TEOLOGIA EM FOCO

domingo, 6 de outubro de 2013

CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

I.         INTRODUÇÃO

A Congregação Cristã no Brasil é vista por alguns como uma seita, por outros como um movimento contraditório.

Nem todas as doutrinas e práticas desta religião estão erradas. Podemos afirmar que está entre aquelas seitas que possuem mais compatibilidade com os ensinos bíblicos e seríamos injustos se ignorássemos seus pontos positivos. Porém, seus deslizes são perigosos e merecem uma acareação bíblica para que sejam bem esclarecidos e nunca aceitemos nenhuma de suas heresias.

Nosso objetivo nesta lição é demonstrar o caráter sectarista e exclusivistas desta igreja, fato que nos impede a tratá-los no mínimo como um movimento contraditório; pois suas doutrinas são fundamentadas em versículos isolados, e mal interpretados, das Escrituras. Além disso, seus membros vêem as demais igrejas como seitas.

II.      FUNDO HISTÓRICO


Luis Francescon, nascido em 29 de março de 1866 de 1866, na comarca de Cavasso Nuevo, província de Unide, Itália, imigrou para os E.U.A. e começou ter conhecimento do Evangelho através da pregação do irmão Miguel Nardi. Em 1891, tornou-se cristão e no ano seguinte, ele e o grupo evangelizado pelo irmão Nardi e algumas famílias da igreja Valdense fundaram a primeira igreja Presbiteriana Italiana.

1.   Uma experiência com o batismo.
Conforme o próprio relato de Luis Francesco, após três anos e meio freqüentando a igreja Presbiteriana Italiana, enquanto lia o trecho bíblico de Colossense 2.12, ouviu duas vezes as seguintes palavras: “Tu não obedeceste a este mandamento”. A partir daí, inicia o questionamento do batismo por aspersão praticado por aquela igreja. Com Jesus aprendemos a forma bíblica do batismo (Mt 3.15-16).

2.   O rompimento com a igreja Presbiteriana.
Com a viagem do pastor da igreja local, coube a coube a franscescon, como ancião, presidir a reunião mo dia 6 de setembro de 1903. Ali, ele teve a oportunidade de falar acerca da “revelação” do batismo e convidou a todos os membros daquela igreja para assistirem ao seu batismo por emersão. Ao seu batismo compareceram cerca de 25 irmãos, dos quais 18 foram batizados.

Com o retorno do pastor da igreja, franscescon não pode fazer outra coisa senão pedir seu desligamento com o grupo batizado de forma desobediente. Assim, estabeleceram uma pequena comunidade evangélica livre, reunido-se na casa dos irmãos. Entretanto a Bíblia proíbe divisões no corpo de Cristo (1ª Co 12.25).

3.   Congregação Cristã no Brasil.
Surgiu entre os imigrantes italianos e americanos e inicialmente se limitava a dar assistência aos mesmos. A partir de 1910 o movimento ganhou força com a mensagem pentecostal e dois núcleos foram estabelecidos: um no Paraná, reunindo membros de origem católica, e outro em São Paulo, com membros de origem evangélica. A partir daquela data o movimento espalhou-se e hoje conta, segundo estimativas, com novecentos mil adeptos em todo o Brasil. A maioria concentra-se ao redor de São Paulo (80%) e o restante ao sul do País. São conhecidos como “glórias” e se consideram a única igreja certa.

A história da Congregação Cristã não traz maiores diferenças que possam explicar sua posição sectária de hoje, mas no decorrer do tempo foi adequando a certos individualismo. Baseados na história narrada pelo próprio Franscescon, podemos ver que o comportamento deles hoje é bem diferente de seu fundador, que mantinha comunhão com as demais dominações. A comunhão será sempre a marca dos verdadeiros filhos de Deus (Sl 1333).

4.   A causa do individualismo.
Congregação Cristã teve sua origem num ambiente teológico, onde dominava a doutrina da predestinação. Somando a isso, algumas profecias diziam que lhes seriam enviado os que haveriam de se salvar. Pelo fato do ancião Franscescon não ficar continuamente junto aos novos grupos, isto trouxe com certeza grandes erros na interpretação da liderança nacional. A Bíblia ensina que devemos conhecer o estado de nossas ovelhas (Pv 27.23).

III.   PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

Pontos positivos. Os seguintes são denominados pontos positivos porque têm embasamento bíblico e são prática comum entre os evangélicos.

a) Assistência social. É costume dos núcleos desta Igreja manterem uma comissão de assistência social, composta por alguns homens e mulheres. Esta comissão certifica-se das necessidades dos adeptos ou não, e os socorre quando houver real carência. A ajuda tanto pode ser em objetos ou dinheiro. Key Yuasa, pesquisando a Congregação, disse que “a Igreja organizou grandes empresas industriais para aliviar o número de desocupados, cujos operários não pertencem à Congregação e são evangelizados pelos crentes” (T.G.Leite F). (Base bíblica: Gl 2.10).

b) Pentecostalismo. Os adeptos da Congregação geralmente são fervorosos em suas práticas religiosas. Aplicam-se à oração acompanhada pelo jejum, buscam o batismo com o Espírito Santo e oram em línguas e profetizam. Valor relevante entre eles é dado à profecia. “Quem faz tudo é o Senhor”, quase tudo é atribuído a uma direção ou sinal direto de Deus. Base Bíblica para o batismo com o Espírito Santo: (At 2.1-4).

c) Santidade corporal. Diferente do que ocorre em outras seitas que saturam o país e o mundo, os adeptos da Congregação dão valor a santidade do corpo. Não bebem, não fumam, suas mulheres andam com trajes honestos e não costumam usar pinturas, embora não as proíbam. Também procuram dar bom testemunho na sociedade onde convivem. Base bíblica: 1ª Pd 1.15.

