TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO



Gêneses 11.1-9

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos a diferença dos termos globalismo e globalização; pontuaremos sobre o primeiro globalismo e a torre de babel; analisaremos o sonho globalista do ímpio Ninrode; e por fim; citaremos a ação de Deus diante da construção da torre de babel.

I. DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS GLOBALISMO E GLOBALIZAÇÃO

1. O conceito de globalismo. O termo globalismo é empregado para referir-se a uma conjuntura econômica, religiosa, científica e política mundialmente unificada. Para alguns sociólogos, jornalistas e especialistas políticos, o termo pode referir-se a um “sistema anticristão” e que ameaça a soberania de alguns países. Segundo Houaiss (2001, p. 1457), globalismo é: “a condição de interligação planetária que envolve redes de comunicação entre os continentes; internacionalismo; imperialismo; uma influência política mundial”. Para Andrade, globalismo é: “ […] a doutrina que, apesar de possuir variadas matrizes, tem como objetivo dominar todas as instituições humanas e, em seguida, congregar toda a humanidade em torno de um governante mundial […] que o globalismo vem trabalhando, sutil e habilmente, a política, a religião, a economia e a cultura, visando dominá-las a fim de apressar a ascensão do personagem que, na Bíblia, aparece como o homem do pecado (2ª Ts 2.3) […] homens ímpios e dissolutos incitaram a descendência de Noé a aglomerar-se num só lugar (torre de Babel), sob um único governante. Foi assim que nasceu o globalismo: uma doutrina contrária ao propósito divino quanto à povoação e ao governo da Terra”. “A civilização iniciada por Noé dispunha de todos os fatores para criar uma sociedade ímpia e globalizada: uma só língua, um só povo, uma só cultura [e um só líder]” (ANDRADE, 2019, pp. 105,107,113).

2. O conceito de globalização. Segundo os especialistas das ciências políticas e econômicas e das relações internacionais, “globalismo” não é o mesmo que “globalização”. Globalismo é um conceito político, enquanto globalização é conceito econômico (comercial). Segundo Houaiss (2001, p. 1457), globalização é: “o intercâmbio econômico e cultural entre diversos países; mercado financeiro mundial; interação entre empresas; livre-comércio”. A globalização econômica é a abertura comercial dos países para exportar e importar bens, serviços e tecnologias. Um exemplo interessante é o de uma simples camisa fabricada na Malásia, utilizando máquinas feitas na Alemanha, algodão proveniente da Índia, forros de colarinho do Brasil, tecido de Portugal, e vendida no varejo no Canadá e outros países.

II. O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO

1. O globalismo e a torre de Babel (Gn 11.3). Os homens estavam unidos entre si em um verdadeiro modelo de globalismo com uma só língua, um só povo, uma só cultura, uma só religião, e um só líder (Gn 11.1-4). Mas essa unidade conferiu-lhes a ambição de fazer coisas proibidas. A torre que construíram em Babel era uma estrutura conhecida como zigurate. Arqueólogos já escavaram várias dessas estruturas enormes construídas principalmente para fins religiosos. Um zigurate era como uma pirâmide [...] Ali ficava um santuário especial consagrado a um deus ou deusa. Ao construir essa estrutura, as pessoas [...] esperavam que o deus ou a deusa que adoravam descesse do céu para encontrar-se com elas. Tanto a estrutura quanto a cidade eram chamadas de “Babel”, que significa “portal dos deuses” (WIERSBE, 2010, p. 77).

2. A desobediência e a torre de Babel (Gn 11.4). Segundo Matthew Henry (2010, p. 71 – acréscimo nosso), foram três os motivos da construção da Torre de Babel:
(a) destinar-se a uma afronta ao próprio Deus (Gn 11.4-a), pois eles desejavam construir uma torre cujo “cume tocasse nos céus”, o que evidencia um desafio contra Deus, ou pelo menos, uma rivalidade com Ele, pois eles desejavam ser “como o Altíssimo”;
(b) esperavam fazer um “nome para si” (Gn 11.4-b). Eles desejavam deixar este monumento do seu orgulho, e ambição, e tolice;
(c) fizeram isto para impedir a sua dispersão (Gn 11.4-c). Para que pudessem estar unidos em um império glorioso, eles decidiram construir esta cidade e esta torre, para que fossem a metrópole do seu reino, e o centro da sua unidade.

3. A rebelião e a torre de Babel (Gn 11.1-4). Deus ordenou que os povos fossem férteis, que se “multiplicassem e que se espalhassem por toda a Terra”, mas decidiram mudar para a cidade de Ninrode, na Babilônia, e “assentar-se ali” (Gn 11.8-12). Essa mudança representou uma rebelião explícita contra a ordem de Deus para que o povo se espalhasse. Ao que parece, Ninrode desejava tê-los em sua cidade e sob seu domínio; uma pré amostra do que hoje chamamos de “globalismo”. Eram, verdadeiramente, um conjunto de “nações unidas”, um só povo (Gn 11.6) que falava a mesma língua e usava um único vocabulário e dicionário. Era motivado por um só espírito de orgulho e pelo desejo instigante de se tornar célebre (WIERSBE,2010, pp. 77,78).

