TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

ENTENDENDO O QUE É LOUVOR


Salmos 71.6: “Tu és motivo para os meus louvores constantemente”.

O Salmista declara neste texto que o próprio Deus é o seu motivo de louvor. Sendo assim, nada precisa acontecer para louvar a Deus. Devemos louvar por que o Senhor é Deus e isso é o suficiente para que mereça ser louvado. Então não precisamos condicionar nosso louvor ao Senhor aos fatos que podem acontecer ou não. Por isso Jesus disse que Deus procura “adoradores que adorem ao Pai em Espírito e em verdade”.

I.         O QUE É LOUVOR

A palavra louvor é origem do grego “doxa”, glória e logia; estudo, tratado, que formam palavra doxologia; estudo do louvor. Doxologia é a manifestação de louvor e enaltecimento à divindade através de expressões de exaltamento (Deus seja louvado! Aleluia!). As palavras LOUVAR e LOUVOR vêm do Latim LAUDARE e LAUS, as quais têm o sentido de elogiar; dirigir louvores; exaltar; gabar; enaltecer; aplaudir.

A palavra louvor tem muitos significados como: confiar, alegria, recomendar, encomendar, aplaudir, magnificar, exaltar, é ato de glorificar, exaltar, enaltecer, dignificar, engrandecer, tornar-se majestoso; falar bem de, ou magnificar as virtudes de alguém. Para nós cristãos, o louvor é uma expressão da nossa atitude de adoração. Nos levantamos em nosso espírito, no poder do Espírito Santo e glorificamos ao Senhor com palavras, que são frutos do nosso amor pelo Senhor e reconhecimento pessoal da Sua presença e da Sua grandeza! Então expressamos amor, reconhecimento e ação de graças. O autor do livro de Hebreus declara: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hebreus 13.15). Louvor é destacado aqui como fruto de lábios, isto é, são palavras.
- Louvor vem de um relacionamento íntimo com Deus.
- Louvor deve sempre ser vocal. Não é em silêncio.
- Louvor acontece quando nós falamos para alguém mais sobre a bondade de Deus. O único digno de ser louvado é Deus (Apocalipse 4:11).

1. Palavras do Antigo Testamento traduzido por louvor.

1.1. Hãllal. É a palavra traduzida por louvor mais usada no A. T. Ocorre 88 vezes. Seu significado básico é “produzir som claro”. Seu significado adicional é: “elogiar com grande entusiasmo; dirigir louvores; gabar; exaltar; enaltecer; bendizer; glorificar.

1.2. Hilluwi. Deriva-se de hallal. É uma celebração de ações de graças pelo termino da colheita. “Eu te louvarei, SENHOR, com todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. 2 Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo.” (Sl 9.1-2).

1.3. Tehillah. Também deriva-se de hallal. Desta vez, á ênfase é cantar. “Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus efeitos” (Sl 9.11). “E cantarão os caminhos do SENHOR; pois grande é a glória do SENHOR.” (Sl 138.8).

1.4. Shabach. Significa “gritar com alta voz, um grito de triunfo, gloriar-se na vitória”. “Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade” (Js 6.20).

1.5. Zãmar. Significa “dedilhar ou tocar as cordas”. Esta é uma referência óbvia a louvar a Deus com instrumentos musicais. Ela tem também o sentido da “cantar com acompanhamento de instrumentos musicais”. “Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa. Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com órgãos. Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.” (Sl 150.3-50).

1.5. Yadah. O significado básico é “expressar uma confissão de agradecimento”. Com as mãos levantadas. “Arão e Ur seguram as mãos de Moisés na batalha de Israel contra os amalequitas.

“E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. 12 Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pós. 13 E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada. 14 Então disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus. 15 E Moisés edificou um altar, ao qual chamou: O SENHOR É MINHA BANDEIRA” (Êxodo 17.11,15).

Ao declarar que o Senhor era sua bandeira, Moisés estava declarando que a bandeira erguida (o bastão em suas mãos) representava autoridade, poder, cobertura e respaldo. Ela teria que estar visível a vista de todos, sua queda simboliza derrota.

1.6. Towdah. Esta palavra vem da mesma raiz que “yadah”. E significa “a extensão das mãos em adoração e ação de graça. Algumas razões da importância de levantarmos as mãos. “Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamar, quando levantar as minhas mãos para o teu santo oráculo.” (Sl 28.2).
Levantai as vossas mãos no santuário, e bendizei ao SENHOR.” (134.2).
Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde. (141.2).
Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos.” (63.4).
Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda. (1ª Tm 2.8).

1.7. Barak. Significa “ajoelhar-se em adoração”. Neste caso, a postura do corpo inteiro fala muito sobre o louvor. Ajoelhar-se diante de alguém significa manifestar humildade e demonstrar a dignidade e superioridade da posição desta pessoa. “E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus” (Ap 7.11).

2. O louvor precisa vir do interior, da alma do cristão. Quando as pessoas começam a cantar hinos e cânticos de louvor que foram gravados por outrem, que viveu experiências fortes e marcantes com o Senhor, mas sem que isso venha do interior, da alma, está se utilizando da música, da melodia, da expressão cantada.

2.1. O louvor tem que fluir de dentro para fora, e não o contrário.

2.2. O louvor tem que vir do coração. “Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças pôr tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.19-20).

Devemos, então, louvar a nosso Deus de coração. Não pode ser nada forçado nem fingido mas espontâneo e verdadeiro. O louvor depende do grau de intimidade entre o que louva e o seu Deus. Alguém pode louvar de coração sem, contudo, abrir a sua boca, enquanto que outro pode estar cantando com todas as suas forças mas o seu canto não ser um louvor do coração.

O Espírito Santo nos ensina a louvar e agradecer por tudo, até mesmo pelas provações, conseguindo fazer com que nós possamos ver a bênção de Deus em meio à adversidade. O resultado é que ofereceremos sempre a Ele um louvor que vem do coração.