Pontos negativos. A análise honesta de seus pontos positivos, por si mesma exige outra igual dos pontos negativos, pois aqueles não anulam o efeito destes.



IV.   DOUTRINAS PRINCIPAIS

1.   São Exclusivistas.
Ao analisarmos o pensamento doutrinário da Congregação Cristã no Brasil, temos a impressão de que seus líderes criaram um Evangelho só para eles. A maioria de seus adeptos defendem o pensamento errôneo de que a salvação só é possível na sua própria igreja. A Bíblia declara que a salvação é um dom de Deus para todos (Ef 2.8-9).

A despeito desse perigoso sectarismo, devemos levar em conta o que diz a Bíblia. A Palavra de Deus garante que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (At 2.21; Jl 2.32; Rm 10.13). A salvação portanto está em Jesus (Jo 14.6; At 4.12) e não em organizações religiosas.

2.   Batismo em nome de Jesus.
Segundo os adeptos da CCB, o batismo só é válido se efetuar em nome de Jesus. Eles usam a passagem de At 2.38 para justificar a doutrina medieval de que as águas do batismo tem propriedades miraculosas para purificar pecados.

O apóstolo Paulo delimitou com muita propriedade o batismo do Evangelho (1ª Co 1.14-17); ele era contra a forma externa bem típica do judaísmo. A salvação é pela graça (Ef 2.8-9). Ou seja, é um ato da graça de Deus (Tt 2.11). A regeneração é obra do Espírito Santo (Tt 3.5), enquanto que o batismo em águas é um sinal arrependimento; é um ato público de fé.

Infelizmente, eles não reconhecem o batismo efetuado por ministros de outras denominações mesmo sendo evangélica e em nome da Trindade (Mt 28.19). Entretanto, não podemos concordar com a maneira pela qual a Congregação Cristã ministra o batismo nas águas, sem preparo algum para os novos convertidos. Reconhecemos que a validade do batismo depende do preparo do batizado (At 8.36-38).

3.   Não aceitam o ministério pastoral.
A CCB concentra-se os ministérios principalmente do patriarcalismo. Possui apenas anciãos, diáconos, cooperadores e estes são seus líderes. A CCB é contra o cargo pastoral, embora Francescon mantivesse comunhão com os demais pastores, tendo-os em alta estima.

Dizem que somente Jesus Cristo é seu pastor e consideram um erro assalariar um pastor ou qualquer outro líder. Para defenderem estas idéias, usam especialmente o texto de Ezequiel 34.1-10. Parece-me que eles só estudam o Velho Testamento. Afinal, pastores e evangelistas são dons ministeriais (Ef 4.11) designado para a liderança do rebanho de Deus no Novo Testamento. Bata ler a carta do apóstolo São Pedro:

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (1ª Pe 5.1-4).

“O presbítero ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade” (3ª João 1.1).

Deus chamou obreiros.
Ministério de tempo integral na Igreja e o seu consequente sustento é tão divino quanto a existência da Igreja. Os seguintes textos o provam:

Deus condenou os infiéis pastores - líderes religiosos e políticos - da nação de Israel. Porém, prometeu que levantaria um pastor fiel: Davi (Ez 34.23,24).

Jesus é descendente de Davi segundo a carne e perpetua o reinado deste sobre Israel (Lc 1.31-33). Mas é também o fundador e Senhor da Igreja, composta por todos os salvos pelo seu próprio sacrifício (Ef 5.25b; Cl 1.24b).

Como supremo Pastor de Israel e da Igreja (1ª Pd 5.4), Jesus constitui homens fiéis para exercerem o ministério pastoral em seu nome e sob a unção do Espírito Santo (Ef 4.11; Mt 10.1-4; At 20.17,18; 1ª Pd 5.1).
A grande tarefa destes líderes é apascentar o rebanho do Senhor com amor e dedicação, procurando aperfeiçoá-la cada vez mais (Ef 4.11-16). Tudo para a glória de Deus (1ª Tm 1.12,17).

Sendo chamados por decreto divino para exercerem um ministério de tempo integral, é perfeitamente lícito que os obreiros de Deus sejam sustentados pela igreja (1ª Co 9.6-14). Se o Senhor ama os pecadores indignos a ponto de abençoá-los (Mt 5.45) e enviar homens - e até famílias - para resgatá-los, não se importaria com seus obreiros fiéis? Para isso ele usa a Igreja (Fp 4.14-18).