4. A arrogância e a torre de Babel. Nas Escrituras, a Babilônia (Sinar seu nome mais antigo) simboliza o orgulho perverso, a corrupção moral e a rebeldia contra Deus. A Babilônia representa o sistema do mundo que se opõe a Deus. Aquela primeira unificação mundial (globalismo) que Ninrode desejava para a Babilônia de Gênesis um dia será obtida pelo sistema mundial perverso de Satanás (Ap 18.3,9,11,23). Esse projeto odioso foi uma declaração arrogante de guerra contra Deus, não muito diferente da rebelião descrita no Salmo 2.1-3. Para começar, o povo estava resistindo à determinação divina para que se espalhasse e repovoasse a Terra. Motivados por orgulho, decidiram construir uma cidade e um grande zigurate e ficar todos juntos. Porém, mais do que isso, desejaram tornar célebre seu nome, de modo que outros os admirassem e, talvez, até se juntassem a eles. Ao declarar seu propósito, repetiam a mentira do diabo no Éden: “como Deus sereis” (Gn 3.5) (WIERSBE,2010, pp. 77,78).

III. O SONHO GLOBALISTA DE NINRODE

Ninrode foi o primeiro, depois do dilúvio, a fundar um reino, a unir os espalhados e a consolidá-los sob si próprio como único cabeça e senhor; e tudo isso em desafio a Deus (Gn 10.8-12; Mq 5.6). Vejamos o projeto globalista de Ninrode:

1. A família de Ninrode (Gn 10.8). De acordo com o texto bíblico, Ninrode é filho de Cuxe, filho de Cam (1º Cr 1.10). “Embora seu nome não aparece na lista dos filhos de Cuxe em Gênesis 10.7. Ao que parece, neste caso o verbo “gerar” não define Cuxe como seu pai, mas sim como seu antepassado”. Ninrode foi o primeiro na história das civilizações a tentar implantar um tipo de globalismo no mundo (ADEYEMO, 2010, p. 27).

2. O caráter de Ninrode (Gn 10.8,9). Os escritos rabínicos derivaram o nome Ninrode do verbo hebraico “marádh”, que significa “rebelar, rebelde”. Assim, o Talmude Babilônico declara: “Então, por que foi ele chamado de Ninrode? Porque incitou todo o mundo a se rebelar contra a soberania de Deus” (KASHER, vol. II, 1955, p. 79). “A Bíblia fornece-nos algum relato relativo a Ninrode. Ele era o tipo de rei que Deus jamais aprovaria. Em Gênesis 10.8,9, Ninrode é chamado “gibbor”, que significa “guerreiro”. Os escritos de Josefo e também o contexto do capítulo 10 de Gênesis sugerem que Ninrode era poderoso caçador em desafio a Jeová (CHAMPLIN, 2005, p. 508). Ninrode destaca-se na antiguidade como o primeiro “dos grandes homens que há na terra”, rememorado por duas coisas que o mundo admira: bravura pessoal e poder político.

3. O projeto de Ninrode (Gn 10.10). No começo, o reinado de Ninrode incluía as cidades de Babel, Ereque, Acade e Calné, todas na terra de Sinar (Gn 10.10). Foi provavelmente sob a sua direção que começou a construção de Babel e da sua torre. Tal conclusão está também de acordo com o conceito judaico tradicional. Josefo escreveu: “Pouco a pouco, [Ninrode] transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes do seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de Deus, se Este quisesse novamente inundar a terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho de [Ninrode], achando ser escravidão submeter-se a Deus” (WIERSBE, 2010, p. 77).

4 O reino de Ninrode (Gn 10.10). “A conexão entre Ninrode e a torre de Babel é evidente pela prioridade cronológica de Gênesis 11 a Gênesis 10 e pelo fato de que um dos centros do reino de Ninrode era a Babilônia (ou seja, Babel). Muito provavelmente o próprio Ninrode era um dos construtores da torre de Babel” (ZUCK, 2009, p. 38). Flávio Josefo, judeu, historiador do primeiro século, relatou a participação direta dos homens liderados por Ninrode na construção da Torre em Babel: “Ninrode, neto de Cam, um dos filhos de Noé, foi quem levou os homens a desprezar a Deus. Ao mesmo tempo valente e corajoso, persuadiu-os de que deviam unicamente ao seu próprio valor, e não a Deus, toda a sua boa fortuna. E, como aspirava ao governo mundial (globalismo) e queria que o escolhessem como chefe, abandonando a Deus, ofereceu-se para protegê-los contra Ele, construindo uma torre para esse fim, tão alta que não somente as águas não poderiam chegar-lhe ao cimo como ainda ele vingaria a morte de seus antepassados” (JOSEFO, 2004, p. 28).

IV. A AÇÃO DE DEUS DIANTE DA DO GLOBALISMO DA TORRE DE BABEL

1. Deus desceu (Gn 11.5,7-a). “O Deus do céu jamais fica perplexo nem paralisado com aquilo que as pessoas fazem aqui na Terra. A arrogante exclamação de Babel 'Subamos!' foi respondida com tranquilidade pelo céu: 'Desçamos!'. É claro que Deus não precisa realizar uma investigação para saber o que está acontecendo em seu Universo; a linguagem usada serve apenas para dramatizar a intervenção divina” (WIERSBE, 2010, p. 78).

2. Deus confundiu (Gn 11.7-b). A Bíblia diz que Deus desceu para embargar o projeto da construção dessa Torre, confundindo-lhes a língua ao ponto de não se entenderem para não levar adiante aquele projeto. “A palavra Babel (Babilônia) dava-se a si própria o nome de “Bab-ili”, “portal de Deus”. Mas, mediante um jogo de palavras, a Escritura sobrepõe o rótulo mais verdadeiro, “bãlal” que significa “ele confundiu”. Na Bíblia, esta cidade veio a simbolizar crescentemente a sociedade ateísta, com suas pretensões (Gn 11), perseguições (Dn 3), prazeres, pecados e superstições (Is 47.8-13), suas riquezas e sua eventual ruína (Ap 17,18)” (KIDNER, 2001, p. 103). Aprendemos com isso que, todo e qualquer projeto a ser realizado alienado de Deus, mais cedo ou mais tarde sucumbirá (Sl 127.1-3; Mt 7.24-27).

