TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 18 de março de 2020

O HOMEM DO PECADO


LEITURA BÍBLICA
2ª Ts 2.1-15 “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO e pela nossa reunião com ele, 2 - que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o Dia de CRISTO estivesse já perto. 3 - Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, 4 - o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama DEUS ou se adora; de sorte que se assentará, como DEUS, no templo de DEUS, querendo parecer DEUS. 5 - Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? 6 - E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. 7 - Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; 8 - e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; 9 - a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, 10 - e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. 11 - E, por isso, DEUS lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, 12 - para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade. 13 - Mas devemos sempre dar graças a DEUS, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter DEUS elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do ESPÍRITO e fé da verdade, 14 - para o que, pelo nosso evangelho, vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor JESUS CRISTO. 15 - Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.”

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a definição do termo “anticristo”; traremos algumas informações sobre a pessoa do anticristo; pontuaremos a sua atuação no mundo; e por fim; mencionaremos alguns aspectos do “espírito” do anticristo.

I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA ANTICRISTO

1. Conceito do termo anticristo. O nome “anticristo” vem da expressão grega “antichristos” significando: “contra Cristo” formados pelos termos “anti” que significa “contra” e “christos”, que significa “ungido”. Será o opositor de Cristo e o maior representante de Satanás, no futuro. Também chamado de: “a besta que emerge do mar” (Ap 13.1). Será um homem comum, nascido de mulher; mas, revestido de um “poder satânico”, que terá uma capacidade demoníaca extraordinária (2ª Ts 2.9; Ap 13.2,4), de modo que exercerá uma poderosa influência sobre a humanidade com seus discursos (Ap 13.5). Ele será um homem personificando o diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11.36).
Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais, pois, além da ação diabólica em seu apoio, outros fatores contribuirão para a implantação de seu governo, tais como: poder político (Dn 7.8,25) e comercial (Dn 8.25; Ap 13.16,17). Ele será uma pessoa influente que atrairá até mesmo os judeus (Dn 9.20-27; Mt 24.22-27). Promoverá a mentira (2ª Ts 2.11-13); o pecado (2ª Ts 2.3); o culto a Satanás (Dn 11.45; 2 Ts 2.4); e, uma economia única no mundo (Ap 13.16-18).

II. A PESSOA DO ANTICRISTO

1. A identidade do anticristo. O anticristo será a mais completa personificação de Satanás e o seu mais autorizado representante. É o ditador que assumirá o comando do mundo após o arrebatamento da Igreja. Ele será uma personificação do mal, um líder mundial de habilidades e capacidades desconhecidas até o dia de hoje, possuirá um carisma irresistível e uma oratória extremamente persuasiva. A Bíblia dá vários outros adjetivos a este personagem:
·         O pequeno chifre (Dn 7.8).
·         Príncipe que havia de vir (Dn 9.26).
·         Homem vil (Dn 11.21).
·          O rei que fará segundo a sua vontade (Dn 11.36).
·         Homem da iniquidade (2ª Ts 2.3).
·         Filho da perdição (2ª Ts 2.3).
·         Iníquo (2ª Ts 2.8).
·         Anticristo (1ª Jo 2.18).
·         Abominável da desolação (Mt 24.15).
·         Assolador (Dn 9.27).
·         Besta (Ap 13.1,2,18; 19.20).
·         O pastor inútil (Zacarias 11:17),

2. As estratégias do anticristo. De acordo com as Escrituras, no início, o anticristo fará um pacto com Israel, restaurando a antiga prática de sacrifícios no Templo em Jerusalém (Dn 9.20-27). Todavia, na metade deste período, ele quebrará este acordo, tornar-se-á um governante mundial, declarar-se-á Deus, proibirá a adoração ao Senhor e perseguirá terrivelmente aqueles que desejarem ser fiéis a Cristo (2ª Ts 2.4). Conforme as profecias bíblicas, o filho da perdição realizará, por intermédio satânico, “poder, sinais e prodígios de mentira” (2ª Ts 2.7-10). Este período é chamado de Grande Tribulação (Ap 7.14), um tempo de grande perseguição e oposição a tudo o que se chama Deus (Ap 12.17; 13.15).

3. O tempo do governo do anticristo. O governo do anticristo será de sete anos dividido em dois momentos. Primeiro ele reinará por um período de “quarenta e dois meses, ou três anos e meio, ou ainda mil duzentos e sessenta dias” (Ap 13.5). Nesse período de falsa paz, os homens, inclusive Israel, hão de pensar que ele é, de fato, o Messias prometido. Findo esse tempo, ele romperá o acordo que firmara com Israel, e passará a persegui-lo por outro período de “quarenta e dois meses, ou três anos e meio” (Dn 9.27; 1ª Ts 5.3).

4. O julgamento e o fim do anticristo. Apesar dos seus feitos e poder, o anticristo já possui um fim pré-determinado na Bíblia (2ª Ts 2.8). Sua atividade se encerrará na Batalha do Armagedon quando o Senhor Jesus vier com a sua Igreja.

Naquela ocasião, o Rei dos reis e Senhor dos senhores destruirá o anticristo, seus exércitos e todos os que o seguirem (Mt 24.30; Ap 19.19-21).

III. O ANTICRISTO E SUA ATUAÇÃO NO MUNDO

1. O espírito do anticristo. Ao falar sobre o anticristo e os “anticristos”, o apóstolo João não estava se referindo unicamente a um assunto escatológico, ele estava também advertindo seus leitores a respeito de um espírito que já ameaçava a igreja naquele período e que ainda está em plena atuação. Um espírito que nega a divindade e o senhorio de Cristo (1ª Jo 4.3). João deixa claro que já é a última hora, ou seja, a vinda de Cristo se dará em breve (1ª Jo 4.18). Muitos são os sinais de que a volta de Jesus poderá ocorrer a qualquer momento. Um dos sinais é a operação do anticristo. De acordo com João, o espírito dele já está no mundo (1ª Jo 4.3), e exercerá domínio sobre todas as nações. Daniel fala a respeito do governo do anticristo, mostrando que este será de grande influência (Dn 11.36).

2. A plataforma do anticristo. Atualmente observamos o fortalecimento das grandes organizações geopolíticas e a unificação dos blocos econômicos através do globalismo. Na verdade, trata-se de uma preparação para um único governo mundial, pois, de acordo com a Palavra de Deus, o Anticristo assumirá grande poder político (Dn 7.8), comercial e religioso (Dn 8.25; Ap 13.16,17). Segundo as Escrituras, ele terá o controle da economia mundial (Ap 13.16,17).