Infelizmente tudo que acontece na Congregação Cristã está relacionado ao sentimento. É sempre necessário sentir para se realizar alguma obra ou até mesmo para orar por alguém. Ao lermos na Bíblia, encontramos a perfeita vontade de Deus sobre este assunto (Fl 2.2; Tg 5.13-16).

5.   Sustento de obreiros.


“Se não sou apóstolo para outrem, certamente, o sou para vós outros; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. A minha defesa perante os que me interpelam é esta: não temos nós o direito de comer e beber? E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho? Porventura, falo isto como homem ou não o diz também a lei? Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi, quando pisa o trigo. Acaso, é com bois que Deus se preocupa? Ou é, seguramente, por nós que ele o diz? Certo que é por nós que está escrito; pois o que lavra cumpre fazê-lo com esperança; o que pisa o trigo faça-o na esperança de receber a parte que lhe é devida. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? Se outros participam desse direito sobre vós, não o temos nós em maior medida? Entretanto, não usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1ª Co 9.4-14).

O grifo é do autor e desejo ressaltar que a CCB usa versículos isolados sem analisar o contexto, e assim criam seus amaranhados distorcendo as doutrinas bíblicas.

O texto acima é a defesa de Paulo sobre o sustento dos obreiros. Os que pensam doutro modo, ficam sem argumentos ante a clareza e o objetividade com que o apóstolo trata o assunto.

A Bíblia deixa bem claro que os dízimos eram destinados aos levitas e sacerdotes (Nm 18.21-24; Hb 7.5), para que houvesse sempre mantimentos na casa de Deus (Ml 3.10). Os filhos de Levi e os ministros do altar e os ministros do altar, por sua vez, pagavam os dízimos recebidos (Nm 18.26).

Paulo, como os demais judeus, tinham uma profissão alternativa – fazedor de tendas (At 18.3). Desse ofício provinha o necessário para o sustento, pois temia escandalizar os irmãos, e não queria correr o risco de ser interpretado como aventureiro, em Corinto.

6.   Não aceitam que o líder estude.


Dizem que não é necessário seus líderes estudarem, pois o Espírito Santo dá sabedoria e palavras na hora em que necessitam. Usam Mateus 10.19,20 como base para este argumento. Não será esta aversão aos estudos teológicos um dos motivos de suas más interpretações dos textos bíblicos?

A sabedoria procede de Deus. É isto que nos ensina Pv 1-9.
a) A criação do universo e da terra demonstram sabedoria (Sl 104.24), os planos divinos para o mundo e o homem são sábios (Sl 139.6) e o homem necessita de sabedoria para bem viver (Pv 4.5-6). Como o homem nasce completamente ignorante, seu intelecto deve ser desenvolvido através dos estudos (Ec 12.12).

b) A sabedoria espiritual, seja do conhecimento de Deus (Os 6.3) ou para o exercício do ministério (1ª Jo 2.20), deve ser buscada em oração e independe de outros assuntos. Porém, aquela sabedoria mencionada em Mt 10.19,20, dizia respeito à capacitação divina para enfrentar os tribunais em época de perseguição.

c) Aqueles que Deus chamou, ungiu e separou para serem líderes do rebanho, pela própria natureza da função, devem se esforçar pelo auto-desenvolvimento intelectual e buscarem mais conhecimentos teológicos. Vivemos na época da multiplicação da ciência, das grandes transformações sociais e precisamos ter resposta para tudo (At 26.24; 1ª Tm 4.13, 2ª Tm 4.13). A sabedoria não prejudica a espiritualidade, como pensam alguns. Se assim fosse, Paulo, Timóteo e o próprio Senhor Jesus não seriam sábios na Lei e não estariam bem informados (Lc 13.1-5).

O estudo da Palavra é uma doutrina. Em João 5.39 Jesus diz: “Examinais, as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim”.

O apóstolo Paulo encoraja a Timóteo a dominar a Palavra de Deus: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneje bem a palavra da verdade” (2ª Tm 2.15). O grande sábio Salomão incentivou o ensino dizendo: “O princípio da sabedoria é: Adquira sabedoria: sim, com tudo o que possuis, adquira o entendimento” (Pv 4.4). “Compra a verdade e não a vendas; compra a sabedoria, a instrução e o entendimento” (Pv 23.23). “Inclina o teu ouvido, e ouve as palavras do sábio, e aplica o teu coração à minha ciência (conhecimento)” (Pv 22.17). “Aplica o coração ao ensino e os ouvidos às palavras do conhecimento” (Pv 23.12). Aqueles que desprezam o ensino Salomão chama-os de loucos: “O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino” (Pv 1.7).

Para eles a Bíblia não tem a devida relevância. A vida dos adeptos da CCB é norteada pelo “iluminismo” e não pela Palavra de Deus. Vão ao culto para “buscar a palavra”, e não para aprender no templo (Sl 27.4). Suas bases teológicas são bastante precárias.

Não aceitam o ministério das mulheres.
O trabalho das mulheres na Congregação está restrita a assistência social e outras atividades que não envolvam o uso do púlpito, como a pregação e o ensino.