3. Deus espalhou (Gn 11.8). Aquilo que o povo havia temido lhes sobreveio devido a seus atos quando Deus “os dispersou dali pela superfície da terra” (Gn 11.8). Impossibilitados de se comunicar de forma apropriada, os trabalhadores tiveram de interromper a construção da torre. “Não sabemos o que Deus fez com a Torre, uma tradição judaica diz que o fogo desceu do céu a consumiu até os alicerces. Outra tradição afirma que ela foi derrubada pela força do vento” (PFEIFFER, 2007, p. 249).

CONCLUSÃO.
Aprendemos nesta lição, que a ideia de construir uma cidade e uma “torre cujo cume toque nos céus” foi uma clara demonstração de rebelião do homem que tentou se colocar no lugar de Deus. É fato que uma moderna torre de Babel está sendo construída atualmente através do globalismo com propostas de implantação de um governo único no mundo. No entanto, temos a certaza a luz das Escrituras Sagradas, que, mais uma vez, o Senhor Deus triunfará.

REFERÊNCIAS
1. CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
2. JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus. CPAD.
3. KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
5. PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
6. ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO HUMANA



LEITURA BÍBLICA
Gênesis 4.1-16 “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão. 2 - E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 3 - E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4 - E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. 5 - Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 6 - E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 7 - Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás. 8 - E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. 9 - E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 10 - E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. 11 - E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. 12 - Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra. 13 - Então, disse Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. 14 - Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará. 15 - O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto, qualquer que matar a Caim sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse.16 - E saiu Caim de diante da face do SENHOR e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden.”

INTRODUÇÃO. Nesta lição, estudaremos a origem da civilização humana. E, para tanto, focaremos o capítulo quatro de Gênesis, pois é justamente, aí, que encontramos a primeira cidade construída pelo homem.
Em seguida, veremos por que a civilização é marcada por tantos conflitos, dissoluções e violência. Apesar de tudo, Deus jamais deixou de intervir nos negócios humanos: além de Criador, Ele é o Senhor de todas as coisas.
Concluindo a nossa aula, mostraremos que somente o Evangelho de Cristo pode redimir a civilização atual.
Não estamos sozinhos no mundo. O ser humano faz parte de uma família que teve origem em DEUS. O livro do Gênesis diz: “E DEUS os abençoou e DEUS lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a” (1.28a). De um casal, DEUS planejou a raça humana. A ordem divina para “Frutificar” e “Multiplicar” demandava o ensejo de constituir uma civilização humana. DEUS ordenou ao ser humano que se espalhasse pelo mundo. Hoje, segundo os dados do Banco Mundial em 2017, somos aproximadamente 7,53 bilhões de habitantes no mundo. China e Índia são os países mais populosos da Terra, respectivamente: 1,413 e 1,350 bilhões.

Imaginemos a civilização humana sem pecado - quão maravilhosa, inteligente, tecnológica, desenvolvida, seria.

I. A ORIGEM DA CIVILIZAÇÃO HUMANA

1. Conceito. Civilização é o conjunto de caracteres próprios da vida social, política, econômica e cultural de um país ou região. É o ato ou efeito de civilizar (se), ou seja, de tornar (se) civil, cortês, civilizado.

Civilização é o estado de cultura social, caracterizado por um relativo progresso no domínio das ciências, da religião, da política, das artes, dos meios de expressão, das técnicas econômicas e científicas, e de um grau de refinamento dos costumes.

As civilizações foram se formando ao longo de diferentes épocas e são estudadas através da análise e interpretações dos historiadores que se utilizam de vestígios deixados pelo homem, entre eles, restos arqueológicos, monumentos, tradições e documentos escritos que são fundamentais para o conhecimento da história de uma civilização.

2. O casamento como base da civilização. A civilização humana teve início quando Adão recebeu Eva como esposa (Gn 2.18- 25). A partir daí, não somente a família, mas a nação, o povo e o Estado tornaram-se possíveis (Gn caps. 5 e Gn.10.1).

Portanto, sem o casamento, cujo real modelo encontramos na Bíblia Sagrada, a civilização humana seria impossível. Aliás, até a própria Igreja de CRISTO, apresentada como a sociedade perfeita, tem, no casamento bíblico, a sua base espiritual, moral e emocional (Ef 5.22-30).

3. Adão e Eva foram salvos?
 CREMOS QUE SIM. Percebemos isso nos testemunhos que Eva dá após o pecado, nos nascimentos de seus filhos Gn 4.1. E CONHECEU Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.

Após Caim ter matado Abel, lemos no versículo 25 o relato do nascimento de Sete: Gn 4.25.E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, DEUS me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.

3.1. Quem criou a civilização foi DEUS.
No Jardim DEUS já vinha falando com Adão imprimindo nele Sua personalidade. Quem instituiu o casamento foi DEUS, dando Eva para Adão. Daí nasceu a família, a sociedade, a civilização. Os principais aspectos da civilização são: Política, artes, educação, religião, moral, saúde, segurança, pecuária, agricultura, tecnologia, etc...

