu o primeiro pecado, desobedecendo às ordens de Deus. Com o primeiro
pecado, Adão passou a ser escravo do pecado (Jo 8.34). Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, não
somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes. A tentação de
Satanás pode ser resumida como tendo apelado ao homem desta maneira: ele fez o
homem desejar TER o que Deus havia proibido; SABER o que Deus não havia
revelado; e SER o que Deus não tivera a intenção que fosse.
Gênesis 3.1-6, 13 e 14: “Ora, a serpente era o mais astuto de todo os animais do campo
que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse:
Não comereis de toda a árvore do jardim? 2 - Respondeu a mulher à serpente: do fruto da árvore do jardim
podemos comer 3 - Mas do fruto
da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele
tocareis, para que não morrais. 4
- Então a serpente disse à mulher: certamente não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que no dia em que
comerdes deste fruto, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus,
conhecendo o bem e o mal. 6 -
Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos,
e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu
também a seu marido, que estava com ela, ele comeu. 13 - E disse o senhor Deus à mulher: porque fizeste isso? E disse
a mulher: a serpente me enganou, e eu comi. 14 - Disse, pois, o Senhor Deus a serpente: Porque fizeste isto,
maldita és entre todos os animais domésticos, e entre todos os animais do campo;
sobre teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida”.
A essência do pecado de nossos primeiros pais é algo como o que
segue:
A) Eva não confiou na bondade de Deus.
B) Ela acreditou na mentira de Satanás.
C) A mulher cedeu ao seu apetite físico.
D) Se submeteu a um desejo excessivo pelo
belo.
E) Cobiçou uma sabedoria que não era da
intenção de Deus que tivesse, Desejar o que Deus proibiu é preferir a si mesmo
no lugar de Deus, isto é pecar, O primeiro pecado foi o desejo do coração, a
escolha de interesses próprios ao contrário dos interesses de Deus. Adão pecou
como pai da raça humana e também como chefe representante de todos os seus
descendentes e, portanto, a culpa do pecado é imputada a todos os homens, pelo
que todos são merecedores de punição e morte. É nesse sentido que o pecado de
Adão é o pecado de todos.
Rm 5.12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos
pecaram”.
Deus imputa a todos os homens a condição de pecadores culpados em
Adão, exatamente como atribui a todos os crentes a condição de justos em Jesus
Cristo.
Rm 5.18-19: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os
homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio à graça
sobre todos os homens para a justificação que dá vida, porque, como pela
desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também por
meio da obediência de um só muitos se tornarão justos”.
Satanás induziu o homem a desobedecer a Deus, e
tornou-se inimigo de Deus, e também do homem, e não quer que ninguém seja
feliz.
Deus criou o homem para viver eternamente, mas por
causa do pecado da desobediência ele perdeu esse direito, e passou a ser um
mortal. Mesmo assim Deus enviou o Seu Filho Unigênito para resgatar o homem e
dar a vida eterna.
A glória que Lúcifer possuía e o paraíso que
habitava, Deus têm preparado para o homem que for fiel a Sua Palavra. É por
isso que Satanás tem lutado dia e noite para que eu e você não venhamos receber
essa glória e a vida eterna com Jesus Cristo nosso salvador.
Sabemos que ele já está julgado e em breve levado ao
inferno, não há salvação para ele, pois ele pecou sem ser tentado, mas o homem
pecou porque foi tentado, por isso existe perdão para os que se arrependem.
Para habitarmos no paraíso com Deus devemos ser fiéis até o fim.
IV AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
1. Os sofrimentos da vida. É
sempre bom lembrar o que Jesus disse aos judeus que falavam de uma calamidade
que aconteceu acertos galileus, e insinuaram que aqueles galileus deviam ter
sido grandes pecadores:
Lc 13.2-5: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os
outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vô-lo afirmo;
se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que
aqueles dezoito, sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou, eram mais
culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo
afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”.
2. A morte espiritual. A
morte espiritual é a separação entre a alma e Deus. O pecado separa o homem de
Deus; como consequência do pecado, o homem morreu espiritualmente (Ef 2.1-5). A
morte espiritual significa culpa e também corrupção. O castigo anunciado no
Éden, que recaiu sobre a raça, é primariamente esta morte espiritual (Gn 2.17;
Rrn 5.21). Por ela, o homem perdeu a presença, a comunhão intima e o desejo por
Deus. Por estar morto espiritualmente falando, o homem precisa ser revivido dos
mortos (Lc 15.32; 105.24; 8.51).
Para o cristão, entretanto, a morte física não é mais um castigo,
pois, Cristo sofreu a morte como castigo do pecado. Para o crente, ela se torna
como um sono para o corpo, e como um portal para a alma, através do qual ele
entra em plena comunhão com seu Senhor (2ª Co 5.8; Fp 1.21-23; 1ª Ts 4.13-14).
Pr. Elias Ribas