7.   Deus usa as mulheres.
a) O que Paulo refutou foi o ministério pastoral das mulheres e o exercício da autoridade sobre os pais e o marido. Na igreja não há apoio bíblico para ministério pastoral, embora as irmãs sejam úteis em outras áreas.

b) Muitas mulheres consagradas foram usadas por Deus para exercerem o ministério da profecia (2º Re 22.14,15; Lc 2.36-38), da assistência social (At 9.36,39), do apoio aos ministros (Lc 8.1-3; At 16.13-15; Rm 16.3), do louvor (Êx 15.20,21; Lc 1.46-55) e, certamente, da evangelização de adultos e crianças (Lc 2.38). Particularmente não vejo erro algum no ministério das irmãs e até que preguem a Palavra dos púlpitos, desde que não exerçam o pastorado.





8.   Não pregam nas ruas.
Limitam-se ao proselitismo pessoal e dentro dos templos. Esquecendo-se dos que ainda não receberão a fé, dedicam-se a pregar aos crentes de outras denominações evangélicas. Mas na sua condição de profeta, o ministério de Jesus baseava-se na triologia: pregar, ensinar e curar (Mt 4.23; 9.35). Este é o exemplo que devemos seguir; está é a nossa tarefa – pregar e ensinar (Mt 28.19-20).

Jesus ordenou a pregação nas ruas.
Toda e qualquer igreja que se limitar a pregar o evangelho entre as quatro paredes de um templo, está buscando seu próprio esvaziamento. O método evangelístico de Deus, seja de abordagem pessoal ou de grupos, é ir ao encontro das almas necessitadas. Veja os exemplos e mandamentos: Jesus (Mt 5.1; 13.1-3; Lc 14.23) e Paulo (2ª Tm 4.2; At 17.17; 16.13-15).


9.   Adotam o uso do véu.


Durante o culto ou quando vão orar, mesmo em casa, as mulheres da Congregação devem usar véu.

Porém quanto ao uso do véu, convém salientar que o uso do véu no culto, tal como véu, chapéu, roupas e etc, depende de cada cultura, pois os costumes se alteram e as exigências também. Jesus condenou os fariseus que usavam as tradições acima da doutrina bíblica (Mt 15.1-13).

A palavra grega para “véu” é peribaion e significa “jogar em volta”. Ela aparece apenas duas vezes no Novo Testamento grego (1ª Co 11.15; Hb 1.15).

Em 1ª Coríntios 11.1-16, Paulo trata da submissão da mulher ao marido. Como se vê, o que está em pauta é a submissão, e não o véu. Quem acha que o véu é um meio para a santificação, como a CCB, deve usá-lo no dia-a-dia como as mulheres do Oriente Médio e da Ásia nos dias de Paulo.

10. Adotam o ósculo santo.


Após o final das reuniões, usam saudar-se com ósculo santo, um beijo na face, conforme Rm 16.16. Só que o ósculo é restrito às pessoas do mesmo sexo. É proibido pessoas de sexo oposto se beijarem, pois pode ser beijo de Judas (Mt 26.48,49).

Isto é uma questão cultural ainda hoje observa entre os judeus, árabes e vários povos do leste europeu. Não é motivo, pois para fazer uma guerra em torno de assuntos que, rigorosamente falando, em nada contribuem para a nossa edificação em Cristo Jesus.

O ósculo era uma tradição como qualquer outra entre os orientais. Ainda hoje os russos usam o ósculo como saudação. “O costume, entretanto, era beijar na testa ou na palma da mão”.

a) O uso do ósculo na Igreja primitiva era entre todos os membros e não apenas entre os do mesmo sexo. Nisto vemos a malícia da Congregação.

b) O ósculo significava o que hoje significa o aperto de mãos e o abraço.

c) O importante é o ágape divino envolvendo os corações (Jo 13.35).

11. Oram somente de joelhos.
Torcem o sentido real de Fp 2.10 e não admitem que um adepto ore a não ser ajoelhado.

Orar é se comunicar com o Senhor, manter a comunhão e tratar com ele dos negócios do Reino. A Bíblia ensina a orar continuamente, em qualquer lugar ou posição (1ª Ts 5.17; Ef 6.18; 1ª Tm 2.8). Alguns exemplos: Jonas orou no ventre do peixe (Jn 2.1); Jesus orou na cruz (Lc 23.34,46).

Embora adote certos conceitos bíblicos em seu corpo doutrinário, a Congregação está na categoria de seita porque também contém muitos erros. Estes que são extremamente sutis e, embora parecendo insignificantes, são tendenciosos e prejudicam grandemente a fé simples e pura no cristianismo.

12. A saudação com a paz do Senhor.
A Congregação Cristã nos acusa de saudar os irmãos com a “paz do Senhor”. Para justificar esse conceito, afirmam: “devemos saudar com a paz de Deus, e nunca com a paz do Senhor, por que existem muitos senhores, mas Deus é um só”. Essa acusação se desfaz quando lemos as palavras de Paulo em 1ª Coríntios 8.5-6. Eles não conseguem entender que quando saudamos com a paz do Senhor estamos saudados com a paz que Jesus nos deixou (Jo 14.27). O argumento que existem muitos senhores é infundado, pois a Bíblia fala também de muitos deuses, mas só um é verdadeiro, ela fala também de dois senhores, mas só um é o verdadeiro. Portanto, o crente sabe que ao cumprimentar o irmão com a paz, ele está demonstrando que ele possui a paz que Cristo o Senhor da paz nos deixou.