HOMEM - ADÃO (Strong Português) - אדם ’adam aw-dawm’ - 1) homem, humanidade (designação da espécie humana), 1a) homem, ser humano 1b) homem (como indivíduo), humanidade (sentido intencionado com muita freqüência no AT), 1c) Adão, o primeiro home.

EVA - (Strong Português) - חוה Chavvah - Eva = “vida” ou “vivente”, 1) a primeira mulher, esposa de Adão.

SUBSTITUTO DE ABEL
SETE - (Strong Português) - שת Sheth Sete = “compensação”;

1) o 3o filho de Adão com Eva;

FILHO DE SETE

ENOS - (Strong Português) - אנוש ’Enowsh Enos = “homem”;

1) filho de Sete. Daí se começou a invocar o nome do SENHOR.

O que é invocar?
INVOCAR - (Strong Português) - קרא qara’;
1) chamar, clamar, recitar, ler, gritar, proclamar - 1a) (Qal) - 1a1) chamar, gritar, emitir um som alto, 1a2) chamar, gritar (por socorro), invocar (o nome de DEUS), 1a3) proclamar;

Foi através da união conjugal entre Adão e Eva que a civilização passou a existir - DEUS estava presente e discipulando o casal. Havia uma norma a se submeter. Havia trabalho a fazer. Havia objetivo a cumprir. Havia vigilância a ser exercida. Havia amor, paz e união. Havia espiritualidade.

4. A subsistência da civilização. O trabalho não pode ser o objetivo e ocupação total na vida de um crente salvo. A vida do crente deve ter como principal objetivo servir a DEUS e ser instrumento de DEUS na evangelização dos povos. É preciso priorizar a oração, o estudo da Bíblia, o jejum, a família, a igreja e só depois o trabalho secular.

O PAI trabalha até agora, como disse JESUS que também foi e é um trabalhador, bem como o ESPÍRITO SANTO. O homem foi criado para lavrar e guardar o jardim, bem como para ser mordomo fiel no cuidado do mundo todo. Apesar de dificultoso, devido ao pecado, o trabalho dignifica o homem.

Cada ser humano tem uma função importante na civilização humana, cada um tem sua profissão, sua aptidão. Porém, nunca se deve deixar dominar pelo salário do trabalho.

A Bíblia Sagrada apresenta o trabalho não como um fim em si mesmo, mas como um meio à subsistência humana (Sl 128.2; 2ª Ts 3.10). Quer o homem tivesse pecado, quer não, não poderia escapar ao trabalho, pois o próprio DEUS é apresentado por JESUS como um exemplo nessa área (Gn 2.1-3; Jo 5.17). Além disso, DEUS criou Adão para governar o mundo, uma atividade que requer atenção e esforço concentrado (Gn 1.26- 28).

Após a queda, o trabalho humano tornou-se um enfado, devido à enfermidade do planeta (Gn 3.19; Jo 5.7; Rm 8.19-22).

TRABALHAR - (Strong Português) עבד Ìabad;
1) trabalhar, servir - 1a) (Qal), 1a1) labutar, trabalhar, fazer trabalhos, 1a2) trabalhar para outro, servir a outro com trabalho, 1a3) servir como subordinado, 1a4) servir (DEUS), 1a5) servir (com tarefa levítica);
1b) (Nifal), 1b1) ser trabalhado, ser cultivado (referindo-se ao solo), 1b2) tornar-se servo
1c) (Pual) ser trabalhado;
1d) (Hifil) , 1d1) compelir ao trabalho, fazer trabalhar, fazer servir, 1d2) fazer servir como subordinado, 1e) (Hofal) ser levado ou induzido a servir;
TERRA - (Strong Português) - אדמה ’adamah.
1) terra, solo - 1a) solo (em geral, lavrada, produzindo sustento), 1b) pedaço de terra, uma porção específica de terra, 1c) terra (para edificação e construção em geral), 1d) o solo como a superfície visível da terra, 1e) terra, território, país, 1f) toda terra habitada, 1g) cidade em Naftali.

II. CIVILIZAÇÃO E CONFLITO

1. Caim e Abel. Caim ofertou e fez culto como todo mundo faz. Muito louvor, pregação, avisos, etc... Abel fez culto de adoração, ofereceu sua própria vida (animal em seu lugar). Derramou o sangue de um animal, sangue é vida. Abel deu sua vida para DEUS. (Hebreus 11.4).

Primeiro. Todos estavam expulsos do Éden, portanto no Éden ninguém mais entrou.
Segundo. Os filhos de Adão aprenderam com seu pai a adorar a DEUS.
Terceiro. Um filho era adorador e puxou para o lado bom.
Quarto. O outro filho era do maligno. Prestou culto, mas não adorou. “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão.” (1ª Jo 3.11,12).

Quem estava em Caim sabia o que era matar e instigou Caim a matar seu irmão. Ele veio para matar, roubar e destruir. Roubou a paz dos irmãos, destruiu a família de Adão, matou a semente boa de Adão, seu filho Abel.

João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más, enquanto os do seu irmão eram mais justas (1ª Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus que “pela fé Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício que Caim” (Hb 11.4).

O sacrifício de Abel Prefigurava o sacrifício de JESUS por nós. O Sangue de Abel, perseguido por agradar a DEUS prefigurava o sangue de JESUS, perseguido por dar sua vida em favor de todos os pecadores, foi derramado por nós.

“E a JESUS, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.” (Hb 12.24).

JESUS dá testemunho de Abel, chamando-o de Justo.
Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. (Mt 23.35).