3. A aparição do anticristo. Alguns pregadores e escritores, diante de grandes acontecimentos históricos e personalidades importantes, acabam afirmando que determinado líder político, ou religioso, é o anticristo; que tal evento marcou ou marcará a sua chegada e muitas outras colocações de natureza duvidosa. Tenhamos cuidado com tais especulações, pois, apesar de seu nascimento ocorrer antes do arrebatamento da Igreja - tendo alguns sinais precedentes indicados (2ª Ts 2.1-12), sua manifestação pública como tal só ocorrerá após Jesus retirar o seu povo da Terra através do arrebatamento da Igreja, e ele só se revelará demonstrando toda sua oposição ao Senhor Deus, na metade da Grande Tribulação (Dn 9.27).

4. A artimanha do anticristo. O Anticristo fará muitos sinais e prodígios, ou seja, obras sobrenaturais para que suas mentiras sejam confirmadas: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2ª Ts 2.9). Ele usará destes sinais mentirosos para se impor e atrair seguidores. Porém, só conseguirá enganar aqueles que rejeitaram crer na verdade de Deus (2ª Ts 2.10-12). A Bíblia descreve o anticristo como dono de uma grande habilidade:
·         Intelectualmente (Dn 7.20).
·         Politicamente (Dn 11.21).
·         Militarmente (Dn 8.24).
·         Oratoriamente (Dn 7.20).
·         Comercialmente (Dn 8.25).
·         Administrativamente (Ap 13.1-2).
·         Religiosamente (2ª Ts 2.4).

5. A habilidade do anticristo. A Besta ou anticristo será uma personagem de uma habilidade e capacidade desconhecidas até hoje. Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais, quando consideramos seus atos à luz do relato bíblico. Além da ação diabólica direta, outros fatores contribuirão decisivamente para a implantação do governo do anticristo, como poderio bélico, alta tecnologia e poder econômico. Influenciará decisivamente as massas com seus discursos inflamados (Ap 13.5).

A Bíblia diz que toda a terra se maravilhará após a Besta (Ap 13.3). Alguns aspectos do seu futuro governo, segundo a Bíblia:
·         Não será admirado no início (Dn 11.21).
·         Virá na era que existir vários anticristos (1ª Jo 2.18).
·         Mentirá e negará que Jesus é o Messias (2ª Jo 1.7).
·         Adorará um deus estranho (Dn 11.39).
·         Honrará um deus militar com fortunas (Dn 11.38).
·         Controlará a economia mundial (Ap 13.7,16-17; 17.12-13).
·         Fará um acordo de paz com Israel por 7 anos, mas, quebrará o acordo após 3 anos e meio e iniciará a Grande Tribulação propriamente dita (Dn 9.27).

IV. CARACTERÍSTICAS DO “ESPÍRITO” DO ANTICRISTO

Diferentemente do anticristo que virá, muitos “anticristos” já se manifestam (2ª Jo 1.7). Além destes, existem ainda os falsos profetas, homens enganadores que se fazem de cristãos para, se possível, enganar a Igreja (2ª Pd 2.1; 1ª Jo 4.1). Este fato atesta a advertência do apóstolo João quanto à realidade de que o “espírito do anticristo” (1ª Jo 4.3) já está atuante e em plena operação. João apresenta algumas características destes anticristos, as quais merecem ser estudadas. Notemos algumas:

1. Estavam entre nós. Estes falsos mestres se haviam infiltrado na comunidade cristã com o fim de mesclar-se entre os irmãos para perverter a doutrina dos apóstolos. Pareciam cristãos, mas não o eram de fato. Abandonaram a igreja talvez por terem falhado em seus propósitos de desviar o povo. Esta foi a prova que desmascarou sua real intenção. Ainda hoje há muitos que se dizem cristãos, mas na verdade não o são. Misturados no meio do povo de Deus, são verdadeiros lobos em peles de ovelha. A Bíblia nos adverte várias vezes contra estas pessoas (Mt 24.24; 1ª Tm 4.1,2; 2ª Pd 2.1; Jd 1-19). Cabe a nós apercebermo-nos da existência destes falsos mestres em nosso meio.

2. Negavam a sã e principal doutrina cristã. Os falsos mestres da época não admitiam que Cristo tivesse vindo em carne, negando assim o próprio Deus, já que Ele mesmo deu testemunho de Jesus (1ª Jo 5.9; Jo 5.32-38; 8.18). O Filho de Deus é a mensagem central de toda a Bíblia; o apóstolo Paulo nos ensina que, em Cristo, todas as coisas serão congregadas (Ef 1.10) e que ao nome dEle todo joelho se dobrará, e toda língua confessará que Ele é Senhor (Fp 2.10,11). Qualquer ensinamento que negue isso é maldito (1ª Co 16.22; Gl 1.8,9). Assim, esses falsos mestres negavam a Cristo, a sã doutrina e a própria fé.

3. Enganavam os fiéis. A intenção dos falsos cristos e falsos profetas é enganar (Mt 24.24; 1ª Tm 4.1,2). E só não conseguiram seu intento entre os leitores de João porque estes tinham o Espírito de Deus (1ª Jo 2.20) e sabiam a verdade (1ª Jo 2.21). Jesus, quando falou a respeito do Espírito que enviaria, disse que Ele nos guiaria em toda a verdade (Jo 16.13), pois é chamado de “Espírito da verdade”.

V. A MISSÃO DO HOMEM DO PECADO

Satanás tenta imitar tudo de DEUS, até mesmo a trindade.

A Trindade Satânica.
Durante a grande tribulação o mundo estará sob o domínio, da trindade satânica:
1. Dragão, (Satanás - será o anti-pai).
2. Anticristo, (será o anti-filho).
3. E o Falso Profeta, (será o anti-espirito).

1. O Dragão, (Satanás ou Diabo).
a) Satanás e seus anjos que se encontram nos lugares celestiais serão lançados à terra, com grande ira, porque sabem, que já tem pouco tempo no período da Grande Tribulação, para perseguir os homens, principalmente os judeus.
b) Serão desalojados dos lugares celestiais (Ef 6.12).
c) Será precipitado na terra,(Ap 12.9).
d) Anjos malignos o acompanhará (Ap 12.9).
e) Virá com grande ira, porque, sua permanência é por pouco tempo (Ap 12.12).