Os adeptos da Congregação Cristã do Brasil julgam-se espiritualmente superiores a todos os evangélicos. Quanto a nós, não nos cabe tratá-los como inimigos, mas como a pessoas que precisam dos esclarecimentos necessários para compreender o verdadeiro sentido do Evangelho de Cristo. Evitemos, pois contender com eles, pois a contenda não convém ao homem de Deus. Que o Senhor nos de graça para preservar a sã doutrina.

Pr. Elias Ribas

pr.eliasribas2013@gmail.com

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

PEDRO FOI BISPO DE ROMA?



Ninguém pode negar a influencia política-religiosa do papado entre as nações, mas biblicamente, este cargo não existe. A teoria de que Pedro foi o primeiro papa não resiste à análise bíblica. A tradição católica romana diz que Pedro foi papa em Roma durante 25 anos. Mas, como disse Mussolini, fundador do fascismo na Itália, uma mentira repetida vinte vezes acaba por se tornar verdade. Mas sabemos que, cedo ou mais tarde, tal mentira terminará por ser desmascarada. A tradição católica diz que Pedro foi papa em Roma durante 25 anos.

Se Pedro foi papa durante 25 anos, então existe algo errado, já que este apóstolo foi martirizado no reinado de Nero, por volta de 67 ou 68 AD. Subtraindo dessa data 25 anos, retrocedemos ao ano 42 ou 43 AD.

1.   Rastreando a vida de Pedro.
Rastreando a vida do apóstolo Pedro, no Novo Testamento, fica desmascarada essa tradição romanista. Nessa época, não havia ocorrido ainda o Concílio em (At 15), que se deu mais ou menos no ano 48 D.A., ou pouco depois entre a primeira e a segunda viagem missionária de Paulo. Embora participasse desse concílio, Pedro não o presidiu; a presidência coube a Tiago (At 15.13, 19). A igreja do primeiro século desconhece a figura do papa.

Em 58, Paulo escreveu a Epístola aos Romanos. No último capítulo da epístola, o apóstolo mandou saudações para muitos irmãos em Roma, mas Pedro sequer é mencionado. Não é estranho? Em 62, Paulo chegou a Roma, e foi visitado por muitos irmãos (At 28.30-31). Todavia, nesse período, não nenhuma menção a Pedro ou algum papa.

2.   Epístolas escritas de Roma.
De Roma, Paulo escreveu quatro cartas, em 62: Efésios, Colossenses e Filemon. Em 63: Filipenses. Em 67 e 68, após o incêndio de Roma, quando estava preso pela segunda vez, 2ª Timóteo. Esse tal de papa não é mencionado!

3.   É Pedro o fundador da igreja?
A Igreja Católica Romana considera o apóstolo São Pedro, como o (o fundador) a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou a Sua Igreja; e para fundamentar esse ensino, apela, primeiramente, para Mateus 16.16-19:

“Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”.

Desta passagem, a Igreja Católica Romana deriva o seguinte raciocínio:
1        Pedro é a rocha sobre a qual a igreja está edificada.
2        A Pedro foi dado o poder das chaves do reino dos céus.
3        Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma.
4        Toda autoridade foi conferida a Pedro, até nossos dias, através da linguagem de bispos e de papas, todos vigários de Cristo na terra.

Partindo desse raciocínio, o Padre Miguel Maria Giambelli, põe o v. 19 de Mateus 16, nos lábios de Jesus, da seguinte maneira:

“Nesta minha igreja, que é o reino dos céus aqui na terra, eu te darei também a plenitude dos poderes executivos, legislativos e judiciários, de tal maneira que qualquer coisa que tu decretares, eu ratificarei lá no céu, porque tu agirás em meu nome e com minha autoridade”. (A igreja Católica e os protestantes, Pg. 68).

Numa simples comparação entre a teologia católica e a Bíblia, a respeito do apóstolo Pedro e sua atuação no seio da igreja primitiva, descobre-se quão absurda é a interpretação romanista a respeito da pessoa desse apóstolo do Senhor. Mesmo numa despretensiosa análise do assunto, conclui-se que:

Pedro jamais assumiu no seio do cristianismo, a posição e função que a teologia católica procura atribuir-lhe.

A expressão: “sobre esta pedra” Significa sobre a resposta de Pedro: “Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo”.

Quando Jesus fala aos seus discípulos: “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, Ele se refere a Si como Pedra Principal, e não a Pedro.

O substantivo feminino “petra” no grego designa uma “rocha” grande e firme. Já o substantivo masculino “Petros”, é aplicado geralmente a pequenos blocos, pedra pequena e móvel, ou fragmento de rocha e não a “Petra”, a Rocha Grande e Firme. Portanto, uma Igreja sobre a qual as portas do inferno não prevalecerão, não pode repousar sobre Pedro, mas sobre Jesus (Mt 16.18). Estas duas palavras não tem a mesma referência.