CAIM - (Strong Português) - קין Qayin - Caim = “possessão” n. pr. m. - 1) filho mais velho de Aão e Eva e o primeiro homicida, o qual assassinou seu irmão Abel, queneu = “ferreiros” n. pr. gentílico, 2) a tribo à qual pertencia o sogro de Moisés e que vivia na região entre o sul da Palestina e as montanhas do Sinai

A oferta de Caim.

FRUTO - (Strong Português).
 1) fruto - 1a) fruto, produto (do solo).

ABEL - (Strong Português) - הבל Hebel.
Abel = “fôlego.
1) segundo filho de Adão e Eva, morto por seu irmão Caim.

Profissão de Abel: pastor de ovelhas.

PASTOREAR - (Strong Português) - רעה ra Ìah.
1) apascentar, cuidar de, pastar, alimentar;
1a) (Qal), 1a1) cuidar de, apascentar, 1a1a) pastorear, 1a1b) referindo-se ao governante, mestre (fig.), 1a1c) referindo-se ao povo como rebanho (fig.), 1a1d) pastor, aquele que cuida dos rebanhos (substantivo), 1a2) alimentar, pasta;
1a2a) referindo-se a vacas, ovelhas, etc. (literal), 1a2b) referindo-se ao idólatra, a Israel como rebanho (fig.), 1b) (Hifil) pastor, pastora;

Abel deu do melhor. Animal escolhido como o melhor de todo o rebanho - mais forte e saudável.

PRIMÍCIAS - (Strong Português) - בכורה b ê kowrah ou (reduzido) בכרה b ̂ekorah.
1) direito do primogênito, primogenitura, direito do primeiro filho.

O que é oferta?
OFERTA - (Strong Português) - מנחה minchah
1) presente, tributo, oferta, dádiva, oblação, sacrifício, oferta de carne 1a) presente, dádiva, 1b) tributo, 1c) oferta (para DEUS);
1d) oferta de cereais;

Atitude de DEUS para com as ofertas de Abel e de Caim.

AGRADOU-SE (Strong Português) - שעה sha Ìah.

De Abel - 1) olhar para, considerar, fitar ou observar ao redor - 1a) (Qal) fitar, considerar, contemplar, observar ao redor.

De Caim - 1b) (Hifil) desviar o olhar, levar a desviar o olhar - 1c) (Hitpael) olhar assombrado, olhar a redor (com ansiedade).

Como o sangue desse animal prefigurava o sangue de JESUS na cruz e o sacrifício desse animal prefigurava o sacrifício de JESUS na cruz:
Pela fé Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.

DESCENDÊNCIA DE CAIM
IRADE - (Strong Português) - עירד ÌIyrad;
Irade = “fugaz”.
1) filho de Enoque, neto de Caim, e pai de Meujae;

MEUJAEL - (Strong Português) - מחויאל M ̂echuwya’el ou מחייאל M ̂echiyya’el Meujael = “ferido por DEUS”;
1) filho de Irade e bisneto de Caim;

METUSAEL - (Strong Português) - מתושאל M ̂ethuwsha’el;
Metusael = “aquele que é de DEUS”;
1) filho de Meujael, 4o na descendência de Caim, e pai de Lameque.;

LAMEQUE - (Strong Português) - למך Lemek;
Lameque = “poderoso”;
1) o 5o. descendente na linhagem de Caim, marido de Ada e Zilá, pai dos filhos Jabal, Jubal, e Tubalcaim e da filha Naamá;

ADA - (Strong Português) -עדה ÌAdah;
Ada = “ornamento”;
1) a primeira das 2 esposas de Lameque e mãe de Jabal e Jubal;

ZILÁ - (Strong Português) - צלה Tsillah;
Zilá = “sombra”;
1) a 2a. esposa de Lameque e mãe de Tubalcaim, mestre d os artesãos em bronze e ferro;

JABAL - (Strong Português) - יבל Yabal;
Jabal = “ribeiro de água”;
1) o filho de Lameque com Ada e irmão de Jubal; descrito como o pai daqueles que habitam em tendas e possuem gado.

JUBAL - (Strong Português) - יובל Yuwbal;
Jubal = “ribeiro”;
1) o filho de Lameque com Ada e o inventor de instrumentos musicais.

TUBALCAIM - (Strong Português) - תובל קין Tuwbal Qayin;
Tubalcaim = “tu serás trazido de Caim”;
1) filho de Lameque com sua esposa Zilá e o primeiro a trabalhar em metal;

NAAMÁ - (Strong Português) - נעמה Na Ìamah;
Naamá = “encanto”;
1) filha de Lameque com sua esposa Zilá e irmã de Tubalcaim nos dias anteriores ao dilúvio;

Início » Homem » Humanidade.

Quem era a mulher de Caim?
Esta pergunta é, em geral, acompanhada de um ligeiro histórico sobre a tragédia que envolveu a família de Adão, histórico que em geral não está em harmonia

Com o relato Bíblico.

Dizem: - “Adão teve dois filhos: Caim e Abel, Caim mata Abel e foge para uma terra distante; lá conhece uma mulher, e casa-se com ela. Com quem se casou se não havia habitantes na Terra?”

Tal pergunta quase nunca é feita pelos que têm o bom hábito de ler a Bíblia.

III. JESUS CRISTO, A ÚNICA ESPERANÇA PARA A CIVILIZAÇÃO HUMANA
EM meados do ano passado, numa conferência de cientistas e líderes religiosos no Instituto Tecnológico de Massachusetts, E. U. A., descreveu-se o problema com que o mundo se confronta como sendo ‘quase que apocalíptico’. Não há nenhum “esquema para a sobrevivência”, advertiu Jerome R. Ravetz, professor de filosofia da Universidade de Leeds, na Inglaterra. “A escala e a complexidade dos problemas são tão grandes, que o mero intelecto humano não os vencerá”.