2. O Anticristo.
a) Será um homem normal.
b) Será revestido de poderes malignos para execução das suas obras nefastas, nunca vistas.
c) Será satânicamente usado para fazer sinais maravilhosos (2ª Ts 2.9; Ap 13.3).
d) Será um ditador (Ap 13.16-17).
e) Usará a religião para atingir seus objetivos (2ª Ts 2.4; Ap 13.8-12).
f) Promoverá feroz perseguição, aos que não se submeterem (Ap 13.7).

O anticristo terá um auto grau de capacidade.
(a) Na área religiosa, e Política (Ap 13.8, 2ª Tm 2.4).
b) Na área comercial (Ap 13.16-17, Dn11).
c) Na área militar (Ap 6.2; 19.19).
d) Na área intelectual (Ap 13.24; Dn 8.23).
e) Na área política (Ap 17.11,13 ,17).
f) Impressionará com a sua oratória (Dn 11.36).

O Anticristo e algumas de suas atividades.
(a) Fazer a vontade de Satanás
b) Promover a expansão da apostasia e da impiedade; c) Opor-se a DEUS.
d) Controlar os exércitos e lavá-los ao Armagedom.
e) Reinará por sete anos.

3. O Falso Profeta.
a) Será semelhante a qualquer outro homem (Ap 13.11).
b) Sua principal missão, será projetar o anticristo (Ap 13.13).
c) Tornará compulsório o sinal da besta (Ap 13.16-17; 14.9).
d) Será revestido de poderes satânicos (Ap 13.12).
e) Esconde na aparência , sua verdadeira identidade (Ap 13.1).
f) Induzirá os homens a adorar o Anticristo e operará grandes milagres.

COMPARATIVO ENTRE JESUS E O ANTICRISTO



CONCLUSÃO
O espírito do anticristo já está no mundo, usando homens enganadores na realização de falsos milagres e manifestações, tentando iludir os homens. Nenhum falso mestre terá êxito em desviar pessoas que conhecem a verdade (Sl 119.105). Pois estes cristãos, alicerçados na Palavra, farão como os crentes em Bereia, que examinavam as Escrituras para confirmar se a pregação de Paulo e Silas era biblicamente confiável (At 17.11).

FONTE DE PESQUISA
1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira, Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD.
3. ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário de Profecia Bíblica. CPAD.
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
5. LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
6. RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
7. GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
8. O Calendário da Profecia. CPAD.
9. OLSON, Nels Laurence. O plano divino através dos séculos. CPAD.
10. SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
11. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
12. WALVOORD, John F. Todas as Profecias da Bíblia. VIDA.

terça-feira, 3 de março de 2020

SÓ O EVANGELHO MUDA A CULTURA HUMANA



LEITURA BÍBLICA
1ª Tessalonicenses 1.1-10 “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 2 - Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, 3 - lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai, 4- sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; 5 - porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espirito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. 6 - E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo, 7 - de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedonia e Acaia. 8 - Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedonia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; 9 - porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro 10 - e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.”

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a cultura humana através do prisma da Bíblia Sagrada. Nosso intento é mostrar que nenhuma cultura pode ser tida como neutra, ou inofensiva, porque todas elas acham-se contaminadas pelo pecado de Adão.

Em seguida, veremos que a cultura humana tornou-se o abrigo natural do homicídio, do sexo depravado, da usura e da rebelião contra Deus. Mas a boa notícia é que o Evangelho de Cristo pode transformar qualquer cultura.

Quanto a nós, Igreja de Cristo, não nos conformemos com este mundo que jaz no Maligno, como fez Israel e Judã. Por aceitar todas as impurezas das culturas vizinhas e longínquas, ambos os reinos foram destruídos. Mantenhamos nossas propriedades como povo de Deus. Os irmãos de Tessalônica são um exemplo para todos nós por terem colocado em prática a sua fé no Senhor, testemunhando de Cristo em diversos lugares.

I. O QUE É A CULTURA

De acordo com a Bíblia Sagrada, o ser humano foi criado para fazer e produzir cultura, a partir da criação divina. Neste tópico, veremos, ainda, a cultura dos gentios e a cultura do povo de Deus.

No princípio, a cultura tinha a ver apenas com o cultivo da terra, visando a produção de alimentos (Gn 4.2). Depois, passou a ser considerada como a soma de todas as realizações humanas: espirituais, intelectuais, materiais etc. Semelhante tarefa foi considerada enfadonha por Salomão (Ec 1.1-13).

1. Definição de cultura. A palavra “cultura” significa: “o conjunto de comportamentos e ideias característicos de um povo, que se transmite de uma geração a outra e que resulta da socialização e aculturação verificadas no decorrer de sua história (BURNS, 1995, p. 15). Segundo o dicionarista Houaiss (2001, p. 888) cultura é: “conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos e costumes que distinguem um grupo social; forma ou etapa evolutiva das tradições e valores intelectuais, morais, espirituais de um lugar ou período específico”. Portanto, podemos dizer que, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc. A cultura resume todos os costumes ligados à família, à nacionalidade, ao trabalho e ao modo do ser humano encarar a vida.

A cultura pode ser definida também pela maneira como uma nação encara as demandas e reivindicações divinas (Lv 20.23).

2. A cultura dos gentios. Por haverem perdido o verdadeiro conhecimento de Deus, que lhes havia transmitido o patriarca Noé, logo após o Dilúvio, os seres humanos passaram a adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-25). E, a partir daí, puseram-se a imaginar coisas vãs e soberbas (Gn 11. 6; Sl 2.1).

Hoje, a antropologia cultural vê, como meros fenômenos sociológicos e culturais, a prostituição, o homicídio, a corrupção e até mesmo o infanticídio (2º Rs 23. 7; Lv 20.1-5; Ed 9-11).

3. A cultura do povo de Deus. A visão do povo de Deus, quanto à cultura, tem como fundamento a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante e completa Palavra de Deus (2º Tm 3.16,17). Por essa razão, tudo quanto fazemos tem como base esta proposição: a Terra é do Senhor (Sl 24.1). Haja vista os filhos de Israel. Eles consagravam ao Senhor até mesmo suas colheitas (Lv 23.10).

Portanto, tudo quanto fizermos tem de ser aferido por este mandamento apostólico: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus" (1º Co 10.31).

II. A CULTURA PÓS O PECADO ORIGINAL

A homem foi posto no Éden, para lavrar a terra e fazer cultura, a partir da criação divina (Gn 1.26; 2.5). Mas, devido ao pecado, toda a cultura humana pôs-se contra Deus.