A ignorância do povo com respeito ao Senhor Jesus, revelada nestes versículos em estudo, existem ainda hoje.

Todas as evidências tendem a provar que as palavras de Jesus não era ‘su ei Petros’ (tu és Pedro), mas ‘su eipas” (tu falaste a verdade), uma forma de expressão empregada várias vezes pelo Senhor (Mt 26.64). A vulgata latina tem “Tu és Pedro”, mas sabemos que essa foi uma tradução por S. Jerônimo encomendada pelo então bispo de Roma. Mas S. Jerônimo nos seus escritos particulares emprega as palavras gregas ‘su eipas’ (tu disseste) e o grande S. Agostinho (295 d.C) dá o equivalente em latim: ‘Tu dexiste’ (tu disseste), que concorda muito melhor com o contexto.

4.    A pedra no contexto bíblico.

“Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou” (Dn 2.34).

A estatua representa os quatros últimos impérios mundiais. A pedra cortada sem auxílio de mãos, representa o reino milenar de Cristo que virá em glória (Ap 1.7). O reino representado por esta Pedra não deixará nenhum sinal de outros reinos haverem existidos.

“Mas Jesus, fitando-os, disse: Que quer dizer, pois, o que está escrito: A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular? Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó. Naquela mesma hora, os escribas e os principais sacerdotes procuravam lançar-lhe as mãos, pois perceberam que, em referência a eles, dissera esta parábola; mas temiam o povo” (Lc 20.17-19).

O Salmo 118 foi cantado ao se completarem os muros de Jerusalém em 444 a.C. O v. 22 desse salmo citado aqui por Jesus, referia à volta de Israel a Palestina e seu estabelecimento como nação. O judaísmo esperava uma renovação gloriosa do templo, nos dias do Messias; Em Seu primeiro advento, Jesus veio estabelecer um reino espiritual e não terreno. “Mostra que esta esperança se cumpriu na edificação espiritual do templo que é a Igreja, o Corpo de Cristo” (1ª Pedro 2.4-9).

Quando Jesus fala de cair ou tropeçar em Cristo, na cegueira da incredulidade, trará despedaçamento nesta vida pelo julgamento divino (exemplo: a destruição de Jerusalém em 70 d.C.); mas se os incrédulos persistirem na dureza de coração até passar o dia da graça, Cristo os levará ao juízo final como palha soprada por temporal.

Desde a época do salmista (Sl 118.22), passando pelo profeta Isaías, a palavra profética já anunciava o Messias como a pedra de esquina:

“Portanto assim diz o Senhor Deus: Vede, assentai em Sião uma pedra, uma já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não será confundido” (Is 28.16). E na epístola de Paulo ele diz: “Pois ninguém pode por outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1ª Co 3.11).

Jesus afirmou ser Ele mesmo a pedra: “Nunca leste nas Escrituras; A pedra que os edificadores rejeitaram, essa se tornou a Pedra Angular; o Senhor fez isto, e é maravilhoso aos nossos olhos” (Mt 21.42).

O próprio Pedro afirma ser Jesus a PETRA = rocha grande e firme:

“E chegando-vos para Ele pedra Viva, reprovada na Verdade pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa. Pois na Escritura se diz: Vede, ponho em Sião uma Pedra Angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido” (1ª Pe 2.4, 6).

No discurso de Pedro no livro de Atos ele diz: “Este Jesus é a Pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou pedra angular” (At 4.11).

O apóstolo Paulo afirma que Pedro é apenas uma pedra como os demais apóstolos, sendo Jesus Cristo a pedra principal:

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a Pedra Angular” (Ef 2.20). “E beberam todos da Pedra espiritual que os seguia e a Pedra era Cristo” (1ª Co 10.4).

Falta, portanto, fundamento bíblico para se consubstanciar a figura do papa.

5.   Segundo a Bíblia todos os cristãos são Petros = fragmento de rocha, ou pedras móveis.


A mesma autoridade concedida a Pedro por Jesus estende-se também a todos os apóstolos em Mateus 18.18.

O impressionante é que até mesmo certas autoridades católicas estão de acordo de que a referência estudada não diz respeito a Pedro.  João Crisóstomo e Agostinho escreveram: “Nesta pedra, então, disse Ele, a qual tu confessaste, eu construirei minha Igreja. Esta Pedra é Cristo; e nesta fundação o próprio Pedro construiu” [Agostinho, comentário sobre o evangelho de João].

Se consideramos o fato de que Pedro é uma pedra não angular, assim como alguns não romainstas  acreditam, chegamos à conclusão de que ele não era a única pedra na fundação da Igreja. E notável que Jesus deu a todos os apóstolos o mesmo poder para ligar e desligar (Mt 18.18). Está autoridade era comum aos rabinos, que tinham o privilégio para dar permissão e proibir. Não se trata de uma porção de poder concedida somente a Pedro, mas também à Igreja, pela qual proclamamos o evangelho, o perdão de Deus e seu julgamento aos impenitentes. Em Efésios 2.20, lemos que a Igreja fora constituída sob a fundação dos apóstolos e profetas, sendo o próprio Cristo Jesus, a pedra Angular. Assim, todos os apóstolos, e não somente Pedro, são a fundação da Igreja. Contudo, o único que tem preeminência sem igual é Cristo, a pedra angular.

“Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1ª Pe 2.5).

Nós partilhamos da vida da “Pedra Viva” (Cristo cf. v. 4) pelo Espírito que Cristo nos dá através da ressurreição (cf Jo 7.37-39). Sois edificados por Cristo (Ef 2.20) no templo que é também o Seu corpo (Jo 2.19-21). Para oferecer sacrifícios espirituais (cf. Rm 12.1), “as nossas vidas”; Hb 13.15, louvor; Hb 13.16, “a pratica do bem e mútua cooperação”.

Como já vimos, o próprio Pedro referiu-se ao Senhor Jesus como o fundamento da Igreja (1ª Pe 2.7). Os demais cristãos, portanto, são as pedras vivas (v.5) nesta edificação.

De forma muito clara Paulo falou o seguinte: “Em nada fui inferior aos demais excelentes apóstolos” (2ª Co 12.11).

No concílio realizado em Jerusalém (At 15) a decisão final não partiu de Pedro, mas, sim, dos apóstolos e dos anciões.

Em nenhum momento, já que era superior aos demais apóstolos, Pedro reivindicou ser pastor das igrejas, antes exortou os presbíteros para que cuidassem do rebanho de Deus (1ª Pe 5.1-20). Embora reconhecesse seu um apóstolo (1ª Pe 1.1), ele, porém, não se intitulou o apóstolo, ou chefe dos apóstolos. Sabia que era apenas uma das colunas da Igreja, com Tiago e João, e não a coluna principal (Gl 2.9). Contudo, foi falível em sua natureza. Somente a Palavra de Deus é infalível. Isto não quer dizer que ele não teve um papel significante na vida da Igreja. Segundo afirmação do catolicismo romano, os sucessores de Pedro ocupam sua cadeira. Quando, porém analisamos as Escrituras, encontramos critérios específicos para o apostolado (At 1.22; 1ª Co 9.1; 15.5-8), de modo que não poderia haver sucessão apostólica no bispado de Roma ou em qualquer Igreja.

6.   A chave do reino.

Outra mistura que envolveu a Igreja Romana, é o mistério das “chaves”. Por quase mil anos o povo de Roma tinha crido nas místicas chaves do deus pagão Janus e da deusa Cibele. No Mitraísmo, uma das principais correntes dos mistérios que vieram para Roma, o deus sol levava duas chaves. Quando o imperador afirmou ser o sucessor dos “deuses” e o Sumo Pontífice dos mistérios, as chaves viram a ser símbolos de sua autoridade. Mais tarde, quando o bispo de Roma tornou-se o Sumo Pontífice em mais ou menos 378, ele automaticamente tornou-se o Sumo o possuidor das chaves místicas. Isto ganhou reconhecimento por parte dos pagãos em relação ao papa e novamente veio a oportunidade de misturar Pedro na história. Por acaso cristo não disse a Pedro: “E Eu te darei as chaves do Reino dos céus” (Mt 16.19)? Até o ano de 431, o papa anunciou publicamente que as chaves que ele possuía era as chaves dadas ao apóstolo Pedro. Isto foi depois de cinqüenta após o papa ter se tornado o Sumo Pontífice, o grande possuidor das chaves. Para exemplo de todos as chaves são mostrada como símbolo de autoridade do papa.

A chave de Pedro (e de todo os outros discípulos) representava a mensagem do evangelho no poder do Espírito Santo. Porque alguns não tem corretamente entendido isto, não é incomum para Pedro ser representado como o chaveiro dos céus o guardião das portas, decidindo quem ele deixará e quem não deixará entrar! Esta ideia foi associada ao deus pagão Janus, pois ele era o guardião das chaves na mitologia pagã de Roma – o abridor.

Janus como é mostrado em alguns desenhos na Síria, aparece com a chave na mão. Ele era representado com duas faces, uma jovem e a outra velha (uma versão posterior a Ninrode encarnado em Tamuz). É interessante notar que não era somente era somente a chave o símbolo de Janus, mas também era atribuído a ele um galo que era algo sagrado para ele. Não havia qualquer problema misturar a mitologia com a pessoa de Pedro, pois não cantou um galo na noite em que ele negou a Jesus? (Jo 18.27).

7.   A chave segundo a hermenêutica bíblica.
“E Eu te darei as chaves do Reino dos céus” (Mt 16.19). Este versículo é aplicado de maneira, similares. Primeiro: a chave é sinal de autoridade concedida aos apóstolos e a Igreja e não somente ao papa.

“É me dado todo o poder nos céus e na terra” (Mt 28.18). Todo o poder nos céus e na terra, está nas mãos d’Aquele que venceu o império da morte e do inferno e ressuscitou ao terceiro dia para glória de Deus Pai. Este poder Ele dá para aqueles que creiam em Seu nome.