2.3. O louvor é fruto, é produto, é consequência do que o Senhor Deus fez e faz por nós. E não o fundamento de uma vida cristã.
O Senhor tem feito maravilhas na vida de cada cristão? Então cante louvores. Se não tem, então, primeiro, conserte o altar (Atos 15.16). E então o seu louvor será puro e verdadeiro (Isaías 30).

II.      COMO LOUVAR A DEUS

Normalmente o louvor é associado a cânticos, músicas, melodias. Assim, é comum que os “Ministros de Louvor” sejam os músicos, os cantores, os instrumentistas.
O louvor seria o mais importante pilar de uma igreja. Por que o louvor é dirigido unicamente ao Criador.

1. Com Canto.  Sl 9.11: “Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus efeitos”. Sl 147.1: “Louvai ao Senhor, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; isto é agradável; decoroso é o louvor”.

Sl 9.11 “Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus efeitos”. Sl 147.1: “Louvai ao Senhor, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; isto é agradável; decoroso é o louvor”.

Sl 22.25-26: “De Ti vem o tema do meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem. Os pobres comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração”.

Embora o louvor deva inundar o mais íntimo do seu ser (Sl 103.1) possa ser cantado no seu coração (Sl 30.12), ele deve ser também expresso em público (Sl 35.18), na presença de outros (Sl 34.3). O louvor deve ser declarado (Sl 9.14), cantado (Salmos 33.1), anunciado com alegria (Sl 33.3; 71.23), expresso com música (Sl 92.1), e com lábios e a boca.

2. Louvor com instrumentos vários; louvor com danças. O apóstolo Paulo aos crentes em Colossos prescreve: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16).
Sl 33.2: “Louvai ao senhor com a harpa; cantai a ele com saltério de dez cordas”.
Sl 150.3-6: “Louvai-o ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa. Louvai-o com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas. Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos retumbantes. Todo ser que respira louve ao SENHOR. Aleluia”!

O Louvor:
A. O louvor tem um lugar de primazia no culto, assim como a Palavra.
B. Quem louva deve estar no seu devido lugar e preparado para tal ministério.
C. Sua posição deve ser de reverência.
D. Deve estar no lugar certo (no altar), altar é lugar de sacrifício, louvor, e quem quer estar diante do altar, deve ter vida consagrada.
E. O louvor deve ser harmônico – “os musicistas e os cantores juntaram-se em uníssono, como uma só voz” – louvar não é competir e nem ver quem é o melhor.
A.    O louvor deve ser dirigido a Deus – unicamente a Deus.

3. Com palmas. “Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus com vozes de júbilo” (Sl 47.1). A versão pentecostal diz: “Aplaudi com as mãos, todos os povos...”.

4. Com expressão corporal. Sl 103.1: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome”.

III.   ONDE LOUVAR

1. Na congregação. Sl 22.22: “Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.”

2. No santuário. Sl 150.1: “Louvai ao SENHOR. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder.”

3. Entre os povos. Sl 57.9:Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; eu te cantarei entre as nações.”

4. Em Seus Átrios. Sl 100.4:Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome.”

5. Na assembleia dos santos. Sl 107.32: “Exaltem-no na congregação do povo, e glorifiquem-no na assembleia dos anciãos.”

6. Entre as nações – Sl 108.3:Louvar-te-ei entre os povos, SENHOR, e a ti cantarei louvores entre as nações.”

7. Entre a multidão. Sl 109.30: “Louvarei grandemente ao SENHOR com a minha boca; louvá-lo-ei entre a multidão.”

IV.   QUANDO DEVEMOS LOUVAR

1. Louvai ao Senhor em todo tempo. Is 38.20: “O Senhor veio salvar-me; pelo que, tangendo os instrumentos de cordas, nós o louvaremos todos os dias de nossa vida, na Casa do Senhor”. Salmos 34.1-3: “Bendirei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca. No Senhor se gloria a minha alma; ouçam-no os mansos e se alegrem. Engrandeci ao Senhor comigo, e juntos exaltemos o seu nome”

2. Devemos louvar a Deus diariamente. Salmos 61.8: “Assim cantarei louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia.”

3. Devemos louvar a Deus no serviço. Mt 20.28: “Tal como o filho do homem, não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

3.1. Nosso serviço deve ser a Deus e ao próximo. Devemos ser instrumentos para abençoar as pessoas, para que haja salvação, cura, libertação e etc... Adoração está ligada ao serviço, sendo assim, quem é servo é um adorador!
Através deste instrumento de serviço que é a música que o Senhor tem nos dado, milagres e maravilhas acontecerão: pessoas serão curadas, libertas de cadeias e grilhões, perdoadas, salvas e abençoadas, e Deus será Exaltado!
At 2.47: “Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” .

V.      PORQUE DEVEMOS LOUVAR A DEUS

1. Porque Ele e o Senhor. Sl 149.1: “Louvai ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos.” Sl 96.4: “Porque grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os seres”. Sl 48.1: “Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus”.

2. Porque Ele é Senhor e Criador. Salmo de Davi: “Venham todos, e louvemos a Deus, o SENHOR! Cantemos com alegria à rocha que nos salva. Vamos comparecer diante dele com ações de graças, cantando alegres hinos de louvor. Pois o SENHOR é Deus poderoso; é Rei poderoso acima de todos os deuses. Ele reina sobre o mundo inteiro, desde as cavernas mais profundas até os montes mais altos. O SENHOR reina sobre o mar, que ele fez, e também sobre a terra, que ele mesmo formou. Venham, fiquemos de joelhos e adoremos o SENHOR. Vamos nos ajoelhar diante do nosso Criador. Ele é o nosso Deus; nós somos o povo que ele guia, somos o rebanho do qual ele cuida” (Sl 95.1-7 -BLH).