1. A cultura original. Se a Terra é do Senhor, todos deveriam saber que, neste mundo, não passamos de servos de Deus (Sl 24.1). Logo, tudo quanto produzimos deveria ser um reflexo da glória do Criador.

Se não tivéssemos caído em pecado, nossa cultura seria uma extensão da divina. Mas, por causa da Queda, a humanidade passou a trabalhar contra Deus (Ec 7.29).

2. A cultura do homicídio. Como resultado da apostasia de Adão, o homicídio é rapidamente incorporado à cultura humana. Haja vista que Lameque, para celebrar a morte de dois homens, escreveu um poema (Gn 4.23).

Os heróis daquele tempo eram os vilões que se davam à opressão e à matança (Gn 6.4,11). Hoje, vemos aqueles dias replicarem-se em todos os segmentos sociais; a cultura da morte não mudou.
O que dizer do aborto, da eutanásia e da cruel indiferença ao próximo?

3. A cultura do erotismo. O erotismo também impregnou rapidamente a cultura humana; o casamento foi logo banalizado (Mt 24.37-39). A fraqueza moral, iniciada pelo homicida Lameque, fez-se cultura (Gn 4.23). A promiscuidade precisou apenas de um exemplo, a fim de espalhar-se. Que Deus tenha misericórdia de nossa geração.

4. A cultura do consumo desenfreado. A cultura do mundo pré-diluviano, quanto ao consumo desenfreado, em nada diferia da nossa. Naquele tempo, as pessoas, já tomadas pela apostasia, não faziam outra coisa senão comer e beber (Mt 24.37,38). Hoje, gasta-se exageradamente naquilo que não satisfaz; é o consumo pelo consumo (Is 55.2). Eis o resultado de toda essa gastança: famílias endividadas e muita gente à beira da miséria. Sejamos próvidos e não pródigos.

III. CARACTERÍSTICAS DA CULTURA HUMANA MARCADA PELO PECADO

1. Relativista. Relativismo é o ensino que faz a verdade depender do indivíduo ou do grupo, do tempo ou do lugar. Ou seja, aquilo que é visto como correto para um, pode ser visto como errado para outro (Jz 21.25; Is 5.20). A Palavra de Deus no entanto, como “regra de fé e prática” do cristão, não admite posições relativistas, no que concerne a moral ou a ética. Nela encontramos princípios divinos que direcionam e guiam a vida do cristão, independente de sua cultura, status ou época (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17; 1ª Co 6.12; 10.23). Numa sociedade corrompida e perversa (Fp 2.15) em que o “mundo jaz no maligno” (1º Jo 5.19), não é de se estranhar que a humanidade viva no seu dia-a-dia, “uma inversão dos valores e dos padrões morais” (Is 5.20).

2. Materialista. A cultura humana tem sido marcada pelo materialismo, onde se tira totalmente a ideia do espiritual, tudo se limita ao físico, ao terreno, ao transitório (1ª Tm 6.7; Jó 1.21). Cultura que se valoriza, pelo que se tem, em detrimento da vida espiritual e da vindoura (Lc 12.20,21). Paulo se contrapõem a esse pensamento ao dizer: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1ª Co 15.19). A cultura cristã embora não anule a realidade física da existência com suas necessidades mais pessoais (Mt 6.31-33), enfatiza a realidade espiritual como sendo o ideal de quem passou pelo novo nascimento (Mt 6.19,20; Cl 3.1-3). Devemos fazer a diferença em nossa cultura como nos ensina a Bíblia (Fp 1.27 ver ainda Rm 12.2; 1ª Co 10.32), seguindo o exemplo dos nossos pais: “Segundo a tradição que de nós recebeu” (2Ts 3.6).

3. Antropocêntrica. O antropocentrismo tem sido outra marca da cultura atual marcada pelo pecado. É uma Ideologia ou doutrina, de acordo com a qual o ser humano é o centro de tudo, sendo ele rodeado por todas as outras coisas; dentro dessa perspectiva tudo converge para o homem (Dn 4.30; Lc 12.17-19). Esta ideia, porém, choca-se frontalmente com o teocentrismo ensinado nas Escrituras, ou seja, Deus é o centro de todas as coisas: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Cultura Popular e Igreja”
George Lucas, diretor do filme Guerras nas Estrelas e, por conseguinte, moderno fabricante de mitos, declara que o cinema e a televisão suplantaram a igreja como grandes comunicadores de valores e crenças. [...] A possibilidade de que a mídia substitua o papel historicamente vital desempenhado pela igreja na formação dos valores de uma comunidade é desconcertante, mas compreensível. Para muitos, o cinema se tornou uma igreja virtual. Mesmo dentro de nossa casa, verificamos que as devoções familiares são suplantadas pelos deuses eletrônicos. A televisão pode funcionar como santuário privado ao deus das imagens - um deus do lar grego ou olímpico da ESPN, um Buda pessoal da Televisão Pública ou um deus dionísio da TV a cabo. Cada um oferece sua própria visão da vida boa.

E frequentemente jazemos prostrados diante de nosso deus, ficando preguiçosos e indolentes" (PALMER, Michael (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: editora CPAD, p.394).

IV. A CULTURA HUMANA À LUZ DAS ESCRITURAS

1. Quando a cultura contradiz as Escrituras, deve ser rejeitada e combatida. Podemos ver no AT que os costumes dos povos deveriam ser rejeitados pelos israelitas porque estavam ligados a uma religião idólatra e cruel (Lv 18.24-29). Estes costumes incluíam práticas que abrangiam as diversas áreas da vida como a família, a vestimenta, a religião, a arquitetura, direito, etc. (Dt 2.5). Em certas situações toda a cultura de um povo deveria ser completamente destruída (Dt 25.17-19; 1ª Sm 15.2-3). Os filhos de Israel deveriam cumprir o mandamento de não cortar o cabelo em redondo, nem danificar as extremidades da barba (Lv 19.27). É provável que aquele costume cultural identificasse a pessoa com o paganismo e por isso deveria ser rejeitado (Rm 12.2). É a Igreja que influencia os padrões de vida e costumes do mundo, porque ela é “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5.13,14). O povo de Deus é um povo diferente no mundo, no sentido espiritual, moral e social (1ª Co 10.32). A Igreja é um grupo social, dentro de um contexto maior, chamado sociedade, repleto de padrões culturais antibíblicos, onde quer que a Igreja se encontre e por isso precisa fazer a diferença (1Co 6.20; Tt 2.10).