Então, o que se pode esperar do futuro? Um clérigo da Igreja Unida do Canadá afirmou: “Ninguém pode predizer com confiança que virão dias melhores. Ninguém sabe ao certo se a civilização vai desaparecer ou se haverá finalmente uma nova sociedade, com vida mais abundante para todos”.

Mas, é isso verdade? Não! Acontece que há alguém que sabe o que o futuro tem em reserva, porque ele tem o poder e a sabedoria de amoldá-lo à sua vontade. Este é o nosso Criador, DEUS. Em vista da evidente incapacidade dos homens de instituírem um bom governo, não concordamos que já é tempo de escutar a ele? DEUS diz sobre si mesmo: “Aquele que desde o princípio conta o final e desde outrora as coisas que não se fizeram; Aquele que diz: ‘Meu próprio conselho ficará de pé e farei tudo o que for do meu agrado” (Isa. 46:10) E é do agrado de DEUS prover aos homens um bom governo. JESUS governará este mundo com vara de ferro e seu governo no milênio será perfeito. Também ELE mesmo, bem antes disso acontecer, ELE vem nos buscar no arrebatamento da Igreja para estarmos para sempre com ELE na Nova Jerusalém. NÃO HÁ OUTRA ESPERANÇA MAIOR PARA O SER HUMANO - JESUS, O SALVADOR.

CONCLUSÃO.
Como Deus possui o controle tudo, é fato que o Senhor intervém nas nações: (a) destronando reis e estabelecendo reinos (Sl 75.7; Dn 2.21,44), (b) destruindo nações (Jr 51.1), como também (c) revertendo o juízo quando existe arrependimento: “No momento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e para derribar, e para destruir se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jr 18.7-8). A prova bíblica mais contundente que Deus intervém nas nações é o povo de Israel; quantas nações tentaram destruí-la, mas Deus não permitiu. Sempre houve uma intervenção do Senhor no sentido de evitar a aniquilação do Estado de Israel. Isso mostra que foi Deus quem criou o homem e a humanidade, e foi ele quem a dotou de múltiplas inteligências e saberes. As marcas de uma civilização (política, cultura, artes, ciência, religiosidade) podem e devem ser expressas de forma legítima para desenvolvimento da humanidade e glória de Deus. Porém, como vimos, desde as primeiras gerações o pecado tem contaminado toda forma de expressão da nossa civilidade. Agora convém-nos deixar que Cristo em nós faça a redenção da civilização, trazendo-nos com tudo o que há em nós de volta para o Senhor que nos criou.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

A QUEDA DO SER HUMANO



Gênesis 3.1-7
1 - Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 - E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3 - mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 - Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. 6 - E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 - Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

INTRODUÇÃO
A queda do ser humano, estudaremos vários aspectos sobre a soberania de Deus e também abordaremos dois assuntos muito importantes sobre a salvação: Arminianismo e Calvinismo.

Estudaremos também sobre a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Fique conosco até o fim!

A narrativa do pecado de Adão e Eva, longe de ser uma parábola, foi um evento real, cuja literalidade não pode ser questionada, pois acha-se referendada em toda a Bíblia.

Trata-se, pois, de uma temática imprescindível ao estudo da doutrina do homem, conforme a encontramos na Bíblia Sagrada.

I. LIVRE-ARBÍTRIO DO SER HUMANO

1. O livre-arbítrio – Calvinismo ou Arminianismo? Para nós entendermos melhor sobre o livre arbítrio precisamos compreender as duas principais linhas: Calvinismo e Arminianismo.

Calvinistas acreditam que o homem não transformado é absolutamente escravo de satanás e por este motivo é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente (para salvar-se). Os Calvinistas também acreditam na “eleição”, alguns já estão predestinados a salvação, enquanto outros não.

Arminianos acreditam que a salvação é um processo e temos o direito de escolha, não acredita-se em predestinação e nem “eleição”.

Um resumo: O Calvinismo defende a “eleição incondicional”, enquanto que o Arminianismo defende a “eleição condicional”.

Existem além destas duas linhas de pensamentos várias outras, porém neste estudo focaremos no livre arbítrio. Acreditamos que Deus nos forneceu o poder de escolha.

É o dom que recebemos de Deus, através do qual podemos, desimpedidamente, escolher entre o bem e o mal.

“Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam” (Dt 30.19).

“Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).

“E o Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida” (Ap 22.17).

“Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14.12).

“Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada.” (1ª Rs 18.21).

A Bíblia ensina que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal.

Você é livre para escolher, entre dois senhores, mas não é livre para ajustar as consequências de sua escolha. Cada um dos dois senhores recompensa, com um tipo diferente de moeda. A moeda do pecado é a morte eterna. Isso é tudo o que você pode esperar, na vida sem Deus. A moeda de Cristo é a vida eterna, a nova vida com Deus, que se inicia na terra, e continua para sempre, com Deus. (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD - Pág 1674).

Por estes versículos e vários outros, nós assembleianos acreditamos na que a salvação é um processo e não “apenas alguns serão” salvos.

A salvação é um processo e o livre arbítrio é um presente de Deus para nós.

Gostaria de ser um pregador diferenciado e pregar de forma impactante decorando os versículos e sem timidez?