3. Por todos os Seus benefícios. Sl 103.1-5: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. 2 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. 3 Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades, 4 Que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia, 5 Que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.”

4. Pela Sua bondade. Sl 107.21: “Louvem ao SENHOR pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens.”

5. Pelos Seus atos poderosos Sl 150.2: “Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza.”

6. Porque o Senhor é digno de louvor. 2º Sm 22.4: “O SENHOR, digno de louvor, invocarei, e de meus inimigos ficarei livre.”
Sl 18.3: “Invocarei o nome do SENHOR, que é digno de louvor, e ficarei livre dos meus inimigos.”

7. Porque é um mandamento. Sl 9.11: “Cantai louvores ao SENHOR, que habita em Sião; proclamai entre os povos os seus feitos”.

8. Porque Jesus nasceu. Lc 2.20: “Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado”.

9. Porque o Louvor glorifica a Deus. Sl 50.23: “O que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus”.
Deus criou o homem para louvor de Sua glória. Certamente, este deveria ser o grande desejo de todo o povo de Deus: Glorificá-Lo.

10. Porque Deus habita nos louvores. (Sl 22.3). Quando Ele encontra em nós um coração sincero, humilde e quebrantado na Sua presença, se manifesta de maneira poderosa em nosso meio (Sl 34.18; 51.17).
Deus não está preocupado com o aparente, com o formato, com a “embalagem”, mas Ele vê o interior, o conteúdo, atitude do coração (1º Sm 16.7).

11. Porque o Senhor Deus nos criou para este propósito. Sl 118.29: “Rendei graças ao Senhor porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre.
Ef 1.5-6: “Nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade. Para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no amado” ().

12. Porque é uma arma de guerra. “E a cada pancada da vara do juízo que o Senhor der (referindo-se ao inimigo) haverá tamboris e harpas; e com combates de agitação combaterá contra eles” (Is 30.32). “Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o Senhor emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os do Monte Seir que vieram contra Judá, e foram destruídos” (2º Cr 20.22).

13. Porque o louvor é uma oferta espiritual. O louvor, o sacrifício de louvor, de acordo com a própria Bíblia, é o fruto dos lábios que confessam o nome de Jesus (Hb.13.15).

14. Porque Deus transformou o desgosto em felicidade. Salmos 30.11-12: “Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria; para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre”.

A música sempre teve um papel importantíssimo na cultura humana. E, reconheça-se, ela tem o poder de mudar o estado de espírito de uma pessoa. Isto é, uma pessoa triste pode ficar alegre cantando. E esta tem sido, infelizmente, a forma como o louvor tem sido encarado e praticado em nossas igrejas. Não que isso seja uma coisa ruim. Em absoluto. Mas esta não é a finalidade bíblica e espiritual do louvor, enquanto música e canto.

15. Porque Ele nos perdoa e responde as nossas orações. Salmos 65.1-3: “A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião; e a ti se pagará o voto. Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a carne. Prevalecem as iniquidades contra mim; mas as nossas transgressões, tu as perdoarás”.

16. Quatro razões para o louvor a Deus. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1ª Pe 2.9).

Porque somos: geração eleita; sacerdócio real; nação santa; povo de propriedade exclusiva de Deus.

Pr. Elias Ribas

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O MÚSICO QUE FAZ A DIFERENÇA

O músico que faz a diferença é aquele que se entrega totalmente a Deus e o ama de todo o coração (Mt 22.37). Devemos amar o que Deus ama e desejar o que Deus deseja!

O músico que faz a diferença é aquele prioriza as coisas de Deus Enquanto priorizarmos o Senhor em nossas vidas faremos diferença. Ele nos concederá a visão da Sua vontade para o nosso caminhar diário com Ele.

1. Conhece ao Senhor. “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3).

O adorador para conhecer a Deus precisa ser um ácido estudioso da Sagradas Escrituras. A Palavra, a oração e uma vida santificada nos trará intimidade com o Pai. Ele procura os verdadeiros adoradores.

Conhecer ao Senhor é ter intimidade com Ele (Sl 25.14). Quem conhece ao Senhor o reconhece em todos os seus caminhos (Pv 3.6). Reconhecê-lo é consultá-lo para todas as coisas, as minhas decisões do dia-a-dia, minhas atitudes, palavras, e respostas. Quando faço a minha parte que é reconhecê-lo em todos os meus caminhos, Deus faz a parte d’Ele, ou seja, Ele me instrui o que fazer, como agir, o que dizer, etc. (Sl 32.8).

A medida que os fiéis chegassem a conhecer melhor ao Senhor, Ele viria como a chuva, trazendo-lhe mais bênçãos espirituais. A água é frequentemente mencionada como símbolo ou tipo do Espírito Santo (Jo 7.37-39; Sl 1.3).

Para conhecer é necessário investir tempo com Deus através da meditação da Palavra a da oração. Quando investimos tempo com Ele iremos ter uma comunhão íntima com o Senhor. A nossa vida espiritual cresce e dá frutos. Ele quer ter comunhão conosco (Lc 10.38-42). Devemos priorizar esta comunhão com Ele.

Quando priorizamos o tempo com Deus, aprendermos andar como Ele anda, falar como Ele fala e teremos atitudes iguais as d’Ele.

E para isso precisamos conhecer os atributos naturais de Deus, os quais são assim denominados:

Onipresença. Ele pode estar em vários lugares ao mesmo tempo.
Onisciência. Ele tudo sabe nada escapa do seu conhecimento.
Onipotência. Ele detêm todo o poder, nada é impossível para Ele.
Unidade. Ele é um Ser único que, se manifesta nos mais diferentes modos de Sua existência (Pai, Filho e Espírito Santo).
Infinidade. Ele não tem fim.
Imutabilidade. Ele é o Deus que não muda.
Deus possui como atributos morais a Santidade que, é a plenitude gloriosa da Sua excelência, ou seja, não se refere apenas a uma de suas qualidades, mas a união de todas elas.
Justiça. Que seria o mesmo que afirmar que Ele sempre faz a coisa certa, o que é direito e, isso, conforme o seu caráter.
Amor. Sendo que n’Ele não está apenas resumido o sentir, pois o amor em Deus se expressa pelo ato de sua doação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo por toda a humanidade.