2. O que da cultura não contradiz as Escrituras, deve ser utilizada com sabedoria. Apesar da cultura estar contaminada pelo pecado, ela pode ser uma fonte da verdade, se não vier a contradizer os princípios bíblicos. Daniel e seus amigos na corte babilônica é um grande exemplo. Eles foram dotados por Deus com o conhecimento e inteligência em toda literatura e sabedoria (Dn 1.17-21). Isto quer dizer que ele tinha conteúdo cultural e sabia usar aquele conhecimento com equilíbrio e sabedoria. Apesar deste conhecimento Daniel e seus companheiros não permitiram que, no que a cultura babilônica feria os princípios divinos comprometessem sua fé (Dn 1.8). Quando o costume cultural está de acordo com a verdade bíblica, ele deve ser preservado e seguido; porém, quando contraria os princípios estabelecidos na Palavra de Deus, deve ser rejeitado e combatido pela Igreja de Cristo (At 5.29; Fp 4.8). Logo, a cultura até certo ponto não é nociva, desde que não venha a ferir os princípios da Palavra de Deus. Quando uma respectiva nação praticava um costume fora da vontade de Deus, a Bíblia é bem clara: “E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles” (Lv 20.23 ver ainda Dt 22.5).

V. COMO O CRISTÃO DEVE SE RELACIONAR COM A CULTURA

1. O exemplo do apóstolo Paulo. Ele também foi um cristão que entrou em contato com a cultura do seu tempo, mas não deixou se corromper por nenhuma prática cultural. Seus escritos revelam conhecimentos razoáveis em variadas áreas da cultura (At 17.15-34). Paulo podia levar os princípios eternos da revelação especial que ele recebia a sua prática? Sim! Porque conhecia bem os costumes judaicos em que ele fora criado, bem como os costumes dos povos que ele estava evangelizando (1ª Co 11.1-16). Apesar deste conhecimento cultural, o apóstolo Paulo não negociava com a cultura de sua época se esta prejudicasse a Palavra que ele pregava. Para Paulo, o meio de salvação dos perdidos era a pregação do evangelho. Ele rejeitou a retórica dos gregos para que a fé daqueles irmãos não repousasse sobre a sabedoria humana, mas sobre o poder de Deus (1ª Co 2.1-5).

2. Jesus Cristo, o mais sublime de todos os exemplos. O Senhor Jesus é o maior e melhor exemplo de alguém que não deixou ser influenciado pela cultura prevalecente de seus dias. Ele veio ao mundo como homem (Jo 1.14; Fp 2.5-11), foi circuncidado e apresentado no templo (Lc 2.21-38), participou das festas judaicas (Lc 2.39-43), demonstrando estar em contato com sua cultura. Porém, não se rendeu a ela para ir de encontro aos princípios da Palavra de Deus (Mc 7.1-16). Os cristãos devem ser agentes transformadores da sociedade. Nossa responsabilidade de transmitir e viver adequadamente o evangelho em qualquer cultura é bíblica. Escrevendo aos coríntios o apóstolo Paulo diz: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1ª Co 10.31). Significa dizer que tudo o que fazemos na vida, até as coisas mais instintivas, como o comer e o beber, deve ser feito com a plena conscientização da glorificação a Deus. Não podemos, portanto, simplesmente aceitar uma cultura como ela é sem ter a visão clara do que ela tem contrário à Palavra de Deus.

VI. O EVANGELHO INFLUENCIANDO A CULTURA HUMANA

Agora, precisamos responder a esta pergunta: “É possível transformar uma cultura dominada pela iniquidade?”.

1. Jesus nasceu num contexto cultural. Nenhum homem é capaz de viver à parte de uma cultura; somos seres culturais. Aliás, o próprio Filho de Deus, quando de sua encarnação, foi acolhido numa sociedade dominada por três grandes culturas - a judaica, a grega e a romana (Jo 19.20). Todavia, a sua mensagem transformou milhões de pessoas oriundas de todas as culturas do mundo, conduzindo-as a viver num só corpo (Rm 10.12).

2. O Evangelho transforma a cultura. Conquanto não nos seja possível converter toda uma sociedade, podemos influenciá-la com a mensagem do Evangelho. Haja vista o que aconteceu em Éfeso, durante a terceira viagem missionária de Paulo, quando praticantes de artes mágicas queimaram seus livros em público (At 19.19).

Se quisermos, de fato, transformar o nosso país, devemos evangelizá-lo de acordo com o modelo de Atos dos Apóstolos (At 1.8).

3 A igreja e a pregação do Evangelho. Uma das principais atribuições da igreja é a de influenciar a cultura e a sociedade onde ela está inserida (Mt 5.13-16; Mc 9.49; Lc 14.34-35; Mc 4.21; Lc 8.16; 1ª Pd 2.12). E como ela pode fazer isto? Priorizando os princípios da Palavra de Deus, independente do modelo cultural da sociedade. Na prática, significa combater o pecado, mesmo que este seja visto como uma questão cultural. É ensinar sobre a fidelidade conjugal (Hb 13.4), mesmo quando a infidelidade já se tornou comum; combater a mentira e o engano (Ef 4.25; Rm 12.17), ainda que sejam vistas como coisas normais ou naturais; pregar contra o paganismo e a idolatria (Rm 2.22; 1ª Jo 5.21), mesmo quando ela é vista como mera religiosidade, etc. Recebemos do Senhor Jesus uma responsabilidade para produzir uma cultura debaixo do Senhorio de Cristo (2ª Co 10.4,5), ou seja, promover a cosmovisão cristã em um mundo pluralista (Rm 12.1,2), onde as culturas estão afetadas em suas estruturas e práticas do pecado, necessitando assim, que a Igreja exerça sua função profética (1ª Pd 2.9,10), mostrando o caminho que Deus planejou para vivermos como seres humanos, julgando nossas vidas por essas normas.

4. O evangelho na cidade de Éfeso. Esta era a capital da província romana da Ásia. A cultura era extremamente influenciada pelo paganismo e hedonismo (busca desenfreada pelo prazer) ali estava o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana (At 19.27) que possuía um templo (At 19.28) que foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Historiadores calculam que a população da cidade de Éfeso no primeiro século era cerca de 250 a 500 mil habitantes. Paulo na unção do Espírito Santo (At 19.11,12), começou a pregar nesta cidade e o impacto do evangelismo foi tão grande que agitou a cidade, provocando muitas conversões até mesmo de pessoas ligadas ao ocultismo (At 19.18); de modo que Lucas relata: “assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (At 19.19). Durante o tempo que ali passou, Deus operou poderosamente através do apóstolo (At 19.11), em Éfeso houve várias conversões (At 19.18,19), batismo no Espírito Santo (At 19.6,7), curas divinas e expulsão de demônios (At 19.12), e a propagação do evangelho (At 19.10,20,26), resultando no temor a Deus e a glorificação do nome do Senhor Jesus (At 19.17).