2. A soberania divina – Entendendo a soberania de Deus. O que é a soberania de Deus? – A soberania de Deus é seu poder e domínio sobre toda a criação. Tudo que existe está debaixo do poder de Deus, (Is 37.16). É o direito absoluto, irrestrito e inquestionável, que possui Deus sobre toda a sua criação (Êx 9.29; Dt 10.14; Sl 135.6).

“Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: Por que me fizeste assim?” (Rm 9.20).

“Ó Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra”.

O conceito da palavra soberania está fortemente ligado a “rei, governo” ou até mesmo mestre.

Existe uma definição bem interessante sobre a soberania: Soberania é o exercício da sua supremacia”, a razão pela qual Ele não consulta ninguém além do beneplácito de sua vontade.

Deus é soberano e cabe a nós aceitar sua vontade, mesmo não entendendo na maioria das vezes. Por isso temos a necessidade de sempre orar a Deus antes de fazer algo, pois existem caminhos que ao olhar do homem parece bom, mas o fim é de morte (Pv 14.11).

Para finalizar este tópico, observe os versículos abaixo:

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.33-36).

Existem alguns princípios que nós devemos seguir em relação a soberania de Deus.

1. Tudo é Dele e para Ele;
2. Seja grato pela vida, pois Ele pagou um alto preço por ela;
3. Valorize os pequenos detalhes da vida – que Deus faz \ fez por você;
4. Troque a palavra “por que” pela “pra quê Senhor?” – Questione menos;
5. Deus te ama e quer o seu melhor.

3. A responsabilidade humana. Entre o livre arbítrio e a soberania de Deus tem algo no meio, que é a responsabilidade humana (Jr 35.13).

Todavia, Ele nos chamará, um dia, a prestar contas quanto às nossas escolhas (Ec 11.9; 12.14).
A nossa responsabilidade humana é muito ampla, entre elas podemos destacar algumas, como:

1. Escolher sempre a bênção e nunca a maldição (Dt 28).
2. Se santificar e respeitar nosso próximo (Hb 12.14).
3. Pregar o evangelho a toda criatura, cumprir o ide do Senhor (Mc 16.15).
4. Buscar ao Senhor de todo o coração (Jr 29.12)

II. A Queda, um Evento Histórico e Literal.

1. A Possibilidade de Queda.
Deus criou Adão e Eva livres, permitindo-lhes o direito de obedecê-lo ou não. Todavia, a ordem do Senhor, concernente à árvore da ciência do bem e do mal, era bastante clara:

“E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.” (Gn 2.9).

“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerá; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2.16,17).

A árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal eram árvores reais? Há duas teorias que são apresentadas frequentemente:

(1) As árvores eram reais, mas tinham sua simbologia. A vida eterna com Deus era retratada como o comer da árvore da vida.
(2) As árvores eram reais, e possuíam propriedades especiais. Comento o fruto da árvore da vida, Adão e Eva poderiam ter a vida eterna, desfrutando de um relacionamento permanente como filhos de Deus.

Seja como for, o pecado de Adão e Eva os separou da árvore da vida, e assim os impediu de obter a vida eterna. Curiosamente, a árvore da vida aparece novamente em uma descrição de Apocalipse 22, a respeito de pessoas que desfrutam da vida eterna com Deus.

Deus poderia ter impedido Eva de comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal, não o fez porque como já estudamos no tópico 1, Deus deu a Adão e Eva o livre-arbítrio, a possibilidade de fazer escolhas, infelizmente o casal optou por uma escolha errada.

2. A Realidade da Tentação.
Ao ser tentada pela serpente, Eva deixou-se enganar pela velha e bem arquitetada mentira de Satanás - a possibilidade de o homem vir a ser um deus.

1 - Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 - E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3 - mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 - Então, a serpente disse à mulher: certamente não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o ma. 6 - E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3.1-6).

A serpente, Satanás, tentou Eva, fazendo com que ela duvidasse da bondade de Deus. Ele sugeriu que Deus era rígido, mesquinho, egoísta, por não querer compartilhar com Eva seu conhecimento do bem e do mal. Satanás fez com que Eva se esquecesse de tudo o que Deus lhe dera e, em vez disso, se concentrasses no que Deus havia proibido.

Nós também caímos em problemas quando nos concentramos naquilo que Deus proíbe, e não nas incontáveis bênçãos e promessas que Deus nos deu. Na próxima vez em que você estiver com pena de si mesmo, por causa do que você não tem, considere tudo o que você tem, e agradeça a Deus. Então, suas dúvidas não levarão você ao pecado. (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD - Pág.11).

Apóstolo Paulo mencionando este ocorrido deixou estas palavras:

“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentimentos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” (2ª Co 11.3).

No instante seguinte, Adão e Eva pecaram contra Deus:
“E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão” (1ª Tm 2.14).

Tendo em vista a representatividade de Adão, foi ele responsabilizado pela entrada do pecado no mundo: “Pelo que, como por um homem entrou pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12).

Há uma extensa lista de palavras na Bíblia para designar o pecado, todavia aqui gostaria de deixar a definição de 1ª João 3.4 que diz “pecado é a transgressão da lei”. Como vimos acima foi exatamente isso que Eva fez, ela transgrediu a ordem divina.

Quando o casal comeu do fruto proibido, eles perceberam que estavam nus e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com Deus, a morte espiritual. (Pr. Esequias Soares - Revista CPAD Adultos – 3º T - 2017).

3. A História da Queda. A narrativa da queda do ser humano tem de ser acolhida de forma literal, pois o livro de Gênesis não é uma coleção de parábolas mitológicas, mas um relato histórico confiável.