“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano” (Lc 10.19). Serpentes no judaísmo simbolizam os demônios; Esta autoridade é uma proteção contra o poder satânico.

Esta autoridade é concebida a todos os cristãos: “E estes sinais seguirão aos que crerem: E em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas. Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão aos mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc 16.17).

Jesus não prometeu autoridade somente para os apóstolos. Todavia, Ele disse que os sinais seguirão aos que creem, e, em Seu nome receberão poder, autoridade (chave) para operar essas maravilhas.

“E estes, porém foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais, vida em seu nome” (Jo 20.31). “Na verdade vos digo que aquele que crê em Mim também fará as obras que Eu faço, e as farás maiores do que estas, porque, Eu vou para meu Pai. 13 E tudo quanto pedires em meu nome Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.12-13).

A chave representa a mensagem e o poder do evangelho e do nome de Jesus diante do mundo pecador. Evangelho no gr. Significa “as boas novas de salvação”.

Para os cristãos receberem a promessa e o revestimento de poder, era necessário ficar em Jerusalém, pois esta era a ordem de Cristo para Sua Igreja. “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Antes de Jesus ser assunto ao céu repetiu a mesma ordenança aos Seus discípulos dizendo: “Porém, quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra” (At 1.8; NTLH).

No dia do pentecoste, 120 pessoas (a Igreja) estavam reunidos no mesmo lugar aguardando descida do Espírito Santo que era a promessa de Jesus.

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2.1-4).

Ao descer o Espírito Santo no dia do pentecoste, a Igreja foi revestida do poder e da autoridade do Espírito Santo, para que em nome de Jesus fosse pregado o Evangelho de salvação a toda criatura. Sem este poder, eles não poderiam cumprir o “Ide de Jesus” (Mt 28.19-20).

Foi nesse poder que o apóstolo Paulo disse: “Mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1ª Coríntios 1.24).

Sem está chave deixada por Cristo nem os apóstolos poderiam usá-los. A interpretação comum é bem apresentada pelo Dr. Goodman: “As chaves dadas a Pedro representa a essencial honra que lhe foi concedida: a de ser o primeiro a anunciar o Evangelho aos judeus (no pentecoste) e aos gentios (na casa de Cornélio), tendo sido o Espírito Santo dado do céu em cada uma dessas ocasiões. Pedro mesmo descreve seu privilégio assim: ‘Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do Evangelho, e cressem’ (At 15.7). Assim ele anunciou o perdão de pecados a todos os que crêem. Deus confirmou do céu o perdão que todos os seus servos podem declarar sobre a terra (v.19; 18.18; Jo 20.23). Curou muitos enfermos e operou muitas maravilhas”.

Pedro foi o primeiro apóstolo a usar autoridade do nome de Jesus:

“Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho te dou. Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).

Mediante a fé e o poder do nome de Jesus, a Igreja está autorizada a usar está poderosa arma contra as hóstias infernais da maldade.

Concluímos que Jesus é a Pedra Principal o fundamento de nossa vida, e que o Seu nome é uma chave poderosa para abrir as correntes e romper as cadeias que o diabo coloca sobre as pessoas; Ele concede uma procuração para aqueles que fazem parte de Sua Igreja possam usar com ousadia. Amém.

8.   Pedro um papa diferente.
Não temos nenhum relato bíblico ou histórico que Pedro tenha ido a Roma. Tenha ou não estado em Roma, o fato é que se Pedro foi Papa, foi um Papa diferente dos demais que apareceram até agora.

Vejamos:
a) Pedro foi santo (1ª Pd 1.14-16).
b) Pedro era humilde (Jo 13.6-8).
c) Pedro era pobre; os papas assentam-se em ouro (Mt 10.9,10; At 3.6)).
d) Pedro rejeitou adoração; os papas a exigem (At 10.25,26).
e) Pedro jamais tentou dominar; os papas têm sede de poder temporal (1ª Pd 5.3).
f) Pedro era casado; os papas exigem o celibato (Mt 8.14-15; Mc 1.30; Lc 4.38).
g) Pedro foi um homem humilde, pelo que não aceitou ser adorado pelo centurião Cornélio (At 10.25,26).
h) Pedro foi um homem repreensível; os papas se julgam infalíveis (Gl 2.11-14).
i) Pedro não era o único líder em Jerusalém; os papas deveriam assentar-se na cadeira de Tiago (Gl 2.9).

Jesus foi à casa de Pedro e viu a sogra dele de cama, com febre.

A sogra de Simão estava de cama, com febre. Assim que Jesus chegou, contaram a ele que ela estava doente.

Jesus saiu da sinagoga e foi até a casa de Simão. A sogra de Simão estava doente, com febre alta; e contaram isso a Jesus.


É de estranhar que Pedro, sendo “PRÍNCIPE” dos apóstolos como ensina a teologia vaticana, Tiago e não ele era o pastor da comunidade cristã de Jerusalém (At 15). Se Pedro tivesse sido Papa, certamente, ele não teria aceito a orientação dos líderes da Igreja quanto a obra missionária (At 15.7).

Pr. Elias Ribas