2. Anda no Temor do Senhor. “O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino” (Pv 1.7).

A sabedoria, conforme o emprego desse termo em Provérbios, significa viver e pensar de conformidade com a verdade de Deus, com Seus caminhos e Seus desígnios.

Temor no hebraico hary yir’ah, significa respeito, reverência. Temer a Deus, não é ter medo d’Ele, mas levá-lo a sério, significa respeitá-lo e reverenciá-lo (Sl 111.10). Não podemos subir num púlpito para ministrar se nossa vida está cheia de pecados não acertados, pois isso é “fogo estranho” diante do Senhor e Ele não recebe esta adoração. Não podemos permitir que o pecado arruíne nossa vida (Pv 8.13). O temor do Senhor é um tesouro para os santos (Pv 15.16). Não podemos perder as bênçãos de Deus por termos deixado de escutá-lo (Pv 28.14; Sl 25.14).

3. Possui relacionamentos corretos. Os seus relacionamentos e amizades devem ser cristãs. Precisamos aprender a andar com pessoas que amam a Deus, que não tenham compromisso com a maledicência, a mentira, a inveja, o pecado, etc (Sl 1.1-6). Existe um ditado que diz: “Diz-me com quem andas e direis quem és”. Quem são seus melhores amigos?

4. Possuem um coração ardente. O Senhor deseja ver nós um coração ardente. Devemos tomar muito cuidado com a nossa indiferença, frieza e apatia (Ap 3.15-16). O coração frio é insensível as coisas de Deus.
O coração morno é indiferente. Mas o coração quente é um coração apaixonado, alegre cheio de amor. O coração ardente, não é egoísta e nem busca os seus próprios interesses, pelo contrário, deseja o bem-estar dos outros, deseja servir Deus, a família, a igreja, ao ministério e ao mundo.

I.         QUALIFICAÇÕES DE UM MÚSICO

1. Real experiência com Deus (Jo 3.3). A pessoa que teve uma real experiência com Deus é aquela que não vive mais para si mesma (Rm 14.7-8) e nem para o pecado (Gl 5.24; Rm 6.6, 11-14); possui uma inclinação para as coisas que são do alto (Cl 3.1; Mt 6.33) e sua experiência se baseia na Palavra de Deus e no Deus da Palavra.

O problema que temos encontrado nesses dias, é que muitos músicos não tem uma real experiência com Deus, ou seja, não são regenerados. O que eles possuem é apenas uma vontade de tocar e cantar. Os problemas surgem porque falta coração regenerado. O músico precisa passar pela experiência da regeneração. Este é o requisito básico e principal para todo aquele que quer servir na casa do Senhor.

2. Consagração (Lv 27.28-29). Consagrado significa ser separado para servir conforme o propósito de Deus. Quando temos uma real experiência, somos separados do pecado a fim de servirmos a Deus e vivermos para Ele (2ª Co 5.15).

Portanto, o verdadeiro adorador tem a convicção de que é uma pessoa separada por Deus, e que seus dons e talentos são dedicados inteiramente ao serviço à Ele. De que maneira temos utilizado os nossos dons e talentos? Temos utilizado para os nossos próprios interesses ou para servir a Deus e as pessoas? A evidência clara de que alguém tem uma vida consagrada a Deus são os frutos que acompanham o seu serviço (Tg 2.18, 26; Jo 12.24; 15.18). Qual o fruto que você tem oferecido?

3. Servo. Mt 20.26-28 “Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.”

João 12. 12-15: Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? 13 Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. 14 Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. 15 Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.”
Em Jesus podemos ver o modelo de servo. Ele como Deus não precisava servir, mas deixou este exemplo para Sua Igreja. Ele veio servir e dar a Sua vida por muitos.

O talento musical não coloca ele acima de ninguém. Não fomos escolhidos para sermos servidos, mas estamos dispostos a servir, ou seja, temos que ter a mentalidade de servos. O verdadeiro servo é conhecido não pelo seu título, mas pelo seu modo de viver.

Infelizmente, encontrado músicos que não tem o coração de servo, por isso, não é difícil ouvirmos frases do tipo: “o meu instrumento é melhor”, “a minha música é melhor”, “a minha banda é melhor”, “eu sou o melhor”, “não abro mão do meu lugar à ninguém”, “não faço tal coisa porque não é o meu ministério”, etc. Por causa dessas frases desses músicos, tem se criado em nosso meio um terrível espírito chamado competição. Isso com certeza entristece o coração de Deus, e ao mesmo tempo, dá lugar a um ambiente de desamor, impróprio à presença divina (1ª Co 3.1-7).

O responsável pelo espírito de competição chama-se Satanás! (Ez 28.2; 1º Rs 18.21). Desde o princípio do mundo, ele tem procurado competir sem êxito, com o Todo Poderoso. Satanás tem tido acesso ao meio evangélico, através deste espírito de forma muito sutil.

Saiba que o reino das trevas é o reino da competição, e o reino de Deus, o da cooperação (Sf 3.9; Ef 4.16). Podemos ter características diferentes e estilos diferentes, mas isso não impede que sirvamos ao Senhor em unidade e ajuda mútua.

Ser um música ou cantor é ter um coração de servo, que tem como motivação principal servir a Deus, a família, aos irmãos e aos perdidos.

4. Submisso. “Todo o homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que proceda de Deus; e as autoridade que existem foram por ele instituídas” (Rm 13.2).