Apóstolo Paulo mencionou o ocorrido com Eva como fato verídico para a Igreja de Corinto: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentimentos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” (2ª Co 11.3).

“Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” (Rm 15.4).

O conhecimento das Escrituras afeta nossa atitude com relação ao presente e ao futuro. Quanto mais soubermos do que Deus fez nos anos anteriores, mais confiança teremos sobre aquilo que Ele fará nos dias futuros. Precisamos ler nossas Bíblias diligentemente, para que possamos ter a confiança de que a vontade de Deus é o melhor para nós. (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD - Pg. 1689).

III. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DE ADÃO

1. A Consciência do Pecado. Ao tentar a mulher, a antiga serpente prometeu-lhe a onisciência divina, mas o que os nossos pais herdaram foi uma consciência pecaminosa geradora de obras mortas (Gn 3.1-6; Tt 1.15; Hb 9.14).

2. A Perda da Comunhão com Deus. Em consequência de seu pecado, Adão e Eva foram expulsos da presença de Deus (Gn 3.23,24).

Desde a queda, o ser humano, para reatar a comunhão com Deus, tem de aproximar-se dele pela fé (Hb 11.6).

3. A Transmissão do Pecado à Espécie humana. Aquilo que chamamos de “pecado original” contaminou universalmente a humanidade.

A Bíblia ensina que o pecado de Adão afetou todos os homens: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).

“Não há um justo, nenhum sequer; não há que faça o bem, nenhum sequer” (Rm 3.10-12).

Esta transgressão de Adão é denominada de “pecado original”, devido a este “pecado original” já nascemos com uma inclinação maligna para o pecado, por isso o apóstolo Paulo afirma: “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).

Apóstolo João afirma: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1ª Jo 1.8).

O pecado de Adão fê-lo culpado, e sua culpa foi automaticamente imputada a toda a sua descendência, apóstolo Paulo diz “ ...éramos por natureza filhos da ira...” (Ef 2.3).

4. A Enfermidade da Terra.
Por causa do pecado de Adão, até a própria Terra adoeceu.
Expulso do Éden, Adão teria de trabalhar, com redobrado esforço, a fim de prover o seu sustento cotidiano (Gn 3.17).

Desde então o nosso planeta vem sofrendo com fomes, tremores de terra e inundações (Mt 24.7).
Quando o Reino de Deus manifestar-se, logo após a Grande Tribulação, o planeta será curado de todas as suas enfermidades (Is cap. 35).

5. A Morte Física.
A morte física é a mais triste consequência do pecado.

A Bíblia menciona três tipos de morte, a saber:
1. Morte física: Separação da alma e corpo
2. Morte Espiritual: Separação da alma de Deus pelo pecado resultando a perda da comunhão do homem com o Criador.
3. Segunda Morte: refere-se ao lago de fogo onde todos aqueles que estão separados de Deus pelo seu pecado habitarão por toda a eternidade.

A morte, para Adão, naquele dia do seu pecado não foi uma cessação imediata de sua vida física, mas iniciou-se, sem dúvida a deterioração desta vida física. A morte, teve, também, uma afetação espiritual, porque implicou no rompimento da comunhão imediata e plena com o Criador. Isso causou-lhe “morte espiritual”. (Pr. Elienai Cabral - Revista CPAD – 1º T 2001 - Pg. 42).
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rm 6.23).

Reflita com seu aluno que a punição do pecado é inevitável, sendo o homem um pecador, ele está em débito para com Deus e precisar quitá-lo, todavia, o preço e muito alto: “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Deus requer juízo contra o pecado.

A Bíblia diz que somente Cristo poderia mudar essa situação, e de fato o fez: resgatou-nos das garras do diabo, pagando um alto preço por nossa redenção: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito.” (1ª Pe 3.18).

Cristo nos resgatou com seu precioso sangue: “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hb 9.22).

“Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mc 10.45).

“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1ª Co 6.20).
“o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” (1ª Tm 2.6).

Todavia, a pior morte que alguém pode experimentar é a separação eterna de Deus; a segunda morte.
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.” (Ap 2.11).

Em 1ª João 5.4 “ .... Jesus prometeu que os crentes vencedores não experimentarão o lago de fogo. A segunda morte é exclusivamente para aqueles que rejeitarão a Cristo.

Aos que já receberam Jesus Cristo como Senhor e Salvador, a morte não terá efeito, porque Ele é a ressurreição e a vida (Jo 11.25).

“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com eles os mil anos.” (Ap 20.6).

CONCLUSÃO. Dois fatos marcam a doutrina do homem nas Sagradas Escrituras: a criação e a queda. O pecado de Adão trouxe graves consequências a criação, mas Deus em sua presciência, já havia separado o Imaculado Cordeiro, desde a fundação do mundo, para redimir-nos.
Nossa verdadeira cidadania vem do céu, e o “mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm .16). Você tem convicção de que o seu nome está arrolado no Livro da Vida? Você compreende o valor disso? (Pr. Elienai Cabral - Revista CPAD 3º T 2013 - pg.68).


FONTE DE PESQUISA
1. Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD - Pág 1674.
2. Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD - Pág.1689.
3. ANDRADE Claudionor Correa de. A RAÇA HUMANA: origem, queda e redenção, Lições bíblicas 1º Trimestre 2020, CPAD.
4. CABRAL Elienai - Revista CPAD – 1º T 2001 - Pág. 42.
5. SOARES Esequias - Revista CPAD Adultos – 3º T - 2017.