3. O evangelho na cidade de Corinto. Os crentes de Corinto, um exemplo da influência do Evangelho. Corinto era uma das cidades mais promiscuas no período do Novo Testamento. Não obstante, Paulo, ao levar-lhe o Evangelho, resgatou preciosas almas aprisionadas a um contexto moralmente doentio (1ª Co 6.9-11).

Apesar de seus graves problemas, a igreja coríntia detinha todos os dons espirituais (1ª Co 1.7). O mais importante, porém, é que os seus membros, dantes escravizados por Satanás, eram agora chamados de santos em Jesus Cristo (1ª Co 1.1,2).

O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios deixou muito claro que a cultura não está acima das Escrituras (1ª Co 10.12,23,31). Tudo o que o crente fizer deve objetivar a glória de Deus, pois para isto é que fomos criados (Ef 1.12). A Bíblia adverte-nos: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas [...]” (Cl 2.8). Um dos maiores desafios da igreja nestes últimos dias é lutar contra os enganos e os ardis do Inimigo na nossa cultura. Os costumes e cultura nunca têm o peso de doutrina, porém, a doutrina bíblica é que gera os bons costumes nas culturas (Dt 7.6). Paulo ensinou que há coisas que em si mesmas não são pecado, mas são moldadoras, dominadoras, controladoras e por isso, devem ser evitadas: “Nem todas as coisas me convêm” (1ª Co 6.12a), por este motivo a recomendação bíblica: “Não me deixarei dominar por nenhuma” (1ª Co 6.12b). Há coisas que em si mesmas não são pecado, mas são embaraçosas (Hb 12.1). Há coisas que em si mesmas não são pecado, mas dão a aparência de pecado (1ª Ts 5.2). Nossos usos e costumes não devem provocar escândalos (1ª Pd 3.3-5).

CONCLUSÃO

Vimos que cultura é a atividade humana que intenciona o uso, o prazer e o desenvolvimento da raça humana. A Bíblia nos fala a respeito da cultura. Ela diz que, quando a cultura contradiz a verdade revelada, ela deve ser combatida; ensina também que, quando um costume cultural está de acordo com os princípios eternos, ele deve ser seguido. E, acima de tudo ela relata diversos exemplos de pessoas que, mesmo estando inseridas em diversas culturas, elas permaneceram fiéis a Deus.

A cultura atual em nada difere da pré-diluviana. No entanto, podemos influenciá-la através da pregação do Evangelho de Cristo. Se levarmos a sério a promessa de Atos 1.8, viremos não apenas a influenciá-la, mas igualmente transformá-la. Afinal, somos o sal da terra e a luz do mundo. Somente a Igreja de Cristo reúne essas propriedades tão raras para abalar as estruturas deste mundo que jaz no Maligno.

Sejamos santos. Evangelizemos e façamos missões! É a ordem de Cristo. Nós podemos transformar a cultura da sociedade atual, como fez o apóstolo Paulo em Tessalônica.

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira, Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD.
3. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
5. BURNS, Bárbara, Costumes e Culturas: uma introdução à Antropologia Missionária. VIDA NOVA.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO



LEITURA BÍBLICA
Gênesis 11.1-9 “1 - E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.  2 - E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. 3 - E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal. 4 - E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. 5 - Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; 6 - e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.7 - Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. 8 - Assim, o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. 9 - Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.

INTRODUÇÃO
Em Gênesis capítulo 11 o antagonismo entre o Reino de Deus e os reinos deste mundo está simbolizado.

E neste mesmo capítulo 11 de Gênesis a rebelião está concentrada numa cidade e na construção de uma torre, confrontando o plano de Deus de povoar abundantemente a Terra.

É a doutrina do globalismo na sua forma incipiente em três propostas falsas:

1. Falsa segurança – a torre alta para proteger-se, ainda com a lembrança do dilúvio na memória;

2. Falsa ambição – alcançar uma altura celestial e ter um nome grandioso com fundamentos frágeis: tijolos e argamassas;

3. Falsa unidade – “para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.”

Mas, sobretudo, o globalismo iniciante proposto por Babel quis substituir Deus como fundamento da sociedade por uma cultura mundana, que exclui a Deus!

Salmo 2.4 e 5 “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então, lhes falará na sua ira e no seu furor os confundirá.”

I. A SEGUNDA CIVILIZAÇÃO HUMANA

1. A apostasia de Cam e de Canaã - Gênesis 9.20 a 27.
A palavra apostasia deriva-se do seguinte termo grego: (apóstasis). O sentido dessa palavra traz a ideia de abandono da fé outrora professada, profanação do sagrado dantes venerado, e rebeldia contumaz aos valores espirituais. Apostasia é repúdio (rejeição) e abandono deliberado da fé que a pessoa professou.
Hebreus 3.12 “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.”
Diferente da heresia, porque esta nega algum ponto da fé. Aquela troca a fé, porque quer fazer isso de vontade própria e consciente, por várias formas, mas sempre contrárias à vontade de Deus revelada nas Escrituras.

2. O Pecado de Cam - Gênesis 9. 18-23.
CAM (Strong Português) חם Cham
Cam = “quente” - segundo filho de Noé, pai de Canaã e de vários povos que vieram a ser habitantes das terras do sul.

CANAÃ (Strong Português) כנען K ̂ena Ìan,
Canaã = “terras baixas”;
1) o quarto filho de Cam e o progenitor dos fenícios e das várias nações que povoaram a costa marítima da Palestina
2) a região oeste do Jordão povoada pelos descendentes de Canaã e subsequentemente conquistada pelos israelitas sob a liderança de Josué

Cam, nome próprio, que segundo Strong é de derivação incerta, e segundo o Dicionário John D. Davis, talvez signifique ´pele escura´, ainda que também registre ser de significação incerta. Isto porque Cam, correspondente do vocábulo egípcio kam, ou seja, ´preto´, derivado da cor da camada de lodo que se acumula nas margens do rio Nilo, devido às enchentes. E seja o nome que, em estilo poético, se dá ao Egito nos Salmos 78, 106, 22 e outros. (John D. Davis, verbete).