Você é uma pessoa submissa? Submissão significa estar debaixo de uma missão. Submissão é reconhecer a soberania de Deus e nos colocar à disposição d’Ele para cumprirmos a missão que nos foi proposta. “A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros” (1º Sm 15.22). A Palavra fala de submissão e também nos ensina como e com quem devemos exercer submissão. Devemos, por exemplo, ser submissos às autoridades. As mulheres aos seus maridos. Os filhos aos pais. Os liderados a seus líderes. Submissão não é se “rebaixar” como dita o mundo, mas submeter é uma representação de respeito, amor, consideração, obediência... Honre as pessoas que são autoridades em sua vida.

Existe, hoje em dia, um aspecto importante que tem se tornado um grande problema, onde observamos que muitas bandas gospel não querem estar ligadas a nenhuma igreja e a nenhum pastor. Em Provérbios 18.1 diz, que “O solitário busca o seu próprio interesse, e insurge-se contra a verdadeira sabedoria”. Músico precisa ser pastoreado. Quem deseja andar isoladamente, está buscando o seu próprio interesse, tendo uma atitude egoísta.

Nós músicos precisamos de cobertura espiritual, ensino, admoestação e correção dos nossos líderes, e a partir de então, ganharemos autoridade para ministrar e seremos uma benção para o corpo de Cristo.

Aquele que agora tem um coração novo é capaz de submeter-se à vontade de Deus, aos líderes e aos irmãos (Ef 5.8-21).

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

OS MÚSICOS E O USO DE INSTRUMENTOS NO LOUVOR


Há muitos cuidados que o músico na igreja deve tomar para não quebrar a ética na Casa de Deus. Gostaríamos de citar aqueles que julgamos mais necessário.

Se os instrumentistas vão fazer solo, deverão o volume dos aparelhos numa altura que seja a ideal, confortável ao ouvido, e não abrir todo o volume, como muitos fazem, achando que todo mundo está gostando.

Com toda honestidade, muitas igrejas hoje aumentaram tanto o volume que dá para rachar a parede do prédio da igreja. A Bíblia nos ensina a louvar “ao Senhor com harpa, cantai a Ele com saltério de dez cordas….. tocai bem e com JÚBILO” (Sl 33.2-3). Mas, nesta época quando o som é amplificado eletronicamente e somos bombardeados por todos os lados, muitas vezes se torna impossível até pensar. Portanto, é a opinião deste autor que o uso de instrumentos musicais na adoração pública deve ser limitado em número – e com certeza o volume nunca deve chegar ao ponto de atrapalhar a adoração verdadeira que sobe do coração e da mente.

Se vão acompanhar, devem apenas acompanhar. Acompanhamento quer dizer executar em segundo plano. O que muitos fazem hoje, é abafar as vozes principais, que estão no primeiro plano. Isso é falta de sabedoria, de bom-senso. Significa que não há um responsável por isso, e que estão agindo de modo absoluto, como bem entendem. Significa que o dirigente deixou tudo à vontade, com a desculpa que isso é “liberdade no Espírito”, quando na realidade é desorganização do responsável. O instrumento não é para abafar a voz de quem canta, mas acompanhá-la.

A adoração não é para exibição do homem – não é para ele aparecer nem ser admirado por sua capacidade artística. Nunca se deve permitir que os instrumentos transformem a adoração em divertimento. Jamais devem interferir no caráter espiritual da adoração.

A música na Igreja, segundo a Bíblia, deve ter pelo menos três propósitos, a saber (Cl 3.16):
1. O propósito da adoração a Deus.
2. O propósito do louvor a Deus.
3. O propósito do serviço para Deus.

Podemos ter muita música na igreja, mas sem o propósito da adoração. Nesse caso, a nossa música será tão somente “metal que soa e sino que tine” (1ª Co 13.1). De todos os ministérios que integram o culto cristão, o que mais está sofrendo é o da música. Têm igrejas que os líderes perseguem os músicos, em vez de educá-los e orientá-los. Em outras, eles fazem como desejam, pois estão “louvando”.

Os músicos e dirigentes, precisam ter uma preparação musical, teórica e acima de tudo espiritual, para que o louvor possa atingir o coração de Deus.

Muitas música nas igrejas é simplesmente uma coisa qualquer, mas não é música espiritual, que arrebata, que transforma, que fala ao coração, que edifica, que inspira, que toca a alma, e não apenas os nossos ouvidos e sentimentos.

Não me refiro só à melodia, harmonia e ritmo. Não. Refiro-me também à letra, muitas vezes anti-bíblica, irreverente, filosófica. Isso é porventura “música de Deus”, como está escrito em 1º Crônicas 16.42? Porque acontece isso? Geralmente, porque seus autores não andam com Deus para d’Ele receberem a Palavra que edifica.

A música na igreja não deve apenas encher nossos ouvidos, mas muito mais o nosso coração, de modo que ela sirva de instrumento para Deus revelar e manifestar Sua presença em nosso meio. É isso que eu chamo de música como um serviço a Deus.

É necessário que cada igreja tenha um departamento de música sob a direção de alguém competente e escolhido pra isso, para coordenar todas as atividades musicais da igreja.

Enquanto a congregação canta dois ou três hinos em todo o culto, solistas, conjuntos, corais e bandas de metais canta e tocam cerca de 20 hinos (como já presencie)! Sim, em muitas igrejas, a congregação não canta mais ao Senhor por causa da desordem do culto.

Segundo as Escrituras, o incenso sagrado (que simboliza a oração e a adoração) era composto de vários ingredientes, mas todos de peso igual (Êx 30.34).

O Azeite vinha na frente (Êx 30.22-23). Depois o incenso (Êx 30.34-38). O azeite fala do Espírito Santo. A predominância do Espírito Santo na vida do crente e no ambiente leva a uma profunda e santa adoração.

Montagem e arrumação de instrumentos durante o culto é desorganização, bem como afina-los durante o culto. Preparem tudo antes do culto. Honrem a Deus, fazendo do seu culto um momento de encontro com Ele, e não uma miscelânea que ninguém sabe o que é.

A questão dos cantores é outro assunto bastante delicado, especialmente quando são de fora, embora com seus estilos peculiares, procuram deixar uma impressão de espiritualidade, quando muitas vezes não são. Geralmente são indisciplinados, autoritários, chegam quase sempre atrasados e, nesse caso, perturbam o culto.

Ele conversão durante o tempo em que não estão cantando, não dizem quantos hinos vão cantar, nem pedem permissão ao pastor para isso. Acham que, por serem cantores, tem a liberdade de fazerem o que querem. Onde está a humildade e as características de um verdadeiro ministérios de canto? Então, só porque sou cantor e vou adorar a Deus noutra igreja terei de cantar? Se os dirigentes não tomarem providências, não teremos outro elemento no culto a não ser a música, e nem isso, porque, como já vimos, é música sem unção, sem mensagem, sem graça divina, e muitas vezes sem nada!


Muitos hinos são como uma flor artificial: quase perfeita, mas sem vida, sem perfume, sem crescimento” [GILBERTO. Mensageiro da Paz. P. 15].

terça-feira, 28 de novembro de 2017

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO CULTO


A importância do louvor a Deus no culto consiste essencialmente em três coisas fundamentais:
1º) QUEM LOUVA
2º) COMO LOUVA
3º) A QUEM LOUVA

Podemos afirmar com toda a convicção que o louvor requer das pessoas condições que as diferenciam das demais, pois conforme está escrito em 2º Cr 5.l2, “Todos os levitas que eram cantores, Asafe, Hemã, Jedutum, e seus filhos, vestidos de linho puro...” ou seja; se caracterizam através de sua santificação, uma vez que o linho puro significa o símbolo de veste perfeita, santidade e coração puro conforme Ap 19.8 que diz “O linho puro são os atos de justiça dos santos”.

Tiago nos escreve na sua carta dizendo: “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante Louvores” (Tg 5.13).

Existem hinos de adoração, ensino, inspiração, desafio, súplica e tantos outros; mas para cada finalidade deve ser usado o cântico adequado. Por isso a música pode e deve ser planejada, cabendo ao dirigente do culto a organização dos louvores.

1. Prelúdio. A entrada das pessoas no local do culto tem muita importância no processo da adoração. Os músicos devem usar (executar), músicas repousantes, tranquilas, como prelúdio, a fim de que todas as pessoas se tornem uma unidade espiritual, livre de preocupações, pressa ou excitações, preparadas para adorar ao Senhor. A música para o prelúdio deve ser calma, introspectiva e confortadora.

2. Canto congregacional. As pessoas que vêm cultuar a Deus devem cantar. O cântico faz parte da integração pessoal e a participação de todos é essencial. O ouvir a mensagem é uma parte definida do culto. Um hino é uma oportunidade para a congregação declarar sua experiência e se regozijar coletivamente na doutrina cristã.

Em algumas igrejas hoje existem muitas apresentações e pouco louvor congregacional. A igreja quase não participa da adoração, mas mera assistente dos apresentadores.

Por ocasião da reforma, Lutero restabeleceu o uso do canto congregacional, por compreender a importância da música no culto divino, com a participação dos fiéis nos louvores ao Senhor.

3. Interlúdio. Os hinos devem ser cuidadosamente selecionados, como a própria mensagem o é. O dirigente do culto deve ter em mente todas as sequências do culto, para que junto com o ministro do louvor, ambos sejam conscientes de seus deveres, consultando-se mutuamente.

4. Ofertório. O ofertório tem lugar antes da pregação, enquanto a congregação louva os ofertantes contribuem para manutenção da obra de Deus. O louvor serve para recolher a oferta e servir de preparatório para a pregação central do culto.

5. Apelo. A música tem seu valor também no apelo. O hino de apelo é tão parte do culto como é o próprio sermão. Cabe ao ministro de louvor executar um hino de acordo com a mensagem.

Raramente convém mudar os hinos durante o apelo. É bom começar com um hino e manter vívido o seu chamado e sua mensagem.

O louvor deve ser usada no momento certo, de maneira certa e de conformidade com a mensagem explanada.

6. Poslúdio. É uma música de encerramento executada geralmente pela orquestra ou grupo de louvor.
As pessoas raramente ouvem o poslúdio. Isso não significa que ele seja desnecessário; ele tem seu efeito próprio.

O poslúdio propicia aos membros da igreja a cumprimentar os demais membros, possibilitando, em fim um momento salutar de confraternização.


A música ou o hino utilizado no poslúdio deve ter efeito acolhedor, cordial e de harmonia entre os crentes e demais visitantes.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA IGREJA


Como isso se traduz em ação prática para a Igreja hoje? Quais os princípios que existem nas Escrituras que podem nos direcionar para a música na Igreja? Música na casa de Deus é bem destacada no reinado do Rei Davi. Davi era um homem segundo o coração de Deus porque, antes de qualquer coisa, Davi sabia como cantar, bradar e dançar diante do Senhor.

“E Davi ordenou aos chefes dos levitas que designassem alguns dos seus irmãos como cantores, para tocarem com instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos, e levantassem a voz com alegria” (1º Cr 15.16).

O texto acima mostra-nos a importância e a antiguidade da música no culto a Deus. No reino de Davi o ministério da música era colocado em pé de igualdade com o sacerdócio.

Davi era um rei pastor que tinha a música em seu coração. Quando ainda bem jovem já tocava a sua harpa e afugentava os espíritos malignos da casa de Saul com as suas doces melodias. Ele se tornou mais tarde num grande compositor. Muitos dos nossos salmos foram compostos por ele.