Canaã (terra baixa – John D. Davis ou planície – Strong), foi o nome do quarto filho de Cam e neto de Noé (Gênesis 10.6 e versículos 15 a 20).

2.1. Cam era o segundo filho de Noé, preservado das águas do dilúvio: Os filhos de Noé, que saíram da arca, foram Sem, Cam e Jafé. Cam é o pai de Canaã, (Gn 9.18). É interessante observar que ao referir-se a Cam, o autor sagrado traz a informação de que este era pai de Canaã.

2.2. A maldição de Canaã. “... Maldito seja Canaã; servo dos servos será de seus irmãos.” (Gn 9.25).

Após o dilúvio, Noé lavrou a terra e plantou uma vinha. O fruto da videira foi transformado em vinho. Bebendo do vinho, embriagou-se e dormiu. O calor produzido pelo efeito da bebida fez com que Noé se descobrisse dentro de sua tenda.

Noé, o homem que antes do dilúvio foi descrito como um “homem justo e íntegro entre seus contemporâneos” (Gn 6.9) portou-se de modo impróprio, embora não houvesse má conduta de sua parte, além da indiscreta bebedeira e sua consequente nudez.

Cam, um dos filhos de Noé, entrou na tenda de seu pai e o viu nu. Ao sair da tenda contou a seus dois irmãos, Sem, e Jafé, os quais tomando uma capa cobriram a nudez de seu pai. Ao ficar sóbrio Noé soube o que seu filho mais moço fizera e disse: “Maldito seja Canaã servo dos servos será de seus irmãos. Ele disse: Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo” (Gn 9:25-27.

2.3. Qual foi esse pecado terrível, que causou uma maldição?
Ele não cobriu a nudez de seu pai, mas antes a expôs. Após as narrativas que estabelecem a aliança de Deus com Noé e seus filhos, segue-se uma tragédia na família de Noé (Gn 9.20-29). Um resumo dos fatos sucedidos facilitará a compreensão da narrativa:
a) Noé se embriagou com o vinho da própria vinha (vs. 20,21);
b) Embriagado, apareceu nu dentro de sua própria tenda (v. 21);
c) Seu filho Cam e seu neto Canaã viram a nudez de seu pai e dele zombaram (v. 22);
d) Sem e Jafé ao tomarem conhecimento do fato, cobrem seu pai Noé, sem contemplar-lhe a nudez (v.23);
e) Noé ao acordar profetiza bênçãos e maldições sobre os seus três filhos baseado nos atos anteriores (vs.24-27).

O que houve foi a quebra de privacidade por Cam, que deveria permanecer do lado de fora da tenda de Noé. É provável que Canaã, o filho de Cam, talvez tenha sido o primeiro a ver a nudez de Noé e contado a Cam ou fez algo que desrespeitou o seu avô, porque Noé, ao despertar, o amaldiçoou (Dt 5:16). Cam nada fez para preservar a dignidade de seu pai. Ele não cuidou para que Noé fosse devidamente coberto. Em vez disso foi para fora descrever a seus irmãos o desatino cometido pelo pai. Cam se mostrou maldizente expondo Noé ao ridículo, colocando em risco sua honra e sua autoridade familiar. Mesmo que estivesse errado, Noé deveria ser respeitado. Como conseqüência de seu ato os descendentes de Cam foram amaldiçoados.

A posição exegética de que o pecado de Cam e Canaã tenha sido contemplar de modo desrespeitoso a nudez do pai, encontra sua confirmação no versículo 25 que atesta que Sem e Jafé, para não recair no mesmo erro: “tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem”. O contexto de Deuteronômio 27.16 reforça simetricamente o conceito expendido: “Maldito quem desonrar o seu pai ou a sua mãe”.  Lembremos que na antiga sociedade hebraica, ver a nudez de pai ou mãe era considerado uma calamidade social grave, e um filho ou filha ver tal nudez propositadamente era um lapso sério da moralidade entre pais e filhos. Portanto, Cam errou gravemente, de acordo com os padrões de sua época. E não somente errou pessoalmente, mas também correu até seus irmãos, fazendo do incidente um motivo de zombaria.

Quando Noé recobrou da bebedice do vinho, ele soube desse ato, e então amaldiçoou a seu NETO CANAÃ: filho Cam. De imediato, parece estranho que Noé tenha amaldiçoado a seu filho menor. Porque Noé falhou. Noé errou ao embebedar-se, e assim embriagado, despiu-se vergonhosamente, ainda que dentro de sua tenda.

Seu filho Cam entra na tenda, vê a nudez de seu pai, e saindo, conta e expõe isso a seus irmãos. Diferentemente dele, seus dois irmãos, Sem e Jafé, entram na tenda de costas, virados para trás, segurando uma capa em cada ponta, e assim cobriram a nudez de seu pai Noé com aquele manto e, tendo os rostos virados, não viram a sua nudez. Antes, portanto, cobriram-na. 

A narrativa de Gênesis 9.18-29 mostra que o pecado continua no mundo. O dito de Noé foi abusivamente interpretado na história como maldição da raça negra. Mas é impossível ver qualquer implicação desta passagem para a subjugação dos povos negros da terra. Cam não foi amaldiçoado nesta passagem, mas Canaã. Canaã não foi o pai dos povos negros, mas dos cananeus que viveram na Palestina e que ameaçavam os Israelitas. Os cananeus desapareceram há muito tempo, a maldição, portanto, não se pode aplicar a qualquer pessoa hoje.

2.4. Por que Noé o amaldiçoou? Porque ele era a autoridade representativa de Deus. O líder falhou, sim, de fato, mas a falha do líder é um teste para nós. Se estamos em espírito de submissão ou de rebeldia interior, diante da autoridade delegada por Deus. O líder que falha dará contas a Deus, que lhe outorgou autoridade representativa.

Noé não julgou a seu filho caçula de acordo com o terreno conceito humano, mas de acordo com a perspectiva celestial do governo divino.

Então devemos encobrir o erro do líder? Não! Certamente há lideranças auxiliares e superiores,  que podem tratar de cada caso. A observação aqui é quanto ao espírito interior daquele que sai a divulgar, a expor a falha da liderança, e então confronta diretamente a autoridade de Deus.

Repito: a eventual falha do líder é sempre um teste para nós. Se estamos submissos à autoridade de Deus ou não. Ou se temos no coração o espírito de rebeldia latente e contido. Expondo a todos, divulgando a todos a falha da liderança, nós nos pomos debaixo da maldição e não da bênção.