Davi tinha cerca de 4 mil cantores e duzentos e oitenta e oito professores de música. Sua equipe estava dividida em 24 turnos, e o povo louvava ao Senhor perante a Arca do Concerto.

Há muitas coisas importantes que precisamos considerar quanto à música na igreja. Que tipo de instrumento devemos usar? E aqui as opiniões se divergem e é impossível agradar a todos. Embora tendo as minhas preferências, julgo que o problema não está nos instrumentos e sim nos instrumentistas. Estes, antes de afinarem seus instrumentos, devem afinar as suas vidas com Deus. Antes de serem instrumentistas, precisam ser verdadeiros adoradores. Aquele que tem a incumbência de conduzir o povo de Deus à adoração precisa estar cultuando a Deus em espírito e em verdade.

As letras e os ritmos dos nossos cânticos e hinos são importantes. Há cânticos que não dizem nada. Em alguns nem mesmo o nome de Deus aparece uma só vez; outros são repletos de erros doutrinários, abrindo caminho para a entrada de heresias no seio das igrejas; e há ainda aqueles que dão aos crentes um atestado de ignorância pela maneira como atropelam a língua portuguesa. Mas há, também, bons cânticos. Letra e música sérias. Alguns até chegam a entrar em nossos hinários e se perpetuam. Os que são bons ficam. Aqueles que não têm qualidade musical andam vagando, mudando de cara em cada lugar onde chegam, acabando, graças a Deus, por desaparecerem.


Precisamos cantar mais. Temos razões de sobra para cantar. Cantamos na vida e na morte. Mas devemos cantar de maneira consciente e coerente com a nossa fé. Músicas com letras que façam pensar; letras com músicas que façam sentir. Sem nunca perdermos de vista que o nosso Deus exige decência e ordem em tudo. Não há lugar para barulho ou desordem num culto verdadeiramente espiritual.

Pr. Elias Ribas

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

OS INSTRUMENTOS MUSICAIS NO LOUVOR



O propósito deste capítulo é examinar principalmente o uso e abuso dos instrumentos musicais na adoração das igrejas do Senhor. Este é um grande assunto e temos convicções pessoais fortes que ansiamos expressar, mas intencionalmente nos limitamos. Não espere que cheguemos nem mesmo à superfície. Algumas áreas de consideração – tais como orquestras da igreja, bandas de adoração, grupos instrumentais, sistemas de som, teclados eletrônicos e música com playback – serão completamente excluídas, salvo esta menção.

I.         OS INSTRUMENTOS MUSICAIS SÃO BÍBLICOS?

Como já vimos, há referências na Bíblia, inclusive vários exemplos, do uso de instrumentos musicais na adoração (2º Sm 6.5; 1º Cr 15.16, 16.4-6, 25.1 e 6; 2º Cr 29.25, 28; Ne 1.27; Sl 33.1-3, 68.24-25, 71.22, 150.1-6; Ap 14.1-3, etc.). Há quem argumente que sendo estes instrumentos incorporados como parte da adoração no templo, durante o período do Velho Testamento – e já que a adoração no templo foi abolida em Cristo – não existe a necessidade de instrumentos musicais nas igrejas hoje. Por outro lado, a crença mais comum é que os instrumentos de música (embora não requeridos) são permitidos. É esta segunda opinião que defendemos neste capítulo.

1. Os instrumentos, sem dúvida, foram usados na adoração no templo durante o Velho Testamento, mas também eram usados em outras ocasiões. Por exemplo, depois que Deus libertou a nação de Israel da escravidão egípcia e a fez atravessar o Mar Vermelho a salvo, o povo cantou ao Senhor o hino de Êxodo 15, sendo acompanhado evidentemente com tamboris  (v. 20). Não era esta uma forma de adoração pública? Mas não foi um ritual do templo; aconteceu anos antes do templo ser construído.

2. Em nenhum lugar as Escrituras ensinam que cada parte do culto do templo foi abolida pela obra de Cristo. A lei – com o sacrifício de animais e cerimônias de adoração – se cumpriu em Cristo. O véu do templo se rasgou ao meio quando Jesus morreu (Mt 27.51), indicando que um novo e vivo caminho se abrira à presença de Deus. O próprio templo foi destruído no ano 70 d. C. quando o exército romano conquistou Jerusalém. Mas muitas coisas associadas à adoração no templo são praticadas ainda hoje. Por exemplo: o templo era uma casa de oração (1º Rs 8.28-53; Is 56.7; Mt 21.13) e um lugar onde Deus ouve os votos e confissões de Seu nome (1º R 8.31-33). Os sacrifícios de comida e bebida não fazem parte mais da adoração nas igrejas do Novo Testamento, mas as orações, votos, confissão e ensino, com certeza, ainda continuam. Portanto, não podemos argumentar plenamente que a adoração completa, como feita no templo, foi abolida.

3. Um propósito para o uso de instrumentos musicais no templo era guiar os cantores no louvor (2º Cr 29.26-28). O louvor é algo que continua claramente nas igrejas do Novo Testamento.
Uma boa forma de louvar a Deus é através da música. A Bíblia diz em Sl 33.1-3 “Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos retos fica bem o louvor. Louvai ao Senhor com harpa, cantai-lhe louvores com saltério de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo”.

4. Às vezes, argumenta-se que as sinagogas judaicos no tempo de Jesus não usavam instrumentos musicais. A música tinha sido profanada nos tempos de Jesus e os rabinos haviam abolido nas reuniões e nas sinagogas judaicas.  Não quero criticar as sinagogas judaicas. O próprio Senhor Jesus assistia costumeiramente os cultos na sinagoga (Lc 4.16). Por outro lado, as Escrituras mantêm silêncio quanto à origem das sinagogas.

5. Outra observação é que a maioria das igrejas que se recusam a usar instrumentos musicais ainda permitem o uso de flauta, a fim de fazer a congregação começar na nota correta. Mas se uma igreja usa um instrumento para ajudar o povo a achar a primeira nota, por que não usa também para achar a segunda e a terceira? E se a nota principal do soprano é dada, por que não as notas do contralto, do tenor e do baixo? E se os instrumentos podem reger a melodia e harmonia, por que não podem também ajudar a congregação a manter o ritmo e o tempo certos?

6. Por que Deus permitiria instrumentos musicais no templo e os proibiria nas igrejas? É lógico que Deus tem todo o direto de fazer o que Lhe agrada – mas geralmente não daria uma ordem nem a retiraria sem designar uma razão. Há quem especule que Deus permitiu uma forma mais complicada de adoração no Velho Testamento, com instrumentos e rituais específicos, por causa da imaturidade do povo e dureza de coração, mas prescreveu os cânticos espirituais sem acompanhamento no Novo Testamento, porque esse tipo de música é mais “simples” e “puro”. Mas a Bíblia nunca disse isso! Ela nem sugere que cânticos sem acompanhamento sejam de algum modo mais simples ou mais puros do que os acompanhados com instrumentos, nem mesmo que uma simplicidade assim é exigida na adoração. Sem dúvida, as Escrituras nunca comparam o valor do cântico com acompanhamento com o do que não tem acompanhamento.

O argumento de rejeitar o uso de todos os instrumentos musicais nas igrejas – No meu entendimento – é de um silêncio que não pode ser provado.

II.      INSTRUMENTOS APROPRIADOS

Quanto aos instrumentos, a Bíblia não faz exceção de nenhum instrumento para o louvor a Deus. No salmo 150, encontramos uma relação de instrumentos utilizado no louvor a Deus: trombeta, saltério, harpa, adufe, flauta, alaúde, citara, címbalos, clarim, órgãos pífaro, tambor e tamborim.

Há questões legítimas sobre o tipo de instrumentos musicais apropriados e bíblicos. Aceitamos piano e órgão? E o que dizer de violão e banjo? E gaitas e flautas? Permitimos baterias e pandeiro? E trombetas e sinos? Não nos esqueçamos dos instrumentos caseiros? Qualquer tipo de instrumento é permitido?

Algumas pessoas procuram especificar determinados instrumentos para o louvor a Deus. Isso varia em função da região, povo, costume etc. Contudo, o importante não é o instrumento usado, mas sim quem toca, como toca e para quem toca.

Os instrumentos musicais indicados no tempo do Velho Testamento pertenciam a três grupos: cordas, sopro e percussão.

1. Os instrumentos de corda eram principalmente as harpas e os saltérios – mas qualquer uma das palavras pode representar uma variedade enorme de instrumentos. Por exemplo: as harpas variavam de tamanho e estilo. Algumas talvez fossem enormes, mas a maioria era pequena e bem leve. O Salmo 137.2 fala de pendurar as harpas nos salgueiros, indicando que elas não eram instrumentos grandes. Normalmente a harpa podia ser tocada enquanto era levada em procissões ou marchas (1º Sm 10.5; 1º Cr 13.7-7; Is 23.16). Certa Enciclopédia (The International Standard Bible Enclyclopedia) sugere que “instrumentos com arcos eram desconhecidos; as cordas eram tangidas com os dedos ou com um plectro”. Não com arco! Os saltérios também possuíam muitas variedades: gaita de foles, alaúdes e instrumentos parecidos com o violão. O Sl 33.2 parece indicar que alguns saltérios tinham dez cordas – provavelmente uns tinham mais e outros menos.

2. Os instrumentos de sopro incluíam flautas, cornetas (trombetas) e órgãos. Mais uma vez, parece haver muita incerteza quanto às descrições, mas os órgãos (mencionados pela primeira vez em Gênesis 4.21) eram, sem dúvida, instrumentos simples de junco, de algum modo semelhante aos oboés de hoje – e feitos de madeira, marfim ou osso. Devia haver uma variedade de formas e estilos. As cornetas (trombetas) eram feitas geralmente usando-se os chifres de carneiros e bodes, mas pelo menos em uma ocasião, usava-se a prata (Nm 10.1-10; Js 6.4-7; Jz 7.16-23). As gaitas eram variedades diferentes de flautas.

3. Os instrumentos de percussão eram principalmente os tambores, tamboris e címbalos. Certa Enciclopédia (The International Standard Bible Enclyclopedia) sugere que no Velho Testamento os tambores eram usados em muitas ocasiões festivas, mas nunca são mencionados em conexão aos cultos divinos. Os címbalos, embora usados às vezes na adoração, eram usados principalmente pelos chefes da música (regentes do coral) como meio de reger (1º Cr 15.19).

Então, como vamos responder à pergunta sobre que tipos de instrumentos são permissíveis? Os instrumentos designados por Davi para serem usados na adoração eram os saltérios, as harpas, os címbalos, as cornetas e trombetas (1º Cr 15.16, 24, 28). Deviam ser tocados pelos sacerdotes e levitas. No reinado de Ezequias estas regras foram reiteradas em 2º Crônicas 29.25: “E pôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, com saltérios, e com harpas, conforme ao mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do Senhor, por mão de seus profetas”.

Pessoalmente, então, (cada homem seja persuadido por si próprio), achamos que a Bíblia deixou estas diretrizes:
3.1. São permitidos instrumentos musicais das três categorias: cordas, sopro e percussão, na adoração pública.
3.2. Os instrumentos musicais devem ser tocados por pessoas espirituais que dão evidência de terem sido separadas pelo Senhor.
3.3. Os instrumentos musicais devem ser tocados para a glória do Senhor como acompanhamento.

Pr. Elias Ribas