Sem e Jafé também entraram na tenda. Noé continuava falhando na embriaguez e na nudez. Mas Sem e Jafé não entraram ali para ver a falha, mas para cobri-la. Deus trataria com Noé, no caso. Sem e Jafé foram abençoados.

Não é bênção ver e divulgar aqui e ali a falha dos outros. Sabem donde vem a fofoca? Vem do ver e do ouvir.
1ª Coríntios 15.33 “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.”

Observem como a apostasia de Cam a longo prazo trouxe tantos malefícios aos povos.

Os habitantes originais do litoral sírio-palestino eram os descendentes de Canaã – Gênesis 10.15 a 18. Canaã incluía os jebuseus, amorreus, heveus e girgaseus. Estes descendentes amaldiçoados por Noé, tornaram-se idolatras, adoradores dos falsos deuses El – a que consideravam o deus supremo – e a Asera, chamada de esposa de El. A adoração a Baal teve origem entre esse povo. E adoravam a deusa Astarote, de baixíssimo padrão moral. Eles foram maus. Sacrificavam as suas crianças. Não tinham leis, e cada um fazia o que bem entendia. Os seus cultos com teor sexualista e de erotismo, tinham grande aceitação entre os descendentes de Cam, justamente pelo seu teor, ou seja, de ofertas corporais de conteúdo sexual.
Se podemos graduar a apostasia, então a de Cam e sua geração canaanita foi extrema!

II. O GLOBALISMO DE BABEL

Naquele estágio, a civilização iniciada por Noé dispunha de todos os fatores, para criar uma sociedade ímpia e globalista: uma só língua, um só povo e uma só cultura. Levemos em conta, igualmente, a ascensão de Ninrode e a tecnologia já acumulada para se construir a cidade e a torre de Babel.

1. Uma só língua e um só povo. Até aquele momento, como já vimos, a humanidade falava um só idioma e constituía-se num único povo (Gn 11.1). Pelo que inferimos do texto sagrado, não havia sequer dialetos ou sotaques; a unidade linguística era absoluta. Aliás, o mesmo se pode dizer de sua cultura.

O problema não era a unidade, mas a unificação que se estava formando. Certamente, o Anticristo se aproveitará de uma situação semelhante, a fim de implantar o seu reino logo após o arrebatamento da Igreja (Ap 13.6-8).

A ordem de Jesus é que o Evangelho não se concentre em Jerusalém, mas que alcance os confins da Terra (At 1.8).

2. A construção de Babel. Os filhos de Noé não eram ignorantes nem careciam de tecnologia, pois haviam sido capazes de executar o projeto da arca (Gn 6.14-16). E, de tal forma a construíram, que o grande barco resistiu aos ímpetos do Dilúvio. Por conseguinte, a construção de uma cidade, em cujo epicentro havia um arranha-céu, era apenas uma questão de tempo.

III. A INTERVENÇÃO DE DEUS EM BABEL

Para salvar a humanidade de si mesma, Deus interveio, confundindo-lhe a língua. Em seguida, dispersou os descendentes de Noé, para que povoassem as mais distantes ilhas e continentes. Em seguida, o Senhor chamou Abraão para ser o pai, na fé, de todas as famílias da Terra.

1. A confusão das línguas. Visando colocar um ponto final naquele projeto, o Senhor Deus desce à Terra, e, ali, em Sinear, confunde a língua daquela civilização (Gn 11.5-7). Desentendendo-se, os filhos de Noé reagrupam-se de acordo com sua nova realidade linguística, e espalham-se por toda a terra.

A rebelião daqueles homens fora realmente grande. Mas como Deus havia prometido não mais destruir a humanidade (Gn 9.11), decide espalhá-la para que os homens, separados uns dos outros, tivessem mais oportunidade de sobreviver numa terra contaminada pela apostasia.

2. O efetivo povoamento da Terra. Sabemos que Deus forçou os descendentes de Noé aos confins do mundo (Gn 11.9). Caso isso não tivesse acontecido, aquela geração teria o mesmo destino dos pré-diluvianos.

Assim como aquela geração chegou aos confins do mundo, o Senhor Jesus ordena-nos a levar o Evangelho até que todos os povos e nações venham a ouvir as Boas Novas (Mt 28.18-20). Quando isso acontecer, então virá o fim (Mt 24.14).

3. A eleição de Sem. A história de Abraão começa logo após a dispersão de Babel (Gn 11.26-30). Com a eleição de Sem, delineia-se mais claramente o período messiânico, que haveria de culminar em Jesus Cristo, o Filho de Deus (Gn 9.26; Lc 3.23-38).

Em sua infinita sabedoria, fez o Senhor duas coisas por ocasião da torre de Babel: dispersou os filhos de Noé e, em seguida, chamou Abraão, para dar continuidade à linhagem messiânica, da qual sairia Jesus, o Cristo, Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“O paganismo estava indiretamente envolvido nesta história, pois havia um ímpeto construtivo em direção ao céu e o único verdadeiro Deus foi definitivamente omitido de todo o planejamento e de todas as metas. Mas Deus não estava inativo. Ele observava o que estava acontecendo e logo mostrou sua avaliação da situação. O homem não foi criado como ser independente de Deus. Ser 'à nossa imagem' (1.26) significava que o homem estava dotado de grandes poderes e que era totalmente dependente de Deus para sua essência de vida e razão de ser. [...] O julgamento de Deus logo manifestou estas ilusões. Para demonstrar que a unidade humana era superficial sem Deus, Ele introduziu confusão de som na língua humana. Imediatamente estabeleceu-se o caos. O grande projeto foi abandonado e a sociedade unida, mas sem temor de Deus, foi despedaçada em segmentos confusos. Em hebraico, um jogo de palavras no versículo 9 é pungente. Babel (9) significa 'confusão' e a diversidade de línguas resultou em balbucios ou fala ininteligível” (Comentário Bíblico Beacon: Gênesis a Deuteronômio. Rio de janeiro: CPAD, p.55).

CONCLUSÃO
A fim de preservar a sua obra, o Senhor Deus promulgou duas ordenanças quanto à sua criação. Em primeiro lugar, a povoação de toda a Terra (Gn 9.7). E, por último, a Grande Comissão, através de Jesus Cristo: "É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!" (Mt 28.18-20).

Contra o globalismo, cuja missão é submeter o mundo aos caprichos de Satanás, só mesmo a obediência aos termos da Grande Comissão. Evangelização e missões, já. Maranata, ora vem, Senhor Jesus.